EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Sexta-feira, 19-06-2015 Edição às 08h30
Editor Raul Santos
Devemos dar os transportes aos privados? Mortágua e Amaral respondem Alterações climáticas. Papa pede que se ouça o "grito da Terra" e o "grito dos pobres" Mulheres portuguesas têm pensões 31% mais baixas do que os homens "Cambalhota". Sondagem da Universidade Católica dá vitória à coligação PSD/CDS Corrupção. Ano António Costa e o vai a meio e já há "Temo que se a mais acusados que Grécia sair do euro FMI os mercados se em 2014 virem para Portugal" TEIXEIRA DOS SANTOS
E vão oito. Nova greve de 24 horas do metro de Lisboa a 26 de Junho
LUÍS CABRAL
Mais mortos nas Instinto fatal de estradas nos João Mário dá primeiros cinco meses do ano face vitória aos Sub-21 a 2014 EUROPEU SUB-21
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Devemos dar os transportes aos privados? Mortágua e Amaral respondem Por João Carlos Malta (texto), Conceição Sampaio e Inês Rocha (vídeo)
Passa pouco das 11h00. Mariana Mortágua, deputada de Bloco de Esquerda, entra na carruagem do comboio que faz a ligação do Cais do Sodré, em Lisboa, a Cascais. O percurso rumo a Cascais é feito à beira-mar e o discurso sempre junto ao "não". Não à subconcessão dos transportes públicos a privados, não às supostas vantagens para o Estado em o fazer. Mais tarde, às 15h30, Hélder Amaral, deputado do CDS, sobe ao segundo piso do barco que faz a ligação do Terreiro do Paço, bem no centro da capital, para viajar em direcção ao Barreiro. É a primeira vez que o faz. Gosta do serviço, mas diz que com privados ao leme será ainda melhor. Azimute alinhado com as vantagens da gestão fora do Estado. Já sentados, no comboio e no barco, podemos agora avançar para duelo entre a esquerda e a direita. Sempre em direcções opostas, como a linha que vai para Cascais e o caminho fluvial que segue para o Barreiro. Portugal ganha ou perde com a subconcessão da gestão dos transportes públicos a privados? Mariana Mortágua (MM) – O que é que o país perde? Perde a capacidade de controlo dos transportes públicos, assumindo que os transportes são um serviço essencial não só no combate à pobreza e à exclusão, mas também para melhorar a produtividade do país, e a sustentabilidade ambiental. Até hoje nenhuma concessão de qualquer tipo de transporte deu dinheiro ao Estado. Perdemos muito dinheiro a dar este serviço a privados. Normalmente, sai mais caro porque temos sempre de pagar uma renda para a manutenção de serviço público. Hélder Amaral (HA) – Ganhamos transporte público. Para quem, como eu, não tem a visão de que o Estado para prestar um serviço tem de o deter (e pode livrar-se dele, que é uma palavra que não tem nada de pejorativo), o modelo de gestão da coisa pública é menos eficiente e menos equilibrado do que o privado. Não estou a dizer que um é melhor do que o outro, mas que é mais fácil a um privado. Isto não é ideológico. Esta medida salva os transportes públicos porque tínhamos empresas muito endividadas, que já não cumpriam com o serviço público e cortam carreiras. O Estado tinha de pagar as indemnizações compensatórias [pela prestação de serviço público], mas não pagava. E para isso obrigava as empresas a recorrer à banca, como nos "swap" [contrato que tem como ideia evitar a imprevisibilidade das flutuações das taxas de juro]. O metro do Porto tem o pior "swap" do mundo. O serviço social estará salvaguardado se a gestão sair da esfera pública? MM – Em primeiro lugar, é preciso ver que, para tornar
a privatização rentável, o Governo teve de degradar o serviço público. Tirou os passes aos estudantes, tirou os passes aos idosos e aumentou os preços. Hoje, esse serviço público é muito mais reduzido do que era há três anos. O objectivo foi o de pôr estas empresas do ponto de vista operacional a dar lucro para poder ser aceitável para o privado ficar com elas. Os transportes públicos não podem estar nas mãos de privados. Não são feitos para dar lucro. São feitos para servir as pessoas. HA – Damos um bocadinho de lombo para poder haver uma relação "win-win". Se não der aos privados essa obrigação eles não a vão fazer. E mais, se o Estado quiser e o privado não, o Estado subsidia mas só a linha em concreto, e assim precisa de menos recursos. Se nós tivermos uma verdadeira adaptação de ofertaprocura, os privados fazem melhor. Para que é que eu hei-de manter uma linha que ninguém procura? O Estado, como uma empresa privada, procura dar respostas à procura. Ponho uma linha às 23h00 e a essa hora tenho três passageiros, porque é que a vou manter? Posso mantê-la numa sociedade utópica. Tudo isto custa dinheiro. A ideia de que o Estado tem que dar tudo dá sempre a sensação de que há uma entidade terceira que paga isto. Quem paga isto são os impostos. Tínhamos um modelo que bastava ter 17 anos para ter um passe, mesmo que fosse filho do senhor [Ricardo] Salgado. Podia ir para a faculdade de Ferrari, mas apetecia-me ir de transportes públicos e não pagava porque tinha 17 anos. E o mesmo se passa com os idosos porque nem todos são pobrezinhos. O que acontecerá à dívida das empresas? MM – A receita que estas empresas conseguem ter com bilhetes e com passes chega para pagar as despesas operacionais de funcionamento da rede, ou fica muito próximo disso. Comparamos a nível europeu muito bem, os nossos transportes são tão sustentáveis como quaisquer outros na Europa. O que nós estamos a dar a privados é o que dá lucro e a pergunta é: porquê? Se dá lucro devemos ficar com esse lucro para pagar a dívida e investir em melhores transportes. A lógica de concessionar os transportes é a lógica deste governo de que em tudo vê um negócio. É engraçado que o Estado e o Governo nunca põem a hipótese da reestruturação da dívida como possibilidade, mas se repararmos a proposta de Efromovich para a TAP passava por reestruturar a dívida. O secretário de Estado [Sérgio Monteiro] dizia isso e não havia problemas. HA – O Estado assume a dívida, que passa a ser do Estado. Sabe qual é, assume-a e não vai pagar mais compensações indemnizatórias. Não vai avalizar mais "swaps". É o virar do ciclo. Há empresas privadas com muito "know-how" disto, e prefiro que o Estado, ao invés de criá-lo, pague esse "know-how". A passagem da gestão para os privados diminui o número de greves? MM – A conflitualidade nos transportes públicos tem um objectivo: os trabalhadores querem condições de trabalho e manter os transportes no serviço público. Estão a defender os interesses da população em geral. Depois, há um discurso de pura chantagem, que é
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atirar trabalhadores contra cidadãos, quando devíamos estar juntos contra esta política. Nos cadernos de concessões, pelo menos no caso do Porto, o Governo protege o operador privado da pressão das greves. Quando há uma greve, compensa a empresa privada. Isto permite a empresa privada ficar alheia às pressões dos trabalhadores e faz com que o peso da greve fique sobre os ombros dos trabalhadores porque sempre que fizerem uma greve quem vai pagar são os cofres do Estado. E isso é inaceitável. O que se está a dizer é que não têm direito à greve. HA – A história diz-nos que nas empresas privadas o número de greves é quase residual. E vale a pena perguntar porquê. Primeiro, porque os transportes públicos estão muito politizados. Não faz agora sentido discutir coisas que são tão claras e práticas e pôr ideologia. Nessa altura, não discutimos o essencial, discutimos quem é a favor de um e de outro, diabolizamos uns e outros. Os sindicatos fazem greves, o Estado toma medidas eleitoralistas e simpáticas. É o que acontece com a maioria da esquerda que defende os transportes públicos apenas e só com critérios ideológicos. Se perguntar como vão pagar dizem que não sabem ou então dizem que vão ter de privatizar. Os municípios da margem Sul, todos eles geridos pelo PCP e pelo PS… Veja se não há serviços privatizados. Na prática, chegam à mesma conclusão. Os preços vão aumentar? HA – Não necessariamente. Em 2008, tivemos o maior "boom" do aumento do petróleo e os preços dos transportes não aumentaram. Foi um dos graves problemas para a sustentabilidade das empresas. Se nas bombas de gasolina o preço para abastecer o meu carro sobe, porque é que nos transportes públicos o valor do bilhete não aumenta? Esta decisão política de não fazer reflectir com realismo os custos… Mas o privado não pode aumentar a seu bel-prazer. Isso não está previsto. Os transportes perderam 120 milhões de passageiros em três anos. Não é prova de que a gestão pública falhou? MM – Isso é a estratégia. Degrada-se, degrada-se e degrada-se para depois dizer que o público é muito mau a gerir para e darmos ao privado. Como se degradou muito, o que damos já não é um serviço público de transportes. Isso não diz nem bem, nem mal da gestão pública. Diz mal do governo que fez esta gestão dos transportes. Vejamos o que aconteceu à Rodoviária Nacional. Foi privatizada há dezenas de anos e hoje acabaram os autocarros na maior parte do país porque não eram lucrativos. Isso não prova que a gestão privada é pior do que a pública? Excertos de conversas com os dois deputados
"Cambalhota". Sondagem da Universidade Católica dá vitória à coligação PSD/CDS Nos estudos da Católica, o PS tinha resultado superior à soma das intenções de voto de PSD e CDS desde Setembro de 2102. Ainda há 26% de eleitores indecisos.
A coligação PSD/CDS atinge 38%, contra 37% do o PS. Foto: EPA
Uma sondagem da Universidade Católica, divulgada esta sexta-feira por “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias”, Antena 1 e RTP, coloca a coligação do Governo à frente nas intenções de voto dos portugueses. A menos de quatro meses das eleições legislativas, a coligação PSD/CDS atinge 38%, contra 37% do o PS. Nos estudos de opinião da Católica, o PS apresentavase com resultado superior à soma das intenções de voto de PSD e CDS desde Setembro de 2012. Em Outubro de 2014, após as primárias que elegeram António Costa para secretário-geral do PS, a vantagem dada ao PS era de 17 pontos: 45 contra 28. A sondagem atribui à CDU 10% das intenções de voto e 8% ao Bloco de Esquerda. O estudo que revela ainda um número de indecisos na ordem dos 26%.
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Desigualdade é a doença crónica de Portugal? Desigualdades são "travão ao crescimento e desenvolvimento económicos em Portugal", diz economista Carlos Farinha Rodrigues. Por Paulo Ribeiro Pinto
Portugal é sucessivamente apontado como um dos países mais desiguais da Europa e os anos do programa de ajustamento não terão ajudado a inverter essa tendência. A convicção é do economista Carlos Farinha Rodrigues e do sociólogo Amílcar Moreira, que debateram o tema no dia 11, na Praça da Fundação Francisco Manuel dos Santos na Feira do Livro de Lisboa. A pergunta essencial do debate surgiu, segundo o economista Carlos Farinha Rodrigues, já a meio da discussão. O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão acredita que a questão está em saber qual o impacto das desigualdades no crescimento económico e desenvolvimento de um país. "A partir de um certo nível, para além de profundamente injustas, são também um travão ao crescimento e desenvolvimento económicos em Portugal. Estou convencido que uma parte significativa do forte atraso do nosso sistema económico, os fraquíssimos níveis de crescimento que tivemos praticamente desde o início do século são também explicados pelo profundo nível de desigualdade. É esse profundo nível de desigualdade que impede, por exemplo, o fortalecimento da classe média", afirmou Farinha Rodrigues. O sociólogo Amílcar Moreira, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, leva a questão das desigualdades mais longe: "Podemos fazer políticas de redistribuição porque a desigualdade em si é, como princípio democrático, má. Porque cria a algumas pessoas oportunidades que outras não têm. Esse é, para mim, o grande problema da desigualdade. Não é a questão económica, é a da participação democrática." Mas o desenvolvimento de uma economia e a redução das desigualdades faz-se também através da qualificação e da mobilidade social que permite, lembrou Amílcar Moreira. Esta semana, a Renascença está a transmitir todos os dias, às 19h00, o melhor dos debates que decorreram durante a Feira do Livro de Lisboa, no espaço da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Mulheres portuguesas têm pensões 31% mais baixas do que os homens O fenómeno é geral. Estudo do Eurostat revela que as mulheres recebem pensões mais baixas do que os homens em todos os países da Europa a 27.
