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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Segunda-feira, 13-04-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

Turquia "desapontada" com palavras do Papa Nigéria. Mais de 800 mil crianças fugiram de casa para não morrer Hillary Clinton volta a tentar chegar à Casa Branca

Combustíveis mais baratos estão a chegar a todos os postos Deco recebeu mais PS não tem de 7.300 pedidos alternativa a apoiar de ajuda de Sampaio da Nóvoa famílias sobreendividadas MARCELO REBELO DE SOUSA

Falta de médicos “Ponto de viragem” de família. Acordo entre EUA e Cuba com IPSS será fechado até ao fim do mês

MANUEL PINTO

Candidatos presidenciais e "show bizz" mediático Sonho angolano terminou para Mário. Maria luta para ficar


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Turquia "desapontada" com palavras do Papa

Hillary Clinton volta a tentar chegar à Casa Branca

Francisco considera que o massacre dos cristãos arménios foi o "primeiro genocídio do século XX".

Anúncio oficial este domingo, através das redes sociais.

Papa durante a missa pelos arménios massacrados há um século. Foto: EPA

O Governo turco mostra-se “desapontado” com as palavras do Papa Francisco, que este domingo apelidou de genocídio o massacre de cristãos arménios há um século. A posição das autoridades de Ancara foi transmitida ao núncio apostólico, que foi convocado após as declarações do Papa durante uma missa em memória dos arménios massacrados. A Turquia “lamenta profundamente” as palavras de Francisco e mostra-se “desapontada”, de acordo com fonte oficial citada pela agência Reuters. O Governo de Ancara diz-se “surpreendido”. Sublinha que a versão de genocídio da população arménio por soldados do império otomano, entre 1915 e 1917, nunca foi confirmada pelos tribunais internacionais. Os comentários do Papa causaram um “problema de confiança” entre a Turquia e o Vaticano, afirma fonte oficial turca.

Agora é oficial. Hillary Clinton é candidata a candidata pelo partido Democrata à Casa Branca em 2016. "Vou concorrer à presidência". Numa mensagem deixada no seu site oficial, a exprimeira dama, ex-secretária de estado, ex-senadora e candidata a candidata presidencial em 2008 volta a entrar na corrida presidencial. “Todos os dias os norte-americanos precisam de um campeão. Eu quero ser esse campeão”, diz a mulher do antigo presidente Clinton. Os norte-americanos lutaram para sair de tempos económicos difíceis, mas os que mais têm continuam a ser os mais favorecidos. Todos os dias os americanos precisam de um campeão e eu quero ser esse campeão e vocês podem fazer mais do que cruzar os braços: podem assumir a dianteira e permanecer na frente porque quando as famílias são fortes a América é forte", disse. Hillary Clinton é a primeira candidata democrata à sucessão de Barack Obama. O lado republicano já tem dois candidatos: Ted Cruz e Rand Paul. As eleições presidenciais estão marcadas para a primeira terça-feira de Novembro de 2016.


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Aproveite hoje que amanhã já chove A temperatura máxima vai manter-se alta, mas a chuva vai voltar a quase todo o país, deixando a Madeira, já a partir desta segunda-feira, sob aviso amarelo.

O distrito de Faro vai estar sob aviso amarelo, devido à previsão de agitação marítima forte, entre as 6h00 e as 15h00. As ondas, de sueste, vão variar entre os dois e 2,5 metros. As temperaturas vão manter-se amenas, com as máximas a ultrapassar os 20 graus e as mínimas a não baixar dos 11, com excepção de Bragança, onde baixam aos nove. Nas ilhas, o céu vai estar muito nublado, mas a chuva só deve cair em Santa Cruz (Açores).

Combustíveis mais baratos estão a chegar a todos os postos Legislação que generaliza gasolina e gasóleo simples entra em vigor na próxima semana. Foto: DR

O dia acorda pouco nublado ou mesmo sem nuvens, esta segunda-feira, mas a nebulosidade vai aumentando nas regiões do interior durante a tarde, podendo mesmo ocorrer alguns aguaceiros fracos e dispersos na região Norte. Está também previsto vento fraco a moderado, mais intenso no Algarve e nas terras altas, e uma pequena subida da temperatura, mínima e máxima. Em Lisboa, o termómetro vai oscilar entre os 14 e os 25 graus, no Porto entre os 13 e os 26, em Vila Real entre os 11 e os 25, em Bragança entre os 9 e os 24, em Viseu entre os 10 e os 24, em Coimbra entre os 14 e os 26, em Castelo Branco entre os 12 e os 24, na Guarda entre os 8 e os 20, em Évora entre os 10 e os 25, em Beja entre os 12 e os 26 e em Faro entre os 13 e os 21 graus. No arquipélago da Madeira, a previsão de chuva por vezes fortes e acompanhada de trovoada levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a emitir um aviso amarelo entre as 5h00 e as 16h00. Na Madeira, o céu deverá estar geralmente muito nublado, com períodos de chuva a partir do início da manhã, diminuindo de intensidade e de frequência a partir do final da tarde. Está também previsto vento fraco a moderado do quadrante sul, soprando temporariamente moderado a forte nas zonas montanhosas. No Funchal, as temperaturas vão variar entre 14 e 17 graus. Nos Açores, o céu está nublado, mas com boas abertas e o vento sopra moderado, mas com tendência a diminuir de intensidade ao longo do dia. No grupo Oriental, estão previstos aguaceiros fracos durante a madrugada e manhã. As temperaturas vão variar entre os 10 e os 16 graus. Chuva instala-se na terça-feira O dia de terça-feira vai amanhecer com algumas nuvens, que se vão tornando mais escuras ao longo da manhã. A chuva vai instalar-se em quase todo o território continental, com excepção da região Norte, onde o sol vai andar escondido.

Foto: DR

Os postos de abastecimento vão passar a vender combustíveis simples, ou seja, gasóleo e gasolina sem aditivos e por isso mais baratos a partir da próxima quinta-feira, sem que se saiba ainda qual será a poupança para os consumidores. Contactadas pela agência Lusa, as petrolíferas a operar em Portugal escusam-se a explicar como é que vão por em prática a lei nº. 6/2015, publicada no dia 16 de Janeiro, e que obriga todos os postos de combustível do território continental a disponibilizar combustíveis simples, mas dizem que o diploma, aprovado por unanimidade, será cumprido. Também a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), que representa petrolíferas como a Galp, a BP, a Repsol ou a Cepsa, se recusou a falar da legislação na semana anterior à sua entrada em vigor, recordando apenas o seu "desacordo". Aquando da discussão da proposta legislativa, a Apetro alertou para o facto da redução de preços não ser a apregoada, dada a impossibilidade de as petrolíferas praticarem preços próximos dos postos das grandes superfícies, uma vez que são modelos de negócio diferentes, com níveis de serviço distintos. A uma semana da entrada em vigor da lei, desconhece-se os preços ou a estratégica comercial que as marcas vão seguir para fazer cumprir a lei, sendo que em muitos postos algumas mangueiras dos


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produtos “premium” - os mais aditivados e mais caros estão há vários dias fora de serviço para serem substituídos pelos combustíveis simples, constatou a Lusa. Fonte oficial da Galp limitou-se a dizer que a petrolífera "vai respeitar a lei" nos seus 715 postos de abastecimento em Portugal. Já em Fevereiro, o presidente da empresa, Ferreira de Oliveira, dizia ter "equipa a trabalhar" para cumprir a legislação, admitindo a possibilidade de contestar o diploma nos tribunais. "Temos que tirar a nossa gama de produtos para por lá uma gama que o Governo nos impõe num mercado que está totalmente livre", disse o presidente da petrolífera, adiantando que a Galp trocará os seus produtos aditivados pelos simples, uma vez que as atuais circunstâncias impedem o investimento em mais tanques e bombas. Também a BP garantiu que está preparada para cumprir a lei, partir de 16 de Abril, nos seus 350 postos de abastecimento em Portugal. "No decorrer deste processo, estamos comprometidos em manter a qualidade reconhecida dos nossos produtos. Neste momento, no âmbito da estratégia comercial não é possível dar mais informação", adiantou fonte oficial da BP. A Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), que terá a missão de fiscalizar o cumprimento do novo diploma, explicou que a lei dos combustíveis simples não coloca quaisquer restrições à comercialização de combustíveis aditivados, contudo, e como forma de salvaguardar o direito de informação aos consumidores, os postos estão obrigados a indicar o tipo de aditivos incorporados nos combustíveis. Os postos estão ainda obrigados a identificar claramente as mangueiras que fornecem os designados combustíveis simples, por forma a possibilitar ao consumidor optar por este combustível, em princípio mais barato do que os aditivados. Em Dezembro, quando o decreto-lei foi aprovado, o ministro da Energia, Moreira da Silva, defendeu que a nova legislação "reforça a liberdade de escolha dos consumidores e leva mais longe o objectivo de coesão territorial, permitindo aos consumidores distinguirem de forma clara entre a gasolina e o gasóleo rodoviários simples e a gasolina e o gasóleo rodoviários submetidos a processos de aditivação suplementar, possibilitando uma escolha consciente e informada sobre o que estão de facto a comprar".

