EDIÇÃO PDF Segunda-feira, 01-06-2015 Edição às 08h30
Directora Graça Franco Editor Carla Caixinha
“Estado deve ser a locomotiva, mas recua enquanto pede ajuda aos portugueses” Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. Eis o Sporting no Jamor Portugueses solidários aumentam donativos para o Banco Alimentar “Devíamos pensar num plano de prevenção e combate à violência sobre crianças” Recorde de migrantes resgatados no Mediterrâneo
Prevenar comparticipada a partir desta segunda-feira
Quem se reformar Igreja portuguesa em 2060 só deve “perdeu o sal” e receber 30% do continua “sisuda” último ordenado
Saiba se a água da sua praia tem "qualidade de ouro"
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“Estado deve ser a locomotiva, mas recua enquanto pede ajuda aos portugueses” Investigador Jorge Caleiras olhou para lá dos números do desemprego e encontrou novos pobres e um “ciclo vicioso” de precariedade.
Desemprego mais do que quadruplicou em 10 anos "e isto devia causar calafrios a quem for dotado de sensibilidade mínima". Foto: Lusa Por Ricardo Vieira
O desemprego é um dos maiores problemas que o país enfrenta e o Estado “recua no momento em que pede mais ajuda” aos portugueses, acusa o investigador Jorge Caleiras, autor do livro “Para lá dos números - As consequências pessoais do desemprego”. Num período em que Portugal regista taxas de desemprego historicamente elevadas, empresários e famílias devem “chegar-se à frente”, mas o Estado tem que ser a “locomotiva para puxar” pela economia e pelo investimento, defende o doutorado em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. “Não há soluções mágicas. O crescimento económico é que vai criar emprego e para haver crescimento tem que haver investimento, tanto privado quanto público. Entendo que nestes momentos de crise o investimento público deve servir como uma espécie de locomotiva, até para dar exemplo ao sector privado.” O mau emprego Quadro superior do Instituto de Segurança Social, Jorge Caleiras explica que foram os números a espoletar a sua investigação. “Nós temos um desemprego que passou da casa dos 4%, no início dos anos 2000, para valores acima dos 17% até à relativamente pouco tempo [2013]. Logo isto significa que o desemprego, em pouco mais de dez anos, mais do que quadruplicou e isto devia causar alguns calafrios a quem for dotado de sensibilidade mínima. Quanto a mim, confesso que os senti.” A taxa de desemprego tem vindo a cair desde o pico de 2013, mas o investigador alerta para outro problema: a qualidade do emprego que está a ser criado em Portugal. “Ainda que nos meses mais recentes se possa até falar
na criação líquida de emprego, aí a discussão tem de ser outra. Nós observamos alguns empregos que ainda assim vão sendo criados e que emprego é esse? É aquilo que eu designo por mau emprego”, adverte. Para Jorge Caleiras, trata-se de “emprego desqualificado, precário, mal remunerado, sem protecção social associada e quando os salários recebidos muitas vezes não chegam para cortar com este ciclo de pobreza”. E identifica um “ciclo vicioso” que afecta, sobretudo, uma camada mais jovem da população em idade activa. “É uma espécie de desemprego repetitivo, que alterna entre um momento de desemprego, uma reentrada no mercado de trabalho com um vínculo muito precário e com um salário mais baixo, depois uma nova recaída no desemprego, uma nova reentrada no mercado de trabalho com um vínculo ainda mais precário e com uma remuneração ainda mais baixa. Este ciclo repetitivo, cada vez mais notório, sobretudo, entre os desempregados mais jovens.” O papel do Estado, sublinha, é mais uma vez “fundamental também na regulação, porque a desregulação do mercado de trabalho só trouxe mais desemprego”. Para lá dos números, os novos pobres Na investigação académica de cinco anos que resultou no livro “Para lá dos números - As consequências pessoais do desemprego” (Edição Almedina/CES), Jorge Caleiras foi ao encontro das pessoas que estão do outro lado das estatísticas e das folhas de Excel. Olhou para o problema de várias perspectivas. Falou com dezenas de desempregados, mas também com empresários, autarcas, dirigentes e técnicos do Instituto de Emprego e Formação Profissional, dos serviços públicos da Segurança Social e com as redes sociais. No trabalho concluído em finais de 2011, já com a “troika” em Portugal, encontrou novos pobres, “apanhados num contexto extremo de dificuldades de vida”, em que “muitas vezes o que fala mais alto é o silêncio, a vergonha e não acedem a alguns apoios que, ainda assim, vão existindo”, como o rendimento de inserção social (RSI). Encontrou também casos dramáticos de pessoas sem direito ao subsídio de desemprego, incluindo casais que caíram fora da rede de protecção pública. Sem acesso a apoios sociais, tiveram de encontrar “amortecedores” para os efeitos da falta de trabalho. Entre esses mecanismos de subsistência alternativos estão: a família, amigos, economia informal, venda de património e, sobretudo no caso dos desempregados mais jovens, fazer as malas e emigrar. “É nessa medida que eu chamo a muitas situações de pobreza que decorrem do desemprego uma pobreza suave e integrada. Ela é suave, porque é amortecida por aquelas estratégias engenhosamente combinadas e que servem de apoio e permitem essa suavização. E são integradas porque, apesar de tudo, não há um efeito de exclusão como é observável, por exemplo, nos países do Centro e do Norte da Europa. Nós temos aqui em Portugal os pobres lado a lado, são nossos vizinhos. O nosso vizinho está desempregado e, no entanto, ele não é necessariamente um cidadão excluído. Ele é, sobretudo, pobre.”
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Perfil Jorge Caleiras é doutorado em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e quadro superior do Instituto da Segurança Social. Tem desenvolvido investigação e publicado nas áreas do mercado de trabalho, da pobreza e exclusão social, e das políticas sociais e de emprego.
Portugueses solidários aumentam donativos para o Banco Alimentar
Mais 3,9% de donativos do que em Maio de 2014. Foto: Lusa
Aumentaram quase 4% os donativos ao Banco Alimentar. Na campanha do passado fim-de-semana, foram recolhidas mais de duas mil toneladas de alimentos – número que supera a campanha de Maio do ano passado. “O balanço é muito positivo. Foram recolhidas 2.100 toneladas de alimentos pelos 21 bancos alimentares que estiveram a fazer campanha”, revela a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet. Os alimentos mais doados foram leite, arroz, azeite, massas e enlatados. Vão ser entregues já a partir desta semana a 2.650 Instituições de Solidariedade Social e 410.00 pessoas carenciadas, apoiadas pelos Bancos Alimentares de todo o país, incluindo Madeira e Açores. A última campanha, na qual participaram mais de 40 mil voluntários, ficou ainda marcada pela utilização de sacos de papel. Terminada a campanha mais activa nos supermercados, mantêm-se até dia 7 as campanhas “Ajuda Vale” (nos supermercados e bombas de gasolina) e “Alimente esta ideia” (na internet).
Prevenar comparticipada a partir desta segundafeira A gratuitidade da vacina que previne doenças provocadas pela bactéria pneumococo só entra em vigor daqui a um mês e apenas para as crianças nascidas a partir de 1 de Janeiro deste ano. A vacina Prevenar passa a ter uma comparticipação estatal de 15% a partir desta segunda-feira, para todos os cidadãos que se dirijam à farmácia com receita médica. A Prevenar previne doenças provocadas pela bactéria pneumococo, como a pneumonia, meningite, otite e septicemia, entre outras. A partir de 1 de Julho, a vacina estará disponível nos centros de saúde, uma vez que foi integrada no Programa Nacional de Vacinação. Passa a ser gratuita para todas as crianças nascidas desde 1 de Janeiro deste ano. O esquema de vacinação recomendado fica completo com três doses da vacina, devendo ser administrada aos dois meses, quatro meses e 12 meses. “A vacina será também gratuita para alguns grupos de riso que serão vacinados mediante indicação médica”, sublinha a Direcção-geral da Saúde (DGS) em comunicado.
Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. Eis o Sporting no Jamor O Sporting jogou com 10 mais de uma hora. Esteve a perder por dois, empatou e ganhou nos penaltys. Festejos regressam a Alvalade.
Por Carlos Calaveiras
O Sporting ganhou a Taça de Portugal ao Sporting de Braga. Não chegaram 90 minutos, nem 120 e só as
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grandes penalidades decidiram para que lado caia o caneco depois de um empate a 2. Foram sete anos à espera disto. Foram sete anos sem ganhar nem um troféu no futebol, foram sete anos difíceis e, por isso, hoje, só podia ter sido assim: difícil. Nani estava lá há sete anos e hoje voltou a marcar presença no Jamor e a ser um dos melhores em campo. Decisivo foi também o capitão Rui Patrício, com defesas fundamentais, incluindo no prolongamento e nos penaltys. Os leões até entraram melhor, mais pressionantes e era isso mesmo que os arsenalistas queriam. Em contraataque, o Sp. Braga fez dois golos (Éder e Rafa), aproveitando erros defensivos, primeiro de Cédric e depois de Miguel Lopes. O minuto 16 podia ter ficado na “estória” do jogo: falta de Cédric na área, expulsão, penalty e golo do Braga. Afinal, ainda havia muito para contar. Em inferioridade numérica e a perder 2-0 a partir do minuto 25, o jogo parecia estar resolvido, mas o Sporting nunca desistiu e chegou à igualdade com golos aos 84 e aos 93 minutos, numa altura em que muitos adeptos leoninos. Na altura dos golos verdes e brancos, Marco Silva já tinha arriscado tudo: Montero fazia companhia a Slimani na frente desde o minuto 74 e a mudança deu resultado. Épico final de partida e prolongamento confirmado. Nos 30 minutos de aditamento, a força física já não foi muita, vários jogadores precisaram de assistência médica, mas acabou por ser do Braga (Salvador Agra) a maior e melhor ocasião de golo. Rui Patrício, já com caimbras, fez uma defesa "impossível" e levou a decisão para a marca dos 11 metros, onde voltou a ser decisivo. É um lugar comum falar na "lotaria dos penaltys". A sorte grande saiu ao Sporting, que assim voltou aos títulos. Os arsenalistas tremeram no momento decisivo e falharam três pontapés. Voltemos ao início: Sete anos depois terminou o jejum, o Sporting volta aos títulos e conquista a 16ª taça de Portugal. O Braga vai ter de esperar para repetir 1966. Marco Silva, quatro anos depois de abraçar a carreira de treinador, ganhou o seu primeiro título e de leão ao peito. Tem mais três aons de contrato em Alvalade.