Foto: DR
As mulheres portuguesas recebem, em média, pensões 31% mais baixas do que os homens, um valor ainda assim abaixo dos 38% da média europeia, revela um estudo do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE). O estudo foi feito com base em dados do Eurostat (gabinete estatístico da União Europeia) relativos a 2012 e inclui sete categorias de rendimentos como pensões: pensão por invalidez, reforma antecipada por incapacidade, pensão por velhice, reforma antecipada por velhice, pensão parcial, pensão de sobrevivência e reforma antecipada por razões laborais. De fora ficam as pensões sociais, por exemplo. De acordo com o levantamento feito pelo EIGE (sigla em inglês), as mulheres recebem pensões mais baixas do que os homens em todos os países da Europa a 27, tendo havido "poucas alterações" nas diferenças de género entre 2010 e 2012, registando-se uma descida de um ponto percentual em dois anos, na média europeia, com 39% em 2010 e 38% em 2012. Segundo o EIGE, isto acontece graças "a um ligeiro aumento no nível das pensões entre as mulheres". Relativamente a Portugal, os dados mostram que o fosso entre géneros em matéria de pensões atinge os 31% em 2012, dois pontos percentuais abaixo dos 33% alcançados em 2010, com as mulheres a receberem, em média, por mês, uma pensão de 606 euros contra os 880 dos homens. No entanto, quando analisado por idades, é possível constatar que a percentagem aumenta para 33% entre os 65 e os 69 anos, para 41% entre ao 70 e os 74 anos, descendo para os 22% entre as pessoas com mais de 75 anos de idade.
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Os países com o maior fosso entre géneros são a Alemanha e o Luxemburgo, ambos com 45%, sendo que no primeiro caso uma mulher recebe, em média, por mês, uma pensão de 1.035 euros contra 1.871 dos homens, enquanto no segundo a diferença é entre 2.207 nas mulheres e 4.017 nos homens. Os países com menor fosso entre géneros são a Estónia, Dinamarca e Eslováquia, com 5% no primeiro e 8% nos dois últimos. Já a média europeia atinge os 38%, com as mulheres a receberem uma pensão de 933 euros, contra 1.513 a que os homens têm direito. No estudo realizado, e apresentado no decorrer de um encontro de jornalistas promovido pelo EIGE, em Riga, é apontado que "as desigualdades no acesso aos recursos económicos na velhice são imensas", sublinhando que "as mulheres pensionistas enfrentam riscos mais elevados de pobreza do que os homens". "Avaliar as desigualdades de género nas pensões e abordá-las é crucial, já que as mulheres constituem a maioria da população envelhecida por causa da sua elevada esperança média de vida", lê-se no relatório. Sublinha também que, em 2013, o risco de pobreza antes de transferências sociais (incluindo pensões) altera-se de uma estimativa de 50% para as pessoas com idades entre os 55 e os 64 anos para 88% entre os que têm 65 ou mais anos, números bastante mais elevados do que os 46% estimados para a população com 16 anos ou mais. Segundo o EIGE, o risco de pobreza depende não só da idade, como também varia entre homens e mulheres, sublinhando que as mulheres entre os 55 e os 64 anos estão mais expostas à pobreza, com 55% de risco antes de transferências sociais, contra os 44% de homens com a mesma idade. Aponta que a forma desigual como homens e mulheres partilham responsabilidades faz com que haja este fosso entre géneros ao nível das pensões, defendendo, por isso, que este fenómeno só poderá ser travado através de uma avaliação na distribuição das pensões e de uma análise às desigualdades entre homens e mulheres. As desigualdades de género ao nível das pensões foram analisadas pela primeira vez em 2013 num relatório elaborado pela Comissão Europeia.
Corrupção. Ano vai a meio e já há mais acusados que em 2014 Em seis meses, o Ministério Público travou transacções suspeitas no valor de 49 milhões de euros.
Por Liliana Monteiro
O número de arguidos acusados por corrupção desde o início de 2015 já é superior ao registado em todo o ano passado, segundo dados da Procuradoria-Geral da República (PGR) a que a Renascença teve acesso. Entre Janeiro e 17 de Junho, o Departamento Central de investigação e Acção Penal (DCIAP), entidade que investiga criminalidade organizada e de maior dimensão, constituiu já 16 arguidos no âmbito de inquéritos por corrupção. Os dados agora revelados à Renascença pela PGR demonstram ainda que só até metade deste mês de Junho já se ultrapassaram as 14 acusações por corrupção activa, passiva e branqueamento relativamente a 2014. O Ministério Público (MP) já acusou três vezes mais arguidos por corrupção em comparação com 2013, ano em que cinco pessoas foram acusadas daquele crime. MP travou transacções suspeitas no valor de 49 milhões O Ministério Público (MP) conseguiu suspender operações bancárias suspeitas de crime económico no valor de cerca de 49 milhões de euros, nos primeiros seis meses do ano, revela a PGR. O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), responsável pela investigação da criminalidade organizada e de maior dimensão, tem em curso 39 inquéritos por suspeitas de branqueamento de capitais e outros crimes financeiros. Foram suspensas 36 operações bancárias, que envolviam cerca de 49 milhões de euros, um número superior a 2014, ano em que foram suspensas 43 operações que envolviam perto de 36 milhões, de acordo com os dados do DCIAP. Entre Janeiro e Junho, o DCIAP já recebeu mais de 1.600 queixas, ou seja, mais de metade das participações feitas durante todo o ano de 2014.
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Em causa estão denúncias de transacções financeiras duvidosas e susceptíveis de configurar branqueamento de capitais, entre outros ilícitos económicos. As comunicações chegam de instituições de crédito, empresas de investimento, sociedades gestoras de fundos, entre outras. DIAP Lisboa investiga 30 alegados casos de corrupção No Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, que investiga todo tipo de criminalidade penal, incluindo corrupção e alguma criminalidade económica, desde o início deste ano, o MP abriu 30 investigações por corrupção, produziu duas acusações e arquivou 18 casos relacionados com este tipo de criminalidade. Nos últimos quatro anos o número de inquéritos relativos a corrupção no DIAP de Lisboa tem vindo a diminuir, revelam os dados fornecidos à Renascença pelo departamento. De acordo com dados oficiais, em 2014 o DIAP iniciou 47 novas investigações de suspeitas de corrupção, produziu seis acusações e 20 arquivamentos, números que contrastam com os 64 inquéritos instaurados em 2012 e os 51 de 2013. Num olhar mais alargado e incluindo outro tipo de criminalidade como o peculato e o branqueamento, participação económica em negócio, apropriação ilegítima e administração danosa no exercício de funções públicas, pode concluir-se que foi em 2013 que se registaram mais acusações (31) e mais arquivamentos (81). No último ano, por exemplo, foram apenas 15 as acusações proferidas pelo Ministério Público. Este ano contam-se 11, até ao momento. Para reflectir sobre esta criminalidade económica e a corrupção, magistrados, juízes e advogados reúnem-se num colóquio marcado para sexta-feira e sábado, na Figueira da Foz. Maria José Costeira, presidente da Associação Sindical de Juízes, considera que mais do que mudanças de lei o que é urgente para melhorar o combate a este crime é o reforço de meios humanos. Já António Ventinhas, presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público, diz, por seu lado, que este encontro de formação conjunta é importante para reunir especialistas e encontrar novos caminhos. Quanto à corrupção considera que está sempre nos discursos políticos, mas nunca sai deles.
LUÍS CABRAL
António Costa e o FMI É indiscutível que se fizeram muitos erros de política económica nos últimos anos. É indiscutível que os idosos e os pobres sofreram bastante durante os anos de crise. No entanto, quer queira quer não, enquanto partido de governo, o PS não poderá senão seguir as recomendações do FMI.
O FMI defende a necessidade de Portugal indexar as pensões à evolução da economia, bem como a suspensão das reformas antecipadas. Em período de pré-campanha, António Costa declara que "as recomendações [do FMI] vão no sentido oposto àquilo que nós propomos". Temos de acabar com "essa obsessão pela austeridade", continua Costa. É indiscutível que se fizeram muitos erros de política económica nos últimos anos. É indiscutível que os idosos e os pobres sofreram bastante durante os anos de crise. No entanto, quer queira quer não, enquanto partido de governo, o PS não poderá senão seguir as recomendações do FMI. Consideremos primeiro a indexação das pensões. Ao contrário do mito frequentemente propagado, a reforma não é uma conta de poupança: as pensões não correspondem ao valor acumulado aos descontos dos trabalhadores. As reformas são pagas com os recursos que o Estado tiver em determinado momento do tempo. É verdade que os fundos que servem para pagar as pensões são constituídos com os descontos, mas não é como se o Estado guardasse os descontos dos trabalhadores e depois os pagasse de volta. Mesmo que fosse esse o caso, o valor dos activos em que o Estado colocaria essas poupanças estaria sujeito às variações imprevisíveis dos ciclos económicos. A indexação das pensões é, por assim dizer, um mal necessário. Consideremos agora a idade da reforma. Com o aumento significativo da esperança de vida (uma das coisas boas das últimas décadas), juntamente como o decréscimo significativo da fertilidade (uma das coisas menos boas das últimas décadas), o grau de dependência (o número de reformados por trabalhador útil) aumentou drasticamente. Segundo as projecções na ONU, a meio do século o índice em Portugal será 2 ou 3 vezes superior ao resto do mundo (superior
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também ao resto do mundo ocidental). Neste contexto, torna-se imperioso aumentar a idade da reforma para manter o ratio dentro de valores razoáveis: alguém tem de trabalhar. O relatório "Uma Década Para Portugal", elaborado pela equipa de economistas do PS, inclui várias páginas sobre o sistema da segurança social. É suficientemente vago para não contradizer explicitamente as palavras de António Costa, mas quem ler as entrelinhas percebe facilmente que o bom senso prevalece, nomeadamente no que respeita à idade da reforma e às condições económicas: "A melhoria das condições de sustentabilidade do sistema de pensões deverá levar em consideração (...) a evolução demográfica do país; a evolução económica do país (...)". Que a demagogia tem um papel central no discurso político português não é nada de novo nem é exclusivo de nenhuma partido; mas este antagonismo às opiniões do FMI tornou-se numa obsessão maior do que a alegada "obsessão" do FMI.
Alterações climáticas. Papa pede que se ouça o "grito da Terra" e o "grito dos pobres" Na primeira encíclica da Igreja Católica inteiramente dedicada a questões ecológicas, o Papa diz que há um "consenso científico muito consistente" sobre alterações climáticas. "Estamos perante um preocupante aquecimento" da Terra.
Para o Papa é evidente que a Terra está a aquecer perigosamente. Foto: NASA Por Aura Miguel e Filipe d'Avillez
A "verdadeira abordagem ecológica é sempre uma abordagem social que deve integrar a justiça nas discussões sobre o ambiente, para se ouvir quer o grito da Terra, quer o grito dos pobres". Na primeira encíclica de um Papa dedicada ao ambiente, Francisco diz que o mundo não pode ignorar as alterações climáticas sobre as quais há um "consenso científico muito consistente".
