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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Quarta-feira, 13-05-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

"Igreja não pode afastar-se da simplicidade" Acordo Ortográfico é um faCto. “Se se pronuncia, escreve-se. Se não se pronuncia, não se escreve” Fernando Pinto defende reajustamento da TAP "à sua adequada dimensão" Beja vai chegar aos 41 graus. Mas o calor vai abrandar

Dinamarca quer acabar de vez com as notas e moedas

Vamos trabalhar mais sete anos para ter pensão completa?

Comboio descarrila em Filadélfia. Cinco mortos

Utente do Santa Maria queixa-se de falta de cadeiras de rodas ao fim-desemana

JOSÉ MIGUEL SARDICA

A laicidade e a cruz


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Acordo Ortográfico é um faCto. “Se se pronuncia, escrevese. Se não se pronuncia, não se escreve”

não, uma palavra que não respeite o novo acordo ortográfico”, acrescenta. A presidente da APP lembra que existiu um prazo de quatro anos nas escolas para a implementação do novo acordo e sublinha que a maior parte dos alunos já escreve com as novas regras. Face a diversas iniciativas destinadas a suspender a aplicação do acordo, em concreto nos exames escolares, o Ministério da Educação já garantiu que as regras são para cumprir. O Acordo Ortográfico é aplicado desde 1 de Janeiro de 2012 nos documentos do Estado, em todos os serviços, organismos e entidades tuteladas pelo Governo e no Diário da República.

"Igreja não pode afastar-se da simplicidade" Face a diversas iniciativas destinadas a suspender a aplicação do acordo, em concreto nos exames escolares, o Ministério da Educação já garantiu que as regras são para cumprir. Foto: DR

As lições de Fátima e Aparecida não podem ser "desaprendidas", declarou o cardeal brasileiro D. Raymundo Damasceno Assis, na abertura das celebrações de Maio, na Cova da Iria.

Por Cristina Branco

O Acordo Ortográfico (AO) passa a ser obrigatório em Portugal a partir desta quarta-feira, quando se cumprem os seis anos do período de transição. A data de 13 de Maio de 2009 marca a entrada em vigor das novas regras. Um dos pontos mais polémicos é o da obrigatoriedade da aplicação em todas as provas e exame, sob pena de o desrespeito pela nova grafia ser considerado erro ortográfico, com a respectiva penalização. Há uma uma espécie de truque mental que ajuda a tirar dúvidas e que é explicado à Renascença pela presidente da Associação de Professores de Português (APP), Edviges Ferreira: “Escrever como se pronuncia”. “Uma principais alterações verifica-se nas palavras que têm o 'c', ou o 'p' e a regra é escrever como se pronuncia. Se eu digo 'facto', tenho de escrever 'facto'. Se eu digo 'espectador', eu tenho que escrever 'espectador'. Mas se eu digo 'ação', eu não tenho que escrever 'acção'. Ou se eu digo 'ator', eu não tenho que escrever 'actor'”, explica a professora de português, sugerindo que “se a pessoa tiver dúvidas, deve lembrarse: se pronuncia, escreve; se não pronuncia, não escreve”. A nova grafia passa a partir de agora a ser obrigatória em todas as provas e exames. Chegou às escolas de forma faseada, a partir do ano lectivo 2011-2012, completando-se no ano em curso. “Os alunos que não respeitarem serão penalizados, mas como já acontecia com os erros na grafia anterior. As palavras que neste momento são consideradas erro, são mais algumas que são derivadas do acordo ortográfico”, sublinha Edviges Ferreira. “Vamos supor que o aluno tem dez erros, esses dez erros são todos penalizados e, entre eles, pode estar, ou

Foto: Paulo Novais/Lusa

A Igreja não pode afastar-se do caminho da simplicidade, defendeu, esta terça-feira, o cardeal arcebispo de Aparecida, D. Raymundo Damasceno Assis, que preside à peregrinação aniversária de Maio, no Santuário de Fátima. Perante a multidão de milhares de fieis que encheu o santuário da Cova da Iria em noite de procissão das velas, D. Raymundo citou o Papa Francisco para dizer que a Igreja não pode "desaprender" a lição de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil, bem como a mensagem das aparições de Fátima. "A fragilidade é o meio escolhido por Deus para realizar a sua obra. A Igreja deve sempre lembrar que não pode afastar-se da simplicidade", declarou o arcebispo brasileiro. Durante a homilia, D. Raymundo Damasceno Assis enfatizou a forte ligação entre Fátima e Aparecida, que estão ao lado dos desvalidos do mundo e de todos os que sofrem. “É importante meditarmos sobre a compaixão da


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Virgem Santíssima, pois ela está no coração da devoção a Nossa Senhora, tanto sob o título de Aparecida, quanto o de Fátima", afirmou o cardeal que viajou para Portugal na companhia de um grupo de 400 peregrinos brasileiros. "Em Aparecida, com justiça viu-se na cor negra da imagem a compaixão e a solidariedade com os sofridos escravos e seus descendentes. Em Fátima, a oração e os sacrifícios pelos pecadores, como nos recorda a frase inspiradora, ligada ao tema deste ano: ‘Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores’", disse D. Raymundo. Os pobres e os pecadores, salientou o cardeal brasileiro, "estão no coração desta Mãe amorosa, que soube estar ao lado da Cruz de seu Filho e sabe agora continuar ao lado dos filhos que dela mais precisam". As celebrações aniversárias foram antecedidas pela entronização de Nossa Senhora Aparecida em Fátima. Foi a primeira vez que no santuário se entronizou outra imagem que não a de Nossa Senhora de Fátima.

Beja vai chegar aos 41 graus. Mas o calor vai abrandar Direcção-Geral e Administração Regional de Saúde do Alentejo aconselham a população a tomar cuidados de prevenção e protecção, sobretudo, os grupos populacionais mais vulneráveis.

É no Alentejo que o calor se vai fazer sentir mais. Foto: DR

Três distritos alentejanos estão esta quarta-feira sob aviso amarelo, devido à previsão de temperaturas máximas elevadas. Portalegre, Évora e Beja são os distritos em causa, com a temperatura a atingir os 41 graus no Baixo Alentejo. Trata-se de um valor recorde para o mês de Maio em Portugal. O aumento da temperatura máxima generalizado no continente desde o fim-de-semana passado deve-se a uma massa de ar quente e seca transportada do Norte de África e do Interior da Europa, esclarece a meteorologista do IPMA Madalena Rodrigues, em declarações à agência Lusa. Mas o cenário é um pouco diferente nas regiões do

Litoral Norte e Centro, onde o termómetro poderá descer entre três e cinco graus, devido à influência de ar marítimo, que leva ao aumento da humidade. As temperaturas mínimas devem subir. Em resumo, as temperaturas vão oscilar em Lisboa entre 18 e os 33 graus, no Porto entre 17 e 21, em Bragança entre 14 e 29, em Viseu entre 16 e 27, em Castelo Branco entre 18 e 34, na Guarda entre 17 e 29, em Portalegre entre 21 e 37, em Évora entre 14 e 37, em Beja entre 17 e 41, em Faro entre 20 e 29, em Coimbra entre 15 e 28 e em Santarém entre 14 e 34. Na quinta-feira, as máximas voltam a descer (10 graus em Beja), para voltar a subir, de acordo com as previsões do IPMA, no sábado. Alertas de calor no Alentejo A Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARS) emitiu esta quarta-feira um alerta à população devido ao calor. Em comunicado, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e a ARS Alentejo alertam para a previsão de temperaturas máximas elevadas e aconselham a população a tomar cuidados de prevenção e protecção. Os destinatários da mensagem são, sobretudo, os “grupos populacionais mais vulneráveis, como crianças, idosos, pessoas portadoras de patologias crónicas e trabalhadores que exerçam actividades ao ar livre”. As duas entidades recomendam o aumento de ingestão de água ou sumos de fruta naturais, sem adição de açúcar, o uso de roupa larga, leve e fresca, óculos com protecção e chapéu de abas largas, moderação na exposição directa ao sol entre as 11h00 e as 17h00 e o uso de protector solar com factor igual ou superior a 30. A DGS recomenda também que se evite a exposição ao sol de crianças com menos de três anos, reforçar a vigilância de idosos e doentes crónicos que vivam sozinhos e moderar as actividades ao ar livre que exijam esforços físicos, especialmente desportivas e de lazer.


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Fernando Pinto defende reajustamento da TAP "à sua adequada dimensão" "Infelizmente, a instabilidade que temos vivido fez-nos perder espaço no mercado", diz o presidente da companhia numa carta aos trabalhadores.

Foto: Lusa

A principal missão da TAP depois da greve dos pilotos é reajustar-se "à sua adequada dimensão", afirma o presidente da companhia aérea. Fernando Pinto defende que esse trabalho "é indispensável" e independente da privatização. "Infelizmente, a instabilidade que temos vivido fez-nos perder espaço no mercado, pelo que a nossa principal tarefa, no imediato, passa por reajustar a empresa à sua adequada dimensão", afirma Fernando Pinto numa mensagem enviada esta terça-feira aos trabalhadores. Para o presidente da companhia aérea, este reajustamento vai permitir a "reconstrução [da TAP] em bases sólidas e a posterior preparação para um novo ciclo de crescimento", considerando que esse trabalho "é indispensável, independentemente do processo de privatização em curso". Fernando Pinto considera que "no curto prazo será possível construir um plano que corresponda às necessidades atuais, que se traduzem numa expressão simples: dar um passo atrás para, em seguida, dar dois em frente". O presidente da TAP adianta ainda que o grupo de trabalho constituído para o desenvolvimento deste plano "apresentará brevemente as suas propostas". Na segunda-feira, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, anunciou que a TAP vai apresentar na próxima semana um plano para melhorar a situação financeira da TAP, que disse ter ficado mais frágil depois dos dez dias de greve dos pilotos da companhia e da Portugália. "A greve de 1 a 10 de Maio colocou-nos, de novo, no centro das atenções pelas piores razões, afectando a imagem da empresa e a sua credibilidade", lamentou

Fernando Pinto, considerando que "desta vez também a imagem da própria classe dos pilotos foi afectada, tanto pela greve em si como por algumas declarações de representantes sindicais, o que resulta injusto, pois os pilotos da TAP são inequivocamente dos melhores profissionais da indústria". Ainda assim, o responsável distinguiu o que é o "o exercício de direitos constitucionais" da utilização de uma arma como a greve "para atingir objectivos que se sabe de antemão que a empresa não pode satisfazer". Fernando Pinto admite que a greve obrigou a um "esforço tremendo para minimizar as consequências negativas para os clientes", e elogia o trabalho de "muitos trabalhadores", de pilotos (que não fizeram greve), pessoal de cabine e de terra. "A difícil situação vivida pela empresa exige que parem os sinais de instabilidade que continuam a ser dados ao mercado, concentrando-nos todos no que é prioritário: salvaguardar o futuro da TAP", defende, adiantando que essa instabilidade "provoca prejuízos directos, afecta dramaticamente os recursos financeiros, prejudica a imagem, consome energias, desviando a atenção dos objectivos", escreve.

