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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Terça-feira, 31-03-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

MORAIS SARMENTO

Passos e Cavaco vão criar "caos" político com actual calendário eleitoral STOP às infecções hospitalares. Doze hospitais unidos no combate Leite português em risco. Produtores aflitos com fim do regime de quotas "Há um risco real de os cristãos do Médio Oriente desaparecerem" Criminalidade grave desce. Violência doméstica sobe

CP alerta para "fortes perturbações" devido a greves

Desemprego subiu em Fevereiro

Lista A impugna eleições no Automóvel Clube de Portugal

CRISTINA SÁ CARVALHO

Esta economia mata

Isenção ao Benfica. Câmara de Lisboa recua para reformular proposta


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Leite português em risco. Produtores aflitos com fim do regime de quotas Sistema criado por Bruxelas há 30 anos acaba esta terça-feira.

adianta, lamentando que esses países europeus escoem o seu excesso para “criar excedentes aqui”. O sistema das quotas de leite foi criado por Bruxelas há 30 anos com o objectivo de preparar os pequenos produtores para a liberalização do mercado.

STOP às infecções hospitalares. Doze hospitais unidos no combate Portugal tem das mais altas taxas de infecção hospitalar da Europa e gasta, nesta matéria, cerca de 280 milhões de euros por ano. Reduzir para metade estes números é o objectivo do protocolo “STOP infecções hospitalares”.

Presidente da Associação dos Produtores de Leite de Portugal apela à capacidade negocial do Governo. Foto: Lusa

O regime de quotas na União Europeia chega esta terça-feira ao fim, deixando a maioria dos cerca de 5.500 produtores de leite portugueses em risco de desaparecer. Com o fim do regime que vigorava há 30 anos, os países mais competitivos vão poder aumentar a produção de maneira significativa, prejudicando os produtores dos países menos desenvolvidos. “Se aquilo que nos dizem é que, com o fim das quotas, o preço do leite vai descer, vai continuar a haver desistências na produção. Perdemos 54 mil produtores em 22 anos de quotas leiteiras. Neste momento, já só há cerca de três mil produtores no continente e 2.500 nos Açores”, diz à Renascença o presidente da Associação dos Produtores de Leite de Portugal. Carlos Neves aponta o histórico da actividade para justificar o seu pessimismo: "O número de produtores nunca aumenta. Quando o preço é melhor, estabiliza. Quando baixa, desistem”. O presidente da associação que representa o sector alerta, assim, para o perigo de os países periféricos, como Portugal, virem a ter maiores dificuldades para escoar o produto, sobretudo, se não for invertida a tendência de queda do preço pago aos produtores. “Não se compreende como é que o mercado da Península Ibérica está inundado de leite e não se compreende que o leite vem, alegadamente, de países onde os produtores recebem mais do que os de Portugal e Espanha”, critica, apelando ao Governo que garanta mecanismos de apoio que impeçam, desde logo, a entrada dos excedentes de produção de outros países. “O produtor de leite está dependente da capacidade de o Governo negociar o mesmo nível de apoios que têm os produtores de outros países e da capacidade de vigiar o mercado, para evitar que o nosso seja invadido com as sobras de outros mercados do Norte da Europa”,

Foto: RR Por Teresa Almeida

ze hospitais propõem-se diminuir, durante os próximos três anos, a taxa de infecções hospitalares em 50%. O protocolo é assinado esta terça-feira com a Fundação Calouste Gulbenkian e conta com o apoio do Governo. Uma das unidades de saúde que assina o documento é o Centro Hospitalar de São João, no Porto, cujo coordenador da Unidade de Prevenção e Controlo de Infecções reconhece que “não será fácil atingir os objectivos num hospital de grande dimensão”. No São João, a taxa de infecção ronda os 16%, mas Carlos Alves admite que é possível baixá-la e “chegar aos 10%. Já será uma boa redução”. Admitindo que os objectivos são ambiciosos, este infecciologista afirma que o primeiro passo é definir onde se deve actuar: “Perceber onde estão os nossos valores mais altos e que áreas são as mais sensíveis. Essa fotografia é ainda deficitária, mas é por aí que devemos começar, para tornar este objectivo possível”, defende, em declarações à Renascença. Neste trabalho, além dos profissionais de saúde, os hospitais querem também contar com a actuação e a disponibilidade dos utentes e familiares. Diz Carlos Alves, que tudo começa com os profissionais, pois “são eles que têm de ter higiene nas mãos, nas superfícies e equipamentos e saber dar formação aos doentes e


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visitantes”. Depois, “cabe também aos doentes, visitantes e familiares dos doentes saber o que podem ou não fazer e o que podem até exigir a um profissional de saúde”, acrescenta o responsável clínico, considerando que um doente com uma atitude pró-activa influencia o comportamento dos profissionais. “Queremos que os nossos doentes saibam que têm direito de pedir a um profissional que tenha higiene nas mãos e que, se este não o fizer, podem e devem pedir e até exigir que o faça”, sublinha. São atitudes que podem, em última análise, evitar muitas mortes. Os valores não estão contabilizados, mas os dados apontam para que uma em cada dez pessoas internadas venha a contrair uma infecção. O coordenador da Unidade de Prevenção e Controlo de Infecções sublinha que “a infecção influencia e leva à morte muitas pessoas dentro do hospital”, pelo que a redução destes números “tem de ser o objectivo”. De fora do protocolo fica o Centro Hospitalar do Algarve. As razões apontadas são falta de tempo para cumprir as exigências. Ouça a reportagem no topo da página.

Suspensa a greve dos técnicos de diagnóstico Paralisação estava agendada para terça-feira. Estes profissionais protestam contra o bloqueio negocial das carreiras. Os técnicos de diagnóstico decidiram suspender a greve por tempo indeterminado que estava previsto começar na terça-feira, uma vez que o Ministério da Saúde retomou o processo negocial sobre a carreira destes profissionais. Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) lembrou que a greve tinha como "objectivo imediato" exigir a retoma das negociações. A decisão de avançar para uma greve por tempo indeterminado tinha sido anunciada em Fevereiro como forma de protestar pelo bloqueio negocial das carreiras por parte do Ministério da Saúde. Agora, o Sindicato saúda a retoma do processo negocial, estando já marcada uma primeira reunião para o dia 10 de Abril. O presidente do STSS, Almerindo Rego, afirmou à agência Lusa que o processo negocial é complexo, sobretudo por envolver muitas profissões, mas disse esperar que dentro de três meses estejam encerradas as negociações. Os sindicalistas têm sublinhado que a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos, sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida. Dado que a desmarcação da greve foi decidida e comunicada aos serviços de saúde durante o fim-desemana, o sindicato espera que se consigam recuperar

as marcações de exames e atendimentos a doentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas alerta os utentes para eventuais falhas que ainda possam ocorrer. MORAIS SARMENTO

Passos e Cavaco vão criar "caos" político com actual calendário eleitoral O antigo ministro do PSD diz que não existe "vaga de fundo" no país a favor de António Costa e admite que os novos movimentos vão conseguir 10% dos votos nas legislativas. O socialista Fernando Medina não vê chances de grande "fragmentação" eleitoral. O Presidente da República e o primeiro-ministro vão transformar Portugal num “caos” político ao manterem o actual calendário eleitoral, avisa o social-democrata Nuno Morais Sarmento. “O caos pré-aceite e pré-determinado, apenas por razões e manias institucionais, que é comum a Cavaco Silva e a Passos Coelho - ' leva-se até ao fim porque é assim, são as regras'. Vai ser o caos [com] a incapacidade do Presidente afirmar o que tem dito”, afirma o antigo ministro na edição desta semana do programa “Falar Claro” da Renascença. Morais Sarmento já tinha defendido a antecipação das eleições legislativas, que estão previstas para Outubro, devido à limitação dos poderes do Presidente da República na contagem decrescente para as presidenciais de Janeiro de 2016. O comentador social-democrata mostra-se admirado com a estratégia socialista. “O que me espanta é porque é que o PS já começou no tiro ao alvo ao Presidente” da República, diz. O socialista Fernando Medina, convidado especial do “Falar Claro”, considera que Cavaco Silva não está a fazer um final de mandato “adequado” ao sair em defesa do Governo de coligação PSD/CDS, "ao contrário de outros períodos do seu mandato". Em relação às eleições legislativas deste ano, o vicepresidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, acredita que o voto dos portugueses vai concentrar-se no PS, PSD e CDS e descarta uma grande dispersão por outros partidos, devido “à natureza do momento que atravessamos” e à “consciência que existe relativamente à situação do país”. Na leitura de Nuno Morais Sarmento, cerca de 10% dos votos das próximas legislativas vão para movimentos fora dos partidos tradicionais. Madeira arrasa socialistas O comentador social-democrata faz "apenas" uma leitura a nível nacional do resultado das eleições regionais da Madeira, em que o PSD renovou a maioria


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absoluta e o PS não foi além do terceiro lugar. “Se já estivéssemos a sentir no país alguma vaga de fundo de mudança e de identificação dessa mudança, com o PS e António Costa, isso tinha tido alguns reflexos na Madeira. E isto é a demonstração que, até agora, no conjunto nacional, para lá das eleições regionais, não há vaga de fundo nenhuma”, argumenta. Fernando Medina rejeita leituras nacionais e admite que o PS-Madeira “não teve o engenho” e “não conseguiu corporizar em si a alternativa” aos sociaisdemocratas e Alberto João Jardim e “muito menos” ao sucessor Miguel Albuquerque. Sobre o novo presidente do governo regional da Madeira, Morais Sarmento admite que “politicamente vai haver diferenças”, mas “o estilo pessoal não vai ser tão diferente assim” de Alberto João Jardim.

