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EDIÇÃO PDF Terça-feira, 30-06-2015 Edição às 08h30

Directora Graça Franco Editor Carla Caixinha

Bruxelas faz derradeira proposta a Atenas Sócrates considera que a sua prisão "visa impedir PS de ganhar as eleições" Só três dos dez helicópteros comprados em 2006 estão aptos a voar SORTEIO DOS ÁRBITROS

Caldo entornado na assembleia geral da Liga. Benfica bate com a porta Falta de obras em Angola faz regressar três mil portugueses

Autor do ataque na Tunísia ter-se-á radicalizado nas redes sociais

Mariana comia, mas só pesava 33 quilos. Idosos desconhecem riscos da desnutrição

Maria Barroso está em coma "profundo irreversível"

Unidade de Apoio Orçamental alerta para desvio no défice

"Maravilhas de Portugal" estão no maior motor de busca do mundo


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Terça-feira, 30-06-2015

Bruxelas faz derradeira proposta a Atenas Juncker quer que Tsipras assine uma declaração onde se compromete a fazer campanha pelo “sim” no referendo de domingo. O primeiro-ministro não parece inclinado a aceitar o acordo de última hora.

programa de resgate. São 1,6 mil milhões de euros que estão em causa e que Atenas tem até ao final desta terça-feira para devolver ao FMI. Se não conseguir pagar a prestação, entra em incumprimento. Na segunda-feira, os bancos fechados não abriram na Grécia e assim se vão manter até dia 6 de Julho, dia seguinte ao referendo. As medidas radicais, que incluem o limite ao levantamento de dinheiro a 60 euros diários, foram impostas para proteger o sistema bancário da ameaça de um pânico generalizado face à perspectiva de incumprimento e ao impacto do anúncio do referendo sobre as negociações com os credores.

Só três dos dez helicópteros comprados em 2006 estão aptos a voar Juncker faz uma última tentativa para que a Grécia pague a sua dívida. Foto: François Lenoir/EPA

O presidente da Comissão Europeia terá apresentado uma sugestão à Grécia, na tentativa de chegar a um acordo ainda antes do fim do prazo para o país pagar ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O prazo expira às 24h00 desta terça-feira. A informação é revelada à agência Reuters por fonte da União Europeia e do Governo grego. Os pormenores não são todos conhecidos, mas segundo o jornal grego “Kathimerini”, Jean-Claude Juncker terá sugerido a Atenas uma renegociação da dívida já em Outubro e mexidas no subsídio de solidariedade para os pensionistas mais desfavorecidos. Em contrapartida, o primeiro-ministro grego terá de assinar ainda esta terça-feira uma declaração, assumindo a concordância com o plano, a tempo de uma reunião de emergência do Eurogrupo. Além disso, e segundo a agência Reuters, Alexis Tsipras teria de fazer campanha pelo “Sim” ao resgate financeiro no referendo do próximo domingo na Grécia. Mas fonte do Governo de Atenas revela que, apesar do interesse com que ouviu a proposta do presidente da Comissão Europeia, Tsipras terá garantido que mantém o voto no “Não” por considerar que as exigências dos credores constituem uma humilhação para o povo grego. Na noite de segunda-feira, Alexis Tsipras dizia na televisão grega que o povo vai decidir o que entende ser o melhor para o país e sublinhou que, caso vença o “sim”, não vai seguir uma política de austeridade. O primeiro-ministro grego disse ainda acreditar que o país não vai ser empurrado para fora do Euro. As negociações entre a Grécia e os parceiros da Zona Euro terminaram no sábado, depois do anúncio do referendo às propostas das instituições sobre o

Primeira frota de meios vocacionada para missões de protecção civil, emergência médica e segurança custou 62 milhões de euros. Esta segunda-feira, com a queda de um helicóptero em Sanfins, voltou a ficar mais pequena.

Kamov que caiu em 2012, em Ourém. Foto: DR Por Celso Paiva Sol

Com o acidente desta segunda-feira, são cada vez menos os aparelhos do Estado disponíveis para o serviço. Dos dez helicópteros comprados em 2006, só três estão aptos para voar. Tem sido uma conta de subtrair desde que em 2006, por iniciativa do então ministro da Administração Interna António Costa, Portugal adquiriu dez helicópteros. A primeira frota de meios vocacionada para missões de protecção civil, emergência médica e segurança custou 62 milhões de euros e era composta por seis helicópteros pesados Kamov e quatro helicópteros ligeiros B3-Ecureuil. A frota começou a ficar mais pequena logo em 2007, quando um B3-Ecureuil se despenhou no Gerês. Do acidente resultou a morte do piloto. Em Setembro de 2012, ocorreu um novo acidente,


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desta vez com um Kamov que se despenhou quando combatia um incêndio em Ourém, provocando ferimentos nos dois ocupantes. Até hoje, nunca foi tomada a decisão de reparar esse Kamov e o helicóptero pesado continua parado num armazém de Ponte de Sôr. Mais recentemente, em Março, ficou a saber-se que a frota de meios próprios do Estado ficou ainda mais reduzida, porque na transferência de empresas responsáveis pela manutenção e operação dos helicópteros foram detectadas avarias graves em quatro dos cinco Kamov que ainda restavam. Esta segunda-feira, com a queda de mais um aparelho ligeiro B3-Ecureuil, em Sanfins, no concelho de Paços de Ferreira, o número de aeronaves disponíveis passou a ser o mais reduzido de sempre. Em comunicado, a Autoridade Nacional de Protecção Civil disse estar "a procurar substituir a aeronave em causa por outro meio aéreo equivalente em termos de capacidade de operação", depois de o helicóptero ligeiro B3-Ecureuil, que estava estacionado em Baltar, ter caído numa lagoa durante a operação de combate a um incêndio em Sanfins. Dos dez aparelhos comprados há nove anos, nesta altura estão disponíveis para voar apenas três: um helicóptero pesado Kamov e dois ligeiros B3-Ecureuil.