Deco recebeu mais de 7.300 pedidos de ajuda de famílias sobreendividadas Associação de Defesa do Consumidor alerta para "degradação da situação financeira da famílias" portuguesas.

Um total de 7.354 pedidos de ajuda famílias endividadas chegaram à Deco nos primeiros três meses deste ano, indica um relatório a que a Renascença teve acesso. O número é idêntico ao registado em igual período do ano passado, explica Natália Nunes, do gabinete de apoio ao sobreendividado da Associação de Defesa do Consumidor. “Em 2014, foram mais de 29 mil famílias que nos pediram ajuda, sendo que no primeiro trimestre foram 7.500 famílias que entraram em contacto com a Deco a pedir ajuda. Este ano, exactamente no mesmo período, foram 7.300 as famílias que nos pediram ajuda.” Segundo a Deco, estes números mostram que as famílias estão ainda com muitas dificuldades financeiras. “Continuamos a verificar uma degradação da situação financeira da famílias, que leva a que muitas das famílias em situação de sobreendividamento que nos pedem ajuda não tenham já qualquer capacidade de reestruturar as suas dívidas”, afirma Natália Nunes. Estas pessoas, explica, “têm fracos rendimentos decorrentes de situações de longo desemprego” ou então já voltaram a trabalhar “mas estão a receber o salário mínimo nacional, valor muito inferior ao que recebiam antes de entrarem em situação de dificuldade”. “Muitas vezes os fracos rendimentos inviabilizam qualquer possibilidade de ajudar as famílias a reequilibrar financeiramente a sua situação”, diz Natália Nunes, do gabinete de apoio ao sobreendividado. Dos mais de 7.300 pedidos de informação de famílias endividadas, a Deco abriu um total de 663 processos. O desemprego e os cortes salariais, são razões apontadas para as dívidas. Há também um número crescente de casos relacionados com penhoras de dívidas de terceiros, mas também de dívidas pessoais com o fisco e, sobretudo, ligadas ao Imposto Municipal


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sobre os Imóveis (IMI). MANUEL PINTO

Candidatos presidenciais e "show bizz" mediático Praticamente todos os media e comentadores calam e não denunciam o facto de termos há meses ou anos, no canal de TV de maior audiência, um outro protocandidato que faz semanalmente shows televisivos sob a capa de comentários à actualidade, que comenta ao domingo, como se fosse juiz, assuntos de que é, à semana, também parte e autor e que está permanentemente a jogar connosco o jogo do “é, mas faz de conta”.

estamos perante alguém sem coluna vertebral. Para abater um potencial candidato não se hesita em propagar como notícia factos sem consistência. Mas praticamente todos os media e comentadores calam e não denunciam o facto de termos há meses ou anos, no canal de TV de maior audiência, um outro protocandidato que faz semanalmente shows televisivos sob a capa de comentários à actualidade, que comenta ao domingo, como se fosse juiz, assuntos de que é, à semana, também parte e autor e que está permanentemente a jogar connosco o jogo do “é, mas faz de conta”. Tudo legal, muitos veem, mas é preferível fazer de conta que nada de especial se passa. Em 1998, o então director-geral da SIC Emídio Rangel dizia num documentário de Mariana Otero que “uma estação que tem 50% de share vende tudo, até o Presidente da República!”. A situação dos media mudou muito, desde então. Há hoje um "sistema mediático" que, ainda que não envolva todos os grandes media, marca a agenda, estabelece a sua verdade e, em função dela, decide quem deve viver e quem deve morrer. O poder que tem já não é o que porventura foi. Mas está embrulhado em mais "show bizz2 e em menos problemas de consciência.

MARCELO REBELO DE SOUSA

PS não tem alternativa a apoiar Sampaio da Nóvoa O eventual candidato sustenta que aquele que poderá vir a ser o seu adversário não é um candidato fraco. Os meios de comunicação influenciam a opinião pública não apenas por aquilo que escolhem para divulgar e pelo destaque que lhe dão, mas também pelo silêncio e silenciamento de certos assuntos. Essas operações de publicitação e de apagamento são, pode dizer-se, inevitáveis, já que não se pode dar tudo e, menos ainda, destacar tudo. Por isso mesmo é que se espera que os media, no seu conjunto e cada um deles, exprimam diversidade de assuntos e de pontos de vista. E não apenas nas programações e nos noticiários, mas também nos editoriais, nos painéis de comentadores, nos colunistas e nas vedetas do comentário. Na semana que passou pudemos ver o silêncio tonitruante dos media sobre uma tentativa de assassinato de carater de um pré-candidato presidencial, acusado de falta grave no exercício de uma função institucional. Apesar de ter sido logo esclarecido - nas redes sociais - que o cidadão em causa não tinha margem legal para ter agido de outro modo, uma passagem pelas matérias publicadas dá bem a ideia de como se faz o enquadramento: na melhor das hipóteses, uma vez levantado o assunto, os media acrescentam, no final, que há uma outra leitura. Aquela que fica - nos destaques e nos títulos - é que

Marcelo Rebelo de Sousa diz que "começa a ficar claro que não há alternativa do PS a um apoio a Sampaio da Nóvoa" na corrida a Belém. Com as recusas de António Guterres, Jaime Gama e António Vitorino, "para quê andar à procura de outro quando Sampaio de Nóvoa se vai lançar?", questionou Marcelo, no seu habitual comentário dominical, na TVI. Para além do apoio já declarado de Mário Soares, o antigo reitor da Universidade de Lisboa "pode vir a ter o apoio de Eanes" e, até, de Sampaio, antevê Marcelo que, perante este quadro, questiona: "É um candidato fraco?"


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Marcelo disse ainda que António Guterres esclareceu agora a sua posição em relação às presidenciais do próximo ano “porventura, porque foi uma ajuda a António Costa”. “Continuando a sombra de Guterres, nem ele avançava, nem deixava avançar ninguém. Assim permite a tomada de posição do partido", argumentou. Quanto às legislativas, o antigo líder social-democrata considera que "há muito tempo que se devia ter avançado para a coligação" entre PSD e CDS. Olhando para as sondagens, "o PSD não chega lá sozinho, mas com o CDS fica próximo", defendeu Marcelo.

PCP critica indefinição no PS. Parece um "caranguejo moído"

Governo acusado de “radicalismo ideológico” por António Costa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, critica a indefinição do PS em delinear uma política alternativa e considerou que o partido "nem é carne nem é peixe", parecendo "um caranguejo moído". "Neste quadro de objectivos claros por parte da direita e deste PS que nem é carne nem é peixe, que mais parece um caranguejo moído em termos de definição de uma política alternativa, nós queremos dizer `aqui está a CDU`. Há razões para estarmos confiantes", afirmou Jerónimo de Sousa, referindo-se às próximas legislativas. O secretário-geral do PCP falava durante um almoçoconvívio com militantes em Castelo Branco. Lembrando que as eleições legislativas são já em Setembro ou Outubro deste ano, o líder dos comunistas referiu que "esta batalha exige muito de cada um".