Criminalidade grave desce. Violência doméstica sobe Dados da criminalidade reportada às autoridades são avançados pelo Relatório Anual de Segurança Interna. A criminalidade violenta e grave desceu 5,4% no ano passado, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), apresentado esta segundafeira em Lisboa. De acordo com o documento, que apresenta os principais resultados da criminalidade e actividade das forças e serviços de segurança, em 2014 registaram-se 19.061 casos de criminalidade violenta e grave, menos 1086 em relação a 2013. Este tipo de criminalidade registou, no entanto, um aumento "residual" nos distritos de Braga, Bragança, Portalegre, Porto, Viana do Castelo e Vila Real. O documento foi apresentado em conferência de imprensa pela secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, que salientou que os números sobre criminalidade violenta têm vindo a baixar, sobretudo nos últimos três anos. Em termos gerais, disse a responsável, a criminalidade diminuiu 6,7% em 2014 em todos os distritos do país, registando-se 343.768 participações, menos 24.684 do que no ano anterior. A tendência de descida da criminalidade tem acontecido desde 2008 e acentuou-se nos dois últimos, com menos 10% de participações. Do total da criminalidade participada, destacam-se os crimes contra o património e os crimes contra as pessoas, que constituem 80% da criminalidade e que também diminuíram em todos os distritos. Lisboa representa um quarto das participações, seguindo-se Porto e Setúbal. Os três distritos representam mais de 50% da criminalidade participada. De acordo com os dados apresentados por Helena Fazenda, dos tipos de crime que mais desceram contam-se o furto em residência (menos 13%), a

condução em estado de embriaguez e sem habilitação e ainda o furto de metais não preciosos. Ainda em relação à criminalidade violenta e grave, a responsável destacou, pelo maior número de participações, o roubo na via pública, o roubo por esticão e a resistência e coacção sobre funcionários (ao todo representam 76% das participações e concentramse em Lisboa, Porto e Setúbal). Diminuíram os roubos a correios, ourivesarias, bancos, farmácias, o roubo de viaturas e também o homicídio teve um decréscimo de 13,8%, com 100 participações. Ainda segundo o documento apresentado por Helena Fazenda, os casos de fogo posto diminuíram quase 50% e diminuíram também os presos preventivos e condenados (menos dois por cento). Violência doméstica aumenta A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna sublinhou que a violência doméstica como um tipo de crime que, pelo aumento, mais preocupação levanta. “A violência doméstica contra cônjuge ou análogo tem uma subida de mais 31 casos participados”, revelou Helena Fazenda. Outros crimes com maior expressão ao longo do ano de 2014 foram “o furto de oportunidade de objectos não guardados – quando nos esquecemos de qualquer coisa em qualquer lado - com mais 877 participações, e o furto por carteirista, com mais 3.721 participações”. CRISTINA SÁ CARVALHO

Esta economia mata Não há uma diferença enorme entre os irmãos Kouachi e Andreas Lubtitz. Todos três ensandeceram no seio de "uma crise antropológica profunda: a negação da primazia do ser humano".

O ano de 2015 não corre favorável para a velha Europa. Sabedora, outrora sábia e agora um pouco demente, age desligada das realidades e dos sofrimentos que se vivem nos continentes que colonizou. Mas a globalização não quer saber de muros nem muralhas e, primeiro pelo ataque ao Charlie Hebdo, depois pelo desastre aéreo dos Alpes, a Europa também chora a perda, aqui tão perto, de vidas humanas. Como os autores dos crimes estão mortos, os relatórios dos especialistas concluirão com níveis de ficção vários. Mas um outro nível de compreensão é possível, e é muito necessário, já que as matanças dos homens


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têm, geralmente, causas comuns. Há pouco mais de um ano, o Papa Francisco recordava que a convivência humana deve acordar um limite comum para a sua acção, "não matar". Como sublinhou, não faz sentido que as oscilações da bolsa sejam tratadas como um drama e que a morte de uma pessoa anónima seja ignorada. Uma sociedade que age assim só pode resultar de uma competição impiedosa e feroz, do exercício descontrolado da lei do mais forte. O ataque terrorista de Paris mostrou que a violência nasce mais da fome e da marginalidade do que da política ou da religião. E a queda do avião da Germanwings reenvianos para o preço irrisório a que chegou o trabalho, as cruéis condições de trabalho que estão por detrás dos lowcost desta vida e a desvantagem do respeito pela segurança perante o apelo do lucro imediato. A cultura do descartável já não se dedica, apenas, a explorar os desejos irracionais dos consumidores, mas quando se lhes permite trabalhar, sorve-se-lhes as forças e a imaginação e, depois, também se deitam fora, libertos, claro está, até da sua humanidade. Mesmo os adulados consumidores finais, instados a pagar por produtos sobrevalorizados ou deteriorados, e servidos por serviços duvidosos, são apenas peões sem importância no grande xadrez voraz das sociedades anónimas. Esta "globalização da indiferença" gera tanto os novos guerreiros da ignorância e do vazio, quanto os ases da desgraça e da loucura. Não há uma diferença enorme entre os irmãos Kouachi e Andreas Lubtitz. Todos três ensandeceram no seio de "uma crise antropológica profunda: a negação da primazia do ser humano". As pessoas deixaram de ser um fim em si mesmas e são, agora, à maneira da cada latitude, um mero empecilho para a ganância planetária de uns poucos. A desigualdade e o abuso geram violências tremendas, que destroem os mais belicistas desejos de segurança. "Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarreigar a violência. Sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há de provocar a explosão. Quando a sociedade abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade. Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reação violenta de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e económico é injusto na sua raiz", escreveu Francisco, para demonstrar quão necessitados estamos do Evangelho da Alegria e quão incómodos permanecem os gestos do Cristo. Esta semana, em que os seus modestos seguidores celebram o tempo e o momento maior da sua fé, e o mundo parece dobrar-se, ainda mais, sobre os seus lutos, vale a pena retomar os esforços de construção da paz e sublinhar o irrefutável valor da pessoa. Nem todos cremos na eternidade mas, juntos, podemos fazer prevalecer a bondade da vida. Votos de uma boa Páscoa.

António Costa: Derrota do PS na Madeira "não tem dimensão nacional" Eleições regionais "têm causas próprias", afirma o secretário-geral socialista.

Os resultados das eleições da Madeira, em que o PS não foi além do terceiro lugar, “não têm dimensão nacional”, afirma o secretário-geral socialista, António Costa. "As eleições regionais são eleições regionais. O PS já ganhou eleições nos Açores, perdendo no país. Já ganhou eleições no país, perdendo na Madeira. São eleições completamente distintas, não têm dimensão nacional", afirmou o líder do PS, durante uma iniciativa do Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia. O líder socialista falava durante o período reservado a perguntas, durante o qual foi confrontado pela audiência com o facto de, aquando das eleições Europeias, ter contestado a liderança do seu antecessor António José Seguro. "Isto significa que precisamos de um novo líder para o PS ou o senhor demite-se totalmente daquilo que aconteceu ontem?", foi a pergunta, à qual António Costa respondeu: "São eleições distintas. Têm causas próprias. As eleições regionais não têm repercussões nacionais". A regionalização também esteve em debate. O líder socialista diz não existirem condições para que o processo avance desde já e, por isso, sugere um processo gradual, a começar por aquilo a que chama de democratização das comissões de coordenação. António Costa sustenta que há duas questões fundamentais a recuperar na política: A credibilidade e a proximidade. Para memória futura, o secretário-geral do PS deixa uma frase: Aquilo que se diz na campanha eleitoral tem de ser dito com a preocupação de que aquilo que foi dito tem de ser executado.


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Desemprego subiu em Fevereiro Mais de 719 mil pessoas desempregadas em Fevereiro. Este valor é superior em 0,3 pontos percentuais ao estimado para Janeiro de 2015. A taxa de desemprego foi de 14,1% em Fevereiro, mais 0,3 pontos percentuais do que em Janeiro deste ano e menos 0,8 pontos percentuais face ao período homólogo, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). A população desempregada foi estimada em 719,6 mil pessoas, o que representa um acréscimo de 1,7% face a Janeiro de 2015 (mais 11,7 mil). Para estas estimativas foi considerada a população dos 15 aos 74 anos e os valores foram previamente ajustados de sazonalidade.

Chipre (2,8%), Portugal (0,8%) e na Irlanda (0,2%) Fora da moeda única, só a Croácia registou uma quebra no custo da mão-de-obra no conjunto da economia (de 0,8%), enquanto a Roménia (6,0%), a Lituânia e a Polónia (3,5% cada), bem como a Hungria (3,3%), registaram as maiores subidas, expressas nas respectivas moedas nacionais.

Consumidores têm mais dois anos para aderir ao mercado liberalizado de electricidade e gás Medida foi publicada em Diário da República.

DADOS DE 2014

Custo médio da mãode-obra portuguesa é de 13,1 euros à hora Caiu 10 cêntimos face a 2013. Atrás de Portugal só estão a Lituânia, Letónia, Eslováquia, Estónia e Malta. Foto: DR

Foto: Luís Forra/Lusa

Portugal é o sexto país da Zona Euro com os custos de trabalho por hora mais baixos. Os dados foram revelados pelo Eurostat. O gabinete de estatísticas da União Europeia indica que o país registou a segunda maior quebra, de 0,8%, do custo horário da mão-de-obra de 2013 para 2014, tendo descido de 13,2 euros para 13,1 euros. Atrás de Portugal só estão a Lituânia, Letónia, Eslováquia, Estónia e Malta. Segundo o Eurostat, de 2013 para 2014, o custo horário da mão-de-obra expresso em euros, no conjunto da economia, aumentou 1,4% na União Europeia, para os 24,6 euros, e 1,1% na Zona Euro, para 29,2 euros. Na Zona Euro, as maiores descidas do indicador, no acumulado anual de 2014 face a 2013, registaram-se em

Os consumidores portugueses têm mais dois anos para mudar para o mercado liberalizado de electricidade e gás. O Governo formalizou, esta segunda-feira, o adiamento para 31 de Dezembro de 2017 do prazo limite. O Executivo explica, em Diário da República, que os prazos máximos de aplicação das tarifas transitórias têm vindo a ser diferidos anualmente até que se verifique a contratação, por todos os clientes finais de cada escalão ou nível de tensão, dos respectivos fornecimentos em mercado livre. Segundo os dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), os clientes de gás natural correspondiam, no final do terceiro trimestre de 2014, a 96% do consumo final e os clientes finais de electricidade representavam à mesma data cerca de 81% do consumo total, adianta o mesmo diploma, com efeitos desde 1 de Janeiro de 2015. Há duas semanas, o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, que assina esta portaria, explicou à agência Lusa que, pelo menos até ao final de 2017, as famílias podem manter os respectivos contratos de gás e de electricidade no mercado regulado, onde as tarifas são fixadas pela ERSE. O anterior calendário previa que até 31 de Dezembro


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de 2014, quem tivesse potências de electricidade contratadas iguais ou superiores a 10,35 kilovoltamperes (kVa) teria de procurar um fornecedor alternativo. Quem tivesse uma potência inferior tinha até 31 de Dezembro deste ano para fazer a transição. Já no gás, para consumos superiores ou iguais a dez mil metros cúbicos anuais tinha de sair do mercado regulado até ao final de 2014, tendo sido dado mais um ano aos clientes com consumos inferiores, ou seja, 31 de Dezembro de 2015. Artur Trindade sublinhou que "o objectivo nunca foi nem nunca será cortar o gás ou a electricidade às pessoas". "Quando eu ponho um prazo é para que quem está no mercado se organize com um horizonte temporal tendencialmente definido", salientou. O governante disse ainda que a transição "está a correr bem porque as pessoas estão a sair [do mercado regulado]", e precisou: "Em termos de consumos de energia, no gás, temos mais de 90% no mercado liberalizado e na electricidade mais de 70% e as pessoas têm estado a sair bem".