Para Francisco, a preocupação ecológica não pode ser separada da preocupação pelos mais pobres, marginalizados e fracos. O Papa lamenta ainda que nos debates políticos e económicos o tema social seja quase sempre acessório, porque os media, os comentadores e centros de poder vivem afastados da pobreza e denuncia certas análises parciais e discursos "verdes" que passam ao lado da realidade dos pobres. Ainda a encíclica não tinha sido lançada e já algumas vozes estavam a manifestar o seu descontentamento pelo facto de um líder religioso se estar a meter num campo que consideram ser reserva de cientistas. Entre os mais críticos incluem-se cientistas e também alguns políticos conservadores, sobretudo nos EUA, cépticos quanto às teorias das alterações climáticas. O Papa fala de facto das alterações climáticas, sobre as quais diz existir um "consenso científico muito consistente" que indica que "estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático". "Nas últimas décadas, este aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar, sendo difícil não o relacionar ainda com o aumento de acontecimentos meteorológicos extremos, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a cada fenómeno particular." Falta de recursos levará a "novas guerras" Para Francisco, a "cultura do descarte" aplicada ao ambiente tem consequências negativas para a humanidade. "É previsível que, perante o esgotamento de alguns recursos, se vá criando um cenário favorável para novas guerras, disfarçadas sob nobres reivindicações", diz Francisco, lamentando ainda que as guerras que já existem causem "sempre danos graves ao meio ambiente e à riqueza cultural dos povos, e os riscos avolumam-se quando se pensa nas armas nucleares e nas armas biológicas". A encíclica "Laudato Si" ("Louvado sejas" em italiano antigo, uma referência a um cântico de São Francisco de Assis de louvor a Deus pela criação) é a primeira escrita integralmente pelo Papa Francisco, uma vez que a encíclica "Lumen Fidei", lançada pouco depois da sua eleição, foi iniciada por Bento XVI. Esta é também a primeira encíclica da Igreja Católica dedicada unicamente a questões ecológicas, pese embora os cuidados com o ambiente tenham sido preocupação presente também no pontificado de outros papas, como Bento XVI e João Paulo II. "Real conversão ecológica" O Papa não teme entrar em polémicas. Francisco ataca as políticas de controlo de população e os que, "em vez de resolverem os problemas dos pobres, se limitam a propor a redução da natalidade". Francisco tem palavras duras também para as pressões internacionais que impõem estas medidas "aos países em vias de desenvolvimento e condicionam as ajudas económicas a determinadas políticas de 'saúde reprodutiva'", um chavão que significa o acesso ao aborto e à contracepção. Francisco denuncia que "pôr as culpas no aumento demográfico, e não no consumismo desmesurado só de alguns, é não querer enfrentar os problemas" e
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legitimar um modelo distributivo que só favorece uma minoria. Mas as críticas não ficam por aí. Para o Papa, não faz qualquer sentido que "os que lutam contra o tráfico de animais em risco de extinção" sejam "indiferentes ao tráfico de seres humanos", nem é compatível "a defesa da natureza com a justificação do aborto". Quando Francisco pede uma "real conversão ecológica", está por isso a dirigir-se tanto aos que encaram as ameaças de alterações climáticas com cepticismo ou indiferença como aos que, no entender do Papa, colocam a defesa da natureza acima do valor da vida humana. O Papa não termina a sua encíclica sem fazer algumas recomendações aos católicos: desde questões práticas a espirituais, passando pela necessidade de maior compromisso dos cidadãos com o processo político.
Dez frases da encíclica de Francisco sobre ambiente Leia aqui algumas das frases mais marcantes da encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, dedicado às questões ecológicas.
Foto: Max Rossi/EPA Por Filipe d'Avillez
A encíclica do Papa Francisco fala de ecologia e do cuidado pelo ambiente em todas as suas dimensões. Há espaço reservado para questões mais claramente ecológicas, como o desperdício de recursos e a poluição das águas, mas também para assuntos sociais, como o aborto e o tráfico de pessoas e mesmo económicas. Veja aqui algumas das frases mais marcantes. Alterações climáticas "Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático. Nas últimas décadas, este aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar, sendo difícil não o relacionar ainda com o aumento de acontecimentos meteorológicos extremos, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a cada
fenómeno particular. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam." Água "A água potável e limpa constitui uma questão de primordial importância, porque é indispensável para a vida humana e para sustentar os ecossistemas terrestres e aquáticos. (…) Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escas¬so, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direi¬tos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável." Animais "Embora o ser humano possa intervir no mundo vegetal e animal e fazer uso dele quando é necessário para a sua vida, o Catecismo ensina que as experimentações sobre os animais só são legítimas ‘desde que não ultrapassem os limites do razoável e contribuam para curar ou poupar vidas humanas’. Recorda, com firmeza, que o poder humano tem limites e que ‘é contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas’. Todo o uso e experimentação ‘exige um respeito religioso pela integridade da criação’." Vida humana "É evidente a incoerência de quem luta contra o tráfico de animais em risco de extinção, mas fica completamente indiferente perante o tráfico de pessoas, desinteressa-se dos pobres ou procura destruir outro ser humano de que não gosta. (…) Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá protecção a um embrião humano ainda que a sua chegada seja causa de incómodos e dificuldades." Relativismo "A cultura do relativismo é a mesma patologia que impele uma pessoa a aproveitar-se de outra e a tratá-la como mero objecto (…) É a mesma lógica que leva à exploração sexual das crianças, ou ao abandono dos idosos que não servem os interesses próprios. É também a lógica interna daqueles que dizem: “Deixemos que as forças invisíveis do mercado regulem a economia, porque os seus efeitos sobre a sociedade e a natureza são danos inevitáveis”. Se não há verdades objectivas nem princípios estáveis, fora da satisfação das aspirações próprias e das necessidades imediatas, que limites pode haver para o tráfico de seres humanos, a criminalidade organizada, o narcotráfico, o comércio de diamantes ensanguentados e de peles de animais em vias de extinção? (…) É a mesma lógica do “usa e joga fora” que produz tantos resíduos, só pelo desejo desordenado de
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consumir mais do que realmente se tem necessidade." Dívida ecológica "A desigualdade não afecta apenas os indivíduos mas países inteiros, e obriga a pensar numa ética das relações internacionais. Com efeito, há uma verdadeira “dívida ecológica”, particularmente entre o Norte e o Sul, ligada a desequilíbrios comerciais com consequências no âmbito ecológico e com o uso desproporcionado dos recursos naturais efectuado historicamente por alguns países. As exportações de algumas matérias-primas para satisfazer os mercados no Norte industrializado produziram danos locais (…) O aquecimento causado pelo enorme consumo de alguns países ricos tem repercussões nos lugares mais pobres da terra, especialmente na África, onde o aumento da temperatura, juntamente com a seca, tem efeitos desastrosos no rendimento das cultivações. A isto acrescentam-se os danos causados pela exportação de resíduos sólidos e líquidos tóxicos para os países em vias de desenvolvimento e pela actividade poluente de empresas que fazem nos países menos desenvolvidos aquilo que não podem fazer nos países que lhes dão o capital. " Conversão ecológica "A crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. Entretanto temos de reconhecer também que alguns cristãos, até comprometidos e piedosos, com o pretexto do realismo pragmático frequentemente se burlam das preocupações pelo meio ambiente. Outros são passivos, não se decidem a mudar os seus hábitos e tornam-se incoerentes. Faltalhes, pois, uma conversão ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus. Viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial duma existência virtuosa." Grito da Terra e grito dos pobres "Muitas vezes falta uma consciência clara dos problemas que afectam particularmente os excluídos. Estes são a maioria do planeta, milhares de milhões de pessoas (…) hoje, não podemos deixar de reconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o grito da terra como o grito dos pobres." Demografia "Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar num mundo diferente, alguns limitam-se a propor uma redução da natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de desenvolvimento, que condicionam as ajudas económicas a determinadas políticas de “saúde reprodutiva” (…) Culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e selectivo de alguns é uma forma de não enfrentar os problemas. Pretendese, assim, legitimar o modelo distributivo actual, no qual uma minoria se julga com o direito de consumir numa proporção que seria impossível generalizar, porque o planeta não poderia sequer conter os resíduos de tal consumo. Além disso, sabemos que se desperdiça aproximadamente um terço dos alimentos produzidos, e «a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre."
Economia "A política não deve submeter-se à economia, e esta não deve submeter-se aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia. Pensando no bem comum, hoje precisamos imperiosamente que a política e a economia, em diálogo, se coloquem decididamente ao serviço da vida, especialmente da vida humana. A salvação dos bancos a todo o custo, fazendo pagar o preço à população, sem a firme decisão de rever e reformar o sistema inteiro, reafirma um domínio absoluto da finança que não tem futuro e só poderá gerar novas crises depois duma longa, custosa e aparente cura. (…) Convém evitar uma concepção mágica do mercado, que tende a pensar que os problemas se resolvem apenas com o crescimento dos lucros das empresas ou dos indivíduos. Será realista esperar que quem está obcecado com a maximização dos lucros se detenha a considerar os efeitos ambientais que deixará às próximas gerações?"
Encíclica do Papa sobre ambiente é "forma de pressão" para líderes mundiais "Mensagem muito clara" do Papa pressiona "países mais cépticos" com grandes comunidades católicas, diz ambientalista da Quercus.
Por Eunice Lourenço
A encíclica "Laudato Si", a primeira inteiramente dedicada a questões ecológicas, vai ser, "sem dúvida, uma forma de pressão" para a Conferência do Clima, que vai decorrer em Paris no fim do ano, diz Francisco Ferreira, da Quercus. "O facto de o Papa surgir neste momento com uma mensagem muito clara vai ser sem dúvida uma forma de pressão imediata sobre um conjunto de países mais cépticos e que têm grandes comunidades católicas", afirmou Francisco Ferreira, num debate na Renascença com o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, Pedro Vaz Patto. O ambientalista considera que a encíclica divulgada
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esta quinta-feira "é um fantástico diagnóstico da situação, com uma base científica muito bem conseguida" e " um documento rigoroso e que olha para o futuro", pelo que deve constituir "uma oportunidade de mobilização para os católicos". "O Papa toma claramente partido sobre o caminho, quando diz que devemos tendencialmente eliminar os combustíveis fosseis e fazer uma aposta na eficiência energética e nas energias renováveis. É muito direccionado o caminho que leva a humanidade a conseguir sobreviver no planeta que tem de usar estes recursos renováveis", analisa Francisco Ferreira. "Dedo na ferida" O ambientalista considera que o Papa "põe o dedo na ferida" quando toca na questão da equidade e critica de forma veemente a distribuição de recursos. "Sem dúvida que só conseguimos um desenvolvimento sustentável ultrapassando estas questões da equidade, mas o movimento ambientalista considera que não temos um planeta infinito. Temos uma qualidade limitada de recursos renováveis e, portanto, não conseguiremos ter uma população que infinitamente possa explodir", acrescenta Francisco Ferreira. Pedro Vaz Patto aponta outra leitura: "Para proteger o ambiente não é preciso diminuir a população". O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz entende, como o Papa, que "a questão enfrenta-se se houver outra distribuição de recursos" e salienta que um terço dos bens alimentares são desaproveitados. No debate, moderado pelo jornalista José Pedro Frazão, Vaz Patto colocou a ênfase sobretudo na questão da equidade e na interdependência das questões ambientais com as questões sociais. Para o presidente da CNJP, são sempre os mais pobres a sofrer as maiores consequências dos problemas ambientais. Um exemplo: se não há água potável, os pobres não podem comprar água engarrafada. Pedro Vaz Patto considera que "é um dever de justiça" os países mais ricos pagarem a sua "dívida ecológica" (expressão do Papa) aos países mais pobres. "O estado a que chegou a Terra neste momento, os problemas do aquecimento global e outros são fruto da actividade dos países ricos e dela beneficiaram os países ricos. Portanto, é um dever de justiça, e não uma questão de filantropia, que, nesta necessidade de reconverter a economia e as fontes de energia, as dificuldades que os países pobres possam ter sejam assumidos de forma solidária pela comunidade internacional e pelos países ricos."
Obama elogia encíclica ecológica do Papa Francisco A posição do Presidente Obama contrasta com a de alguns republicanos, para quem o Papa não devia imiscuir-se em assuntos que são da esfera da ciência.
Obama, que aqui conversa com o Papa aquando da sua visita ao Vaticano, em 2014, revela-se fã da encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia. Foto: EPA
O Presidente norte-americano, Barack Obama, elogiou, na quinta-feira, a encíclica do Papa Francisco sobre o ambiente e a ecologia. Numa nota publicada pela Casa Branca, Obama diz que as palavras do Papa nesta matéria, sobretudo acerca das alterações climáticas, são bem-vindas. “Saúdo a encíclica de Sua Santidade o Papa Francisco e admiro profundamente a sua decisão de defender – com claridade, força e toda a autoridade moral que advém do seu cargo – medidas contra as alterações climáticas”, afirma Obama. O líder dos Estados Unidos manifesta ainda a sua esperança de que a próxima cimeira sobre alterações climáticas, prevista para Paris em Dezembro, possa decidir medidas concretas. “Espero que todos os líderes mundiais - e todos os filhos de Deus - reflictam sobre este chamamento do Papa para se unirem na defesa da nossa casa comum”, diz Obama. A tomada de posição de Barack Obama contrasta com as afirmações de outros políticos americanos, nomeadamente alguns republicanos mais conservadores, como Jeb Bush e Rick Santorum, que são cépticos em relação as causas das alterações climáticas. Santorum chegou a dizer que o Papa devia, nesta matéria, “deixar a ciência para os cientistas”. Na sua encíclica o Papa diz que existe um grande consenso de que as alterações climáticas são causadas por acção do homem e defende que os países ricos, que tiraram mais proveito da exploração dos recursos naturais, têm uma dívida ecológica para com os países menos desenvolvidos.
