EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Quarta-feira, 18-02-2015 Edição às 08h30
Editor Raul Santos
Violência: “Não actuar é ser cúmplice do crime” Hospital Amadora-Sintra. Directores demissionários reúnem-se com administração Clientes de água, luz e gás podem reclamar 18 milhões de euros Quaresma. Tempo de renovação e de "ir ao encontro dos outros" Patrões queixamse de falta de confiança e dificuldades de crédito
Grécia pondera pedir extensão do Terra sangrenta empréstimo
O saco das compras já não é grátis. Tudo sobre a nova taxa
Caso do Meco vai a julgamento? A resposta chegará a 4 de Março
JOSÉ MIGUEL SARDICA
Cinco países concentram maior parte da actividade terrorista
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Violência: “Não actuar é ser cúmplice do crime” A activista contra a violência, Margarida Medina Martins, aponta falhas no sistema judicial que prejudicam as mulheres e defende um código de ética na comunicação social.
Especialista diz que a não actuação equivale a cumplicidade. Foto: DR Por Raquel Abecasis
A presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, Margarida Medina Martins, diz que “ficar com a informação é sempre mau” e apela à denúncia, mesmo que anónima, de situações de violência. No programa Terça à Noite, defende um plano nacional de prevenção da violência e uma especialização de tribunais, advogados, Ministério Público e comunicação social para lidar com este assunto. Quando foi lançada a actual campanha contra a violência no namoro, falámos com alguns jovens e uma contou que uma amiga tinha levado uma chapada do namorado à saída do metro e chegou ao liceu a chorar. É muito frequente esta situação de assistir a alguma coisa e não fazer nada? Como se deve reagir perante este tipo de situações, devemos tornar-nos fiscais uns dos outros? Se ser fiscais significar que que somos activistas na defesa dos direitos humanos, então devemos ser todos activos. O que não fizermos na promoção dos direitos humanos coloca-nos como cúmplices de crime porque estamos a ver e não fizemos nada para impedir que as cosias acontecessem. Essa é uma reflexão que se pode fazer com jovens, com crianças e com adultos e com o próprio país. Por exemplo, existe um instrumento internacional que é convenção para a eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres – é a chamada Magna Carta dos direitos humanos das mulheres – que tem um mecanismo de monotorização. Na Áustria, numa situação de violência doméstica, uma senhora foi assassinada e os filhos puseram uma queixa em termos internacionais contra o próprio país dizendo que teria havido negligencia e a Áustria foi condenada a pagar àqueles jovens uma indemnização, acabando por mudar a legislação e o modo de funcionamento.
Hoje é dos países mais avançados na maneira como lida com a violência doméstica. Não tendo actuado em tempo útil, não tendo conseguido prevenir que a pessoa fosse assassinada, pode ser colocado como cúmplice de crime. Tinha conhecimento e não agiu, não garantiu a protecção adequada a uma pessoa que estaria em risco de vida. A questão da jovem que não faz nada tem muito a ver com a aceitação que a violência é uma coisa normal. A jovem, na maneira como falava, não parecia considerar aquilo para ela própria aceitável, mas tendo assistido achou que não era para fazer nada... As pessoas que estão à volta têm limites para o que podem fazer. Não estou aqui a dizer que uma pessoa que vai na rua e vê uma situação de violência deve intervir, mas pode sempre chamar a polícia. Numa escola, pode alertar um professor, pode falar com a própria amiga e dizer que aquilo não é aceitável. Tal como a violência é um comportamento aprendido, a sobrevivência também é. Se esta jovem crescer num ambiente de violência, a sua especialidade é o mecanismo de sobrevivência e, portanto, não reage. Um jovem ou uma jovem que aceite mais a violência como uma coisa comum, possivelmente terá ele próprio experienciado alguma violência e, portanto, não tem uma reacção tão á flor da pele no sentido de dizer: “Oh amigo, pára aqui! Acabou!” O que é que pode ou deve fazer um vizinho? Denunciar, mesmo anonimamente. Pega no telefone telefona para a esquadra ou para o Ministério Público. Ao mínimo sinal? Há muitos relatos de pessoas que dizem: “Para a próxima telefono...” Não há violências menores, nem nas crianças, nem nos adolescentes, nem nos adultos. Essa ideia de que há tempo… Pode não haver. Há agressores que fazem uma escalada de violência, ou seja, a violência aumenta no tempo, a agressividade aumenta e os intervalos vão diminuindo. Há outros que se precipitam por qualquer coisa, passam do zero aos cem muito rapidamente. Ficar com a informação é sempre mau. Não tem de ser agente de intervenção, não tem de correr esse risco … Mas pode de forma segura denunciar… E apresentar alguma preocupação. Em termos de moldura penal, há a ideia de que este tipo de crime não é punido como deveria… É muito violento para as mulheres todo este processo. O agressor não é contido. Ainda temos um grau de tolerância à violência em termos judiciais. Temos uma tolerância inaceitável. As mulheres andam refugiadas, as casas abrigo são uma espécie de refúgio, e isto é uma violação dos seus direitos. É um país que falha na protecção. O sistema aceita bem ou tolera bem que as mulheres sejam apátridas no seu próprio país, andem de casa abrigo em casa abrigo, o sistema tolera que esta loucura se instale, tolerando em demasia as acções do próprio agressor. Devia haver aqui uma especialização dos tribunais, dos advogados, do próprio Ministério Público, para tudo ser mais célere e devia haver automaticamente uma ligação entre os processos das crianças e os processos da violência. Temos um processo urgente na área da identificação da responsabilidade parental, esquecendo e pondo de lado que aquelas pessoas estão
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em risco, marcando conferências nos tribunais e anulando e branqueando – e isto é cumplicidade em crime – os riscos em que as pessoas estão, como se uma coisa não estivesse ligada a outra. Neste momento temos uma ministra da Justiça, que é uma mulher conhecida pelas suas ideias um pouco mais “avançadas”. O facto de haver neste momento mais mulheres em sítios estratégicos na política portuguesa, não tem ajudado a que isto mude? Tem. Ao longo dos anos, temos vindo a ver mudanças dinamizadas por mulheres. Tem sido um grande contributo. E quanto ao papel da comunicação social? Ao mesmo tempo que estamos a falar destas questões e fazemos notícia de campanhas contra a violência, houve um filme que estreou – As 50 sombras de Grey – que legitima um certo tipo de prática sexual violenta como algo de positivo. A comunicação social tem sido ao longo dos anos fundamental para a defesa dos direitos humanos no mundo. É sempre um veículo importante. A comunicação social devia ter códigos de ética e isso ajuda a estruturar a estratégia. A comunicação social desprotege muito, expõe muito as vítimas, coloca-as muito em risco. Isto tem a ver não só com a parte ética, mas também com a ignorância. Por exemplo, quando a comunicação social diz que no sítio tal, na aldeia tal, aconteceu um abuso sexual de uma criança, a seguir todos os abusadores que estiverem na zona vão tentar fazer o assalto àquela pessoa. Aparecem inicialmente como protectores, como apoiantes e depois fazem algum tipo de assalto. As vítimas que são identificadas tornam-se alvos fáceis e vulneráveis face aos agressores que estão na comunidade.
Quaresma. Tempo de renovação e de "ir ao encontro dos outros" Período de preparação para a Páscoa começa esta quarta-feira.
Na mensagem para a Quaresma, intitulada “Fortalecei os vossos corações”, o Papa destaca a necessidade de superar a indiferença que ignora o sofrimento de milhões de pessoas em todo o mundo. Nesse sentido, Francisco desafia as comunidades católicas a uma renovação. Esta renovação, diz o padre Vítor Gonçalves, assistente espiritual na Renascença, “tem muito a ver com quebrar os nossos hábitos e rotinas que, a certa altura, são vazios.” Para o pároco na Igreja de S. Domingos, no Martim Moniz, em Lisboa, renovar significa “a experiência do encontro com Jesus e percebermos que, apesar do peso das nossas vidas ou até das nossas falhas, das nossas vidas difíceis e dos erros que, porventura, fizemos, Ele está sempre a dizer: Levanta-te, vai em paz, não voltes a pecar, abre caminhos. Renovar é isso, renovar é perceber que no encontro com Cristo não há becos sem saída.” Sobre esta atitude egoísta de indiferença que o Papa fala também na sua mensagem, o padre Vítor Gonçalves diz que a Quaresma vem lembrar que há sempre uma maneira nova de ir ao encontro dos outros. Nesse sentido diz que “a Quaresma vem lembrar-nos que há sempre algum modo novo de saborear, de viver, de pensar, de abrir, ir ao encontro dos outros, de deixar esta indiferença, principalmente de desencanto.” Ao referir-se à mensagem do Papa, o assistente religioso da Renascença diz que Francisco afirma, em determinada altura, que “nós todos os dias somos tão quase que encharcados de uma certa sensação de impotência perante os sofrimentos imensos, perante o mal que anda à nossa volta, que pensamos que não é possível fazer nada. Mas isso é errado. Podemos, mas não é sozinhos." O padre Vítor Gonçalves salienta que a "dimensão com outros é muito importante. Ver um problema, identificá-lo e depois partilhar com outros e dizer como é que nós vamos procurar resolver isto, como é que vamos procurar ajudar a resolver. É todo um processo de renovação que, para mim, é muito quaresmal e muito pascal.” Nesta Quarta-feira de Cinzas haverá na Sé de Lisboa, às 19h00, a primeira celebração pública do Patriarca D. Manuel Clemente, depois de ser criado Cardeal.
Por Ana Lisboa
Hoje é Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma. São 40 dias que se destinam a preparar a celebração da Páscoa. É um tempo de jejum, penitência, partilha, conversão.
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Grécia pondera pedir extensão do empréstimo Atenas quer mais tempo para pagar o que deve aos países europeus, valor que vence até ao final do mês de acordo com o memorando actual, mas recusa o aumento de juros que acompanharia um novo resgate.