CP alerta para "fortes perturbações" devido a greves Revisores dos comboios vão paralisar nos dias 2 e 6 de Abril.

As greves dos trabalhadores da CP vão causar fortes perturbações na circulação de comboios, entre 2 e 6 de Abril, alerta a empresa. Num aviso aos passageiros, a CP informa que a greve dos revisores de 2 e 6 de Abril, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, conjugada com a greve ao trabalho extraordinário marcada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), e actualmente em curso, terão impacto na circulação. "Prevêem-se fortes perturbações na circulação de comboios nos dias compreendidos entre 2 e 6 de Abril, inclusive, agravadas pela recusa de fixação de serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social, que a CP atempadamente solicitou", refere o aviso. A CP alerta ainda para a possibilidade de "atrasos e supressões na noite do dia 1 e na manhã do dia 7 de Abril".

O Tribunal Arbitral decidiu esta segunda-feira que durante a greve dos revisores da CP, marcada para 2 e 6 de Abril, todos os comboios que iniciem marcha terão de chegar ao seu destino e terão de ser assegurados os comboios de socorro. A decisão do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social, que prevê ainda o estacionamento dos comboios em condições de segurança, surge em resposta ao pedido da empresa de definição de serviços mínimos. Os árbitros que emitiram o acórdão consideraram que a greve dos revisores, embora cause prejuízos aos utentes da CP, não reúne "os pressupostos indispensáveis para a imposição de serviços mínimos de tipo percentual aos grevistas, no que diz respeito ao transporte de passageiros". Os revisores da CP - Comboios de Portugal agendaram a greve para reclamar o cumprimento da decisão dos tribunais relativo ao pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996. Já o SNTSF tem emitido periodicamente pré-avisos de greve ao trabalho extraordinário em dias de feriado em protesto contra a redução do pagamento do valor pago nesses dias.

Carris marca greve para 10 de Abril Vai ser um dia complicado para os utilizadores de transportes públicos em Lisboa. No mesmo dia, o Metropolitano de Lisboa também vai parar.

Foto: Lusa

Os trabalhadores da Carris marcaram uma greve de 24 horas para 10 de Abril. A informação foi confirmada à Renascença pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA). A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e restantes sindicatos do sector já tinham agendado para a mesma data uma paralisação de 24 horas no Metropolitano de Lisboa. Esta será a quarta greve deste ano. Em ambos os casos, os trabalhadores contestam o caderno de encargos para a concessão das empresas. “Após a publicação da abertura do concurso à iniciativa privada da Carris e do Metro. Os trabalhadores decidiram que era altura de fazer uma greve de protesto


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contra esta privatização, que será prejudicial para utentes te para os trabalhadores”, disse Sérgio Monte, do SITRA. Vai ser um dia complicado para os utentes de transportes públicos em Lisboa já que os autocarros da Carris costumam ser uma alternativa às paralisações do Metro.

Sindicato em tribunal para corrigir "assimetrias salariais" no Instituto dos Registos e Notariado Acção dá entrada no Tribunal Administrativo de Coimbra. Últimos 12 anos "foram desastrosos", diz o sindicato, que acusa o antigo presidente, António Figueiredo, detido devido ao escândalo dos vistos "gold", de ter sempre favorecido os seus interesses. Por Celso Paiva Sol

O Sindicato Nacional dos Registos (SRN) avança, esta terça-feira, com uma acção no Tribunal Administrativo de Coimbra para corrigir as "assimetrias salariais" existentes no Instituto dos Registos e Notariado (IRN). Em declarações à Renascença, o vice-presidente do sindicato, Rui Rodrigues, defende que é preciso corrigir erros acumulados nos últimos 12 anos. O sindicalista aponta responsabilidades ao ex-presidente António Figueiredo, que está preso preventivamente por suspeita de envolvimento no caso dos vistos "gold". "Estes 12 anos foram desastrosos. Desastrosos para as categorias, os vencimentos, as mobilidades, os concursos. Não há concursos nos serviços há mais de dez anos, as mobilidades nem todas são transparentes, há mobilidades que são postas a concurso, outras não são postas a concurso. E é neste labirinto que se encontram actualmente os registos de notariado, na situação de carreiras, na situação remuneratória, na situação da lei orgânica, porque a nossa lei orgânica já remonta há mais de 30 anos", lamenta Rui Rodrigues. António Figueiredo é descrito pelo sindicato como alguém que, ao arrepio das normas, sempre favoreceu os seus interesses e de todos os que lhe eram próximos. "Todas essas situações têm sido ao longo dos anos camufladas, tanto pelas entidades que representavam os trabalhadores, tanto pelo próprio Instituto dos Registos e Notariado", acusa o vicepresidente do sindicato. Segundo Rui Rodrigues, existem grandes "assimetrias salariais", que têm beneficiado "quem ao longo dos anos sempre esteve à frente destas entidades sindicais ou aos comandos do Instituto dos Registos e Notariado". Até que António Figueiredo seja substituído, o que de

acordo com o Ministério da Justiça ainda não aconteceu porque têm que ser cumpridas as regras de contratação na função pública, o sindicato receia novas privatizações no sector. Os trabalhadores dos registos e do notariado queixamse de trabalharem num sistema administrativamente arbitrário, com erros sistemáticos e nunca corrigidos no processamento de vencimentos. A situação foi agravada quando, recentemente, dezenas de funcionários receberam ordens internas para devolver valores recebidos a mais nos últimos anos. Rui Rodrigues admite que o próximo passo poderá passar pela convocação de "greves e manifestações, caso se venha a verificar que, efectivamente, os direitos dos trabalhadores não estão a ser salvaguardados, nem respeitada a legislação vigente". A investigação aos esquemas de corrupção na atribuição dos vistos "gold" e a detenção de António Figueiredo vieram, de acordo com o Sindicato Nacional dos Registos, colocar a actividade numa situação ainda mais complexa.

Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil abandona UGT É um dos sindicatos com mais peso na UGT. Decisão foi aprovada em referendo por 84% dos votantes.

Foto: Mário Cruz/Lusa Por Ana Carrilho

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) abandonou a UGT e vai ser um sindicato independente. O SNPVAC é um dos sindicatos com maior peso na União Geral de Trabalhadores. A informação foi confirmada à Renascença pela presidente da direcção do sindicato, Luciana Passo. A decisão foi tomada pelos membros do sindicato em referendo realizado entre os dias 10 e 24 deste mês e confirmada numa assembleia-geral realizada esta segunda-feira. A opção de abandonar a UGT mereceu 84% dos votos. A desvinculação surge na sequência da deterioração das relações entre a UGT e o SNPVAC. As relações entre


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as duas partes já eram tensas, mas pioraram ainda mais com a entrada de Carlos Silva para secretário-geral da central sindical. Um dos últimos factores de tensão foi o facto de o sindicato ter decidido manter a greve na TAP para os dias 27 a 30 de Dezembro, enquanto outras organizações sindicais filiadas na UGT fizeram parte de um grupo de que negociou um acordo com o Governo, no âmbito da privatização da companhia aérea. Luciana Passo diz que o crescente desconforto ditou a saída. "Era uma sensação que já existia. Nesta altura, algumas cartas enviadas para o sindicato pela UGT causaram um certo desconforto, pelo teor. Acho que a votação dos associados reflectiu esse desconforto e a vontade de não permanecer na central sindical", afirma a sindicalista.Fundado em 1957, o SNPVAC representa 90% dos cerca de 2.500 tripulantes de cabine da TAP. UGT lamenta decisão e rejeita argumentos A UGT "lamenta" a decisão do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil e rejeita os argumentos apresentados "pelo facto de não serem verdadeiros". A central sindical refere, em comunicado, que se "manifestou publicamente contra a privatização da TAP" e apoiou "formas de luta encetadas pelo SNPVAC para defender o seu acordo de empresa". Em relação ao braço de ferro com o Governo, a UGT argumenta que se o SNPVAC não quis dialogar, não pode impor a “lei da rolha” aos outros sindicatos. “Ferida na sua susceptibilidade, a direcção do SNPVAC fez o que fez – apontou as suas baterias para o bode expiatório fácil e sempre disponível para o diálogo e concertação – a UGT. Mas isso é feio, porque cada organização filiada na UGT decide por si e em função dos direitos dos seus associados. Não cabe a uma central sindical assumir a liderança dos sindicatos individualmente”, afirma a UGT. [notícia actualizada às 23h42]

Lisboa vai arrecadar quatro milhões com taxa turística Fonte oficial da ANA avançou à Renascença que, durante 2015, não será cobrada qualquer taxa aos passageiros. A verba será paga pela empresa à autarquia.

Foto: Lusa Por Ana Carrilho

A ANA – Aeroportos de Portugal vai assumir o pagamento de cerca de quatro milhões de euros à Câmara de Lisboa relativos à cobrança da taxa municipal de turismo, de acordo com o protocolo assinado entre a empresa e a autarquia. A polémica taxa pelas chegadas à capital por via aérea entra em vigor a 1 de Abril. Fonte oficial da ANA explicou à Renascença que durante este ano não será cobrada qualquer taxa aos passageiros. Por isso, o montante sairá do orçamento da empresa responsável pela exploração do aeroporto da Portela. Até ao fim do ano, a ANA deverá pagar à autarquia três milhões de euros, relativos aos meses de Abril a Outubro. O restante será pago até ao fim de Janeiro de 2016. A empresa estima que a receita municipal correspondente ao que seria o pagamento feito pelos passageiros tributáveis está no intervalo entre os 3,6 milhões de euros e os 4,5 milhões de euros. A receita conseguida será afecta exclusivamente ao Fundo de Desenvolvimento e Sustentabilidade Turística de Lisboa. Para já, vai servir para a reabilitação do Cais do Sodré e do Campos das Cebolas, para financiar a criação de acessibilidades à Colina do Castelo e à instalação de um espaço museológico dedicado às Descobertas. A taxa municipal de turismo foi aprovada pela Câmara de Lisboa no dia 11 de Dezembro, para entrar em vigor no próximo dia 1 de Abril. Deverá abranger os passageiros não residentes no país que cheguem à capital pelo porto e aeroporto. No entanto, ainda há dúvidas sobre a metodologia a adoptar para a cobrança. Agora, pelo menos para a Portela, ANA e Câmara assinaram um protocolo.