Mariana comia, mas só pesava 33 quilos. Idosos desconhecem riscos da desnutrição Mais de 200 farmácias portuguesas analisaram risco de desnutrição dos portugueses. Resultados surpreenderam farmacêuticos. Por Liliana Carona

Mais de 200 farmácias analisaram ao longo de um ano, de forma gratuita, o risco de desnutrição dos portugueses. Nas duas mil pessoas identificadas, na sua maioria idosos, existe um grande desconhecimento sobre o que é a desnutrição, os seus riscos e consequências. Sensibilizar e identificar precocemente a população portuguesa para o risco de desnutrição (doença causada por uma dieta desadequada, que não fornece nutrientes essenciais) e dotar os profissionais de saúde de conhecimentos sobre este tema foram os principais objectivos do projecto "Agir para Nutrir", que arrancou no Verão de 2014 e envolveu 249 farmácias. A iniciativa da empresa Labesfal Genéricos, de Tondela, estendeu-se até 30 de Abril. De todas as farmácias envolvidas, mais de 20% mantiveram o serviço de consultas de nutrição disponível, assim como o aconselhamento farmacêutico nessa área. É o caso da farmácia Miranda, na Mealhada, que aderiu ao "Agir para Nutrir" e vai manter a dinâmica do projecto. Todas as terças de manhã, esta farmácia tem consultas de nutrição, que vão ser mantidas graças ao

"Agir para Nutrir". Enquanto avia uma receita, o farmacêutico Diogo Luxo coloca algumas perguntas a Gracinda Laranjeira, de 70 anos: "Não sei se a senhora faz as refeições todas… E a alimentação, é variada com carne, arroz?". Gracinda faz todas as refeições, mas "não come fritos, nem carne de porco". "Fazem mal e eu tenho colesterol alto", explica. Gracinda não apresenta sinais aparentes de desnutrição, ao contrário de Mariana Silva, de 81 anos. Comia muito, mas não ganhava peso. "Cheguei a pesar 33 quilos e consultei a nutricionista, que me disse que não podia comer tudo", conta. A nutricionista da farmácia Miranda pô-la no caminho certo. Passou a fazer uma dieta específica. "Por exemplo, às 11h00, passei a beber uma chávena de chá com três bolachas sem glúten, porque sou intolerante. Agora, vou de quatro em quatro meses à nutricionista e já aumentei três quilos, que tenho mantido." "Não sabíamos que havia tantas pessoas com alimentação deficiente" Tal como outros farmacêuticos, Diogo Luxo recebeu formação no âmbito do "Agir para Nutrir". "Aprendemos a fazer as perguntas certas: se fazem as refeições todas, o que costumam comer… Depois, começam a ser acompanhados pelo nosso nutricionista", explica. "Aconselhamos sobretudo os idosos viúvos, isolados, que não fazem as refeições todas – por falta de dinheiro ou porque não lhes apetece cozinhar só para eles", afirma. O farmacêutico, de 28 anos, nunca pensou que houvesse tantos idosos em risco de desnutrição. "Sabíamos que esta realidade existia, mas não fazíamos as perguntas certas e não sabíamos que havia tantas pessoas com alimentação deficiente", acrescenta. "De certeza que há mais gente a quem não conseguimos chegar por não sabermos." Nem todos os indivíduos sinalizados em risco de desnutrição são idosos. Manuel Marques tem um filho paraplégico de 40 anos que não consegue mastigar. A situação foi resolvida com a ajuda do farmacêutico. "Tinha que compensar as refeições porque ele não mastiga e perguntei por uma alternativa. Optou-se por uns iogurtes que eles têm aqui na farmácia. Não precisam de frio e podemos transportá-los." O próximo passo do projecto "Agir para Nutrir" é envolver os cuidados de saúde primários para que possam identificar os utentes em risco de desnutrição.


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Sócrates considera que a sua prisão "visa impedir PS de ganhar as eleições" Antigo primeiro-ministro nega intervenção em concursos públicos.

SORTEIO DOS ÁRBITROS

Caldo entornado na assembleia geral da Liga. Benfica bate com a porta Aprovação do regresso do sorteio dos árbitros motiva reacção de força dos bicampeões nacionais. "Sporting e FC Porto conseguiram consensualizar uma proposta em cinco minutos", ironiza Paulo Gonçalves, assessor jurídico dos encarnados, à saída da assembleia-geral de clubes.

Sócrates "indignado" com acusações de contrapartidas. Foto: DR

O ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates reivindica a condição de preso político e atribuiu a sua prisão a uma tentativa de impedir a vitória do PS nas próximas eleições legislativas. Em entrevista conjunta ao "Diário de Notícias" e TSF, José Sócrates rejeita, "indignado", as acusações de ter recebido, directa ou indirectamente, contrapartidas para a adjudicação de contratos. "Rejeito, indignado, essas acusações. Nunca, em nenhuma circunstância, intervim ou recebi contrapartidas com o intuito de favorecer quem quer que fosse em concursos públicos", afirma o único arguido na "Operação Marquês" que se encontra em prisão preventiva. O antigo primeiro-ministro nega, também, que esta situação pudesse ter ocorrido através do seu amigo Carlos Santos Silva. Num balanço do período de detenção, José Sócrates recorda que foram "seis meses de prisão preventiva e sem acusação. Seis meses de uma violenta campanha de difamação efectuada e dirigida pela acusação. Seis meses impedido de me defender. Seis meses de ameaças e intimidação ("pessoas próximas ainda em liberdade", julgo ser a linda expressão que usam). Seis meses de abuso, de arbítrio e mentiras. Seis meses de caça ao homem. Ainda assim, não venceram. Dirão, bem sei, que a lei lhes permite um ano de prisão preventiva sem acusação. Mas nem sempre o que a lei permite, a decência autoriza". O ex-líder socialista considera que a sua prisão "visa impedir o PS de ganhar as eleições".

Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica [Foto: Lusa/José Coelho]

O Benfica abandonou, de forma abrupta, a assembleiageral extraordinária da Liga de Clubes, esta segundafeira, em Santa Maria da Feira, na sequência da aprovação do regresso do sorteio dos árbitros. A reunião magna ainda decorre, mas sem o representante do Benfica. O assessor jurídico dos encarnados, Paulo Gonçalves, deixou o encontro de clubes, vincando a posição das águias quanto à proposta apresentada de forma conjunta pelo Sporting e pelo FC Porto e que acabou por ser aprovada. "Sporting e FC Porto conseguiram consensualizar uma proposta em cinco minutos", ironizou o dirigente benfiquista, à saída da assembleia-geral, aludindo ao conflito institucional que ainda decorre entre leões e dragões. "Questionámos o FC Porto e o Sporting se teriam escutado os agentes envolvidos e que seriam afectados e foi dito que não. Não se pode discutir uma proposta sem ouvir as pessoas. O Benfica não pode votar em consciência num sorteio que não discutido nem ponderado com ninguém. Há ali pessoas que estão mais interessadas em discutir arbitragem e o Benfica não pactua com isso", explicou ainda Paulo Gonçalves. A proposta apresentada inicialmente pelo Sporting, na reunião magna inaugural de 29 de Junho, foi assinada igualmente pelo FC Porto, hoje, acabando por ser aprovada com 28 votos a favor, 16 contra e nenhuma abstenção. Todavia, a aprovação desta alteração não passará imediatamente do papel para a prática. E isto porque a


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decisão, a acontecer, terá de ser ratificada em assembleia-geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). MARIA DO ROSÁRIO CARNEIRO

Podia ter sido comigo?

FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Travões ao emprego Numa economia marcada por actividades que precisam de trabalhadores com boa formação técnica e profissional, o baixo nível de formação académica de muitos portugueses torna difícil a sua contratação.