Líder socialista reafirma que a alternativa é o voto no PS.

Jerónimo de Sousa defende que a alternativa nas legislativas é a CDU.

“Tempo de Avançar” quer acordo contra austeridade O secretário-geral do PS, António Costa, acusa o Governo de “radicalismo ideológico”. Em Coimbra, num encontro com militantes, o líder socialista disse que o Executivo PSD/CDS olha sempre para os problemas com o preconceito ideológico. “É a direita mais extremista na sua concepção da sociedade e da economia. Este Governo nunca olhou para os problemas de uma forma pragmática, olha sempre para os problemas com preconceito ideológico”, refere. Por isso, António Costa pediu o voto no PS como alternativa. “O descontentamento que as pessoas têm relativamente ao estado do país não se resolve com o queixume entre família, com os colegas de trabalho, com os vizinhos ou com os amigos. O descontentamento que o país tem resolve-se construindo alternativa, constrói-se e resolve-se votando na alternativa”, acrescenta Costa.

Partido apresentou ainda datas para o avanço de candidaturas às primárias para as legislativas. A candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar vai propor a todas as forças políticas a construção de um acordo que permita no Parlamento reproduzir a maioria social que existe contra a austeridade. "Achamos que deve haver um compromisso entre partidos e cidadãos para dar resposta aos problemas mais prementes do país e que esse compromisso tenha alguns pontos que sejam iguais para todos, para que os cidadãos possam ter a confiança de que após as eleições estes problemas vão ter resposta", afirmou Rui Tavares, no final da segunda reunião do Conselho da candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar, em Lisboa. Rui Tavares explicou que se trata de um desafio "a todos os que se têm posicionado contra as actuais políticas e contra a austeridade", no sentido de que seja criado um compromisso sobre "temas inadiáveis", como a renegociação da dívida, o desemprego, a desigualdade, as privatizações e a própria política, nomeadamente em termos de luta contra a corrupção e aprofundamento da democracia. Nesta mesa redonda, acrescentou, poderão estar


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todos os partidos e forças políticas que tenham "traços de união", incluindo o BE, o PCP, o PS e "toda a gente que queira fazer esse compromisso", além de partidos que neste momento não têm representação parlamentar. "É uma proposta a todos os que se têm posicionado contra as atuais políticas, contra a austeridade", sublinhou Rui Tavares, que em 2009 foi eleito como independente nas listas do BE para o parlamento europeu, para dois anos depois abandonar aquele grupo parlamentar e se juntar ao grupo dos Verdes, criando depois o partido Livre. Antes, a ex-deputada bloquista e agora dirigente do Fórum Manifesto Ana Drago já tinha explicado que a intenção da candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar é criar uma mesa redonda que, em torno de um conjunto de pontos fundamentais, saiba construir um acordo que "não vá trair a maioria social que existe contra a austeridade". "As diferentes forças que se vão apresentar nas eleições legislativas podem desde já e antes das eleições incluir nos seus programas eleitorais um conjunto de escolhas políticas que podem mudar radicalmente aquilo que tem sido a governação política dos últimos anos", disse, frisando que na sociedade portuguesa "todos os sinais mostram que existe claramente uma maioria social e política contra a austeridade, a crise social e a enorme desigualdade". Porém, acrescentou, não é claro que no novo parlamento seja possível "dar voz a esta vontade de mudança política profunda" com um novo Governo que combata a política de austeridade. Eleições primárias para escolher deputados Entretanto, a candidatura anunciou ainda que vai realizar eleições primárias a 21 de Junho para escolher os candidatos às eleições legislativas que se irão realizar no final do Verão. Manuela Silva adiantou que a intenção é que as eleições primárias decorram pelo menos nos principais círculos eleitorais. A entrega de candidaturas estará aberta a partir de 25 de Abril, com o início da campanha dos candidatos às eleições primárias marcada para 30 de Maio. Na formalização das candidaturas, os candidatos deverão apresentar uma breve nota biográfica, uma nota de candidatura, além do compromisso de que "não têm acusações por corrupção". Cada candidatura terá se ser proposta por cinco pessoas. O presidente da comissão eleitoral será Luís Moita, professor catedrático de relações internacionais. A candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar junta o partido LIVRE e as associações Fórum Manifesto, dos ex-bloquistas Ana Drago e Daniel Oliveira, e Renovação Comunista, o Movimento de Intervenção e Cidadania do Porto (MIC-Porto) - participante na candidatura presidencial do histórico socialista Manuel Alegre - e outras personalidades da esquerda envolvidas no "Manifesto 3D" ("Dignidade, Democracia e Desenvolvimento") e Congresso Democrático das Alternativas, como Boaventura Sousa Santos, Isabel do Carmo, José Castro Caldas, Pilar del Rio ou Ricardo Sá Fernandes.

Impasse no Conselho Económico e Social preocupa Silva Peneda PS defende solução provisória. Já PSD quer eleição imediata para a presidência do CES, em vacatura a 1 de Maio. Daniel Bessa perplexo com falta de entendimento. Por José Bastos

Nunca aconteceu no quarto de século de história do Conselho Económico e Social (CES): o presidente renuncia antes do final do mandato (de duração igual à legislatura), mas a saída carece de enquadramento legal. PS e PSD não se entendem para superar este vazio na lei à volta do órgão constitucional de consulta e concertação social. O Parlamento decide, mas o ainda presidente Silva Peneda já enviou à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, uma sugestão para superar o impasse: a alteração legislativa do estatuto do CES, prevendo “em caso de morte ou vacatura da presidência” a substituição por um membro do conselho coordenador. A actual lei só prevê a substituição em caso de falta ou impedimento do presidente, não num cenário de renúncia. No programa “Conversas Cruzadas” desta semana, Silva Peneda historia todo o processo à volta da sua própria substituição. Sugere igualmente um projecto de lei a ser assumido pelos grupos parlamentares. “Em Dezembro do ano passado anunciei – em conversas pessoais com todos os líderes parlamentares – a minha decisão de aceitar o convite de Jean-Claude Juncker para a Comissão Europeia”, começa por indicar. “Depois formalizei, por carta, o pedido de renúncia ao cargo com efeitos a partir de 1 de Maio. Portanto houve tempo suficiente para tratar desta questão. Espero que acabem por encontrar uma solução”, afirma. “A carta que escrevi à presidente da Assembleia da República tem a ver com uma solução. Coloco uma hipótese. Reconhecendo que é muito difícil convidar alguém para exercer um cargo durante três meses uma das soluções seria uma alteração à lei – fixando um mandato por cinco anos.” “Parece que é a solução que o PSD prefere. Não havendo entendimento, outra solução seria arranjar uma opção interna em que um dos vice-presidentes substituiria o presidente nesta nova fase até nova eleição. Mas não apresentei uma solução a pensar em nenhum partido político.” Silva Peneda: “Elaborei o menu. Agora sirvam” “Acho que até excedi as minhas competências. O que devia fazer era pedir a renúncia e ponto final. Mas não fiquei quieto. Fiquei preocupado. Elaborei uma espécie de menu e agora façam o favor de servir a solução que mais agrada. Espero que nos próximos dias surja uma solução entre as principais forças políticas. Porque, de facto, têm de se entender. Sem isso não há solução,


