EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Terça-feira, 27-01-2015 Edição às 08h30
Editor Raul Santos
Chefes da urgência do hospital Garcia de Orta demitem-se Deco chumba qualidade da carne picada nos talhos
Governo cria mecanismo para comerciantes declararem "stocks" de sacos de plástico "A esperança está a caminho". Chegou com Alexis Tsipras
Mais de um em três professores chumbou avaliação
ONU vem a Portugal analisar a Elites e igualdade independência da de oportunidades Justiça
Igreja de Inglaterra Nevão obriga ao já tem uma mulher cancelamento de bispo milhares de voos nos Estados Unidos
MARIA DO ROSÁRIO CARNEIRO
BENFICA
Jesus "atira-se" a Eliseu
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Terça-feira, 27-01-2015
Chefes da urgência do hospital Garcia de Orta demitem-se Os sete médicos justificam a demissão com a degradação das condições de trabalho e a “excessiva lotação” de doentes internados. Os sete chefes da equipa do serviço de urgência do hospital Garcia de Orta, em Almada, demitiram-se em bloco, confirmou à agência Lusa fonte da administração daquela unidade hospitalar. Fonte da administração do hospital, contactada esta segunda-feira à noite, disse estarem a ser tomadas medidas para ultrapassar a situação. A equipa de médicos justificou a demissão com a degradação das condições de trabalho e também a “excessiva lotação” de doentes internados. De acordo com a administração do hospital, já estão a ser tomadas medidas para “fazer face ao aumento nos internamentos” e “outras medidas concretas serão anunciadas amanhã [terça-feira]”.
"A esperança está a caminho". Chegou com Alexis Tsipras O primeiro dia do novo primeiro-ministro da Grécia foi marcado por coligações improváveis, cerimónias históricas e homenagens simbólicas. Tudo isto sem gravata.
Alexis Tsipras. Foto: Orestis Panagitou/ EPA Por Inês Alberti
Alexis Tsipras acordou na manhã soalheira desta segunda-feira para uma Grécia diferente. Um pouco por todo o país, as pessoas vestiram-se de esperança e de optimismo. Em Atenas, os cidadãos da bandeira azul e branca esperavam o seu novo primeiro-ministro. O líder do Syriza, partido de esquerda radical, ganhou as eleições de domingo com 36,34% dos votos e conquistou 149 lugares na Assembleia. Mas mais
surpreendente do que esta vitória foi a coligação formada na segunda-feira com o partido de direita Independentes Gregos. Com a maioria alcançada e o Governo sustentado, Tsipras – que liderou a campanha “A esperança está a caminho” – seguiu para o palácio presidencial. Como sempre, a gravata ficou em casa. Bem-disposto e sorridente, Tsipras surpreendeu na tomada de posse: foi empossado com um juramento civil, sem a Bíblia ou a bênção do Arcebispo de Atenas, e no fim da cerimónia nem um aperto de mão simbólico da passagem de testemunho houve entre o chefe do Governo cessante, Lucas Papademos, e o novo primeiro-ministro. Com os seus 40 anos de idade, Alexis Tsipras passou a ser o novo primeiro-ministro da Grécia, o mais novo em 150 anos mas com um dos maiores desafios na história do país do Mediterrâneo: levantar um país em crise, inserido numa união monetária mas com uma posição marcadamente contra as ajudas externas. O esquerdista assinou os documentos de tomada de posse com uma caneta Montblanc e deixou o palácio presidencial, rumo a cinco anos de costas voltadas às políticas de austeridade apoiadas pela Alemanha, num Mercedes. Numa acção simbólica, o primeiro acto de Alexis Tispras como primeiro-ministro foi a visita a um memorial a combatentes comunistas executados pelas forças nazis, onde deixou rosas vermelhas. Os escritórios do primeiro-ministro na Mansão Maximos, foram o próximo destino no itinerário, um local onde Tsipras vai passar grande parte do seu tempo nos próximos anos a tentar diminuir o desemprego, manter o euro, diminuir a gigantesca dívida pública, diminuir a despesa e aumentar o apoio aos mais pobres, como prometeu. Para o fim do dia ficaram agendadas reuniões com os outros partidos gregos. Primeiro com o To Potami, o partido de centro-esquerda de Stavros Theodorakis e depois com o KKE, o partido comunista de Dimitris Koutsoubas. Nos próximos dias esperam-se os nomes que vão integrar o novo Executivo de Tsipras, enquanto o resto da Europa olha com curiosidade e receio para a nova velha amiga Grécia, e pergunta: vai resultar? Os gregos acreditaram que a “esperança está a caminho”, os seus votos demonstraram isso mesmo. Agora, a bola está com Tsipras, que esta noite adormece numa Grécia diferente: a que ele lidera como primeiro-ministro.
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Nevão obriga ao cancelamento de milhares de voos nos Estados Unidos O nevão ainda não atingiu a dimensão prevista, mas as pessoas são aconselhadas a ficar em casa. Não há escolas nem transportes e os serviços públicos vão ficar encerrados.