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TEIXEIRA DOS SANTOS
"Temo que se a Grécia sair do euro os mercados se virem para Portugal" O ministro das Finanças de Sócrates diz, em entrevista à Renascença, que a almofada de 17,3 mil milhões que adia a ida aos mercados não será suficiente para enfrentar um futuro ataque especulativo à dívida portuguesa. "De alguma forma posso dizer que já vi este filme", confessa.
Foto: Lusa Por João Carlos Malta
Fernando Teixeira dos Santos, ex-ministro das Finanças que levou Portugal a pedir o resgate aos credores internacionais em 2011, receia as consequências para o país de uma hipotética saída da Grécia da zona euro. "Este pode ser o início do fim da área do euro", diz. Na opinião do número dois do governo de José Sócrates, se Grécia cair, quem fica na linha de fogo dos mercados é Portugal. Afirma que o Estado, apesar de ter amealhado uma almofada de 17,3 mil milhões de euros, não está imune à pressão dos mercados e não será suficiente para suster um braço de ferro prolongado com os investidores na dívida pública. Também os privados não vão escapar aos problemas de financiamento que daí vão decorrer. Para Teixeira dos Santos, neste momento o impasse do caso grego é mais político do que financeiro. E alerta para que o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, é especialista em "teoria dos jogos". Poderá ser tudo bluff? Uma saída da Grécia da zona euro teria um efeito minimalista, como o Governo defende, ou um impacto forte sobre os principais indicadores económicos, como um grupo de economistas ligados ao PS augura? Primeiro, gostaria de salientar que é muito difícil prever as consequências da saída da Grécia da área do euro. Estamos perante um evento sem precedentes, não há história e não temos uma base sólida para que possamos avaliar as consequências.
Mas, olhando para o comportamento recente dos mercados à divida pública, podemos constatar que de facto a preocupação dos mercados é grande. E tem-se vindo a reflectir sobre as taxas de juro praticadas nos mercados secundários. Creio que o risco de perturbação no domínio financeiro é grande trazendo consequências significativas nas condições de financiamento quer público, quer do sector privado. No que se refere ao financiamento do sector público é certo que o Governo constituiu nestes últimos meses uma almofada que nos permite cobrir as necessidades de financiamento nos próximos meses. Isso dá-nos alguma protecção nesse domínio. Mas no sector privado, e no sector financeiro em geral, serão fortemente abaladas por um agravamento de perspectivas na área do euro. Um outro aspecto que me parece ter em consideração é que existirão perturbações que vão gerar pessimismo e um ambiente de incerteza na Europa e em Portugal com consequências nas decisões do dia-a-dia das famílias e nos investimentos. Isto pode afectar a procura na economia e, por essa via, afectar o crescimento da nossa economia. Um outro aspecto relevante, numa perspectiva de médio longo prazo, é que começamos a assistir a uma desagregação da moeda única que se pensava ser uma área coesa, sólida com mecanismos de governação adequadas e de auxílio aos Estados-membros em situação de crise. O caso da Grécia vem-nos mostrar que nada disso existe e que a partir de agora a solução que se aponta é a saída do país da área do euro. E não procurar resolver os problemas de fundo que estão na origem. Este pode ser o início do fim da área do euro. Esse é o meu receio. O perigo de desagregação da zona euro, que se pensava indivisível, pode levar a novos ataques dos mercados. Há mesmo quem diga que se a Grécia sair é Portugal que se pode seguir. Há esse risco? Partilho esse receio. De alguma forma posso dizer que já vi este filme. Quando houve a crise da dívida soberana, e esta se agudizou em 2010, todos dizíamos que esta era uma questão só com a Grécia, que outros países da área do euro estavam fora de risco. E penso que o que entretanto se passou mostrou o quão enganados estávamos em relação à protecção que tínhamos e que pensávamos ter. Hoje, os mercados olham para os países de forma diferente daquela que olhavam há cinco anos. Mas, mesmo assim, Portugal não está imune do risco de, depois de a Grécia cair, poderem virar-se para outras economias que estão fragilizadas e pressentem ainda ter pesos elevados na sua dívida pública. E ele é sério. Não haverá almofada que salve o país? Essa almofada terá um efeito que será importante no curto prazo, mas tenho dúvidas que tenhamos capacidade para resistir a um braço-de ferro mais prolongado com os mercados, se esse cenário se vier a desenhar. Isto vai exigir uma intervenção mais forte do BCE. Apesar de a banca nacional ter reduzido a exposição a divida grega, ainda há perigo de haver consequências para a o sistema financeiro? Não há uma exposição directa significativa à divida grega. Temo mais os riscos que vêm do agravamento
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das condições de financiamento para os países da periferia do euro que podem afectar. Podemos voltar aos valores que nos levaram a pedir ajuda externa, com juros acima dos 7% na dívida a dez anos? É muito difícil prever isso. O que os mercados estão a indicar é um agravamento das condições de financiamento. Em meados de Março, depois de o Banco Central Europeu ter anunciado o "quantitative easing", as taxas de juro quase bateram no zero. Estiveram pouco acima do 1,5%, agora estão perto dos 3,5%. Mostra bem como os mercados agravaram as condições mediante esta indefinição em torno da Grécia. Se se confirmar o pior cenário, temo que os mercados venham a penalizar ainda mais economias como a portuguesa. Para o cidadão comum, a ideia que fica é que a Europa gastaria menos a resolver a crise grega do que a solucionar uma saída da Grécia. A questão é agora mais política do que financeira? Penso que sim, há uma forte componente política. Por um lado, a ideia de que é preciso levar a cabo uma forte correcção nas contas públicas, quer no domínio das reformas estruturais de países da área do euro. Houve uma demonização dos países da periferia, o que é um erro. Há uma distinção entre os bem comportados e os malcomportados na área do euro, o que fez com que muitos responsáveis políticos lançassem um estigma sobre estes países. Agora tem dificuldade em explicar mudanças de atitude. Isso adensa as preocupações políticas em países como a Alemanha. Ou seja, o combate é ideológico? Temos um governo do lado grego que tem vindo também a ter uma postura muito dura nas negociações com a Europa, não querendo ceder muito. Estamos a assistir a um braço-de-ferro entre os credores europeus e a Grécia. Quero crer que estamos a viver um ambiente de grande dramatização de parte a parte. Recordo que o ministro [das Finanças] Varoufakis é um especialista em teoria dos jogos. Eu interrogo-me até que ponto é que não está aqui a jogar e a fazer um "bluff" forte neste jogo negocial com a Europa para que no fim possa haver uma cedência, ainda que pequena de parte a parte, para que todos possam reclamar algum ganho que venham a conseguir.
Tsipras optimista num acordo A declaração do primeiro-ministro manifesta um maior optimismo do que as expectativas expressas pelo seu ministro das Finanças, no final do Eurogrupo. Varoufakis dizia, então, que a Europa está, de forma perigosa, perto de aceitar um acidente.
O primeiro-ministro acredita que a Europa encontrará uma solução para o problema da Grécia. Foto: Julien Warnand/EPA
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras , manifestase optimista quanto à obtenção de um acordo para o seu país, não obstante o fracasso das negociações da noite de quinta-feira, no âmbito do Eurogrupo. Num comunicado emitido na manhã desta sexta-feira, o primeiro-ministro grego diz acreditar que a solução para a Grécia passa pelo respeito pelas regras da União Europeia. Tsipras garante que a reunião extraordinária dos líderes da Zona Euro, marcada para segunda-feira, constitui um bom sinal quanto ao futuro do país no quadro europeu, sublinhando que quem aposta numa crise pode estar enganado. “A reunião de segunda-feira é um desenvolvimento positivo no carminho para um acordo. Todos aqueles que têm apostado numa crise e em cenários de terror irão falhar.” “Haverá uma solução baseada no respeito pelas regras da União Europeia e da democracia, que permitirá o regresso da Grécia ao crescimento, dentro do euro”, afirma. A declaração do primeiro-ministro manifesta um maior optimismo do que a expressa pelo seu ministro das finanças no final do Eurogrupo. Yanis Varoufakis dizia, então, que a Europa está, de forma perigosa, perto de aceitar um acidente, garantindo, por outro lado, que a diferença entre as partes é demasiado pequena para justificar um impasse. Por sua vez, a ministra portuguesa Maria Luis Albuquerque, alude a uma situação muito séria, embora insista na ideia de que ainda é possível e desejável um entendimento. O tempo é cada vez mais apertado. No fim do mês termina o actual programa de assistência à Grécia. É também a data limite para Atenas pagar ao FMI 1,5 mil milhões de euros.
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ANÁLISE DE EUNICE LOURENÇO
O Governo não está preocupado com a Grécia? Está, não quer é dizer Crise grega pode comprometer crescimento económico de Portugal e terá efeitos eleitorais. Por Análise de Eunice Lourenço
O Governo preparou e tem repetido todos os dias um discurso de segurança e confiança, garantido que Portugal não sofrerá com o que venha a acontecer com a Grécia. Maria Luís Albuquerque repete o discurso dos “cofres cheios”, Pedro Passos Coelho diz todos os dias que “Portugal não é a Grécia” e até o Presidente da República insiste nas diferenças entre portugueses e gregos. Cavaco Silva acabou por admitir que os resultados da falta de acordo são "imprevisíveis" e até que pode haver efeitos que "não serão positivos". Mas, mesmo depois da reunião do Eurogrupo, a ministra das Finanças insistiu no discurso da tranquilidade. “Nós temos os cofres cheios. É certo que é valor de divida, mas é esse montante, essa almofada financeira que nos permite do ponto de vista do financiamento do Tesouro português algum evento mais desfavorável do mercado, seja este ou algum outro que pode ocorrer e, desse ponto de vista, o financiamento do Estado português está assegurando com tranquilidade por um período razoavelmente longo”, disse Maria Luís, no Luxemburgo. Por detrás deste discurso da tranquilidade, responsabilidade e confiança, há, contudo, preocupação. Fontes governamentais contactadas pela Renascença, admitem que a crise grega e, num cenário cada vez mais admitido, a saída da Grécia da zona euro pode não colocar problemas de financiamento imediato, mas irá comprometer o crescimento económico com que o Governo está a contar, não só para cumprir as metas que estabeleceu, mas para também para rentabilizar em termos eleitorais. O discurso oficial é que a saída da Grécia não arrastará Portugal, mas há responsáveis que admitem uma grande dose de incerteza. Haverá, certamente, instabilidade nos mercados, os juros da divida portuguesa podem aumentar (como já se viu esta semana), a confiança dos investidores vai voltar a descer e se essa instabilidade durar várias semanas pode estar em causa a recuperação económica que o Governo tanto tem vindo a apregoar e que conta esteja a pesar nos bolsos e nos votos dos portugueses em Setembro e Outubro, quando chegarem a campanha oficial e as eleições. Embalada por sondagens que mostram uma margem muito pequena de diferença com o PS e que até permitem cenários de vitória eleitoral, a actual coligação conta – ou contava – com essa recuperação para continuar a sustentar o discurso de “os sacrifícios
compensam” e de que mais vale confiar em quem tirou Portugal da crise do que apostar em promessas. A crise grega até pode dar outro trunfo de discurso político ao Governo, que algumas vozes da coligação já começaram a ensaiar: lembrar como António Costa saudou a vitória eleitoral do Syriza e dizer “vejam, vejam o que está a acontecer à Grécia e estes senhores que tanto rejubilaram com o Tsipras podem fazer o mesmo a Portugal”. Mas esse é um discurso que, quando muito, pode levar a sair de casa os eleitores da própria coligação desiludidos que, num outro cenário, seriam abstencionistas e que só um sentimento de grande perigo nacional causado por vitória do PS levará a ir votar. E a coligação também sabe que, mais do que os discursos, o que vai pesar no voto e na vitória são os bolsos dos portugueses. Por isso, se a Grécia sair mesmo do euro e Portugal não for, de facto, arrastado, essa será uma grande vitória para o Governo e reforçará as suas possibilidades eleitorais. E, se correr mal, corre mal para a coligação, mas também não correrá bem para o PS. GRAÇA FRANCO
Grécia. Alguém já fez umas continhas rápidas? Não está em jogo apenas a falência ou não do discurso da punição exemplar dos infractores tão querido aos políticos alemães. Hoje e amanhã joga-se a Europa.