Vamos trabalhar mais sete anos para ter pensão completa? Estudo da Comissão Europeia faz projecções económicas com base nas previsões quanto à evolução da população até 2060.

Foto: DR

Bruxelas estima que o período contributivo para aceder a pensão de reforma em 2060 terá subido cerca de sete anos em Portugal, dos maiores aumentos entre os Estados-membros da União Europeia. Segundo o estudo da Comissão Europeia, que faz projecções económicas com base nas previsões quanto à evolução da população até 2060, é estimado que os anos de contribuição para aceder à pensão de reforma vão aumentar na maioria dos países. Além do aumento legal da idade da reforma, há ainda outros motivos para o aumento dos períodos contributivos, como o fim de muitos esquemas de reformas antecipadas ou critérios de elegibilidade mais restritos. Em muitos sistemas, os anos de serviço militar ou o número de filhos são valorizados no acesso


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à reforma, o que poderá ser alterado. Em Portugal, tendo em conta os dados de 2014, a Comissão Europeia estima que até 2060 será estendido por 6,8 anos o período contributivo para que os trabalhadores possam aceder à pensão de velhice completa. Isto coloca Portugal acima do aumento estimado para a média da UE, de quatro anos, sendo mesmo o segundo país com o aumento mais significativo, só atrás da Grécia (7,1 anos). Envelhecimento e gastos públicos De acordo com as contas, em 2014 o período contributivo foi de 29,5 anos em Portugal, o qual deverá aumentar para 31 anos em 2020, 32,4 anos em 2030, 33,1 anos em 2040, 34,6 anos em 2050 e 36,4 anos em 2060. As projecções divulgadas servem para perceber o impacto no modelo social e económico europeu do envelhecimento da população. Este envelhecimento também colocará pressão nos gastos públicos. As despesas com a população mais velha - sejam pensões, cuidados de saúde, entre outros - deverão aumentar na UE até 2060. Em dez países, entre os quais Portugal, é previsto um aumento moderado, até 2,5 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB). Já na despesa especialmente relacionada com as pensões de velhice é esperada uma redução em Portugal, tal como aliás na maioria dos Estadosmembros, o que Bruxelas atribui à execução de reformas nos sistemas de pensões para manter a sua sustentabilidade. JOSÉ MIGUEL SARDICA

A laicidade e a cruz O juiz de Rennes é uma versão suave da descristianização jacobina de outrora. E quem é (por) Charlie não deve tolerar Robespierres.

A notícia veio em alguns jornais da semana passada: um tribunal de Rennes, em França, obrigou à remoção de uma estátua de João Paulo II de uma praça pública local, fundamentando a sentença no facto de a mesma ser encimada por uma cruz “demasiado ostensiva” (sic). A Câmara Municipal de Rennes tem agora seis meses para executar a sentença, cujo fundamento o juiz baseou no princípio da separação Igreja-Estado e da laicidade deste. O processo fora desencadeado por

uma queixa da Federação Nacional do Livre Pensamento, uma organização de inspiração maçónica com ramificações em vários países europeus (incluindo Portugal). A polémica dos símbolos religiosos em espaços públicos ou até em cerimónias e protocolos de Estado não é nova, desde que o relativismo pós-moderno cimentou a atitude do politicamente correto, ou desde que as minorias religiosas, mais ou menos ruidosas ou fundamentalistas, ganharam o poder de intimidar as maiorias (silenciosas) e as tradições civilizacionais ou sociais mais arreigadas. Quando o caso é suprimir símbolos cristãos de países cristãos, como a França o é (católica) desde há 1500 anos, há aqui uma ironia, uma contradição, uma confusão e uma cobardia. É irónico que um país unido ao clamor de “Je suis Charlie”, reivindicando o respeito pela tolerância, pela liberdade e pelo pluralismo, aceite sem especial protesto que o Estado seja mobilizado para exercer um ato de censura sobre a religião. O juiz de Rennes é uma versão suave da descristianização jacobina de outrora. E quem é (por) Charlie não deve tolerar Robespierres. Acresce ser profundamente contraditório que os promotores da desmontagem da cruz católica sejam militantes do “Livre Pensamento”, uma vez que defendem, por palavras e atos, que os católicos não devem ser livres de sinalizarem a sua fé. E não se venha com a velha ideia de que a religião é uma convicção privada, porque com outras crenças bem públicas e ostensivas não se preocupam eles. “Livre Pensamento”?! Ou só “livre”, e portanto muito condicionado, ao que alguns (eles) definem como “liberdade”? Que espécie de respeito pela liberdade restaria se, por absurdo, em Portugal, hoje, dia 13 de Maio, uma ordem judicial mandasse encerrar o Santuário de Fátima e dispersar os peregrinos? Há depois a confusão, que dura há pelo menos cem anos em França, mas com raízes mais antigas, e de que a I República portuguesa foi exemplo eloquente. A laicidade do Estado significa neutralidade e não perseguição ao fenómeno religioso. Que o Estado (francês ou outro) não seja confessional, em cumprimento da liberdade de cultos, não se pode confundir assim com a adoção de políticas de combate à religião ou aos seus símbolos, descristianizando uma sociedade que, repita-se, é maioritariamente católica, e onde o catolicismo, sem menosprezo de outras crenças, tem de ser tratado com alguma deferência. Finalmente, toda a polémica dos símbolos religiosos seria risível, e mais um sinal da vacuidade do politicamente correto, na sua eterna demanda por um pseudo-igualitarismo que insiste em tratar de forma idêntica o que não é idêntico, se não fosse um sintoma de cobardia e até de hipocrisia. A mesma jurisprudência que manda esconder cruzes num país católico permite que comunidades de migrantes ou autóctones islâmicos exibam nas escolas, nas ruas ou nos empregos os símbolos, as práticas e as exclusões características do seu particular credo. A cruz do Papa Wojtyla é “ostensiva”? Pelos vistos sim, no coração de uma Europa que não respeita a sua história e que está a caminho de se tornar, no futuro, uma “Eurábia”.


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Maioria força avaliação do cenário económico do PS no Parlamento Requerimento foi entregue esta terça-feira, mas pode ser retirado se o Partido Socialista anunciar que é contra.

Directores apresentaram preocupações sobre cobertura jornalística de eleições Processo de alteração da lei ainda "não está fechado", disse o porta-voz dos directores de informação no final de uma reunião com deputados do PSD e CDS.

Por Paula Caeiro Varela

A maioria parlamentar quer mesmo forçar uma decisão parlamentar sobre o cenário macroeconómico apresentado pelo PS. O requerimento deu esta terçafeira entrada na mesa da Assembleia da República. Os dois partidos do Governo pretendem, assim, que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) analise e avalie o documento feito por 12 economistas a pedido do PS e apresentado em Abril na sede socialista. Mas fonte da maioria disse, entretanto, à Renascença que o requerimento pode ser retirado se o PS for terminantemente contra. Ou seja, a maioria quer que seja o PS a dizer se aceita ou não a avaliação parlamentar do seu cenário macroeconómico. O líder socialista, António Costa, já admitiu que o programa eleitoral do PS irá incluir grande parte das medidas propostas nesse cenário. Entre elas está o fim mais rápido da sobretaxa de IRS e alterações na taxa social única tanto para patrões como para trabalhadores. O PSD começou por enviar ao PS 29 perguntas sobre o documento, que foram já respondidas. Depois, avançou com a proposta de avaliação do cenário quer pela unidade técnica que dá apoio à comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, quer pelo Conselho de Finanças Públicas, presidido por Teodora Cardoso. Consulte aqui o requerimento enviado à UTAO [notícia actualizada às 01h10 de quarta-feira]

Os directores editoriais dos principais órgãos de comunicação social continuam preocupados com as regras para a cobertura das campanhas eleitorais, mas estão confiantes de que as suas preocupações foram percebidas. A posição foi manifestada à saída de um encontro com os líderes parlamentares do PSD e CDS esta terça-feira, no Parlamento. Os partidos da maioria estão a trabalhar num novo projecto de lei, que ainda não está fechado. Na sextafeira, um comunicado assinado por duas dezenas de directores manifestava oposição a esse projecto por considerar que põe em causa a liberdade editorial. Esta terça-feira, uma delegação, da qual fez parte a directora de informação da Renascença, Graça Franco, encontrou-se com os lideres das bancadas da maioria. À saída, as declarações foram de satisfação pelo diálogo estabelecido. Pedro Camacho, porta-voz dos directores de informação, deu conta que as preocupações que foram percebidas e tem esperança que sejam atendidas. O director da revista “Visão” aponta os principais pontos de discórdia, a começar pelas regras de cobertura jornalística durante o período de précampanha. “Estávamos à espera de evoluir num sentido diferente, de consagração de maior liberdade e não de alargar um prazo em que não há liberdade”, lamenta. O porta-voz dos directores de informação também critica “toda a parte que tem a ver com os constrangimentos do período de campanha propriamente dito e da grande margem de discricionariedade que fica nas mãos da Comissão Nacional de Eleições para avaliar um conjunto de disposições legais que são muitíssimo pouco claras e que trazem uma grande insegurança, até, ao trabalho que é desenvolvido nas redacções”. "Transmitimos as nossas preocupações, ouvimos os partidos, [este] é um processo que não está fechado", acrescentou o diretor da revista "Visão".