Nova Iorque à espera da tempestade. Foto: Andrew Kelly/EPA
Mais de cinco mil voos foram cancelados nos Estados Unidos, devido à tempestade “Juno”, que obrigou os governadores dos Estados de Nova Iorque e Nova Jersey a declarar o estado de emergência. Todos os transportes públicos de Nova Iorque foram encerrados na segunda-feira, devido ao nevão. Pelo menos, até quarta-feira, as pessoas são aconselhadas a ficar em casa. Não há escolas e os serviços públicos vão ficar encerrados. Sessenta milhões de norte-americanos, em 12 estados, estão a ser afectados pelo mau tempo, que está a atingir sobretudo o nordeste do país. Em alguns locais a neve pode chegar a um metro de altura. O serviço nacional de meteorologia norte-americano tem feito alertas à população, desde Nova Jersey até à fronteira com o Canadá, incluindo Nova Iorque e Boston. Entre a comunidade portuguesa, uma das maiores preocupações devido a esta vaga de mau tempo é o risco de inundações. É pelo menos esse o maior receio de Joana Vieira, uma portuguesa que reside há três anos e meio em Nova Iorque. NOTA DE ABERTURA
A vitória do Syriza É compreensível que as respostas mais radicais encontrem eco nas sociedades sem esperança nem desígnio de futuro. Por Nota de abertura
Quando se analisam as últimas notícias sobre a Grécia parece que a crise fica a dever-se à austeridade.
Mas não é assim. A crise na Grécia deve-se a uma gestão irresponsável – ainda mais grave do que em Portugal - dos dinheiros públicos e das contas do Estado. Foi aí que tudo começou. A austeridade não foi a causa, mas uma consequência. Acontece que a austeridade só por si não resolve tudo; é apenas um remédio que se não for acompanhado de reformas e de uma visão de futuro deixa as pessoas entregues à angústia, ao sofrimento ou ao desespero. Por isso, é compreensível que as respostas mais radicais encontrem eco nas sociedades sem esperança nem desígnio de futuro. É neste terreno que podem crescer alternativas de extrema-esquerda, como o Syriza, ou de extremadireita, como o movimento neonazi, Aurora Dourada, que é agora a terceira força política na Grécia; já para não falar do que se está a passar em França, com a ascensão da Frente Nacional. Estes resultados aumentam também a responsabilidade dos partidos que têm governado a Europa: demasiado fechados no casulo burocrático do poder e sem ideias que projectem o futuro. Agora será necessário coragem e bom senso. Haverá seguramente cedências europeias, mas tudo será pouco para corresponder à promessa do Syriza de acabar com a austeridade. Por isso, ou o Syriza acaba por deixar cair boa parte das promessas que fez, enquanto partido de protesto; ou é a Europa que acaba por deixar cair a Grécia. Mas de Atenas vem também uma excelente lição. Menos de 24 horas depois dos resultados eleitorais, já havia uma coligação formada e um primeiro-ministro empossado. Em Portugal – pasme-se - as leis eleitorais só permitiriam a posse cerca de um mês, após as eleições.
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Governo cria mecanismo para comerciantes declararem "stocks" de sacos de plástico Lei estabelece que todos os sacos plásticos leves passam a estar sujeitos a uma contribuição no valor de 0,08 cêntimos, acrescidos de IVA, ou seja 10 cêntimos, no total, a cobrar aos consumidores.
Sacos de plástico passam a ser taxados a 10 cêntimos a unidade. Foto: DR
O Governo criou um mecanismo para permitir aos comerciantes declarar, de modo voluntário, os seus “stocks” de sacos plásticos e pagar a respectiva contribuição, para que possam depois ser vendidos, com o imposto, aos consumidores. “O Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia e o Ministério das Finanças estabeleceram, por despacho conjunto, um mecanismo adicional que permitirá a todos os comerciantes que não sejam produtores ou importadores, de modo voluntário, declarar os “stocks” de sacos plásticos leves e pagar a respectiva contribuição, para que estes possam, posteriormente, ser distribuídos aos consumidores com a contribuição, de acordo com o estabelecido na Lei", refere um comunicado divulgado na segundafeira. Nos últimos dias, o Governo recebeu a informação de que algumas empresas de hotelaria e restauração “terão adquirido, antes do final de 2014, quantidades excessivas de sacos plásticos leves com condições comerciais extraordinárias concedidas pelos fabricantes, sob a expectativa errada” de os disponibilizarem sem contribuição, mesmo após a entrada em vigor da lei da Fiscalidade Verde, explica a informação do Ministério do Ambiente. Esta lei estabelece que todos os sacos plásticos leves passam a estar sujeitos a uma contribuição no valor de 0,08 cêntimos, acrescidos de IVA (imposto sobre valor acrescentado), ou seja 10 cêntimos, no total, a cobrar aos consumidores, após terminar o período transitório, que decorre de 1 de Janeiro, a 15 de Fevereiro deste
ano. Este foi o prazo estabelecido pelo Governo para permitir o escoamento de “stocks” de sacos plásticos leves não sujeitos a contribuição por parte de todos os operadores económicos, quer sejam produtores, importadores, retalhistas ou comerciantes. Assim, o Governo decidiu avançar com uma medida adicional, “não obstante os mecanismos existentes que permitem a devolução de sacos plásticos leves aos produtores para posterior reintrodução, já com a contribuição regularizada, pelos comercializadores, tendo em atenção as preocupações expressas pelos sectores da hotelaria e restauração, face ao inesperado aumento de “stocks”; no final de 2014”. O mecanismo prevê que, “até ao último dia útil de Fevereiro, os comerciantes possam declarar voluntariamente à Autoridade Tributária e Aduaneira, junto de qualquer alfândega ou delegação aduaneira, a quantidade de sacos plásticos leves e, subsequentemente, liquidar a respectiva contribuição para que os mesmos sacos plásticos leves possam entrar na cadeia comercial”, segundo o ministério liderado por Jorge Moreira da Silva. “Embora o pagamento da contribuição associada aos “stocks” excessivos possa acontecer até ao último dia útil de Fevereiro, decorre da lei que, a partir de 15 de Fevereiro, todos os sacos de plástico leves passam a incorporar a contribuição de 0,08 cêntimos, acrescidos do IVA, reflectida em toda a cadeia de produção e de comercialização, incluindo os consumidores”, especifica.
