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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Segunda-feira, 23-03-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

REPORTAGEM MULTIMÉDIA

Eles não querem ficar soterrados nas ruínas do BES Empresário Henrique Neto pode ser o primeiro candidato a Belém Cartão vermelho a Hollande. França vira à direita

Podemos consegue 15 lugares na Andaluzia

PSD não se opõe a Cofres cheios? Não De quem são estes que caso de “lista há êxito, responde jornais, rádios e VIP” chegue ao televisões? Ministério Público Carvalho da Silva CONVERSAS CRUZADAS

EM NOME DA LEI

Crime de enriquecimento ilícito deverá ser aprovado até final da legislatura

CR7 marca mas perde clássico espanhol

LUÍS ANTÓNIO SANTOS

Aluno de Matosinhos é "penta" em Matemática


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REPORTAGEM MULTIMÉDIA

Eles não querem ficar soterrados nas ruínas do BES Por Matilde Torres Pereira (texto) e Teresa Abecasis (vídeo e fotos)

Dizem ter sido enganados quando subscreveram papel comercial do GES. Têm poupanças de uma vida congeladas. Esperam para ver o que vai o governador do Banco de Portugal dizer, terça-feira. no Parlamento. Terá Carlos Costa uma solução para o calvário que vivem? Albano viu o seu gestor de conta no BES a subscrever papel comercial em seu nome - sem o seu consentimento. Ao pai de Marta e a António prometeram um produto sem risco, muito mais interessante do que o depósito a prazo. Eles estão entre os 2.500 clientes do BES que investiram em papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) e têm as suas poupanças congeladas. Dizem-se enganados - pelos gestores de conta, pelo banco em quem confiaram - e ignorados - pelas autoridades. Mas a Renascença também ouviu o relato de um gestor, que não quis ser identificado, que se sentiu "manipulado" pelas chefias, nesta matéria. E há relatos de responsáveis por agências bancárias que dão conta de incentivos aos gestores para venderem papel comercial do GES. Fala-se em visitas domiciliárias aos clientes, da abertura de garrafas de champanhe para brindar à subscrição. Veja a reportagem no site da Renascença.

Empresário Henrique Neto pode ser o primeiro candidato a Belém De acordo com a imprensa desta segundafeira, os convites para a apresentação já estão a ser enviados, sem referência ao nome de Neto. Aludem a “um cidadão que se destacou pela sua competência" e promoveu o país.

Henrique Neto corre para Belém. Foto: DR

O empresário Henrique Neto, militante socialista muito crítico de José Sócrates, deverá anunciar a sua candidatura formal à Presidência da República na quarta-feira, em Lisboa. A informação é avançada pelos jornais "Diário de Notícias" e "i". Os convites para a apresentação já estão a ser enviados, mas não referem o nome de Henrique Neto - revelam apenas que se trata de “um cidadão que se destacou pela sua competência, tendo levado o nome de Portugal a níveis de referência mundiais”. O empresário da área dos moldes, de 78 anos, dará rosto a uma candidatura independente que, de acordo com os dois jornais, estará a ser preparada há um ano, contando já com o apoio de um grupo de pessoas que têm vindo a definir como deverá ser o futuro Presidente da República. O convite para a cerimónia refere ainda que a “Presidência não está condenada a ser uma mera extensão da representação partidária”. O lema da candidatura de Henrique Neto deverá ser “Por uma nova República”.


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Semana começa fresca e com vento Estão 14 distritos, e a Madeira, sob aviso amarelo devido à previsão de vento forte e agitação marítima. O sol deve voltar a brilhar a meio da semana. A previsão do tempo para esta segunda-feira aponta para períodos de céu muito nublado, aguaceiros e condições favoráveis à ocorrência de trovoada, em especial a partir do meio da manhã e nas regiões do interior Norte e Centro. Devido ao vento forte, estão sob aviso amarelo do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) 14 distritos do continente: Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro. A previsão de agitação marítima levou o IPMA a colocar um aviso da mesma cor nos mesmos distritos (à excepção de Vila Real, Viseu, Guarda e Castelo Branco) e no arquipélago da Madeira. As ondas devem os quatro ou cinco metros. No que toca a temperaturas, Lisboa tem prevista uma mínima de nove graus e uma máxima de 15, o Porto uma mínima de sete e uma máxima de 15, Vila Real vai andar entre os dois e os 11 graus, Bragança entre zero e os nove, Viseu entre os três e os 10, Castelo Branco entre os seis e os 16, Évora entre os cinco e os 17, Beja entre os oito e os 17, Faro entre os 10 e os 18 e o Funchal entre os 13 e os 18. Na terça-feira, de acordo com o site do IPMA, as temperaturas máximas devem subir um pouco e, na quarta-feira, as nuvens devem dar lugar ao sol, mas com o mercúrio do termómetro a descer.

Cartão vermelho a Hollande. França vira à direita “O resultado desta noite é a melhor resposta que os eleitores poderiam ter dado ao sistema”, afirmou Marine Le Pen, da Frente Nacional.

Partido de Marine Le Pen ficou em segundo na primeira volta das regionais francesas. Foto: Yoan Valat/EPA

A coligação liderada pela UMP, do antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy, venceu a primeira volta das eleições regionais com 30%. A Frente Nacional, liderada por Marine Le Pen, alcançou a segunda posição. O Partido Socialista do Presidente François Hollande foi, assim, relegado para terceira força política. No sábado à noite, Sarkozy apontou baterias ao actual executivo e apelou ao voto na segunda volta. “Se os compatriotas se desviaram massivamente da esquerda é porque entendem que, depois de três anos, não param de lhes mentir sobre o desemprego, os impostos, a segurança nacional e tantos outros assuntos. No próximo domingo, votem pela direita republicana e pelo centro. É a única maneira de preparar a alternância”, defendeu. Marine Le Pen pediu a demissão do primeiro-ministro Manuel Valls e classificou a campanha desenvolvida pelos socialistas de “obscena” e “violenta”. “Este voto em massa nos candidatos patriotas constitui uma resposta ao primeiro-ministro, que conduziu uma campanha contra o povo, uma campanha obscena e violenta, estigmatizando milhões de eleitores franceses. Esta incitação ao ódio foi seguida por alguns órgãos de comunicação social sem qualquer imparcialidade”, criticou a líder da Frente Nacional. “Não podemos fazer de conta que não se passou nada nesta campanha, em que os ataques à Frente Nacional foram escandalosos e o resultado desta noite é a melhor resposta que os eleitores poderiam ter dado ao sistema”, concluiu. A França vai à segunda volta das regionais no próximo domingo, dia 29.


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Podemos consegue 15 lugares na Andaluzia Eleições autonómicas deram a vitória aos socialistas. O partido Podemos é agora a terceira força política na região.

LUÍS ANTÓNIO SANTOS

De quem são estes jornais, rádios e televisões? Quando nos aproximamos, a passos largos, de um momento de previsível agitação política - por causa das sucessivas eleições que estão à porta - seria bom saber o mais possível sobre quem é dono dos média que nos informam, sobre os seus interesses e sobre as suas intenções.

Teresa Rodriguez era a cara do Podemos na Andaluzia. Foto: Rafa Alcaide/EPA

É mais um sério aviso ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. As eleições autonómicas na Andaluzia deram vitória ao PSOE e colocaram o partido Podemos na terceira posição. Criado no ano passado e sendo já partido espanhol mais seguido nas redes sociais, o Podemos conseguiu 15 lugares no seu primeiro teste eleitoral. O movimento Ciudadanos chegou aos nove deputados. Quanto aos socialistas, e quando os votos estão quase todos contados, a candidata Susana Diaz conseguiu 47 lugares no parlamento regional, mas não a maioria absoluta. O maior derrotado é o Partido Popular, de Mariano Rajoy, que passa dos 50 para os 33 lugares no parlamento da Andaluzia.

Pronunciando-se, há dias, perante a comissão parlamentar para a Ética, Cidadania e Comunicação, sobre a questão da propriedade dos média, Manuel Pinto (com quem divido quinzenalmente este espaço) disse que faz falta não apenas disponibilizar dados concretos e atuais mas também algum tratamento prévio e formas simples de com eles interagir. Disse ainda que importa que a discussão em torno da transparência da propriedade não seja determinada pelos interesses do regulador, mas antes pelos interesses dos cidadãos. Vivemos, nos últimos tempos, inundados por um intenso debate em torno da preocupação com estranhas movimentações de capitais tendo Portugal como ponto de chegada, partida, ou passagem. É parece-me - muito positivo que isso aconteça mas, anoto, com estranheza, que não se tenha aberto espaço a uma discussão (pelo menos) tão intenso sobre as recentes mudanças substanciais na estrutura accionista de alguns dos maiores grupos de média do país. Esse quase silêncio coincidiu, no tempo, com um apagão geral da entidade reguladora, a ERC. Poder-se-á argumentar que, em momento de crise, todo o dinheiro que tenha entrado no sector foi importante. É um argumento válido... se pensarmos nos média como quem pensa (sem desprimor) em fábricas de sabão. A necessidade de transparência acrescida de que fala Manuel Pinto - em que estão disponíveis não apenas dados telegráficos sobre os accionistas mas, por exemplo, também indicações claras sobre quem são e sobre os eventuais cruzamentos de interesses que possam ter no sector (em Portugal ou noutros países) -


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ajudaria a cimentar a responsabilidade social das empresas e ajudaria os cidadãos a interpretar melhor algumas opções editoriais. Quando nos aproximamos, a passos largos, de um momento de previsível agitação política - por causa das sucessivas eleições que estão à porta - seria bom saber o mais possível sobre quem é dono dos média que nos informam, sobre os seus interesses e sobre as suas intenções. Ler jornais, ouvir rádio e ver TV deviam ser momentos de capacitação democrática dos cidadãos e nos últimos anos isso tornou-se um pouco mais difícil.