Por Graça Franco
Ao contrário do que disse Maria Luís Albuquerque, pode "um único país pôr em causa a Europa mesmo contra a vontade dos restantes 27?". Ai pode, pode! Mario Draghi está seguramente entre os que pensam que sim, e não se tem cansado de avisar para a imprevisibilidade do cenário "Grexit", capaz de colocar todo o projecto europeu "em mares nunca dantes navegados!". Parece um recado direitinho para o país de Camões. É verdade que Portugal tem agora os cofres cheios de 17 mil milhões de euros, amealhados para "o que der e vier". Este pecúlio, embora nos tenha saído caro ao pressupor a acumulação de excessos de liquidez,
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permite olhar, como sublinhou Passos Coelho, com relativa tranquilidade até final do ano. Podemos até imaginar uma reserva suficiente para "aguentar" a ausência dos mercados até Junho de 2016. Mas, com uma dívida a rondar os 130% da riqueza nacional (num total de 209 mil milhões contra os 312 mil milhões gregos), é fácil perceber que os nossos problemas não terminam aí. Mais cedo ou mais tarde, o regresso aos mercados, em caso de crise, por muito que aguentássemos os primeiros embates, seria sempre inevitável e aí a vulnerabilidade seria total. Não por acaso o cenário macroeconómico do PS prevê, para a hipótese "Grexit", uma redução da taxa de crescimento médio nos próximos quatro anos de mais de 2,6% para 0,5%. Em total estagnação e sem possibilidade de redução do desemprego, a ameaça de insustentabilidade da dívida seria crescente, além dos efeitos em dominó da erosão da riqueza nacional em mais de 15 mil milhões de euros. É muito. O PSD não fez as contas, mas as propostas do PEC sofreriam um desgaste equivalente. Pior ainda, o problema grego (ou, melhor dito, o problema europeu) não se reduz às finanças. Não é por acaso que os Estados Unidos vêem com a maior preocupação uma crise europeia que ameaça lançar a Grécia nos braços da Rússia, no exacto momento em que esta considera que se vive "o pior momento de tensão com o Ocidente pós-Guerra Fria". Daí o relevo dado ao anúncio feito esta semana de reforço do seu dispositivo de mísseis com capacidade para atingir alvos a 5.500 km, frisando que a artilharia pesada será "capaz de superar qualquer sistema de defesa antimíssil, incluindo os mais certeiros". Além disso, Putin mostra-se disposto a renovar o respectivo arsenal militar em 70% até 2020. As provocações que a aviação russa tem vindo a acentuar em sede de exercícios Nato mostra como o grande urso não hesita em mostrar os dentes. Podemos deixar que amanhã o líder russo surja aos olhos da opinião pública grega como o único parceiro capaz de desembolsar os 1,5 mil milhões necessários para evitar a bancarrota anunciada para o próximo dia 30, dispondo-se a pagar antecipadamente meia dúzia de contratos de fornecimento de gás? Alguém já fez umas continhas rápidas sobre o que isto representa no gigantesco bolo dos danos colaterais que a instabilidade da Grécia pode causar a toda a Europa? Tem que haver regras para novas ajudas? Sim. Mas essas regras também não devem repetir erros do passado e, sobretudo, devem prevenir uma deterioração ainda mais acelerada da emergência social no país. Estamos a falar de um país que reduziu o défice, de quase 16% para 3,5, e tem mesmo um excedente estrutural que gostaria de reduzir para 0,75% enquanto a Europa insiste num mínimo de um. Vale a pena continuar um braço de ferro por isto? As pensões acima de 2.500 euros já perderam dois meses por ano e as que ficam abaixo registam quebras de 20 a 50%, desde o início do resgate. Tem mesmo de se continuar a cortar aí forçando um Governo a cair no descrédito interno absoluto? Não haverá possibilidade de ser um bocadinho mais criativo sem parecer que a demagogia do Syriza acaba premiada? Os bancos estão de cofres vazios. Os autarcas gregos do próprio Syriza já desobedecem à lei imposta pelo
Governo e recusam disponibilizar os seus fundos de tesouraria para pagar ao FMI, alegando que não poderão continuar a fornecer refeições às crianças das escolas e a ajudar a Igreja Ortodoxa a matar a fome aos idosos mais pobres. A Grécia ameaça cada vez mais implodir socialmente e é preocupante que comece a sair à rua não para derrubar, mas para apoiar o Governo eleito há seis meses. O desespero é sempre mau conselheiro. Os partidos da oposição já deram a mão ao Governo para que seja possível encontrar um acordo que mantenha a Grécia no Euro indo ao encontro da vontade de 80% do povo. O ideal seria que tivessem internamente a força necessária para apostar numa solução de compromisso interno mas as pontes são cada vez mais escassas. Hoje e amanhã não estará apenas em jogo a sorte política do Syriza, e indirectamente do Podemos em Espanha. Não estará apenas em avaliação a inevitabilidade de um certo discurso "austeritário". Nem se joga apenas a possibilidade ou não de afrontamento da opinião pública dos países nórdicos (a que começa a faltar a paciência) ou a justiça relativa face aos países de Leste chamados a forçar os seus contribuintes pobres a ajudar os gregos estatisticamente mais ricos. Não está em jogo apenas a falência ou não do discurso da punição exemplar dos infractores tão querido aos políticos alemães. Hoje e amanhã joga-se a Europa. E neste jogo alguém terá de perceber que não se pode deixar que o senhor Tsipras roube subitamente o futuro aos outros 27. Porque ele pode. Infelizmente pode. Política, economia, relações internacionais e sociedade só são coisas distintas nas páginas dos jornais e nas cabeças dos "pequenos" políticos. A vida é tudo isso. A ameaça de guerra é real (ouça-se a voz da experiência de Loureiro dos Santos ou de Adriano Moreira e leiamse as preciosas análises de Miguel Monjardino). Vale a pena lembrar que o primeiro objectivo da União Europeia não foi o mercado livre, mas garantir um futuro de paz e cooperação entre uma multiplicidade de países onde ainda cheirava a morte.
E vão oito. Nova greve de 24 horas do metro de Lisboa a 26 de Junho Contra a privatização e a reestruturação da empresa, os trabalhadores voltam a parar. Será a oitava paralisação no metro de Lisboa este ano. Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa entregaram um novo pré-aviso de greve de 24 horas para dia 26 de Junho, contra a privatização e a reestruturação da empresa, disse esta quinta-feira à Lusa fonte sindical. De acordo com José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), a greve, a oitava desde o
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início do ano, tem os mesmos motivos e decorrerá nos mesmos moldes da realizada esta quinta-feira, com a duração de 24 horas. A paralisação desta quinta-feira registou uma adesão a rondar os 100% dos trabalhadores da parte operacional da empresa, encontrando-se as estações encerradas, disse à Lusa uma fonte sindical. Por seu lado, fonte do Metropolitano de Lisboa realçou que a empresa não divulga números de adesão à greve. O Governo aprovou a 26 de Fevereiro a subconcessão do Metro e da Carris e, na segunda-feira, revelou que cinco candidatos apresentaram propostas, das quais três são conjuntas às duas empresas. As empresas interessadas no Metropolitano são a transportadora parisiense RATP (Régie Autonome des Transports Parisiens) e a também francesa Transdev, além da britânica National Express e da espanhola Avanza. Em declarações à Lusa, no início de Junho, o presidente da Transportes de Lisboa, Rui Loureiro, revelou que os contratos das subconcessões do Metropolitano de Lisboa e da Carris devem ser assinados a partir de 15 de Julho.
sector. Em declarações à Lusa, o coordenador do Sitava Fernando Henriques disse que “haverá seguramente perturbações” nos serviços de assistência em terra do aeroporto da Portela, adiantando que o recurso a trabalhadores temporários e prestadores de serviço deverá minimizar o impacto da paralisação. Fonte oficial da TAP desvaloriza o impacto da greve, considerando que o serviço de assistência em terra não será impactado pela acção de protesto. A partir das 10h00, os trabalhadores da Groundforce concentram-se numa acção de protesto em frente ao Tribunal de Contas, em Lisboa, reclamando que a instituição liderada por Guilherme d’Oliveira Martins faça um escrutínio apertado às sucessivas operações de privatização e concessão no sector levadas a cabo por este Governo. Após a concentração, os trabalhadores da empresa de assistência em terra seguem até ao Ministério da Economia, que tem a tutela dos transportes. A empresa de assistência em terra é detida em 49,9% pela TAP e em 50,1% pela Urbanos, na sequência de um acordo anunciado em 2012 e fechado em 2013.
Greve da Groundforce pode causar perturbações no aeroporto de Lisboa
“Direito a Nascer” lamenta adiamento de discussão sobre aborto
Fonte oficial da TAP desvaloriza o impacto da greve, considerando que o serviço de assistência em terra não será afectado pela acção de protesto.
Groundforce em greve pode afectar aeroporto de Lisboa
A greve dos trabalhadores da Groundforce, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), pode causar perturbações nos serviços de assistência no aeroporto de Lisboa sobretudo nos serviços de check-in e de bagagem. Inserida na semana de luta no sector dos transportes, o Sitava convocou uma greve parcial na empresa de “handling” (assistência em terra), entre as 09h00 e as 15h00 de sexta-feira, para contestar as privatizações no
Plataforma lembra que presidente da Assembleia da República decretou carácter urgente da iniciativa. A plataforma “Direito a Nascer” lamenta que o Parlamento possa adiar para a próxima legislatura o projecto-lei de alteração à lei do aborto. Em comunicado, a comissão representativa da iniciativa legislativa de cidadãos lembra que a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, decretou o carácter urgente da iniciativa. A comissão sublinha ainda que até ao final da presente legislatura a Assembleia da República vai votar mais de 50 projectos-lei, não compreendendo por isso o adiamento desta iniciativa.
Maioria aprova nova lei da cobertura jornalística "Para o CDS, a questão dos debates é muito importante e é um aspecto fundamentalíssimo da lei", declarou Telmo Correia. O projecto de lei sobre cobertura jornalística de eleições
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foi aprovado esta quinta-feira, em sede de especialidade, pela maioria PSD/CDS. A votação final em plenário está marcada para amanhã e vai contar com os votos contra da oposição. O deputado do CDS, Telmo Correia, deixou claro que forçou o texto na questão dos debates mínimos entre os candidatos, ou seja, que os debates que existirem deverão ter em conta os grupos parlamentares existentes nas últimas eleições. "Para o CDS, a questão dos debates é muito importante e é um aspecto fundamentalíssimo da lei e fazemos disso finca-pé", declarou Telmo Correia. A questão dos debates está inscrita no artigo 7.º do projecto de lei e é um dos que conta com a oposição do Partido Socialista. O deputado do PS, Jorge Lacão, considera que o diploma é feito à medida para as próximas legislativas. "Ninguém quis saber das eleições presidenciais. Quem propõe o que propõe está exclusivamente preocupado em garantir, de um certo modo, o seu lugar nos debates parlamentares e os outros logo, se vê", acusa. O socialista Jorge Lacão reiterou as críticas ao diploma, acusando o CDS-PP de ser o culpado de o PSD abandonar a "plataforma de entendimento que esteve quase a ser alcançada" devido à questão dos debates, dizendo que o referido artigo "está eivado de veneno e contamina todo o projecto", pois é "uma norma proteccionista em detrimento de novas candidaturas". Durante a discussão na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a nova versão do projecto de lei 530/XII perdeu o anterior regime sancionatório, com coimas de três a 30 mil euros para os media que violassem a igualdade de oportunidades e de tratamento das diversas candidaturas. Agora, no seu artigo 4.º, sobre "princípios orientadores", estipula-se que, "no período eleitoral os órgãos de comunicação social gozam de liberdade editorial e de autonomia de programação nos termos gerais". Relativamente a debates, o artigo 7.º, frisando o "princípio da liberdade editorial e de autonomia de programação", sublinha a importância do respeito pela "representatividade politica e social" dos concorrentes. O facto de "ter obtido representação nas últimas eleições relativas ao órgão a que se candidata" é uma das condições enunciadas, embora ressalvando-se que tal "não prejudica a possibilidade de os órgãos de comunicação social incluírem outras candidaturas nos debates que venham a promover". A revisão da lei sobre tratamento jornalístico das candidaturas, que é de Fevereiro de 1975, começou a ser elaborada em Fevereiro/Março de 2014, após vários órgãos de comunicação social recusarem a cobertura devido à interpretação da legislação por parte da CNE, nas autárquicas de 2013, impondo "tratamento igual e não discriminatório de todas as candidaturas". Vários esforços foram envidados por parte de PSD, PS e CDS-PP, com diversos avanços e recuos, mas todos sem sucesso, gerando-se mesmo bastante polémica a dado passo com a introdução do denominado "visto prévio", ou seja, a imposição de entrega de um plano noticioso para o período eleitoral por parte da comunicação social. Daqui a um ano há mais discussão, uma vez que o artigo 14 do diploma agora votado refere que a presente
lei deve ser objecto de revisão no prazo de um ano, após a sua entrada em vigor.