Grécia quer mais tempo para pagar à Europa. Foto. EPA
A Grécia está a ponderar pedir uma extensão do prazo do actual empréstimo, mas recusa o agravamento dos juros que acompanhariam um resgate. A informação, que foi avançada por uma fonte do Governo grego à AFP, surge numa altura em que Atenas e os credores da zona euro tentam chegar a uma solução para a crise. Segundo os termos do empréstimo actual, a Grécia tem até ao final do mês para pagar aos parceiros europeus. “A Grécia está a ponderar pedir uma extensão do empréstimo Europeu, distinguindo-o claramente do memorando”, disse a fonte, referindo-se ao acordo firmado com os parceiros europeus pelo anterior Governo da Grécia. Na análise de Francisco Sarsfield Cabral, Atenas está a tentar ganhar tempo, mas a proposta conhecida esta noite não chegará para contentar Berlim ou Bruxelas. As conversações entre Atenas e Bruxelas terminaram num impasse na noite de segunda-feira e a União Europeia a dizer que a Grécia tem de pensar se quer continuar na moeda única ou não. O ministro das Finanças da Grécia insiste, todavia, que será possível chegar a acordo antes do final desta semana. De Alexis aos ziguezagues. O glossário da nova Grécia
Clientes de água, luz e gás podem reclamar 18 milhões de euros Em causa estão as cauções pagas antes de 1999. Consulte aqui as listas de consumidores com dinheiro por receber.
Os consumidores portugueses podem reclamar, até ao final do ano, os 18 milhões de euros em cauções que ainda estão por receber referentes ao serviço de água, luz e gás canalizado. O prazo foi alargado até Dezembro e, agora, as empresas e as autarquias são obrigadas a publicar os nomes dos clientes que ainda têm direito à restituição do dinheiro. No total, são 17,096 milhões de euros que os clientes pagaram por cauções de serviços de água, luz e gás canalizado antes de 1999. O dinheiro está à guarda da Direcção-Geral do Consumidor num fundo que tem sido reinvestido e que, por isso mesmo, já tem mais 1,300 milhões de euros relativos a juros. Os consumidores que tiverem direito à devolução da caução devem pedir à empresa de água, luz ou gás a emissão de uma declaração comprovativa, de acordo com a Direcção-Geral do Consumidor. Neste documento deve constar a identificação do titular do contrato, da entidade fornecedora do serviço, o número do contrato, a morada de fornecimento e o valor da caução. O clientes devem depois enviar à Direcção-Geral do Consumidor o pedido de reembolso acompanhado da declaração comprovativa do direito à restituição da respectiva caução passada pelo prestador de serviço. Devem também enviar o número de identificação bancária, uma vez que a restituição da caução será efectuada por transferência bancária. Consulte aqui a lista de clientes de electricidade da EDP com caução a devolver. Consulte aqui a lista de clientes de gás canalizado da EDP com caução a devolver. Consulte aqui a lista de clientes de gás canalizado da Galp com caução a devolver.
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O saco das compras já não é grátis. Tudo sobre a nova taxa O que é um saco de plástico leve? Quais as alternativas para as compras? E para colocar o lixo? Todas as perguntas e respostas.
Com as novas regras, os sacos mais duráveis ganham força. Foto: Lusa
Desde domingo, todos os consumidores têm que pagar uma taxa de dez cêntimos por cada saco de plástico "leve". De acordo com o Governo a medida serve para diminuir o impacto ambiental do uso dos sacos de plásticos. Os consumidores e comerciantes acusam o Executivo de arranjar mais uma forma de arrecadar dinheiro para os cofres do Estado. Mas o que é afinal um saco de plástico leve, quais são as suas consequências para o ambiente e que objectivo Portugal pretende atingir? Leia as respostas, a partir de documentos da Agência Portuguesa do Ambiente. Quais os sacos abrangidos pela contribuição? São todos os sacos com alças, que tenham plástico na sua constituição, com uma espessura inferior ou igual a 50 micrómetros (os sacos ditos "leves"). Estes sacos são fornecidos aos consumidores nos vários tipos de lojas e estabelecimentos (como supermercados, restaurantes, padarias, pastelarias, estabelecimentos "take-away", farmácias, lojas de retalho). Os sacos de plástico leve vão passar a ter uma marcação que indica que não são amigos do ambiente. Existe alguma excepção? Sim, a contribuição não se aplica nos seguintes casos: sacos plásticos leves que sejam objecto de exportação; expedidos ou transportados para outro Estado-membro da União Europeia ou para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira; que se destinem a entrar para embalar gelo, fruta, legumes, peixe e carne não confeccionados; e ainda os sacos que são utilizados em donativos a instituições de solidariedade social. Porque é que os sacos mais espessos não estão abrangidos pela medida? Os sacos de plástico leves são geralmente os mais prejudiciais para o ambiente porque são menos resistentes, mais facilmente fragmentáveis e servem para muito poucas utilizações. São também mais difíceis de tratar como resíduos: misturam-se com o lixo, prejudicando a reciclagem
dos sacos e dos outros materiais. Vão por isso essencialmente para o aterro, apenas após uma ou duas utilizações. Como são leves, voam facilmente, atingindo grandes distâncias e poluindo a natureza e o mar. Como são degradáveis, separam-se em partículas finas, que entram nos ecossistemas e na nossa cadeia alimentar. Pelo contrário, os sacos mais resistentes e reutilizáveis podem durar uma vida, substituindo milhares de novos sacos de uso único. Quais as alternativas para as compras? E para colocar o lixo? Pode usar sacos reutilizáveis ou um trólei de compras. Para o lixo não deve utilizar os sacos de plástico leves – não foram concebidos para esse fim e prejudicam o tratamento de resíduos. Existem sacos próprios, mais adequados e acessíveis para o acondicionamento do lixo doméstico. Os sacos biodegradáveis são os mais aconselháveis dado que se degradam sob condições naturais, uma vez que os resíduos domésticos são maioritariamente encaminhados para deposição em aterro. Por que razão os sacos de plástico leve são prejudiciais para o ambiente? Porque são consumidos em volumes extremamente elevados, levando ao consumo excessivo de recursos. São concebidos para serem descartáveis (e não reutilizáveis). Em média, a vida útil dos sacos plásticos leves é de apenas 25 minutos, mas permanecem no ambiente durante mais de 300 anos. Constituem uma componente importante e visível do lixo marinho, mais de 70% segundo alguns estudos. Constituem um risco significativo para os animais e aves marinhas, que muitas vezes confundem sacos de plástico com alimento, entrando inclusive na cadeia alimentar humana. Para onde vai o dinheiro da taxa? O valor da contribuição a pagar ao Estado é de oito cêntimos por cada saco plástico leve acrescido do IVA à taxa legal em vigor (dois cêntimos). Tendo em conta o dano que o consumo de sacos plásticos leves representa para a biodiversidade, sobretudo no meio marinho, parte das receitas resultantes da cobrança da contribuição sobre sacos plásticos leves será utilizada em acções de conservação da natureza e da biodiversidade. A contribuição também vai contribuir para o desagravamento do IRS, no âmbito do quociente familiar. O valor da contribuição pode vir na factura? Sim. Na factura deve constar a menção a "sacos de plástico leves", número de sacos de plástico leves disponibilizados, valor cobrado a título de preço e IVA aplicável. Que tipo de sanções haverá por incumprimento do pagamento da contribuição? As multas para os comerciantes incumpridores podem ir até aos 35 mil euros. Quais os objectivos que Portugal pretende atingir com a implementação desta medida? O Governo pretende reduzir a utilização dos sacos de plástico leves para um nível máximo de 50 e 35 sacos por habitante por ano em 2015 e 2016, respectivamente. Esta é uma medida exclusiva de Portugal? Não. São já muitos os exemplos europeus e internacionais de aplicação de taxas e mesmo de
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proibição da utilização de sacos de plástico leves. Na Europa, a preocupação com o elevado consumo e os impactes ambientais e económicos destes sacos levou à aprovação, em 2014, de uma alteração à directiva de embalagens e resíduos de embalagens, que impõe aos Estados-membros a adopção de medidas para a redução significativa do consumo destes sacos. Na Irlanda a contribuição chegou a ser de 22 cêntimos. Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente [Notícia corrigida às 16h00 de 17-02-2015. "Mícron" foi alterado para "micrómetro] JOSÉ MIGUEL SARDICA
Terra sangrenta Visto de Moscovo, o mundo é sempre o mesmo: atrás da Europa estão os Estados Unidos, e a NATO é o braço armado de Washington. Neste cenário geopolítico, o caso é complicado, e a Europa, sempre impreparada para lidar com falcões imperialistas, arrisca-se a perder qualquer que seja o desfecho.