PSD não se opõe a que caso de “lista VIP” chegue ao Ministério Público No entanto, Marco António Costa deixa aviso de que isso terá consequências.

Solicitámos mesmo que fosse aberto um inquérito a esta situação na Inspecção Geral das Finanças, o que ocorreu, e está a decorrer esse inquérito", afirmou. Marco António Costa, que falava na Ribeira Grande, à margem do congresso do PSD/Açores, considerou ainda que está esclarecido que o Governo não teve envolvimento no caso dos contribuintes VIP. Para Marco António Costa, "ficou completamente esclarecido" nas audições realizadas na Assembleia da República "que não houve nenhum envolvimento do Governo em toda a suposta preparação" de um filtro informático para controlar os acessos indevidos aos processos fiscais de um conjunto de personalidades que constituiriam uma espécie de lista VIP de contribuintes. Além de estar "completamente alheado" desta questão, o executivo "actuou de consciência tranquila, pedindo a intervenção da Inspecção Geral das Finanças, para que se esclarecesse em toda a sua plenitude este tema", acrescentou, considerando não fazer sentido o pedido de demissão do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio. O líder do PS, António Costa, afirmou este sábado que o partido vai remeter para o Ministério Público o caso dos alegados contribuintes VIP, por considerar que "há fortes indícios de práticas criminais". "O PS já pediu uma certidão das declarações que ontem [sexta-feira] foram prestadas [na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública], de forma a serem remetidas ao MP para a competente investigação, já que há fortes indícios de práticas criminais relativamente a esta matéria", referiu. MARCELO REBELO DE SOUSA

O porta-voz do PSD, Marco António Costa, garante que o partido não se opõe ao envio para o Ministério Público do caso dos contribuintes VIP, mas alertou para as consequências desta iniciativa do PS. "A partir daqui, também todos os funcionários que fizeram acessos indevidos a fichas de alguns cidadãos, sejam eles quem forem, também de alguma forma serão visados pelo Ministério Público, seguramente, por violação do sigilo fiscal", afirmou, considerando que "isso torna esta situação mais complexa", uma vez que muitas dessas pessoas o fizeram por "curiosidade" e "ingenuidade". O dirigente do PSD disse que os social-democratas estão "certos" de que o Ministério Público fará "uma avaliação global de todo o processo" e que agora é preciso aguardar "serenamente" o resultado do inquérito da Inspecção Geral das Finanças e as conclusões da Justiça. Marco António Costa sublinhou que, no entanto, o PSD não se opõe à iniciativa do PS de enviar para o Ministério Público as actas das audições realizadas na Assembleia da República na sexta-feira a responsáveis da Autoridade Tributária. "Da nossa parte, da parte do PSD, não foi levantado nenhum obstáculo, pelo contrário, sempre pugnámos pelo esclarecimento cabal de toda a situação.

“Autoridade política de Paulo Núncio vale zero” Comentador considera que, se não sabia da lista, o secretário de Estado “devia saber”.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais “vale zero em termos de autoridade política” depois do caso da “lista VIP”. Paulo Núncio não pode vir dizer que não sabia de nada. “Devia saber”. No habitual espaço na TVI, Marcelo deixou críticas à actuação do Governo. Já devia ter explicado o que se


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passou. O comentador acrescenta que, pelos vistos, “há razões para desconfiar da máquina da administração fiscal”. Pelos vistos, “alguém em auto-gestão” criou um sistema de alerta à margem da lei. Para o antigo líder do PSD, “é muito grave que haja quem na máquina fiscal actue ilegalmente no acesso a informação fiscal” e também “é grave que o Governo não tenha percebido que isto é grave”. CONVERSAS CRUZADAS

Cofres cheios? Não há êxito, responde Carvalho da Silva País tem "cofres cheios", garantiu a ministra das Finanças. "Persiste teimosia da austeridade" é a contra-análise de Carvalho da Silva. Já Daniel Bessa enquadra a frase no "bom momento no financiamento do Estado". Por José Bastos

"Cofres cheios" vs "bolsos vazios"? Na semana em que a ministra das Finanças certificou que Portugal tem "cofres cheios para honrar compromissos", na resposta, o líder do PS chamou a atenção para a pobreza. "Os portugueses infelizmente estão com os bolsos vazios", disse António Costa, para quem "o governo não compreende que o centro da actividade política são as pessoas". Mas não deve ser a confortável almofada financeira de 15 mil milhões um elemento positivo a valorizar na análise política? "Entendi a afirmação da ministra como a consequência de atravessarmos um bom momento. O país tem boas condições de financiamento", afirma o ex-ministro da Economia Daniel Bessa, no Conversas Cruzadas da Renascença. "A tesouraria cheia, cheia não deverá estar. Não há nenhuma tesouraria que esteja cheia em absoluto", indica Daniel Bessa. "Mas funciona como um factor de estabilidade. Não estou a falar dos desempregados. Não estou a falar dos pobres. Não estou a falar das verdadeiras desgraças", matiza. "Estou a falar da tesouraria do Estado que atravessa um bom momento. Estou a falar da tesouraria do Estado onde há.... dinheiro". Para Daniel Bessa, "isto tem de ser entendido com alguma leveza e vale o que vale, mas não é um disparate". "Temos cofres cheios para poder dizer que se alguma coisa acontecer à nossa volta que perturbe o funcionamento do mercado, nós podemos estar tranquilamente, durante um período prolongado, sem precisar de ir ao mercado", garantiu Maria Luís Albuquerque. Almofada de 15 mil milhões de euros Quando a ministra usava a expressão "cofres cheios" referia-se a uma almofada que ronda aos 15 mil

milhões de euros avançou, no fim-de-semana, o "Expresso", apoiando-se em números da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). O número resulta da soma da almofada existente no final de 2014 (12,4 mil milhões de euros) com as emissões de obrigações do tesouro feitas este ano (8,7 mil milhões de euros) e as subscrições líquidas de certificados. Da cifra está já descontado o valor do reembolso ao FMI de parte (22%) do empréstimo (6,6 mil milhões). O que há então de censurável na afirmação da ministra? A forma? A substância? Manuel Carvalho da Silva sustenta que a frase se enquadra na linha de uma declaração de Luís Montenegro ao "Jornal de Notícias", em Fevereiro de 2014. Com o final do programa de ajustamento à vista, o líder parlamentar do PSD dizia que "a vida das pessoas não está melhor", mas "a vida do país está muito melhor". "A afirmação da ministra assenta na manutenção e aprofundamento da ideia de que há um país que está melhor, embora os portugueses estejam pior", sustenta Carvalho da Silva. "Continua-se com isto e a frase tem sido glosada muitas vezes", insiste o sociólogo. "Na fase actual uma das coisas que me impressiona mais é a persistência em Portugal – da parte do Governo, então, é um absolutismo total – da ideia de que a ideia destas políticas de austeridade são o único caminho e de que na Europa não está a haver reacções a esta política", afirma Carvalho da Silva. "Se a tempestade vier, levaremos com impactos muito duros. Mas já aqui fizemos uma abordagem de cenários numa perspectiva muito mais ampla, até 2019, por exemplo, de perspectivas de futuro. Esse é que é o desafio", observa. "Aspectos conjunturais – como, por exemplo, trocar dívida, pagando ao FMI, etc. – estão a ser possíveis pontualmente. Até podem ser positivos, mas não nos podem iludir no plano da resposta aos grandes desafios do país", refere Carvalho da Silva. "Não estamos perante nenhum cenário de êxito consumado. Mais: é uma asneira persistir na tese de que na União Europeia não existem outros sinais da necessidade de se encetar outras políticas que não as seguidas até agora", nota. "Esta insistência do Governo na teimosia da austeridade, da submissão absoluta aos fundamentos da austeridade, é uma aberração. É limitadora para o aproveitamento das capacidades do país", acusa o professor da Universidade de Coimbra. Daniel Bessa: "Portugal está pior?" Daniel Bessa interpela o antigo líder da CGTP. "Mas, Manuel Carvalho da Silva, o país está pior? Está pior que há seis meses, há um ano, há três anos?, questiona o antigo ministro. "Não estou a fazer comparações a seis meses", responde Carvalho da Silva. "Mas, como sabemos, há vários indicadores cujas leituras, do emprego, da situação económica, estão altamente influenciadas por factores meramente conjunturais", observa. "De evoluções de que não podemos antecipar o sentido", afirma Carvalho da Silva. "Não posso estar mais de acordo", anui Daniel Bessa. O antigo líder da CGTP prossegue: "É por isso que não é