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Paulo Morais propõe mudanças na lei eleitoral para o Parlamento Candidato presidencial escreveu a Assunção Esteves, fazendo acompanhar a carta por um estudo que mostra desvios ao sistema de representação proporcional. Morais propõe mudanças já para as legislativas do Outono.

Os estudos solicitados por Paulo Morais aos dois professores da UP concluem que, nas legislativas de 2001, com um círculo nacional que elegesse 11 deputados, o PSD teria menos três assentos em São Bento, o PS menos dois, o CDS menos um e o Bloco de Esquerda mais dois. O PCTP/MRPP e PAN, que não têm hoje representação parlamentar, teriam eleito cada um dois deputados. No cenário de um círculo nacional com 22 deputados, os resultados seriam ainda mais diferentes. O PSD teria menos oito parlamentares, o PS menos sete, o CDS mais quatro, a CDU mais três e o Bloco de Esquerda mais quatro. PCTP/MRPP e PAN elegeriam também dois deputados cada.

Poluição no Cais do Sodré equivalente à do porto de Hamburgo O candidato anexou à sua proposta um estudo de dois professores da Universidade do Porto. Foto: Lusa

Partículas de muito pequena dimensão entram facilmente no sistema respiratório, podendo provocar asma, bronquites e agravar problemas respiratórios já existentes.

O candidato presidencial Paulo Morais escreveu uma carta à presidente da Assembleia da República (AR) sugerindo a que se proceda a uma alteração da lei eleitoral para a AR, impondo o critério do quociente eleitoral na distribuição de mandatos e criação um círculo nacional de compensação. A tese de Paulo Morais, assente num estudo de dois professores da Universidade do Porto, é a de que o método de Hondt tem provocado desvios ao sistema de representação proporcional "previsto no artigo 288º da Constituição", o que prefigura uma violação da lei fundamental. Os dois estudos que Morais anexou à sua proposta mostram, por exemplo que nas eleições de 2011 o PSD elegeu um deputado por cada 19.992 votos, enquanto o Bloco de Esquerda necessitou de 36.115. Outro exemplo de desvio apontado é o de que PCTP/MRPP e PAN não elegeram deputados quando tiveram "mais votos do que o numero de votos por deputado de qualquer uma" das outras listas Assim, o candidato presidencial propõe que a distribuição dos mandatos pelos círculos obedeça "ao critério do quociente eleitoral e não ao método de Hondt", que deveria "ser usado apenas para a conversão de votos em mandatos". Ao mesmo tempo, Morais sugere a criação de "um círculo nacional de compensação, que permita juntar todos os votos numa única série de quocientes, corrigindo proporcionalmente a desproporção entre o número de votos e de eleitos". CDS, Bloco e CDU prejudicados

Foto: Ana Carrilho/ RR

Os níveis de poluição medidos no Cais do Sodré são idênticos aos do porto de Hamburgo, o que é pouco recomendável, segundo a Quercus. A associação ambientalista, em conjunto com a NABU, uma associação de defesa do ambiente alemã, está a avaliar a poluição nos portos de Lisboa. As medições realizadas no terminal de ferries no Cais do Sodré e no terminal dos navios de cruzeiro, em Santa Apolónia, registam valores muito elevados de poluição atmosférica. Mafalda Sousa, da Quercus, deixa os números: “Neste momento, no terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, estão dois cruzeiros atracados a receber passageiros, e estamos com níveis de 20 mil partículas por centímetro cúbico. É um valor bastante elevado, tendo em conta que para um ar considerado limpo, os níveis deveriam estar nas mil partículas por centímetro cúbico”, sublinha. Este tipo de poluição é causado por partículas de


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muito pequena dimensão e que entram facilmente no sistema respiratório. Muitas são compostas por carbono negro, uma substância considerada carcinogénica, que pode provocar asma, bronquites e agravar problemas respiratórios já existentes. Como referência, no meio da cidade de Berlim, os técnicos da NABU mediram valores de seis mil partículas por centímetro cubico. Daniel Rieger, técnico da NABU, explicou à agência Lusa que as pessoas desconhecem a qualidade do ar que respiram na cidade e a acção da associação de defesa do ambiente alemã é precisamente dar a conhecer o que acontece nos principais portos europeus através do projecto ""Clean Air Ports". "Temos equipamentos que avaliam as emissões de partículas, óxidos de enxofre e óxidos de azoto, e os valores que foram registados de poluição causada pelos dois navios aqui agora ancorados são muito superiores aos da poluição causada pelo trafego e vão no ‘fumo’ para o centro da cidade, onde as pessoas vivem e o respiram todos os dias", explicou Daniel Rieger. O especialista referiu que os resultados encontrados em Lisboa são comparáveis aos medidos em outros portos europeus com navios de cruzeiro, como Veneza, Barcelona, Bergen (Noruega) e Hamburgo (Alemanha). Tais resultados devem-se ao facto de os navios estarem a navegar com "combustíveis muito pesados e sujos, sem fazerem nada para filtrar o ar poluído". Mafalda Sousa adiantou que os dados agora recolhidos vão ser apresentados à Administração do Porto de Lisboa (APL), com sugestões e recomendações de como pode ser melhorado o desempenho deste tipo de navios.

Cada português bebe em média 11 litros de álcool por ano O vinho é a bebida mais consumida, seguido pela cerveja, com as bebidas espirituosas e outras a representarem um nível de consumo baixo, segundo o relatório da OCDE.

Foto: DR

Portugal continua a ser um dos países onde mais se

consomem bebidas alcoólicas. Em 2012 estava no nono lugar entre os 34 membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), embora tenha sido um dos que mais reduziu a quantidade consumida em 20 anos. De acordo com um relatório da OCDE sobre o consumo nocivo de álcool e o seu impacto na saúde pública, relativo ao período entre 1992 e 2012, neste último ano Portugal apresentou uma média de consumo de bebidas alcoólicas a rondar os 11 litros, quando a média se situava nos 9,1%. Esta lista é encabeçada pela Estónia, seguida pela Áustria e pela França, com consumos a rondar os 12 litros per capita. O relatório avalia igualmente o consumo de álcool em seis países não membros, mas parceiros da OCDE (Rússia, África do Sul, Brasil, China, India e Indonésia), sendo que, destes, apenas a Rússia figura também acima da média. No entanto, o mesmo documento revela que Portugal foi o quinto país que mais baixou o consumo de álcool desde 1992, com uma redução superior a 20%. Acompanham Portugal nesta descida a Grécia, a Eslovénia, a França e a Itália, esta última com uma diminuição de consumo acima dos 40%. O relatório destaca que países produtores de vinho, como Portugal, Espanha, Itália, Grécia e França, assim como Hungria, República Eslovaca e Suíça, viram o consumo per capita desta bebida cair mais de 20% desde 1990. Uma avaliação aos padrões de consumo de álcool com um ranking de 1 (comportamento de baixo risco) a 5 (o mais arriscado) - coloca Portugal no nível mais baixo (1). Este ranking baseia-se nos comportamentos que podem indiciar consumo nocivo (grandes quantidades de álcool por ocasião, frequência de consumo de bebidas em festas ou proporção de ocasiões de consumo em que ocorre embriaguez) ou o consumo de álcool associado às refeições. Portugal é precisamente um dos países em que o vinho é a bebida mais consumida, seguido pela cerveja, com as bebidas espirituosas e outras a representarem um nível de consumo baixo. O relatório analisa também a forma como as disparidades sociais estão relacionadas com episódios de forte consumo de álcool e concluiu que em Portugal os homens com maior nível de educação têm menos probabilidade de ter este tipo de consumo. Contrariamente verificou-se que são as mulheres com maior nível educacional as que estão em maior risco.


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Utente do Santa Maria queixa-se de falta de cadeiras de rodas ao fim-desemana Queixa parte da neta de um utente, de 94 anos, que teve de ser carregado em braços para fazer uma colheita de sangue. Hospital não confirma nem desmente.

O gabinete de relações públicas do Centro Hospitalar Norte não confirma, nem desmente o caso denunciado por Susana Maria Lima. À Renascença, explicou apenas que será analisada a reclamação que foi apresentada por escrito e que será dada resposta apenas à queixosa. [Notícia corrigida às 20h37]

Aumentaram as reclamações no sector da Saúde em 2014 O maior número de queixas visou os procedimentos administrativos, seguindo-se os tempos de espera e os cuidados de saúde e segurança do doente.

Foto: DR Por José Carlos Silva

Uma utente do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, queixa-se que teve de transportar o avô em braços dentro do hospital por não lhe ter sido disponibilizada uma cadeira de rodas para esse efeito no último sábado. A denúncia foi feita à Renascença por Susana Maria Lima. A queixosa diz que chegou de manhã ao hospital com o seu avô, como é seu hábito, mas pela primeira vez viu-se confrontada com a rejeição de um pedido para que fosse disponibilizada uma cadeira de rodas para o idoso de 94 anos, que para se deslocar precisa de canadianas. O hospital "estava praticamente vazio". "Tinha uma pessoa na sala de espera, o que é um achado, e não se viam cadeiras a circular", conta. "Estranhei que me tivessem dito que não havia cadeiras, estando o hospital vazio." "Então, ele teve de ir pendurado nos nossos braços bastantes metros até o local da colheita. Como ele chegou lá extremamente cansado, resolvi voltar ao balcão e perguntar se já tinham chegado, ao que me foi dito simplesmente que não." "Avisaram-me entretanto para desistir", conta. Susana foi informada por uma "pessoa dos serviços da zona de colheita, e não do balcão central", que havia "novas ordens da direcção para que as cadeiras de rodas não circulassem aos fins-de-semana". O problema acabou por ser resolvido com recurso a uma cadeira de escritório com rodas disponibilizada por uma funcionária, que ficou a trabalhar de pé. Essa mesma cadeira acabou por ser usada para conduzir o utente de volta até à saída do hospital.