Durante a década de 1930 e ao longo dos anos da II Guerra Mundial, a vasta área do Leste europeu onde hoje se individualizam a Polónia, a Bielorrússia e a Ucrânia foi palco das maiores atrocidades. Entalada entre dois totalitarismos, o de Moscovo e o de Berlim, essas “terras sangrentas”, como lhes chamou Timothy Snyder num livro recente, viram morrer, pela fome ou pela guerra, cerca de 14 milhões de pessoas. Oitenta anos passados, a atual Ucrânia voltou a ser, se é que alguma vez deixou de o ser, uma “terra sangrenta”. A guerra naquelas paragens já leva quase um ano, desde a anexação da Crimeia por uma mescla (in)formal de separatistas pró-russos e de tropas russas, disponibilizadas por Vladimir Putin. Entretanto, para lá da Crimeia, na fronteira da Ucrânia com a Rússia, talhou-se uma vasta zona sob controlo rebelde, cujas bases-chave são as cidades de Donetsk e Lugansk. Em dez meses de combates, já morreram perto de 6 mil pessoas e 13 mil ficaram feridas. Da cimeira de Minsk, que sentou à mesa Putin, Poroshenko, Merkel e Hollande na semana passada, saiu um cessar-fogo. Como se previa, já foi violado. A trégua, se subsistir, é apenas uma pausa num conflito onde o essencial permanece por resolver, tanto no plano militar como no plano político. No primeiro
destes planos, haverá que determinar, pelas armas ou pelo tempo, para onde penderão afinal os territórios separatistas na Ucrânia oriental. Irá a NATO apoiar Kiev na contraofensiva para os recuperar (Crimeia incluída)? Ou a superioridade militar dos separatistas armados por Moscovo irá prevalecer, fraturando definitivamente a Ucrânia? Deste desfecho depende o plano político – e é este que constitui mais uma ameaça à Europa. A questão política começou na verdade há anos, no xadrez do pós-Guerra Fria, desde que a sociedade ucraniana começou a ambicionar uma junção à União Europeia como melhor caminho para reforçar a democracia e o progresso económico que ali tardam a chegar. Como quem diz Europa diz também NATO, e como, no status quo de 1991-92, estabelecido entre o Ocidente e a Rússia, a Ucrânia ficava na esfera de Moscovo, o Kremlin tratou de barrar qualquer inclinação ucraniana, ou de outro país daquela zona, em direção ao “eldorado” europeu. Visto de Moscovo, o mundo é sempre o mesmo: atrás da Europa estão os Estados Unidos, e a NATO é o braço armado de Washington. Neste cenário geopolítico, o caso é complicado, e a Europa, sempre impreparada para lidar com falcões imperialistas, arrisca-se a perder qualquer que seja o desfecho. Se os EUA, que já estão a injetar dinheiro e material logístico e a prestar aconselhamento militar a Kiev (já vimos isto no Vietname do Sul), arrastarem a NATO para um conflito na região, e se Putin vencer essa guerra, a Ucrânia desaparece e a fronteira da “Mitteleuropa” fica porosa e exposta ao expansionismo de Moscovo. É este receio que levou Angela Merkel a Minsk. Mas se por acaso o Ocidente ganhar este braço-de-ferro e a Ucrânia se reunir e materializar uma adesão à UE, a Europa integrará uma diferença talvez impossível de assimilar e gerir, além de que não pode esperar senão uma futura revanche do imperialismo russo. Qual a solução, então? A da diplomacia: é preciso que as armas se calem para que se consiga um status quo negociado e aceitado entre as duas partes que de facto estão em confronto (e nenhuma delas é a Europa ou os EUA): a aspiração imperialista da grande Rússia e da população russa da Ucrânia em juntar-se-lhe, de um lado, e o legítimo direito dos ucranianos a autodeterminarem a sua pertença internacional futura, de outro lado.
PS confronta Governo com "anemia" económica e crise social Debate de urgência marcado para esta quarta-feira, no Parlamento. Ferro Rodrigues fala num "crescimento muito insuficiente e medíocre". Por Susana Madureira Martins
O Partido Socialista convocou para esta quarta-feira um debate de urgência, na Assembleia da República, sobre
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o fraco desempenho da economia e a crise social. O PS não cede um milímetro na versão de que há uma “anemia” do investimento, que há estagnação da economia e uma crise social. Esse é o tema do debate de urgência dos socialistas e nem os dados divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirmaram um aumento de 0,9% do PIB do ano passado, tiram esta certeza ao líder parlamentar Ferro Rodrigues. “No quarto trimestre de 2014, o Produto Interno Bruto terá crescido, em termos homólogos, 0,7%. Isto significa que, ao longo dos últimos cinco trimestres, este é o pior em matéria de crescimento homólogo, visto que no trimestre anterior tinha crescido 1,1%, antes 0,9%, no primeiro de 2014 cresceu 1% e no quatro trimestre de 2013 1,6%. É um crescimento muito insuficiente, muito medíocre”, afirma o deputado socialista.
que os bancos devem rever a sua percepção de risco. As críticas à banca são comuns entre os patrões. O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, alude a normas rígidas que não permitem a capitalização das empresas. Para o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), vulgarmente designada como Banco de Fomento, pode ser fundamental para a disponibilização de financiamento. João Machado lamenta, no entanto, a demora na sua entrada em funcionamento. Contactada pela Renascença, fonte do Ministério da Economia limitou-se a dizer que o IFD está a funcionar e que irá, inclusive, ser responsável pela linha PME Crescimento, no valor de 1.500 milhões de euros, uma linha de crédito destinada às empresa que deverá ficar disponível durante o mês de Março.
Patrões queixam-se de falta de confiança e dificuldades de crédito
Hospital AmadoraSintra. Directores demissionários reúnem-se com administração
São muitos os factores que explicam o baixo investimento realizado pelo tecido empresarial. Presidente da CIP aponta a falta de apoio às empresas viáveis que enfrentam problemas de tesouraria.
Um emaranhado de factores dificulta o investimento às empresas nacionais. Foto: DR Por Henrique Cunha
A falta de confiança, os custos de contexto, o modelo exportador inalterado e a ausência de investimento estrangeiro são as razões apontadas pelos patrões portugueses para a falta de investimento no nosso país. O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, acrescenta, em declarações à Renascença, a relutância da banca em conceder crédito às empresas em dificuldade. A CIP apela à banca para que alargue o crédito que concede para além das empresas com capital. António Saraiva lamenta a falta de apoio às empresas viáveis que enfrentam problemas de tesouraria e considera
Demissão em bloco de 28 directores clínicos foi motivada pela “degradação das condições de trabalho”, pela redução do número de médicos e pelo aumento dos tempos de espera. A demissão de 28 directores clínicos do Hospital Amadora-Sintra vai ser debatida, esta quarta-feira, numa reunião com a administração do hospital. Na origem da tomada de posição está o que os profissionais classificam de “degradação das condições de trabalho”, a redução de médicos e o aumento dos tempos de espera. Em carta enviada à administração, os médicos afirmam que se assiste, desde há dois anos, a uma "progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial". Para o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, "há muito tempo que deveria ter havido substituição da administração e da direcção clinica" do hospital. Este hospital tem "graves problemas de gestão" e o Ministério da Saúde sabia disso "há muito tempo", disse José Manuel Silva, em declarações à agência Lusa, lamentando que não se tenha tomado "nenhuma atitude profiláctica no sentido de substituir a direcção clínica e o conselho de administração". O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, Cunha Ribeiro, admite
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dificuldades nos serviços clínicos e de urgência no Hospital Amadora-Sintra, que atribuiu a internamentos mais prolongados e à falta de médicos. "Nós não escamoteamos a verdade. É só graças a um enorme esforço dos profissionais, sejam médicos, enfermeiros ou técnicos, que se consegue dar resposta a uma situação a que nós não estávamos habituados. É que o número de doentes que vai aos serviços de urgência não aumentou, mas temos doentes mais graves, doentes mais idosos, mais doentes internados e mais doentes que ficam mais tempo no hospital", disse aos jornalistas Cunha Ribeiro. A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo garante que a demissão não tem qualquer tipo de implicação no atendimento aos utentes. O Hospital Amadora-Sintra vai ter um novo director clínico após a demissão de 28 dos 33 directores de serviço que, entre outros motivos, dizem discordar da actual direcção. Fonte da unidade referiu que o director clínico, o médico gastroenterologista Nuno Alves, apresentou a demissão do cargo, estando previsto para quarta-feira o anúncio da nova direcção clínica da unidade hospitalar.
Frio obriga a medidas especiais. Centros de saúde com horário alargado Direcção-geral da Saúde teme forte afluência às urgências hospitalares. A Direcção-geral da Saúde (DGS) decidiu alargar os horários de funcionamento dos centros de saúde, nomeadamente nas grandes áreas urbanas como Lisboa e Vale do Tejo. Em comunicado, a DGS refere que “a actividade gripal é agora moderada”, mas “as temperaturas baixam que se têm verificado são, muitas vezes, responsáveis pela descompensação de doenças crónicas, nomeadamente cardiovasculares, respiratórias e diabetes, em particular nas pessoas idosas e isoladas”. Como tal, lê-se na nota, “assiste-se ao aumento da procura de cuidados em serviços de urgência hospitalar, frequentemente devido a situações clínicas graves que necessitam de internamento”. A DGS lembra que antes de recorrer aos serviços de saúde, os utentes devem ligar para a Linha Saúde 24 (8080 24 24 24). Segundo o boletim de vigilância epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), até 8 de Fevereiro foram registados 79 casos por cada 100.000 habitantes. Até esta data, foram analisados 747 casos de síndroma gripal. O Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA)
colocou em aviso amarelo quase todo o país, devido às previsões de vento e agitação marítima fortes. Só escapam os Açores e os distritos de Santarém e Évora. [Em actualização]
Funcionários das escolas entregam abaixo-assinado contra a precariedade Documento com milhares de assinaturas vai chegar ao Ministério da Educação dois dias antes da greve nacional de funcionários das escolas, agendada para sexta-feira.