Não tiveram direito nem à refeição que tinham naturalmente pedido, nem ao livro de reclamações tão justamente requisitado, mas…à polícia! A história descreve uma situação inaceitável pela violação de direitos fundamentais. Duas mulheres entram num restaurante, uma é mais velha que a outra, mais humilde na sua apresentação. Sentam-se, pedem a ementa, escolhem o prato e fazem o pedido. Tudo comum, tudo banal. Contudo, é-lhes pedido que paguem antecipadamente. Porquê? Pergunta a mais nova. Todos os outros clientes só pagam depois de terem comido! Pois, mas convosco tem que ser assim, respondeu o empregado. Inconformada, perante a situação tão insólita, pediu o livro de reclamações. Não tiveram direito nem à refeição que tinham naturalmente pedido, nem ao livro de reclamações tão justamente requisitado, mas…à polícia! A história descreve uma situação inaceitável pela violação de direitos fundamentais. Mas infelizmente reporta um caso verídico, que aconteceu em Portugal com duas cidadãs portuguesas. Será que tinham um ar suspeito? Esfarrapado? Miserável? Corresponderiam a todas as descrições mais ou menos estereotipadas que recomendam prudência? Na verdade, a mais velha vestia preto, a mais nova igual a qualquer jovem da sua idade. Compostas, discretas. Porquê então este tratamento? Que factor poderia ter determinado um comportamento tão intolerável por parte do restaurante? As cidadãs portuguesas em questão pertenciam à minoria étnica portuguesa que vive em Portugal há mais de quinhentos anos. Eram ciganas. A revolta que se sente perante a situação descrita não pode desaparecer, a condenação não pode enfraquecer, a vergonha não se pode desvanecer porque a dignidade destas mulheres foi ofendida, a sua cidadania violada. Foi com elas. Mas podia ter sido comigo, com qualquer um de nós; ou não? O estatuto de cada um não se mede pela pertença a uma qualquer etnia. É intrínseco a cada um de nós, porque somos pessoas. Mas a pobreza moral de uma sociedade que destrata, descrimina, exclui, alguns dos seus pares, é a medida da fragilidade dessa sociedade, da sua incapacidade e incompetência, democrática, civilizacional.

Por Francisco Sarsfield Cabral

O desemprego em Maio subiu ligeiramente, embora tenha baixado em relação a Maio de 2014. É, de facto, difícil reduzir significativamente o desemprego na economia portuguesa. A estrutura produtiva nacional evoluiu (ainda insuficientemente) para actividades tecnologicamente mais complexas, a maioria das quais requer menos mão-de-obra do que as indústrias tradicionais, que empregavam centenas de operários e operárias recebendo baixos salários. Do que essas novas actividades precisam são de trabalhadores com boa formação profissional e técnica – e muitas vezes não os encontram, como acontece, por exemplo, em várias empresas têxteis altamente sofisticadas. O baixo nível de formação académica e profissional de um grande número de portugueses é, assim, um travão ao emprego. Mas também é verdade que, em actividades tecnologicamente simples (como servir à mesa em restaurantes), muitas pequenas empresas se queixam de não conseguirem contratar pessoal em número suficiente – mesmo com o desemprego nos 13% da população activa. Os salários são baixos? Mas estar desempregado é pior. Ou não?


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Falta de obras em Angola faz regressar três mil portugueses

Maria Barroso está em coma "profundo irreversível"

Tinham ido trabalhar na construção civil, mas a queda das receitas do petróleo levou o Governo a parar muitas obras.

Mulher de Mário Soares foi internada na madrugada de sexta-feira na sequência de uma queda.

Crise está a travar obras em Angola. Foto: Lusa

Desde Janeiro, regressaram a Portugal três mil portugueses que tinham ido para Angola trabalhar na construção civil. A notícia é avançada pelo “Jornal de Notícias”. Segundo o jornal, Angola está a atravessar um problema de liquidez grave provocado pela redução das receitas do petróleo, com a sua desvalorização no mercado. O Governo angolano decidiu, por isso, travar algumas obras que estavam a decorrer. Em Abril, o Sindicato da Construção em Portugal avisava que vários trabalhadores estavam com o salário em atraso. A situação foi resolvida, mas as empresas estão a fazer regressar os seus trabalhadores. Aos três mil que já voltaram “muitos mais se seguirão”, afirma Albano Ribeiro, presidente do sindicato, ao “JN”. O sindicalista adianta que há empresas de construção civil que têm obras noutros países e, portanto, deslocalizam os trabalhadores paral lá, mas isso não acontece com todas. Em declarações ao jornal, a presidente da Câmara Luso-Angolana diz não ter conhecimento de “redução massiva de trabalhadores” e sublinha que “a construção vive de períodos”. Em Julho, deverá ser lançada uma linha de crédito de 500 milhões de euros para ajudar as empresas que trabalham com Angola.

Foto: CM Fafe

Maria Barroso, mulher do ex-Presidente da República e uma das fundadoras do Partido Socialista, continuava às 17 horas desta segunda-feira em "coma profundo irreversível e numa situação muito crítica", informa o Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. O estado de saúde de Maria de Jesus Barroso Soares "não regista alterações significativas" em relação ao quadro clínico de domingo, com os parâmetros vitais a manterem-se "estáveis, continuando em coma profundo irreversível e numa situação muito crítica", refere a unidade de cuidados de saúde. A mulher do ex-Presidente da República foi internada na madrugada de sexta-feira no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa na sequência de uma queda, estando desde então em coma profundo. Maria Barroso, 90 anos, casou com Mário Soares em 1949, de quem tem dois filhos, João e Isabel. Actriz, foi uma das fundadoras do Partido Socialista, liderado por Mário Soares, em Badem Munstereifel, na Alemanha, em 1973. Um dos seus últimos cargos públicos foi a presidência da Cruz Vermelha Portuguesa, tendo também dirigido a associação Pro Dignitate, que ajudou a fundar. Diplomou-se em Arte Dramática na escola de Teatro do Conservatório Nacional e licenciou-se depois em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras de Lisboa, onde conheceu Mário Soares.