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Deco chumba qualidade da carne picada nos talhos “Encontrámos um elevado número de bactérias, algumas indicadoras de contaminação fecal, a presença de microorganismos que podem causar infecções alimentares”, explica Nuno Lima Dias, da Deco.
Carne picada de má qualidade nos talhos analisados pela Deco. Foto: Lusa Por Fátima Casanova
A Deco - Associação Portuguesa de Defesa do Consunmidor alerta para a qualidade da carne picada vendida nos talhos. Dos 26 que foram visitados, nem um vendia carne picada com qualidade. Todos chumbaram na higiene e conservação e a maioria dos comerciantes adicionava sulfitos, um aditivo proibido neste tipo de alimentos. Só três das 26 amostras de carne picada não continham sulfitos, aditivos proibidos que mantêm o tom vivo da carne e são potencialmente perigosos, afectando quem é alérgico a esta substancia. “Os sulfitos são conservantes, que adicionados à carne conferem-lhe a aparência de produtos frescos, porque restauram a cor primitiva. Podem causar alergias, dores de cabeça, náuseas, problemas cutâneos, asma, e nalguns casos extremos podem causar um ataque anafiláctico”, explica Nuno Lima Dias, técnico alimentar da DECO. Todas as amostras recolhidas chumbaram na higiene e conservação. “Não tivemos um único estabelecimento com apreciação satisfatória. Encontrámos um elevado número de bactérias, algumas indicadoras de contaminação fecal, a presença de microorganismos que podem causar infecções alimentares”, adianta Lima Dias. A Deco encontrou também temperaturas de venda desadequadas. Em média, a carne estava conservada a nove graus centígrados, quando a lei prevê um máximo de dois graus. Os peritos da Deco visitaram talhos nas zonas de Lisboa, Porto e Setúbal. Doze destes já tinham chumbado num estudo feito há dois anos. As conclusões do trabalho já seguiram para a
Autoridade de Segurança Alimentar e EconómicA (ASAE). MARIA DO ROSÁRIO CARNEIRO
Elites e igualdade de oportunidades Para que todos tenham a possibilidade de fazer desabrochar os seus talentos e virtudes, as sociedades têm que tomar como princípio estruturante da sua acção a promoção da igualdade de oportunidades. O que significa uma intervenção diferenciada, preferencialmente orientada para os mais fracos, para os mais pobres, para que os seus dons possam crescer. A igualdade de oportunidades não é uma simples proclamação teórica, mas um princípio activo, um critério realmente actuante, uma estratégia indispensável na efectiva promoção da igualdade. No The Economist do dia 24 de Janeiro, foi publicado um conjunto bastante significativo de artigos versando esta temática. Destacaria o realce que é dado à reprodução das elites e ao surgimento de uma aristocracia fundada na riqueza e no nascimento nos Estados Unidos da América. A questão levantada é de particular importância. Não se trata de condenar os filhos dos mais favorecidos a não pertencerem às elites, mas sim de julgar um sistema que consente no aprofundamento da desigualdade entre grupos e que não corrija as consequências das assimetrias, no sentido de identificar necessidades e criar as condições para que todos possam beneficiar das mesmas oportunidades. Dizendo de outra forma, muito tem que ser feito junto das crianças cujos pais têm dificuldades de diversa natureza, começando desde logo na primeira infância a nível de creches e infantários. Não se trata de encontrar substitutos para os pais, mas auxiliares competentes que possam positivamente ajudar a ultrapassar uma multiplicidade de constrangimentos, como sejam por exemplo os que decorrem de baixos níveis de literacia dos pais, nomeadamente ao nível do domínio da linguagem. Thomas Jefferson considerava que elites fundadas na riqueza e no nascimento conduziriam lentamente ao estrangulamento da sociedade, por oposição a uma elite formada pelos mais talentosos e virtuosos. Mas para que todos tenham a possibilidade de fazer desabrochar os seus talentos e virtudes, as sociedades têm que tomar como princípio estruturante da sua acção a promoção da igualdade de oportunidades. O que significa uma intervenção diferenciada, preferencialmente orientada para os mais fracos, para os mais pobres, para que os seus dons possam crescer. Intervenção pública que, de acordo com os especialistas, é dos investimentos públicos com mais alto retorno.
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Conselho de exministro a ministro: "Não pode apertar mais a tarraxa" na saúde "O que se passa nas urgências não é resultado de uma perda de qualificação dos médicos ou enfermeiros. É resultado de, continuadamente, se ter esvaído os recursos hospitalares das urgências", defende Correia de Campos.
para tratar os doentes. "Antigamente, um médico e um enfermeiro tinham prazer em fazer uma noite de urgência, porque aprendiam. Hoje é um enorme sacrifício", sublinhou. O antigo governante socialista defende que a austeridade aplicada na Saúde está na origem destas dificuldades, mas também reconhece méritos à gestão do actual ministro Paulo Macedo, que "conseguiu aguentar" quatro anos com "cortes muitos grandes" no orçamento daquele ministério. "Alguns deles cortes inimagináveis, conseguindo fazer baixar os encargos da factura dos medicamentos por mérito dele. Um bom diplomata, conseguiu fazer tudo isso sem grande barulho, sem grande dor", aponta Correia de Campos, enfatizando que o país também demonstrou "estar psicologicamente preparado" para o ajustamento orçamental. "Mas agora acho que chegou a um pronto em que ele não pode apertar mais a tarraxa, tem de, pelo contrário, desatarraxar as constrições que existem", rematou.