“Devíamos pensar num plano de prevenção e combate à violência sobre crianças” A proposta é da vice-presidente do Instituto de Apoio à Criança no Dia Mundial da Criança. Entre 2008 e 2014, foram sinalizadas mais de 36 mil crianças e jovens em risco.
Foto: EPA Por André Rodrigues
A vice-presidente do Instituto de Apoio à Criança, Dulce Rocha, apela a um papel mais activo da sociedade na prevenção de casos de violência contra as crianças e propõe a criação de um plano nacional. “Devíamos pensar, à semelhança do que sucede com a violência doméstica, num plano nacional de prevenção e de combate à violência sobre as crianças. Nós vemos que é preciso mais formação para os profissionais e muita informação para as crianças e para as famílias”, afirma à Renascença. “Poderíamos, eventualmente, ter programas psicoterapêuticos também para reabilitar os agressores”, acrescenta. Esta segunda-feira, assinala-se o Dia Mundial da Criança. Mais de 36 mil menores foram sinalizados entre 2008 e 2014, o que leva Dulce Rocha, que já presidiu à Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, a defender uma maior atenção a estes casos. Por outro lado, um quarto das crianças em Portugal vive em situação de carência material. Dulce Rocha acusa o Governo de optar pela austeridade, indiferente a todas as recomendações que apontam para a necessidade de dar melhores condições às famílias. “Eu lembro-me de termos feito a recomendação de investir nas crianças para combater as desigualdades. Mas, ao mesmo tempo em que fazíamos essa recomendação, havia políticas severas de austeridade. O resultado saiu exactamente o contrário”, critica. Consequência disso é a quebra de natalidade. Portugal tem a taxa mais baixa da União Europeia e as mulheres
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em idade fértil optam por ter filhos cada vez mais tarde – em média, depois dos 29 anos. “As famílias não conseguem ter esperança em segurança e num futuro com condições de dignidade”, afirma a vice-presidente do Instituto de Apoio à Criança, que se diz “assustada” com a falta de medidas para inverter a tendência e com a saída de tantos jovens do país, uma vez que são eles que podem ajudar a mudar. “Isto tem de fazer pensar as pessoas que têm o poder”, defende Dulce Rocha. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
Os EUA e os crimes económicos
Saiba se a água da sua praia tem "qualidade de ouro" O município com maior número de praias com qualidade continua a ser Albufeira, com 21, seguida de Vila Nova de Gaia com 18 e Vila do Bispo com 12, Torres Vedras 11, Cascais e Grândola com 10 classificações cada.
Em regra, os americanos não têm contemplações com o crime económico. Mas no sector da banca, a actuação dos EUA em matéria criminal tem sido justamente criticada.
Foto: Pedro Mesquita/ RR Por José Pedro Frazão
Por Francisco Sarsfield Cabral
Talvez por o futebol (“socker”) contar pouco nos Estados Unidos, o FBI desencadeou uma operação de grande alcance contra a corrupção na FIFA. E ainda a procissão vai no adro... Apesar de serem os campeões do capitalismo (ou talvez por isso mesmo), em regra os americanos não têm contemplações com o crime económico. E foi a pressão de Washington que abriu o tradicional segredo bancário suíço, para combater a fuga aos impostos. Mas no sector da banca a actuação dos EUA em matéria criminal tem sido justamente criticada. Grandes bancos internacionais, americanos e europeus sobretudo, têm sido alvo de multas enormes nos EUA por causa de infracções e crimes financeiros. Só em 2014 essas multas atingiram quase 80 mil milhões de dólares. Só que nenhum gestor dos bancos multados foi preso, nem qualquer banco faliu (no passado, banco nos EUA que admitisse ter cometido um crime era obrigado a falir). Agora, os gestores dos bancos em causa acordaram com as autoridades americanas o pagamento de multas chorudas, naturalmente com dinheiro dos accionistas, com a condição de tudo ficar apagado. Isto não é justiça.
A Quercus cruzou a informação oficial do Ministério do Ambiente com os seus próprios critérios. A qualidade das águas balneares é grande, mas diminuiu face ao ranking de 2014. A associação ambientalista identifica um número menor de praias com “qualidade de ouro”. Estão identificadas 314 com qualidade máxima, menos 41 que em 2014. O critério de análise relaciona-se com a qualidade das águas balneares. Das praias distinguidas, 283 são costeiras, outras 26 situam-se no interior e cinco são de transição. Registase uma diminuição de 39 praias costeiras e duas interiores no lote de distinguidas face a 2014. O universo analisada é composto por 569 zonas balneares. Albufeira (21), Vila Nova de Gaia (18), Vila do Bispo (12), Torres Vedras (11), Cascais e Grândola (11) são os concelhos com o maior número de praias costeiras com “qualidade de ouro”. A análise publicada, esta segunda-feira, tem por base informação pública oficial da Agência Portuguesa do Ambiente e distingue as zonas com melhor qualidade de água. Os ambientalistas atribuem a distinção a todas as praias com águas de qualidade excelente verificadas nas últimas quatro épocas balneares e às zonas cujas análises da última época balnear tenham resultados acima do percentual 95 do anexo 1 da directiva europeia das águas balneares. A Quercus centra a sua análise apenas na qualidade da água das praias, sendo menos abrangente que a análise de critérios que permitem a atribuição da Bandeira Azul. Os ambientalistas ressalvam em comunicado que a exigência do seu estudo é maior ao nível da qualidade da água, incluindo todas as zonas balneares e sem processos de candidatura.
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Os ambientalistas excluem da lista “as águas balneares cuja classificação abranja menos de cinco anos e aquelas que só mais recentemente viram resolvidos os seus problemas de poluição ou onde se tenha verificado na última época balnear uma qualquer análise de qualidade inferior à estabelecida como mínimo pela Quercus”, lê-se no comunicado daquela associação. Consulte aqui a lista de praias com qualidade de ouro para a Quercus
Quem se reformar em 2060 só deve receber 30% do último ordenado A previsão é da Comissão Europeia para Portugal e é válida se o sistema de pensões não for reformado.