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Ministro cansado das "tendências doentias para a confusão" do autarca de Viana Socialista José Maria Costa vai pedir a reabertura das investigações ao processo de subconcessão dos estaleiros, por considerar que o Governo "não defendeu o interesse nacional". O ministro da Defesa mostrou-se "cansado" do comportamento e das "tendências doentias" do presidente da Câmara de Viana do Castelo relativamente ao processo de subconcessão dos estaleiros navais da cidade ao grupo Martifer. "Estou um bocado cansado porque há situações que já assumem natureza patológica, de tendências doentias para a confusão", afirmou Aguiar-Branco, na segundafeira à noite, numa conferência promovida pelas distritais do PSD e do CDS de Viana do Castelo, numa referência implícita às posições assumidas pelo socialista José Maria Costa. O autarca anunciou que vai pedir a reabertura das investigações ao processo de subconcessão dos estaleiros da cidade à empresa Martifer, por considerar que o Governo "não defendeu o interesse nacional". A decisão surge na sequência da confirmação, por Bruxelas, de que Portugal nunca invocou a protecção de interesses nacionais de segurança para justificar ajudas de Estado aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). Sem nunca se referir ao socialista José Maria Costa, o ministro da Defesa classificou ainda de "cena patética" o episódio protagonizado pelo autarca, em Janeiro de 2014, quando se deslocou a Lisboa para colocar uma coroa de flores na mesa onde Governo e o grupo Martifer assinaram o contrato de subconcessão dos ENVC, "pela morte dos estaleiros navais". Aguiar-Branco disse que os ENVC "não só não morreram como renasceram", lamentando ainda que em maio passado, quando Passos Coelho visitou a empresa para assinalar um ano de subconcessão à WestSea, o autarca tenha "tentado ficar na fotografia, ao lado do primeiro-ministro, a brindar ao futuro da construção e da reconstrução naval, e da WestSea como nova realidade a explorar os ENVC". Adiantou ter dito "sempre" que o objectivo do Governo "era salvaguardar a construção e reconstrução naval em Viana do Castelo, assegurar o maior número de postos de trabalho", adiantando que actualmente 80% dos atuais trabalhadores foram recrutados entre os antigos funcionários dos ENVC.

Unidade de Apoio Orçamental alerta para desvio no défice Primeiro-ministro responde que "todos os indicadores" apontam para que a meta do défice orçamental de 2,7% seja alcançada, mas admite que "há riscos". O défice orçamental do primeiro trimestre representa “aproximadamente 49%” do total previsto para o conjunto do ano, um "desvio desfavorável" que "não deixa de ser um factor de risco", de acordo com a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Na sua nota rápida sobre as contas nacionais das administrações públicas, a que a agência Lusa teve acesso, a UTAO regista um défice de 5,8% do PIB nos primeiros três meses de 2015, um “desvio favorável” face ao objectivo anual de 2,7%. Os técnicos independentes que apoiam o Parlamento afirmam que, em termos nominais e excluindo as medidas de carácter extraordinário, "o défice do primeiro trimestre representa aproximadamente 49% do défice total previsto para o conjunto do ano". "A dimensão do desvio desfavorável (...) não deixa de ser um factor de risco para o cumprimento" do objectivo orçamental que o Governo definiu para este ano, de reduzir o défice orçamental para os 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB), advertem ainda. Os economistas da UTAO consideram que "subsiste alguma incerteza" quando ao desempenho orçamental do resto do ano e identificam factores em ambos os sentidos. A execução orçamental até Abril (registada em contabilidade pública) tem apresentado "um desempenho orçamental mais desfavorável do que o previsto no Orçamento do Estado para 2015, mas os resultados da execução orçamental têm vindo a melhorar ao longo do ano, aponta a UTAO. Além disso, os técnicos notam que "este ano poderá existir uma incerteza superior quanto ao desempenho orçamental por comparação com outros anos, na medida em que ocorrerá uma mudança de ciclo legislativo". Na semana passada, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou o valor do défice orçamental das administrações públicas até Março, que atingiu os 2.444,3 milhões de euros, o equivalente a 5,8% do PIB nesse período, valor que compara com um défice de 5,9% no período homólogo. Passos mantém optimismo, mas há riscos O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira, em Braga, que "todos os indicadores" apontam para que a meta do défice orçamental de 2,7% em 2015 seja alcançada, mas admitiu que "há riscos". "Não há nenhum elemento hoje que nos leve a pensar que a nossa meta está em causa", referiu Pedro Passos Coelho. Reagindo à nota da UTAO, o primeiro-ministro sublinhou que todos os indicadores apontam para o cumprimento da meda do défice.


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"Para o Governo, é uma questão fundamental ficar com um défice claramente abaixo dos 3% este ano, e todos os indicadores que temos apontam para que esse resultado seja obtido." Admitiu, no entanto, que há riscos de incumprimento, nomeadamente por se tratar de um ano de eleições, em que a responsabilidade pela execução orçamental não pode ser plenamente assacada a um Governo, que termina o seu mandato antes do final do ano. "Há riscos, o Governo nunca disse que não havia riscos, mas os números que têm vindo a ser conhecidos da execução orçamental, mês após mês, vêm sempre apontando para a redução do défice", rematou.

Passos sobre a Grécia. "Ninguém pode dizer que está imune" Primeiro-ministro assegura que Portugal não foi "apanhado desprevenido" e que a Europa tem sido solidária com os gregos.

Foto: Julien Warnand/ EPA

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garante que do ponto de vista financeiro Portugal não foi "apanhado desprevenido" pela situação de instabilidade na Grécia, mas "ninguém pode dizer que está imune". “Durante vários meses temos condições para enfrentar esse tipo de volatilidade do ponto de vista do Estado”, declarou o chefe do Governo, referindo-se à "almofada" financeira que permite ao Estado não recorrer ao crédito durante algum tempo. Em declarações aos jornalistas, Passos Coelho defendeu um reforço da coesão na Zona Euro para evitar o efeito contágio de uma possível saída da Grécia. “Aquilo que importa é reforçar a coesão dos países que compõe hoje a Zona Euro, isso é muito importante para evitar o contágio financeiro. O que me parece mais delicado são as questões de natureza política que se podem colocar ao nível da Zona Euro para futuro. Se a Grécia sair do euro, já é menos improvável do que há algum tempo, haja uma solução robusta da Zona Euro, que os 18 que ficam possam mostrar essa resiliência e,

por outro lado, que se ajude a criar condições para que a Grécia possa resolver os seus problemas”. Questionado se tem havido falta de solidariedade da Europa em relação à Grécia, Passos Coelho considera que os Estados-membros e instituições têm dado apoio ao Governo de Atenas. “Não creio que se possa dizer que há falta de solidariedade na Europa. A Grécia recebeu das instâncias europeias mais de 200 mil milhões de euros, o que não aconteceu em mais nenhum país da Europa. A Grécia tem tido uma expressão clara da solidariedade europeia”, frisou o primeiro-ministro. Pedro Passos Coelho falava esta segunda-feira, em Braga, à margem da renovação da parceria entre a empresa Bosch e a Universidade do Minho. Meta do défice não está em causa, mas há riscos O primeiro-ministro afirma que "todos os indicadores" apontam para que a meta do défice orçamental de 2,7% em 2015 seja alcançada, mas admite que "há riscos". "Não há nenhum elemento hoje que nos leve a pensar que a nossa meta está em causa", refere Passos Coelho. Na sua nota rápida sobre as contas nacionais das administrações públicas, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) refere que o défice global das administrações públicas registado no primeiro trimestre foi de 5,8% do PIB. Para a UTAO, este "desvio desfavorável" face ao objetivo anual é "um factor de risco" para cumprir a meta do défice de 2015, de 2,7%. [notícia actualizada às 21h21]


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O Nobel Paul Krugman não é grego, mas votaria "não". Por duas razões Paul Krugman faz campanha a favor do "não". As propostas dos credores não trazem nada de bom para a Grécia e uma vitória do "sim" teria como resultado a saída do Syriza do poder, uma derrota para quem acredita nos ideais europeus.