ONU vem a Portugal analisar a independência da Justiça Foto: Lusa
O ex-ministro da Saúde do PS Correia de Campos defendeu, em Luanda, que as estruturas portuguesas estão a "fracturar-se" e que o titular da pasta, Paulo Macedo, "não pode apertar mais a tarraxa" das restrições financeiras. "Passaram quatro anos e os efeitos da crise quase foram desaparecidos [sem grande dor], nos primeiros três anos. Mas, neste momento, o equipamento, as instituições, começam a fracturar-se", disse Correia de Campos à margem do X Congresso Internacional dos Médicos, que se realiza na capital angolana até terçafeira. O ex-ministro do Governo de José Sócrates participa no evento a convite da Ordem dos Médicos de Angola, precisamente para abordar, numa palestra, a qualidade na prestação dos cuidados de Saúde. Algo que diz estar em causa em Portugal, nomeadamente face aos tempos de espera nas urgências e aos casos conhecidos de doentes que "morrem sem ser vistos por um médico". "O que se passa nas urgências não é resultado, de repente, de uma perda de qualificação dos médicos ou dos enfermeiros. É pura e simplesmente o resultado de continuadamente se ter esvaído os recursos hospitalares das urgências. Reduziram-se as escalas, o valor das horas extraordinárias, os vencimentos dos médicos e dos enfermeiros, de toda a gente", observou. A culpa é da austeridade Por isso, atira, as urgências portuguesas apresentam hoje uma "perda de qualidade" e debatem-se com a "incapacidade" sentida pelos profissionais de saúde
Gabriel Knaul é a relatora especial da ONU que chega esta terça-feira a Lisboa, a convite do Governo. O trabalho da jurista brasileira dará origem a um relatório que vai ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos. Por Liliana Monteiro
Um relator especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, Gabriela Knaul, chega, esta terçafeira a Lisboa. Há quatro anos que Portugal não recebia a visita deste tipo. Knaul foi convidada pelo Governo para analisar a forma como a justiça funciona em Portugal. Pouco mais se sabe além de que a missão se vai centrar nas conquistas e nos desafios do país para garantir a independência do poder judicial e o acesso de todos à justiça. Na mira, vão estar os atrasos da justiça e o apoio judiciário, assim como a protecção dada as crianças, aos migrantes e às mulheres vítimas de violência doméstica. Gabriela Knaul vai estar em Portugal até ao dia 3 de Fevereiro, tendo previstos contactos e entrevistas com representantes do poder executivo, legislativo e judiciário, incluindo a bastonária da Ordem dos advogados, Elina Fraga, o presidente do Sindicatos dos Magistrados Judiciais, Rui Cardoso, e a Associação Sindical dos Juízes, liderada por Mouraz Lopes. A relatora especial das Nações Unidas deverá também reunir com o Provedor de Justiça. Em comunicado, Gabriela Knaul já fez saber que o trabalho que vai desempenhar no nosso país dará
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origem a um relatório que vai ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos, em Junho deste ano. Após essa data, deverão ser delineadas recomendações a serem feitas a Portugal. No final da visita, está previsto um encontro com a imprensa, altura em que a relatora dará conta de algumas observações preliminares sobre o que viu e ouviu da justiça portuguesa. Gabriel Knaul, brasileira, é relatora especial da ONU desde 2009. Foi juíza no Brasil e é especialista em justiça penal e em administração dos sistemas de judiciais. Estes relatores só podem visitar os países a convite destes. A última visita de um relator a Portugal aconteceu em 2011, no âmbito do grupo de trabalho sobre as pessoas de ascendência africana. Antes disso, em 1998, um outro relator examinou a situação de pobreza em Portugal.
Mais de um em três professores chumbou avaliação O Governo considera que estes resultados comprovam a necessidade do exame, enquanto a FENPROF alega que os chumbos não provam que estes professores sejam piores que os outros.