Valor das pensões é cada vez menor. Foto: Lusa
O valor das pensões é, desde 2013, cada vez menor e daqui a 10 anos deverá ser menos de metade do último salário (45%). Em 2060, a percentagem desce para pouco mais de 30%, ficando muito aquém da média europeia. Os cálculos constam do relatório sobre o envelhecimento (“Ageing Report”) da Comissão Europeia e foram divulgados este domingo pelo jornal “Público”. A previsão é válida no caso de o sistema de pensões em Portugal não ser reformado. De acordo com o documento, quem se reformar a partir de 2025 terá de viver com menos de metade do salário que recebia quando estava no activo. Quando se compara o valor bruto da pensão com o último salário, constata-se que os cortes decorrentes do funcionamento do sistema de pensões, tal como ele está hoje, são significativos. A taxa de substituição deverá passar, assim, dos 57,5% em 2013 (acima da média de 46,3% da Zona Euro) para 44,8% em 2025 e para 30,7% em 2060 (um valor mais baixo do que a média de 38,6% da Zona Euro). Só em Espanha apresenta uma previsão de evolução pior, dado que passa de uma taxa média de 79% para um rácio que nem chega aos 49%. Mas Portugal é um dos países onde o agravamento projectado do peso da população idosa face à
população activa é mais pesado. Em 2013, o número de pessoas com mais de 65 anos era equivalente a 29,8% da população entre os 15 e os 65 anos. O indicador deverá subir para 63,9% até 2060, ao passo que na Zona Euro deverá ficar-se pelos 51,1%. No plano político, até agora, a sustentabilidade da Segurança Social apenas sustenta troca de palavras entre Governo e oposição. O líder do PS acusa o executivo de falta de coragem para assumir propostas concretas, depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter reafirmado que a discussão sobre as pensões fica para depois das legislativas. EM NOME DA LEI
Governo vai aprovar programa para tornar leis mais simples e acessíveis Secretário de Estado da Modernização Administrativa foi convidado do programa “Em Nome da Lei”, no qual se debateu a qualidade das leis portuguesas. O Governo vai aprovar em breve um novo programa de simplificação administrativa e legislativa, anunciou o secretário de Estado Cardoso da Costa na Renascença. Para já, as pequenas e médias empresas (PME) são as beneficiadas, mas a iniciativa deverá ser alargada mais tarde aos cidadãos. “Identificaram-se os principais entraves burocráticos e apontaram-se pistas de solução. A Faculdade de Direito de Lisboa elaborou o relatório, que vai ser público em breve, e nós, em cima desse relatório, vamos apresentar a proposta do Governo nessa matéria”, afirmou no programa “Em Nome da Lei”, transmitido ao sábado. O facto de nos encontrarmos em final de legislatura não incomoda o secretário de Estado da Modernização Administrativa, segundo o qual “os países não param porque há eleições”. “Há continuidade nas políticas. Não estamos a trabalhar para este Governo, estamos a trabalhar para a administração público, tal como o Parlamento não pára agora”, argumentou. Joaquim Cardoso da Costa reconheceu, por outro lado, que Portugal tem um problema de coordenação na Administração Pública e que há, por vezes, incoerência na intervenção dos vários ministérios. A qualidade das leis portuguesas foi o tema do programa “Em Nome da Lei” deste sábado. O debate centrou-se no impacto que as leis têm sobre a vida dos portugueses é avaliado e como é possível tornar as leis mais eficientes e mais compreensíveis para os cidadãos. A Fundação Manuel dos Santos elaborou há uns meses um estudo sobre a forma como se legisla em Portugal. O seu presidente, Nuno Garoupa, considera que, não só há um problema de incoerência na actuação do Estado, como falta avaliar as políticas e, nomeadamente, a
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actividade legislativa. “Porque é que as leis são pedidas aos escritórios e não são feitas no Estado? Segundo, em que condições é que são pedidas? E, terceiro, o que é que se espera que o escritório dê ao Estado? Isso não é transparente. Mas há mecanismos para tornar transparente. Não estou a dizer que isso é mau. O outsourcing tem boas razões para ser feitas, mas isso tem de ser explicado e de uma forma transparente”, afirma. Para tornar mais simples e acessíveis aos cidadãos as leis que faz, a Assembleia da República criou um grupo de trabalho, coordenado pelo deputado socialdemocrata Gabriel Côrte-Real Goucha, também convidado do “Em Nome da Lei”. Em seu entender, legisla-se demais em Portugal. É uma questão cultural, reconhece. O programa “Em Nome da Lei” é emitido aos sábados, entre as 12h00 e as 13h00. Além das personalidades convidadas, participam no debate os habituais comentadores residentes: o juiz desembargador Eurico Reis e professor universitário Luís Fábrica.
Netos de portugueses nascidos no estrangeiro já podem pedir nacionalidade
"Esta decisão faz justiça a muitos descendentes de portugueses cujos pais, por factores muito objectivos, estiveram impedidos de adquirir a nacionalidade portuguesa, designadamente por causa da inexistência de estruturas consulares. Corrigiram-se agora erros de muitas décadas acumuladas e o Governo saúda a Assembleia da República e os senhores deputados que contribuíram para esta decisão histórica", declarou. Questionado sobre qual o universo de pessoas que poderá abranger a nova legislação, José Cesário falou de um número "imprevisível", avançando apenas com uma estimativa genérica de "vários milhares". "Sabemos que o público a que se destina esta alteração legislativa é fundamentalmente o grupo de descendentes de portugueses de comunidades da chamada emigração transoceânica, sobretudo de países como o Brasil, Argentina, Estados Unidos e Canadá. São países onde continua a haver poucas estruturas consulares", alegou.
O Parlamento português funciona bem? Investigador de ciência política diz que os desafios actuais “não são únicos do sistema político português, mas estão presentes em toda a Europa”.
Governo fala em "mudança histórica" e diz que a nova legislação pode afectar "vários milhares" de pessoas. A maioria parlamentar aprovou esta sexta-feira, em votação final global, um diploma que passa a estender a possibilidade de aquisição da nacionalidade portuguesa originária aos netos de portugueses nascidos no estrangeiro. Em relação a este projecto que partiu da maioria PSD/CDS, o PCP, o Bloco de Esquerda e "Os Verdes abstiveram-se, enquanto os deputados socialistas Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves contrariaram a orientação da sua bancada e votaram contra. Apesar de ter havido uma ampla maioria de votos favoráveis para esta alteração à lei da nacionalidade, o consenso entre as bancadas da maioria PSD/CDS e o PS só foi conseguido momentos antes da votação final global, quando foi viabilizada por sociais-democratas e democratas-cristãos uma proposta de alteração apresentada pelos socialistas, na qual se condicionava a aquisição de nacionalidade por netos de emigrantes portugueses à existência "de laços de efectiva ligação à comunidade nacional". Segundo o deputado socialista Jorge lacão foi graças ao trabalho do seu partido que acabou por ser imposto o rigor necessário para que não se venha a verificar um aproveitamento indevido da abertura dada pela lei. O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, considerou que esta alteração representa uma "mudança histórica" no ordenamento jurídico nacional.
Foto: Lusa
Como funciona o Parlamento português? Como se faz uma lei? Como funcionam as comissões parlamentares? As respostas estão no livro “O Parlamento Português”, lançado este domingo na Feira do Livro de Lisboa, numa edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos. O autor é o investigador de ciência política Jorge Fernandes, para quem a Assembleia da República até nem funciona mal. “Tem todas as coisas boas e todas as más; enfrenta os desafios, nomeadamente ao nível do afastamento dos cidadãos da política, de uma certa desconfiança institucional. Muitos destes desafios não são únicos do sistema político português, estão presentes em toda a Europa”, sustenta, em declarações à Renascença. O livro conclui que Portugal não se sai mal na produção de leis. O que Jorge Fernandes nota é que são muito
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poucos os assessores que dão apoio às comissões e aos deputados. No livro, o investigador explica ainda como se faz uma lei, fala do debate recorrente em torno da reforma do sistema eleitoral ou do impacto da integração europeia no funcionamento da Assembleia da República.
Juncker contra saída da Grécia da Zona Euro
Futuro dono do Novo Banco não terá de pagar aos lesados do BES
“Não partilho a ideia de que teremos menos problemas e constrangimentos se a Grécia abandonar o Euro", diz presidente da Comissão Europeia.
A garantia foi deixada pelo Banco de Portugal aos interessados na instituição que resultou da resolução ao Banco Espírito Santo (BES).
Por Paulo Ribeiro Pinto
O futuro dono do Novo Banco não terá de pagar o papel comercial vendido aos balcões do BES, garante o Banco de Portugal. O esclarecimento foi dado no início deste mês aos potenciais interessados na instituição que resultou da resolução ao Banco Espírito Santo (BES). O supervisor lembra, em comunicado, que na divisão em “banco bom” e “banco mau”, em Agosto do ano passado, todas obrigações sobre instrumentos de dívida emitidos pelo Grupo Espírito Santo (GES) ficaram no “BES mau”, juntamente com outros activos considerados tóxicos. Por isso, conclui o Banco de Portugal, o Novo Banco não tem qualquer responsabilidade sobre os produtos vendidos aos balcões do Banco Espírito Santo.
O presidente da Comissão Europeia voltou a opor-se a uma saída da Grécia da zona do Euro, argumentando que tal iria afastar os investidores, numa entrevista que será publicada na segunda-feira. "Eu não partilho a ideia de que teremos menos problemas e constrangimentos se a Grécia abandonar o Euro", disse Jean-Claude Juncker em entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung. O luxemburguês reúne-se na segunda-feira à noite, em Berlim, com a chanceler alemã Angela Merkel e com o Presidente francês François Hollande. Apesar de a dívida grega não ser oficialmente a razão desta minicimeira, o chefe do executivo da União Europeia afirmou que ficará "muito surpreso", se esta não estiver no centro da reunião. Muito activo nas últimas semanas para diminuir a tensão entre o novo Governo grego de Esquerda radical e os seus parceiros europeus, Juncker disse temer que uma possível saída da Grécia da moeda europeia forme nos espíritos a "ideia que o Euro não é irreversível". Juncker adiantou que durante uma visita que fez recentemente ao Japão o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe deixou claro que os investimentos do seu país na Europa "dependiam da confiança" que inspira a moeda única no exterior.
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Recorde de migrantes resgatados no Mediterrâneo Números são da Frontex e dizem respeito aos últimos três dias."Foi a maior onda de imigrantes de 2015".
Treino de pilotos assusta população do Montijo e Samouco O elevado número de aterragens de um boeing 767 levou os moradores a pensar que algo de errado se passava com o aparelho.
Foto André Brandão
Mais de cinco mil pessoas foram resgatadas no mar Mediterrâneo desde sexta-feira, um número sem precedentes este ano, segundo informou a Agência de Controlo de Fronteiras Exteriores (Frontex) da União Europeia. As operações de resgate foram levadas a cabo por navios britânicos, malteses, belgas e italianos apoiados por aviões da Islândia e da Finlândia, enquadrados na operação Triton e coordenados pela agência. "Foi a 'maior onda' de imigrantes de 2015", sublinhou o director executivo do organismo, Fabrice Leggeri. O mesmo responsável afirmou que foram salvas "centenas de vidas" e que a operação teve como objectivo prestar assistência às pessoas que se encontravam em embarcações em muito mau estado e que tinham zarpado da costa da Líbia. O Frontex regista que foram encontrados 17 mortos entre os grupos de imigrantes desde sexta-feira e que, neste momento, decorrem ainda cinco operações para o resgate de cerca de 500 pessoas. O destino dos resgatados são os portos do sul de Itália, onde chegaram desde o princípio do ano mais de 36 mil pessoas que cruzaram o Mediterrâneo em busca de uma nova vida no continente europeu. Bruxelas propõe que a União Europeia receba 40 mil migrantes que tenham chegado à costa italiana e grega partir de 15 de Abril e futuras chegadas nos próximos dois anos. Os Estados-membros que participarem recebem 6.000 euros por cada pessoa. Portugal pode ser chamado a receber 2.400 refugiados. Segundo a Organização Internacional para as Migrações, este ano até meados de Abril morreram em naufrágios no Mediterrâneo mais de 1.750 migrantes, 30 vezes mais que no mesmo período de 2014.