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possível falar com segurança em comparações de seis meses. Ou seja, até podíamos chegar à conclusão que do ponto de vista conjuntural havia alguma valoração a fazer, mas no plano estratégico dizer que as coisas estão mal". "Porque aí avaliamos a questão demográfica, a perda de população empregada, a dimensão do desemprego a pobreza, etc.", alerta Carvalho da Silva. Já Daniel Bessa reenquadra a análise à expressão "cofres vazios". "Li na declaração da ministra Maria Luís Albuquerque o seguinte: Portugal atravessa um bom momento do ponto de vista do acesso às condições de financiamento", indica. "Portugal tem hoje taxas de juro mais baixas do que em algum momento da sua história. Tem acesso a financiamento nessas condições. Esse é um dado favorável. Sabemos que o Estado português tem ido buscar dinheiro ao mercado nessas circunstâncias", recorda Daniel Bessa. "Eu próprio, no passado, já aqui emiti a opinião de que nenhum governo deve ter menos de um ano de tesouraria para satisfazer as suas necessidades. Durante um ano ter a certeza que – aconteça o que acontecer – o dinheiro está ali", remata. "Acredito que estejamos agora muito próximos desse cenário, muito próximos dessa situação", conclui Daniel Bessa.

boa pista" do estado em que estaria Portugal se o Governo tivesse dado atenção a quem reiteradamente, nos últimos três anos, condenou o executivo por insistir em cumprir o memorando da `troika` e vaticinou que isso seria impossível de fazer ou arruinaria o país, reclamando outras vias, como a reestruturação da dívida, a renegociação do acordo com a `troika` ou um pedido de "mais tempo e mais dinheiro". A ministra de Estado e das Finanças garantiu no dia 18 de Março que o país tem "cofres cheios" para honrar os seus compromissos na eventualidade de surgirem perturbações no funcionamento do mercado.

Portugal andou "muitas décadas para trás", acusa António Costa Líder socialista voltou ainda a criticar a declaração de que o país tem os cofres cheios.

Passos diz que oposição deveria ter ficado ofendida quando “os cofres estavam vazios” Nos Açores, o primeiro-ministro defende a declaração da ministra das Finanças. O presidente do PSD e primeiro-ministro diz que se tivesse seguido outra estratégia no Governo, Portugal estaria como a Grécia, onde se fala em crise humanitária, e sublinhou que os "cofres vazios" do Estado custaram desemprego e sacrifícios. "Agora há quem fique ofendido porque a ministra das Finanças disse que tínhamos os cofres cheios. Deviam ficar ofendidos de saber que quando cá chegámos [ao Governo] os cofres estavam vazios, não havia lá um tostão. Acham que é um insulto aos portugueses que estão desempregados dizerem que temos os cofres cheios. O que é que significou para os portugueses todos nestes anos ter os cofres vazios? Custou muito desemprego, muita medida difícil", afirmou. Passos Coelho, no encerramento do congresso do PSD/Açores, na Ribeira Grande, acrescenta que não se esquece “do país que encontrámos em 2011”, mas reafirma que não tenciona ganhar as eleições a falar do país do país de 2011. “Tencionamos ganhar as eleições de 2015 a falar do país que temos hoje e daquele que vamos ter nos próximos anos”. Para Pedro Passos Coelho, a situação grega dá "uma

O secretário-geral do PS, António Costa, diz que Portugal andou "muitas décadas para trás" nos últimos quatro anos, apontando como exemplos a produção de riqueza, o emprego e o investimento privado. Segundo António Costa, a riqueza que o país produz está ao nível de 2003, a população actualmente empregada é igual à de 1996, o investimento caiu para um nível semelhante ao de há três décadas. "Em quatro anos, andámos muitas décadas para trás", referiu. Apontou ainda os números da emigração, que "não eram tão elevados desde 1966". Mas para o secretário-geral socialista, "o indicador mais grave" do "retrocesso" registado em Portugal nos últimos quatro anos é "o grande aumento da pobreza", nomeadamente a pobreza infantil e juvenil, com "31% dos portugueses dos 0 aos 18 anos abaixo do limiar da pobreza". Por isso, Costa voltou a criticar a afirmação da ministra das Finanças "Portugal tem os cofres cheios", acusando o Governo de "descolar" da realidade. "Uma sociedade não está cheia de nada se houver pessoas a viver sem dignidade", referiu.


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Recebido em Barcelos com bombos, em tom de précampanha eleitoral, com uma arruada pela cidade, António Costa apelou à mudança nas próximas legislativas, dizendo que o actual Governo "não tem emenda, não tem cura e não tem perdão". Classificou mesmo o executivo de Pedro Passos Coelho como "o Governo do passa culpa", por "nunca assumir responsabilidades de nada", seja do "caos" do início do ano lectivo ou dos hospitais no pico da gripe, seja da "completa paralisação" dos tribunais por causa do colapso da plataforma Citius, seja no caso da alegada lista dos contribuintes VIP. Para António Costa, a política do actual Governo "falhou" porque "não olhou para os problemas com pragmatismo mas sim com radicalismo ideológico". Um radicalismo que, acrescentou, o levou, sempre em nome do "grande objectivo" de redução da dívida, a "esmagar" a função pública, a cortar nas ajudas sociais, a aumentar as taxas moderadoras, a operar a quarta maior redução de salários de toda a União Europeia e a implementar uma carga fiscal "recorde" em Portugal. "Mas realidade é que hoje, apesar de todos os sacrifícios, devemos mais do que devíamos", acentuou.

PCP critica promessas demagógicas de PSD e CDS

"O país a `dar volta` de que falam está aí com a dívida a voltar a subir em Janeiro: 6.600 milhões de euros face a Dezembro", disse, acrescentando que, depois de uma antecipação do pagamento ao FMI (Fundo Monetário Internacional), surgiu a "operação cofres cheios, anunciada pela ministra das Finanças, para criar uma ilusão de prosperidade". "Cofres cheios de dinheiro, emprestado e a pagar a juros, num país de rastos. Cofres cheios e dinheiro parado, num país carente de investimento para relançar a sua economia e o emprego. Eis a ideia que fundamenta a afirmação do PSD de que o país está melhor. O povo é que está pior", disse. Para Jerónimo de Sousa, PSD e CDS estão apenas preocupados em "levar ainda mais longe a sanha exploradora e destruidora da sua política, pelo que os portugueses não podem esperar mais do que novos ataques aos salários, às reformas, às pensões, à segurança social, à saúde, à educação e à legislação laboral. O PS também não escapou às críticas do dirigente comunista, que acusou os socialistas de quererem fazer passar a ideia de que a situação do país se deve apenas à "crise do capitalismo", de forma a ocultarem o papel que tiveram no "apoio às políticas europeias de submissão nacional". "Uns e outros [PS, PSD e CDS/PP] passaram ao silêncio ou ao estado de negação, porque entraram em modo de eleições", concluiu Jerónimo de Sousa.

Líder comunista diz que se está a preparar uma campanha para voltar a enganar os portugueses.

CDS quer “Governo de salvação regional” na Madeira

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusa os partidos do Governo, PSD e CDS, de fazerem promessas eleitorais de reposição de salários e baixa de impostos que considerou demagogia eleitoral. São "promessas e mais promessas de repor salários extorquidos e baixas de impostos, feitas com a mesma intenção de as cumprir como cumpriu Durão Barroso ou Santana Lopes ou Sócrates, ou ainda Passos Coelho que, nesta matéria, bateu todos os recordes da demagogia e da trapaça" de eleições, disse o líder comunista. "A campanha de propaganda que já está montada por parte do Governo - que se constituiu em comissão eleitoral do PSD e do CDS com o empenhado apoio da presidência da República, que já veste sem rebuço a camisola da coligação -, mostra bem que estão tentados a fazer tudo para enganar outra vez os portugueses, tentando atalhar uma derrota que têm como certa nas próximas eleições legislativas", acrescentou. Jerónimo de Sousa, que falava perante centenas de militantes comunistas na IX Assembleia da Organização Regional de Setúbal do PCP, na Academia Almadense, em Almada, acusou os partidos do Governo de quererem convencer os portugueses de que o país "está a dar volta" e que o mau tempo passou, mas considerou que a realidade é muito diferente.