Foto: DR

O prémio Nobel da Economia Paul Krugman não é grego. Por isso, não votará no referendo às propostas dos credores internacionais do próximo domingo. Mas, se Krugman fosse grego, o sentido de voto já estaria definido: "Não". "Por duas razões", escreve o norte-americano no blogue que mantém no jornal "New York Times", Paul Krugman faz campanha a favor do "não". E fá-lo assente em dois argumentos-base. Primeiro, sair do euro é melhor do que continuar com o mesmo programa que os credores impuseram nos últimos cinco anos. "Onde é que está a esperança nesta proposta?", questiona o economista. E, segundo, votar "sim" na consulta popular , na óptica do vencedor do Nobel da Economia em 2008, teria como resultado a necessidade de substituir o Syriza do poder. "E mesmo para quem não gosta do Syriza, isso seria preocupante para quem acredita nos ideais europeus." Em sentido contrário a esta tese, o editorial do jornal económico "Financial Times" (FT) de domingo diz que Tsipras não está a ser honesto com o povo grego. O FT argumenta que a questão está colocada como se o que estivesse em causa fossem as medidas de austeridade, quando o que se joga é o futuro da Grécia na zona euro. Krugman argumenta que os cenários mais catastróficos já estão a acontecer: "OK, isto é real. Os bancos gregos estão fechados, o controlo de capitais foi imposto", escreveu o Nobel. "'Grexit' [saída da Grécia do euro] não está assim tão longe — a temida corrida aos bancos já está a ocorrer, o

que significa que a análise dos custos-benefícios a partir de agora começa a ser mais favorável do que nunca à saída do euro", defende Paul Krugman. Stiglitz. O projecto da zona euro "nunca foi democrático" Outro Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, é também muito crítico do rumo europeu. Num artigo publicado pelo jornal inglês "The Guardian", Stiglitz afirma que finalmente está a cair a máscara aos líderes europeus, que "começam a revelar a verdadeira natureza da actual disputa". "Isto tem muito mais a ver com o poder e democracia e não com dinheiro e economia", escreve. "O projecto da zona euro nunca foi muito democrático." Para o Nobel, cinco anos de vigência de programas da troika na Grécia só pioraram a situação do país. Stiglitz diz que muito do dinheiro que chegou à Grécia emprestado pelas instituições internacionais serviu para pagar a credores privados alemães e franceses, não chegando sequer entrar na economia do país. O economista chama a atenção para o que diz ser programa macroeconómico completamente desajustado. "A Grécia transformou um grande défice primário num 'superavit', o que poucos países conseguiram em cinco anos. Isto, no entanto, teve custos extremamente altos em termos de custos humanos, sendo que as propostas gregas mais recentes foram na direcção do que era exigido pelos credores". Depois de traçar um cenário negro sobre o que aconteceu na Grécia desde 2010, Stiglitz começa a analisar as consequências de cada um dos resultados do referendo de 5 de Julho. "Nenhuma das alternativas – aprovação ou rejeição – é fácil e ambas acarretam riscos muito grandes. Um voto no 'sim' significa depressão sem fim. Talvez um país na miséria – que vendeu todas as suas mais-valias e que fez com que os jovens emigrassem – possa finalmente conseguir uma perdão da dívida e a redução dos rendimentos da classe média possa levar a que finalmente a Grécia possa obter assistência no Banco Mundial." Por oposição, o economista diz que votar "não" abre pelo menos a possibilidade de a Grécia assumir o seu próprio destino. "Os gregos teriam de novo a possibilidade de definir o futuro, que, apesar de poder não ser tão próspero como o passado, trará mais esperança do que a tortura do presente". Joseph Stiglitz termina o texto assim: "Eu não tenho dúvidas sobre qual seria a minha opção."


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Autor do ataque na Tunísia ter-se-á radicalizado nas redes sociais A suspeita foi lançada pelo primeiro-ministro da Tunísia. O jovem terrorista terá também recebido treino numa mesquita.

ou financeiro", para a execução do atentado, será detida, disse Gharsalli, acrescentando: "Eu prometo às vítimas que os criminosos serão levados à justiça tunisina e punidos". O ministro recordou ainda que o seu Governo decidiu manter policias armados em praias e no interior de hotéis, bem como perto de todas as mesquitas que "disseminam discursos de ódio para dividir os tunisinos". Na sexta-feira, um jovem estudante tunisino entrou na praia do hotel Riu Imperial Marhaba, em Port El Kantaoui, e disparou indiscriminadamente sobre os turistas com uma "kalachnikov". Matou 38 pessoas, incluindo 15 britânicos e uma portuguesa de 76 anos, além de cidadãos alemães, irlandeses e belgas, e feriu 39 pessoas, entre as quais 25 britânicos, sete tunisinos e três belgas, antes de ser morto.

Papa denuncia forças que procuram “aniquilar” a Igreja Jovem universitário foi abatido durante o ataque. Foto: Ho/EPA

O primeiro-ministro tunisico, Habibi Essid, considera que o autor do ataque de sexta-feira numa praia tunisina, em que morreram 38 pessoas, “se radicalizou, sobretudo, online”. Em excertos de uma entrevista à CNN divulgados na segunda-feira na página da cadeia norte-americana de televisão, Essid afirma que Seifeddin Rezqui, o jovem de 23 anos apontado como responsável pelo pior ataque “jihadista” na Tunísia, também pode ter recebido treino numa mesquita. O estudante universitário acabou por ser morto pela polícia durante o ataque reivindicado pelo autodenominado Estado Islâmico, que se tem destacado pela forte presença na internet e pelas sofisticadas técnicas de recrutamento nas redes sociais. Questionado sobre se o atacante se teria radicalizado na universidade, o primeiro-ministro da Tunísia afirmou “não haver informações de momento” nesse sentido. “Mas há informação de que ele pertencia a uma organização e de que era muito, muito próximo de uma mesquita”, acrescentou. Por determinar está também se o jovem terrorista terá viajado para a vizinha Líbia, dominada por milícias islamitas. A circulação entre os dois países “pode ser feita de várias maneiras irregulares”, explica Habibi Essid. Primeiras detenções A Tunísia anunciou as primeiras detenções no âmbito da investigação ao ataque sangrento de sexta-feira, numa estância turística em Port El Kantaoui. "Detivemos um primeiro grupo, com vários membros, que actuaram com o apoio de uma rede", disse o ministro do Interior Najem Gharsalli, numa alusão ao autor do ataque, identificado pelas autoridades como Seifeddine Rezgui. "Qualquer pessoa que tenha fornecido apoio logístico