Foi só um treino, mas o certo é que assustou os moradores do Montijo e do Samouco, na margem sul do Tejo. Um boeing 767 da Euroatlantic sobrevoou a zona várias vezes e em baixa altitude. O porta-voz da Força Aérea confirma à Renascença que é habitual as companhias aéreas usarem as bases militares do Montijo e de Maceda para qualificarem pilotos e foi o que aconteceu este domingo. O teste foi realizado na base militar do Montijo e decorreu entre as 9h00 e as 13h00. Cada um dos seis pilotos teve de fazer seis aterragens – ou seja, a aeronave sobrevoou a zona 36 vezes. Alguns moradores foram levados a crer que alguma coisa estava mal com o boeing 767.
Sucateiro Manuel Godinho julgado por subornar funcionário da Refer Em Setembro do ano passado, o empresário foi condenado no âmbito do processo Face Oculta a 17 anos e meio de prisão. O empresário Manuel Godinho começa a ser julgado esta segunda-feira, no Tribunal de Aveiro, por subornar um engenheiro da Rede Ferroviária Nacional (Refer), co-arguido no mesmo processo. O sucateiro está pronunciado por um crime de corrupção activa, enquanto o engenheiro, que entretanto foi despedido com justa causa da Refer, responde por um crime de corrupção passiva, sete crimes de falsificação de documento agravado e um de
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fraude fiscal. O inquérito, que resultou de uma certidão extraída do processo Face Oculta, chegou a ser arquivado pelo Ministério Público (MP), na parte que diz respeito ao empresário das sucatas. A Refer, contudo, requereu a abertura de instrução e o juiz de instrução decidiu levar Manuel Godinho a julgamento. Segundo o despacho de pronúncia, a empresa terá pago 115 mil euros a uma empresa do sucateiro, em 2001, por trabalhos que não foram realizados ou que já tinham sido pagos anteriormente. Para levar a empresa que gere a rede ferroviária nacional a pagar este montante, Manuel Godinho terá contado com a ajuda de um antigo engenheiro da Refer que, de acordo com a investigação, recebeu 128 mil euros, como contrapartida. Em Setembro do ano passado, Manuel Godinho foi condenado no âmbito do processo Face Oculta a 17 anos e meio de prisão, por 49 crimes de associação criminosa, corrupção, tráfico de influência, furto qualificado, burla, falsificação e perturbação de arrematação pública. A defesa do empresário de Ovar recorreu do acórdão para o Tribunal da Relação do Porto, não havendo ainda qualquer decisão.
Cavaco defende necessidade de “Governo com apoio maioritário” Chefe de Estado volta a defender entendimento alargado.
O Presidente da República defende que nas próximas eleições legislativas Portugal precisa de um Governo com apoio maioritário na Assembleia da República, de forma a fazer cumprir as regras comunitárias. "Depois de Portugal ter ficado sujeito a um programa de ajustamento que impôs pesados sacrifícios aos portugueses, precisamos de um Governo que tenha apoio maioritário na Assembleia da República, de forma a cumprir as regras comunitárias, no que diz respeito ao controlo do défice orçamental, sustentabilidade da dívida pública e também no que diz respeito às reformas necessárias para a competitividade da economia portuguesa", alegou.
No entanto, se não for possível o entendimento, "é preciso aguardar". "Temos de aguardar e talvez dissesse que, antes de tomar qualquer decisão, têm de visitar esta região para voltar com um novo espírito de compromisso", acrescentou. Depois de uma visita a dois concelhos do norte do distrito de Viseu - Penedono e S. João da Pesqueira - o Presidente da República admitiu aos jornalistas que regressa a Belém de alma cheia. "É um outro espírito, crença e vontade de vencer, um optimismo perante o futuro e a convicção de que com trabalho podem ultrapassar as dificuldades. Não encontrei aqui o discurso da desgraça, do miserabilismo, da descrença que encontramos com frequência nos agentes políticos em Lisboa ou na comunicação social", sustentou. Cavaco Silva, que na sexta-feira esteve em outros dois concelhos do distrito de Viseu - Moimenta da Beira e Tabuaço - aproveitou ainda a ocasião para convidar políticos e dirigentes sindicais a visitar a região. "Gostaria de convidar os políticos e os líderes sindicais que se fixam apenas nos corredores e gabinetes de Lisboa a virem aqui ao norte, eixo do Douro Vinhateiro, a contactar com as pessoas e os autarcas. Estou convencido que voltariam mais abertos a trabalhar em conjunto, à cultura do compromisso e diálogo para resolver os problemas do país: voltariam menos crispados e até menos violentos na linguagem, porque qualquer um, quando vem aqui, enche a alma, porque o espírito é diferente", referiu. No seu entender, "vale a pena visitar o Douro vinhateiro, não apenas para tirar prazer de conhecer os prazeres desta terra, mas também para voltar a casa, aos corredores do poder em Lisboa, com outra alma e espírito mais positivo e é isso que o país precisa", frisou.
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Papa vai receber famílias dos jovens que morreram no Meco Fernanda Cristóvão, mãe de uma das vítimas, vai pedir a Francisco "coragem" e "serenidade" para conseguir aceitar a morte da filha.
Igreja portuguesa “perdeu o sal” e continua “sisuda” O frei Bento Domingues lança mais um livro, resultado de uma colaboração com "Público", mas não se vê como um escritor. Escreve crónicas "por dever de consciência" e porque são também uma "forma de pregação".
Foto: RR Foto: Jose Sena Goulão/Lusa Por Ângela Roque Por Ana Lisboa
O Papa Francisco vai receber no próximo mês os familiares dos jovens que morreram na praia do Meco, em Dezembro de 2013. A audiência realiza-se a 24 de Junho, no Vaticano, a pedido das famílias dos estudantes da Universidade Lusófona. O pedido dos familiares foi feito por carta, enviada na Quinta-Feira Santa e a resposta não se fez esperar. “Nunca pensámos que a resposta fosse tão célere. Neste momento estou completamente anestesiada, não sei dizer, a emoção é grande em estar perto de alguém que para mim seria completamente impossível”, disse à Renascença Fernanda Cristóvão, mãe de uma das vítimas. “O que lhe vou pedir a ele é coragem, coragem para sobreviver com a falta física da Catarina e coragem para continuar esta luta na descoberta e na prova da verdade”, explica. Mas Fernanda vai fazer outro pedido ao Papa: “Serenidade para conseguir aceitar aquilo que não sou capaz de mudar”. Os seis jovens estudantes da Universidade Lusófona morreram na praia do Meco, na madrugada de 15 de Dezembro, quando foram arrastados por uma onda. João Gouveia, antigo "Dux" da Lusófona, foi o único sobrevivente. O caso chegou aos tribunais. O juiz de instrução Setúbal decidiu, em Março deste ano, não levar João Gouveia a julgamento. O juiz aceitou a tese de acidente e disse que não viu qualquer indício de crime, sublinhando que os jovens estavam da praia de livre vontade.