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porque é preciso dois terços do Parlamento.” Ao sugerir a alteração legislativa para permitir a sua substituição por um dos membros do conselho coordenador, o lugar poderia ser ocupado pelo presidente da União das Misericórdias, em regime interino, até às eleições legislativas. Silva Peneda admite o cenário. “Na opção interna, seria o conselho coordenador do CES eleger um representante de entre os seus membros. Aí terá que ser o conselho coordenador. O Dr. Manuel Lemos é um dos membros, mas há mais, embora admita que os que são dirigentes patronais e sindicais provavelmente fiquem de fora deste espectro”, indica. “O Dr. Manuel Lemos é um dos vice-presidentes e poderá ser escolhido. Mas isso depende do conselho coordenador. A decisão não será minha e isso se a ideia vier a ser concretizada. Não faço ideia”, diz o presidente do CES sobre uma solução provisória que seria do agrado do PS. Daniel Bessa: “Não há razão para o impasse” Já Daniel Bessa confessa olhar para o impasse “com angústia” por não detectar razões políticas substantivas que justifiquem a falta de entendimento. “Não consigo encontrar uma razão política para esse tipo de diferenças. Pode dizer-se: ‘ah, o PS preferia eleger o presidente do CES mais tarde, porque já estará no poder’. Mas a presidência exige os dois terços dos votos. Portanto qual é a diferença?”, pergunta o antigo ministro da Economia. Silva Peneda partilha o desconforto face à inexistência de um acordo. “É uma matéria que está na Assembleia da República. É evidente que para já estou preocupado. Gostaria que a instituição encontrasse rapidamente uma solução”, afirma o ainda presidente do órgão de concertação social. “De facto, o Daniel Bessa tem razão. Não vejo nenhuma razão objectiva para o impasse. Mesmo adiar a decisão. É preciso sempre os dois terços. Decidir agora ou depois é irrelevante. Se quiserem decidir depois é preciso arranjar uma solução interina para alguém desempenhar a função até às eleições.” “Se calhar o melhor é decidir já se fizerem a alteração à lei estabelecendo que o mandato é por cinco anos. Aí faria sentido”, remata o economista. Silva Peneda: “Legislador considera presidente do CES imortal” A lei que cria o CES ou os estatutos a regular o seu funcionamento não contemplam uma renúncia ou fim de funções, por exemplo, por morte. “O presidente do CES é considerado imortal, por parte do legislador”, diz Silva Peneda. “Em caso de morte ou renúncia não está previsto qualquer mecanismo legal”. “A minha sugestão vai nesse sentido também de haver um mecanismo estabelecendo que no caso de renúncia ou de morte há um vice-presidente que substitui o presidente até a Assembleia da República fazer nova eleição”, sustenta. “Isto aplicar-se-ia para sempre. No caso de não haver possibilidade de entendimento agora – e o entendimento será seguramente depois das eleições – haverá uma solução interina. Mas tem de ser a Assembleia da República a legislar nesse sentido porque o conselho coordenador do CES não tem, neste momento, poderes para indicar um nome.

Do que li, o PSD prefere eleger já definitivamente alguém com um mandato de cinco anos. É esta a posição. Estão em negociações. Espero bem que haja um entendimento”, deseja Silva Peneda. O vazio legal no cargo de presidente no Conselho Económico e Social pode ter várias implicações. É da sua exclusiva competência a convocação do tribunal arbitral que determina serviços mínimos em caso de greves, não estando prevista qualquer transferência de poderes numa matéria tão sensível. O semanário “Expresso” veio lembrar no sábado que, em caso de nova greve na TAP, não há qualquer entidade com força legal para determinar a um juiz a fixação de serviços mínimos nas ligações aéreas. Com o PS a pretender adiar a solução definitiva para depois das legislativas e o PSD a defender a eleição imediata de um novo presidente, poderá a iminência de uma greve acelerar uma solução? Daniel Bessa: “João Proença? Seria extraordinário” Num quadro de eventual entendimento será João Proença o que reúne mais consenso? O PSD não se oporá ao antigo secretário-geral da UGT e dirigente do PS com António José Seguro, mas António Costa poderá preferir Vítor Ramalho. “Se vamos por aí, vamos muito mal”, afirmou o socialista Álvaro Beleza sobre as notícias que aludem ao possível veto a Proença para presidente do CES. Na Renascença, Beleza considera que “não são bons sinais para unir o PS”. À margem de qualquer lógica partidária, o antigo ministro Daniel Bessa destaca o lado positivo de uma eventual presença de um ex-sindicalista à frente do Conselho Económico e Social. “Evidentemente, numa instituição com estas características acho que seria um sinal extraordinário se, por exemplo, as forças patronais aceitassem que um ex-dirigente sindical assumisse a presidência de um órgão como o CES”, observa Daniel Bessa. “Se há em Portugal alguém que tem uma história sindical que pudesse aproximar-se desse perfil parece que seria o Eng. João Proença. Seria um sinal extraordinário”, faz notar. “Mais extraordinário ainda seria se tocasse ao nosso colega de painel, neste programa, Manuel Carvalho da Silva. Se um dia os patrões portugueses dissessem: ‘o Manuel Carvalho da Silva foi o que foi. Tivemos com ele as zangas que tivemos. Mas o que lá vai, lá vai. Mas o mundo muda. O Carvalho da Silva também já não é o que era. Também nós não somos. E portanto: aí está o homem!”. “Isto seria extraordinário. Seria extraordinário em relação ao Dr. Carvalho da Silva, não tanto, talvez, em relação ao Eng. João Proença. Faz sentido ir buscar uma pessoa o mais independente possível – se é que existe – e, sobretudo, que mantenha uma boa relação entre as partes”, defende Daniel Bessa. Nomes à parte, o antigo ministro da Economia não consegue encontrar razões para as divergências entre PSD e PS sobre a substituição de Silva Peneda no CES. Daniel Bessa mostra perplexidade com o impasse. “Acho que qualquer solução proposta é boa e serve. Como é que alguém pode gastar tanto tempo? Por causa de uma questão que é mínima como é que alguém pode gastar tantos cartuchos e tanto fogo?”


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Lista VIP. Investigação "não encontrou uma colaboração aberta" Em declarações ao “Em Nome da Lei”, da Renascença, Ana Roque, da Comissão Nacional de Protecção de Dados, responsabiliza o Governo pelo facto de milhares de funcionários do Estado e externos terem acesso aos dados dos contribuintes. A Administração Tributária (AT) não demonstrou uma atitude colaborante no início da investigação ao caso da “Lista VIP”, denuncia Ana Roque, da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD). Em declarações ao programa “Em Nome da Lei” da Renascença, a vogal da CNPD admite que “não” se tratou de uma atitude “normal”. “Na primeira fase da fiscalização a equipa técnica não encontrou uma colaboração aberta e, como se desejava, frontal. Mas, entretanto, o processo foi evoluindo e acabou por ser levada a cabo a totalidade da fiscalização”, afirma Ana Roque. A inspecção feita pela Comissão de Protecção de Dados, cujo relatório já está mãos da ProcuradoriaGeral da República, detectou uma “falta de segurança generalizada” quanto ao cumprimento do sigilo fiscal. Ana Roque destaca ainda outra conclusão: “o número completamente exagerado, desproporcionado, de pessoas que podem aceder, sem nenhum tipo de travão, à situação contributiva dos cidadãos”. A responsabilidade pelo facto de 75% dos funcionários do fisco, além de mais de dois mil funcionários de empresas externas, poderem aceder livremente aos dados fiscais dos contribuintes portugueses é do Governo, sublinha. Alexandre Sousa Pinheiro, que que acaba de editar um livro sobre protecção de dados, considera que a Administração Pública ainda não interiorizou bem as regras e os procedimentos que tem de ter quando lida com os dados sensíveis dos portugueses. Para este professor universitário, o que acontece na prática é que, a partir do momento em que um funcionário acede a algum dado, todos acham que têm o direito de aceder. “Há uma falta de consciência do que é um tratamento de dados pessoais”, frisa. Alexandre Sousa Pinheiro lembra que o novo Código de Procedimento Administrativo impõe mais obrigações à Administração Pública em matéria de segurança dos dados pessoais dos portugueses.