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Lisboa. Segunda Circular vai ter obras durante mais de um mês Os trabalhos vão decorrer apenas numa parte da via, no sentido Aeroporto-Benfica. Noutro ponto da cidade, o túnel do Campo Pequeno também vai ser intervencionado, mas apenas durante a noite. A Segunda Circular (Avenida Norton de Matos ), em Lisboa, vai ter o trânsito condicionado entre 31 de Março e 8 de Maio, no sentido Aeroporto/Benfica. O condicionamento da circulação automóvel deve-se à realização de obras junto ao nó da Azinhaga das Galhardas, pouco depois da escola alemã. As alterações à circulação e os respectivos desvios de trânsito vão ser devidamente coordenados no local pelas entidades policiais, refere um comunicado da Câmara Municipal. Já esta segunda-feira, dia 30, vão ser realizadas obras no túnel do Campo Pequeno, na Avenida da República, mas vão durar apenas até às 6h00 de terça-feira. A circulação automóvel vai fazer-se pelos arruamentos laterais e vão também ser coordenados pelas autoridades.

Isenção ao Benfica. Câmara de Lisboa recua para reformular proposta Carta de António Costa justifica com a necessidade de "conformar" a proposta com outros pareceres. Em causa está a isenção de taxas municipais no valor global de 4,6 milhões de euros. A Câmara de Lisboa decidiu retirar, para reformulação, a proposta para isentar o Benfica do pagamento de uma taxa e compensações urbanísticas, que deveria ser discutida na terça-feira em Assembleia Municipal. Em causa está a isenção de taxas municipais no valor global de 4,6 milhões de euros. Segundo a presidente da Assembleia Municipal, Helena Roseta, a câmara enviou uma carta na sexta-feira a solicitar a devolução da proposta, "para reapreciação e alteração pela Câmara Municipal". Helena Roseta deu, esta segunda-feira, conhecimento da decisão aos partidos com assento na Assembleia Municipal, durante uma reunião da Conferência de Representantes. Na carta, o presidente da Câmara de Lisboa, António

Costa (PS), invoca "a necessidade de conformar" a proposta "com o teor do Parecer do Departamento Jurídico que a apreciou" e com o seu despacho sobre o mesmo parecer, "bem como com o parecer emitido pelas 1.ª e 3.ª Comissões Permanentes" da Assembleia Municipal. A autarquia aprovou a 11 de Fevereiro deste ano uma proposta para submeter à Assembleia Municipal a isenção do pagamento da à Taxa pela Realização, Manutenção e Reforço das Infra-estruturas Urbanísticas (TRIU) e da compensação urbanística, solicitada pelo Sport Lisboa e Benfica por intervenções a realizar junto ao Estádio da Luz. A proposta (54/2015), que prevê a isenção em obras de ampliação a realizar no lote 14 da Avenida General Norton de Matos (onde se situa o complexo do clube) por parte da Benfica Estádio-Construção e Gestão de Estádios, SA, foi aprovada com os votos contra da oposição no executivo (de maioria socialista) - PSD, CDS-PP e PCP - e de uma vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa (eleita nas listas do PS). Num parecer conjunto, tornado público na semana passada, as comissões de Finanças e do Urbanismo da Assembleia Municipal de Lisboa defenderam a retirada, para "nova formulação", da proposta da Câmara para isentar o Benfica do pagamento de uma taxa e compensações urbanísticas. Antes, tinha sido conhecido um parecer jurídico da própria Câmara, no qual é referido que a proposta do executivo não está devidamente fundamentada. A proposta deveria ser debatida na terça-feira na Assembleia Municipal, mas hoje na Conferência de Representantes, de acordo com Helena Roseta, ficou decidido que tal não vai acontecer.

Dispositivo de combate a incêndios será idêntico ao do ano passado Em 2014, o Governo disponibilizou 85 milhões de euros. O Governo anuncia esta segunda-feira o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF). Ao que a Renascença apurou junto de fonte ligada à tutela, o dispositivo será semelhante ao que foi disponibilizado no ano passado. No ano passado, o dispositivo contou com 2.200 equipas, mais de 9.600 elementos, dois veículos e 49 meios aéreos. O orçamento para o dispositivo foi de 85 milhões de euros A notícia é recebida com desagrado pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), que defendia um reforço de efectivos e uma aprovação do estatuto do bombeiro profissional. “Este dispositivo, para poder ter uma base de funcionamento sólida, tem de assentar nas estruturas de bombeiros profissionais de todo o pais e, para isso, é necessário que o estatuto de bombeiro profissional


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seja aprovado para haver reforço de efectivos”, diz à Renascença, o presidente da ANBP. Sérgio Carvalho critica também o valor do pagamento aos bombeiros que integram o DECIF, 45 euros por 24 horas de serviço, e pede, acima de tudo, uma boa articulação dos meios. “Que todas as forças que vão intervir estejam bem articuladas, seja bem definido a questão do comando das operações e da intervenção das várias forças”, são os outros desejos formulados por Sérgio Carvalho. O ano passado foi o melhor das últimas três décadas em termos de área ardida. Em 2014 foram consumidas pelas chamas cerca de 20 mil hectares.

Lamego é "palco" oficial das comemorações do Dia de Portugal

Lista A impugna eleições no Automóvel Clube de Portugal Lista liderada por António Raposo Magalhães avança também com queixa-crime, queixando-se de irregularidades. O actual presidente do ACP, Carlos Barbosa, lidera a outra lista concorrente às eleições de 30 de Abril.

É a quarta vez que Cavaco Silva designa uma cidade do interior para sede do Dia de Portugal, depois de no ano passado ter escolhido a Guarda.<BR> O Presidente da República designou a cidade de Lamego para sede das comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. "O Presidente da República assinou um despacho designando a cidade de Lamego como sede, no ano de 2015, das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas", lê-se numa nota divulgada no site da Presidência da República, esta segunda-feira. Esta é a primeira vez que Lamego será “palco” do 10 de Junho, no último ano em que Cavaco Silva presidirá às comemorações, visto que o seu mandato como Presidente da República termina em Março de 2016. Por outro lado, será a quarta vez que Cavaco Silva designa uma cidade do interior para sede do Dia de Portugal, depois de no ano passado ter escolhido a Guarda, em 2013 Elvas e em 2011 ter optado por Castelo Branco. Desde que tomou posse como Presidente da República, em 2006, Cavaco Silva escolheu sempre cidades diferentes para as comemorações oficiais do Dia de Portugal. Desde 1977, dezenas de cidades já receberam as comemorações do Dia de Portugal.

Foto: RR

Uma das listas candidata à direcção do Automóvel Clube de Portugal (ACP) impugnou o processo eleitoral e apresentou uma queixa-crime na justiça. Em causa estão irregularidades que a actual direcção reconheceu existirem, mas que terão sido sanadas. O pedido de impugnação junto do ACP e a queixacrime entregue no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa foram feitos pela lista A, liderada por António Raposo Magalhães, que invoca irregularidades nos boletins de voto. A lista A explica, em comunicado, que a revista mensal da associação incluía no último número, como em eleições anteriores, um invólucro com os respectivos boletins de voto associados a cada lista concorrente, tendo sido detectados "em muitos casos" apenas boletins de voto afectos a uma das listas. A lista A lamenta a "falta de rigor e profissionalismo" que deu origem à situação e fala de factos "muitíssimos graves" que determinam "de forma irreversível e imediata a anulação ou declaração de nulidade de todos os actos praticados até ao momento no procedimento eleitoral". Nas eleições, marcadas para 30 de Abril, para os órgãos sociais do ACP concorrem duas listas, a A e a B, de Carlos Barbosa, que lidera o ACP há mais de uma década. Carlos Barbosa explicou à agência Lusa que o processo de inserir os envelopes na revista é feito por uma empresa externa e que os casos que tinham sido identificados tinham sido resolvidos. Terão sido, disse, um envelope com dois boletins da lista A, um com dois da lista B e um sem envelope.


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"Falámos com os sócios e enviámos novos por correio expresso", disse, acrescentando que "em todas as eleições há casos destes". Na página da internet do ACP um comunicado explica que a inserção dos vários elementos que compõem o pacote eleitoral é mecânica, porque só assim é possível enviar 192.033 pacotes, e que chegou ao conhecimento da Comissão Eleitoral quatro casos de recepção de boletins de voto em duplicado, quer da lista A quer da lista B. A lista A justifica a queixa no DIAP por considerar, diz também o comunicado, que os factos "têm a potencialidade de possuírem origem ou natureza criminosa, nomeadamente de fraude eleitoral". Também à Lusa o candidato da lista A disse que teve conhecimento das irregularidades no sábado e que 24 horas depois o ACP ainda não lhe tinha dado conhecimento, frisando que o problema "não se resolve à porta fechada e ocultando as notícias". António Raposo Magalhães, diz-se ainda na nota, quer ter acesso a todos os actos relacionados com o processo eleitoral, sejam ou não praticados nas instalações do ACP e por funcionários da associação ou de outras entidades.

Director do "Diário Económico" apresenta demissão Jornalista António Costa não avança explicações, indicando apenas que a decisão foi "devidamente ponderada há várias semanas". O jornalista António Costa demitiu-se do cargo de director do “Diário Económico” (DE), afirmando que foi uma decisão "devidamente ponderada". "Confirmo que apresentei a minha demissão do Económico. Continuarei em funções até à entrada de um novo director", afirmou António Costa, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, depois de o jornal i ter noticiado a sua demissão. Sobre os motivos da sua demissão, António Costa disse apenas que foi "devidamente ponderada há várias semanas" e que "não está relacionada com nenhuma outra do grupo Ongoing", que detém o “Diário Económico”. No final de Fevereiro, Rafael Mora, que era vicepresidente da Ongoing, abandonou os cargos que ocupava naquela holding, mas mantém-se como administrador do grupo na PT SGPS e na brasileira Oi. Em declarações à Lusa, uma fonte do DE relatou que, na reunião desta segunda-feira em que foi comunicada a demissão, o administrador financeiro esteve presente e não avançou qual seria a solução para a substituição de António Costa, nas garantiu que o jornal não está em risco.

Produtores temem fim do leite português Neste noticiário: fim do regime de quotas da União Europeia põe em risco produção portuguesa de leite; hospitais querem acabar com a infecção hospitalar com a ajuda da Fundação Gulbenkian; violência doméstica aumentou em 2014; António Costa desvaloriza resultados eleitorais na Madeira; Morais Sarmento não encontra no país uma vaga de mudança socialista. Por Teresa Abecasis

JOSÉ LUÍS RAMOS PINHEIRO

E se Costa ouvisse Teodora? O líder do PS tem sofrido de hesitação crónica quanto à estratégia para o país, pelo que, deveria tentar perceber o que diz uma economista tecnicamente competente, que não faz favores a qualquer Governo.