“O bom humor de Deus e outras histórias” é o título de mais um livro com as crónicas de frei Bento Domingues no “Público”. O frade dominicano colabora com o jornal há mais de duas décadas, mas em declarações à Renascença disse que não se vê como um escritor. Escreve crónicas “por dever de consciência” e porque são também uma “forma de pregação”, ou não pertença ele à Ordem dos Pregadores. Sobre a Igreja portuguesa, acha que tem boas lideranças mas que “perdeu o sal” e continua demasiado “sisuda” e triste. Lamenta também que não haja cristãos mais interventivos, sem vergonha nem medo, e que não se viva a fé com alegria, como pede o Papa Francisco. É importante haver nos media espaço para estas reflexões de pessoas da Igreja? Aqui no Ocidente, sobretudo na Europa, o fenómeno da laicidade tenta privatizar a religião, passá-la para o privado, só é pública quando é criticada. Antes de chegar este Papa só os escândalos do Banco do Vaticano e da pedofilia é que apareciam, não havia mais notícias nos meios de Comunicação, e isso era para mim uma tristeza enorme. O que ainda não compreendi, não na Igreja em Portugal, que é uma coisa grande, mas nas lideranças católicas, é que não tenham ainda pegado, por exemplo, no discurso que o Papa fez no Parlamento Europeu e ajudarem os cristãos a entender o seu papel na sociedade. Parece que andam manietados por alguns grupos ou pessoas que não gostam do Papa Francisco. Mas eu creio que Francisco fez uma convocatória também aos bispos, aos padres, aos religiosos, às instâncias de liderança na Igreja, para dinamizarem o Evangelho. Porquê? Porque
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o Evangelho é o da alegria. O tema deste livro remete-nos para a importância de se viver a fé com alegria. Falta alegria e até sentido de humor na forma como se vive a religião? Sim, sentido de humor. Uma coisa que sempre me impressionou foi termos o Evangelho e termos este ar tristonho. Parece que estamos sempre assustados. O Papa já criticou isso várias vezes. A forma triste e sisuda com que os cristãos vivem e até com que os padres celebram, às vezes com “cara de enterro”, foi a expressão que usou… Ele tem razão! Por exemplo, as pessoas nunca contam histórias na Igreja ou então são histórias tristes. Não contam uma anedota ou algo que faça rir. As pessoas vão à missa para terem energia para a próxima semana, para se alegrar. Não, se não for sisudo pensam que não é sagrado. Ora, a alegria é o mais sagrado que há! No geral a Igreja portuguesa continua muito ‘sisuda’ ou com o Papa Francisco já mudou alguma coisa? Acho que mudou e já há gente que até tem vergonha das atitudes antes assumidas. A mudança de mentalidades é sempre lenta, mas creio que o Papa criou um novo clima: esta concepção de ver o mundo a partir da periferia, ele assentou aí o Evangelho de Jesus. O termos uma concepção económica e uma concepção política que ficam uns no centro e outros na periferia, faz com que tenhamos sociedades não multiculturalistas mas sim de ‘multi-guettos’. Nós, cristãos, devemos apontar para um mundo fraterno, mas é um trabalho que me parece que desistimos dele. É obrigatório os cristãos tomarem consciência dessa responsabilidade na defesa do bem comum, na tolerância, na entreajuda? É. Criticaram muito o Papa Francisco por ele dizer ‘esta economia mata’, mas o que é que ele há-de fazer? É a evidência! Encontremos é outras formas de viver. Os cientistas sociais católicos, que os há, porque é que não espicaçam os outros a dizer ‘vamos lá ver se também podemos dar um contributo científico para uma outra forma de organização social’? Nós adoptámos o que há de pior no capitalismo, que é o egoísmo levado ao extremo, e o pior que há no comunismo que é ‘as pessoas não contam’. Mesmo cá em Portugal, neste tempo que chamavam ‘da troika’ e da austeridade, só viram números. E as pessoas? Não existem, passa a haver uma abstracção. Então os católicos precisam de ser espicaçados para se recentrarem nas suas responsabilidades? Absolutamente! E depois repare que as pessoas, individualmente, até adoptaram o sistema da laicidade: vão à missa, comungam, depois o resto da vida, religião ‘viste-la’! Que afinal é o que a laicidade pretende, é a fé não ter dimensão pública. Acho que a Igreja portuguesa tem gente boa e as lideranças não são más, de bispos e padres. Parece-me que perderam sal e não conseguem, sobretudo, ajudar a espicaçar as comunidades. Mesmo isto dos sínodos é tão amorfo, tão chatinho! Quer dizer, em vez de ser um grande instrumento, de incentivar, parece que têm medo de explosões. É sua intenção continuar a espicaçar os cristãos com as suas crónicas, alertando para os problemas? É uma coisa que faço por dever de consciência. Desde
o começo do “Público” que me pediram isso. Muita gente me incentivou, por considerarem importante esta presença num meio que não é confessional e que tem toda uma margem de gente que lê que não é católico, ou é católico crítico, outros são agnósticos, ateus. Ora, eu não estou a fazer mais que o meu dever. Entrei na Ordem dos Pregadores (dominicanos) e esta é a minha forma de pregação. E nunca tive nenhuma censura de nenhum bispo português. Nunca se sentiu incompreendido pela Igreja? Não. E dentro da Ordem completamente apoiado, mas também não me dão "consignas". É um espaço de liberdade. No jornal nunca senti censura nenhuma, muitas vezes os leitores não estão de acordo, é o normal. Nunca faço uma crónica sem estudar o assunto. E não tenho pretensões de ser um escritor, sou um colaborador. Sinto-me feliz. Esta entrevista vai ser transmitida na íntegra no programa “Princípio e Fim” da Renascença, domingo, a partir das 23h30. O livro “O bom humor de Deus e outras histórias” foi lançado esta sexta-feira, em Lisboa. A organização das crónicas é da responsabilidade do jornalista António Marujo e da irmã Maria Julieta Dias.
Lisboa terá “felizes circunstâncias” no próximo ano pastoral D. Manuel Clemente apresentou programa no dia da Igreja Diocesana.
Foto Patriarcado Por Eunice Lourenço
A Diocese de Lisboa terá “três felizes circunstâncias” para a ajudar no próximo ano pastoral e no seu sínodo diocesano, disse o Cardeal patriarca, D. Manuel Clemente, na apresentação do programa pastoral para 2015-2016. Um programa que o próprio bispo de Lisboa define mais como um calendário do que como um programa, insistindo na ideia de que o programa da Igreja de Lisboa, como da Igreja universal, é a exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”. “O programa da Igreja de Lisboa é a ‘Evangelii Gaudium’”, reafirmou D. Manuel Clemente, na apresentação que decorreu nas Oficinas de s. José, as instalações dos Salesianos em Lisboa, onde também reforçou o trabalho sinodal que decorre em toda a diocese como meio para concretizar “o sonho
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missionário de chegar a todos”. Quanto às “três felizes circunstâncias” que vão ajudar nos próximos tempos ajudar, o Cardeal Patriarca anumerou-as: o sínodo dos Bispos, em Outubro próximo; o Jubileu da Misericórdia, que começa em Dezembro; e a “visita”, em Janeiro e Fevereiro, da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que vai percorrer as várias dioceses do país em preparação do Centenário das Aparições. A Diocese de Lisboa está em caminho sinodal, que terá o seu ponto alto em Novembro de 2016, assinalando também os 300 anos da atribuição de dignidade patriarcal ao bispo de Lisboa. “O que nos interessa na comemoração destes 300 anos é a missão. Para o resto, há o Museu dos Coches”, afirmou D. Manuel Clemente, lembrando que o Papa Clemente XI criou o Patriarcado de Lisboa graças à dimensão missionária desta diocese. A Diocese de Lisboa celebra, tradicionalmente, o seu dia na Festa da Santíssima Trindade. Este ano o Dia da Igreja Diocesana, teve por tema “Consagrados numa Igreja em missão rumo ao Sínodo diocesano”, assinalando assim também o Ano da Vida Consagrada.
Escutar "Os Lusíadas" em versão "stand-up" Uma obra mais fácil de se ouvir do que de se ler, admite o actor António Fonseca que, na memória guarda os 8.816 versos. Diz que neste tempo precisamos de grandes histórias. "É uma obra de futuro que é para ser lida hoje".
Os Lusíadas”, de António Fonseca, vai buscar de novo a obra: “Acho que vou de novo pesquisar”. Uma obra mais fácil de se ouvir do que de se ler, admite o actor que, na memória guarda os 8.816 versos. Um trabalho de sete anos para levar a todos uma história de todos que é de ontem e de hoje porque, lembra o actor: “ É neste tempo, sobretudo, que precisamos de grandes histórias e porque 'Os Lusíadas' não são só lirismo. É uma obra de futuro que é para ser lida hoje”. Uma obra que precisa de ser lida e mais bem tratada, defende António Fonseca. “'Os Lusíadas' são mal tratados pelo país, por todos, a começar pelo Governo e pelas instituições. Não me quero queixar, mas estou há sete anos nisto e nenhuma entidade me deu um cêntimo”, lamenta. A gravação da obra de Camões por famílias de diferentes países de língua portuguesa é o próximo projecto. Até lá, há Lusíadas com um estilo diferente. “É uma conversa. Simplesmente se entrar alguém (durante o espetáculo) para mim é óptimo, porque posso meter conversa e perguntar se já tomou o pequeno-almoço”, brinca o actor, que explica que é “um espectáculo em estilo stand up comedy”. Ovar, Braga, Porto e Felgueiras são os palcos por onde as “Falações Integrais dos Lusíadas” vão passar. Um espectáculo que é uma maratona, apenas, com interrupção para almoço e jantar. RIBEIRO CRISTÓVÃO
O leão rugiu De reduzida qualidade técnica, o desafio no Jamor valeu, sobretudo, pela emoção que cada lance conseguiu transmitir e pela indecisão que permaneceu até ao fim. Até aos 84 minutos, o Sporting de Braga conseguiu guardar uma vantagem de dois golos.
Foto: DR Por Isabel Pacheco
Os alunos do colégio João Paulo II de Braga renderamse à aula improvisada na biblioteca da escola. Ouvem um excerto de "Os Lusíadas", de Luís de Camões, pela voz de António Fonseca em estilo “stand up”. “Assim consegui perceber melhor a obra, porque nas aulas não é propriamente a mesma coisa que viver esta experiência”, reconhece à Renascença José Carlos Barbosa, de 15 anos. Já o colega de turma, Leandro admite que, depois do “cheirinho” da apresentação das “falações integrais de
Por Ribeiro Cristóvão
Correspondendo a uma boa parte das previsões nacionais, o Sporting conquistou ontem à tarde, tendo como fundo a excelente moldura do Estádio Nacional, a sua 16ª Taça de Portugal em 27 participações em finais como esta. Pela frente, os leões tiveram uma excelente e bem organizada equipa que nunca lhes deu tréguas e que esteve, inclusive, a um pequeno passo de levar o troféu para a cidade dos Arcebispos.