Funcionários fazem chegar reclamações ao ministro Nuno Crato. Foto: Lusa
Os funcionários das escolas entregam esta quarta-feira um abaixo-assinado no Ministério da Educação "com milhares de assinaturas” para reivindicar o fim da precariedade, a contratação de novos efectivos, entre outros aspectos. A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais explicou, em comunicado divulgado na passada semana, que o abaixo-assinado pretende reivindicar a abertura de negociações sobre aspectos da carreira dos trabalhadores não docentes das escolas. No documento, os sindicatos manifestavam a "vontade de prosseguir a luta" caso as reivindicações "não sejam satisfeitas". "Em causa, estão designadamente [...] o fim da precariedade e da abusiva utilização de CEI [Contratos Emprego-Inserção, através dos centros de emprego] para o cumprimento de funções que correspondem a necessidades permanentes; o recrutamento de novos efectivos que dêem resposta à dramática falta de pessoal; e, a criação de uma carreira especial para os assistentes operacionais dos estabelecimentos de educação e ensino", lê-se no documento sindical. A entrega do abaixo-assinado, marcada para as 11h30, na sede do Ministério da Educação e Ciência (MEC), em Lisboa, acontece dois dias antes da greve
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nacional de funcionários das escolas, agendada para sexta-feira. "A única responsabilidade desta greve é do Ministério da Educação, que tudo tem feito para que os trabalhadores das escolas estejam insatisfeitos", defenderam, em conferência de imprensa, em Lisboa, os dirigentes da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, em conferência de imprensa, na passada semana, durante a qual anunciaram a convocação da greve. Para o sindicato, o que está em causa é uma questão política, "a destruição da escola pública, gratuita e universal, como está prevista na Constituição" da República. Sobre a transferência de responsabilidade para os municípios na área da educação, o sindicato entende que tem como fim a privatização e que assenta numa contradição. "É fundamentada com a aproximação às populações, mas foram encerradas centenas de escolas que estavam mais perto das famílias", afirmou o dirigente sindical Artur Sequeira. Mais uma vez, os sindicatos criticaram a contratação de pessoal a 3,20 euros à hora, através dos centros de emprego, sem experiência de trabalho com crianças, e que pode ser contratado "ao dia, à hora, à semana", durante o ano lectivo, o que "disfarça o desemprego e não resolve os problemas".
Calçado português investe 16 milhões para se mostrar lá fora Sector vai marcar presença em cerca de 70 feiras pelo mundo.
O sector do calçado vai investir 16 milhões de euros na promoção externa, apostando nos mercados extracomunitários com potencial de crescimento, marcando presença em cerca de 70 feiras pelo mundo. Com uma comitiva de 84 empresas portuguesas até quarta-feira na MICAM, a maior feira de calçado do mundo, em Milão, Itália, a associação do sector do calçado, a APICCAPS anunciou o reforço no investimento em promoção externa para o período entre Julho deste ano e Junho de 2016. O porta-voz da APICCAPS, Paulo Gonçalves, disse à
agência Lusa que o investimento previsto é de 16 milhões de euros - sendo cerca de 50% financiado por incentivos e o restante pelas empresas do sector - e antecipa a presença em cerca de 70 feiras em todo o mundo. Segundo o responsável, o enfoque será nos mercados extracomunitários como os da América Latina, Austrália, Nova Zelândia, Emirados Árabes Unidos, Japão e China, sendo esta "a maior iniciativa de sempre nos Estados Unidos", onde será apoiada a presença comercial em quatro cidades de "grande relevância" como Atlanta, Chicago, Los Angeles e Nova Iorque. "Os Estados Unidos são o maior importador mundial de calçado. Temos perspectivas de investimento muito interessantes", afirmou Paulo Gonçalves. Para a associação do sector, esta aposta nos mercados extracomunitários justifica-se pelo potencial de crescimento "muito significativo nos próximos anos" do calçado português nestes países. Paulo Gonçalves acrescentou ainda que actualmente as vendas de calçado português para fora da Europa representam 13% da exportação, sendo objectivo do sector que este valor chegue aos 20% até 2020, ou seja, mais de 500 milhões de euros. O porta-voz da APICCAPS avançou ainda que complementarmente à presença em feiras, a associação está a criar condições para que as empresas, de forma individual, possam fazer acções de comunicação e imagem, sendo esta a resposta a uma necessidade que foi detectada.
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“Custa-me crer que tenha sido erro”, diz ex-director do BES sobre falhas nas contas Carlos Calvário não entende como é que se pode dizer que a ocultação de dívida da Espírito Santo International tenha sido um lapso, mas diz que “cada um tem a sua opinião”.
Foto: José Sena Goulão/Lusa
O ex-director do Banco Espírito Santo (BES), Carlos Calvário, disse esta terça-feira no Parlamento ter dúvidas de que as falhas detectadas na dívida da Espírito Santo International (ESI) fossem um mero erro. "Custa-me muito a crer que tenha sido um erro", disse o responsável na comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), onde foi ouvido esta terça-feira. A ocultação de dívida da ESI, holding do GES, tem sido um dos temas centrais nos trabalhos da comissão. "Opinativamente, não vejo que possa ser um erro desta dimensão. Não entendo. A teoria do erro sei que há muita gente que a defende. Cada um tem a sua opinião", vincou Carlos Calvário, sem acrescentar mais visões sobre a matéria. Ouvido no parlamento em Janeiro, o ex-contabilista da ESI, Francisco Machado da Cruz, revelou que o expresidente do BES, Ricardo Salgado, sabia da ocultação de contas da holding do GES desde 2008. Machado da Cruz declarou também – numa audição que decorreu à porta fechada – que foi o próprio Ricardo Salgado a ter tal ideia, disse fonte parlamentar à agência Lusa. Em 2008, o passivo ocultado foi de 180 milhões, adiantou, sendo que o valor total de dívida nesse registo viria a ser de 1,3 mil milhões de euros – uma das causas para o que viria a ser o colapso do GES e do BES. Tais montantes viriam a aumentar nos anos seguintes. Na semana passada, o ex-responsável de compliance do BES, João Martins Pereira, revelou que, em Março de 2014, o então contabilista da ESI lhe disse que Ricardo Salgado, José Manuel Espírito Santo e Manuel
Fernando Espírito Santo conheciam os problemas da holding. "[O contabilista] Machado da Cruz disse na minha presença que havia três pessoas no grupo [GES]que sabiam que a dívida não estava totalmente reflectida, mas que não sabiam o montante", afirmou Martins Pereira durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES. Tratava-se do ex-presidente do BES Ricardo Salgado, José Manuel Espírito Santo, ex-administrador do banco, e Manuel Fernando Espírito Santo, expresidente da Rioforte, especificou o ex-responsável pela compliance do BES. Martins Pereira revelou também que já sabia do problema do passivo da ESI desde 12 de Novembro de 2013, numa reunião em que participaram José Castella, Francisco Machado da Cruz e Carlos Calvário, que o informaram de que "a dívida não estava correta". Carlos Calvário está a ser hoje ouvido na comissão de inquérito desde cerca das 15h00 – às 21h00 ainda respondia ao segundo bloco de perguntas dos partidos – e apresentou na sua intervenção inicial um resumo do seu trajecto profissional desde que ingressou no BES até hoje. Actualmente, o responsável está no Novo Banco e é director coordenador do Departamento Técnico de Imobiliário. A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de Novembro passado e tinha inicialmente um prazo total de 120 dias, que expirou a 19 de Fevereiro. Os trabalhos foram entretanto prolongados por mais 60 dias, aprovaram os partidos por unanimidade. Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
OPA ao BPI. Ulrich garante que mantém interesse no Novo Banco Caixa Bank já detém 44% do capital do BPI. Agora, quer comprar o resto da posição. Se o negócio se concretizar, o BPI passa a ser o maior banco em Portugal, ultrapassando a Caixa Geral de Depósitos. O Banco Português de Investimento (BPI) mantém a intenção de comprar o Novo Banco. A garantia é dada através de um comunicado do banco liderado por Fernando Ulrich, depois de confirmada a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo banco espanhol Caixa Bank. No documento, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, lê-se que a instituição “prosseguirá sem alterações e com inteira normalidade o seu plano
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de actividades, incluindo a anunciada candidatura à aquisição do Novo Banco”. O comunicado lembra que o Caixa Bank já detém actualmente 44.1% do capital do BPI, do qual é accionista desde 1995, “tendo mantido um apoio permanente à estratégia de crescimento e afirmação do Grupo BPI nos últimos 20 anos”. Depois do anúncio da OPA, esta terça-feira de manhã as acções do BPI estiveram suspensas durante algum tempo mas já voltaram a ser negociados na bolsa, com a cotação a disparar mais de 25%. Cada acção do banco liderado por Fernando Ulrich vale agora 1,31€. A instituição, com sede em Barcelona, oferece quase 1,33 euros por cada acção do terceiro maior banco privado nacional. Os títulos fecharam a sessão de segunda-feira a valer 1,043 euros. Se o CaixaBank for bem sucedido, o negócio deverá rondar os 1.082 milhões de euros. Os espanhóis da CaixaBank pretendem adquirir a totalidade das acções do BPI. GRAÇA FRANCO
Furacão na banca nacional Vai ser interessante esperar para ver quem joga agora a próxima carta na OPA sobre o BPI. Quererá Angola perder influência no mercado nacional? Ou, pelo contrário, quererá ganhá-la a ponto de lançar também ela uma nova oferta concorrente subindo a parada?