Professores têm protestado prova de avaliação. Foto: Paulo Cunha/Lusa
Quase 35% dos 2.490 docentes inscritos na prova de avaliação, que entregaram um exame válido, reprovaram no teste, e quase 290 obtiveram a sua segunda reprovação, na prova realizada em Dezembro passado, revelou o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE). Os dados constam de um relatório divulgado esta segunda-feira pelo IAVE, com os resultados obtidos na prova de avaliação de capacidades e conhecimentos (PACC), realizada em Dezembro, para a qual estavam inscritos 2.863 candidatos, mas da qual apenas foram validadas 2.490 provas. Além de 360 faltas, houve ainda 10 desistências e três anulações de provas. Em reacção a estes resultados, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) defende, em comunicado,
que os resultados obtidos pelos professores na prova de avaliação docente “vêm mostrar, mais uma vez, a necessidade desta prova na selecção dos candidatos à profissão”. “É nossa ambição, por um lado, que a profissão de professor seja das mais exigentes e, ao mesmo tempo, das mais desejadas e respeitadas e, por outro, que seja também um incentivo a uma maior exigência na formação inicial dos candidatos a professores”, declarou a tutela. Opinião diferente tem a Fenprof. O secretário-geral Mário Nogueira afirma que as reprovações na avaliação dos professores não provam que esses docentes sejam “piores ou menos competentes” que os outros, e considerou o teste “uma completa inutilidade”. Esta prova “é de uma completa inutilidade, é tão inútil para avaliar a capacidade dos professores, como o actual ministro da Educação é inútil para a educação em Portugal”, disse à agência Lusa Mário Nogueira. “Não há nenhum professor, dos que reprovaram na prova, que tivesse ficado provado que era pior professor e menos competente que os que não reprovaram e o contrário também é verdade, porque esta prova não avalia nada”, salientou o líder da Fenprof, convidando os portugueses a lerem o enunciado da prova. Um chumbo em três Segundo o IAVE, 34,3% dos candidatos reprovaram na prova e, entre esses, há quase 290 candidatos, cerca de 11% do total, que reprovaram pela segunda vez, depois de terem chumbado na prova realizada em Dezembro de 2013, ou em Julho de 2014. Do total de provas válidas, 1.636 tiveram uma classificação positiva (acima dos 50 pontos, até um máximo de 100), e 854, uma classificação negativa. A média das classificações fixou-se pouco acima do limiar da positiva dos 50 pontos, com um registo de 56,2 pontos. Apenas os aprovados na prova de Dezembro passado, correspondente à componente comum da PACC, podem agora inscrever-se para realizar a componente específica, que tem em conta os grupos de recrutamento nos quais os professores leccionam ou pretendem leccionar. Separando os inscritos na PACC, entre os que estavam a realizar a prova pela primeira vez, e aqueles que iam realizar o exame pela segunda vez, são os deste último grupo que obtém os piores resultados na prova de Dezembro, com uma taxa de reprovação de 53,1% e um resultado médio de 48,9 pontos. Quase metade dos docentes obteve uma classificação entre os 50 pontos e os 69,9 pontos. A análise permite ainda concluir que mais de 65% dos professores deu pelo menos um erro ortográfico no ponto de elaboração de um texto, chegando quase aos 20% a percentagem de docentes que escreveu um texto com cinco ou mais erros de ortografia. A PACC, realizada por todos os docentes contratados com menos de cinco anos de experiência, é condição essencial para aceder à carreira docente. A prova, uma das bandeiras políticas do ministro da Educação, Nuno Crato, que a defende como condição essencial para melhorar a qualidade do ensino nas escolas portuguesas, tem sido alvo de forte contestação sindical, tendo a sua primeira edição, em 2013,
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motivado protestos que obrigaram a tutela a agendar uma segunda data para a realização da componente comum para todos aqueles que foram impedidos de a fazer na data marcada. As dificuldades criadas pelos protestos, mas também pelas providências cautelares interpostas pelos sindicatos, e aceites em tribunal, levaram a que a componente específica da PACC não se realizasse no ano passado. A PACC e a forma como tem decorrido a sua aplicação já mereceram apreciações negativas do provedor de Justiça e um parecer muito crítico do Conselho Científico do IAVE, o organismo responsável pela sua aplicação.
Conselho de Estado dá parecer favorável à dissolução da Assembleia da Madeira Este é o último passo necessário para a realização de eleições regionais antecipadas, depois da demissão do presidente do Governo Regional, a 12 de Janeiro. O Conselho de Estado deu esta segunda-feira por unanimidade um parecer favorável à dissolução da Assembleia Legislativa da Madeira, o último passo necessário para a realização de eleições regionais antecipadas. "O Presidente da República reuniu o Conselho de Estado, (…) tendo o Conselho emitido, por unanimidade, parecer favorável à dissolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira", refere um comunicado distribuído aos jornalistas. O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, apresentou o pedido de exoneração do cargo a 12 de Janeiro, o que implicou a demissão de todo o executivo. Contudo, conforme estabelece a Constituição, a convocação de eleições antecipadas implica a dissolução da Assembleia Legislativa. Nas audiências que o Presidente da República, Cavaco Silva, teve na semana passada com os partidos com assento na Assembleia Legislativa da Madeira, a data de 29 de Março foi apontada como a mais indicada por todos para a realização das eleições, à excepção do PCP, que disse preferir uma data mais próxima do 25 de Abril. Se o Presidente da República tiver em conta a preferência dos partidos terá de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira esta semana. Segundo o n.º 2 do artigo 147.º do Estatuto PolíticoAdministrativo da Madeira, "em caso de dissolução da Assembleia Legislativa Regional, as eleições têm lugar no prazo máximo de 60 dias e para uma nova legislatura". Por outro lado, a lei eleitoral para a Assembleia
Legislativa da Madeira estabelece que, em caso de dissolução, o chefe de Estado tem de marcar as eleições "com a antecedência mínima de 55 dias". Ou seja, existe apenas uma "janela" de cinco dias em que se poderão realizar as eleições a partir do momento em que a Assembleia Legislativa esteja dissolvida. Soares e Sampaio ausentes Na reunião desta segunda-feira do Conselho de Estado, que durou apenas 40 minutos, estiveram ausentes os antigos Presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio. O professor universitário Alfredo Bruto da Costa, que irá substituir o ex-secretário-geral do PS António José Seguro, também não esteve presente, não tendo, aliás, ainda tomado posse como conselheiro de Estado por estar doente. O encontro desta tarde marcou também a despedida de Alberto João Jardim do órgão político de consulta do Presidente da República, onde tinha lugar por inerência do cargo de presidente do Governo Regional. Contudo, Jardim regressará ao Palácio de Belém já esta terça-feira, para uma audiência com o chefe de Estado.