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É bom recordar que até aos 84 minutos o Sporting de Braga ainda conseguiu guardar uma vantagem de dois golos, mas o tempo que faltava jogar acabaria por serlhe fatal. Não foi um desafio de elevada qualidade técnica. A festa do Jamor valeu sobretudo pela emoção que cada lance conseguiu sempre transmitir a quem assistiu ao jogo, ao vivo ou, por esse mundo fora, pela via televisiva. E, sobretudo, pela indecisão que permaneceu até ao derradeiro pontapé. O Sporting foi um vencedor inquestionável. Mas é igualmente justo erguer a palma pelos guerreiros do Minho que deram um contributo enorme para a valorização do triunfo alcançado pelos comandados de Marco Silva. Os leões, que nunca deixaram de acreditar na reviravolta possível, foram também mais competentes no desempate final, após o qual caiu por terra o sonho alimentado justificadamente por Sérgio Conceição durante largos minutos. Colocado, assim, um ponto final no jogo jogado, seguem-se as várias novelas que prometem alimentar os próximos dias. Prováveis mexidas nos comandos técnicos vão subir a primeiro plano, podendo as dúvidas agora existentes, desfazer-se na semana que agora principia. Curiosamente, os dois técnicos ganhadores, são aqueles que estão no fio da navalha. Por isso, Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho têm a palavra, a qual encerra segredos difíceis de deslindar. Por enquanto.
Sporting ganha Taça de Portugal Sporting 2-2 Sp. Braga (Leões vencem 5-3 após Grandes penalidades). Recorde os melhores momentos em rr.sapo.pt.
Por Carlos Calaveiras
23h30: Invasão de campo. Muitos adeptos saltam das bancadas para o relvado de Alvalade. 23h27: A Taça de Portugal é entregue por Rui Patrício ao presidente Bruno de Carvalho. 23h26: Já com toda a estrutura no centro do relvado, a Taça é mostrada por Rui Patrício aos adeptos. 23h10: Jogadores e equipa técnica entram no relvado perante um estádio em delírio. Estão em Alvalade cerca de 20 mil adeptos.
22h38: Equipa de Alvalade chega ao estádio. 22h18: O autocarro com a equipa de Alvalade sai do estádio do Jamor e está a caminho de Alvalade. - Entretanto, há alguma festa no Marquês de Pombal, mas o trânsito não está cortado. - A equipa do Sporting vai mostrar a Taça de Portugal aos adeptos em Alvalade. Já há milhares de pessoas nas bancadas. 20h28: Jogadores do Braga estão agora a sair do relvado. 20h27: Capitão Rui Patrício levanta a Taça de Portugal entregue pelo Presidente da República. Títulos regressam a Alvalade sete anos depois... Taça vai passando de jogador em jogador. 20h22: Equipa do Sporting sobe a bancada e começa a receber as medalhas. 20h21: Treinador Sérgio Conceição recebe a medalha a chorar. 20h18: Jogadores do Sp. Braga começam a subir as escadas de acesso à tribuna presidencial do Jamor. Já recebem as medalhas de participação. - Árbitro Marco Ferreira: "Aconteceu Taça, felizes com o fair-play, festa maravilhosa" - Treinador Sérgio Conceição: "Fomos superiores em tudo. Deviamos ter tido mais bola. Dois erros, dois golos do Sporting. Foi um jogo intenso". "Quando se perde desta maneira fica um amargo de boca". - Treinador Marco Silva "diz que foram felizes, mas foi merecido". "Parabéns aos jogadores, grandes homens, grande atitude", acrescentou em delcarações à RTP. "Estivemos com a Taça perdida, mas conseguimos vencer". "Os adeptos precisam disto". O Sporting venceu o Sp. Braga após grandes penalidades e conquistou a 16ª Taça de Portugal, sete anos depois do último triunfo no Jamor. Os arsenalistas estiveram a ganhar por 2-0, mas não conseguiram segurar o resultado, mesmo tendo vantagem de mais um jogador durante mais de uma hora. - SPORTING conquista a Taça de Portugal depois das grandes penalidades e de um empate a duas bolas no fim dos 120 minutos. - Salvador Agra FALHA. Bola ao lado. - Slimani MARCA - Falha EDER. Bola por cima da barra. - NANI Marca - Falha ANDRÉ PINTO ou defende Rui Patrício - ADRIEN Marca, bola no ângulo. - Marca ALAN - Avança Alan, do Sp. Braga... - Preparam-se as grandes penalidades no Jamor. Os dois grupos estão em roda no relvado. 120'- Final (2-2). Taça de Portugal decidida nas grandes penalidades. 118'- Salvador Agra sozinho contra três leões ainda fez o cruzamento, mas ninguém rematou. 115'- Cartão VERMELHO para Mauro (Sp. Braga). Segundo Amarelo para o médio-defensivo dos arsenalistas. 114'- OPORTUNIDADE. O que desperdiça o Sp. Braga... Grande defesa de Rui Patrício evita o golo de Salvador Agra que apareceu sozinho pela direita. 112'- Kritciuk falha cruzamento. 110'- Rui Patrício lesionado. Há vários jogadores em claras dificuldades físicas.
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19h38: Volta a rolar a bola no Jamor. 105'- Intervalo do prolongamento. 102- Contra-ataque do Sp. Braga com Sasso a cruzar, mas Paulo Oliveira a cortar no centro da área. 97'- OPORTUNIDADE. Remate ligeiramente ao lado de Nani. 94'- Remate forte de Agra. 90'- Remate torto de Luiz Carlos. 19h21: Começa a 1ª parte do prolongamento. - Jogo vai para prolongamento após um final "impróprio para cardiacos". O Sporting chegou ao empate já ao minuto 93 numa altura em que pressionava e muito e já havia adeptos a deixar as bancadas. Vários jogadores do Sp. Braga parecem estar em dificuldades físicas. A recuperação dos leões é justa. Os arsenalistas desperdiçaram vantagem de dois golos com um jogador a mais. 96'- Final (2-2) 95'- Jogo retomado. - Jogo interrompido no Jamor após o segundo golo dos leões. Ewerton parece lesionado. 93'- GOLO do SPORTING. Marca MONTERO (2-2) que apareceu desmarcado e bateu Kritciuk com um tento de ressalto. 90'- Seis minutos de compensação. 88'- Montero rematou fora da área, mas a bola bateu num defesa contrário e seguiu para Kritciuk. 86'- Cartão AMARELO para Sasso (Sp. Braga). Falta sobre William Carvalho. 84'- GOLO do SPORTING. Marca SLIMANI que ganhou um ressalto e, depois de tirar um defesa da frente, rematou para a baliza onde Kritciuk não estava (1-2) 83'- Kritciuk dá mal uma palmada na bola e assusta a defesa arsenalista. 83'- SUBSTITUIÇÃO. No Sp. Braga sai Djavan e entra Sasso. 79'- OPORTUNIDADE. Paulo Oliveira a "tirar o pão da boca" a Éder depois de jogada e cruzamento de Salvador Agra. 78'- Cabeceamento de Paulo Oliveira no primeiro poste, após um canto, mas por cima. 76'- OPORTUNIDADE. Grande cabeceamento de Slimani, respondendo a cruzamento de Jefferson, e enorme defesa do russo Kritciuk. 75'- SUBSTITUIÇÃO. No Sp. Braga entra Salvador Agra e sai Pardo. 74'- SUBSTITUIÇÃO. No Sporting sai Miguel Lopes e entra Montero. 73'- OPORTUNIDADE. Cruzamento perigoso de Nani, mas Slimani chegou atrasado à bola. Kritciuk estava batido e Santos salvou. 72'- Cartão AMARELO para Kritciuk (Sp. Braga) por demora. 71'- Na resposta, remate arsenalista e Rui Patrício defende. 70'- Bom remate de Nani e boa defesa de Kritciuk. 63'- Cruzamento/remate de Nani pela esquerda, com Slimani a chegar atrasado à bola no segundo poste. 61'- SUBSTITUIÇÃO. No Sp. Braga sai Ruben Micael e entra Alan. 60'- OPORTUNIDADE. Remate em jeito de Éder à entrada da área obriga Rui Patrício a boa defesa para canto. 58'- Arrancada de Carlos Mané pela esquerda, mas quando chegou à área desequilibrou-se.