Estado vai comparticipar vacina Prevenar Fármaco contra a pneumonia, meningite e septicémia custa, actualmente, cerca de 180 euros. O Estado vai comparticipar a vacina Prevenar, contra a pneumonia, meningite e septicémia, disponibilizando uma verba de oito milhões de euros até fim do ano para apoiar famílias mais necessitadas. “O Governo dispôs-se a alocar oito milhões de euros para a comparticipação desta vacina, o que já é um grande passo. É uma esfera muitíssimo importante para as famílias, para a protecção das crianças e do ponto de vista da saúde pública”, disse à Renascença a deputada do CDS, Teresa Caeiro. Só dentro de um mês é que o Ministério da Saúde deverá anunciar os valores da comparticipação da vacina Prevenar e que famílias vão ter direito a esse beneficio, adianta a parlamentar centrista. A vacina Prevenar está indicada para a imunização de bebés e crianças contra a doença invasiva causada pela bactéria “streptococus pneumoniae” - que pode provocar meningite, pneumonia ou septicémia - e actualmente custa cerca de 180 euros às famílias e não tem comparticipação. A Direcção-geral da Saúde tem estado a estudar a comparticipação ou inclusão no Plano Nacional de Vacinação da Prevenar, que está disponível em Portugal desde 2001 mediante receita médica e com o pagamento integral pelas famílias. [notícia actualizada às 16h39]


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Falta de médicos de família. Acordo com IPSS será fechado até ao fim do mês Federação Nacional dos Médicos contesta a opção do Ministério da Saúde, considerandoa eleitoralista e demagógica.

Sonho angolano terminou para Mário. Maria luta para ficar Crise económica está a dificultar a vida aos milhares de portugueses que emigraram para Angola.

Luanda. Sonho perdido para muitos portugueses. Foto: DR Foto: Lusa

Até final de Abril deve ficar fechado o acordo entre o Governo e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) para minorar o problema da falta de médicos de família. “Até ao final do mês de Abril haverá acordo”, garantiu à Renascença o presidente da Confederação das Instituições de Solidariedade Social, Lino Maia. Lisboa, Amadora e Felgueiras estão entre as regiões que podem beneficiar do recurso às Instituições Particulares de Solidariedade Social, segundo admitiu esta sexta-feira o ministro da Saúde. Paulo Macedo assumiu que recorrer de forma "residual e temporária" às IPSS para dar resposta ao problema. Lino Maia garante que esta parceria representa “menores custos para o Estado e com melhores serviços para a comunidade”, explicando que se trata de rentabilizar recursos que já existem nas IPSS. “As instituições já têm médicos, particularmente as instituições que têm lares de idosos, que têm apoio domiciliário, que têm centros de dia. Se já há apoio médico, poder-se-á alargar esse apoio à comunidade sem grandes custos e com benefícios”, rematou. Já a Federação Nacional dos Médicos mostra-se menos favorável a esta opção, considerando-a eleitoralista. “[O ministério] andou durante quatro anos a boicotar a reforma dos cuidados de saúde primários que previa a abertura alargada de novas unidades de saúde familiares. Agora, em vésperas de eleições, vem dizer que vão fazer contratos com as IPSS. O senhor ministro tem é de utilizar toda a franqueza e toda a seriedade política para dizer que a sua opção continua a ser de favorecer as instituições privadas, como sempre à custa do sector público e do serviço nacional de saúde”, afirmou Mário Jorge, dirigente da FNAM.

Quando Mário Rodrigues chegou a Luanda, em Agosto do ano passado, Maria Peixoto já se tinha estabelecido em Angola há uma década, altura em que o país crescia a toda a força, com o fim da guerra. Nunca se conheceram e Mário acaba de regressar a Portugal, com salários em atraso, enquanto Maria ainda hoje não consegue dizer se está em Angola para ficar. Ambos são exemplo de duas gerações de portugueses que se voltaram para Angola, estima-se que cerca de 200 mil actualmente, à procura de oportunidades que o petróleo, que rende agora muito menos ao Estado, está a deitar por terra. Aos 31 anos, Mário, engenheiro civil, trocou Ourém por Luanda, para ser director de obra numa empresa angolana de construção. A experiência de oito meses terminou há uma semana. "Fiquei com três meses por receber, mais subsídios de férias", conta à agência Lusa, na partida de Luanda, decisão que se tornou incontornável nas semanas anteriores. "Dificuldades em enviar dinheiro para Portugal, atrasos nos pagamentos, incerteza do futuro de Angola quanto ao pagamento das obras. Têm-me dificultado a vida, pois tenho pagamentos em Portugal a fazer, a prestação da casa", diz, inconformado. Mais a norte, de Viana do Castelo, Maria Peixoto, de 48 anos, deixou para trás um salão de cabeleiro na terra natal, onde empregava sete trabalhadoras, para se fixar em Luanda, terra onde viveu com os pais e onde o irmão nasceu, ainda no tempo colonial. "Vim cá há 11 anos, para 15 dias, ver como estavam as coisas. Recuperei um património do meu pai, que era empreiteiro, e por cá fui ficando. Mas ao fim deste tempo todo ainda não sei se é de vez. São muitas dificuldades que temos pela frente", desabafa, em entrevista à Lusa. Além do arrendamento do prédio que possui, Maria, que continua em Angola sozinha, abriu há dois anos um negócio de decoração em Luanda. Emprega cerca


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de uma dezena de trabalhadores, mas a crise, num país "totalmente parado", também afecta aquele ramo. "Até fornecia cortinas para ministérios, mas o negócio começou a baixar e agora está muito, muito fraco. Para o Estado já não estamos a trabalhar, tinha uma encomenda grande que há pouco tempo ligaram a mandar parar", conta, assumindo "apreensão" com o futuro. "Temos verbas a receber e só não temos mais porque decidimos que tinha de ser pago antes. E mais a coisa parou depois disso", confessa. Também sozinho durante os oito meses em Angola esteve Mário. Tempo curto, em que assistiu a dois fortes aumentos dos combustíveis e ao preço galopante dos alimentos. "E comer fora de casa, está fora de questão", garante. Contas feitas, chegou a ver-se a ganhar menos 40% face à primeira remuneração em Angola, devido à desvalorização do kwanza e à dificuldade em transferir dinheiro para Portugal. Mais do que uma opção, voltar a casa foi a única solução. "Agora só regresso [a Angola] se tiver uma proposta mais segura, se for a própria empresa a pagar em Portugal, assim que arranjar trabalho em condições razoáveis. É um país que ainda tem muito que se reestruturar, com potencial, mas ainda com pouca qualidade de vida", remata. Problemas que Maria Peixoto, que já passou por dois assaltos com armas e as habituais "peripécias burocráticas" do país, conhece bem. "Felizmente tenho a minha vida organizada e no imediato não está ninguém à espera. Mas posso dizerlhe que em Dezembro, em Janeiro e em Fevereiro simplesmente não consegui transferir dinheiro para Portugal, o que é complicado", diz. O caos da vida diária, o trânsito, a falta de segurança, a crise financeira e o demorado regresso aos níveis de crescimento anteriores ou a taxa que o Governo pretende aplicar às transferências financeiras para fora de Angola são motivos que não permitem a Maria Peixoto, ainda hoje, afirmar se está em Luanda para ficar. "Tenho medo desta paragem do país, mas ainda acredito em Angola, apesar destas dificuldades. Só que ao fim de 11 anos não consigo dizer se vou mesmo assentar raízes", desabafa.

FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

A herança jacobina A Grã-Bretanha é um dos países europeus mais descristianizados, mas os seus políticos não receiam apontar o cristianismo como uma das raízes da nossa civilização.

Por Francisco Sarsfield Cabral

Na sexta-feira, Raquel Abecasis elogiou uma declaração do primeiro-ministro britânico contra a perseguição aos cristãos no mundo. Dias antes, 148 jovens cristãos tinham sido mortos numa universidade do Quénia. Cameron explicou que, ao atacar estes cristãos, “é a todos nós que estão a atacar”. Lamentava Raquel que a intervenção de Cameron fosse uma excepção nesta “Europa velha e caduca”. E que as suas palavras tenham sido praticamente ignoradas entre nós. De facto, eu próprio não tinha dado conta, nos “media” nacionais e estrangeiros, da corajosa mensagem de Cameron. Percebi, depois, que os líderes dos principais partidos britânicos, incluindo Ed. Milliband, líder do Partido Trabalhista, haviam nas suas mensagens de Páscoa condenado a perseguição religiosa aos cristãos. A Grã-Bretanha é um dos países europeus mais descristianizados. E vai a eleições a 7 de Maio. No entanto, os seus políticos não receiam apontar o cristianismo como uma das raízes da nossa civilização. E divulgam mensagens de Páscoa... Algo impensável em França ou mesmo em Portugal, porque a herança jacobina o impede.