A Madeira precisa de um Governo de salvação regional. É essa a convicção do líder madeirense do CDS-PP, José Manuel Rodrigues. A uma semana das eleições regionais que irão eleger o sucessor de Alberto João Jardim, os partidos multiplicam-se em iniciativas. O CDS-PP esteve este domingo no parque de Santa Catarina, no Funchal, em festa comício. José Manuel Rodrigues manifestou-se contra uma maioria absoluta, defendendo a constituição de um “verdadeiro governo de salvação regional”. Entre o bolo do caco, venda de produtos hortícolas e espetada em pau de louro, José Manuel Rodrigues apontou o bom e o mau da “era Jardim”. “O doutor Alberto João Jardim fez coisas muito boas, sobretudo, satisfez as condições básicas de vida da população: estradas, água, luz, o acesso à educação e à saúde. Mas fez coisas muito más: deslumbrou-se, teve um modelo de desenvolvimento assente na dívida, fez piscinas, campos de futebol, centros cívicos, infraestruturas que não correspondem às necessidades das populações”, disse. José Manuel Rodrigues vai receber, quarta-feira, no

José Manuel Rodrigues deixa ainda elogios e críticas a Alberto João Jardim. Eleições são no próximo domingo.


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Funchal, o apoio da vice-presidente do CDS Assunção Cristas. As eleições realizam-se no próximo domingo.

“A ‘troika’ tratou melhor Portugal do que Passos Coelho tratou a Madeira” Líder socialista da Madeira desafia o primeiro-ministro a ir “ver a sua obra”. Os madeirenses escolhem um novo Parlamento a 29 de Março. A Madeira está em campanha eleitoral e o líder socialista do arquipélago, Vítor Freitas, aproveita para convidar o primeiro-ministro a visitar a região e olhar nos olhos dos madeirenses. “Gostaria de ver Pedro Passos Coelho aqui na Madeira, para que olhasse no rosto dos madeirenses, passeasse pela Madeira e visse a sua obra”, afirma à Renascença, acrescentando: “Passos Coelho é o pior primeiroministro que tivemos nestes 40 anos em relação à Madeira e à maneira como nos tratou”. Vítor Freitas vai mais longe e afirma: “A ‘troika’ tratou melhor Portugal do que Passos Coelho tratou a Madeira”. Dentro de oito dias, realizam-se as primeiras eleições para o governo regional sem Alberto João Jardim. Um dos jornais da Madeira diz que o antigo presidente vai aparecer durante a campanha, mas o líder socialista do arquipélago não acredita e sobe a parada, desafiando o primeiro-ministro a deslocar-se à ilha. Vítor Freitas aponta os 22 mil desempregados como um dos grandes problemas da região e defende a renegociação da dívida, de maneira a que haja dinheiro “para aquilo que é importante”. “Sem uma baixa de impostos, a Madeira não tem capacidade de captar investimento e não há novos postos de trabalho”, sustenta ainda. A Madeira vai a votos a 29 de Março. Pedro Passos Coelho não tem visita marcada para o arquipélago madeirense, mas vai estar este domingo nos Açores, para o encerramento do congresso do PSD regional, que elegeu Duarte Freitas como líder do partido e candidato às eleições regionais de 2016.

Joana Amaral Dias alia-se ao Partido Trabalhista Coligação junta, para já, movimento da exdeputada bloquista ao PTP, mas pode ainda ter mais partidos e movimentos. O movimento político Agir, liderado pela ex-deputada

do Bloco de Esquerda Joana Amaral Dias, anunciou que vai candidatar-se às próximas eleições legislativas em coligação com o Partido Trabalhista Português (PTP). A coligação terá o nome "Agir" e será encabeçada por Joana Amaral Dias. O anúncio foi feito no final de uma conferência internacional organizada pelo movimento, que decorreu na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa, onde foi assinado o compromisso entre as duas forças políticas. Amândio Madaleno, dirigente do PTP disse aos jornalistas que o convite para a coligação partiu de Joana Amaral Dias e que se estendeu também a outros partidos, porém essas alianças não chegaram a concretizar-se. "Tivemos reuniões com o PAN, MPT, com o PND, com o PPM e o PPV. Todas as reuniões correram bem, era para se fazer uma coligação em conjunto, mas chega a hora da verdade e as pessoas estão mais preocupadas com os lugares e consideram que ainda é cedo", afirmou. Em declarações à agência Lusa, Joana Amaral Dias afirmou que o processo negocial ainda não está fechado porque "existem outros partidos políticos e outros movimentos sociais que estão em diálogo" com a coligação. Apesar de não querer especificar quais as forças políticas a que se referia, Joana Amaral Dias disse estar confiante que, "nas próximas semanas", esses partidos e movimentos "vão com certeza também assinar este mesmo compromisso". Quanto a medidas concretas, o dirigente do Partido Trabalhista Português explicou que a coligação pretende "deslocar-se junto dos cidadãos, auscultá-los através de questionário" e definir o programa político com "as primeiras 10 medidas em termos maioritários". Também a escolha dos candidatos passa por uma "auscultação directa" porque "não se pode impor nada, as pessoas é que sabem", defendeu Amândio Madaleno. Quanto aos restantes cabeças de lista, Joana Amaral Dias remeteu a sua divulgação "para breve", mas disse à Lusa que serão "pessoas que têm relevância no terreno", e não pessoas "escolhidas por uma elite partidária". Joana Amaral Dias afirmou também que "o importante agora não é unir a esquerda", porque defende que os portugueses não estão preocupados com isso. "Pretendemos que isto possa ser uma plataforma alargada, ampla, que está muito além da esquerda e da direita e que pretende é defender as pessoas que estão em baixo e que estão fora do sistema", vincou a dirigente política. A líder da coligação acrescentou ainda que a prioridade "é unir as vítimas da austeridade, é unir todas as pessoas que têm sido castigadas, brutalmente roubadas por este `austericismo`, isso é que é fundamental e isso é que é o nosso objectivo, é isso que nos propomos". No compromisso assinado este domingo entre as duas forças políticas, ao qual a Lusa teve acesso, lê-se que "é preciso converter a vontade colectiva em força política". "Propomos um programa mínimo que é


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simultaneamente uma mudança máxima: vamos fazer de Portugal uma democracia de todos e não um negócio para alguns", refere o documento. Durante a conferência internacional na Fábrica Braço de Prata, o Agir anunciou ainda que nos próximos meses andará por todo o país a mobilizar apoiantes.

Galp propõe Carlos Gomes da Silva para a liderança O presidente executivo da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, e o seu vicepresidente, Luís Palha da Silva, vão abandonar os cargos, anunciou a petrolífera.

O presidente do conselho de administração da GALP Energia, Américo Amorim, propõe para presidente executivo Carlos Gomes da Silva, um engenheiro de formação, que é administrador executivo da empresa desde 2008. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o actual presidente do conselho de administração da GALP Energia salienta “o profundo conhecimento da empresa e dos negócios e a capacidade de prosseguir a estratégia e as prioridades definidas para a empresa”. Dia 16 de Abril os accionistas da Galp Energia são chamados a eleger os órgãos sociais para os próximos quatro anos. O presidente executivo da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, e o seu vice-presidente, Luís Palha da Silva, vão abandonar os cargos, anunciou a petrolífera.

EM NOME DA LEI

Crime de enriquecimento ilícito deverá ser aprovado até final da legislatura O Em Nome da Lei deste sábado debateu o enriquecimento ilícito. O crime de enriquecimento ilícito ou injustificado deverá ficar aprovado até ao final da legislatura. A deputada do PSD Teresa Leal Coelho quer dar resposta à situação de alarme social que, segundo ela, se vive na sociedade portuguesa por causa dos casos que têm sido notícia. Em nome do combate à corrupção e da transparência na obtenção de rendimentos, foram aprovados na generalidade projectos de todos os partidos políticos. Segue-se agora o debate na especialidade. PSD e CDS admitem vir a acolher algumas das ideias que constam dos projectos do PCP e do Bloco de Esquerda, que também querem combater o enriquecimento não declarado. O projecto comunista não considera o acréscimo patrimonial em si um facto ilícito, mas sim a sua não declaração às finanças. O deputado António Filipe explica que não se trata de obrigar os portugueses a mais burocracia. A medida vai apenas abranger quem tiver dinheiro: a partir de 200 mil euros, o património tem de ser declarado. O Bloco de Esquerda não segue a via da criminalização e propõe, antes, penalizações na Lei Geral Tributária. Para aumentar a fiscalização sobre os rendimentos dos titulares de cargos políticos propõe a criação de uma nova entidade da transparência porque o Tribunal Constitucional é pouco actuante, diz Luís Fazenda. O PS opõe-se à criminalização do enriquecimento ilícito, a uma via que entende ser inconstitucional. Propõe como alternativa a penalização fiscal dos titulares de cargos políticos e também dos administradores das empresas do sector empresarial do Estado que não declarem os façam afirmações falsas sobre o seu rendimento e o seu património. Todas as declarações foram feitas no “Em Nome da Lei”, da Renascença, que este sábado debateu o crime de enriquecimento ilícito. Em 20011,todos os partidos, com excepção do PS, aprovaram este novo crime, mas foi chumbado pelo Tribunal Constitucional.