Desempregados entre os 18 e os 29 anos podem candidatar-se a apoios do IEFP Emprego Activo consiste no desenvolvimento de uma experiência prática em contexto de trabalho por jovens em situação de desfavorecimento face ao mercado de trabalho. Os desempregados entre os 18 e os 29 anos com escolaridade podem, a partir desta segunda-feira, candidatar-se a apoios do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) destinados à sua integração no mercado laboral. A medida Emprego Jovem Activo, que se insere no programa Garantia Jovem, destina-se a jovens inscritos como desempregados nos serviços do IEFP, que tenham a escolaridade mínima equivalente ao 9º ano ou sejam detentores de uma habilitação académica ao nível da licenciatura ou superior, segundo informação do instituto. O Emprego Jovem Activo consiste no desenvolvimento de uma experiência prática em contexto de trabalho por jovens em situação de desfavorecimento face ao mercado de trabalho, conjuntamente com jovens mais qualificados. As actividades a desenvolver podem ser dinamizadas por entidades públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, mediante a apresentação de um projecto integrado de actividade conjunta destes jovens, com a duração de seis meses, e que inclua a designação de um orientador responsável pelo acompanhamento.
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Os destinatários terão direito a uma bolsa mensal (que varia em função do nível de qualificação mas que não ultrapassa 1,3 vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais [419,22 euros]), refeição ou subsídio de alimentação e seguro de acidentes pessoais, inteiramente comparticipados pelo IEFP. O Emprego Jovem Activo constitui "uma nova forma de dinamizar a integração social e profissional dos jovens que por diversos motivos se encontram afastados, quer da escola, quer do mercado de trabalho". As informações sobre as condições de candidatura, de acesso ao Emprego Jovem Activo e ao regulamento específico estão disponíveis, a partir de hoje, na página oficial do instituto na Internet.
Trabalhadores da Carris em greve ao trabalho extraordinário Paralisação vai durar até ao final de Fevereiro.
Os trabalhadores da Carris iniciam esta terça-feira uma greve às horas de trabalho extraordinário. Os sindicatos admitem que o tempo de espera nas paragens de autocarros pode aumentar, mas a empresa não prevê qualquer impacto. A greve dos trabalhadores da rodoviária às horas extraordinárias de trabalho e ao trabalho extraordinário em dias de descanso e nos fins-de-semana decorre até 28 de Fevereiro. "Em algumas mudanças de serviço, pode ter alguma complicação e criar perturbações. Não estamos a ver uma paragem total da circulação, mas pode ir criando maiores tempos de espera, nomeadamente nas mudanças de turno de serviço", diz José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), que convocou a paralisação. Contactada pela agência Lusa, a empresa referiu que se trata da continuação de outras greves ocorridas em 2014 e que não tiveram qualquer impacto na circulação de autocarros. Segundo o sindicalista, o protesto pretende "exigir da administração que cumpra o acordo de empresa no
que se refere ao pagamento do trabalho extraordinário, que actualmente está a ser pago por metade do valor que está negociado e assinado no acordo de empresa".
Ligações fluviais no Tejo sofrem pertubações esta terça-feira Trabalhadores reúnem-se entre as 13h00 e as 18h30. Ligações entre Cacilhas/Cais do Sodré, Montijo/Terreiro do Paço, Seixal/Cais de Sodré e a carreira entre a Trafaria, Porto Brandão e Belém podem ser afectadas. O grupo Transtejo anunciou que podem ocorrer perturbações nas ligações fluviais entre a margem sul do Tejo e Lisboa na tarde de terça-feira, devido a um plenário dos trabalhadores. "Devido a um plenário convocado pelos sindicatos representativos dos trabalhadores da Transtejo, o grupo Transtejo prevê que poderão ocorrer algumas perturbações, entre as 13h00 e as 18h30", refere a empresa em comunicado. As ligações que podem ser afectadas são as de Cacilhas com o Cais do Sodré, Montijo com o Terreiro do Paço, Seixal e Cais de Sodré e a carreira entre a Trafaria, Porto Brandão e Belém. A empresa Transtejo é responsável por todas as ligações entre as duas margens do rio Tejo na região de Lisboa, com excepção da carreira entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, efectuada pela empresa Soflusa, que também pertence ao grupo Transtejo.
Aeroporto. Café escondia mais de 44 quilos de cocaína em malas É uma das maiores apreensões de droga alguma vez realizada nos aeroportos portugueses. Foi detido um passageiro brasileiro, de 28 anos. Mais de 44 quilos de cocaína foram apreendidos no aeroporto de Lisboa a um passageiro brasileiro, proveniente de Belo Horizonte. É uma das maiores apreensões de droga alguma vez realizada nos aeroportos portugueses pelos seus funcionários, segundo a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). A droga vinha escondida em duas malas de porão e encontrava-se "sob a forma de tijolos, dissimulado entre pó de café e serviria para a distribuição em, pelo
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menos, 224.400 doses individuais", refere a nota. A droga e o passageiro, de 28 anos, foram entregues à Polícia Judiciária, como determina a legislação em vigor. A detecção efectuada pelos funcionários aduaneiros obedeceu a critérios de análise de risco e técnicas de inspecção desenvolvidas pela AT no combate à prática de actos ilícitos, conclui a nota.
Incêndio em forno causa cinco feridos em Coimbra Funcionários de uma associação sofreram intoxicações e foram transportados ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Cinco funcionários da Associação de Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL) sofreram esta segunda-feira de manhã intoxicações na sequência de um incêndio. Uma fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra disse à agência Lusa que se tratou de um incêndio num forno de aquecimento de cera, na secção de fisioterapia da instituição, registado às 7h37. O fogo foi rapidamente dominado, apesar dos funcionários terem sofrido intoxicações e sido transportados ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. No local estiveram os Bombeiros Municipais da Lousã, Voluntários de Serpins e Penela, com 14 elementos e sete viaturas.