Francisco condenou as perseguições “atrozes, desumanas e inexplicáveis” que ainda hoje atingem os cristãos em várias partes do mundo. A perseguição à Igreja Católica ao longo da história foi lembrada pelo Papa. Na missa desta segunda-feira, Francisco denunciou todas as forças que “procuraram e procuram aniquilar a Igreja”. “A Igreja permanece viva e fecunda. Tudo passa, só Deus resta. Na verdade, passaram reinos, povos, culturas, nações, ideologias, potências, mas a Igreja, fundada sobre Cristo, não obstante as inúmeras tempestades e os nossos muitos pecados, permanece fiel ao depósito da fé no serviço, porque a Igreja não é dos papas, dos bispos, dos padres e nem mesmo dos fiéis: É só e unicamente de Cristo”, disse esta manhã, na Basílica de S. Pedro, onde presidiu à missa na solenidade litúrgica dos Apóstolos Pedro e Paulo. Francisco condenou as perseguições “atrozes, desumanas e inexplicáveis” que ainda hoje atingem os cristãos em várias partes do mundo, “muitas vezes sob o olhar e o silêncio de todos”. O Papa disse preferir venerar a coragem dos Apóstolos e da primeira comunidade cristã. “A coragem de levar por diante a obra de evangelização, sem medo da morte nem do martírio, no contexto social dum império pagão”. A homilia aludiu à importância do “testemunho”, deixando um apelo “à oração, à fé e ao testemunho”. “Não há testemunho sem uma vida coerente! Hoje sente-se necessidade não tanto de mestres, mas de testemunhas corajosas, convictas e convincentes; testemunhas que não se envergonham do nome de Cristo e da sua Cruz, nem diante dos leões que rugem nem perante as potências deste mundo”, pediu aos arcebispos presentes.


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Igreja exige que a questão dos refugiados seja tratada "sem hipocrisias" Esta é uma das ideias defendidas pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa, reunido em Vilnius, capital da Lituânia.

"Maravilhas de Portugal" estão no maior motor de busca do mundo Um total de 57 monumentos podem, a partir de agora, ser visitados online.

Mosteiro da Batalha é um dos monumentos que pode ser visitado. Foto: Google

Foto: Marinha italiana Por Ana Lisboa

Os bispos e delegados do sector das migrações, reunidos na Lituânia, estão a debater os desafios que enfrentam actualmente no seu serviço pastoral. Numa nota divulgada esta segunda-feira, o padre Duarte da Cunha, responsável pelo Conselho das Conferências Episcopais, diz mesmo que a Igreja Católica, a União Europeia e os seus países "não podem fazer de conta que nada se passa". Todos devem assumir as suas responsabilidades e contribuir para a resolução dos problemas "sem hipocrisias e com uma consciência solidária, profunda e sincera", defende. "É essencial olhar para os motivos que levam comunidades e famílias a saírem das suas casas, a abandonarem os seus entes queridos", refere. E a Igreja "tem o dever de estar presente e de acolher, mas sabe também que não pode fazer tudo". Em debate neste encontro, que decorre à porta fechada, está também o fenómeno do "tráfico de seres humanos", cada vez mais frequente em países onde as pessoas estão dispostas a tudo para fugirem à guerra e à pobreza. "Ser rosto amigo e comunidade hospitaleira, disposta a curar as feridas da vida e a escutar aqueles que tiveram de deixar para trás tudo o que têm. É neste sentido que queremos ir mais além, do que o mero serviço de emergência", sublinha o sacerdote responsável pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa.

Mais de 50 locais, entre monumentos, castelos ou paisagens, já podem ser "visitados" virtualmente, por qualquer cibernauta, em todo o mundo, através de um instrumento da Google, uma forma de valorizar a cultura e o turismo de Portugal. O projecto "Maravilhas de Portugal", apresentado esta segunda-feira em Lisboa, é uma iniciativa da DirecçãoGeral do Património Cultural e da multinacional Google, e junta tecnologia, cultura, promoção turística e cultural, numa projecção que o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, espera que "possa valorizar, por um lado, a cultura por si só e, por outro, as visitas a Portugal". "A importância [deste projecto] é muito grande, sendo a Google o maior motor de busca do mundo", disse Jorge Barreto Xavier, realçando "a possibilidade [de ter], com o pormenor e o detalhe, uma visita a 360 graus, ao conjunto dos 57 monumentos que, a partir de agora, estão disponíveis online para todo o mundo". O governante falava aos jornalistas, na Torre de Belém, um dos monumentos da lista a visitar, no final da apresentação dos novos locais disponibilizados no projecto de digitalização do património português, que, desde 2012, permite visualizar pontos de interesse cultural, natural e arquitectónico. Mosteiro dos Jerónimos, Palácios de Queluz ou da Pena, Baixa Pombalina, Praça do Império, Sé da Braga, Muralhas da Vila de Óbidos, Castelo de Guimarães, Mosteiro da Batalha, Alto Douro Vinhateiro ou a Serra da Estrela são alguns dos locais que podem ser vistos, em imagens visita virtual, a partir da página de internet da Google ou da Google Maps. O projecto, no entanto, prossegue e o secretário de Estado anunciou que "vai haver uma outra fase, agora a ser trabalhada, da valorização das peças" dos museus nacionais. "Já estamos a trabalhar com várias instituições


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culturais do país, como a Galeria de Arte Urbana de Lisboa Festival de Arte Urbana da Covilhã ou Museu Berardo", avançou a responsável pela gestão dos programas do Instituto Cultural da Google, Luisella Mazza. Jorge Barreto Xavier salientou que o Estado não interferiu "directamente" na referenciação e escolha dos monumentos. "O investimento do Estado português é essencialmente de acompanhamento técnico de valorização da presença e de referenciação daquilo que achamos serem os monumentos mais importantes", realçou. No discurso, perante uma assistência que incluía representantes da área cultural e do turismo, assim como alguns presidentes de câmaras municipais, Barreto Xavier defendeu que, "por mais valiosas que sejam as possibilidades de acesso à informação e ao conhecimento através de redes digitais, nada substitui a plenitude de fruição de um bem cultural ou natural numa visita ao próprio local". No entanto, considerou que, tanto as componentes estritamente culturais, como a ligação com matérias educativas, turismo, ambiente e economia, "têm a ganhar" com o novo projecto da Google. Jorge Barreto Xavier espera, como realçou, com a Google e com outros parceiros, "poder contribuir para melhorar os mecanismos de acesso legal a conteúdos, combatendo o `download` ilegal e a pirataria informática, nocivos para os detentores de direitos de propriedade intelectual e para a economia".