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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

O sigilo fiscal Com a actual falta de recursos nos media, o jornalismo de investigação quase se resume entre nós a fugas de informação, determinadas por interesses políticos, financeiros ou pessoais.

Por Francisco Sarsfield Cabral

Afinal a “lista VIP” das Finanças parece nem ter existido – terá havido apenas projectos, hipóteses, sugestões de critérios sobre quem deveria figurar, etc. Depois de tanto alarido, começou finalmente a falar-se da defesa do sigilo fiscal. Porque se terão multiplicado os acessos indevidos aos dados fiscais de Passos Coelho quando se levantou o caso Tecnoforma? Porque havia gente interessada em passar para a comunicação social informação danosa para ele. Com a actual falta de recursos nos media, o jornalismo de investigação quase se resume entre nós a fugas de informação, determinadas por interesses políticos, financeiros ou pessoais. À comunicação social não importa o que se passa com cidadãos anónimos, mas com figuras conhecidas. Por isso, saúdo a coragem de Helena Matos por ter escrito, no “Observador”, “não faço ideia se existe ou não lista VIP no fisco, mas se não existe devia existir; o Estado não pode tratar de forma igual o que é diferente”. Outros artigos surgiram depois nesta linha. Mas H. Matos quebrou o “politicamente correcto”, em que o próprio Governo se deixou cair.

O primeiro a entrar na corrida a Belém Neste noticiário: Henrique Neto avança sozinho para Belém; reportagem com os lesados do BES - haverá um fim para o calvário que vivem?; França vira à direita; espanhóis da Andaluzia castigam Rajoy; os destinos preferidos preferidos pelos portugueses para as férias da Páscoa. Por Teresa Abecasis

Juízes. Uma mulher na liderança da associação sindical Maria José Costeira substitui Mouraz Lopes, depois de derrotar Luís Miguel Martins e Alziro Cardozo. Maria José Costeira é a primeira mulher a liderar a Associação Sindical dos Juízes Portugueses. A juíza, de 47 anos, em funções no Tribunal de Comércio de Lisboa, venceu com 46% dos votos, substituindo Mouraz Lopes no cargo. Maria José Costeira diz à Renascença que a prioridade do seu mandato será "o estatuto dos magistrados judiciais, porque o Ministério da Justiça assumiu o compromisso de o apresentar". "Faz parte da reforma do sistema de justiça que este Ministério da Justiça avançou e concretizou", reforça, sublinhando: "Estamos confiantes que a senhora ministra vai honrar o compromisso e apresentar o projecto-lei de estatuto. Vai ser esse o primeiro grande dossier da direcção da associação". Outras duas matérias vão merecer a atenção da nova direcção: o novo mapa judiciário e a forma de os juízes comunicarem com o cidadão e a comunicação social. "Temos uma nova organização do sistema judiciário, que vai precisar de bastante tempo para estar verdadeira e completamente implementada. Há, hoje, vários problemas com esta reforma, que se prendem com as condições dos tribunais, com a falta de funcionários, com o dimensionamento dos tribunais. Tudo isto vai ser um trabalho para acompanhar ao longo de vários anos. O outro grande dossier prende-se com a comunicação da justiça", acrescenta. A tomada de posse da nova presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses deverá acontecer depois da Páscoa. De seguida, Maria José Costeira vai pedir uma audiência à ministra da justiça, Paula Teixeira da Cruz. Nas eleições, foram derrotadosLuís Miguel Martins e Alziro Cardozo. [actualizado]

Nova liderança no Sindicato dos Magistrados do Ministério Público O mandato é de três anos. Eleições tiveram quase o dobro da participação do que no acto eleitoral anterior. António Ventinhas venceu as eleições e é presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.


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No escrutínio realizado no sábado, a lista de António Ventinhas (A) arrecadou 471 votos, contra os 349 votos conseguidos por Pina Martins, líder da lista B. Com um total de 856 votos, as eleições para o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público contou com quase o dobro da participação do anterior acto eleitoral. Foram também contados 27 votos em branco e nove votos nulos. O mandato da nova direcção tem uma duração de três anos.

PARCEIRA RENASCENÇA/VER

Reencontrar a alma perdida do sector financeiro

Aluno de Matosinhos é "penta" em Matemática Francisco Tuna de Andrade ganhou, este domingo, pela quinta vez, as Olimpíadas de Matemática em Portugal.

Foto: VER Por Helena Oliveira

Foto: DR

O aluno do 12º ano Francisco Tuna de Andrade conquistou a sua quinta medalha de ouro consecutiva na 33ª edição das Olimpíadas Portuguesas de Matemática, realizadas numa escola secundária em Rio Maior. Francisco Tuna de Andrade, da Escola Secundária do Padrão da Légua, concelho de Matosinhos, igualou o recorde de Miguel Santos, da Escola Secundária de Alcanena, que, em 2013, alcançou o mesmo feito. De acordo com uma nota da Sociedade Portuguesa de Matemática, na final, realizada na Escola Dr. Augusto César da Silva Ferreira, em Rio Maior, participaram mais 89 alunos, apurados entre 40 mil inscritos, tendo sido entregues 36 medalha de ouro, prata e bronze, repartidas pelas categorias Júnior A e B. A cerimónia da entrega das medalhas contou com a presença do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato. As Olimpíadas Portuguesas de Matemática foram criadas em 1982 pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) e pelo Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, contando com o apoio do Ministério da Educação e Ciência, da Ciência Viva e da Fundação Calouste Gulbenkian.

Na senda dos inúmeros livros que foram escritos póscrise, eis que surge um outro que se diferencia por não abordar os erros cometidos pela banca, mas antes o que se deve fazer para que esses erros não se voltem a repetir. Uma espécie de “wishful thinking” que reuniu 21 especialistas do sector financeiro, os quais acreditam que este pode ser “reabilitado” e dar origem a uma nova cultura dotada de ética e responsabilização. “Uma força para o bem: de que forma é que a finança ‘iluminada’ (ou esclarecida) pode restaurar a fé no capitalismo”. O título, em tradução livre, já é estranho o suficiente, mas mais estranho fica quando quem o assina é John Taft, CEO da poderosa divisão norteamericana de Wealth Management do Royal Bank of Canada, e alguém que afirma que “esteve lá (…) mesmo no meio”, quando a crise financeira atingiu Wall Street como um devastador terramoto e provocou réplicas no mundo económico e financeiro globalizado. Lançado a 17 de Março, o livro é escrito por Taft, em conjunto com um grupo heterogéneo (20 autores), que inclui especialistas “genuínos” da área financeira, desde executivos de topo a operar em firmas de serviços financeiros, a reguladores, académicos de prestígio e até o vencedor do Nobel da Economia em 2013, Robert Schiller. Leia mais no portal VER. PAPA

“Quando na Igreja entram os negócios, é muito feio” O Papa esteve em Nápoles perante milhares de pessoas. O Papa Francisco alerta para os riscos que o dinheiro e não só - até as telenovelas - podem trazer à vida


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religiosa. Na catedral de Nápoles, conversando com os consagrados a partir de exemplos concretos que podem pôr em crise a vocação religiosa, desde o perder tempo a ver telenovelas até à avidez pelo dinheiro. "Quando na Igreja entram os negócios, junto dos padres, ou religiosos, é muito feio. O espírito de pobreza não é espírito de miséria - até podem ter as suas poupanças de maneira honesta e até razoável – mas quando têm aquela avidez e se metem em negócios… quantos escândalos na Igreja e quanta falta de liberdade por causa do dinheiro. Em relação aquela pessoa, eu devia-lhe dizer umas verdades, mas não posso porque é um grande benfeitor e o benfeitor leva a vida que quer e eu não tenho a liberdade de lho dizer, porque estou preso ao dinheiro que me dá. Percebem isto?" A visita à cidade italiana, onde estavam milhares de jovens que o acolheram na longa marginal da cidade, ficou concluída pouco antes das 17h00. Um coro de 350 crianças entoou o conhecido Sole Mio. Previa-se que para fechar o dia houvesse fogo-deartifício, mas este foi cancelado. Oficialmente, foi explicado aos jovens que a decisão se prendia com o facto de se ter apurado que quatro italianos participaram no atentado de Tunes na passada quartafeira.