Por Graça Franco
Se os espanhóis do La Caixa tiverem sucesso na OPA lançada esta terça-feira sobre o BPI e se a operação acabar por passar o crivo apertado das sucessivas autorizações dos reguladores (BCE, CE e Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões), o panorama bancário nacional arrisca-se a sofrer a maior alteração dos últimos anos, com a Caixa Geral de Depósitos a perder a liderança do mercado nacional para a nova instituição. À primeira vista, a operação lançada pelo La Caixa (o quarto maior banco espanhol), ao propor-se comprar o terceiro maior banco privado português, a um preço que, logo à partida, garante quase 30% de prémio face à última cotação e com a garantia prévia de que
continuará a apoiar a actual equipa de gestão, tem tudo para ser bem-sucedida ou, pelo menos, para provocar um autêntico furacão, forçando a recomposição da banca nacional. O BPI fica agora numa posição privilegiada para a compra do Novo Banco, o que com a desejada fusão posterior entre as duas instituições fará com que nasça um novo colosso. Há, no entanto, ainda demasiadas perguntas sem resposta o que leva a crer que este é ainda apenas o tiro de partida para a corrida anunciada dos dois lados da fronteira. Para já os contribuintes portugueses podem ser os primeiros “ganhadores” porque o La Caixa, ao reforçar o seu interesse pelo Novo Banco, faz prever que este possa afinal ser vendido a preço muito superior ao esperado até ontem. Espera-se agora a reacção dos mercados e dos outros jogadores em campo. É conhecida a estratégia de reforço que o La Caixa tem vindo a fazer no mercado espanhol desde 2010 com a compra sucessiva de cinco outros pequenos bancos onde se incluem por exemplo a operação do Barclays Espanha ou alguns bancos e caixas de caracter regional. Fora de Espanha, no entanto, esta parece ser a sua primeira grande tentativa de ganhar dimensão. Para o La Caixa ganhar dimensão interna e externa é também uma espécie de seguro contra as pretensões de domínio dos outros grandes de Espanha a começar no Santander e no BBVA, que também estudam formas de reforçar o seu peso no mercado europeu. Em rigor, embora a operação seja lançada sobre a totalidade do capital do banco português, o sucesso passará mais por conseguir a alteração estatutária que hoje impede qualquer accionista de deter mais de 20% dos direitos de voto da instituição do que em obter ou não no mercado o número de acções suficientes para que se consiga atingir os desejados mais de 50% do capital do BPI. Neste momento, o La Caixa já tem mais de 44% do BPI pelo que lhe bastaria conseguir no mercado uns escassos 6% para conseguir o objectivo em termos de reforço de capital. Ora, uma vez que mais de 12% do capital do BPI estão já dispersos por mais de 21 mil pequenos accionistas particulares, não é sequer necessário pensar na necessidade de negociar uma troca de posições com os outros grandes dois detentores de capital (o Grupo Allianz com os seus 8,4 ou a Santoro Finance com outros 19) para que a operação se torne possível, desde que estes estejam pelos ajustes na alteração estatutária. Contudo, é aqui, sobretudo nas ambições de Isabel dos Santos (principal accionista da Santoro) que poderão surgir mais dificuldades. Quererá Angola perder influência no mercado nacional? Ou, pelo contrário, quererá ganhá-la a ponto de lançar também ela uma nova oferta concorrente subindo a parada? A situação em Angola não parece apontar para este cenário, mas ele não pode deixar de ser considerado. E, nesse caso, qual poderá ser a opção da actual gestão que tem com enorme independência e mestria coexistido com os vários accionistas de referência? Vai ser interessante esperar para ver quem joga agora a próxima carta.
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Caso do Meco vai a julgamento? A resposta chegará a 4 de Março Defesa do 'dux' da Lusófona diz que na instrução não houve nenhum elemento que permitisse indiciar o arguido pela prática de qualquer crime.
revelou uma taxa de alcoolemia de 0,85 gramas por litro, e na troca de algumas mensagens por telemóvel, terá ficado comprovado que os seis jovens que morreram estavam bastante fragilizados devido ao consumo de álcool e ao desgaste físico a que teriam sido submetidos nas horas anteriores, em actividades de praxe. O advogado Vítor Parente Ribeiro considerou ainda que os seis jovens não estariam na plenitude das suas faculdades intelectuais nem em condições de avaliar o risco que corriam pela participação nas actividades de praxe que, de acordo com o casuístico, terão mesmo ocorrido na madrugada de 15 de Dezembro de 2013.
Quatro indiciados por lenocínio em bordel da Lixa ficam em liberdade Entre os suspeitos em caso de prostituição estão dois ex-militares.
Foto: Lusa
O juiz de instrução do Tribunal de Setúbal marcou esta terça-feira a leitura da decisão sobre se o caso da morte de seis jovens na praia do Meco vai ou não a julgamento para as 13h30 de 4 de Março. O magistrado ouviu esta terça-feira uma perita do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e uma síntese das conclusões por parte de todos os intervenientes no processo. Como se esperava, a advogada de defesa do arguido João Miguel Gouveia, 'dux' (líder máximo da praxe académica) da Universidade Lusófona, pediu que fosse proferido um despacho de não pronúncia por considerar que, na instrução, não houve nenhum elemento que permitisse indiciar o arguido pela prática de qualquer crime. Mesma opinião foi defendida pela procuradora do Ministério Público que também considerou não ter sido trazido à fase de instrução qualquer elemento que indiciasse a prática do crime de exposição ou abandono, imputado ao arguido pelos familiares dos seis jovens que morreram na praia do Meco a 15 de Dezembro de 2013. A procuradora disse ainda que, mesmo que tivesse havido praxe académica na praia do Meco, esse facto não seria suficiente para que fosse imputado o crime de exposição ou abandono a João Miguel Gouveia. Opinião contrária manifestou o advogado dos assistentes, Vítor Parente Ribeiro, que considerou haver nos autos indícios mais do que suficientes para a pronúncia do arguido e a realização do julgamento. Entre outros argumentos, Vítor Parente Ribeiro defendeu que havia uma relação de subalternização dos seis jovens que morreram a 15 de Dezembro de 2013 relativamente ao 'dux' da Universidade Lusófona de Lisboa. Com base na autópsia ao corpo de Tiago Campos que
Quatro detidos por alegada prática de tráfico de seres humanos para prostituição, num bordel na Lixa, foram indiciados do crime de lenocínio e vão aguardar em liberdade o desenrolar do processo. O Tribunal do Marco de Canaveses, que ouviu na terçafeira os detidos, para efeitos de aplicação das medidas de coacção, indiciou três homens e uma mulher pela prática do crime de lenocínio, a acção de fomentar, favorecer ou facilitar o exercício da prostituição, com intenção lucrativa. Ficam obrigados a apresentações periódicas na polícia e proibidos de contactarem com as mulheres que se dedicavam à actividade de alterne e prostituição, bem como com os seus clientes, e de frequentar o bordel. Um dos homens foi, ainda, indiciado pelo crime de posse de arma proibida. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou, na segunda-feira, o desmantelamento de um grupo que, alegadamente, se dedicava ao tráfico de seres humanos para prostituição a partir de um bordel da Lixa, Felgueiras, onde explorava cerca de 20 mulheres estrangeiras. Na operação foram detidas seis pessoas, entre as quais dois ex-militares de tropas especiais. Durante a acção policial, desencadeada na madrugada de sábado, o SEF deteve também duas mulheres estrangeiras em permanência ilegal em Portugal, sinalizou cinco vítimas de tráfico de seres humanos duas das quais com 18 anos - e apreendeu 150 mil euros em dinheiro, armas, réplicas diversas e uma viatura de alta cilindrada.
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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
Factores de intransigência Tendo prometido o fim da austeridade, o governo de Tsipras é cada vez mais popular na Grécia. Parece que isso lhe chega, ainda que possa levar o país a uma austeridade bem pior do que a actual.
No domingo, nas eleições em Hamburgo, a CDU (partido de Merkel) perdeu votos e subiu o partido antieuro. Mais um motivo para a Alemanha não ceder à Grécia na reunião do Eurogrupo de segunda-feira. Mas não foi só Berlim a não recuar: foram todos os outros membros do Eurogrupo. Países como a Irlanda ou a Áustria, que antes tinham tido palavras simpáticas para o novo governo grego, mostraram-se intransigentes quanto à Grécia cumprir os compromissos assumidos. Do lado da Grécia, não é de excluir a hipótese de o Syriza sempre ter querido sair do euro, mas atribuindo a “culpa” à Alemanha. Como compreender, de outro modo, as medidas que o novo governo logo tomou unilateralmente, antes de iniciada qualquer negociação? Ou a inédita transmissão aos jornalistas de um documento confidencial, com anotações iradas do ministro grego das Finanças, o que fez abortar a reunião do Eurogrupo? Tendo prometido o fim da austeridade, o governo de Tsipras é cada vez mais popular na Grécia. Parece que isso lhe chega, ainda que possa levar o país a uma austeridade bem pior do que a actual.
Há tiros na Ucrânia, mas a UE ainda acredita no cessarfogo Alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros rejeita que cessarfogo seja um "falhanço". A chefe da diplomacia europeia afirmou esta terça-
feira, em Lisboa, que as mortes de soldados ucranianos nas últimas horas "não são encorajadoras", mas rejeitou que o cessar-fogo seja um fracasso, insistindo na necessidade de procurar um desfecho para o conflito. "Os desenvolvimentos nestas últimas horas não são encorajadores", afirmou a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Federica Mogherini, numa conferência de imprensa no Palácio das Necessidades, após um almoço de trabalho com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, no âmbito da visita oficial que realiza a Portugal. "Insistimos que o acordo que foi alcançado na semana passada em Minsk para a aplicação do acordo que foi assinado tem de ser total e tem de ter lugar por estes dias", declarou. Federica Mogherini rejeitou que o cessar-fogo na Ucrânia, em vigor desde domingo, seja um fracasso. "Enquanto há um acordo assinado, a que as partes se referem como algo que necessita de ser implementado, não vou dizer que é um falhanço", disse. Cinco soldados ucranianos foram mortos e 14 ficaram feridos em combates na região Leste rebelde pró-russa da Ucrânia, onde um novo cessar-fogo entrou em vigor no domingo, anunciou esta terça-feira um portavoz militar.
Cemitério cristão profanado em França Ataque acontece três dias depois de 300 sepulturas terem sido destruídas num cemitério judaico da cidade de Sarre-Union. Dezenas de sepulturas foram profanadas na última noite num cemitério cristão da cidade de Tracy-surMer, no norte de França, A notícia foi confirmada pelo ministro da Administração Interna, Bernard Cazeneuve, e acontece dias depois de um cemitério judaico ter sido vandalizado. Em declarações à estação de televisão France 2, Bernard Cazeneuve disse que a polícia está determinada em deter os autores do ataque, apesar de ainda não ter pistas claras sobre as identidades dos suspeitos. O primeiro-ministro francês já reagiu. Numa mensagem publicada na rede social Twitter, Manuel Valls repudiou a destruição de sepulturas. A profanação do cemitério cristão de Tracy-sur-Mer acontece três dias depois de três centenas de sepulturas terem sido destruídas num cemitério da cidade de Sarre-Union, perto da fronteira com a Alemanha. Cinco menores, com idades entre os 15 e os 17 anos, foram detidos na segunda-feira, alegadamente por serem os responsáveis pela profanação do cemitério judeu em Sarre-Union.