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Europa velha e caduca Ataque à universidade de Garissa, no Quénia, fez 148 mortos. Aparentemente, de todos os líderes do mundo ocidental, só o primeiroministro britânico tem a lucidez de perceber que isto é de tal forma grave que justifica uma mensagem ao seu país.

148 jovens cristãos mortos numa universidade do Quénia. São os últimos números de uma tragédia atentatória de tudo aquilo que é a nossa civilização e que tem como único propósito atacar e mesmo destruir a civilização ocidental que quer se goste quer não é baseada nos valores da cultura cristã. Aparentemente, de todos os líderes do mundo ocidental, só o primeiro-ministro britânico tem a lucidez de perceber que isto é de tal forma grave que justifica uma mensagem ao seu país, explicando que ao atacar estes cristãos é a todos nós que estas forças estão a atacar. Os outros líderes europeus continuam a preferir viver na ilusão de que a afirmação do laicismo dos nossos estados nos protege desta ameaça. Pura ingenuidade. A lucidez das palavras de David Cameron merece ser ouvida. Infelizmente por terras lusas a sua mensagem, tal como a gravidade de mais este ataque à Universidade de Garrissa, no Quénia, foram praticamente ignorados no nosso país. Apesar da tragédia que quase diariamente se vive no mediterrâneo, com milhares de mortos que procuram uma vida melhor no nosso continente, e do avanço das forças terroristas que afinam o alvo “aos homens da cruz”, expressão que utilizam para definir o mundo cristão, a Europa, continua alheia ao que se passa à sua volta. Ao pensar que só o que se passa neste velho continente interessa, a Europa demonstra bem como está velha e caduca. Valia a pena que acordássemos todos, antes que seja tarde demais. Vale o que vale, mas hoje quero dizer que eu também sou um daqueles estudantes da universidade de Garrissa, no Quénia, brutalmente assassinados na semana santa.

Bombas matam cinco crianças em escola da Síria Ataque atribuido às forças governamentais também resultou na morte de quatro professores. Pelo menos cinco crianças e outros quatro civis morreram, este domingo, no bombardeamento pelas forças do regime sírio de uma escola em Alepo, no norte do país, avança o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. "A aviação militar atingiu uma escola no leste de Alepo e matou cinco crianças, três professoras e um professor", disse o director daquela organização nãogovernamental, Rami Abdel Rahman, citado por agências internacionais. Segundo Rahman, o bombardeamento fez também numerosos feridos, alguns em estado grave, o que pode vir a aumentar o número de mortos. Alepo, segunda maior cidade da Síria, é parcialmente controlada pelas forças do regime, mas vários bairros da parte oriental da cidade estão nas mãos de grupos da oposição a Bashar al-Assad. No sábado, pelo menos 35 civis morreram durante combates entre as forças militares e os rebeldes em dois bairros do leste de Alepo.

Duas embaixadas atacadas na Líbia Grupo leal ao Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques. As embaixadas de Marrocos e da Coreia do Sul foram alvo de ataques entre domingo e a madrugada desta segunda-feira. O primeiro ataque foi levado a cabo por um armado contra a representação diplomática sul-coreana em Tripoli. Foi no domingo e os disparos mataram duas pessoas. Uma outra ficou ferida. Horas depois, na madrugada desta segunda-feira, um engenho explodiu à entrada da embaixada marroquina, desta vez sem fazer vítimas. Na rede social twitter, um grupo que se diz leal ao Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques. Os militantes do EI aproveitam-se assim do caos político existente na Líbia, onde dois grupos lutam pelo poder quatro anos depois da queda de Muammar Khaddafi. Este ano, grupos leais ao Estado Islâmico já reivindicaram vários ataques a interesses estrangeiros na Líbia, como o que ocorreu contra o Hotel Corinthia, em Tripoli, contra as embaixadas da Argélia e do Egipto e a decapitação de 21 cristãos egípcios. O Governo oficial, e internacionalmente reconhecido, da Líbia mudou a sua sede para o leste do país desde que uma facção rival denominada “Amanhecer na Líbia” cercou a capital, onde se instalou.


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O Governo oficial, e internacionalmente reconhecido, da Líbia mudou a sua sede para o leste do país desde que uma facção rival denominada “Amanhecer na Líbia” cercou a capital, onde se instalou.

“Ponto de viragem” entre EUA e Cuba

Nigéria. Mais de 800 mil crianças fugiram de casa para não morrer

Obama garante que Cuba não é uma ameaça e que a sua política em relação à ilha tem apoio maioritário nos Estados Unidos e esmagador em Havana.

Relatório da UNICEF revela que o número de crianças nigerianas refugiadas mais do que duplicou em 2014. A alternativa é serem mortas ou obrigadas a servir os terroristas do Boko Haram.

Há um ano, o mundo pediu a libertação das jovens raptadas. Nada aconteceu. Foto: EPA Por Pedro Mesquita

Mais de 800 mil crianças foram já forçadas a fugir de casa, na Nigéria, procurando refúgio face à acção dos terroristas do Boko Haram. O número de crianças refugiadas mais do que duplicou em 2014. Um ano após o rapto de mais de 200 estudantes na localidade de Chibok, um relatório da UNICEF , divulgado esta segunda-feira, mostra que aumentou para o dobro o número de crianças refugiadas. Muitas atravessaram as fronteiras para o Chade, o Níger e os Camarões. As crianças fogem do terror e as que não podem ou não conseguem são obrigadas a combater nas fileiras do Boko Haram: carregam materiais pesados, servem os terroristas como vigilantes e cozinheiras. Há relatos sobre meninas e jovens mulheres que terão sido violadas ou obrigadas a casar. Só no último ano, mais de 300 escolas foram destruídas e 196 professoras e 314 estudantes terão sido barbaramente assassinados. Boko Haram significa terror para mais de 800 mil crianças da Nigéria e para muitas outras pessoas, menores ou maiores de idade.

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considera que o seu encontro histórico com o Presidente Raul Castro pode ser um “ponto de viragem” entre os dois países. Os dois líderes tiveram um encontro privado – o primeiro dos últimos 60 anos - à margem da Cimeira das Américas que está a decorrer no Panamá. Em declarações aos jornalistas, Obama reafirma que os dois países vão continuar a ter divergências e diferenças, mas que há pontos comuns que podem avançar. “Foi uma conversa franca e produtiva, entre mim e Raul Castro. Posso dizer-vos que de todas as conversas que eu tive até agora com ele, duas ao telefone e este frente-a-frente, podemos falar honestamente sobre as nossas diferenças e as nossas preocupações. De um modo que pode conduzir as relações entre os nossos países numa diferente relação. Nós temos diferenças muito marcadas sobre como a nossa sociedade deve estar organizada, e eu fui muito directo sobre o facto de não pararmos de falar de temas como a democracia, direitos humanos, liberdade de expressão e liberdade de reunião”, disse. O líder norte-americano considerou ainda que, em sua opinião, a abertura a Cuba tem apoio maioritário entre os americanos e um apoio esmagador em Havana. Barack Obama acrescentou que Cuba “não é uma ameaça para os Estados Unidos” mas que, apesar disso, ainda não decidiu retirar o país da lista dos terroristas. Nesta conferência de imprensa, Obama falou ainda sobre o Iraque e sobre a eventual candidatura de Hillary Clinton à Casa Branca. Já antes do encontro histórico a dois, Raul Castro tinha considerado que Barack Obama é "um homem honesto".


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Divulgada Bula que traça objectivos do Jubileu da Misericórdia O Jubileu começa a 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, e estende-se até 20 de Novembro do próximo ano, festa do CristoRei.