Papa apela à protecção das “águas do planeta” Assinala-se este domingo o Dia Mundial da Água com as estatísticas a lembrarem que 748 milhões de pessoas não têm acesso a água potável devido à contaminação por pesticidas e químicos. O Papa lembrou este domingo que a água é um bem escasso, pelo que apelou à comunidade internacional que proteja devidamente o recurso. “Decorre hoje a Jornada Mundial da Água, promovida pelas Nações Unidas. A água é o elemento mais essencial para a vida e é da nossa capacidade de o cuidar e partilhar que depende o futuro da humanidade”, afirmou Francisco após a oração do Angelus, na Praça de São Pedro. “Encorajo a comunidade internacional a vigiar as águas do planeta, para que sejam adequadamente protegidas e que ninguém seja excluído ou discriminado na utilização deste bem, que é um bem comum por excelência”, pediu. No sábado, o Papa visitou Nápoles, onde se encontrou com reclusos, jovens, doentes, médicos, o clero e consagrados. O Dia Mundial da Água é assinalado a 22 de Março desde 1993. Foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas com o objectivo de alertar as populações e os governos para a urgente necessidade de preservar e poupar este recurso natural valioso. Actualmente, 748 milhões de pessoas não têm acesso a

água potável devido à contaminação por pesticidas e químicos.

OMS alerta para cinco pesticidas Os riscos foram avaliados com base em estudos de exposição agrícola nos Estados Unidos, Canadá e Suécia, bem como em testes em animais de laboratório. Cinco pesticidas foram classificados como "possível ou provavelmente" cancerígenos pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), estrutura da Organização Mundial de Saúde (OMS). O herbicida glifosato, um dos mais utilizados no mundo, bem como o malatião e o diazinão, foram classificados como "provavelmente cancerígenos para seres humanos", mesmo que "as provas sejam limitadas", segundo a IARC, com sede em Lyon, França. O glifosato, herbicida cuja produção é a mais significativa em volume, é a substância activa do 'Roundup', um dos produtos com maiores vendas no mundo, pois, além da agricultura, onde a sua aplicação tem aumentado bastante, também é usado nas florestas e em jardins privados. De acordo com a IARC, o glifosato foi encontrado no ar, na água e nos alimentos, e a população está particularmente exposta, por viver perto de áreas intervencionadas com o herbicida, ainda que os níveis de exposição observados sejam "geralmente baixos". Também os insecticidas tetrachlorvinphos e paratião, já objecto de interdições ou restrições em numerosos países, foram classificados como "possivelmente" cancerígenos. Em termos de riscos cancerígenos, relativamente ao glifosato e aos insecticidas malatião e diazinão, a IARC observa que há "provas limitadas" em seres humanos, que os associam a linfomas não-Hodgkin. Ao malatião, a organização associa o cancro da próstata e, ao diazinão, o cancro do pulmão. Os riscos foram avaliados com base em estudos de exposição agrícola nos Estados Unidos, Canadá e Suécia, bem como em testes em animais de laboratório.


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Laboratório oferecido por Portugal vai ajudar a detectar ébola na Guiné Bissau Guiné Bissau é um país de risco no que toca ao vírus do ébola. Governo português quis ajudar com um laboratório para diagnóstico e uma equipa do INEM para dar formação no terreno.

Aguiar-Branco entrega equipamento de diagnóstico do ébola. Foto: Ana Rodrigues/RR Por Ana Rodrigues

Depois de dois anos de relações diplomáticas cortadas, Portugal retoma a cooperação com a Guiné Bissau, onde ficou já um laboratório móvel de diagnóstico do vírus ébola oferecido pelo Governo português, que vai começar a funcionar já na segunda-feira. Pela proximidade das suas fronteiras com países expostos ao vírus ébola, a Guiné Bissau é um país de risco, com grandes dificuldades económicas para fazer face a um eventual surto. O Governo português quis ajudar e, no terreno, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que durante a última semana esteve no território, deixou um laboratório para diagnóstico da doença. Uma equipa do INEM está também no terreno a dar formação sobre a melhor forma de actuar, como refere Luis Meira, chefe de equipa. “Há um aspecto fundamental em termos de resposta a um eventual surto de ébola: é ter capacidade de diagnóstico para se poder confirmar efectivamente se os casos suspeitos são ou não a doença do vírus da ébola. Isto, o laboratório vai conseguir fazer com este equipamento.” Na Guiné, o ministro da Defesa assinou um acordo de cooperação técnico-militar no valor de 280 mil euros, mas até 2018, em todas as áreas, a ajuda portuguesa vai ser de 40 milhões de euros. Aguiar-Branco referiu que a cooperação com países da CPLP é importante, e aqui ganha expressão porque se trata de salvar vidas. “Como sabemos, o recurso mais importante que um país tem são os seus recursos humanos, as suas vidas, são as suas pessoas.”

Ex-ministra timorense das Finanças diz estar a ser usada Emília Pires garante que nunca cometeu um acto de corrupção e que está preparada para ser investigada, mas sem irregularidades e ataques aos seus direitos. Em causa, as polémicas resoluções aprovadas em Timor, em Outubro, que levaram à expulsão de vários magistrados internacionais. A antiga ministra das Finanças de Timor-Leste Emília Pires afirma que os tribunais a querem usar como “vingança” contra o Governo e que até já a informaram, antes de o julgamento começar, que vai ser condenada a 10 anos de prisão. “Tenho um e-mail a dizer que iriam usar-me e condenar-me a 10 anos. Até sabem o período”, afirmou à agência Lusa. Emília Pires refere-se às polémicas resoluções aprovadas pelo Governo e pelo Parlamento timorenses, em Outubro do ano passado, que levaram à expulsão de vários magistrados internacionais do país. “Querem usar-me como uma vingança do que o Governo fez, pelas decisões que tomou e especialmente as resoluções do ano passado”, acusa. Emília Pires é acusada da prática de crimes de participação económica em negócio e administração danosa, factos que alegadamente ocorreram quando ainda era ministra. As ex-ministras das Finanças e vice-ministra da Saúde, Madalena Hanjam, são arguidas por alegadas irregularidades na compra de centenas de camas hospitalares em contratos adjudicados à empresa do marido de Emília Pires, com um suposto conluio entre os três para o negócio, no valor de 800 mil dólares. Negando qualquer culpabilidade no caso, Emília Pires diz que as “grandes reformas” que implementou “tocaram em muita gente” e colocaram restrições, sistemas e procedimentos, com leis e sistemas que tornam “muito difícil haver corrupção” – daí, conclui, que tenha “muito inimigos”. Na entrevista à agência Lusa, a antiga governante garante que nunca cometeu qualquer acto de corrupção e que está preparada para ser investigada e auditada, desde que sem irregularidades e ataques aos seus direitos. “Fiz tudo o que a lei me deu em mandato. Está tudo dentro da lei. Não posso é defender-me contra insinuações e contra conspirações e teorias que não estão no processo, na lei”, afirma, por fim.


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Monstra dá prémio a filme japonês O filme foi considerado uma “obra-prima" pelo júri. Todos os prémios foram divulgados este sábado. O filme japonês "O Conto da Princesa Kaguya", de Isao Takahata, conquistou o Grande Prémio Monstra para melhor longa-metragem da 14ª edição da Monstra Festival de Cinema de Animação de Lisboa, anunciou a organização. O filme, considerado pelo júri como "uma obra-prima" feita por "um dos mestres da animação", conta a história de uma menina encontrada dentro de uma cana de bambu, que se transforma numa jovem requintada, criada por um cortador de bambu e sua mulher, que do campo passa à grande capital, cativando todos os que a encontram. O júri adiantou ainda ter tido "uma grande dificuldade em escolher" face a uma "outra obra-prima", à qual deu o Prémio Especial: "Song of the Sea", de Tomm Moore, que também arrecadou o título de Melhor Banda Sonora. "A Ovelha Choné", de Marc Burton e Richard Starzak, venceu o Prémio Melhor Filme para Infância e Juventude e foi descrito pelo júri como "um filme perfeito feito a partir de uma grande série televisiva". Na competição dedicada às Curtas-Metragens, "Man on the Chair", de Dahee Jeong, da França, recebeu o Grande Prémio, enquanto o português "Fuligem", de David Doutel e de Vasco Sá, obteve, de forma unânime, o Prémio Especial do Júri. O Melhor Filme Experimental foi "In Motion No.2", do japonês Sumito Sakakibara, obra que o júri considerou conseguir "transportar os espectadores da sala para o filme". Quanto ao Prémio do Público nesta categoria, o vencedor foi "We Can`t Live Without Cosmos", do russo Konstantin Bronzit, tendo "Tick Tack" de Ülo Pikkov (Estónia) e "Nuggets", de Andreas Hykade (Alemanha) recebido menções honrosas. Na categoria de Curtíssimas, dedicada a filmes com menos de dois minutos, os vencedores foram "Cupidiculous" do norte-americano Panop Koowat (competição internacional) e "Home Dog", de Emanuel Barros (competição nacional). A competição internacional de Estudantes foi ganha pelo filme inglês "Mend and Make Do", de Bexy Bush Bush e na competição de estudantes portugueses ganhou o filme "Tele-Sofia", de Ana Fernandes, Manuel Sá e Nuno Mendanha. "This Is How It Starts", do israelita Shahaf Ram, e "Que Dia É Hoje", do Colectivo Fotograma 24 e 24 Jovens de Montemor-o-Novo foram os vencedores dos prémios de Estudantes pelo júri júnior. Inserido na secção "Monstrinha", dedicada ao público mais novo, o festival deu o prémio principal ao filme holandês "Uma Única Vida" de Job, Joris, Maricke da Holanda, tendo o júri explicado que a escolha se deveu à "forma criativa e inovadora de abordar temas como a vida e a morte". Entre as novidades da edição deste ano, destaca-se a