Teatro D. Maria II fará das "tripas coração" para chegar ao público Nova temporada arranca a 11 de Setembro com um programa a que o novo director artístico chamou "entrada livre", porque os bilhetes são gratuitos e porque ir ao teatro “é um gesto de liberdade”.

"Primeira Infância" é um dos espectáculos da nova temporada. Foto: Tiago Moura

O Teatro Nacional D. Maria II apresentou esta segundafeira a nova temporada, a primeira do novo director

artístico Tiago Rodrigues. Entre colaborações com a Companhia Nacional de Bailado (CNB), o Teatro Nacional de São Carlos, foi anunciada uma aposta na dramaturgia em português com 21 novos espectáculos Para o biénio 2015/2016, o Teatro Nacional D. Maria II vai também apostar em levar as artes do palco a outras cidades portuguesas. A temporada arranca a 11 de Setembro com um programa a que o novo director artístico, Tiago Rodrigues, chamou "entrada livre", porque os bilhetes são gratuitos e ir ao teatro “é um gesto de liberdade”. Tiago Rodrigues que substituiu em Outubro João Mota à frente do Teatro Nacional D. Maria II quer imprimir sangue novo num teatro que comemora 170 anos em 2016. “Faremos das tripas coração para ser uma casa do teatro, uma casa aberta, presente em todo o país e para lá das nossas fronteiras, ocupada da infância, da juventude e das escolas, empenhada na pesquisa e na inovação, atenta à vida pública e capaz de contribuir para a felicidade dos portugueses.” Dinâmica foi o que o secretário de Estado da Cultura pediu a Tiago Rodrigues, mas perante a nova temporada Jorge Barreto Xavier aconselha uma passagem pela farmácia. “A programação apresentada é de um fôlego imenso. Eu acho que vão ser precisos alguns comprimidos na administração e na direcção artística para a cumprir, porque é de uma intensidade muito grande”, disse o governante. Clássicos para reflectir sobre o poder A temporada arranca em plena campanha para as legislativas e ao palco do Teatro Nacional D. Maria II vão subir três tragédias gregas que reflectem sobre o poder: "Ifigénia", "Agamémnon" e "Electra". Depois sobe à cena "Ricardo III, de William Shakespeare. O dramaturgo britânico regressa a 29 de Abril com “Romeu e Julieta”, numa das anunciadas colaborações do teatro com a Companhia Nacional de Bailado e o coreógrafo Rui Horta, que a linguagem da dança e do teatro vão dar as mãos. As colaborações alargam-se também ao Teatro Nacional de São Carlos pela primeira, vez com “Canto da Europa”, escrita por Jacinto Lucas Pires. A peça será uma das 21 que o D. Maria II levar à cena na sua aposta em criações em português, entre as quais também se incluem "Primeira infância: um fabulário", de Ana Gil, Nuno Leão e Maria Rita Moura; e "Entraria nesta sala...", de Ricardo Neves-Neves. Abertura é uma das palavras que Tiago Rodrigues repete quando fala desta temporada e essa abertura passa pela ida do D. Maria a outras paragens do país. Os espectáculos "Ifigénia", "Agamémnon" e "Electra", por exemplo, vão ser levados a Viseu e ao Porto. A nova temporada inclui teatro para adolescentes numa busca por um novo público, indica Tiago Rodrigues, e contempla ainda, entre outras coisas, a comemoração dos 170 anos do Teatro Nacional D. Maria II, que acontecerá a 13 de Abril, com espectáculos, exposições, lançamentos de livros e outras actividades. Consulte aqui o programa completo da nova


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temporada do Teatro Nacional D. Maria II. RIBEIRO CRISTÓVÃO

Evitar euforias Para a selecção sub-21 chegar à final foram cumpridas diversas etapas, com muita segurança e forte espírito de grupo. A final de hoje não descura cuidados.

Clubes aprovam regresso do sorteio dos árbitros Proposta conjunta do Sporting e do FC Porto teve voto contra do Benfica, mas acabou por ser aprovada. Federação tem agora de homologar a decisão tomada em assembleia-geral extraordinária da Liga de Clubes.

Por Ribeiro Cristóvão

O futebol português já nos habituou, há muitos anos, a momentos como aquele que vamos viver logo à noite. Jogar a final do Campeonato da Europa de Sub-21 anos é o passo que se segue na perseguição a um título que não nos é estranho, mas que, para ser reeditado com sucesso, tem que ser rodeado de uma enorme prudência e evitando euforias desnecessárias. Para chegar a este dia foram cumpridas diversas etapas, todas elas com muita segurança, e igualmente, com um forte espírito de grupo, no qual tem assentado o êxito da caminhada feita até aqui. É verdade que na fase de grupos deste campeonato jogámos sempre visando mais os resultados do que o espectáculo, que nesses três jogos marcámos apenas dois golos e apenas sofremos um, mas a goleada infligida à Alemanha dissipou muitas dúvidas que ainda pairavam em alguns espíritos mais atreitos a respeitar a lógica do que a aceitar que no futebol cada desafio encerra uma história que raramente se repete. Hoje, na final tão desejada, vamos ter pela frente, na lendária cidade de Praga, a selecção da Suécia, cuja qualidade e eficácia ficou até aqui amplamente demonstrada. E vale mesmo a pena trazer à memória as dificuldades sentidas frente a esta mesma selecção nórdica que agora voltamos a enfrentar, no jogo que terminou empatado a um golo, com Gonçalo Paciência a abrir o marcador aos 82 minutos. Revendo a estatística de então, é fácil constatar que nos equivalemos praticamente em todos os itens, com especial relevo para os remates à baliza (5-5) e para a posse de bola (53-47). Ainda que tudo somado, não deve ser colocado de lado o favoritismo da selecção comandada por Rui Jorge, mas sem abdicar dos cuidados que uma final como esta recomenda. Festa, sim, mas só quando soar o apito final e se, até lá, tudo for feito para a merecermos.

Sorteio dos árbitros aprovado pelos clubes dos campeonatos profissionais [Foto: DR]

Os emblemas profissionais do futebol português aprovaram, esta segunda-feira, em assembleia-geral extraordinária da Liga de Clubes, o regresso do sorteio dos árbitros já na próxima temporada. A proposta apresentada inicialmente pelo Sporting, na reunião magna inaugural de 29 de Junho, foi assinada igualmente pelo FC Porto, hoje, acabando por ser aprovada com 28 votos a favor, 16 contra e nenhuma abstenção. O Benfica cotou-se como um dos opositores ao regresso do antigo modelo de designação dos juízes, que acabou por ser substituído, há mais de uma década, pela nomeação directa do Conselho de Arbitragem. Todavia, a aprovação desta alteração não passará imediatamente do papel para a prática. E isto porque a decisão, a acontecer, terá de ser ratificada em assembleia-geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).