55'- Pardo vem da direita para o centro e remata contra Ewerton para canto, numa altura em que estavam vários arsenalistas na área. 54'- Cartão AMARELO para Éder (Sp. Braga). 54'- SUBSTITUIÇÃO. No Sporting sai Carrillo e entra Carlos Mané. 50'- Jogada de Pardo pela direita, com cruzamento perigoso, mas Rui Patrício antecipa-se a Éder. 48'- Cartão AMARELO para Luiz Carlos (Sp. Braga). 18h23: Segunda parte no Jamor perante 38.890 espectadores. - Jogo intenso e tremenda eficácia do Sp. Braga, que marcou em duas oportunidades, também beneficiando de dois erros da defensiva leonina. O minuto 15 pode ter sido determinando com uma grande penalidade a favor do Braga e expulsão de Cédric. Os leões tiveram mais bola, pressionaram mais, mas o contra-ataque arsenalista tem sido letal. O árbitro tem sido muito criticado pelos verde e brancos. 47'- Intervalo (0-2) 46'- Mais uma arrancada de Djavan pela esquerda, mas, desta vez, o cruzamento sai com muita força e ninguém chega à bola. 45'- Dois minutos de descontos. 44'- Nani "contra o mundo" remata de longe e a bola bate em Luiz Carlos. 42'- Remate de Rafa à entrada da área, mas a bola sai fácil para Rui Patrício. 39'- OPORTUNIDADE. Djavan "tira" a bola a Kritciuk e o Sporting quase marca no ressalto. Má comunicação dos arsenalistas quase dá golo aos leões. 38'- Cartão AMARELO a Mauro (Sp. Braga). Falta sobre Adrien. 36'- OPORTUNIDADE. Slimani aparece na cara de Kritciuk, isolado, mas não consegue rematar face à pressão de Aderlan Santos e do guarda-redes. Avançado fica a pedir penalty, mas não há falta. 34'- Ruben Micael passa por Paulo Oliveira, mas William faz a compensação numa altura em que o bracarense podia seguir para a área. 25'- GOLO do SP. BRAGA. Marca RAFA. Oferta de Miguel Lopes permite o contra-ataque do jovem extremo português que não desperdiçou frente a Rui Patrício (02) 24'- Boa defesa de Kritciuk após cabeceamento de Carrillo. 24'- Baiano arrisca o segundo amarelo. Falta sobre Nani. 23'- Cartão AMARELO para Baiano (Sp. Braga). 21'- SUBSTITUIÇÃO. No Sporting sai João Mário e entra Miguel Lopes. 20'- Árbitro poupa cartão amarelo a Ruben Micael. Falta sobre William Carvalho. 18'- OPORTUNIDADE. Remate de William Carvalho na área contra a muralha defensiva do Braga. 16'- GOLO do SP. BRAGA. ÉDER não desperdiça a grande penalidade (0-1) 14'- Cartão VERMELHO para Cédric (Sporting). Leões com menos um muito cedo na partida. 14'- PENALTY a favor do Sp. Braga. Grande arrancada de Djavan que passa por vários adversários e sofre falta pelas costas de Cédric na área. Lance bem assinalado pelo árbitro, confirma José Leirós, comentador de arbitragem. 12'- Contra-ataque do Sporting, mas Carrillo dominou
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mal. 11'- Canto do Sp. Braga, mas Ewerton cortou. 6'- Forte remate de Nani por cima da barra, mas por pouco. 5'- Livre lateral de Nani, mas a bola passa por cima da barra. 2'- Cabeceamento torto, muito torto, de Ewerton. 1'- Sporting ganha o primeiro canto do jogo. 17h17: Começa o jogo. Sai o Sporting. 17h15: Capitães escolhem campo e bola. 17h13: Ouve-se o hino nacional. 17h12: As três equipas entram no relvado. O Sporting entra com o equipamento Stromp e o Sp. Braga com a camisola tradicional. 17h06: A Taça de Portugal entra no Jamor. Cerimónia que antecede o jogo já decorre em pleno relvado. Ficha do Jogo Final da Taça de Portugal Estádio Nacional, Jamor Árbitro: Marco Ferreira SPORTING TITULARES: Rui Patrício; Cédric, Paulo Oliveira, Ewerton, Jefferson; William, Adrien, João Mário; Nani, Carrillo e Slimani. Suplentes: Marcelo Boeck, Tobias Figueiredo, Miguel Lopes, Rossel, André Martins, Carlos Mané e Montero Treinador: Marco Silva SP. BRAGA TITULARES: Kritciuk; Baiano, Aderlan Santos, André Pinto, Djavan; Mauro, Luiz Carlos; Pardo, Rúben Micael e Rafa; Éder Suplentes: Matheus, Sasso, Pedro Santos, Pedro Tiba, Alan, Salvador Agra, Zé Luís Treinador: Sérgio Conceição 16h55: Relvado volta a ser regado. 16h50: As duas equipas terminam o aquecimento. 16h35: Entra no relvado a equipa do Sporting para o aquecimento. 16h32: Equipa de arbitragem também já aquece no relvado. 16h30: Aquecimento da equipa do Sp. Braga. 16h22: Guarda-redes do Sporting já aquecem. 16h20: Jogadores do Sporting fazem homenagem, com uma coroa de flores, a Rui Mendes, adepto falecido no Jamor em 1996. 16h17: O 11 do Sporting: Rui Patrício, Cédric, Paulo Oliveira, Ewerton, Jefferson, William Carvalho, Adrien, João Mário, Nani, Carrillo e Slimani. 16h15: O 11 do Sp. Braga: Kritciuk; Baiano, Aderlan Santos, André Pinto, Djavan; Luiz Carlos e Mauro; Pardo, Rúben Micael e Rafa; Éder. 16h12: António Salvador, presidente do Sp. Braga, orgulhoso por estar no Jamor. "Momento único para fazer história". "Acredito cegamente" na vitória. Declarações à RTP Informação. 15h52: Autocarro da equipa do Sporting chega ao Estádio Nacional. Adeptos leoninos fazem grande festa. 15h48: Equipa do Sp. Braga sobe ao relvado pela primeira vez. Jogadores aplaudem adeptos que preenchem um dos topos do estádio. 15h46: Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, diz que "Marco Ferreira merece apitar a final, é um momento bonito, de grande felicidade".
15h41: Equipa do Sporting de Braga chega ao estádio do Jamor. 15h36: Relvado a ser regado. 15h33: O autocarro do Sporting de Braga deixa o hotel a caminho do Estádio Nacional. 15h30: Árbitro Marco Ferreira está a observar o estado do relvado. 15h21: Equipa de arbitragem liderada por Marco Ferreira chega ao Jamor. 15h15: Emídio Guerreiro, secretário de Estado do Desporto, também à RTP Informação, espera "uma grande festa". 15h11: Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, à RTP Informação, aguarda "um jogo disputado com muito fair-play num ambiente fantástico". - Presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, deixou um post no Facebook: "Entramos mais de 3 milhões em campo". "Hoje é dia de final da Taça de Portugal no Jamor. Um dia que mexe com a emoção de todos os Sportinguistas. Desde que iniciámos o nosso trajecto, faz pouco mais de 2 anos, que o objectivo era retirar o Clube de uma falência anunciada e aumentar os índices competitivos em todas as modalidades, criando as condições sustentadas para a conquista de títulos. Quando o anunciámos todos os especialistas diziam que eram objectivos antagónicos. Que ter lucro e ser candidato a títulos seria uma visão demagógica e populista. Temos, com a força do nosso trabalho diário, demostrado que tínhamos razão, que o paradigma do desporto em Portugal pode ser alterado e que o Sporting Clube de Portugal é o pioneiro nessa transformação fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento dos Clubes portugueses. Hoje entramos mais de 3 milhões em campo, e temos todos essa noção! Este é mais do que um jogo, é a dignificação e respeito pelo Clube que estão a ser jogados. É a conquista do primeiro título no futebol profissional desta direção e de quase todos os atletas. É a felicidade de todos os sportinguistas que entra em campo. Queremos vencer e tudo vamos fazer para o conseguir. Por todos nós, por todos os Sportinguistas, pelo nome e história do Sporting Clube de Portugal! Vai ser uma emoção tremenda ver os milhares a vibrar no Jamor mas o objectivo é claro: levantar a Taça no Jamor e levá-la para casa e com dezenas de milhares de sportinguistas comemorar em Alvalade 7 anos depois! Num dia que o coração explode de emoção e de amor por este enorme Clube, que comece o jogo e que no final possamos demonstrar que somos um Clube de conquistas, de vitórias e de Glória!" 15h04: O autocarro do Sporting deixa o centro de estágio em Alcochete. - As portas do estádio do Jamor abriram às 14h30. 15h00: A Renascença abre a esta hora o minuto a minuto do Sporting - Sp-Braga, partida da final da Taça de Portugal no Estádio Nacional, no Jamor.
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JORGE JESUS
"Futuro? Ainda temos tempo para decidir" Treinador do Benfica prefere comentar mais uma época de sucesso dos encarnados do que o seu próprio futuro.
Jorge Jesus prefere, por ora, focar-se em mais uma celebração. Confrontado, após a conquista da Taça da Liga, com o tema premente do seu futuro, o técnico do Benfica voltou a "fintar" a questão. "Último jogo pelo Benfica? A época acabou agora, ainda estamos a festejar este título. Agora só vamos pensar nisso. Ainda temos muito tempo para decidir", salientou "JJ", em declarações à TVI. "O Marítimo esteve melhor que no jogo do Estádio da Luz, corrigiu algumas coisas, foi pressionante. Sobretudo na primeira parte, criou-nos dificuldades. Foi um digno vencido. O Benfica é uma equipa experiente neste tipo de momentos, nas decisões. Merecemos ganhar e este é o 10º título que conquisto como treinador do Benfica. Na época passada, ganhámos tudo a nível nacional. Este ano, só não ganhámos a Taça de Portugal", analisou ainda o técnico de 60 anos.
Benfica é tetracampeão de basquetebol V. Guimarães chegou à final mas não resistiu e perdeu em três partidas.
O Benfica volta a ser campeão nacional de basquetebol. Os encarnados venceram, fora, o terceiro jogo da final diante do Vitória de Guimarães por 68-63. A equipa comandada por Carlos Lisboa já tinha vencido, na Luz, os dois primeiros embates, por 75-67 e 77-69. É o 26º título de campeão para o Benfica. A equipa da Luz já foi também campeão nacional de futebol, hóquei em patins e voleibol. CONVERSAS CRUZADAS
“Figo ainda está na corrida para a FIFA”, diz Silva Peneda Corrupção na FIFA acelera conflito geopolítico de epicentro desportivo. “Enorme escândalo”, afirma Daniel Bessa. “Não fica por aqui”, antecipa Silva Peneda.