Por José Luís Ramos Pinheiro

Insuspeita e respeitada, a economista Teodora Cardoso defende, na última edição do “Expresso”, a manutenção de uma política responsável, recomendando que o crescimento da economia seja feito de forma correcta, sem obrigar o Estado a gastar mais dinheiro. Teodora Cardoso afirma que “falar-se de reestruturação [da dívida] como uma medida de chofre é o contrário daquilo que nos interessa”. A reestruturação faz-se no mercado, diz ainda Teodora Cardoso, para quem “se continuarmos a gastar, [a dívida] não é sustentável de certeza”. Por outro lado, e embora recusando o bloco central, a presidente do Conselho de Finanças Públicas aconselha PS e PSD a entenderem-se em questões básicas para o país, referindo também que em ano de


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eleições dizer-se que se vai retirar a austeridade, não chega – “não é nada”. Porque é que importa reflectir nos avisos de Teodora Cardoso? Porque não se adivinham ambições partidárias ou governamentais à presidente do Conselho de Finanças Públicas; e sendo tecnicamente muito competente, dificilmente alguém a poderá acusar de fazer favores – a este ou a outro Governo. Se pensa o que pensa e diz o que diz, vale a pena escutála, para mais em ano de eleições. António Costa que nestes meses de liderança tem sofrido de hesitação crónica, ou pelo menos continuada, quanto à estratégia a propor ao país, deveria reservar um tempo livre para perceber o que diz Teodora Cardoso. Secretário-geral do PS há quatro meses, ainda não se vislumbra o que fará Costa se um dia for primeiroministro. Mantém, no essencial, as políticas de estabilização adoptadas pelo governo actual? Altera-as? E em que medida? Opta por uma reestruturação da dívida, como defendem alguns dos seus pares? Ou gere-a, renegoceia-a, como o Governo tem feito e como Teodora Cardoso aconselha que se continue a fazer? E como se propõe ajudar os mais pobres? E os novos pobres? Chegámos a um momento em que os eleitores precisam de começar a perceber o que lhes reserva António Costa se acabar por vencer as próximas eleições legislativas. Até agora, o melhor que se pode dizer do seu desempenho como secretário-geral do PS é que tem estado muito abaixo das expectativas criadas. Não se trata apenas do desastre eleitoral da Madeira, embora tal derrota constitua um mau sinal para o PS. Nas primeiras eleições sem Jardim, esperar-se-ia um reforço dos principais partidos da oposição. Refugiado numa coligação, o PS e a sua estratégia sofrem aqui uma dura derrota. Mas a liderança de Costa enferma de males maiores que se traduzem numa inconsistência permanente. No plano europeu oscilou entre a ânsia inicial de se colar ao sucesso eleitoral do Syriza, sem conseguiu gerir depois o novelo de contradições em que o novo governo grego se atolou a grande velocidade. A nível interno, em cerca de 15 dias o líder do PS passou do elogio à recuperação portuguesa junto de investidores chineses, para a acusação de que afinal o país não recuperou coisa nenhuma, antes recuou, e logo 15 anos. Na famosa lista VIP – dossiê que o governo geriu mal politicamente – Costa rapidamente descortinou indícios criminais; mas apontar eventuais contornos criminais na lista VIP e nada lhe ocorrer sobre os indícios criminais acolhidos em diferentes decisões judiciais no caso ‘José Sócrates’ é, no mínimo, confrangedor. Sem estratégia que se veja e perceba, e sem um discurso novo e mobilizador, o líder do PS desgasta-se num tacticismo permanente e bipolar. Para piorar só faltaria somar a todo este catavento político o truque da habitual fuga para a frente: a proposta de novas “fracturâncias” que escondessem a ausência de estratégia e mitigassem a indisfarçável desorientação táctica. Significa isto que o Governo, por seu lado, tem feito tudo bem feito? Longe, muito longe disso; significa

apenas que até agora não surgiu nenhuma força capaz de corporizar uma alternativa que para ser credível deve basear-se em propostas realmente exequíveis, evitando-se o logro em que caiu o desesperado eleitorado grego. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Mudança na Madeira A mudança mais importante e urgente é tornar os madeirenses menos dependentes do Governo Regional. O novo líder promete novos rumos e há motivos de esperança.

Por Francisco Sarsfield Cabral

Depois de 37 anos de liderança de Alberto João Jardim, o PSD voltou a obter uma maioria absoluta na Assembleia Regional da Madeira. Mas o seu novo líder, Miguel Albuquerque, promete um novo rumo, mais democrático, nomeadamente dando maior importância e credibilidade à Assembleia Regional. Se o conseguir, já será um belo avanço. A alteração mais importante que se deve esperar de M. Albuquerque, porém, é tornar os madeirenses menos dependentes do Governo Regional. Este emprega a maior parte da população da Madeira, o que não é saudável do ponto de vista político nem benéfico para o desenvolvimento económico da região. Até porque as grandes obras públicas já foram feitas e há fortes limitações quanto a mais gastos nessa área. Claro que diminuir a dependência dos madeirenses em relação às entidades públicas não se consegue no curto prazo. Mas é preciso começar já. Curiosamente, as eleições de domingo trouxerem um motivo de esperança quanto a uma sociedade civil no arquipélago mais autónoma e afirmativa: os mais de 10% de votos obtidos pelo movimento de cidadãos JPP - Juntos pelo Povo.


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GRAÇA FRANCO

Na Madeira o PS implodiu. E no Continente? Ou o partido acorda e reage ou não está a salvo de um desaire eleitoral nas próximas legislativas nacionais.

Por Graça Franco

António Costa vai tentar continuar a fingir-se de morto e esperar que passe o efeito do desastre socialista madeirense. Mas faz mal. Há lições urgentes a tirar da catástrofe eleitoral regional de domingo caso queira evitar a sua repetição no Continente. Álvaro Beleza já retirou algumas conclusões óbvias, mas resta saber se Costa vai ouvir os conselhos e, sobretudo, se está sequer em condições de os querer acatar. 1º - Não basta o discurso da " renegociação da dívida". É fundamental começar a enumerar propostas que dêem substância a um verdadeiro programa de Governo, que se mostre alternativo e que, dando "esperança ao país", possa ser visto como verdadeiramente "reformista", designadamente no referente à necessidade de reforma do Estado. A leitura é de Álvaro Beleza, mas a questão que se coloca é a de saber se estes conselhos de bom senso do ex-número dois de António José Seguro se adaptam a Costa. Quer este PS reformar alguma coisa nomeadamente no Estado? Ou nessa área o que continua a fazer caminho entre os "costistas" é sobretudo o regresso ao socratismo? 2º - Um frentismo em que o PS abdica da sua credibilidade enquanto partido de governação e está disposto a vender a alma ao diabo está votado ao fracasso. No caso madeirense a recusa da mão da "noiva" centrista que se oferecia, em casamento de conveniência regional, foi provavelmente uma boa opção de Vítor Ferreira (até porque atrapalharia qualquer estratégia futura nacional). O desastre só surge porque o líder socialista demissionário não percebeu que a alternativa não passava por uma espécie de vale tudo eleitoral. A credibilidade do PS não é compatível com palhaçadas políticas e populismos excêntricos. Uma aliança com o trabalhista José Manuel Coelho não pode ser vista à luz redutora do vamos ao encontro de um punhado de descontentes para pescar ali "mais três

deputados". Na Madeira a estratégia levou o PS para uma coligação que acabou com menos de metade do número dos deputados conseguidos em 2011 pelos quatro parceiros isoladamente. Pior ainda, os seis deputados conseguidos igualam os obtidos há quatro anos pelo PS sozinho, o que já era o seu pior resultado de sempre. Para cúmulo, os socialistas estão enredados numa embrulhada de compromissos eleitorais com parceiros pouco recomendados (ainda há o Partido dos Animais e da Terra, na coligação pela mudança) e nem é seguro que o indisciplinado Coelho não venha a fugir da bancada. No Continente, os frentismos piscando o olho à esquerda populista, mesmo na versão "light moderna", terão os mesmos ou piores riscos. 3º - Há demasiados pescadores no tanque do PS onde o potencial eleitorado exige novas formas de fazer política que vão ao arrepio da herança socrática e Costa não parece estar a perceber o filme, nem a importância de descolar do fantasma de Évora. No Continente a reacção deselegante à candidatura de Henrique Neto (uma espécie de corredor solitário das hostes socialistas) é sintomática do "autismo" político da nova direcção socialista sobre a importância de pôr o bem comum acima do interesse partidário imediato. Não perceber a urgência de mostrar uma prática diferente da que caracterizou ao longo dos últimos anos a rotatividade do "centrão dos interesses" e a necessidade de pôr em prática uma gestão próxima do povo e acima de qualquer suspeita de nepotismo e tráfico de influências é grave. O Juntos pelo Povo dos irmãos Sousa, na Madeira, mostra que dois meses de partido podem bastar desde que a somar a mais de seis anos de militância cívica ao estilo do Podemos espanhol (mas sem o seu extremismo ideológico) para igualar o resultado socialista. E perante isto Costa ainda pode pensar que não aconteceu nada? 4º - A Madeira enfrenta uma dívida astronómica (7 mil milhões) e uma espécie de plano de resgate regional (1,5 mil milhões de empréstimo de emergência) e, apesar da obra feita, não anda longe da chamada "bancarrota". O desemprego continua altíssimo e os juros levam quase um quarto do Orçamento. Os impostos subiram como nunca nos últimos anos e, mesmo assim, a 40 anos de jardinismo seguiu-se nova maioria absoluta do PSD. É verdade que a dependência do emprego público (um em cada quatro empregos na região) é bastante superior à do Continente e pode explicar muito da resiliência do que em ciência política parece apontar para o caso de um partido autonómico-dominante, mas, para maior ironia, a liderança da "oposição" continuará nas mãos do CDS (Portas dixit, cavalgando uma pretensa vitória, com a desfaçatez que o caracteriza face ao seu parceiro de Governo nacional…). No Continente a situação tem mais pontos de semelhança do que de diferença. Na Madeira o PS implodiu. No Continente, ou o partido acorda e reage ou não está a salvo de um desaire eleitoral nas próximas legislativas. A diferença entre PS e coligação no poder, dizem as mais recentes sondagens, joga-se "na margem de erro". Se Seguro continuasse à frente do PS quantos estariam a pedir ainda hoje a respectiva cabeça?