Urgências em ruptura Neste noticiário: demissão em bloco no serviço de urgência do Hospital Garcia de Orta; em Guimarães, há relatos de falta de medicamentos, material e pessoal; carne picada vendida nos talhos com bactérias que podem causa infecções; professores com notas pouco positivas; em Auschwitz, também se falava português. Por Teresa Abecasis
Governo sem meios para resgatar barco português naufragado em Espanha O "Mar Nosso" afundou ao largo das Astúrias, em Abril de 2014. As famílias dos pescadores desaparecidos acreditam os corpos ainda podem estar no interior da embarcação. Por Susana Madureira Martins
Não há dinheiro, nem meios técnicos, nem legais para realizar uma operação de resgate aos corpos dos dois pescadores desparecidos no naufrágio da embarcação Mar Nosso, disse esta segunda-feira o primeiroministro. Em Abril do ano passado o barco afundou ao largo das Astúrias em Espanha e as famílias dos pescadores das Caxinas acreditam que passados nove meses os corpos ainda podem estar no interior da embarcação. A presidente da Câmara de Vila do Conde tentou convencer Pedro Passos Coelho mas não teve sucesso, já que o Governo não tem meio técnicos ou legais para efectuar a operação que custa 300 mil euros. “O primeiro-ministro, não havendo esse enquadramento legal, o que diz é que isto suporia um concurso público internacional que tinha que ter apoio em legislação que não existe”, diz à Renascença. Elisa Ferraz diz que o resultado negativo foi uma desilusão e apontou muitas críticas ao armador da embarcação “Mar Nosso”. “O armador já recebeu a indeminização. O armador tinha um compromisso moral, porque nos primeiros contactos que fez connosco após o naufrágio, se comprometeu que das verbas que iria receber do seguro, parte delas seriam destinadas a este fim. Em reuniões que realizámos em Espanha nem tão pouco apareceu – enviou um representante – e a partir de determinado momento deixou de ter qualquer contacto connosco”, explica a autarca. A presidente da Câmara de Vila do Conde reconhece que resta esperar que o Governo português sensibilize o Governo de Madrid a apoiar o resgate dos corpos dos dois pescadores e esperar também que termine o inquérito entretanto aberto pelas autoridades espanholas para apurar responsabilidades. A operação de resgate à embarcação afundada a uma profundidade de 300 metros custa 300 mil euros.
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Valorização do franco suíço assusta. Portugueses pedem resposta do Governo português Valorização da moeda face ao euro representa um significativo corte nos salários dos funcionários portugueses, que recebem em euros. Uma docente, ouvida pela Renascença, terá uma perda salarial de quase 500 euros.
suíço face ao euro, atingindo máximos históricos. A valorização do franco suíço face ao euro está a provocar uma corrida aos bancos entre a comunidade portuguesa na Suíça. A subida do franco penaliza funcionários diplomáticos, professores e outros membros da comunidade portuguesa naquele país que recebem em euros, mas é benéfica para os portugueses que auferem o vencimento na moeda local.
Não pode haver "tratamento especial" à Grécia Vice-presidente do PSD, José Matos Correia, considera que as promessas do novo primeiro-ministro grego não resolvem os problemas do país. O social-democrata debateu o resultado das eleições gregas com o antigo ministro socialista Vera Jardim, no programa "Falar Claro" da Renascença. Por José Pedro Frazão
Valorização motivou corrida aos bancos. Foto: Martial Trezzini/EPA
A valorização do franco suíço está a preocupar a comunidade portuguesa na Suíça. Pedem respostas urgentes ao Governo português: o salário de Fevereiro vai ser o primeiro a reflectir essa valorização. Os professores portugueses na Suíça encontraram-se esta segunda-feira com o embaixador em Berna para falar das consequências da valorização do franco suíço. Vão ficar à espera de resposta. A valorização da moeda suíça representa um significativo corte nos salários dos funcionários portugueses, que recebem em euros, e foi essa preocupação que levaram à reunião. "A resposta [do Governo português] tem de ser muito rápida. Não há tempo para estudos nem para investigações, nem podemos estar aqui num grande compasso de espera porque o tempo urge e o nosso próximo vencimento vai cair daqui a menos de um mês", sublinha a professora Lúcia Sousa à Renascença. A docente pode perder mais de 500 francos, quase 500 euros, no salário. "Se não houver uma acção com nível de urgência, nós vamos ficar numa situação de completa indigência. Não vai ser possível fazer face às despesas elementares", aponta Lúcia Sousa. Corrida aos bancos O Banco Nacional Suíço aboliu na quinta-feira a taxa de câmbio mínima do franco suíço face ao euro (1,20 francos por euro), em vigor desde Setembro de 2011 e eixo principal da política monetária suíça há mais de três anos. Esta medida levou a uma valorização forte do franco