Por Aura Miguel

O Papa convocou a Igreja para o Jubileu da Misericórdia. Foi divulgada a Bula que traça os grandes objectivos da iniciativa. Francisco pede uma Igreja centrada no essencial. O Sumo Pontífice não quer uma igreja distraída do essencial, por isso, propõe “o perdão e a misericórdia” como critério imperativo “no concreto das intenções, atitudes e comportamentos quotidianos”. O Papa diz que “a credibilidade da Igreja passa através do caminho do amor misericordioso e compassivo” e pede especial atenção “aos que vivem nas mais diversas periferias existenciais que o mundo moderno cria de maneira dramática”. Para isso, é preciso “não cairmos na indiferença que humilha, nos hábitos que anestesiam a alma e impedem descobrir a novidade, ou no cinismo que destrói”, o que implica “abrir os olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados de dignidade e ouvir o seu pedido de ajuda”. Neste Jubileu Francisco dirige-se também “aos homens e mulheres que vivem no mundo do crime”, pedindo-lhes que se convertam, que “mudem de vida” e “não caiam na terrível armadilha de pensar que a vida depende do dinheiro”. O mesmo apelo é lançado também aos “autores e cúmplices da corrupção”, que o Papa define como “uma chaga putrefacta da sociedade e um grave pecado que brada aos céus, porque mina as bases da vida pessoal e social”. Francisco espera ainda que este Ano Santo da Misericórdia “favoreça o encontro entre religiões” – sobretudo com os judeus e os muçulmanos – para se “eliminar todo o tipo de desprezo, violência e discriminação”. O Jubileu começa a 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, e estende-se até 20 de Novembro do próximo ano, festa do Cristo-Rei.

Flamingo negro avistado. Pode ser único em todo o mundo Ave rara não tem a plumagem cor de rosa característica dos flamingos.

Poderá ser único em todo o mundo. Um flamingo negro foi avistado esta semana na ilha de Chipre, um fenómeno raro que está a entusiasmar os amantes da natureza. A ave pernalta foi fotografada a alimentar-se nas margens de um largo salgado, na quarta-feira de manhã. As Imagens foram agora divulgadas. O flamingo avistado na zona protegida de Akrotiri, no sul de Chipre, é todo negro, à excepção de algumas penas brancas. Não apresenta a habitual plumagem rosa. Os especialistas acreditam que o fenómeno extremamente raro se fica a dever a uma condição genética, conhecida como melanismo, que provoca um aumento da pigmentação preta. “Pelo que vimos na internet, só há registo de outro avistamento, em Israel”, afirma Pantelis Charilaou, director do departamento ambiental das Bases Britânicas Soberanas, um território ultramarino britânico em Chipre. Os especialistas admitem que o flamingo negro observado em Chipre pode ser o mesmo que foi avistado o ano passado em Israel.


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Mazgani "apoderase" de canções alheias Músico luso-iraniano, a quem a música "safou de tremendos sarilhos", lança álbum de versões "Lifeboat".

Antes de "Common Ground" e "Lifeboat", Mazgani editou "Song of distance" (2010) e "Song of the new heart" (2007).

Espanha-Portugal: “Temos de fazer um esforço para desconstruir o castelo de preconceitos” O tema “De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento” pôs frente-a-frente o português Francisco José Viegas e o espanhol José Manuel Fajardo.

O músico luso-iraniano Sharyar Mazgani apoderou-se de 20 canções de outros autores e gravou "Lifeboat", o seu primeiro álbum de versões, que edita na segundafeira pela Sony Music. "Um disco de versões não é um empreendimento menor. Os músicos fazem versões, contam a sua versão da história, com a sua voz. É apoderar-se de uma canção e fazer dela sua. Não se pode fazer de forma leviana", contou à agência Lusa. "Lifeboat" reúne 20 músicas que Mazgani gravou ao vivo em estúdio, durante uma semana. Estão lá algumas referências mais conhecidas, como Leonard Cohen, PJ Harvey e Lee Hazelwood, mas também escolhas menos óbvias, como Cole Porter, Chavela Vargas e Bee Gees. "Todas elas ultrapassam essa memória emocional, são coisas que continuam vivas para mim e ainda por descobrir, continuam com mistério", afirma o músico. No álbum, Mazgani reinterpretou "Love me tender", conhecida na voz de Elvis Presley, "Trouble will soon be over", de "Blind" Willie Johnson, e "These Arms of mine", de Otis Redding. Sobre esta, diz: "É uma canção desesperada de amor. Adivinha-se na versão original a sombra e eu queria explorar a sombra que acho que está lá. É camoniana". A este álbum, Mazgani chamou "Lifeboat", porque todas as músicas o "safaram de tremendos sarilhos". "Esta é a minha convicção: sou uma pessoa muito optimista, mas acho que todos nós estamos metidos num tremendo sarilho que é andar aqui e precisamos destas coisas, estas coisas são pão. As canções inscrevem-se no território das coisas do amor, da arte e dessas coisas sérias que nos podem safar", admitiu. Mazgani, iraniano de 40 anos, que vive em Portugal desde criança, edita este disco apenas dois anos depois de "Common Ground", gravado e produzido com o músico inglês John Parish e o australiano Mick Harvey. "Lifeboat" será apresentado ao vivo a 14 de Maio, na discoteca Lux, em Lisboa, e no dia 23, no Hardclub, no Porto.

Foto cedida pela Câmara Municipal de Castelo Branco Por Maria João Costa

Portugal-Espanha poderia ser um jogo entre selecções de futebol, mas foi um frente-a-frente entre dois escritores. O português Francisco José Viegas e o espanhol José Manuel Fajardo discutiram as fronteiras entre os dois países. Na Biblioteca Muncipal de Castelo Branco no âmbito da terceira edição do Festival Fronteira, o público começou por ouvir o escritor espanhol que vive há anos em Portugal falar dos preconceitos que há na relação entre os dois países. Para José Manuel Fajardo, Espanha e Portugal “são como duas vizinhas de costas voltadas”. Para o autor de “O meu nome é Jamaica”, agora que vive em Lisboa e toca a realidade, “parece que estou em Espanha” e - conclui - os “preconceitos estão na cabeça”. Francisco José Viegas, que recordou a sua vivência em Chaves durante 12 anos e falou da proximidade com Espanha, lembrou o seu primeiro livreiro galego. Para o autor de “O Mar em Casablanca”, “a existência de Espanha é muito importante porque temos alguém que nos ajuda a justificar a vocação atlântica”. O editor da Quetzal, que lembrou a Espanha como uma imensa cama, quando atravessava de comboio o país a caminho de Paris, sublinhou o facto de ainda hoje haver um certo desconhecimento mútuo sobre a literatura dos dois países.


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Numa tarde de sol em Castelo Branco, o público que encheu sala da Biblioteca ouviu no “portunhol” de José Manuel Fajardo que Portugal e Espanha “estão a perder muito um do outro” quando desconhecem a literatura produzida nos dois lados da fronteira. Mas não é só nos livros que isto se passa, explica Fajardo. “Esse problema está a impedir muito do que poderia ser desenvolvido na política, economia e cultura ibérica”, afirma o autor nascido em Granada que termina afirmando que “temos de fazer um esforço para desconstruir este castelo de preconceitos”. Lembrando com saudades o tempo em que se viajava e se ganhava carimbos no passaporte, Francisco José Viegas afirmou que esses carimbos davam ao viajante a noção de que “o mundo era interminável”. Depois, admitindo que estava a ter um “discurso irresponsável” e reconhecendo que “é inestimável a livre circulação”, Viegas explicou que “a grande vantagem de viver num país moderno é ter o atractivo de poder sair dele”. Contudo, para o autor é preocupante a noção de que tudo está a ficar igual para lá da fronteira. Falando sobre a realidade espanhola, José Manuel Fajardo caracterizou o seu país como uma “invenção virtual que antecipou a internet” e questinou-se “Onde está Espanha? Em Madrid, não sei”. Para o escritor castelhano “Espanha é um país muito complicado” que só quer perceber olhando de longe. Fajardo, que ultimamente se tem dedicado à tradução, lembrou que “as fronteiras serviram primeiro para impedir a passagem de pessoas”. Viegas respondeu que “viajar sem passar fronteiras não tem tanta graça”. José Manuel Fajardo encerrou a conversa alertanto para as barreiras que hoje Espanha está a colocar a quem quer entrar nas suas fronteiras vindo de países de expressão espanhola como Cuba, Venezuela ou Argentina. FUTEBOL