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EUNICE LOURENÇO

Um resultado extraordinário Se o líder do PS não souber ler e assumir os resultados da Madeira, ainda se arrisca a ser vitima daquele que foi o verdadeiro castigo dado pelos eleitores nas regionais: a abstenção. Por Eunice Lourenço

O PSD voltou a ganhar eleições legislativas da Madeira. Com novo líder – Miguel Albuquerque -, pela primeira vez sem Alberto João Jardim. Teve o pior resultado de sempre e garantiu a maioria absoluta apenas por um deputado. É um resultado excelente. Extraordinário mesmo! Sobretudo visto do Continente. Claro que a Madeira tem as suas especificidades e que as eleições regionais não são comparáveis a eleições nacionais. Mas as condições para que estas eleições corressem mal ao PSD eram duplas: o que seria expectável depois de décadas de domínio jardinista e depois dos últimos anos de austeridade era que o partido que está no governo do país e no governo da região fosse penalizado e que os madeirenses optassem, finalmente, por uma alternativa. Mas a alternativa que escolheram foi uma alternativa dentro do mesmo partido. E a outra alternativa, a escolha que fizeram para segundo lugar é o partido que também está no Governo da República. O partido mais castigado acabou por ser o PS que, não só não consegue mais uma vez apresentar-se como alternativa naquela região autónoma, como ainda consegue ter um resultado pior em coligação do que alcançou sozinho, em 2011, contra Jardim. Victor Freitas – embalado pelos bons resultados nas autárquicas e nas europeias – apostou numa coligação em que pretendia juntar todos, uma espécie de frente anti-PSD. Mas não conseguiu. Primeiro, não conseguiu juntá-los, depois não conseguiu nem evitar a maioria absoluta do PSD, nem voltar a ser o segundo partido da região. Claro que coligar-se com o José Manuel Coelho não é o melhor cartão de visita para um partido que se quer sério. E, pelos vistos, a coligação que ganhou a Câmara do Funchal não está a dar provas de funcionar; o resultado de Miguel Albuquerque na capital mostra que os funchalenses preferem de longe o seu antigo autarca. A tudo sito, junte-se um partido nacional que queria passar o mais despercebido possível nestas eleições. António Costa, o líder socialista, foi vagamente à Madeira no início da campanha. E, confirmada a derrota na noite eleitoral, escolheu o mais desconhecido dos membros da sua direcção para comentar os resultados: Porfírio Silva disse e repetiu que não há qualquer relação entre eleições regionais e nacionais. E se fosse uma vitória, também não haveria? E se fosse António José Seguro que ainda estivesse a liderar o PS, que diriam os que sonhavam com a liderança de Costa? Esta foi uma grande derrota do PS regional, mas foi

também a primeira eleição da liderança de António Costa e, como tal, foi a sua primeira derrota. Se o líder do PS não souber ler e assumir isso, ainda chega a Setembro ou Outubro sem saber bem o que lhe aconteceu. E arrisca-se a ser vitima daquele que foi o verdadeiro castigo dado a todos pelos eleitores nas regionais da Madeira: a abstenção.

Quatro pessoas detidas em Barcelona por relação com rede jihadista Adesão de cidadãos ocidentais, muitos deles jovens, ao Estado Islâmico é um fenómeno recente, “muito bizarro”, que está a tomar a atenção da comunidade científica. Foram detidas, em Barcelona, quatro pessoas por alegada relação com uma rede de envio de jihadistas para a Síria. De acordo com o Ministério espanhol do Interior, entre os detidos estão alguns jovens menores de 16 anos, mergulhados num processo de radicalização que passava, nos próximos meses, por uma madrassa (escola islâmica) em Tétuan, Marrocos. Aí iriam realizar estudos corânicos e, de Marrocos, seguiriam para a Turquia e depois para a Síria. A adesão ao Estado Islâmico é um fenómeno “muito bizarro” e, por isso, em estudo. Os jornalistas portugueses Hugo Franco e Raquel Moleiro lançaram um livro sobre os portugueses que decidem tornar-se jihadistas e concluem que até “podiam ser os nossos vizinhos do lado”. “É, de facto, estranho porque nenhum deles tem cadastro criminal, não tem um passado de violência”, sustentam. “A internet tem sido o principal meio de recrutamento, através das redes sociais, de vídeos do YouTube de pregadores radicais. Passa também por algumas mesquitas mais ‘underground’ de Paris e de Londres, mas já não são o principal vector de levá-los para a Síria e para o Iraque, porque estão muito vigiadas pelas secretas europeias”, afirmam ainda os dois jornalistas do jornal “Expresso”.


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"Há um risco real de os cristãos do Médio Oriente desaparecerem" No Iraque e no Líbano, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre encontrou histórias de morte e sobrevivência. "Está em curso um genocídio" e no terreno não se sente que o mundo o esteja a impedir.

Ankawa, no Norte do Iraque, foi uma das áreas visitadas. Foto: AIS Por Ângela Roque

A visita começou pelos campos de refugiados no Líbano, mas os últimos dias foram passados em Ankawa, no Norte do Iraque. Com tudo o que já viu, ao fim de duas semanas de visita da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) ao Líbano e ao Iraque, Catarina Martins não hesita em falar num "genocídio" contra a comunidade cristã do Médio Oriente. A responsável em Portugal da organização dependente da Santa Sé diz, ao telefone com a Renascença a partir do Iraque, que "há um risco real de os cristãos do Médio Oriente desaparecerem". "Está em curso um genocídio e aqui não se sente que algo esteja a ser feito para impedir que este genocídio continue. Há alguma desilusão por verem como a comunidade internacional tem actuado. Tenho ouvido testemunhos que me deixam, e a todos os que estamos aqui da AIS, completamente esmagados", conta. Um dos episódios mais marcantes da visita da AIS aconteceu esta segunda-feira, durante a visita a um centro comercial inacabado que tem servido de abrigo a milhares de famílias cristãs. Era para ser um abrigo temporário, mas já lá vão sete meses. Catarina Martins voltou a sentir-se "esmagada". "Mesmo estando aqui, tenho dificuldade em perceber como é possível viver nestas condições", reconhece. "É um centro comercial muito grande, todo ele subdividido em pequenos espaços, muito, muito pequenos, e são centenas de famílias que vivem ali." "Há muitas crianças doentes e não sei sequer como é que se controlam ali as doenças. As condições de higiene são péssimas", diz. Faltam casas e escolas Catarina Martins elogia o trabalho que a Igreja está a fazer no terreno. "Estive

com as irmãs dominicanas que têm dado apoio a estas pessoas que vivem neste centro comercial. E vê-se o amor e o carinho que estas pessoas têm por estas irmãs e estes padres que estão aqui. Há outras ONG que também estão a ajudar, mas o trabalho principal e a quem agradecem primeiro é à Igreja, que lhes garante o pouco que têm, mas que é o suficiente para sobreviver." Cristãos refugiados em Erbil, a capital do Curdistão iraquiano. Foto: AIS Pelo levantamento já feito pela AIS, a prioridade em termos de ajudas vai continuar a ser canalizada para os bens essenciais. "Teremos de continuar a ajudar as pessoas com as necessidades básicas do dia-a-dia, com alimentação, vestuário, medicamentos, combustível, aquisição de geradores", diz. "Infelizmente, tanto aqui no Iraque como no Líbano, o desemprego é extremamente elevado e temos de ajudar estas pessoas a terem alguma dignidade na sua vida". No Iraque, duas das prioridades da Igreja são "tirar as pessoas dos contentores" ("há pessoas que estão a viver juntas, 24 sobre 24 horas, no mesmo espaço. As famílias são numerosas, vi desde seis ou sete pessoas até 12 a viverem no mesmo espaço"), alojando-as em casas, e construir mais escolas para garantir a formação das crianças. A AIS não afasta a hipótese de lançar uma campanha de solidariedade a favor dos cristãos do Médio Oriente. "As necessidades são muitas e a perspectiva de quem está no terreno é que as coisas não se vão resolver de hoje para amanhã", justifica.

Iémen. Ataque aéreo atinge campo de refugiados e faz 45 mortos O ministro dos Negócios Estrangeiros do Iémen atribui a responsabilidade deste ataque aos iranianos, que apoiam os rebeldes houthis. Pelo menos 45 pessoas morreram na sequência de um ataque aéreo a um campo de refugiados em Mazraq, no noroeste do Iémen, esta segunda-feira. “A Organização Internacional para as Migrações está a reportar 45 mortos entre as pessoas deslocadas, e 65 feridos”, avançou o porta-voz da organização por email, noticia a Agência France-Presse. O bombardeamento tinha como alvo uma instalação militar nas imediações do local. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Iémen atribui a responsabilidade deste ataque aos iranianos, que apoiam os houthis, um grupo rebelde xiita, oriunda sobretudo do Norte. Riyadh Yaseen disse aos jornalistas que o bombardeamento não teve origem na coligação árabe. Num outro ataque, desta vez das forças rebeldes, oito pessoas foram mortas, entre elas duas crianças, e


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dezena ficaram feridos, na sequência de ataques com "rockets" numa cidade na região do sul do Iémen. Os houthis lutam para derrubar o Presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, que fugiu para a Arábia Saudita, país que partilha 1.500 quilómetros de fronteira com o Iémen e que prometeu só interromper os bombardeamentos quando o chefe de Estado conseguir voltar em segurança. Iémen a caminho de ser uma nova Síria?

Economista: "Dramática queda nos preços do petróleo" pode fazer subir tensões em Angola Crise do petróleo levou a moeda angolana a sofrer uma forte desvalorização nos últimos meses, perdendo terreno face ao dólar, com implicações significativas ao nível da política orçamental e monetária. O chefe de departamento de mercadorias do Fundo Monetário Internacional considerou que a descida dos preços do petróleo pode "exacerbar as tensões sociais em Angola". "A dramática queda nos preços do petróleo está a obrigar alguns países exportadores de petróleo com um limitado espaço orçamental a consolidarem [o Orçamento], o que pode exacerbar as tensões sociais", disse o economista Rabah Arezki em declarações à estação de televisão norte-americana NBC. De acordo com este órgão de comunicação social, "os tumultos económicos e sociais em países como a Venezuela e a Rússia - principalmente por causa da queda dos preços do petróleo - desviaram as atenções de Angola, um país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo que é o segundo maior produtor de África". O artigo da CNBC com o título “Angola junta-se à Venezuela entre os maiores perdedores com a queda do petróleo”, diz que a situação económica angolana "não é tão má como na Venezuela, mas ainda assim é bastante má". Para sustentar a afirmação, os autores exemplificam com a queda de 12% nas exportações, no ano passado, para 24 mil milhões dólares, levando Rabah Arezki e notar que o país enfrenta os mesmos problemas de outros países fortemente dependentes da exportação de uma matéria-prima para equilibrarem os orçamentos e garantirem o financiamento para os programas sociais e para os investimentos públicos. Tal como na Venezuela, a crise do petróleo levou a moeda angolana a sofrer uma forte desvalorização nos últimos meses, perdendo terreno face ao dólar, com implicações significativas ao nível da política

orçamental e monetária. Angola, assim como outros países dependentes do petróleo, vão notar que pagar as dívidas vai ser mais caro, dado que as receitas fiscais do petróleo diminuem e a depreciação das suas moedas tornam a dívida, geralmente em dólares, mais onerosa, lembrava a Brookings Institution num relatório recente. Angola colocou cerca de 750 milhões de euros em dívida pública durante o mês de Março, no mercado primário, segundo dados do banco central angolano compilados pela agência Lusa.