Alargadas bolsas a mais quatro mil alunos A alteração no regulamento foi confirmada à Renascença pelo secretário de Estado do Ensino Superior. Até mais quatro mil alunos do Ensino Superior podem vir a receber uma bolsa no próximo ano lectivo. É uma consequência das alterações ao regulamento de atribuição de bolsas de estudo. O novo regulamento prevê o aumento do limiar de elegibilidade em cerca de 840 euros aumentando, assim, o universo de candidatos com bolsa de estudo, como explica José Ferreira Gomes, secretário de Estado do Ensino Superior. “Vai aumentar entre três a quatro mil – é a nossa expectativa – o número de estudantes com bolsa. É um esforço para assegurar que nenhum estudante com carências económicas fica excluído de curso superior”, disse. O novo regulamento de atribuição de bolsas também prevê que o pagamento seja feito num dia fixo do mês, que será definido no inico de cada ano lectivo pela Direcção-geral do Ensino Superior. Pelo caminho ficou a proposta de diminuir a percentagem de aproveitamento escolar de 60 para 50% para os alunos que frequentem o primeiro ano no Ensino Superior. Mantém-se o patamar de aproveitamento escolar para os alunos poderem receber a bolsa de estudo.
Bombeiros de Maceira feridos após acidente num treino Um dos bombeiros está em estado grave, Incidente está a ser averiguado. Dois bombeiros da corporação da Maceira, concelho de Leiria, sofreram ferimentos, um dos quais com gravidade, na sequência de uma queda do primeiro andar da casa-escola do quartel quando realizavam um treino operacional, disse o comandante. "Tratava-se de um treino operacional de salvamento em grande ângulo. Pelo que me foi explicado, o elemento feminino estaria no 1º andar a colocar o material para fazer a descida. Por qualquer razão que ainda se desconhece, mas talvez tenha escorregado ou tropeçado antes de ter o equipamento colocado, caiu para o rés-do-chão", explicou Luís Ferreira. O comandante dos Bombeiros Voluntários da Maceira adiantou que "dois elementos que estavam no
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solo, ao aperceberem-se da queda, tentaram atenuá-la e, na sequência disso, um deles, o ferido ligeiro, sofreu um corte na cabeça". Segundo Luís Ferreira, os bombeiros que participavam no treino - cerca de 12 - prestaram imediatamente socorro aos colegas. "Ambos foram para o hospital de Santo André, em Leiria, com o apoio da viatura médica de emergência e reanimação do INEM. Encontram-se acompanhados pelo segundo comandante e outros elementos da corporação", referiu Luís Ferreira. O responsável esclareceu que "este tipo de treino pressupõe o uso de diverso equipamento, como cordas, para evacuar edifícios em caso de necessidade de salvamento em altura", e acrescentou que "a corporação vai proceder a averiguações para apurar as circunstâncias do acidente". Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria, o alerta para o acidente foi feito cerca das 15h00. Dez operacionais, apoiados por quatro viaturas, dos bombeiros, INEM e GNR, estiveram no local, informou o CDOS.
Incêndio com oito carros obriga a corte do trânsito na Marginal de Cascais Um carro começou a arder no parque de estacionamento da praia de São Pedro do Estoril e propagou-se para outros sete. Não há vítimas a registar. Um incêndio com início num carro e que depois se propagou para outros sete, no parque de estacionamento da praia de São Pedro do Estoril, em Cascais, obrigou hoje ao corte temporário da Avenida Marginal. De acordo com o comandante dos Bombeiros do Estoril, Hugo Santos, o alerta foi dado cerca das 11h30, para um incêndio num carro. "Essa viatura ardeu na totalidade e o incêndio propagou-se para outras sete viaturas que acabaram por arder parcialmente", contou. Segundo o comandante, as forças de segurança entenderam que seria melhor cortar o trânsito na Avenida Marginal, nos dois sentidos, tendo sido reaberto cerca das 13h00. "Por segurança e para facilitar o teatro de operações. Mas agora já foi reaberta, o incêndio está extinto e já se pode circular com normalidade", disse Hugo Santos. Além dos danos materiais, não houve vítimas a registar.
Mais mortos nas estradas nos primeiros cinco meses do ano face a 2014 Porto é o distrito onde se registaram mais mortes, seguindo-se Lisboa e Coimbra. Bragança, com apenas nove mortes, está no final de uma lista que só contabiliza as vítimas que morrem no local dos acidentes ou a caminho do hospital.
Foto: EPA
Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram até 15 de Junho 212 mortos, mais 24 do que em período igual do ano passado, indicou esta sexta-feira a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, que reúne dados da PSP e da GNR, adianta que este ano já se registaram 53.461 acidentes, mais 2.206 do que em igual período de 2014, quando ocorreram 51.255. De acordo com os dados publicados na página da ANSR, as vítimas mortais resultantes dos acidentes na segunda semana de Junho foram seis, tendo-se registado 41 feridos em estado grave. Em relação ao número de mortos nas estradas portuguesas, os dados recolhidos pela ANSR revelam um total de 212 durante os primeiros cinco meses e meio do ano, contra os 188 em 2014 e os 210 em 2013. Já em termos de feridos graves, o período entre 1 de Janeiro e 15 de Junho, registou 887, mais 26 que em 2014 e 126 que em 2013. O distrito com mais vítimas mortais foi o Porto, com 61, seguido de Lisboa, com 57, e de Coimbra, com 42. Bragança é o distrito com menos mortos nas estradas (nove pessoas nos primeiros cinco meses e meio deste ano). As vítimas mortais registadas pela ANSR dizem respeito aos mortos cujo óbito ocorreu no local do acidente ou a caminho do hospital.
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Homem retirado de poço com ferimentos ligeiros depois de várias horas soterrado Acidente ocorreu por volta das 18h00 em São João de Ver, Santa Maria da Feira. Um homem que esteve soterrado durante cerca de cinco horas num poço em São João de Ver, Santa Maria da Feira, foi retirado pelos bombeiros com ferimentos ligeiros, disse à Lusa fonte dos bombeiros. O acidente ocorreu cerca das 18h00, quando o homem, de 26 anos, se encontrava a limpar um poço, com cerca de cinco metros de profundidade, de uma casa particular. "Houve um desmoronamento de terras e o homem caiu e ficou soterrado, mas teve muita sorte porque a parte da cintura para cima ficou dentro da mina e, portanto, ficou protegido", disse à Lusa o comandante dos Bombeiros da Feira, Manuel Neto. Segundo o mesmo responsável, a vítima apresentava alguns ferimentos ligeiros nas pernas e queixava-se de dores lombares e na cintura pélvica, tendo sido transportada para o Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira. As causas do desmoronamento ainda são desconhecidas. A operação de salvamento terminou cerca das 23h30 e foi "muito complexa", segundo os bombeiros. "Tivemos alguma dificuldade para proceder ao salvamento, mas felizmente correu tudo bem", disse o comandante Manuel Neto. No local estiveram os Bombeiros de Santa Maria da Feira, com 15 homens, apoiados por quatro viaturas.
Segundo a mesma fonte, o alerta foi dado às 16h51, tendo de seguida os bombeiros iniciado as buscas e resgatado o corpo do homem cerca das 19h00. Para o local foram mobilizados operacionais das corporações de bombeiros de Beja, Moura e Aljustrel e da Força Especial de Bombeiros, com vários meios, entre ao quais uma embarcação de socorro, a GNR e uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER). O corpo da vítima, que residia em Albernoa, foi transportado para o Gabinete de Medicina Legal do Hospital de Beja.
Justiça aperta no combate à corrupção Neste noticiário: a meio do ano, já há mais acusados por corrupção do que em 2014; negociações da Grécia com o Eurogrupo retomadas na segunda-feira, Varoufakis teme um "acidente"; devem os transportes ser geridos por privados? Mariana Mortágua e Hélder Amaral respondem; Obama já viu demasiados tiroteios nos Estados Unidos. Por Teresa Abecasis
O desejo de Cavaco: “Façam um bom o-ó” Chefe de Estado terminou visita oficial à Roménia com um desejo para os jornalistas.
Homem morre afogado em albufeira em Beja O indivíduo estava à pesca na albufeira da barragem do Monte das Marzalonas, na freguesia de Albernoa e Trindade, quando caiu na água e desapareceu. Um homem de 39 anos morreu esta quinta-feira afogado na albufeira de uma barragem no concelho de Beja, disseram à agência Lusa fontes dos bombeiros e da GNR. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja indicou que o homem estava à pesca na albufeira da barragem do Monte das Marzalonas, na freguesia de Albernoa e Trindade, quando caiu na água e desapareceu.
Foto: Tiago Petinga/Lusa Por Paula Caeiro Varela, em Bucareste
O Presidente da República esteve os últimos dias na Roménia. No final do último dia de visita, Cavaco deixou um desejo aos jornalistas antes do regresso a Portugal: “Façam um bom o-ó”. “Meus senhores, esta noite vão fazer o vosso regresso e eu também vou daqui para Portugal e só há uma coisa que vos desejo: um bom o-ó” Antes, o Chefe de Estado esteve de visita a um
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grande investimento nacional na Roménia, um centro comercial. Cavaco mostrou-se orgulhoso com as obras, mas evasivo nas perguntas dos jornalistas sobre política interna.
Paulo Rangel. Um “mau samaritano” que gosta do debate entre religião e política “Jesus e a Política - reflexões de um mau samaritano” é o título do mais recente livro do eurodeputado Paulo Rangel, apresentado na noite de quarta-feira, no Porto.
Trazer para a esfera pública o debate entre religião e a política foi a intenção assumida por Paulo Rangel quando se lançou a escrever o seu livro mais recente. Na apresentação de “Jesus e a Política - reflexões de um mau samaritano”, na noite de quarta-feira, no Palácio da Bolsa, no Porto, o eurodeputado explicou que a sua reflexão teve por base os quatro evangelhos, levando-o á conclusão de que Jesus não foi político nem a política compreendeu a sua mensagem, porque “a política não compreende Jesus, não digere Jesus, não consegue aliciar nem recrutar Jesus”, embora “intua e pressente que a sua aspiração à totalidade, a sua intenção à radicalidade a ameaça e põe em risco”. No debate da última noite, no Salão Árabe da Bolsa, um dos convidados, o ex-presidente da Assembleia da República - e agnóstico - Jaime Gama não deixou de assumir um papel crítico, defendendo que a leitura feita pelo eurodeputado não permite a elaboração de uma Doutrina Social da Igreja. “A leitura que é feita de Jesus por Paulo Rangel é uma leitura que ‘dessubstancializa’ a mensagem cristológica, que a torna excessivamente frágil, ao ponto de não permitir sequer a elaboração, por exemplo, de uma Doutrina Social da Igreja”, afirmou Gama. Já o outro convidado, o católico João Gama, filho do antigo presidente da Assembleia da República, discordou de Paulo Rangel quando ele se intitula de mau samaritano. “Mau é o que não salva. Todo o
político é um bom samaritano. Senão, não era político. Mesmo o pior político é um bom samaritano”, argumentou. Na sessão de lançamento do livro esteve, a título pessoal, o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho.