introdução da categoria de Cinema Mais Pequeno do Mundo, dedicada a filmes com cerca de um minuto e meio. Nesta categoria, os vencedores foram o filme francês "Supervenus", de Frederic Doazan, que recebeu o prémio Amedoim de Ouro, enquanto o português "Bolas! ET`s Outra Vez?!", de Bruno Caetano (Portugal), ficou com o Amedoim de Prata, e o também francês "The Evening Cigarette", de Matthieu Van Eeckhout com o Amendoim de Bronze. O festival, que encerrou hoje, teve início no dia 12 de Março, com a maior programação de sempre - quase 500 filmes - e um destaque particular para o cinema da América Latina e para dois mestres japoneses. ALBERTO MANGUEL

Quando morrer, digam aos meus livros que morri O ensaísta Alberto Manguel, que aos 16 anos lia para o escritor cego Jorge Luis Borges, conversou com Eduardo Lourenço no fecho do Festival Literário da Madeira.

Foto RR/Maria João Costa Por Maria João Costa

Foi num teatro que leva o nome de um poeta cego como Baltazar Dias que, no encerramento do Festival Literário da Madeira, o argentino Alberto Manguel conversou com o português Eduardo Lourenço. Manguel, que recordou que aos 15/16 anos “quando Jorge Luis Borges ficou cego” começou a ler-lhe livros, explicou que o grande autor argentino “quis revisitar os grandes textos e pediu-me para os ler para refrescar a mente.” O autor do ensaio “Uma história da Leitura” recordou: “Eu lia duas, três linhas e ele interrompia-me para fazer um comentário. Fazia comentários técnicos, como um mecânico que está a desmanchar um motor para ver como funciona. E terminava o comentário com um “não é assim?” e eu comentava, mas percebi depois que não queria comentários”. Alberto Manguel conclui “foi um privilégio, porque era como estar dentro da cabeça de Borges”. Sentado no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, estava também o ensaísta português Eduardo


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Lourenço. Para a conversa tinham como mote a frase de Albert Camus que morreu há 55 anos: “É preciso imaginar Sísifo feliz”, mas o diálogo de dois apaixonados dos livros rapidamente fugiu para a escrita. Lourenço considerou o livro “de todos os objectos que a humanidade inventou, o mais mágico porque é espelho de todos os actos humanos que podem nele estar representados”. Afirmando que “um livro sem folhas é um livro mecânico”, o autor de Prémio Pessoa 2011 sublinhou que “só um objecto tão simples e tão banal chamado livro permite que continuemos a viver como se fossemos eternos”. Já sobre a internet considerou-a “a ameaça mais profunda” que submerge a civilização com a “trivialização”. Numa conversa moderada por Luis Caetano e perante uma plateia cheia, Alberto Manguel lembrou que “na internet, como todos contribuem para ela, não há forma de sabermos se o texto que estamos a ler tem autoridade” e relatou que no seu perfil na Wikipedia vêm dados errados. O autor de “Dicionário de Lugares Imaginários” atribui culpas às novas tecnologias que no seu entender “fazem piores leitores”. Manguel afirma que “vivemos desgraçadamente numa época em que confiamos a memória a uma máquina e isso faz-nos preguiçosos no exercício da imaginação. Isso é grave, e é nossa responsabilidade alterá-lo”. Confessa que continua só a ler livros em papel. Alberto Manguel olha para Eduardo Lourenço quando fala do prestígio dos livros do ensaísta português que diz ajudam-no “a pensar”. O argentino que vive hoje no Canadá lembra os cerca de 500 a 600 livros de que era feita a biblioteca de Jorge Luis Borges com quem privou. Para Manguel, o mais importante “não é o tamanho da biblioteca”. O autor, que conta que hoje relê mais do que lê novos livros, diz que já não sente “a angústia dos 20 anos de não conseguir ler tudo” o que tem na biblioteca. Ao público explica: “Em jovem achava que reler era uma perda de tempo porque não estava a ler algo de novo, agora quase não faço outra coisa se não reler” obras como Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, ou D. Quixote, obras de Borges e São João da Cruz. Questionado sobre a sua biblioteca privada explica que ela terá nova vida quando morrer, ganhará novos leitores e conclui com uma imagem. “Eu quero que suceda uma coisa quando eu morrer. É sabido que os apicultores quando morrem alguém tem de dizer às abelhas que o apicultor morreu para que elas não o esperem mais. Eu quero que alguém faça isso pelos meus livros”. Eduardo Lourenço sorri e diz “Belíssimo”. Sobre a sua biblioteca, o ensaísta português diz que não é organizada e está dispersa. “Uma parte está em Coimbra, outra parte na Guarda e outra em Lisboa”. Sobre os seus livros indica: “Tenho uma biblioteca normal, mas o mais importante para mim é pensar que não é tamanho da biblioteca que importar. São alguns livros.” Leitores um do outro, Alberto Manguel e Eduardo Lourenço marcaram o encerramento da quinta edição do Festival Literário da Madeira numa conversa em que o ensaísta português explicou ainda que os livros que leu na adolescência permanecem consigo até hoje.

Também da adolescência falou Manguel que recordou os dias em que ia ao cinema com Jorge Luis Borges. Face à cegueira do escritor argentino, Manguel sentava-se frente ao grande ecrã, ao lado de Borges a quem descrevia as cores das cenas de filmes como West Side Story. As palavras que usava nas descrições que fazia a Borges ganhou-as na literatura. Para Alberto Manguel “apaixonarmo-nos na vida real ou nos livros, morrer na vida real ou nos livros não é a mesma coisa” e explica que “os livros dão-nos as palavras para nomear esses momentos essenciais”. Manguel conclui: “Agradeço à literatura dar-me a oportunidade de começar a entender quem sou e o que acontece no mundo”.

Morreu um dos mais conhecidos actores brasileiros Cláudio Marzo entrou em “Pantanal" e "Kananga do Japão”, entre outras produções.

Foto: DR

O actor brasileiro Cláudio Marzo morreu, este domingo, na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, aos 74 anos. Estava internado devido a uma pneumonia, desde o início de Março, noticiou a edição online do jornal Globo. Filho de uma família de operários e descendente de italianos, Cláudio Marzo abandonou os estudos aos 17 anos para trabalhar como figurante na TV Paulista e, aos 25 anos, foi convidado para trabalhar na TV Globo. Integrou o primeiro grupo de actores contratados pela Globo, inaugurada em Abril de 1965, responsável pela maioria das novelas brasileiras transmitidas em Portugal, como "Pantanal" e "Kananga do Japão". "Sempre tive vontade de ser actor, achava uma coisa fantástica. Os actores emocionavam-me. Achava interessante transmitir emoções e consciência de mundo para as pessoas. Na época, eu acreditava, ingenuamente até, que o teatro pudesse modificar o mundo", disse o autor numa entrevista antiga, citada pelo jornal Globo.


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FUTEBOL

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Jornada 26. Resultados e classificação

Nova esperança em Alvalade, campainhas de alarme na Luz

Este domingo há quatro jogos. Destaque para o Sporting que goleou o Guimarães.

A jornada 26 segue este domingo (com destaque para a partida Sporting - V. Guimarães) depois de um sábado de surpresas com a derrota do Benfica e o empate do FC Porto. Resultados Jornada 26 Boavista 1-0 Belenenses Moreirense 1-1 Marítimo Arouca 3-1 Gil Vicente Sporting 4-1 V. Guimarães Sp. Braga 0-0 Académica Estoril 3-3 Penafiel Rio Ave 2-1 Benfica Nacional 1-1 FC Porto V. Setúbal - P. Ferreira (segunda-feira, 20h00) Classificação Jornada 26 1- Benfica 65 pontos 2- FC Porto 62 3- Sporting 56 4- Sp. Braga 47 5- V. Guimarães 40 6- Rio Ave 36 7- Belenenses 36 8- P. Ferreira 36 (-1 jogo) 9- Nacional 33 10- Moreirense 32 11- Marítimo 31 12- Estoril 28 13- Boavista 28 14- Académica 26 15- V. Setúbal 23 (-1 jogo) 16- Arouca 23 17- Gil Vicente 19 18- Penafiel 17 [actualizado às 20h50]

A goleada do Sporting frente ao Vitória de Guimarães faz a manchete dos três diários desportivos, com O Jogo e Record, na mesma linha, sublinhando a resposta leonina ao 3-0 da primeira volta. "Desforra de leão", escreve O Jogo. "Leão de raiva", lê-se no Record. O jornal A Bola faz outra abordagem, com o título: "Sporting ainda sonha". O diário do Bairro Alto sublinha a "aproximação aos primeiros". Em todos os jornais, referência ás campainhas de alerta que soam na Luz, depois da derrota em Vila do Conde. "Vieira foi ao balneário dar moral", escreve O Jogo, enquanto o Record diz que "Vieira pede calma ao balneário". Em A Bola alude-se a uma "mensagem de confiança" transmitida por Vieira e Jesus à equipa. Sobre o FC Porto, o diário O Jogo avança: "Jackson já aponta ao Bayern".