Autoridades dizem que co-piloto foi tratado por tendências suicidas Justiça alemã não especula sobre razões para o acto de Andreas Lubitz e garante que, em visitas recentes aos médicos, o co-piloto não representava perigo.

O co-piloto do voo da Germanwings que se despenhou nos Alpes franceses foi tratado no passado por ter tendências suicidas, confirma o gabinete do procurador de Düsseldorf que investiga o caso. Suspeita-se que Andreas Lubitz lançou deliberadamente o avião contra as montanhas dos Alpes franceses, matando 149 pessoas. Um comunicado, divulgado esta segunda-feira, especificou que Lubitz esteve em tratamento antes de obter a licença de piloto, mas desde que esta foi emitida não há documentação sobre esse tratamento. "Vários anos antes de obter a sua licença de piloto, o co-piloto esteve num longo tratamento psicoterapêutico revelando tendências suicidas notórias", refere o texto. A nota indica que desde então, o co-piloto não voltou a mostrar quaisquer sinais de comportamentos suicidas, nem manifestou agressividade em relação aos outros quando tinha consultas médicas. O site da BBC avança que a comissão especial criada para investigar a tragédia dos Alpes já recolheu amostras que permitiram identificar mais de 80 vítimas. Os investigadores procuram agora a segunda "caixa negra" que contém os dados técnicos do voo.


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A investigação ao acidente em França, ocorrido a 24 de Março, concluiu que o piloto do voo da Germanwings ausentou-se do "cockpit" e foi impedido de voltar a entrar pelo co-piloto, que bloqueou a porta. Nessa altura, Andreas Lubitz, de 28 anos, accionou "deliberadamente" o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho. O A320, que fazia a ligação entre Barcelona e Düsseldorf, acabou por embater nos Alpes. As 150 pessoas, de 15 nacionalidades, que seguiam a bordo morreram. TELEVISÃO

Jon Stewart já tem substituto no "Daily Show" Novo apresentador do telejornal satírico é "perversamente engraçado" e tem um "enorme talento", refere o canal Comedy Central.

Trevor Noah é o senhor que se segue. Foto: EPA

O comediante Trevor Noah vai substituir o apresentador Jon Stewart no programa de televisão "The Daily Show", anunciou o canal norte-americano Comedy Central. “Perversamente engraçado”, Trevor Noah tem um “talento enorme” e é uma “voz fresca”. É desta forma que a direcção da estação justifica a escolha. Nascido na África do Sul, há 31 anos, o humorista cresceu no bairro do Soweto, nos arredores Joanesburgo, um dos bastiões da luta contra o regime do apartheid. Trevor Noah conta no seu currículo com algumas aparições no "The Daily Show", mas é uma cara relativamente desconhecida na televisão norteamericana. Tem a responsabilidade de substituir Jon Stewart na apresentação do noticiário satírico que atrai milhões de espectadores todas as noites, nos Estados Unidos e um pouco por todo o mundo. Jon Stewart, de 52 anos, anunciou no mês passado que vai abandonar o "The Daily Show", programa que apresentava desde 1999.

A data da estreia de Trevor Noah será anunciada em breve, de acordo com o canal Comedy Central.

"Sobre Orpheu e o Sensacionismo". Textos de Pessoa publicados na próxima semana O Sensacionismo promovido por Fernando Pessoa "caracteriza-se por uma atitude cosmopolita de grande abertura - ao novo, ao antigo, ao nativo, ao estrangeiro - e por um contínuo esforço de renovação, por uma vontade de levar tudo mais longe".

Uma antologia de textos teóricos e críticos de Fernando Pessoa vai ser publicada na próxima segunda-feira. "Sobre Orpheu e o Sensacionismo" resulta do trabalho dos investigadores Fernando Cabral Martins e Richard Zenith, anunciou a editora Assírio & Alvim. Na introdução, Cabral Martins e Richard Zenith afirmam que os escritores Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, com a revista Orpheu, editada pela primeira vez há 100 anos, "procuravam surpreender, agitar mentalidades". Para a dupla, "Pessoa e SáCarneiro eram os verdadeiros dirigentes da revista". No caso do poeta da "Mensagem", que assinou alguns artigos em nome próprio e também com o heterónimo Álvaro de Campos, a revista "estava intimamente ligada ao Sensacionismo". "Fernando Pessoa e Sá-Carneiro procuravam surpreender, agitar as mentalidades, questionar os valores estéticos consagrados e escandalizar o bom senso, e não há dúvida que Orpheu representou um momento de ruptura e viragem na história da literatura e cultura portuguesas", afirmam os investigadores da obra de Pessoa. Segundo os editores, "a revista e o impulso que ela consubstanciou, todavia, tinham significados distintos para os vários participantes" e, no caso de Pessoa, era o "Sensacionismo". "Pessoa - escrevem - associa estreitamente o Sensacionismo a Álvaro de Campos (cujo lema é


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`Sentir tudo de todas as maneiras`)" e "concebe o Sensacionismo como uma vasta corrente, uma `Grande Síntese` de movimentos anteriores e contemporâneos, e vê, ou acaba por ver, Orpheu como o seu veículo privilegiado". O poeta, no segundo semestre de 1916, "terá gizado um plano em que designa Orpheu como o `Órgão do Movimento Sensacionista` e, na mesma altura, redigiu um prefácio para uma antologia, em inglês, dedicada aos sensacionistas portugueses - todos `órficos`". Nesse texto, segundo os editores, figuram os nomes de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Álvaro de Campos e José de Almada Negreiros, mas também do brasileiro Luís de Montalvor, "cuja poesia, embora predominantemente simbolista, denota alguns `elementos sensacionistas`". O Sensacionismo promovido por Pessoa, segundo os autores, "caracteriza-se por uma atitude cosmopolita de grande abertura - ao novo, ao antigo, ao nativo, ao estrangeiro - e por um contínuo esforço de renovação, por uma vontade de levar tudo mais longe". "`Além Deus` é o eloquente título do conjunto de poemas que [Pessoa] destinou a Orpheu 3", que não chegou a ser publicada, mas as obras que publicou nos dois números da revista "constituem uma ilustração e súmula perfeitas do movimento nas suas várias vertentes". Em comunicado, a Assírio & Alvim afirma que esta antologia de textos "põe em relevo os princípios do Sensacionismo e os seus nexos com Orpheu, no cerne da sua obra e da sua relação com o Modernismo português". Fernando Pessoa salientou, quando da publicação da revista: "Orpheu, cujo primeiro número apareceu agora, traz consigo o extraordinário interesse de fixar definitivamente uma corrente literária que de há pouco se vem esboçando em Portugal, mas cujos elementos não tinham ainda, que nos conste, conjugado os seus esforços de modo a pôr em violenta evidência o comum sentido da vida que atravessa aquelas tão divergentes e originais individualidades". O denominado movimento Sensacionista surgiu em Portugal na década de 1910. Este ano, em Portugal e no Brasil, várias iniciativas celebram os 100 anos da revista Orpheu à qual estiveram ligados vários nomes da intelectualidade portuguesa e brasileira. Além de Pessoa e Sá-Carneiro, pode-se citar, entre outros, Alfredo Guisado, António Ferro, Luís de Montalvor, Ângelo de Lima, Santa-Rita Pintor, Amadeo de Souza-Cardozo, Armando CôrtesRodrigues e Ronald de Carvalho.

Jovem de 15 anos ganha prémio com foto de cantores alentejanos “Na foto, os cantantes estão num ‘à vontade’ que eu achei muito interessante”, descreve a vencedora juvenil. A imagem vai ser exposta em Londres e integrar um livro a publicar com as melhores imagens da edição de 2015 dos Prémios Mundiais de Fotografia Sony.

Esta foi a fptografia que Beatriz Costa mais gostou e com a qual ganhou o prémio. Foto: Lusa

Uma imagem de um grupo de cantares alentejanos no Teatro Garcia de Resende, em Évora, valeu a uma portuguesa de 15 anos um prémio de fotografia internacional. “Chorei, ri-me e por momentos não acreditei. Creio que ainda não tenho a noção do que ganhei. Os meus pais fizeram uma festa maior que eu, apesar de eu estar igualmente ou mais feliz", conta Beatriz Rocha. A jovem, que frequenta o 9º ano, venceu a categoria Cultura na secção juvenil (até 19 anos) dos Prémios Mundiais de Fotografia Sony, considerada a maior competição do género a nível internacional. Chegou à lista de oito finalistas depois de uma selecção entre 6.600 candidaturas de todo o mundo, feita por um júri de profissionais. Também finalista nesta edição do prémio está o português Eduardo Leal, na secção para profissionais e na categoria Campanhas. As secções em competição dividem-se em profissionais e juvenis e, por sua vez, em 13 categorias temáticas, que vão desde a paisagem, a arquitectura, a actualidade, conceptual, artes, retratos e viagens, entre outras. A imagem vencedora de Beatriz Rocha foi captada no ano passado, quando acompanhou o pai, fotógrafo profissional, ao Teatro Garcia de Resende, para uma sessão de fotografia com o grupo “Cantares de Évora”. A jovem disse ter experimentado várias perspectivas, mas gostou especialmente da que acabou por lhe dar o prémio: “Na foto, os cantantes estão num ‘à vontade’ que eu achei muito interessante”.


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O prémio que Beatriz Costa vai receber é uma máquina fotográfica de topo e um “smartphone” da Sony, bem como a entrada para o prémio de Jovem Fotógrafo do Ano. A imagem da jovem eborense vai ser exposta em Londres, entre 24 de Abril a 10 de Maio, e num livro a publicar com as melhores imagens da edição de 2015 dos Prémios Mundiais de Fotografia Sony.

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Mercado a Sul, Champions a Norte

RIBEIRO CRISTÓVÃO

Momento especial Passadas as emoções do jogo com a Sérvia e desfeitas algumas dúvidas que persistiam, com claro benefício para a selecção portuguesa, está à vista um outro acontecimento de características bem diferentes e com objectivos muito direccionados.

Por Ribeiro Cristóvão

Hoje, pela primeira vez na história do futebol dos dois países, Portugal e Cabo Verde defrontam-se em jogo de amizade, marcado para o estádio António Coimbra da Mota. À primeira vista, não se trata de um acontecimento desportivo sobre o qual se venham a debruçar as grandes agências internacionais, mas não deixa de ter para nós um significado muito especial. Cabo Verde é, hoje, mais do que um país amigo ou simplesmente o resultado de uma ligação de que emanou uma ex-colónia portuguesa. Trata-se de uma entidade com a qual coabitamos sentimentos de grande fraternidade e mantemos laços de indiscutível afectividade. Por isso, este será apenas um momento de podermos todos expressar esses sentimentos através de um desafio de futebol. E nada mais do que isso. Nem sequer vale a pena evocar aqui o que aconteceu em circunstâncias que se pretendiam semelhantes quando, há alguns anos, Portugal e Angola se defrontaram, pela primeira vez, no estádio José Alvalade, transformando aquilo que deveria ter sido um espectáculo festivo e bonito num autêntico campo de batalha. Logo à noite estaremos perante um momento muito especial que a história das duas federações vai registar com incontida alegria. E para repetir. Sempre com o mesmo entusiasmo e igual sentimento fraterno.