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Justiça francesa deixa cair queixas contra antigo director do FMI A Procuradoria considera que a investigação não permitiu provar a culpa de Dominique Strauss-Kahn, acusado de proxenetismo agravado.
Pelo menos 20 pessoas morreram e 60 ficaram feridas em Port-au-Prince, no Haiti, em resultado de um acidente durante um desfile de Carnaval. A tragédia aconteceu quando um carro alegórico se incendiou depois de ter atingido cabos de alta tensão, de acordo com testemunhas citadas pela agência Reuters. O incidente aconteceu quando o corso carnavalesco passava junto da bancada presidencial, que estava repleta de convidados. Numa mensagem publicada na rede social Twitter, o Presidente do Haiti, Michel Martelly, lamentou a tragédia e manifestou as suas condolências aos familiares das vítimas. A mulher do chefe de Estado foi ao hospital visitar os feridos.
Cinco países concentram maior parte da actividade terrorista Foto: EPA
A procuradoria francesa pediu esta terça-feira a "absolvição pura e simples" do ex-director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn no julgamento por proxenetismo agravado a decorrer no Tribunal Correccional de Lille, no Norte de França. "Ao colocar na balança todos os elementos de acusação e de defesa, considero que nem a investigação criminal, nem a audição permitiram estabelecer a prova da culpabilidade de Strauss-Kahn", declarou o procurador de Lille Frédéric Fèvre. Dirigindo-se ao tribunal, o magistrado considerou que a "notoriedade" do antigo favorito socialista para a eleição presidencial de 2012 "não deve em caso algum ser uma presunção de culpabilidade". E questionou-se: "Um homem poderoso será necessariamente culpado"? Strauss-Kahn, que sempre afirmou não saber que prostitutas participavam nas festas em que esteve presente, ouviu com atenção as declarações do procurador. O antigo chefe do FMI, com 65 anos, era acusado de proxenetismo agravado e de ser o principal beneficiário e instigador de festas libertinas, podendo incorrer numa pena de 10 anos de prisão e uma multa de 1,5 milhões de euros.
Carnaval acaba em tragédia no Haiti Carro alegórico incendiou-se depois de ter atingido cabos de alta tensão durante um desfile em Port-au-Prince.
Iraque, Afeganistão, Paquistão, Nigéria e Síria lideram o índice do terrorismo global. Obama organiza conferência internacional sobre o “extremismo violento”.
Nigéria é um dos países mais afectados pelo terrorismo. Fotos: EPA Por Carlos Calaveiras
A Casa Branca organiza, a partir desta terça-feira, uma conferência de três dias sobre o "extremismo violento". O Presidente Barack Obama quer ouvir vozes do país e de todo o mundo para aperfeiçoar a resposta a grupos terroristas como o autodenominado Estado Islâmico. O terrorismo global é uma realidade em permanente mudança. Os últimos dados disponibilizados pelo Institute for Economics and Peace, através da iniciativa iniciativa Vision of Humanity, são relativos a 2013. O número de ataques terroristas aumentou "dramaticamente" em 2013, diz o relatório "Índice do Terrorismo Global 2014". Quase 18 mil pessoas morreram em ataques terroristas naquele ano (mais 61% do que em 2012), dos quais 82% das mortes atentados aconteceu em apenas cinco países: Iraque, Afeganistão, Paquistão, Nigéria e Síria. A partir do relatório, a Renascença elenca os dez países mais afectados pelo terrorismo.
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1. IRAQUE Os militares norte-americanos já deixaram o Iraque, mas o país ainda não estabilizou. Os ataques terroristas e lutas entre grupos rivais continuam. Em 2013, revela a Vision of Humanity, registaram-se 6.362 mortos e quase 15 mil feridos. O impacto económico da violência equivale a 14,9% do PIB – à volta de 700 euros por habitante. 2. AFEGANISTÃO O país está em guerra desde 2001 após os atentados de 11 de Setembro e da luta mundial contra o terrorismo. Em 2013, morreram 3.111 mortos em mais de 1.148 ataques terroristas. 3. PAQUISTÃO
Funcionários consulares em Londres sobrevivem com apoios sociais Situação agravou-se devido aos cortes salariais impostos aos funcionários públicos e à desvalorização do valor do euro face à libra esterlina, nos últimos 12 meses.
Os talibãs e grupos terroristas próximos ainda dominam partes do país. Muitos atentados suicidas e explosões têm feito muitas vítimas. As autoridades voltaram a impor a pena de morte para crimes de terrorismo. 2.345 mortos em 2013. 4. NIGÉRIA Os extremistas do Boko Haram continuam a semear o terror e já controlam boa parte do Norte do país. Querem impor a lei islâmica e recorrem a múltiplos atentados e raptos. A igreja católica tem sido um dos principais alvos. Em 2013, houve 1.826 vítimas mortais do terrorismo na Nigéria, números que terão sofrido um grande aumento em 2014, ano em que se multiplicaram notícias de massacres levados a cabo pelo Boko Haram. 5. SÍRIA A guerra civil, a Al-Qaeda e o Estado Islâmico têm vindo ao longo dos últimos anos a fazer muitas vítimas em território sírio. Os ataques terroristas já obrigaram a uma intervenção militar internacional. 1.078 mortos em 2013 6. ÍNDIA Grupos maoístas são a principal ameaça interna na Índia. No relatório de 2014, a Vision of Humanity estimava que 65 grupos terroristas estavam operacionais naquela que é a maior democracia do mundo. Em 2013, registarams-e 624 ataques terroristas, que acabaram na morte de 404 pessoas. 7. SOMÁLIA Vários atentados têm feito muitas vítimas no país, visto como um Estado falhado, ao longo dos anos. O grupo terrorista islâmico Al-Shabaab é uma das principais ameaças. Em 2013 contaram-se 405 mortos. 8. IÉMEN Em 2013, houve 295 ataques terroristas que resultaram na morte de 291 pessoas. 9. FILIPINAS Em 2013, houve 499 atentados terroristas dos quais resultaram 292 mortes. 10. TAILÂNDIA Um total de 332 ataques terroristas em 2013 nos quais morreram 131 pessoas.
Alguns funcionários do Consulado Geral de Portugal em Londres pediram apoio social do Governo britânico porque o salário que recebem é considerado demasiado baixo para poderem subsistir na capital do Reino Unido. Um funcionário, que pediu para manter o anonimato, disse à agência Lusa que o pedido que fez no ano passado "foi aceite automaticamente" porque as autoridades britânicas reconheceram as dificuldades e atribuíram-lhe um subsídio para pagamento da renda de alojamento. Do ordenado, que ronda as mil libras por mês, queixase este funcionário, não resta nada ao fim do mês depois de pagar o T1 que divide com um amigo, transportes e alimentação na cidade com um dos mais elevados custos de vida do mundo. "É extremamente baixo para a quantidade de trabalho e a responsabilidade que temos. Atendemos pelo menos 30 pessoas por dia e mexemos em documentos e informação importante. É vergonhoso", lamentou. A situação, adiantou, arrasta-se há vários anos, mas agravou-se devido aos cortes salariais impostos aos funcionários públicos e à desvalorização do valor do euro em 12% face à libra esterlina nos últimos 12 meses: o salário é pago em euros, mas convertido na divisa britânica. Os salários baixos estendem-se a funcionários da embaixada e do consulado de Portugal em Manchester, embora, neste último caso, seja amenizada por o custo de vida não ser tão elevado como em Londres, admitiu. Funcionários "no limite da sobrevivência" O secretário-geral-adjunto do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE), Alexandre Vieira, confirma a existência de mais casos "no limite da sobrevivência" naquele posto diplomático: "Há pessoas que têm de partilhar quartos".
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Porém, confiou, alguns têm "demasiada vergonha" para pedir ajuda à assistência social dos serviços britânicos. Em Outubro do ano passado, 15 funcionários dos consulados de Londres e Manchester entregaram ao embaixador João de Vallera um abaixo assinado onde pediam a intervenção junto do Governo "com a máxima urgência". Segundo o documento, é necessária uma correcção salarial "dado não ser possível viver com o mínimo de dignidade humana" naquela cidade, "tendo em conta o baixo nível de rendimentos". O salário mínimo no Reino Unido é de 6,5 libras (8,77 euros) por hora, porém aos funcionários públicos britânicos que trabalham na capital é pago o "London Living Wage" [Salário de Subsistência em Londres] no valor superior de 9,15 libras (12,37 euros) por hora, que pondera o custo de vida na cidade. Um assistente técnico consular tem um vencimento bruto que ronda os 1.600 euros, mas após todos os descontos e conversão salarial, resulta numa remuneração líquida de cerca de 1.000 libras (1.300 euros), o que é considerado inferior ao salário mínimo nacional britânico. O regime laboral dos funcionários externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) foi aprovado em 2013, mas na altura o STCDE queixou-se de que o decreto-lei não previa compensações pelas variações cambiais ou de inflação nos países onde aqueles estão colocados. Em Novembro de 2014, voltou a alertar para o facto de as normas legais que impedem reduções salariais e salários inferiores aos mínimos locais dos países de acolhimento estarem ainda em análise no Ministério das Finanças. Muitos funcionários acabam por não aguentar as condições salariais e voltam a Portugal ou procuram outro emprego para poderem subsistir na capital britânica, resultando numa elevada rotatividade de trabalhadores no consulado de Londres, cujos problemas no serviço de atendimento é alvo de críticas. Nos últimos dois anos, terão saído pelo menos seis funcionários descontentes com a sua situação, mas os lugares vagos só são preenchidos após concurso público aberto pelo MNE, processo que costuma demorar vários meses. "Numa altura em que muitos emigrantes pedem ajuda aos serviços sociais do consulado, são os próprios funcionários que estão na mesma situação", referiu Alexandre Vieira.