Os procedimentos administrativos, os tempos de espera e os cuidados de saúde e segurança lideram as 11 mil reclamações dos utentes em 2014, primeiro ano em que a Entidade Reguladora da Saúde recebeu queixas dos sectores público e privado. De acordo com o Relatório de Actividades da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) relativo a 2014, nesse ano deram entrada neste organismo 10.948 reclamações. Em relação ao ano anterior, registou-se um aumento significativo de queixas (mais 2.788), o que se deve, em parte, ao facto deste regulador ter começado a receber, a partir do último trimestre de 2014, as exposições do sector público e privado. Até essa data, à ERS apenas chegavam as reclamações dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde do sector privado. O maior número de queixas (2.882) visou os procedimentos administrativos, seguindo-se os tempos de espera (2.385) e os cuidados de saúde e segurança do doente (2.023). Foram igualmente objecto de queixa a focalização no utente (1.227 reclamações), as questões financeiras (1.109), o acesso a cuidados de saúde (575), as instalações e serviços complementares (357). Os elogios e louvores motivaram 115 exposições que chegaram à ERS. A ERS encaminhou 331 reclamações (3,8% do total de processos terminados), as quais tiveram como destinatários principais a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Médicos Dentistas. "Em 79,6% dos casos as reclamações foram objecto de decisão final de arquivamento por a ERS ter considerado versarem sobre matéria grave ou que careciam de diligências suplementares da sua parte, sendo certo que os utentes não se manifestaram contra as alegações apresentadas pelos prestadores reclamados".


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Barragem do Tua. Queda mortal de trabalhador provocada por balde

Justiça volta a negar liberdade condicional a Carlos Cruz

O trabalhador tinha 26 anos e era natural de Sanfins do Douro, concelho de Alijó. A EDP abriu um inquérito interno.

O ex-apresentador de televisão cumpriu, em Dezembro de 2014, metade da pena, três dos seis anos a que foi condenado no âmbito do processo Casa Pia.

Foto: Lusa

O trabalhador que morreu na Barragem do Tua, em Alijó, foi vítima de uma queda provocada pelo embate de um balde de betonagem num contentor, informou fonte da EDP, que adiantou estar a decorrer um inquérito interno. Em comunicado enviado à agência Lusa, a EDP lamentou o "acidente com uma vítima mortal ocorrido na última madrugada", e que levou à suspensão da frente de trabalhos onde este ocorreu, designadamente na zona de betonagem da bacia de dissipação. O trabalhador tinha 26 anos e era natural de Sanfins do Douro, concelho de Alijó, distrito de Vila Real. A empresa explicou que a queda do trabalhador, do consórcio construtor Mota Engil/Somague/MSF, "foi provocada pelo embate de um balde de betonagem num contentor". A EDP referiu ainda que se aguardam agora os resultados da investigação em curso por parte da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). O alerta para o acidente foi dado às 6h15. Mais de mil trabalhadores na barragem A Barragem de Foz Tua está em construção entre os concelhos de Alijó, distrito de Vila Real, e Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança. Neste momento, trabalham na obra 1.050 trabalhadores. Em Maio do ano passado, um outro operário perdeu a vida na barragem do Tua, após ter sofrido uma queda em altura, de cerca de 10 metros, na operação de elevação de consolas de cofragem trepante na obra. Já em Janeiro de 2012, uma derrocada nas obras da barragem de Foz Tua provocou a morte de três trabalhadores. No mês a seguir, em Fevereiro, um rebentamento que deu origem a um deslizamento de pedras e terras provocou ferimentos em quatro trabalhadores.

Foto: Lusa

O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou um recurso de Carlos Cruz em que o apresentador de televisão, condenado no processo Casa Pia, solicitava a liberdade condicional. O recurso foi interposto depois de, em Fevereiro último, o Tribunal de Execução de Penas ter recusado o pedido de liberdade condicional de Carlos Cruz, preso no âmbito do processo Casa Pia, considerando que não interiorizou a culpa nem mostrou arrependimento, segundo disse na altura o seu advogado, lembra a agência Lusa. Ricardo Sá Fernandes referiu na altura que a juíza de execução recusou o pedido do ex-apresentador de televisão "basicamente por entender que não tinha interiorizado a culpa" dos crimes que lhe foram imputados nem mostrado arrependimento e confessado os crimes. Carlos Cruz foi ouvido a 22 de Janeiro, na cadeia da Carregueira, por uma juíza do tribunal de penas para que esta avaliasse se o ex-apresentador de televisão, que já cumprira metade da pena, podia sair em liberdade condicional. Carlos Cruz cumpriu, em Dezembro de 2014, metade da pena (três dos seis anos) a que foi condenado. O ex-apresentador de televisão já teve dois pedidos para concessão de saídas precárias, um deles no período de Natal. Durante o processo Casa Pia, a Relação alterou a pena inicial de sete anos de prisão a que Carlos Cruz tinha sido condenado na primeira instância, fixando-a em seis anos, por três crimes de abuso sexual de menores. Além de Carlos Cruz, foram condenados, neste processo, o antigo motorista da instituição, Carlos Silvino (15 anos de prisão), o médico Ferreira Dinis (sete anos de prisão), Manuel Abrantes (cinco anos e nove


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meses) e Jorge Ritto (seis anos e oito meses).

Baterista dos Jafumega condenado a prisão por fraude e burla Oliveira Marques "gizou um plano" para se apropriar de subsídios, ao abrigo de um programa nacional de auxílio à indústria, usando a empresa Reficel. O Tribunal de Albergaria-a-Velha condenou a seis anos de prisão o antigo administrador da Reficel, conhecido no meio musical como baterista da banda Jafumega. Álvaro Oliveira Marques é acusado de se ter apropriado indevidamente de mais de um milhão de euros em subsídios atribuídos à empresa. O ex-gestor estava pronunciado por um crime de fraude na obtenção de subsídio e dois crimes de burla qualificada. O colectivo de juízes deu como provada a generalidade da matéria da pronúncia e condenou Oliveira Marques a quatro anos de cadeia, por cada um dos crimes, tendo-lhe sido aplicada, em cúmulo jurídico, uma pena única de seis anos de prisão. Além desta pena, o arguido foi condenado a devolver ao Estado 1,1 milhões de euros. Um outro homem suspeito de participar no esquema foi condenado, no mesmo processo, a dois anos e nove meses de prisão, com pena suspensa, por um crime de burla qualificada, e um terceiro arguido foi absolvido de um crime de fraude na obtenção de subsídio. Arguido que "pôs e dispôs" Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente realçou o papel preponderante de Oliveira Marques, afirmando ter ficado provado que foi ele "quem assumiu a condução de todos os actos e negócios". "Pôs e dispôs do que quis e enquanto quis de tudo o que estava relacionado com a Reficel", disse. Após a leitura do acórdão, a juíza presidente dirigiu-se ao antigo gestor, único arguido presente na sessão, e lamentou que "uma pessoa considerada inteligente e sagaz" tenha usado as suas capacidades para casos desta natureza. Alguns dos investidores lesados pelo ex-administrador da Reficel, que assistiram ao julgamento, mostraram-se satisfeitos com a decisão, mas lamentaram o atraso no processo, que se arrastou durante mais de uma década. Segundo o despacho de pronúncia, a que a agência Lusa teve acesso, Oliveira Marques "gizou um plano" para se apropriar de subsídios, ao abrigo de um programa nacional de auxílio à indústria, usando a Reficel. A empresa, que veio a ser declarada falida em 2003, destinava-se à produção de pasta reciclada branqueada, aproveitando as antigas instalações da Celulose do Caima, em Albergaria-a-Velha.

Facturas referentes a consumos com mais de seis meses podem não ser pagas O aviso é da Deco, numa altura em que muitos comercializadores procedem ao acerto de consumos, fazendo chegar a casa dos consumidores facturas que podem ascender a muitas centenas de euros. A associação de defesa do consumidor Deco alerta os consumidores para o facto de não serem obrigados a pagar consumos efectuados há mais de seis meses. A associação diz que as queixas de facturas de serviços públicos essenciais (como água, luz, gás e telecomunicações) com valores elevados estão a aumentar. Esta é uma altura do ano em que muitos comercializadores aproveitam para fazer o acerto de consumos e as facturas podem ascender a muitas centenas de euros. Os consumos até podem ter sido realizados, mas a lei protege o consumidor para não ser surpreendido com valores que sejam acumulados há mais de seis meses. A jurista da Deco Ana Martins afirma que “estes consumos são devidos porque foram realizados”, mas o consumidor pode dizer que o comercializador deixou passar tempo demais para a sua cobrança e que, por isso, se opõe ao seu pagamento. O consumidor tem assim direito em pedir a prescrição dessa divida. Mas é preciso também que também cumpra a sua parte – ou seja, se receber uma carta em casa para dar a leitura ou o acesso ao contador tem de o fazer. A partir do momento em que nega esse acesso, “e caso a entidade volte a fazer nova interpelação, o consumidor pode não vir a aproveitar da prescrição”, avisa Ana Martins. No caso de ter a lei do seu lado, saiba que a prescrição da dívida de um serviço público essencial, referente a consumos com mais de seis meses, tem de ser pedida pelo titular do contrato junto da empresa, por escrito, em carta registada com aviso de recepção.


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Número de turistas chineses cresceu quase 50% em 2014 Património e compras são as principais atrações. A China tornou-se também o maior emissor de turistas, ultrapassando os Estados Unidos. O número de turistas chineses que visitaram Portugal em 2014 cresceu 49,3% para 113.200, que gastaram 54 milhões de euros, quase 20 milhões mais do que em 2013, confirmando a "aposta" do Turismo de Portugal na China. Os dados, ainda provisórios, compilados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e pelo Banco de Portugal, foram divulgados por ocasião dos seminários que o Turismo de Portugal promove esta semana em três grandes cidades chinesas. Segunda economia mundial, habitada por uma vasta população com crescente poder de compra, a China tornou-se também o maior emissor de turistas, ultrapassando os Estados Unidos da América. Cerca de 109 milhões de chineses - mais 19,5% do que em 2013 - viajaram o ano passado para fora da China continental. A maioria fica-se por Hong Kong e Macau, mas os Estados Unidos, a Europa e a Austrália atraem cada vez mais a nova classe média chinesa. Principais atracções O património histórico e as compras são as principais atracções para o crescente número de turistas chineses que visitam Portugal, indicou à agência Lusa Miguel Cymbron, director de marketing de uma das maiores cadeias hoteleiras de Lisboa. "Os chineses não vão a Portugal para ir para a praia. Nem têm tempo para isso: em média ficam apenas duas ou três noites. Normalmente entram em Portugal através de Madrid e saem também por Madrid", afirmou aquele gestor. Miguel Cymbron encontra-se na China, pela primeira vez, para participar numa série de encontros com operadores turísticos chineses, organizados esta semana pelo Turismo de Portugal em Pequim, Xangai e Cantão. "Estamos a subir mais de 20% no mercado chinês e para nós, a China já é mais importante do que os Estados Unidos", disse Cymbron acerca da sua empresa, que é proprietária de nove hotéis em Lisboa, um dos quais de cinco estrelas. Em Novembro de 2014, em Xangai, o governo português lançou uma campanha de promoção concebida especificamente para a China e centrada na imagem de "C Luo" (Cristiano Ronaldo, em chinês), a figura portuguesa mais conhecida no país.