Simpósio aprofunda tema do ano pastoral do Santuário de Fátima O simpósio conta com um leque de convidados de vários países e de diferentes confissões cristãs. Vai decorrer no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima.
O tema do ano pastoral no Santuário de Fátima para 2015 é "Santificados em Cristo" Por Paula Costa Dias
Com o objectivo de aprofundar o tema do presente ano pastoral do Santuário de Fátima - “Santificados em Cristo” -, tem início esta sexta-feira, no Centro Pastoral Paulo VI, um simpósio teológico-pastoral. Através de conferências e painéis, procura-se reflectir sobre três dimensões estruturantes da santidade cristã: enquanto dom de Deus, que possibilita caminhos de fidelidade e radicalidade cristãs; enquanto resposta humana, que procura perceber e acolher os apelos de Deus; e, enquanto compromisso de transformação do mundo como horizonte de todo o agir cristão aberto ao plano salvífico de Deus para a humanidade. Dedicado à dimensão da santidade como dom de Deus, o primeiro dia do Simpósio abre com um olhar sobre a proposta de uma pedagogia da santidade na mensagem e na experiência de Fátima, com o teólogo franciscano e Presidente da Academia Pontifícia Mariana Internacional Vincenzo Battaglia e continua com uma perspectiva bíblica e cristológica da santidade, com os docentes da Universidade Católica Portuguesa, Armindo Vaz e Alexandre Palma. De seguida, o director do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário, Marco Daniel Duarte, apresenta um estudo sobre os paradigmas de santidade ao longo da história. O dia termina com um serão cultural em que a actriz Maria José Pascoal apresentará o Monólogo Irmã Lúcia
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– uma oração. No segundo dia, dedicado à santidade enquanto resposta humana, o Simpósio reflectirá sobre os traços dessa resposta. O teólogo belga Joseph Famerée será o primeiro conferencista e abordará o sentido concreto da confissão de fé na santidade da Igreja. Seguir-se-á um painel sobre o significado da vocação universal à santidade, com o sacerdote Dehoniano e Secretáriogeral da Conferência Episcopal Portuguesa, Padre Manuel Barbosa, o director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais e Presidente do conselho de Gerência do Grupo Renascença, Cónego João Aguiar, e o colunista do jornal Público e blogger João Miguel Tavares. Uma apresentação da santidade de Maria na visão teológica e espiritual das Igrejas Ortodoxas, a cargo de Christophe Daloisio, padre ortodoxo que exerce funções de inspector de cursos filosóficos, encarregado da religião ortodoxa, no Ministério da Comunidade Francesa da Bélgica, dará início à tarde de sábado que prosseguirá com um painel sobre “Santidade e Profecia” e em que intervirão António Matos Ferreira, e o secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, José Manuel Pereira de Almeida e ainda a psicóloga clínica da Obra de Santa Zita, do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, Marina de Jesus Amaro. O dia terminará com a celebração da Eucaristia presidida pelo vice-reitor do Santuário de Fátima, padre Vítor Coutinho. O terceiro dia será dedicado ao compromisso com a transformação do mundo e terá duas conferências finais. Uma sobre as dimensões espirituais da teologia moral, com Peter Schallenberg, o responsável da cátedra de Teologia Moral, na Faculdade de Teologia de Paderborn. A outra sobre “Santidade e transformação humanizadora do mundo”, com Maria Clara Bingemer, professora de teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Mudanças no Borgen. Dinamarca vira à direita O castelo que serve de sede do poder dinamarquês vai mudar de inquilino. Lars Lokke Rasmussen vai voltar a ser primeiroministro retirando do lugar Helle ThorningSchmidt, a primeira mulher a ocupar o cargo.
Foto: Claus Bech/EPA
O líder da oposição dinamarquesa, Lars Lokke Rasmussen, garante que o seu partido e outros grupos de centro-direita têm oportunidade para formar um novo Governo no país. “Esta noite, foi-nos dada a oportunidade, mas apenas uma oportunidade, para tomar a liderança na Dinamarca”, referiu Lars Lokke Rasmussen aos apoiantes. Rasmussen reagia, assim, ao resultado das legislativas já depois de a primeira-ministra, Helle ThorningSchmidt, ter reconhecido a derrota eleitoral. “Não vencemos as eleições, fomos batidos na meta”, referiu a social-democrata, que estava no poder desde 2011. Na mesma ocasião, Thorning-Schmidt anunciou a sua demssão da liderança do partido. Rasmussen pode, assim, voltar a ser primeiro-ministro da Dinamarca se conseguir uma coligação que lhe permita a maioria.
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entra Rúben Neves. 83' - Que perigo! Disparo de Danny Ings, à entrada da área, com a bola a passar perto da trave da baliza de José Sá. 82' - Amarelo para João Mário. 79' - Substituição na Inglaterra: sai Carroll, entra Pritchard. 79' - Substituição na Selecção Nacional: sai Ricardo Pereira, entra Carlos Mané. Inglaterra 0-1 Portugal. Golo do médio do 78' - Portugal gere muito bem a vantagem, com Sporting muda rumo de jogo que parecia confiança e sem adoptar postura expectante ou pender para os britânicos. Sub-21 lusos recolhida. Encara o "touro" olhos nos olhos e vai dando boa réplica à Inglaterra. entram com o pé direito no Europeu e estão 75' - Iuri Medeiros perto do 0-2! Livre directo, cobrado no topo do Grupo B, juntamente com a em força e a bola a sair ao lado da baliza de Butland! Suécia. 74' - Substituição na Inglaterra: saída de Lingard, entrada de Ings. 73' - Substituição na Selecção Nacional: sai Ivan Cavaleiro, entra Iuri Medeiros. 69' - Inglaterra pressiona em busca do empate... 61' - Amarelo para Jenkinson, por entrada "durinha" sobre Ricardo Pereira. 58' - Em abono da verdade, o resultado é bem melhor do que a exibição. Mas toca a aproveitar! 57' - GOLO DE PORTUGALLLL!!! PORTUGAL! PORTUGAL! POOOOORRRRTTTTUUGGGGAAALLLL!!! É NOSSSOOOOO!!! É NOSSOOOO!! JOÃO MÁRIO!!! GOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLOOOOOOOOOOOOOOOOOO Que jogada confusa e com muita sorte para Portugal!!! Bernardo Silva, perante Butland, acerta no poste e, na Vitória pela margem mínima coroa de sucesso a estreia lusa no Euro recarga, João Mário não desperdiça e factura!!! 2015 de Sub-21 56' - Raphael Guerreiro dispara de longe e de forma A Selecção Nacional de Sub-21 venceu a Inglaterra (0cruzada. A bola passa perto da baliza mas não belisca 1), esta quinta-feira, em jogo da primeira jornada do tranquilidade de Jack Butland... Grupo B do Euro 2015 da categoria, que se realiza na 54' - Substituição na Inglaterra: sai Ward-Prowse, entra República Checa. Will Hughes. João Mário assinou, aos 57', o único golo do desafio, 50' - Uiiii!!! Até tirou tinta do poste direito da baliza após uma jogada em que Bernardo Silva ainda disparou portuguesa! Livre directo cobrado em jeito e em força ao poste da baliza inglesa. O tento do médio do por Ward-Prowse! José Sá voou e a bola saiu Sporting permitiu à equipa das quinas, comandada por ligeiramente ao lado... Rui Jorge, inverter o rumo dos acontecimentos. 49' - Amarelo para Bernardo Silva. Falta sobre Lingard, Até ao 0-1, a Selecção revelou algumas dificuldades e quando o avançado acelerava para a área portuguesa. falta de agressividade perante a acutilância ofensiva Livre perigoso para a selecção da "rosa". dos britânicos. Harry Kane, Lingard e Ward-Prowse 49' - Primeiro amarelo da partida: Gibson, por falta protagonizaram excelentes ocasiões de golo. sobre Ricardo Pereira. Com este resultado, Portugal junta-se à Suécia no topo 48' - JOSÉ SÁ, A DOIS TEMPOS! Remate cruzado e em da tabela classificativa, com três pontos. Itália e força de Redmond, para defesa apertada do guardaInglaterra não somam ainda qualquer ponto. redes do Marítimo. Inglaterra volta a entrar melhor na Na segunda jornada, a Selecção Nacional defronta a partida... Itália (21 Junho, próximo domingo, às 19h45), enquanto 46' - Não há substituições a registar, no arranque desta a Suécia joga com a Inglaterra (17h00). segunda metade. Recorde, em baixo, as principais incidências do 20h48 - Reinício do desafio. Sai a Inglaterra. desafio. ________________________________________________________ _______________________________________________________ COMENTÁRIO: Não obstante a relativamente boa 21h35 - ACABOU! Portugal vence e entra da melhor exibição nacional, a Inglaterra já merecia estar em forma na fase final do campeonato da Europa. Portugal vantagem. Primeira metade "entretida", bem disputada e Suécia no topo do Grupo B. e intensa. Ritmo de ataque e contra-ataque prevaleceu, 93' - José Sá amarra a bola, na sequência de um com algumas ocasiões, de parte a parte. Harry Kane cabeceamento surgido de um canto. teve duas das melhores situações de golo no pé direito. 93' - Paulo Oliveira corta a bola disparada por Hughes. Lingard também ameaçou carácter invicto de José Sá. Se a bola passasse... Bernardo Silva e Ivan Cavaleiro são os mais 91' - A Inglaterra tenta aproveitar os últimos "cartuchos" irreverentes do lado da Selecção de Sub-21. para alvejar o empate. 20h32 - Final da primeira parte. 90' - 3' de compensação. 85' - Substituição na Selecção Nacional: sai João Mário, EUROPEU SUB-21
Instinto fatal de João Mário dá vitória aos Sub-21
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45' - 1' de compensação. 44' - Lingard atira ligeiramente ao lado. A Inglaterra já começa a justificar a vantagem... 37' - Livre lateral cobrado por Bernardo Silva e Tiago Ilori a desviar de cabeça, ao lado da baliza de Butland. 35' - Harry Kane volta a ameaçar! Outra vez de meiadistância, com a bola a sair perto do poste direito da baliza de José Sá. Perigoso, mas o guarda-redes parecia ter a trajectória da bola controlada... 34' - JOSÉ SÁ ENORMEEEEE!!! Harry Kane encontra espaço para disparar, à entrada da área. A bola sai que nem um míssil e o guardião luso aplica-se para ceder canto, fazendo uma monumental parada. 33' - Ritmo começa a baixar. Portugal assegura controlo da bola e assume postura paciente perante a atitude expectante dos ingleses. 30' - Mais posse de bola para os ingleses: 53%-47%. 27' - Sérgio Oliveira cruza por alto e o "pequenino" Ricardo Pereira a elevar-se no meio dos centrais ingleses e a cabecear frouxo para as mãos de Butland. Mas fica o registo! 23' - Sérgio Oliveira tenta alvejar a baliza de Butland de meia-distância. A bola sai directamente para a bancada... 19' - Uiiiii!!! Lingard atira por cima da barra da baliza de José Sá. Perigoso... 18' - Bernardo Silva é o centro de tudo, na equipa das quinas. Recupera, dá a jogar e dá velocidade à Selecção. 15' - Ivan Cavaleiro descobre João Mário à entrada da área. O médio do Sporting acerta nas "orelhas" da bola e dispara a bola para a fila "Z" do topo Norte do estádio... 13' - FRACO, BERNARDO SILVA!!! O criativo português surge com espaço à entrada da área, mas remata de forma rasteira e acessível para uma defesa fácil de Butland. Lance bem desenhado pelo médio do Mónaco, sempre em progressão. Pecado capital: a definição. 12' - JOSÉ SÁ EVITA O GOLO! Remate de Redmond, com espaço para disparar na área e o guardião do Marítimo a desviar para canto. 10' - Isto promete. Jogo intenso, com ritmo definido em ataque e contra-ataque. Disposição e determinação totais de portugueses e ingleses para o golo e para alcançar a vitória. 7' - BUTLAND!!! O guarda-redes inglês nega um autogolo!!! Bela intervenção... cruzamento de Ricardo Esgaio, vindo da direita e desvio inusitado de Gibson, que quase abria o activo para Portugal. Valeu a atenção do guarda-redes do Stoke City! 6' - Portugal tenta reagir, explorando a maior debilidade defensiva dos ingleses nas alas. Bernardo Silva escapase frequentemente, com espaço. 5' - José Sá "encaixa" bola rematada por Harry Kane. Entrelinhas, o avançado do Tottenham surge isolado, mas a jogada estava interrompida, devido a fora-dejogo. Mesmo assim, que sirva de exemplo... 2' - Inglaterra muito subida no terreno e com pressão alta. A lição está bem estudada: os britânicos anulam William Carvalho, a principal referência de transição defesa-ataque dos Sub-21 nacionais. 1' - A equipa que vencer junta-se à Suécia no topo da tabela. Os nórdicos venceram, esta tarde, a Suécia (1-2). 1' - Portugal alinha com o seu equipamento tradicional. O mesmo acontece com os ingleses... 19h45 - Pontapé de saída, em Uherske Hradiste. Sai a
Selecção! Ficha de Jogo Euro 2015 de Sub-21: 1ª Jornada do Grupo BCity Stadium, Uherske Hradiste (República Checa)Árbitro: Danny Makkelie (Holanda) InglaterraButland; Jenkinson, Moore, Gibson e Garbutt; Ward-Prowse e Chalobah; Redmond, Carroll e Lingard; Kane.Suplentes: Bettinelli, Bond, Keane, Chambers, Targett, Forster-Caskey, Pritchard, Hughes, LoftusCheek e Ings.Seleccionador: Gareth Southgate. PortugalJosé Sá; Ricardo Esgaio, Paulo Oliveira, Tiago Ilori e Raphael Guerreiro; William Carvalho, Sérgio Oliveira e João Mário; Bernardo Silva, Ivan Cavaleiro e Ricardo Pereira.Suplentes: Bruno Varela, Daniel Fernandes, João Cancelo, Tobias Figueiredo, Frederico Venâncio, Rafa Silva, Rúben Neves, Tozé, Gonçalo Paciência, Iuri Medeiros, Carlos Mané e Ricardo Horta.Seleccionador: Rui Jorge. RIBEIRO CRISTÓVÃO
Promissor arranque Na República Checa iniciou-se aquela que se deseja venha a tornar-se numa grande caminhada.