Resultados, marcadores e classificação

campeonato nacional de futebol. Destaque para a vitória dos quatro primeiros e para a derrota dos cinco últimos. Resultados: Arouca 0-1 Belenenses [Pelé] Boavista 0-2 Marítimo [Éber, Alex Soares] Benfica 5-1 Académica [Jardel, Jonas (2), Lima e Fejsa; Rafael Lopes] Rio Ave 1-3 FC Porto [Tarantini; Quaresma, Danilo, Hernani] Moreirense 2-1 V. Guimarães [André Simões e João Pedro; Alex] Nacional 3-2 Gil Vicente [Marco Matias (2) e Ali Ghazal; Simy (2)] Sp. Braga 4-0 Penafiel [Ruben Micael (2) e Pardo (2)] V. Setúbal 1-2 Sporting [Suk; Carlos Mané e Tanaka] Estoril - P. Ferreira (segunda-feira) Classificação 1- Benfica 71 pontos 2- FC Porto 68 3- Sporting 60 4- Sp. Braga 53 5- V. Guimarães 43 6- Belenenses 42 7- P. Ferreira 38 (-1 jogo) 8- Rio Ave 37 9- Nacional 36 10- Marítimo 35 11- Moreirense 35 12- Boavista 29 13- Estoril 28 (-1 jogo) 14- Académica 27 15- V. Setúbal 25 16- Arouca 23 17- Gil Vicente 19 18- Penafiel 18 REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Todos iguais

Ponto da situação do campeonato de futebol à jornada 28. Esta segunda-feira, joga-se o Estoril-Paços de Ferreira.

Tudo (quase) na mesma. Foto: Fernando Veludo/Lusa

Falta uma partida para terminar a jornada 28 do

Tanaka e Carrillo em festejo. Os três diários desportivos fizeram a mesma opção para as suas primeiras páginas. A Bola escreve "Marcador implacável", o Record "Mais uma alegria" e O Jogo "Tanaka agarra o pódio". Na edição Norte de O Jogo, o destaque vai já para o


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FC Porto-Bayern, com o título "Jackson não desiste". Sobre o mesmo assunto, A Bola diz que "Jackson continua em dúvida". Nos três jornais está também Jorge Jesus e pelo mesmo moitvo. "Fenerbahce louco por Jesus", lê-se em O Jogo. "Fenerbahce tem milhões para levar Jesus", escreve o Record. "Jesus recusa Turquia", adianta A Bola.

RIBEIRO CRISTÓVÃO

Tudo como dantes

A seis jornadas do fim, o campeonato ainda não está ao rubro. Mas para lá caminha.

Dobradinha da Mercedes em Xangai Britânico Lewis Hamilton aumenta vantagem na liderança do mundial de Fórmula 1.

O campeonato ainda não está ao rubro, mas para lá caminha.

Foto: EPA

Por Ribeiro Cristóvão

A jornada 28 da primeira Liga não trouxe novidades: as quatro equipas da frente passaram incólumes pelas dificuldades que se lhes deparavam pelo caminho, nuns casos mais que noutros, e cada vez mais se deposita toda a expectativa nesse aguardado embate que porá frente a frente Benfica e Futebol Clube do Porto, e fim a todas as dúvidas que ainda persistem. O Benfica foi, mais uma vez, a estrela do fim-desemana. Não só cilindrou a frágil equipa da Académica de Coimbra por números expressivos, como juntou a essa catadupa de golos uma exibição de reconhecida categoria, num jogo em que os estudantes fizeram de meros comparsas, não autorizados a participar no recital. Aos prosélitos da equipa comandada por Jorge Jesus voltaram a ser deixados sinais de que o grupo está pujante e cheio de confiança e, sobretudo, prevenido para as dificuldades que esse grande momento do desafio com os dragões irá colocar no seu caminho. Estes, a iniciar um ciclo terrível que comporta desafios de elevado grau de exigência, cumpriram em Vila do Conde sem deslumbrar quem pode assistir ao encontro. De resto, nem era preciso tanto, pois o mais importante - conseguir os três pontos em disputa- foi conseguido sem discussão, poucos dias antes do começo da escalada do rubicão. Os leões também não fugiram à regra e regressaram vitoriosos a casa depois de uma curta deslocação a Setúbal, onde não têm sido muito felizes nos últimos tempos. Mesmo sem uma actuação bem conseguida, o mais importante permitiu ao Sporting manter os bracarenses à distância, ainda que estes tenham deixado sinais de que estão a passar por momentos marcados por visível confiança do grupo.

O britânico Lewis Hamilton, em Mercedes, venceu este domingo o Grande Prémio da China em Fórmula 1, disputado no circuito de Xangai. No segundo lugar ficou o seu colega de equipa Nico Rosberg. A dupla da Mercedes foi seguida pelos dois pilotos da Ferrari. O alemão Sebastian Vettel ficou em terceiro lugar e o finlandês Kimi Raikkonen terminou na quarta posição. Com esta vitória no Grande Prémio da China, o campeão em título Lewis Hamilton reforçou a liderança na classificação. A corrida terminou com o “safety car” em pista, depois de o Toro Rosso de Max Verstappen ter sofrido um problema no motor na zona da recta da meta, a duas voltas do fim. Destaque negativo para a McLaren. Fernando Alonso e Jenson Button ficaram na 12ª e 13ª, respectivamente, a uma volta do vencedor. Resultado do Grande Prémio da China 1. Lewis Hamilton (Mercedes) 2. Nico Rosberg (Mercedes) 3. Sebastian Vettel (Ferrari) 4. Kimi Raikkonen (Ferrari) 5. Felipe Massa (Williams-Mercedes) 6. Valtteri Bottas (Williams-Mercedes) 7. Romain Grosjean (Lotus – Mercedes) 8. Felipe Nasr (Sauber – Ferrari) 9. Daniel Ricciardo (Renault) 10. Marcus Ericsson (Sauber – Ferrari) 11. Sergio Perez (Force India – Mercedes) 12. Fernando Alonso (McLaren) 13. Jenson Button (McLaren) 14. Carlos Sainz Jr (Toro Rosso – Renault) 15. Will Stevens (Marussia – Ferrari) 16. Roberto Merhi (Marussia – Ferrari) 17. Max Verstappen (Toro Rosso – Renault) Pastor Maldonado (Lotus – Mercedes) – desistiu


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Daniil Kvyat (RedBull – Renault) – desistiu Nico Huelkenberg (Force India – Mercedes) – desistiu Classificação de pilotos 1. Lewis Hamilton - 68 pontos 2. Sebastian Vettel - 55 3. Nico Rosberg - 51 4. Felipe Massa - 30 5. Kimi Raikkonen - 24 6. Valtteri Bottas - 18 7. Felipe Nasr - 14 8. Daniel Ricciardo - 11 9. Romain Grosjean - 6 10. Nico Huelkenberg - 6 11. Max Verstappen - 6 12. Carlos Sainz Jr - 6 13. Marcus Ericsson - 5 14. Daniil Kvyat - 2 15. Sergio Perez - 1 16. Jenson Button - 0 17. Fernando Alonso - 0 18. Roberto Merhi - 0 19. Will Stevens - 0 Classificação de construtores 1. Mercedes - 119 pontos 2. Ferrari - 79 3. Williams-Mercedes - 48 4. Sauber - Ferrari - 19 5. RedBull – Renault - 13 6. Toro Rosso - Renault - 12 7. Force India - Mercedes - 7 8. Lotus - Mercedes - 6 9. McLaren - 0 10. Marussia - Ferrari 0

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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