Papa em Fátima pode trazer um milhão de peregrinos a Portugal Francisco manifestou a sua vontade de deslocar-se ao Santuário em Maio de 2017. Por Hugo Monteiro

A eventual visita do Papa Francisco a Fátima, por ocasião do centenário das aparições, poderá trazer a Portugal mais de um milhão de peregrinos. A expectativa é do presidente do Turismo do Centro para quem esta será uma boa oportunidade para promover o turismo religioso. Pedro Machado explica à Renascença que, a concretizar-se a visita, em 2017, irá superar os números de peregrinos e turistas que estiveram em Fátima em 2014. No ano passado “recebeu cerca de quatro milhões de pessoas, entre peregrinos e turistas. A eventual vinda do Papa Francisco, seguramente que vai contribuir para reforçar muito esse número. Eu acredito que possamos estar a falar em mais de um milhão de pessoas que venham a Portugal por ocasião dessa provável visita”. O presidente do Turismo do Centro diz que esta deslocação é, não só, “uma boa notícia para a comunidade católica”, como também uma oportunidade para que “Portugal possa, de forma bastante expressiva, ocupar as notícias devido a evento que arrastará muitas pessoas em todo o mundo. É uma oportunidade de afirmação da marca do Centro de Portugal e do próprio turismo religioso”, conclui. Este responsável garante que “já há pessoas que querem reservar alojamento em Fátima para 2017”. Pedro Machado deixa um apelo para que não se repita, nessa altura, o que se passa este ano, com a greve na TAP: “Se houvesse uma greve dez dias antes de Maio de 2017. Aí estaríamos a falar de uma catástrofe, quer para o turismo, quer para os peregrinos. Da mesma forma que este ano, estou convencido, que por ser na semana do 13 de Maio, há milhares de portugueses que ficaram por viajar para Portugal, porque vinham pela TAP. Que isto não se repita”. O presidente do Turismo do Centro espera que aquela que é uma notícia excepcional para Portugal, não seja “ameaçada pela falta de entendimento”.


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Apresentada imagem oficial do centenário das aparições de Fátima Imaculado Coração de Maria vai ser o símbolo dos 100 anos das aparições, que se assinalam em 2017.

Caminhos alternativos. Santuário de Fátima não tem vocação para financiar municípios Não é por falta de dinheiro que não se concluíram ainda os caminhos alternativos, e mais seguros, para se chegar a Fátima a pé, diz reitor do santuário.

Foto: Paulo Novais/Lusa Por Paula Costa Dias

O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, apresentou esta terça-feira o símbolo oficial do centenário das aparições. O Imaculado Coração de Maria foi executado tendo por base o tema do septenário das comemorações: “O meu Imaculado coração conduzir-vos-á até Deus” A peça foi feita a partir da escultura pedida a Cristina Leiria para abrir a exposição “Ser, o segredo do coração”, que no ano passado esteve patente no Convivium de Santo Agostinho. “Símbolo do amor incondicional, o coração de Maria espelha a imagem de cada um de nós, daí o pequeno espelho que se encontra na base de próprio coração. Cada um de nós se sente reflectido neste coração materno e mostra-nos o coração de Maria fazendo eco da mensagem de Fátima, a luz ténue da peça espalha a doçura do coração materno”, disse o reitor do Santuário de Fátima, em conferência de imprensa. O padre Carlos Cabecinhas apresentou também o novo número da revista “Fátima XXI”, que no caderno temático desenvolve o tema “Fátima e a comunicação social”. O padre Carlos Cabecinhas considera a temática importante, “não apenas porque vivemos numa sociedade de informação”, mas também porque a comunicação está na natureza de Fátima.

Foto: RR Por Paula Costa Dias

O reitor do santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, apelou esta terça-feira às autarquias para que colaborem na preparação de caminhos alternativos para os peregrinos. Reconhecendo que o problema não é fácil de resolver porque os peregrinos têm tendência a optar pelo caminho mais rápido, que coincide com as vias de maior tráfego automóvel, o reitor do santuário explica que tem sido feito um esforço junto das autarquias locais para preparar alternativas e que não é a falta de dinheiro que tem atrasado o processo. "Neste momento estão-se a pensar, juntamente com as soluções, também as formas de financiamento. Por isso é que digo que não é uma questão de financiamento que tem impedido o encontrar soluções", afirmou o reitor do santuário, em conferência de imprensa. A procura de "alternativas seguras para os peregrinos" começou "muito antes" do acidente que matou cinco peregrinos de Mortágua, no dia 2. "Há muito que o santuário e as autoridades estão alertados para esta realidade e por isso há muito que estamos a procurar soluções", afirma. Questionado pelos jornalistas se o próprio santuário não poderia ajudar financeiramente na criação dos percursos, o reitor disse que não e explicou porquê: "O santuário é um lugar, as ofertas dos peregrinos são, antes de mais, investidas nas melhorias para os peregrinos." "Por outro lado, queria deixar claro que não é


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vocação do santuário financiar os municípios portugueses e não é para financiar os municípios que os peregrinos deixam as suas ofertas neste lugar. É criar uma cortina de fumo levantar esta questão e lançá-la para o lado do santuário. Ao santuário não compete o ordenamento do território", afirmou.

O que significa a entronização de Nossa Senhora Aparecida em Fátima? É a primeira vez que no santuário se entroniza outra imagem que não a de Nossa Senhora de Fátima. "Gesto aproxima os católicos portugueses e brasileiros", diz padre brasileiro em Portugal.

retribuído: é a primeira vez que se entroniza uma imagem neste santuário, além da imagem de Nossa Senhora de Fátima. O que é a entronização? "O acto da entronização significa, fundamentalmente, colocar a imagem de Nossa Senhora Aparecida num lugar no santuário à veneração dos fiéis", explica o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas. "Significa que a imagem será solenemente colocada num dos acessos ao santuário para a veneração daqueles que são devotos de Nossa Senhora da Conceição Aparecida." A imagem da Aparecida é de pequenas dimensões e o santuário teve o cuidado de a colocar num sítio onde fique bem visível. O espaço encontrado ainda é provisório, mas fica junto a um dos acessos ao recinto, do lado da capelinha. Para o padre Pedro Granzotto, brasileiro de origem e pároco da Amora, na diocese de Setúbal, com esta entronização acentua-se a devoção mariana dos povos dos dois países mas também os laços entre eles. "É um gesto que aproxima os católicos portugueses e brasileiros. A Senhora Aparecida não é mais que a Imagem de Nossa Senhora da Conceição aparecida, e com certeza foi uma imagem que chegou ao Brasil a partir de Portugal. Mas o povo brasileiro e o povo português são extremamente devotos a Nossa Senhora e esta entronização vai unir ainda mais os dois povos."

Família determina opção pela fé católica O Papa beija a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, durante a sua visita ao Brasil. Foto: DR

Nove em cada dez portugueses afirma ter uma preferência religiosa. Nove em cada dez que a têm são católicos. Quase nove entre esses aponta a tradição familiar como principal razão para essa opção.

Por Filipe d'Avillez

Foi no ano de 1717 que dois pescadores encontraram nas suas redes uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça. Quando voltaram a lançar as redes ao rio Paraíba, para seu grande espanto, surgiu a cabeça da imagem. Quando o acontecimento chegou ao conhecimento da população rapidamente se estabeleceu uma grande devoção àquela que ficou conhecida como a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, ou simplesmente a Aparecida. Em 1904 a imagem tornou-se padroeira do Brasil e passa agora a ficar associada também ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima pela entronização de uma réplica da imagem original, trazida pelo arcebispo da diocese de Aparecida, o cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis. A entronização está marcada para as 18h00 desta terçafeira e antecede o início das celebrações aniversárias de Fátima, presididas este ano por D. Raymundo, que chefia uma delegação de centenas de peregrinos brasileiros. No ano passado foi entronizada uma imagem de Nossa Senhora de Fátima no Brasil, no Santuário da Aparecida. Esta terça-feira, em Fátima, o gesto é

Apesar de ser expressiva a percentagem de portugueses que se declaram religiosos, cerca de um quarto desse universo não frequenta locais de culto. Foto: DR

Nove em cada dez portugueses afirma ter uma preferência religiosa e, entre esses, a Igreja Católica reúne a preferência de 97,1% dos portugueses. O dado é de um estudo do IPAM - Marketing School, que teve por base 1.200 entrevistas telefónicas, realizadas, entre 3 de Abril e 3 de Maio, em todo o território nacional. Apesar de ser expressiva a percentagem de


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portugueses que se declaram religiosos, cerca de um quarto desse universo não frequenta locais de culto. Outro dado destacado, em declarações à Renascença, por Pedro Mendes, do IPAM - Marketing School é o de que a maioria dos católicos - cerca de 87,5% - atribui às tradições familiares a sua opção, o que "a longo prazo, poderá significar algumas mudanças", devido a alguma perda de importância "da instituição família e da tradição familiar". "A família ainda tem muita importância na sociedade", sublinha Pedro Mendes, sem deixei de lembrar, contudo, que se trata de uma instituição em mudança. O arcebispo primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, sublinha, em declarações à Renascença, que "a Igreja tem consciência desta realidade", em que o principal factor de adesão à fé católica acaba por ser a tradição, o que leva a que as diferentes dioceses estejam hoje "a trabalhar no sentido de promover uma maior consciencialização individual da fé, particularmente na catequese". D. Jorge Ortiga admite que os resultados desse trabalho podem "ainda não ser muito visíveis". Está convicto de que acabarão por ser, tanto mais que também "a pastoral familiar, apesar de todas as dificuldades, está um pouco orientada nesse sentido", o de no seio da própria família, fazer-se uma orientação "para umaa fé alicerçada em convicções pessoais". FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Cameron, a UE e a imigração

mil polacos. A opinião pública britânica começou a assustar-se. E partidos como o UKIP exploram os sentimentos anti-imigrantes. É verdade que o UKIP só elegeu agora dois deputados – mas foi o terceiro partido mais votado. Polacos, húngaros e outros já reagiram contra a intenção de Cameron de impor restrições à imigração, mesmo dentro da UE. E Merkel avisou que não admitiria restrições à livre circulação de pessoas. Este vai ser um ponto fulcral na tentativa de Cameron de renegociar a posição do seu país na UE, para depois submeter os resultados a referendo. Para já, Londres opõe-se à proposta de Juncker de quotas para receber refugiados.