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RIBEIRO CRISTÓVÃO

Errar os alvos Do que ficou à vista em Vila do Conde e no Funchal, Benfica e FC Porto perderam, súbita e inesperadamente, a capacidade de cumprir aquilo que já era dado por garantido.

Por Ribeiro Cristóvão

Benfica e Futebol Clube do Porto tinham na mira, bem assestada, dois adversários que pareciam fáceis de abater. Só que os disparos acabaram por falhar a pontaria, e por isso muita coisa mudou num cenário que há algum tempo parecia naturalmente imutável. Aconteceu na jornada 26. Um tombo do Benfica, que teve tanto de inesperado como indiscutível, deixava a porta aberta a uma recuperação espectacular do FC Porto, colocando ao rubro um campeonato que se arrastava e mantinha um pouco sensaborão há várias semanas consecutivas. Só que a equipa de Lopetegui não foi capaz de dar esse salto qualitativo, que lhe permitiria colocar-se a um ponto apenas do seu rival e, embora reduzindo os estragos, permanece em situação que apenas passou de desesperada a ligeiramente favorável. É verdade que os portistas passaram a depender apenas de si próprios. Trata-se, porém, de uma vantagem que ainda não lhes permite respirar fundo, sobretudo porque a sobrecarga que o calendário reflete até ao fim da temporada deixa adivinhar dificuldades que não atingem o seu adversário lisboeta. Do que ficou à vista em Vila do Conde e no Funchal, ressalta a súbita e inesperada perda de capacidade que, mais do que os resultados, as exibições do duo do comando deixaram à vista. E aqui reside o principal motivo de preocupação que invadiu as hostes. Ao contrário dos seus rivais, o Sporting não errou o alvo, aproveitando para reduzir a diferença do duo da dianteira e dar mais conforto à sua posição, parecendo agora que o terceiro lugar é um dado adquirido. O triunfo sobre o Vitória de Guimarães foi claro, e deu da equipa uma imagem saudável que se pode tornar muito importante na recta final. Com oito jornadas pela frente, a face da história deste campeonato pode alterar-se. Os sinais deixados por tudo quanto se passou no fimde-semana confirmam que podem estar outras surpresas a caminho.

CR7 marca mas perde clássico espanhol Barcelona 2-1 Real Madrid.

O Barcelona vence 2-1 o superclássico espanhol e tem agora quatro pontos de vantagem no campeonato. O Barça foi mais eficaz e melhorou na segunda parte depois dos merengues terem feito um grande primeiro tempo. Cristiano Ronaldo voltou aos golos, mas não foi suficiente para garantir os três pontos, face aos golos de Mathieu e Suarez. 93'- Final (2-1) 87'- Messi obriga a boa defesa de Casillas. 86'- Arrancada de Jordi Alba e Casillas defende para canto. 78'- Mais uma grande defesa de Bravo. Remate de Benzema que bate em Mascherano. 73'- Messi muito perto do golo com um remate em arco que passa a centímetros do poste. 56'- GOLO do BARCELONA. Marca SUAREZ com remate cruzado após assistência de Dani Alves (2-1). 49'- Enorme defesa de Bravo a grande remate de Benzema. 21h03: Segunda parte. Jogo intenso, com oportunidades nas duas balizas, mas muito mais Real Madrid. 45'- Intervalo (1-1) 43'- "Bomba" de CR7 obriga Bravo a defender para canto. 40'- Golo anulado ao Real Madrid. Marcou Bale. O galês não está fora de jogo, mas há dúvidas na posição de Cristiano Ronaldo que fez a assistência. Lance muito polémico. 37'- Cartão Amarelo para Cristiano Ronaldo. 32'- GOLO do REAL MADRID. Marca CRISTIANO RONALDO depois de assistência de Benzema, de calcanhar (1-1) 19'- GOLO do BARCELONA. Marcou Mathieu de cabeça, após livre de Messi (1-0). 17'- Messi de cabeça. 12'- Cristiano Ronaldo remata à barra. As duas equipas encontram-se numa altura em que estão separados por um ponto na Liga espanhola, com vantagem para os "blau grana". Será mais um duelo entre Cristiano Ronaldo e Messi. Barcelona:


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Segunda-feira, 23-03-2015

Bravo, Dani Alves, Piqué, Mathieu, Alba, Mascherano, Iniesta, Rakitic, Neymar, Messi e Suárez. Real Madrid: Casillas, Carvajal, Pepe, Sergio Ramos, Marcelo, Kroos, Modric, Isco, Ronaldo, Bale e Benzema.

Portugal qualificado para o Europeu de futsal

HÓQUEI EM PATINS

Sporting e Óquei de Barcelos na "final four" da Taça Cers Este domingo há um FC Porto - Benfica sobre rodas para a Liga Europeia depois de um empate (3-3) na primeira mão.

Equipa lusa ganhou este domingo e apurouse devido à diferença de golos.

A selecção portuguesa de futsal qualificou-se para a fase final do Campeonato da Europa de 2016, ao vencer a Roménia por 4-1, na terceira jornada do Grupo 7 da Ronda de Elite. Pedro Cary, Ricardinho (dois) e Tiago Brito apontaram os tentos da formação lusa, que venceu o agrupamento, com seis pontos, os mesmos de Cazaquistão e Roménia, mas com melhor diferença entre os golos marcados e sofridos. A Geórgia acabou a zero. Num agrupamento que só apurava o vencedor para a fase final, na Sérvia, de 2 a 13 de Fevereiro de 2016, Portugal acabou com 12-4 em golos, contra 11-7 do Cazaquistão, que goleou a Geórgia por 4-0 e 11-9 da Roménia.

1/4 de Final da Liga Europeia 21/22-Março-2015 2ª Mão Barcelona (Espanha) 8-5 Hockey Valdagno (Itália) (14-7 no total) VIC (Espanha) 3-2 Liceo (Espanha) (5-4 no total, apurado com golo de ouro) Forte Dei Marmi (Itália) 4-4 Hockey Breganze (Itália) (69 no total) Domingo dia 22 às 17h FC Porto 3-3 Benfica na 1ª mão Barcelona, VIC e Hockey Breganze já na Final Four 1/4 de Final da Taça CERS 21-Março-2015 2ª Mão Oliveirense 1-4 Sporting (4-6 no total) Diessbach (Suiça) 2-4 Reus (Espanha) (4-9 no total) Follonica (Itália) 1-0 Igualada (Espanha) (3-4 no total) OC Barcelos 4-5 St. Omer (França) (8-6 no total) Sporting, Reus, Igualada e OC Barcelos na Final Four

Morreu participante da meia maratona de Lisboa Um atleta alemão "sentiu-se mal, teve logo apoio médico, foi transportado para o São Francisco Xavier, onde veio a falecer". Um participante alemão na 25ª meia maratona de Lisboa, cuja identidade está ainda a ser confirmada, faleceu no Hospital São Francisco Xavier, após ter necessitado de assistência médica durante a prova,


Segunda-feira, 23-03-2015

informou a organização. O alemão, presumivelmente de 43 anos, terá falecido por "causas cardíacas", indicou a mesma fonte. "É um cidadão alemão. Ainda não há identificação confirmada porque ele veio integrado num grupo de 20 alemães que vieram por uma agência alemã. Às vezes, o que acontece é que eles trocam os dorsais e, por isso, estamos a tentar confirmar se o dorsal corresponde à identidade", disse a mesma fonte da prova organizada pelo Maratona Clube de Portugal. A mesma fonte acrescentou que o cidadão alemão "sentiu-se mal, teve logo apoio médico, foi transportado para o São Francisco Xavier, onde veio a falecer". "Tudo indica que seja causas cardíacas", acrescentou, adiantando que após confirmação da identidade do participante alemão "será contactada a família". Na sua 25ª edição, a meia maratona de Lisboa bateu o recorde de inscritos -- 15 mil -, tendo, em conjunto com a mini maratona, contado com 35 mil pessoas a atravessar a ponte 25 de Abril.

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