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NEREU MARTINELLI

"Douglas será um grande reforço para o Sporting" Presidente do Joinville, clube no qual o alvo leonino fez toda a formação, atesta capacidade de Douglas de se tornar no novo "patrão" da defesa do Sporting. Jorge Jesus gosta do defesa de 27 anos do Dínamo de Moscovo. Nereu Martinelli compara-o a Luisão.

qual tem ainda um ano de contrato. Contudo, o facto de o emblema russo estar a atravessar inúmeros problemas financeiros pode levar a que o Sporting, que tenta a contratação do atleta, o venha a conseguir a custo zero. O "canarinho" aufere cerca de 1,5 milhões de euros no Dínamo moscovita mas terá já aceite uma substancial redução salarial para ingressar no Sporting, vendo com bons olhos a perspectiva de disputar a Liga dos Campeões. FC PORTO

A pergunta do dia. "Quem é o Imbula?" Pinto da Costa garante nada saber sobre a contratação do jogador que já confirmou que se iria transferir para o Dragão.

Douglas, de 27 anos, está na lista do Sporting [Foto: DR]

É com um sonoro "não tenha dúvidas" que Nereu Martinelli atesta a capacidade de Douglas de chegar a Portugal e de se assumir como o "patrão" da defesa leonina que Jorge Jesus tem vindo a procurar e de ser um "grande reforço" para o Sporting. O presidente do Joinville, clube no qual o central brasileiro de 27 anos fez toda a formação e do qual se transferiu para o Twente, em 2007, acredita que o "gigante" de 1m92 tem todas as capacidades para ter sucesso em Alvalade. "Ele pode ser o 'patrão' da defesa do Sporting. Se o Sporting procura um central com muita condição física e que seja firme, vai acertar nesse perfil com a contratação do Douglas", sustenta, em entrevista a Bola Branca, recordando que o brasileiro, detentor de naturalidade holandesa, apresenta no currículo uma vasta experiência europeia. "Pela experiência que ele teve na Europa, representando clubes da Holanda e da Rússia e o facto de ser naturalizado holandês, o que lhe permite jogar pela selecção da Holanda, tenho a certeza de que será um grande reforço para o Sporting", crê. Nereu Martinelli é um dos dirigentes que mais tempo privou com o alvo leonino, vendo em Douglas uma réplica - em estilo, presença e liderança em campo com Luisão, capitão do Benfica. "O Douglas é um defesa-central com uma grande força física e que se impõe. Tem todas as condições para jogar no Sporting. Ele é um central que se assemelha ao Luisão e outros centrais brasileiros que passaram por Portugal. Com toda a experiência que acumulou na Europa, tem todas as condições para isso", reforça. Douglas representa o Dínamo Moscovo, clube com o

Pinto da Costa garante nada saber sobre o suposto reforço Imbula [Foto: Lusa/José Coelho]

Pinto da Costa assegurou, esta segunda-feira, que nada sabe sobre a eventual contratação de Giannelli Imbula, jogador do Marselha que confirmou, igualmente hoje, que se irá transferir para o Dragão. "Imbula? Quem é o Imbula?", atirou o presidente azul e branco, à saída da assembleia-geral da Liga de Clubes, em Santa Maria da Feira. "Pode estar a caminho do Porto, até pode estar no Porto, mas não falei com ninguém sobre isso. Estou aqui [assembleia-geral da Liga] desde as 15h00, ainda vou trabalhar com um empresário mas nada tenho a ver com esse jogador", comentou Pinto da Costa. A transferência de Imbula para o FC Porto foi confirmada pelo próprio jogador, através da rede social "Twitter". Por seu turno, o diário desportivo francês L'Équipe avança que a transferência custará aos portistas 25 milhões, metade dos quais suportados por um fundo de investimento. A concretizar-se por estes valores, será a mais cara de sempre de um clube português.


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EURO 2015

Selecção de Sub-21 "motivada e concentrada" para entrar para a história Seleccionador Rui Jorge aceita favoritismo entregue pela Suécia à equipa das quinas, tendo em vista a final do Europeu da categoria.

Estádio Eden, em Praga, com arbitragem do polaco Szymon Marciniak. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. SELECÇÃO NACIONAL

Ronaldo nos Jogos Olímpicos? Fernando Gomes diz que é possível Admissão do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, esta segunda-feira. Portugal pode levar três jogadores com mais de 23 anos aos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.

Rui Jorge confiante para a final do Europeu de Sub-21 [Foto: EPA/Peter Powell]

Rui Jorge aceita por completo o estatuto de favorita que está a ser dado pela Suécia à Selecção Nacional de Sub21, na véspera da final do campeonato da Europa da categoria, na República Checa. O seleccionador dos nórdicos, Hakan Ericson, não demonstrou qualquer reserva em "entregar" esse título à equipa das quinas. O técnico nacional de "esperanças" não vê nessa assunção qualquer tipo de "jogo psicológico", até porque Portugal conhece bem o adversário que irá defrontar amanhã, depois do empate registado entre ambas as equipas, na fase de grupos (11). "A Suécia era uma das equipas que já tínhamos estudado em profundidade. Os jogadores sabem perfeitamente o que vão encontrar. Declarações do seleccionador da Suécia? Não acho traiçoeiro. Acredito que eles pensem que somos fortes, porque temos demonstrado isso até aqui. Pensam de nós o que achamos precisamente deles. Para estar aqui, é preciso qualidade. Vamos defrontar uma equipa forte e o mesmo acontecerá com eles", afirmou o seleccionador de Sub-21 de Portugal, esta segunda-feira, em conferência de imprensa. Garantindo que a equipa das quinas entrará para a final de Praga "muito concentrada e motivada" em fazer história e conquistar para Portugal o primeiro título europeu da categoria, Rui Jorge recorda que este é o "patamar mais difícil de atingir". Até para a sua própria carreira. "É importantíssimo para mim, igualmente, enquanto treinador. Nunca vencemos este troféu e ser um dos treinadores que o pode disputar é um motivo de orgulho e também uma responsabilidade", salientou. O Suécia-Portugal arranca às 19h45 de terça-feira, no

Fernando Gomes admite possibilidade de levar Ronaldo aos Jogos Olímpicos do Rio

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) admitiu, esta segunda-feira, a possibilidade de Cristiano Ronaldo representar a Selecção Nacional de futebol que irá disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. A Federação pode colocar três jogadores com mais de 23 anos no elenco final de convocados para as Olimpíadas e Fernando Gomes admite que o "CR7", capitão dos "AA" pode ser uma das hipóteses do plantel. Mesmo em ano de campeonato da Europa. "É uma possibilidade. Podemos levar três jogadores com mais de 23 anos de idade. Ronaldo é uma dessas hipóteses, mas ainda nem sequer pensámos sobre isso", afirmou, em declarações ao "GloboEsporte". Os Jogos Olímpicos do próximo ano arrancam a 5 de Agosto. O Euro 2016 realiza-se entre Junho e Julho.


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Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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