Luís Amado: “Europa está em melhores condições para deixar Grécia sair do euro” Depois da última ronda de negociações difíceis entre Atenas e Bruxelas, a Renascença ouviu também o economista João Ferreira do Amaral, que defende a saída da Grécia do euro.

Calcula-se que vivam 800 mil polacos na Grã-Bretanha. O primeiro-ministro quer impor restrições à imigração e já se opôs às quotas de refugiados.

Foto: Lusa

Por Francisco Sarsfield Cabral

Após o alargamento da UE a países da antiga órbita soviética, em 2004, o governo britânico prescindiu do período transitório para a livre circulação de pessoas provenientes dos novos Estados-membros. Agora, a posição de Londres é a oposta: quer restringir a entrada de imigrantes e o acesso destes a benefícios sociais, ainda que eles venham de outros países da UE. O que mudou? Foi enorme o afluxo à Grã-Bretanha de pessoas vindas da Europa de Leste. Calcula-se que hoje vivam ali 800

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado diz que o Governo de Alexis Tsipras cometeu um erro de avaliação, porque a Europa está agora em melhores condições para deixar a Grécia sair do euro. "A posição da Zona Euro é diferente da que era há três anos e creio que houve um erro de avaliação claro por parte dos dirigentes do novo governo da Grécia em relação às suas condições para negociar um acordo que fosse mais favorável", afirma Luís Amado à Renascença, depois de concluída a nona ronda negocial com os credores europeus, na segunda-feira, mais uma vez, sem fumo branco. O economista João Ferreira do Amaral defende que a melhor solução para a Grécia seria sair do euro. Contudo, Luís Amado e Ferreira do Amaral acreditam que o país irá chegar a um acordo com os Estadosmembros.


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As negociações têm sido bastante duras, desde logo, defende o ex-ministro, porque a Grécia partiu do princípio que tinha mais poder negocial. Luís Amado lembra que Atenas não está sozinha, mas desta vez o apoio pode não ser suficiente. "Os aliados europeus estão na Zona Euro a fazer tudo o que é possível para evitar uma situação de acidente financeiro que a saída da Grécia precipitaria", diz o exministro de José Sócrates. "Os estados, claro, não têm nenhum interesse em que a Grécia saia, mas as coisas são como são e a dinâmica dos acontecimentos pode de facto precipitar uma situação em que não haja alternativa", conclui. Luís Amado ainda acredita num acordo de última hora, com implicações políticas. João Ferreira do Amaral aponta para um acordo, mas avisa que não vai resolver os problemas da Grécia, que, diz, ficaria melhor fora do euro.

Conselho para os Refugiados critica quotas de refugiados na Europa Presidente da organização portuguesa não entende as medidas de Bruxelas e mostra-se apreensiva no que toca à solução encontrada para acabar com as redes de tráfico de pessoas.

preocupação esta iniciativa do combate às redes de tráfico através da destruição das embarcações dos traficantes, porque é uma prova de força que em nada irá resolver o fundo da questão”. No entender de Teresa Tito de Morais, a preocupação central da Comissão Europeia deveria ser a certeza de que não haver mais mortes no Mediterrâneo. “Por outro lado, é também importante constituírem-se canais de imigração regular, em que as pessoas não tenham necessidade de atravessar o Mar Mediterrâneo para pedir protecção na Europa. E, por último, pareceme que um sistema comum de asilo construído na base da solidariedade e na partilha de responsabilidades é importantíssimo que seja impulsionado e respeitado”, acrescenta. Esta quarta-feira, a Comissão Europeia apresenta o seu plano estratégico para a migração, que inclui um sistema de redistribuição de imigrantes pelos Estadosmembros.

Helicóptero americano desaparece no Nepal A bordo seguiam seis “marines” norteamericanos e dois soldados nepaleses, avança fonte do Pentágono.

Imagem de arquivo do "heli" desaparecido. Foto: EPA

Plano de Bruxelas não agrada ao Conselho Português para os Refugiados. Foto: Yannis Kolesidis/EPA

O Conselho Português para os Refugiados não concorda com a criação de quotas de refugiados, defendida pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker. “Não se entende muito bem como é que [as quotas] irão ser implementadas. Fala-se que têm a ver com o Produto Interno Bruto de cada país e a taxa de desemprego também, mas parece-nos um pouco vago e se corresponde às necessidades que temos pela frente”, afirma à Renascença a presidente do Conselho, Teresa Tito Morais. A responsável manifesta-se também contra a possibilidade da adopção de acções militares para travar as redes de tráfico. “Merece-me alguma

Um helicóptero militar norte-americano desapareceu esta terça-feira no Nepal, com oito pessoas a bordo. O aparelho participava nas operações de ajuda humanitária nas zonas atingidas pelos tremores de terra das últimas semanas no Nepal. A bordo seguiam seis “marines” norte-americanos e dois soldados nepaleses, avança fonte do Pentágono. As buscas aéreas foram suspensas com o cair da noite, mas os esforços para tentar encontrar o helicóptero continua por terra. O helicóptero militar norte-americano desapareceu no dia em que o Nepal voltou a ser sacudido por um tremor de terra de 7,3 graus na escala de Richter. O sismo desta terça-feira provocou, pelo menos, 49 mortos no Nepal e 17 na Índia e no Tibete. O Nepal ainda está a recuperar do abalo registado a 25 de Abril, que provocou a morte a oito mil pessoas, milhares de feridos e desalojados.


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Terceiro blogger secularista morto à catanada no Bangladesh Ananta Bijoy junta-se a Avijit Roy e Washiqur Rahman. Os três homens foram mortos por defenderem a liberdade de religião e a tolerância num país onde o fundamentalismo é uma ameaça.

Comboio descarrila em Filadélfia. Cinco mortos “Uma mala enorme, vermelha, veio a voar até mim. A nossa carruagem estava tombada de lado, a mala bateu-me no peito e empurrou-me”, relata uma passageira. Presidente da Câmara descreve o cenário no local como “absoluto desastre e confusão”. Desconhecem-se ainda as causas do acidente. Por João Cunha

Um polícia inspecciona o local onde foi assassinado o blogger Ananta Bijoy Das. Foto: EPA

Um homem foi morto à catanada esta terça-feira no Bangladesh, por quatro atacantes encapuzados. Ananta Bijoy Das tinha 33 anos e era autor de um blogue em que defendia o secularismo, criticando o fundamentalismo islâmico. Com este ataque sobe para três o número de bloggers secularistas assassinados no Bangladesh no espaço de três meses. O primeiro caso registou-se em Fevereiro e vitimou Avijit Roy, um activista sedeado nos Estados Unidos que foi morto durante uma visita ao Bangladesh. Em Março um novo caso deixou sem vida Washiqur Rahman, que entre outras coisas tinha manifestado a sua revolta pela morte de Roy. Os ataques a bloggers que advogam o secularismo têm sido reivindicados por grupos fundamentalistas islâmicos, nomeadamente a Al-Qaeda no Subcontinente Asiático.

Cinco mortos e mais de 50 feridos, alguns dos quais com gravidade, é o resultado provisório do descarrilamento de um comboio a norte de Filadélfia, nos Estados Unidos, esta quarta-feira de madrugada. “Neste comboio seguiam 243 pessoas, cinco deles funcionários da Amtrak. Infelizmente, podemos confirmar pelo menos a morte de cinco pessoas”, afirma o presidente da Câmara de Filadélfia, Michael Nutter. “Seis carruagens e a locomotiva estão viradas ao contrário, tombadas, mas mesmo assim, a maioria dos passageiros conseguiu sair pelo seu próprio pé do comboio. Estive junto do local. É um absoluto desastre e confusão. Nunca vi nada assim na minha vida”, acrescenta. O comboio tinha saído de Washington e seguia em direcção a Nova Iorque. Joan Elfman, uma das passageiras que conseguiu sair pelo próprio pé da carruagem onde seguia, descreveu à televisão norte-americana CNN o que se passou: “Uma mala enorme, vermelha, veio a voar até mim. A nossa carruagem estava tombada de lado, a mala bateu-me no peito e empurrou-me”. “Sou enfermeira e creio que tenho algumas costelas partidas. Tentei ajudar os muitos feridos que estavam no comboio. O meu filho voltou e ajudou-os a sair. Havia uma pequena abertura numa das portas e nós conseguimos sair”, relatou ainda. As operações de socorro prosseguem junto às composições. A causa do descarrilamento é ainda desconhecida. Esta manhã, uma equipa da Autoridade norte-americana para a Segurança nos Transportes desloca-se ao local do acidente, para ajudar a apurar as razões. A Amtrack – empresa que garante as ligações ferroviárias nos Estados Unidos – suspendeu entretanto as ligações entre Filadélfia e Nova Iorque, até que estejam concluídas as operações de socorro e que a linha esteja desimpedida. Este é mais um acidente a juntar-se a outros que têm ocorrido nos Estados Unidos no último ano. A 21 de Março, 20 pessoas ficaram feridas quando o comboio em que seguiam chocou com um automóvel que atravessava uma passagem de nível. Um mês antes, uma pessoa morreu e 50 ficaram feridas num acidente idêntico.