Não reduzam o amor ao sexo, pede o Papa aos jovens O Vaticano divulgou a mensagem de Francisco para a Jornada Mundial da Juventude que, este ano, se celebra 29 de Março.
Foto: Armando Barbani/EPA
O Papa lançou esta terça-feira um apelo aos jovens para que se manifestem contra a "tendência generalizada para banalizar o amor" e reduzi-lo somente "ao aspecto sexual". Francisco pediu aos jovens para serem "revolucionários" e que se mostrem "contra esta cultura", numa mensagem dedicada a marcar a celebração, a 29 de Março, da XXX jornada Mundial da Juventude. "Convido-vos a descobrir a beleza da vocação humana de amar, peço-vos que se revelem contra essa tendência generalizada de banalizar o amor", refere a mensagem do Papa. Francisco disse que, quando se limita o amor somente ao aspecto sexual, este é "privado das suas características essenciais de beleza, companheirismo, fidelidade e responsabilidade". O Papa afirmou que muitos pregam que o importante é desfrutar do momento, que não vale a pena um compromisso para toda a vida e fazer escolhas definitivas para sempre, porque não se sabe o dia de amanhã. "Eu, ao contrário, peço-vos que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, estou a pedir-lhes que se revelem contra esta cultura do provisório, que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades e de amar verdadeiramente", frisou Francisco. Francisco recomendou também aos jovens que leiam todos os dias "uma passagem" do Evangelho. O Papa exortou ainda a juventude a rejeitar a ideia de que o casamento "é uma instituição ultrapassada", acrescentando que "isso é mentira" e que essa vocação "não passou de moda".
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Portugal na rota dos Kraftwerk, pioneiros da música electrónica Banda alemã tem dois concertos agendados para Lisboa e Porto, em Abril.
o Akasaka Blitz, em Toquio, a Opera House, em Sidney, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, a Neue Nationalgalerie, em Berlim, e a Louis Vuitton Fondation, em Paris. Os Kraftwerk actuaram pela primeira vez em Portugal em 2004, no Coliseu de Lisboa. Os bilhetes para os concertos em Portugal estão à venda a partir das 15h00 desta terça-feira nos locais habituais.
Supertramp iniciam digressão em Portugal Banda rock britânica tem concertos marcados para Lisboa e Gondomar.
A banda alemã Kraftwerk, pioneira da música electrónica, vai actuar em Portugal a 19 e 20 de Abril, em Lisboa e no Porto, com um espectáculo em 3D. O quarteto vai subir ao palco do Coliseu de Lisboa no dia 19 de Abril e da Casa da Música, no Porto, no dia seguinte, anunciou esta terça-feira a promotora Everything is New. Fundado nos anos 1970, o grupo alemão destacou-se pelo uso inovador dos computadores na produção de música, tornando-se fonte de inspiração para várias gerações de músicos, em diversos géneros, desde o electro ao hip hop, do techno ao synthpop. O projecto multimédia Kraftwerk foi criado por Ralf Hutter e Florian Schneider dentro da cena de arte experimental que a cidade alemã de Dusseldorf albergou no final dos anos 1960. Nessa altura abriram o Kling Klang Studio, onde criaram álbuns com textos curtos e concisos, sons sintéticos e ritmos mecanizados que serviram de base a uma sonoridade que ganhou expressão visual na imagem robótica com que a banda sempre se apresentou ao vivo. Os Kraftwerk criaram desde o início concertos audiovisuais, alargando a sua influência para além do campo musical e estendendo-a à arte visual contemporânea, como uma expressão de um mundo dominado por máquinas e computadores. Em 2014, os dois fundadores da banda foram galardoados com o Grammy Lifetime Achievement Award. Nos últimos anos, os Kraftwerk - Ralf Hütter, Fritz Hilpert, Henning Schmitz, Falk Grieffenhagen regressaram ao universo das artes visuais com uma primeira retrospectiva apresentada em 2012 no Museum Of Modern Art de Nova Iorque. Seguiram-se apresentações de "The Catalogue - 1 2 3 4 5 6 7 8 9" em museus como o Kunstsammlung Nordrhein-westfalen de Dusseldorf, o Tate Modern`s Turbine Hall de Londres, e em salas de concerto como
A banda Supertramp inicia em Novembro, em Portugal, com dois espectáculos, a nova digressão europeia, intitulada "Supertramp Forever Tour". No dia 3 de Novembro, a banda rock britânica actua no Pavilhão Multiusos, em Gondomar e, no dia seguinte, em Lisboa, na Meo Arena, avança a promotora. Depois de Portugal, a digressão passará por França, Alemanha, Áustria, Suíça, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e termina em Inglaterra. Do alinhamento dos espectáculos farão parte êxitos como "Bloody well right", "Dreamer", "From now on", "Goodbye stranger", "The logical song", Rudy", "It`s rains again", entre outros. Em palco, a acompanhar o vocalista, teclista e fundador dos Supertramp, Rick Davies, estarão John Anthony Helliwell (sopros), Bob Siebenberg (bateria), Jesse Siebenberg (vocais, guitarra e precursão), Cliff Hugo (baixo), Carl Verheyen (guitarra), Lee Thornburg (trombone, trompete, teclado e vocais), Gabe Dixon (voz e teclado), Cassie Miller (voz) e ainda o multiinstrumentista Mark Hart, que regressa à formação dos Supertramp. A banda começou a tocar em 1969, com o nome Daddy, que, no ano seguinte, mudou para Supertramp, tendo assinado onze álbuns, entre os quais "Breakfast in America".
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O Zuper quer pôr os videojogos ao serviço do desenvolvimento da linguagem “Startup” portuguesa Zuper Brain nasce da aliança entre uma terapeuta da fala e especialistas em animação e videojogos.
Imagem: DR Por Ana Carrilho
O Zuper está a chegar às plataformas móveis, "smarthphones" e "tablets" e tem uma missão: ajudar as crianças com dificuldades de leitura e escrita enquanto brincam. Com o hamster Zuper como mascote, a Zuper Brain, uma jovem empresa portuguesa que produz videojogos para o desenvolvimento da linguagem, aplica a velha máxima "se não os podes vencer junta-te a eles": já que as crianças se sentem tão atraídas pelos "smartphones" e "tablets", o melhor é "aproveitar a onda" e fazer com que os heróis digitais ensinem enquanto divertem. Ana Cláudia Dias, terapeuta da fala e directora executiva da Zuper Brain, sentiu nas suas consultas a necessidade de encontrar algo que ajudasse a prevenir e atenuar as dificuldades de leitura e escrita. O conceito começou a ganhar forma depois do encontro com as designers, ilustradoras e animadoras Joana Franco e Diana Salavisa, que também já pensavam em criar jogos didácticos infantis. A equipa conta também com um programador de videojogos. "O objectivo é criar jogos que sejam tão populares como os que são agora descarregados para as plataformas móveis", diz Ana Cláudia Dias à Renascença. "Zuper no Espaço" vai ser a primeira aventura "mobile" deste super-roedor que, em breve, vai estar pronto para a brincadeira. "O jogo ainda está em fase de protótipo, mas já há contactos com potenciais parceiros nacionais e estrangeiros para o desenvolvimento do projecto", garante Diana Salavisa. A Zuper Brain foi uma das duas empresas "startup" premiadas na edição 2014 do "Elevator Pitch – Ideias que Marcam", um concurso organizado pela representação portuguesa da Comissão Europeia e que
pretende fomentar o empreendedorismo. Recebeu cinco mil euros. "Mas o mais importante foram as formações que adquirimos nestes meses", sublinha Joana Franco.
Há um "jackpot" no Euromilhões Em jogo no sorteio da próxima sexta-feira vai estar um primeiro prémio a rondar os 50 milhões de euros.
Nenhum apostar acertou na chave completa do sorteio desta terça-feira do Euromilhões, indica o Departamento de Jogos da Santa Casa de Misericórdia. O segundo prémio vai para um apostador com boletim registado fora de Portugal, que arrecada cerca de um milhão de euros. Quase 90 mil euros é quanto vão receber quatro apostadores que acertaram no terceiro prémio. No sorteio da próxima sexta-feira vai estar em jogo um “jackpot” estimado de 50 milhões de euros. A chave completa do concurso desta terça-feira do Euromilhões é composta pelos números 2 - 5 - 18 - 30 e 43 e pelas estrelas 1 e 10. Os prémios atribuídos de valor superior a cinco mil estão sujeitos a imposto do selo, à taxa legal de 20%, nos termos da legislação em vigor. RIBEIRO CRISTÓVÃO
Voltou a festa
A Liga dos Campeões retomou ontem o contacto com
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a Europa, numa altura em que se encontram ainda em prova as 16 melhores equipas do velho continente. A partir de agora, quem não for capaz de resistir, sai fora. É o encanto que comporta a fase mais selectiva de uma competição que teve, à partida, 64 equipas. Dois jogos abriram os oitavos-de-final. No velho Parque dos Príncipes, a esquadra comandada por Ibrahimovic não foi capaz de garantir tranquilidade para o jogo a ter lugar daqui por 15 dias em Stamford Bridge. Ou seja, apesar da qualidade que deixou à vista, sobretudo na segunda parte do desafio, o PSG foi insuficiente para ganhar ao Chelsea. O empate, sobretudo fixado a partir de um golo obtido pela equipa de Mourinho, representa uma clara vantagem para os ingleses, que vão iniciar o segundo jogo já apurados. Veremos se serão capazes de guardar ou até ampliar essa relíquia. Em Lviv, também um empate, mas sem golos. O poderio alemão não chegou para vergar uma equipa disciplinada ao peso de uma eliminação precoce. É verdade que tudo ficou mais complicado para os homens comandados por Lucescu, mas enquanto há vida há esperança. Esta quarta-feira, o quadro completa-se com os dois jogos programados, entre os quais se destaca aquele levou o FC Porto à Suíça para defrontar, em Basileia, o campeão helvético, frente ao qual se apresenta com argumentos mais poderosos. Dos portistas aguarda-se que sejam capazes de juntar atitude à qualidade que ostentam. Porque não obstante todo o empenho que promete a equipa de Paulo Sousa, só se pode esperar dos dragões a afirmação clara da sua superioridade.