Como se esperava, a selecção portuguesa de sub-21 anos entrou com o pé direito no Campeonato da Europa, para o qual se havia qualificado com justificadas aspirações. A vitória, ainda que alcançada pela margem mínima, frente à categorizada formação da Inglaterra, foi um primeiro e importante passo para se chegar a uma classificação honrosa, que permita premiar o trabalho persistente de um grupo marcado pela qualidade. O jogo com a Inglaterra deixava perceber algumas dificuldades, que de resto vieram a confirmar-se no decorrer dos noventa minutos. Mas a capacidade de superação dos jogadores portugueses deixou sempre à vista a possibilidade de virem a terminar o jogo arrecadando os primeiros e preciosos três pontos. Agora vem aí um desafio que encerra tantas dificuldades quanto aquele que ontem marcou a nossa estreia neste evento europeu. Trata-se do embate com a Itália, derrotada ontem pela Suécia, e que tudo irá fazer para rectificar este desaire que, a repetir-se, deitará por terra todas as ambições da squadra azzurra. Na República Checa iniciou-se aquela que se deseja
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venha a tornar-se numa grande caminhada. Rui Jorge e os seus comandados bem merecem que todo o trabalho desenvolvido até aqui venha ser coroado do sucesso que acrescentará prestígio e nos encherá a todos de enorme satisfação. REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
M de Mitrovic, de Marega e de Maxi
BENFICA
O apelo de Álvaro. "Era muito importante que Maxi ficasse" Ex-jogador e técnico do Benfica admite que, com o destino nas mãos, a possibilidade de saída de "Super Maxi" é uma realidade.
Foto: RR
O mercado de transferências aquece e inflama as primeiras páginas dos desportivos desta sexta-feira. Comecemos pelo ataque. "Benfica ataca Mitrovic" destaca A Bola, para dizer que o "avançado do Anderlecht é prioridade" para o clube encarnado. Já o "Sporting reserva Marega". De acordo com o jornal Record, o "negócio de Danilo inclui pontade-lança" do Marítimo. O Jogo dá destaque aos dois nomes mais falados do mercado nos últimos dias para assegurar: "Maxi e Danilo a caminho do Dragão". A possível troca de Maxi do Benfica pelo rival do Porto foi avançada quinta-feira. Há, no entanto, sinais contrários nos jornais. Se O Jogo diz que o "FC Porto tem negociações quase fechadas", o Record garante que a "reunião Benfica-Paco Casal [empresário do jogador] foi inconclusiva, mas encarnados aproximam-se". Os títulos também divergem no caso de Danilo. O Record continua a colocá-lo mais próximo do Sporting, enquanto O Jogo o dá como quase certo no Dragão.
Álvaro Magalhães comenta futuro de Maxi Pereira [Foto: RR]
Álvaro Magalhães reconhece que, em final de contrato, Maxi Pereira tem o futuro e o destino da carreira nas mãos, mas sustenta a importância de o Benfica manter uma figura que respira já a "mística" do bicampeão nacional. O antigo internacional português, que representou os encarnados como jogador e técnico, não esconde que gostaria que o lateral-direito uruguaio se mantivesse na Luz. "Era muito importante [que Maxi ficasse no Benfica], porque é um líder dentro do balneário e dentro do campo, com mística e com importância no grupo. Mas a vida é assim mesmo. Acaba contrato, tem de olhar pela sua vida. Gostaria que ele ficasse, mas outros clubes estão interessados nele", salientou o ex-lateralesquerdo, à margem da apresentação do livro "Benfica, a História Oficial", no Estádio da Luz. Atenção ao SportingQuestionado pelos jornalistas presentes no evento sobre a eventual subida de produção e de qualidade do rival Sporting com a chegada de Jorge Jesus ao comando técnico dos leões, Álvaro Magalhães acredita que os verde e brancos terão um estatuto tremendamente reforçado na corrida pelo título de campeão, na próxima época. O Sporting, sustenta o técnico, será uma equipa "à imagem do seu treinador". "O Sporting vai reforçar-se e vai ser uma equipa mais competitiva, mais equilibrada em todos os sectores e com mais agressividade", prevê.
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SPORTING
Cédric vendido ao Southampton. Valor pode chegar aos 6,5 milhões Sporting comunica à CMVM a venda do lateral-direito ao clube inglês. Bola Branca explica os números principais envolvidos no negócio.
Jesus no Sporting equivale a esperança reforçada para Figo Antigo internacional português e ex-jogador dos leões comenta a transferência mais sonante no mercado de treinadores em Portugal, nos últimos anos.
Luís Figo vê com bons olhos a chegada de "JJ" a Alvalade [Foto: DR]
Cédric foi oficialmente vendido ao Southampton. Foto: DR
Está confirmada a venda de Cédric Soares aos ingleses do Southampton, mas o valor da venda do passe do defesa pode ultrapassar aquele, até aqui, avançado pela imprensa. Os direitos económicos de Cédric foram vendidos por um "valor até 6,5 milhões de euros", de acordo com a informação prestada, esta quinta-feira, pelo Sporting, à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Bola Branca apurou, junto de fonte próxima do processo, que os leões encaixam 5,5 milhões de euros, no imediato, ficando o restante milhão dependente de objectivos. Neste caso, o Sporting registará a totalidade do valor em causa - 6,5 milhões - se o luso-alemão realizar 15 jogos com a camisola dos "saints". O "até" mencionado pelo Sporting significa que o valor final da alienação dos direitos do jogador ficam dependentes de objectivos. O atleta da formação leonina pode render ainda mais ao Sporting, uma vez que a SAD dos leões vai receber 15% de mais-valia de uma futura transferência do jogador de 23 anos. O Southampton também já anunciou a contratação do jogador, que assinou um contrato por quatro épocas.
Luís Figo observa, de forma esperançada, a entrada de Jorge Jesus no Sporting, considerando que os leões passam a ter argumentos reforçados na corrida pelo título de campeão nacional. A declaração de Figo, aos jornalistas, foi feita à margem da formalização de uma parceria entre a sua fundação e a "Re-food", uma associação que recupera comida em boas condições para alimentar pessoas necessitadas. "Os adeptos esperam que seja sempre uma época positiva. Quando se inicia uma nova temporada pensase sempre que a equipa está mais forte e que vai lutar por títulos", comentou o antigo internacional português e ex-jogador do Sporting.
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Sexta-feira, 19-06-2015
FC PORTO
Jackson de saída do Dragão mas com Dragão de Ouro renovado Hector Herrera é o "Futebolista do Ano". Conheça todos os eleitos para os galardões "Dragão de Ouro".
Jackson Martínez deve abandonar o FC Porto [Foto: DR]
Jackson Martínez foi distinguido, pela terceira época consecutiva, com o Dragão de Ouro para "Atleta do Ano", numa altura em que a sua saída do emblema azul e branco é um dado praticamente adquirido. O avançado e capitão dos portistas, melhor marcador da Primeira Liga da última temporada, repete os prémios de 2013 e 2014, assumindo um plano de destaque na prestigiada lista de figuras do clube. Já o mexicano Héctor Herrera foi eleito como o "Futebolista do Ano", enquanto Francisco Ramos, da equipa "B" de futebol do FC Porto, é o "Jovem Atleta do Ano". Moncho López, que tem liderado o projecto do basquetebol - Dragon Force - é o "Treinador do Ano". O galardão de "Dirigente do Ano" toca, este ano, a Adelino Caldeira, rosto jurídico mais visível da SAD presidida por Pinto da Costa. FC Porto Dragões de Ouro 2014/2015 Atleta do Ano: Jackson Martínez Futebolista do Ano: Héctor Herrera Jovem Atleta do Ano: Francisco Ramos Treinador do Ano: Monho López (Basquetebol) Atleta de Alta Competição do Ano: Gilberto Duarte (Andebol) Atleta Amador do Ano: Diana Durães (Natação) Atleta Revelação do Ano: Miguel Martins (Andebol) Dirigente do Ano: Adelino Caldeira Funcionário do Ano: Jaime Teixeira Sócio/Adepto do Ano: D. António Francisco Santos (Bispo do Porto) Projecto do Ano: Academia de Bilhar do FC Porto Parceiro: Coca-cola Casa do FC Porto Nacional: Vila Nova de Famalicão Casa do FC Porto Internacional: Luanda (Angola) Carreira: Manuel Ferreira Pinto (Natação) Recordação: Domingos Pereira
JOGOS EUROPEUS BAKU
Júlio Ferreira agarra segunda medalha no taekwondo Atleta português conquista bronze na categoria de -80kg e arrecada sétima medalha da comitiva lusa nos Jogos Europeus de Baku. Júlio Ferreira conquistou, esta quinta-feira, a medalha de bronze da categoria de -80kg em taekwondo, nos Jogos Europeus, que se realizam em Baku. O atleta português, derrotado nas meias-finais, enfrentou o norueguês Richard Ordemann, na disputa pelo terceiro e quarto lugar, levando a melhor e triunfando por 6-5, ao cabo de quatro "rounds". Júlio Ferreira, de 21 anos, que actua no Sporting de Braga, arrecadou a segunda medalha lusa em taekwondo. Com mais esta conquista, Portugal contabiliza já sete medalhas conquistadas em Baku. Ao ouro do ténis de mesa por equipas e do taekwondo - com Rui Bragança, em -58Kg -, juntam-se as duas medalhas de prata de Fernando Pimenta (K1 1.000 e K1 5.000 metros), João Silva (triatlo) e João Costa (tiro de ar a 10 metros).
Senadores brasileiros impedidos de chegar a cadeia na Venezuela Um grupo de manifestantes interrompeu a marcha da comitiva brasileira, que, por razões de segurança, optou por voltar para o aeroporto, e daí para o Brasil. O governo brasileiro considera inaceitáveis os “actos hostis” que visaram uma delegação do seu senado na quinta-feira, em Caracas, na Venezuela. Uma comitiva de senadores brasileiros foi impedida de chegar á capital venezuelana por manifestantes prógoverno, tendo optado por regressar ao aeroporto e dai ao Brasil. A comitiva pretendia visitar vários políticos que estão presos em cadeias venezuelanas. Entre os detidos que iam ser visitados encontra-se Leopoldo López, actualmente em greve de fome.
Sexta-feira, 19-06-2015
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