Julen Lopetegui está em destaque na primeira página de O Jogo, com a declaração "A Champions não é desculpa para nada". O treinador do FC Porto "assume que o campeonato é a prioridade" da equipa. Na edição Sul do jornal nortenho surge uma "declaração de amor" de Fábio Coentrão. "O Benfica é a minha casa", diz o jogador que tem jogado pouco no Real Madrid. No diário A Bola, lê-se "Jefferson abre porta a Marçal". O brasileiro do Sporting deve sair e o do Nacional é alvo dos leões. "Cuenca é alvo" é o título maior do Record. O jornal da Cofina diz que "extremo do Depor termina contrato em Junho e pode chegar à Luz a custo zero".


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SELECÇÃO NACIONAL

Hora de pensar no futuro Jogo de carácter particular da Selecção Nacional frente a Cabo Verde, com finalidade solidária, arranca às 20h45 no Estoril. Jogo com informações na Renascença e acompanhamento em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.

Seleccionador: Fernando Santos. Cabo Verde Seleccionador: Rui Águas. SUB-21

Rui Jorge não prepara surpresas para o Europeu Seleccionador nacional da categoria projecta último teste de preparação antes do Euro 2015, diante da anfitriã República Checa.

Fernando Santos prepara-se para onze inédito na Selecção

A Selecção Nacional defronta a congénere de Cabo Verde, esta terça-feira, num encontro de carácter particular com finalidade solidária. As receitas de bilheteira do jogo, que terá lugar no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, reverterão para as famílias afectadas pela actividade do vulcão da Ilha do Fogo. A lotação do recinto está praticamente esgotada, prevendo-se cerca de oito mil espectadores nas bancadas e um encaixe financeiro considerável. Esta será, por outro lado, uma oportunidade interessante para Fernando Santos poder testar jogadores menos utilizados no figurino da equipa das quinas e de proporcionar, até, a primeira internacionalização a alguns atletas chamados pela primeira vez ao conjunto "AA" de Portugal. Anthony Lopes, Paulo Oliveira, André Pinto, Ukra e Bernardo Silva estão na calha para uma estreia absoluta na Selecção e para o registo da importante primeira internacionalização "AA" da carreira. Do lado cabo-verdiano, selecção comandada por Rui Àguas, haverá certamente atletas que actuam na Primeira Liga que deverão merecer a aposta do treinador português. O Portugal-Cabo Verde arranca às 20h45 de terça-feira, no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, com arbitragem do romeno Ovidiu Hategan. Jogo com informações na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. Particular FIFA Estádio António Coimbra da Mota, Estoril Árbitro: Ovidiu Hategan (Roménia) Equipas prováveis Portugal Anthony Lopes; Cédric Soares, Paulo Oliveira, André Pinto e Antunes; André Gomes, Adrien Silva e João Mário; Ukra, Hugo Almeida e Bernardo Silva.

Rui Jorge admite não proceder a alterações substanciais à presente lista de convocados da Selecção Nacional de Sub-21, tendo em vista as escolas finais para o Euro 2015 da categoria. O seleccionador nacional de "esperanças" projectou esta segunda-feira o último teste de preparação para o campeonato da Europa, precisamente diante da anfitriã da prova, a República Checa. "Há sempre arestas por limar, mas o grupo final de convocados para o Europeu não andará longe daquele que habitualmente é convocado", afirmou Rui Jorge, em conferência de imprensa. Confrontado com a ausência de 10 atletas habitualmente convocados para este escalão, em virtude da sua promoção aos "AA", Rui Jorge encarou a realidade com naturalidade. "São 10 jogadores que habitualmente fazem parte do grupo. É natural que não estejamos na máxima força e isso é fruto do bom trabalho que eles estão a fazer", salientou. Em relação ao adversário de amanhã [18h00 de Portugal Continental]: "Será sempre uma boa experiência contra uma boa equipa, que é extremamente agressiva - no bom sentido da palavra. É uma equipa que tem qualidade e que nos causará dificuldades. Temos de ser rápidos na movimentação da bola, porque será mais fácil não a ter durante muito tempo, para que os checos não exerçam muita pressão". A fase final do Europeu disputa-se, na República Checa, entre 17 e 30 de Junho. Portugal ficou integrado no Grupo B com a Inglaterra, a Itália e a Sérvia.


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PRIMEIRA LIGA

Jornada 28. Jogos de Benfica e FC Porto sobrepostos Dois primeiros do campeonato jogam com intervalo de uma hora, no sábado (11 de Abril). Sporting vai a jogo no domingo.

A Liga de Clubes anunciou, esta segunda-feira, as alterações às datas e horários da 28ª jornada da Primeira Liga, que se estende de 10 a 13 de Abril. Benfica e FC Porto, os dois primeiros da classificação, jogam no mesmo dia e com os respectivos jogos sobrepostos. Os encarnados, líderes da tabela, recebem a Académica, a partir das 17h00. Uma hora mais tarde, aquando do arranque da segunda parte na Luz, o FC Porto estará a iniciar a sua partida em Vila do Conde, diante do Rio Ave. Já o Sporting desloca-se a Setúbal, para defrontar o Vitória, no domingo. O pontapé de saída do encontro do Bonfim está marcado para as 19h15. Primeira LigaJornada 28 Sexta-feira, 10 de Abril de 201520h30AroucaBelenensesSábado, 11 de Abril de 201516h00BoavistaMarítimo17h00Benfica-Académica18h00Rio Ave-FC Porto20h15Moreirense-Vitória de GuimarãesDomingo, 12 de Abril de 201516h00Nacional-Gil Vicente17h00Sporting de Braga-Penafiel19h15Vitória de Setúbal-SportingSegunda-feira, 13 de Abril de 201520h00Estoril-Paços de Ferreira

JOSÉ PEREIRA

"Os treinadores estão descontentes" Novo modelo de formação de treinadores não agrada à classe que hoje reuniu em assembleia-geral, no Porto.

Em assembleia-geral da Associação Nacional de Treinadores (ANTF), os técnicos debateram, esta segunda-feira, o tema que está a criar uma onda de descontentamento crescente na classe. "Os treinadores estão descontentes com o actual modelo de formação. Há um sentimento generalizado para a dificuldade que o novo sistema trouxe para a classe e que não se coaduna com a experiência e a eficácia dos cursos na modalidade futebol", explica José Pereira, presidente da associação, em declarações a Bola Branca. José Pereira garante que os treinadores não querem desprezar a importância da formação mas não aceitam o actual modelo. "Estávamos em consonância com a UEFA e esta lei 40 de 2012 da Secretaria de Estado do Desporto veio complicar a formação dos agentes desportivos", lamenta. A ANTF já estabeleceu contactos com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) para reavaliar a implementação do novo modelo de formação de treinadores. José Pereira garante que os treinadores "não estão a fugir à formação. Foram os treinadores que criaram os quatro níveis. Neste momento, os nossos treinadores são os mais considerados a nível mundial e são requisitados em todo o mundo", lembra. Na reunião magna da ANTF, foi ainda aprovado por unanimidade o Relatório de Actividade e Contas do último exercício.


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JULEN LOPETEGUI

"Há erros tremendamente desproporcionados dos árbitros" Entrevista do treinador do FC Porto ao Porto Canal. "Reconheço que arbitrar é difícil, mas também lhes exijo competência, porque será ela a preservar a justiça da competição", afirma o técnico basco.

O treinador do FC Porto, Julen Lopetegui, exorta os árbitros portugueses a não se tornarem nos protagonistas do campeonato. Em entrevista, esta segunda-feira, ao Porto Canal, o treinador basco voltou a insistir no seu ponto de vista sobre as prestações de algumas equipas de arbitragem em desafios dos dragões e do Benfica. "Os árbitros não vão ganhar ou perder campeonatos, e não o devem fazer, porque isso têm de fazer as equipas. O trabalho dos árbitros é equilibrar as coisas. Mas, naturalmente, vão acontecer erros, como os cometem treinadores e jogadores. Num campeonato, os erros devem equilibrar-se, por lógica. Só respondi a perguntas sobre erros que estavam tremendamente desproporcionados. Não de forma voluntária, mas estavam. E só respondi a perguntas que são factos, nada mais", afirmou Lopetegui. Lopetegui reconhece que "arbitrar é difícil" e sublinha que não acredita que os erros dos árbitros sejam premeditados. "Reconheço que arbitrar é difícil, mas também lhes exijo competência, porque será ela a preservar a justiça da competição. No final, não podem ser os árbitros a decidir o campeonato. As equipas têm de vencê-lo ou perdê-lo pelo que fizeram dentro das quatro linhas. Os árbitros têm um caminho a percorrer. Quando mais competência houver, melhor será repartida, seguramente, essa justiça que todos pedem, até a própria competição. Falei de arbitragens quando questionado sobre elas, mas, se acreditasse que os erros eram premeditados, ia embora já amanhã", disse o treinador portista.

Sporting de Braga condenado a pagar 1,2 milhões de euros a trabalhadores Em causa está o encerramento da sala de bingo do clube, em 2008. O Tribunal do Trabalho deu razão aos dez funcionários então despedidos. Os trabalhadores recebem a indemnização e são ainda reintegrados nos quadros do clube.

Foto: Raul Santos/RR

O Tribunal do Trabalho de Braga condenou o Sporting de Braga, esta segunda-feira, ao pagamento de uma indemnização de cerca de 1,2 milhões de euros a 10 exfuncionários do clube, que haviam sido despedidos em Agosto de 2008, obrigando ainda o emblema minhoto a reintegrar esses mesmos empregados nos seus quadros. "Os trabalhadores vão apresentar-se ao serviço no próximo dia 1 de Abril, pelas 9h00 horas, na sede do clube, no estádio do futebol", pode ler-se na nota divulgada pelo referido tribunal. Os 10 funcionários foram despedidos a 31 de Agosto de 2008, na sequência do encerramento da sala de bingo do Sporting de Braga. O clube, presidido por António Salvador, procedeu ao despedimento colectivo de 17 trabalhadores, sendo que sete chegaram a acordo para a saída. Os restantes 10 moveram um processo cível contra os arsenalistas, vendo agora correspondidas as suas intenções.


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Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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