Sobre o Sporting, que joga amanhã para a Liga Europa com o Wolfsburgo, o Record antecipa: "Perigo vem pelo ar". Na sua edição Sul, O Jogo dá espaço ao Benfica com a informação de que "ingleses atacam Salvio e Ola John". LIGA DOS CAMPEÕES
A responsabilidade de não complicar Regresso à cidade da primeira final europeia da história azul e branca. Basileia como "trampolim" natural para os quartos-de-final? Tem a palavra o dragão. Pontapé de saída às 19h45, com relato na Renascença e acompanhamento em rr.sapo.
Treino de adaptação do FC Porto ao relvado do St. Jakob Park
REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Basileia dá o mote às manchetes
O regresso do FC Porto à cidade onde disputou a primeira final europeia, mudando aí o panorama do futebol português herdado do Estado Novo, dá o mote para as manchetes dos diários desportivos. "Desta vez é para ser feliz", proclama o Record, destacando a imagem de Jackson Martinez. O Jogo, por sua vez, destaca declarações exclusivas do presidente do FC Porto. Diz Pinto da Costa: "Foi aqui que nasceu o FC Porto europeu". Já o diário A Bola omite Basileia 84 e destaca Óliver Torres, escrevendo: "Dragão à procura do golo".
O FC Porto defronta o Basileia, esta quarta-feira, em jogo da primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. É um regresso a uma cidade icónica para o clube, uma vez que foi na capital da cultura da Suíça que o FC Porto disputou a sua primeira final europeia, em 1984. Há 31 anos, a Juventus derrotava os azuis e brancos, na decisão da Taça das Taças. Hoje, passadas mais de três décadas, o FC Porto tem uma dose substancialmente maior de responsabilidade de não falhar, de não complicar a ronda para entrar no Dragão em vantagem, dentro de três semanas. A equipa de Julen Lopetegui éfavorita, apresentando um leque de opções de qualidade superior à do grupo orientado pelo português Paulo Sousa. O Basileia, porém, provou já a união do colectivo - coesão que falta, nesse aspecto, ao dragão -, afastando o Liverpool na fase de grupos e liderando, com total tranquilidade, o campeonato helvético. As opções Diante de um adversário que nunca defrontou em jogos oficiais, o FC Porto deverá apresentar o mesmo figurino inicial que defrontou o Vitória de Guimarães (1-0), na sexta-feira, peloq eu Bruno Martins Indi continuará fora das opções titulares de Lopetegui. Do lado dos suíços, Paulo Sousa não conta com o influente defesa-central Scharr, apostando na veterania e experiência do argentino Walter Samuel para essa posição. O albanês Gashi, melhor marcador do Basileia, esta temporada (14 golos), bem como Derlis González
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(ex-Benfica) e o ponta de lança Streller serão "setas" apontadas à baliza de Fabiano Freitas. O St. Jakob Park estará lotado, com cerca de 42 mil espectadores. Apesar do intenso frio esperado para a hora da partida (temperaturas a rondar o 1ºC), são esperados cerca de quatro mil portugueses nas bancadas. O Basileia-FC Porto arranca às 19h45, com arbitragem do inglês Mark Clattenburg. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. Liga dos Campeões: Oitavos-de-final (1ª Mão) St. Jakob Park, Basileia (Suíça) Árbitro: Mark Clattenburg (Inglaterra) Equipas prováveis Basileia Vaclik; Xhaka, Suchy, Walter Samuel e Safari; El-Neny e Frei; Derlis González, Gashi e Matías Delgado; Streller. Treinador: Paulo Sousa. FC Porto Fabiano Freitas; Danilo, Maicon, Marcano e Alex Sandro; Casemiro, Herrera e Óliver Torres; Brahimi, Jackson Martínez e Quaresma. Treinador: Julen Lopetegui. UEFA
FC Porto bate Real e está nos "quartos" da Youth League
equipa orientada por António Folha levou a melhor, triunfando por 3-1. Nesta fase, destaque para o guardaredes mexicano Gudino, que defendeu duas conversões espanholas, confirmando a qualidade que ostenta e o excelente momento de forma que atravessa. Como jogou o FC PortoGudino; Fernando, Johansen, Diogo Verdasca (Djim, 79m), Lumor, Awaziem, Clever (Moreto Cassamá), Rui Moreira (João Cardoso, 67m), Sérgio Ribeiro, Leonardo e Ruben Macedo. LIGA DOS CAMPEÕES
Empate simpático e saboroso deixa "quartos" nas mãos de Mourinho PSG 1-1 Chelsea. No único remate à baliza parisiense, os "blues" marcaram. Festival de golos perdidos e exibição inspirada de Courtois penalizam campeão gaulês. Londrinos em vantagem na corrida por um lugar nos quartos-de-final.
Equipa azul e branca garantiu passagem com recurso ao desempate por grandes penalidades. Adversário de peso cai aos pés dos dragões.
António Folha, treinador da equipa de Sub-19 do FC Porto
A equipa de Sub-19 do FC Porto apurou-se para os quartos-de-final da UEFA Youth League, esta terçafeira, ao vencer o Real Madrid, em Espanha, após desempate por grandes penalidades. No conjunto dos 90' regulamentares, registou-se uma igualdade a uma bola. Mayroral abriu o activo para os "merengues", enquanto Leonardo, de "penalty", empatou para os dragões. Pelo meio, os portistas queixaram-se ainda de um golo mal anulado a seu favor. No recurso aos pontapés da marca dos 11 metros, a
O Chelsea arrancou um precioso empate frente ao PSG (1-1), em Paris, esta terça-feira, em jogo da primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. A igualdade, simpática para os "blues", tendo em conta o desnível qualitativo apresentado por ambas as equipas, deixa a equipa de José Mourinho em vantagem na eliminatória, graças ao golo apontado fora. De resto, a finalização de Ivanovic (36') assumiu-se como o único remate dos londrinos à baliza de Sirigu. Na etapa complementar, Cavani registou o empate aos 54', mas a realidade é que o resultado final acaba por ser feliz para o Chelsea. Ibrahimovic teve nos pés duas excelentes ocasiões para dar a vitória aos campeões gauleses no marcador. Em ambas, Courtois impos-se com monumentais intervenções. Cavani, por outro lado, disparou ligeiramente ao lado da baliza dos ingleses. A segunda mão, em Stamford Bridge, disputa-se dentro de três semanas, a 11 de Março.
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REAL MADRID
SPORTING
Ancelotti vaticina fim de "jejum" de Ronaldo em Gelsenkirchen
Marco Silva leva Ryan Gauld à Alemanha
CR7 não marca um golo há um mês. Real Madrid joga com o Schalke 04 para a Liga dos Campeões, esta quarta-feira.
Há um mês que Cristiano Ronaldo não faz o gosto ao pé. Ou à cabeça. O "jejum", pouco habitual, tem tudo para terminar já esta quarta-feira, quando o Real Madrid defrontar o Schalke 04, na Alemanha, para a primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. A previsão foi feita por Carlo Ancelotti, em conferência de imprensa. "O Cristiano [Ronaldo] fez um jogo muito bom frente ao Deportivo da Corunha, com boa intensidade. Está a melhorar, só lhe falta marcar, mas creio que amanhã terá boa oportunidade para isso", afirmou Ancelotti, durante a antevisão do jogo com os alemães. Desde 18 de Janeiro, frente ao Getafe, que Ronaldo não marca qualquer golo.
André Geraldes e o jovem guarda-redes Guilherme Oliveira também fazem parte dos convocados do treinador do Sporting para a partida com o Wolfsburgo, quinta-feira, a contar para a Liga Europa.
Marco Silva convocou 21 jogadores para a deslocação do Sporting à Alemanha, onde defronta o Wolfsburgo, quinta-feira, para a primeira mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. As chamadas de Ryan Gauld e de André Geraldes assumem a maior dose de destaque nas opções do técnico leonino, que decidiu igualmente incluir na convocatória o nome do guarda-redes Guilherme Oliveira, da equipa "B". Rosell, que substituirá o castigado William Carvalho, figura igualmente nas escolhas de Marco Silva. A comitiva verde e branca viaja na manhã de quartafeira para solo alemão. A partida está agendada para as 9h30, estando a chegada ao aeroporto de Braunschweig marcada para as 13h50 locais (menos uma hora em Portugal Continental). Às 18h30 (hora local), Marco Silva e um jogador do plantel sportinguista projectam o desafio com o segundo classificado da Bundesliga. O Wolfsburgo-Sporting arranca às 18h00 de quintafeira, com arbitragem do israelita Allon Yeffet. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. Lista de convocados de Marco Silva Guarda-redes: Rui Patrício, Marcelo Boeck, Guilherme Oliveira.Defesas: Cédric, André Geraldes, Paulo Oliveira, Tobias Figueiredo, Naby Sarr, Jefferson, Jonathan Silva;Médios: Oriol Rosell, Adrien Silva, João Mário, André Martins, Ryan Gauld;Avançados: Carrillo, Carlos Mané, Capel, Nani, Montero e Tanaka.
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