Por José Bastos
“Luís Figo ainda está na corrida, porque o caso ainda vai levar uma grande volta”, afirma Silva Peneda no
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Segunda-feira, 01-06-2015
Conversas Cruzadas a propósito do escândalo no círculo de poder da FIFA. Na semana em que a corrupção na poderosa instituição, de comando do futebol mundial, desencadeou uma disputa política e económica o economista Silva Peneda elogia a estratégia do exfutebolista português. “Luís Figo teve uma atitude muito inteligente. Andou muito bem. Muita gente criticou a sua desistência da corrida às eleições para a presidência da FIFA, mas, do meu ponto de vista, ainda bem que desistiu, porque fêlo denunciando o problema. Ainda bem que o fez”, reafirma. “Estou convencido de que a questão da investigação à FIFA não vai ficar por aqui. Estamos perante o início de um processo que vai ainda mais longe e vai ainda mais fundo”, antecipa o ex-presidente do CES, e peça-chave no desenho do Conselho de Administração da Fundação Luís Figo. O actual presidente da FIFA, o suíço Joseph Blatter foi reeleito, sexta-feira, prometendo assumir o quinto mandato consecutivo à frente da instituição no meio de uma tempestade de críticas devido ao escândalo que eclodiu na última quarta-feira, dia 27. Este escândalo de subornos revelado pelas autoridades de investigação judicial dos Estados Unidos está ainda a provocar ondas de choque nas relações entre as grandes potências do planeta. “Os acusados e os conspiradores dependiam do sistema financeiro dos Estados Unidos para que a rede de corrupção pudesse funcionar”, lê-se no extenso documento onde se adiantam os argumentos para a acção judicial. Do outro lado, o presidente russo Vladimir Putin acusa os Estados Unidos de “abuso de poder” num caso que, no limite, pode comprometer o Mundial de 2018 na Rússia. Putin apoiou a gestão de Blatter, mas em Downing Street David Cameron chegou a sugerir que as candidaturas para a realização dos Mundiais de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar) devem voltar a ser votadas. O primeiro-ministro britânico exige ainda a demissão de Blatter, aproveitando a acção judicial dos Estados Unidos para promover uma reforma no órgão de cúpula do futebol mundial. A crise da FIFA pode assim transformar-se em mais uma alínea da crise geopolítica Ocidente Vs Rússia tendo agora o futebol como epicentro. Surpresa na acção da justiça norte-americana? Na leitura de Washington as autoridades podem perseguir, no exterior, qualquer conduta criminosa que afecte a legislação do país. No caso, os acusados terão, entre outras violações, aproveitado o uso fraudulento do sistema financeiro de Wall Street como veículo para transferências de dinheiro fruto de crimes. Daniel Bessa: “Blatter não é culpado?” Daniel Bessa, economista, confessa-se no Conversas Cruzadas fan do desporto-rei. “Gosto de futebol. É um dos desportos mais belos, mais bonitos, enfim, noutras partes do mundo terão outra opinião, outras opções, mas para mim é ‘o’ desporto colectivo por excelência”. “Não sou muito cliente dos estádios, mas passo horas e horas em frente à televisão a ver futebol. Vejo futebol. Gosto muito de ver futebol. Admiro futebol. Gosto do jogo”, reconhece o antigo ministro da economia. “O que se passa à volta do futebol é que sabemos não
ser muito limpo. Internamente também se ouve falar dos nossos casos que não são os melhores e tal”, prossegue Daniel Bessa. “Depois, quando chegamos a um momento definidor destes e nos vemos confrontados com o fenómeno em toda a sua extensão e toda a sua crueza, o que havemos de dizer? O que dizemos?”. Mas estará então Daniel Bessa chocado com - peça constante da acusação - o desvio de, pelo menos, 150 milhões de dólares em 24 anos? “Peço desculpa, porque a maioria das pessoas vai sentir-se ofendida. Mas esse valor até nem é muito...”, responde com um leve traço irónico. “Quer dizer: tantos anos, tantos clientes... É certo que estamos habituados a umas corrupções mais modestas, mas até nem é muito. Um Mundial a cada quatro anos. Até se poderia admitir que era mais”, nota Daniel Bessa. “Aquela organização do Mundial do Qatar em 2022, realmente, vendo bem, é algo que só se compreende com muito dinheiro a entrar por algum lado. Portanto, é dinheiro, é dinheiro! É um escândalo enorme!”, assume mudando de registo. “Capo di tutti capi?” “Há uma coisa que não entendo: como é que uma cúpula é quase toda corrupta e o responsável máximo... não é”, diz Daniel Bessa, numa alusão directa a Joseph Blatter de quem, numa frase do colunista britânico John Carlin, “ainda importa descobrir se, aos 79 anos, é o ‘capo di tutti capi’ ou um afável avozinho distraído”. Num cenário em que a luta pela presidência da FIFA saltou do universo do desporto para domínio político e judicial, federações dos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, anunciaram o voto em Ali Bin Hussein juntando-se à esmagadora maioria das federações europeias que também apoiaram o príncipe jordano. Ainda assim, Blatter saiu claramente vitorioso. Silva Peneda contextualiza. “A FIFA é um sistema de poder. Um sistema de poder que foi montado há já vários anos e vive de uma forma isolada e sem transparência. Um sistema que compra as federações mais carentes do planeta”, nota. “Quando há eleições aí está o sr.Blatter a distribuir dinheiro pelas federações todos e a comprar votos porque tem muito dinheiro”, afirma Silva Peneda. “Aí tiro o chapéu ao Luís Figo. Porque o Luís Figo propunha-se passar o cheque por cima da mesa”, agrega Daniel Bessa. Silva Peneda exemplifica com o Mundial de 2022. “Já ia lá chegar. Esta questão do Qatar é um bom exemplo. Faz algum sentido, do ponto de vista técnico, realizar um campeonato do mundo num país onde as temperaturas chegam aos 50 graus? Faz algum sentido? Não faz nenhum sentido de um ponto de vista técnico”, afirma Silva Peneda. “Para quem gosta de futebol é melhor nem ver”, argumenta Daniel Bessa voltando ao antigo astro do Barcelona e Real Madrid. “Mas antes ainda de desistir, Luís Figo colocou no programa o ponto que previa a transferência do dinheiro para as Federações por cima da mesa. Por cima da mesa. Eu tiro o meu chapéu a isso”, afirma. Já Joseph Blatter insistiu, no final da semana, na mensagem de que quer continuar na liderança da FIFA para a limpar por dentro. “Os próximos meses não vão ser fáceis. Estou certo que irão surgir mais más
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notícias, mas são necessárias para recuperar a confiança”, disse o homem que, desde 1998, lidera o mundo do futebol. O discurso de Silva Peneda regressa ao seu amigo pessoal Luís Figo. “Ele teve uma atitude correcta. E está ainda na corrida, porque isto vai levar uma grande volta. Isto não vai ficar assim”, afirma. “Aliás, o próprio Blatter já disse que vão surgir ainda mais más notícias. As más notícias não são para o futebol. As más notícias vão ser para a classe dirigente do futebol que está na FIFA”, nota Silva Peneda. Silva Peneda: “Não há surpresa” “Não fiquei surpreendido. Quem observa o mundo do futebol e tem alguns contactos internacionais não fica surpreendido. Até no Parlamento Europeu chegámos a discutir este problema da FIFA com gente da UEFA e era evidente que, mais cedo ou mais tarde, isto teria de acontecer”, recorda o antigo parlamentar em Estrasburgo. “De saudar a intervenção do presidente Fernando Gomes da Federação Portuguesa de Futebol que definiu a sua posição com grande clareza. Espero bem que outros presidentes de outras federações assumam as suas posições com esta clareza”, afirma Silva Peneda. Mas no futebol não será “a corrupção tão antiga quanto a lei do fora de jogo”, na humorada formulação do argentino Horácio Convertini? Antes ainda da regra do impedimento no relvado, Daniel Bessa volta-se para as obras... à volta. “Pois... as verbas envolvidas na aplicação da lei do fora de jogo devem ser bem menores que estas da FIFA”. “O fora de jogo é um problema, mas as obras, as obras, são um problema bem maior. Porque este dinheiro está ligado... às obras”, diz o director geral da Cotec. Silva Peneda robustece o argumento. “Às obras e às empresas de marketing e à venda dos tão apetecidos direitos televisivos”, acrescenta. Daniel Bessa conclui. “E também à publicidade. Mas não é só o futebol. Também é a Formula 1. Se bem me lembro, na Formula 1 não estamos só a falar de 150 milhões. Os números que andaram por aí são bem maiores e o sr. Bernie Ecclestone teve de pagar”.
Miguel Oliveira vence Grande Prémio de Itália de Moto 3 É o primeiro português a vencer o campeonato do mundo de motociclismo de velocidade.
Miguel Oliveira comemora a sua vitória no GP de Itália. Foto: Ettore Ferrari/EPA
O piloto Miguel Oliveira venceu, este domingo, o Grande Prémio de Itália de Moto 3, que se disputou no circuito de Mugello. O português saiu da 11ª posição e assumiu a liderança a 12 voltas do fim, conseguindo vencer a sexta prova do Mundial. É o primeiro triunfo de um português no Mundial de motociclismo de velocidade, mas Miguel Oliveira já subiu ao pódio cinco vezes. Natural de Almada e oitavo classificado no Mundial de Moto 3 de 2015, o português alcançou o seu melhor resultado no Grande Prémio da Austrália, em 2012 (segundo lugar) e de Espanha, este ano.
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