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[Notícia actualizada às 8h15, com declarações de uma passageira e vídeo do acidente]

Dinamarca quer acabar de vez com as notas e moedas

Bicampeão mundial de cálculo mental é português O estudante João Bento resolveu as 15 quações que lhe foram apresentadas em 33,66 segundos.

País já lidera na utilização de formas de pagamento electrónico. As mudanças devem começar em 2016.

Foto: DR

Ilustração: Freepik

A Dinamarca quer ser o primeiro país a acabar com o dinheiro físico. O país já é um dos líderes da União Europeia na utilização de meios electrónicos de pagamento, mas agora o objectivo é acabar mesmo com as notas e moedas. As mudanças devem começar no próximo ano. Os primeiros sectores a adoptar a medida vão ser os restaurantes, postos de gasolina e lojas de roupas, que deixam de ser obrigados a aceitar dinheiro vivo. A Dinamarca pretende diminuir os custos e aumentar a segurança e a produtividade dos negócios, sendo que actualmente um em cada três dinamarqueses utiliza o MobilePay, uma aplicação para transferências financeiras através de telemóveis. Esta é uma medida que não está isenta de críticas. Há quem tema que o aumento de utilização de meios electrónicos leve a um maior risco de fraudes, sublinhando que ao longo da última década estes casos duplicaram. Já o líder do Banco Central Alemão, Carl-Ludwig Thiele, invocou várias razões para se manter o dinheiro em moeda e em notas, incluindo uma citação de Dostoyevsky. Em 1861, o escritor russo afirmou: "O dinheiro é a liberdade cunhada".

João Silva Bento, 13 anos, estudante do 7º ano na Escola Secundária Manuel Fernandes, em Abrantes, sagrou-se campeão mundial de cálculo mental pelo segundo ano consecutivo, tendo obtido o recorde mundial da prova deste ano. Num ano em que Portugal ficou em primeiro lugar na geral do SuperTmatic - concurso de cálculo mental com jogo de cartas destinado ao treino das operações básicas da Matemática -, e com vários estudantes lusos a conquistarem posições cimeiras nos diversos escalões etários, João Bento conquistou o 1º lugar no seu escalão e o melhor tempo mundial, com um tempo de resolução de 33,66 segundos às 15 equações que lhe foram apresentadas. "Estou muito feliz porque consegui o meu objectivo, que era o de melhorar o tempo do ano passado, e reduzi esse tempo de resposta de 42,5 para os 33,6. Foi muito bom e foi mesmo o melhor tempo mundial, de entre todos os participantes da edição deste ano", disse à agência Lusa o jovem estudante da escola secundária de Abrantes, resultado que atribuiu ao "trabalho e ao treino". João Bento, residente em Alferrarede, no concelho de Abrantes, teve um tempo médio de resposta às 15 perguntas de 2 segundos e 22 milésimos de segundo, totalizando 33,6 segundos, recorde mundial em todos os escalões da competição. O segundo classificado do seu escalão ficou a uma distância de 12 segundos, tendo obtido o tempo de 46,2 segundos. O 10.º classificado, um britânico, demorou 51:37 segundos a resolver mentalmente os problemas matemáticos apresentados no concurso. "A vitória do ano passado deu-me estímulo para fazer mais exercícios e treinei mais para esta edição do que para o do ano passado. Mas 12 segundos de diferença é muito tempo, sim", destacou João Bento. "Desde pequeno que demonstrava ter esta capacidade inata" A notícia foi confirmada na noite de segunda-feira, 11


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de Maio, no site da Eudactica, uma editora de materiais didácticos dedicados a estimular a agilidade mental e o desenvolvimento cognitivo, de acordo com a própria empresa. A organizadora do evento mundial disponibilizou na sua página na internet a classificação parcial da competição, tendo divulgado a classificação dos primeiros 20 países no concurso SuperTmatik 2014/2015, e a classificação dos 10 melhores alunos de cada escalão. A competição relativa aos Campeonatos SuperTmatik, que decorrem anualmente e online, envolveu no ano passado 36.725 finalistas de 61 nacionalidades diferentes, tendo o estudante português, João Bento, conquistado o 1º lugar no seu escalão, com um tempo de resolução de 42,5 segundos às 15 equações que lhe foram apresentadas. "O João Bento tem uma velocidade cálculo mental inacreditável, desde pequeno que demonstrava ter esta capacidade, que é inata", disse à Lusa o pai de João Bento, Jorge Bento, tendo observado que o seu filho "é um aluno mediano, um pouco nervoso, mas muito metódico". À espera do convite do Presidente "Obter o recorde da prova em todos os escalões e dar 12 segundos de avanço ao segundo classificado do seu escalão, é revelador do seu potencial. Este ano trabalhou mais, preparou-se melhor, e obteve este resultado fantástico. É inacreditável e estou muito satisfeito, por ele, mas ao mesmo tempo algo apreensivo, porque não sei quem o possa ajudar a ir mais além", contou. "É um caso muito sério e acho que preciso de ajuda, de ir à procura de alguém que o possa direccionar para ele poder continuar a evoluir", disse ainda o pai do jovem campeão do cálculo mental. A vitória no ano passado deu a João Bento um troféu de cristal e a possibilidade de jantar com o Presidente da República, Cavaco Silva, a convite deste. "O jantar foi bom. Se me convidar, vou outra vez", antecipou o campeão.

O primeiro prémio do concurso desta terça-feira do Euromilhões, superior a 47 milhões de euros, vai para um único apostador que registou o boletim no estrangeiro, indica o departamento de jogos da Santa Casa da Misericórdia. O segundo prémio vai ser distribuído por seis apostadores, que registaram todos o boletim no estrangeiro, que vão receber, cada um, mais de 180 mil euros. Com o terceiro prémio foram apurados três apostadores, nenhum dos quais em Portugal, cabendo a cada um mais de 120 mil euros. O quarto prémio vai ser distribuído por 36 apostadores, sete dos quais em Portugal, que vão receber, cada um, cerca de 5.000 euros. A combinação vencedora do concurso 38/2015 do Euromilhões, sorteada esta terça-feira, é composta pelos números 14 - 29 - 30 - 40 - 46 e pelas estrelas 3 e 6. LIGA DOS CAMPEÕES

Estoicismo bávaro não chegou. Barça na final da Champions Bayern 3-2 Barcelona. Final da Liga dos Campeões para uma equipa cujo estado de graça parece não ter fim. Apesar da derrota, fou uma demonstração de tranquilidade dos catalães, sob alta pressão. Real Madrid ou Juventus possíveis adversários a 6 de Junho, em Berlim.

Euromilhões sai fora de Portugal Apostador com boletim registado no estrangeiro arrecada "jackpot" superior a 47 milhões de euros. Êxtase de Luis Enrique [à esquerda] e dos jogadores catalães aquando do segundo golo de Neymar

O Barcelona confirmou aquilo que estava praticamente escrito nas estrelas e apurou-se para a final da Liga dos Campeões. Esta terça-feira, a equipa catalã até perdeu com o Bayern Munique, na Baviera, por 3-2, mas o saldo acabou por ser positivo, face ao avassalador 3-0 aplicado aos germânicos na primeira mão (5-3 no conjunto das duas mãos). Estatisticamente, nem se pode dizer que os "culé" foram superiores. Nem era previsível que o fossem, mas a capacidade de gestão dos homens de Luis Enrique revelou-se perfeita, num contexto relativamente desfavorável e sob alta pressão de segurar a "gorda"


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vantagem trazida de Camp Nou. Para início de conversa, a noite até começou de feição para o "feiticeiro" que lançou o "feitiço" do "tiki-taka" no seio do Barça. Logo aos 7', Benatia deu a Pep Guardiola motivos de regozijo, mas sobretudo de crença de que a "remontada" era possível. O Bayern assumia as rédeas do encontro, mantinha a posse de bola e conseguia ludibriar as cores "blaugrana". Até aos 15'. Guardiola dizia, na projecção do jogo, que o Barcelona era a melhor equipa do mundo no contra-ataque. Dito e feito. Suárez surge na área, com espaço, assistindo Neymar para o empate que começava a desfazer o castelo de areia erguido pelos bávaros. Antes da meia-hora inicial de jogo (29'), lá estava Neymar a consumar a reviravolta no marcador, batendo o desamparado Neuer e assinando o "bis" no desafio. Lewandowski e Muller com os derradeiros suspirosOra, a partir desse momento, o Bayern precisaria de cinco golos para dar a volta à eliminatória. E ainda marcou mais dois. Já lá vamos. Antes, o sinal decisivo de que a queda do Bayern nas meias-finais da Liga Milionária seria uma realidade surgiu aos 40', quando Ter Stegen tirou uma bola rematada por Lewandowski em cima da linha de golo, após uma defesa inicial incompleta. De novo, o destino a fazer das suas. Na etapa complementar, o ritmo acabou por ser totalmente diferente. Mesmo assim, ainda houve "remontada" parcial, com golos de Lewandowski (59') e Muller (74') a ditarem a insuficiente vitória dos comandados de Guardiola. A 6 de Junho, o Barcelona regressará a uma final da Champions. Quatro anos depois, os líderes da Liga Espanhola e finalistas da Taça do Rei marcarão presença numa decisão da principal prova de clubes da Europa, marcada para o Estádio Olímpico de Berlim. Real Madrid ou Juventus serão os adversários do Barça.

BRUNO DE CARVALHO

"Ainda não acertaram em nenhum jogador apontado ao Sporting" Presidente leonino reage às notícias que dão conta da procura do clube por reforços para a nova temporada e garante que o Sporting não tem interesse em vender qualquer jogador do actual plantel.

Bruno de Carvalho está agastado com as notícias que dão conta de uma entrada a toda a velocidade do Sporting no mercado de transferências, tendo em vista o reforço da equipa principal de futebol na próxima época. Pelas contas do presidente leonino, "foram falados mais de 27 jogadores para o Sporting e, no fim, o Sporting perde os jogadores todos". E, desses 27, a comunicação social não terá acertado num único nome que estará nas cogitações do clube. "Posso dizer, que desses 27, não acertaram em nenhum", garantiu Bruno de Carvalho, em entrevista à SportingTV, ironizando, em sentido contrário, com a saída de vários dos actuais activos do plantel verde e branco. "Depois, há a saída de todos os jogadores. No próximo ano, devo jogar eu, que ainda não saí. Quer dizer, já se falou disso...", atirou, com um sorriso à mistura. Neste prisma, Bruno de Carvalho deixou, então, uma garantia expressa: "O Sporting não quer vender jogador nenhum jogador".


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REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

As contas de Bruno

Foto: DR

O diário Record faz manchete com a entrevista do presidente do Sporting ao canal televisivo do clube. "Palavra de Bruno" é o título, que encima vários destaques, entre eles aquele que está no topo da primeira página de A Bola: "Não sei que orçamento vou ter na próxima época". O jornal do Bairro Alto disponibiliza, contudo, maior espaço para o avançado do Benfica Jonas. "Benfica por muitos anos" é o título. No diário O Jogo, destaque para a estatística de Julen Lopetegui no FC Porto. "Segunda volta pode ser recorde", escreve o jornal. Na edição Sul, O Jogo dá espaço ao Sporting. "Labyad é aposta até 2020" é o título. De volta ao Record, mais um nome para a lista de reforços do Benfica: "Jhon Murillo na mira". RIBEIRO CRISTÓVÃO

Objectivo atingido O jogo de Munique não trouxe consigo surpresas de monta. Os alemães venceram e o Barcelona tem agora de esperar algumas horas para saber que adversário lhe caberá no dia 6 de Junho: Real Madrid ou Juventus, os protagonistas desta noite.

Por Ribeiro Cristóvão

Está encontrado o primeiro finalista da presente edição da Liga dos Campeões.

Com bilhete já assegurado para Berlim, o Barcelona tem agora de esperar apenas algumas horas para ficar a saber que adversário lhe caberá defrontar no próximo dia 6 de Junho, se Real Madrid ou Juventus, os protagonistas de logo à noite no Santigo Barnabéu. O jogo de Munique não trouxe consigo surpresas de monta. Os alemães venceram, como se esperava, mas a equipa espanhola foi capaz de saber guardar a vantagem arrecadada em Barcelona há uma semana, garantindo assim um apuramento alcançado sem quaisquer reticências. Não foi o jogo louco que Luiz Henrique temia, mesmo tendo em conta o começo do Bayern marcado por uma intensidade que acabou por ser coroada por um golo temporão. Mas, quando alguns minutos depois Neymar assinou o primeiro dos seus dois golos da noite, empatando a partida, esta ficou sentenciada. O segundo golo do astro brasileiro, ainda na primeira parte, não foi mais do que o golpe final de um cutelo catalão que acabou com todas as probabilidades de resistência. Pep Guardiola fica assim pelo caminho sem chegar à almejada final, ficando agora à espera das reacções que não deixarão de chegar da parte dos históricos bávaros, muitos dos quais se têm mostrado críticos do treinador espanhol. Hoje é outro grande dia. Real Madrid e Juventus estão perante a soberana oportunidade de partilhar também, no grande palco de Berlim, a felicidade de estar na grande final. Não sendo de arriscar um só vaticínio, esperamos todos que Cristiano Ronaldo volte a estar à altura das exigências do jogo, confirmando a sua condição de indiscutível melhor jogador do mundo.


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JOSÉ ISIDRO LOBO

“Que festejem no Marquês, que é a casa deles” O presidente da assembleia-geral do Vitória de Guimarães, José Isidro Lobo, desaconselha os benfiquistas a transportar para as ruas da cidade os festejos de uma eventual conquista do título.

acompanhamento em rr.sapo.pt. PRIMEIRA LIGA

Vitória-Benfica. Soares Dias no "jogo do título" Árbitro da AF Porto designado para a partida que pode dar o bicampeonato aos encarnados. Portuense Rui Costa no Belenenses-FC Porto. Carlos Xistra no Sporting-Braga. Jornada 33 realiza-se na íntegra a partir das 18h00 de domingo.

Isidro Lobo recorda que os adeptos do Vitória também festejaram conquista da Taça de Portugal em sua casa e não na de outros. Foto: DR Por Luís Aresta

O presidente da Assembleia Geral do Vitória recomenda aos benfiquistas que guardem a festa para o Marquês e não se excedam em festejos na cidade de Guimarães, caso a equipa encarnada se sagre bicampeã nacional, no domingo. José Isidro Lobo está convicto de que o Vitória vai adiar a festa do Benfica para a última jornada, mas, caso tal não aconteça, será bom que os benfiquistas sejam comedidos nos festejos. Ir festejar o título para a Praça do Toural seria um risco. “Acho que seria complicado. Que festejem à saída do estádio, tudo bem, mas na cidade não. Aqui há vitorianos, nem sequer há uma Casa do Benfica. Quando ganhámos a Taça viemos para nossa casa comemorar às três da manhã, quando chegou a equipa. O Marquês é a casa deles, é lá que devem festejar”, sublinha Isidro Lobo, que pede contenção aos adeptos e às claques das duas equipas. Vitória já ganhou pontos a FC Porto e Sporting Esta época, o Vitória já subtraiu pontos aos outros dois grandes. O Porto empatou (1-1) na cidade-berço, a mesma de onde o Sporting saiu derrotado por expressivos 3-0. Nesta entrevista a Bola Branca, o presidente da Assembleia Geral do Vitória mostra-se convicto de que os minhotos têm condições para adiar a festa benfiquista. “O Vitória vai fazer frente ao Benfica com toda a dignidade e saber. Os últimos jogos reveleram uma equipa diferente para melhor e isso vai ser demonstrado contra o Benfica”, conclui. O Vitória de Guimarães-Benfica, referente à penúltima jornada do campeonato, disputa-se no domingo, às 18h00. Jogo com relato na Renascença e

O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) divulgou, esta terça-feira, o quadro de nomeações para a 33ª jornada da Primeira Liga, que se realiza na íntegra a partir das 18h00 de domingo. O portuense Artur Soares Dias estará no denominado "jogo do título", entre Vitória de Guimarães e Benfica, sendo auxiliado por Rui Licínio e Álvaro Mesquita. Em caso de triunfo, os encarnados confirmam a conquista do bicampeonato. Para o Belenenses-FC Porto, igualmente com repercussão nas contas do título de campeão e na qualificação para a Liga Europa, o juiz nomeado é Rui Costa, igualmente da AF Porto. Já no Sporting-Sporting de Braga estará Carlos Xistra (AF Castelo Branco). Primeira LigaJornada 33 Domingo, 17 de Maio de 201518h00Paços de FerreiraAcadémica, Nuno Almeida (AF Algarve)Vitória de Setúbal-Arouca, Jorge Sousa (AF Porto)Vitória de Guimarães-Benfica, Artur Soares Dias (AF Porto)Sporting-Sporting de Braga, Carlos Xistra (AF Castelo Branco)Moreirense-Estoril, Marco Ferreira (AF Madeira)Penafiel-Gil Vicente, Duarte Gomes (AF Lisboa)Belenenses-FC Porto, Rui Costa (AF Porto)Boavista-Nacional, Vasco Santos (AF Porto)Marítimo-Rio Ave, Cosme Machado (AF Braga)


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PRIMEIRA LIGA

FRANÇA

Samaris e Casemiro ausentes da jornada que pode dar título

Mónaco renova com Jardim até 2019

Confira o mapa de castigos da 32ª jornada da Primeira Liga.

O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) divulgou, esta terça-feira, o mapa de castigos da jornada 32 da Primeira Liga. Andreas Samaris (Benfica) e Casemiro (FC Porto) são apenas dois dos quinze castigados por um jogo e que irão falhar a próxima ronda. No caso específico do médio grego, estará ausente do jogo com o Vitória de Guimarães que, em caso de vitória encarnada, ditará o bicampeonato para a sua equipa. Em igual medida, os vimaranenses Bernard e Cafú também não vão a jogo no Estádio D. Afonso Henriques. Quanto ao brasileiro, não estará presente no duelo com o Belenenses, no Restelo. Para além dos quatro nomes acima enunciados, também Cadu (Gil Vicente), Prince (Rio Ave), Marvin (Rio Ave), Lionn (Rio Ave), Rui Fonte (Belenenses), Rabiola (Penafiel), Samaris (Benfica), Baiano (Sporting de Braga), Sebá (Estoril), Diogo Amado (Estoril), Pedro Queirós (Vitória de Setúbal) e François (Vitória de Setúbal) falham a 33ª jornada da Primeira Liga.

Voto de confiança reforçado nas qualidades do técnico português. Leonardo Jardim prolonga vínculo e antecipa: "O melhor está para vir".

Leonardo Jardim passa a estar vinculado ao Mónaco por mais três épocas

O Mónaco anunciou, esta terça-feira, a renovação de contrato com Leonardo Jardim até ao Verão de 2019, prolongando o vínculo ao clube francês por mais três temporadas. Em declarações ao site oficial dos monegascos, o técnico português salientou o "sinal de confiança do clube e dos seus dirigentes" relativamente à sua continuidade. "Estou muito contente por ter renovado contrato com o Mónaco. É um sinal de confiança do clube e dos seus dirigentes. Trabalhámos no duro, esta época, para colocar em prática o nosso novo projecto. Estou convencido de que o melhor está para vir. Temos muitos jovens de qualidade na equipa e devemos continuar o trabalho realizado esta época. O clube é ambicioso e eu também", afirmou o ex-técnico do Sporting. Vadim Vasilyev, vice-presidente do Mónaco, destacou a importância, para o emblema do Principado, da manutenção de Leonardo Jardim no comando técnico da equipa. "Com a sua equipa técnica, fez um trabalho notável esta temporada, conseguindo bons resultados na Ligue 1 e na Liga dos Campeões", argumentou. Mesmo com um plantel recheado de opções teoricamente inferiores às de outros emblemas de topo da Ligue 1, o Mónaco está no terceiro lugar do campeonato, à frente do Marselha e somente atrás do Olympique Lyon e do líder PSG. Na Liga dos Campeões, eliminou o Arsenal, com surpresa, chegando aos quartos-de-final, fase na qual haveria de ser afastado pela Juventus.


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Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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