O vice-presidente do PSD, José Matos Correia, defende que o que o novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, propõe "não é concretizável". O deputado social-democrata sustenta, no programa "Falar Claro" da Renascença, que "não se pode acabar com a austeridade porque queremos acabar com a austeridade". "A Grécia tem um problema que só se pode resolver de uma maneira. Não com as promessas do senhor Tsipras, mas com a continuação do cumprimento de um conjunto de reformas estruturais que vinham agora começando a dar bons resultados. Pela primeira vez e ainda que marginalmente, a Grécia estava a crescer. Aquilo que o senhor Tsipras propõe é uma coisa simples: 'Eu não pago, os senhores deixam de receber." No entendimento de Matos Correia, que substituiu Nuno Morais Sarmento no programa "Falar Claro", o Syriza quer renegociar a dívida, incluindo um perdão de parte da dívida ("haircut"). "Os contribuintes dos outros países que lhes emprestaram dinheiro deixam de receber aquilo a que têm direito. Mas ao mesmo tempo, como continuam a precisar de financiamento internacional, continuam a financiá-los. Isto não existe. Sol na eira e chuva no nabal não existe", diz este membro da direcção socialdemocrata. O socialista Vera Jardim, por seu lado, distingue as posições dos partidos que vão formar uma coligação de poder em Atenas. " Há uma diferença entre o Syriza e o outro partido - Gregos independentes - sobre a dívida. O Syriza não diz que não paga. Diz que precisa de conversar com os seus parceiros europeus para poder pagar. É uma coisa diferente", assinala o antigo ministro da Justiça. A razão dos resultados O comentador socialista reconhece no Syriza uma
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"mensagem de esperança" que levou o povo grego "já tão causticado por estes cinco anos de esforço, pobreza e de grande miséria, com um desemprego absolutamente inaceitável " a votar em partidos que lhe traziam alguma esperança. "Sinceramente temo que essa esperança possa vir a ser frustrada no futuro", conclui o antigo deputado do PS. Vera Jardim reconhece a derrocada do PASOK (o histórico partido dos socialistas gregos) e chama a atenção para a "desagregação dos sistemas partidários clássicos em alguns países da Europa. Felizmente em Portugal isso não se deu. Mas em Espanha e na França, por exemplo, o bipartidarismo clássico - de centroesquerda e centro-direita e alguns partidos de franjas está em crise em vários países da Europa. Incluindo na própria Alemanha, embora de uma forma bastante menos visível". Matos Correia considera politicamente "grave" que "quem vota nesse género de forças políticas vota mais contra qualquer coisa que em favor de qualquer coisa". O vice-presidente do PSD, partido congénere da Nova Democracia, anteriormente no poder, prevê que o governo do Syriza gere "uma lógica de conflitualidade entre as pessoas que votaram nele. Quem votou nele, votou contra alguma coisa, mas não em nome de um projecto politico no qual se identificava. Quando as opções começarem a ser feitas, haverá apoiantes do Syriza que estarão com elas, mas outros que ,por várias razões, deixarão de estar". O caminho adiante O social-democrata mostra-se formalmente contra um "tratamento especial" para a Grécia na zona euro. "No dia em que houver tratamentos privilegiados para este ou para aquele país, acaba a zona euro. [Há que dizer] à Grécia que fez uma escolha democraticamente legítima que temos de respeitar. Mas a Grécia tem que respeitar também a democracia dos outros e não impor aos outros as suas próprias decisões." Para Matos Correia, o "muito difícil ajustamento" na Grécia "foi exigido e determinado pelo facto de, no seu devido tempo, a Grécia não ter empreendido as reformas necessárias para ter uma economia sustentável". Por seu lado, Vera Jardim vislumbra "uma margem muito, muito estreita de algum acordo europeu para ir ao encontro de algumas necessidades. Um programa social, por exemplo, seria necessário na Grécia. Isso não custa 12 mil milhões. A situação social na Grécia é um desastre completo".
Passos Coelho. Algumas ideias do Syriza são "conto de crianças" Syriza, da esquerda radical, venceu as eleições na Grécia. O primeiro-ministro português espera que o país cumpra as regras europeias.
O primeiro-ministro português considera que o programa do Syriza é dificilmente conciliável com as regras europeias, mas disse esperar que o novo Governo grego as cumpra e possa manter-se na Zona Euro e na União Europeia. Em declarações aos jornalistas, na Universidade Católica, em Lisboa, Pedro Passos Coelho apelidou de "conto de crianças" a ideia de que "é possível um que um país, por exemplo, não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, querer aumentar os salários, baixar os impostos e ainda ter a obrigação de, nos seus parceiros, garantir o financiamento sem contrapartidas". "É sabido que o programa do partido que ganhou as eleições é difícil de ser conciliado com aquilo que são as regras europeias. O meu desejo é que seja possível conciliar, porque nós reconhecemos o enorme esforço que os gregos fizeram e esperamos que a Grécia se possa manter como um parceiro europeu da mesma moeda e da União Europeia. É esse o meu voto sincero", acrescentou. Na sua intervenção sustentou que Portugal está numa situação diferente da Grécia porque não seguiu os conselhos do PS, que acusou de ter uma estratégia semelhante à do Bloco de Esquerda. "Nós, felizmente, não estamos na situação da Grécia - que está num segundo programa, se calhar a precisar de um terceiro, não sabemos como, ainda com dificuldades várias. E se não estamos nessa situação, deveu-se ao facto de não termos seguido os conselhos do PS até hoje". O chefe do executivo PSD/CDS-PP alegou que, "até hoje, a estratégia que o PS tem reivindicado para Portugal, infelizmente, é uma estratégia muito semelhante à do Bloco de Esquerda", acrescentando: "É a de não cumprir as metas nem os objectivos que estavam traçados, suscitar como todos se recordam a renegociação do programa que nós já fechámos, que já terminámos". Eleições? "Ainda falta tanto tempo..." Escusando-se a comentar o facto de o secretário-geral do PS, António Costa, ter apontado a vitória do Syriza nas eleições de domingo na Grécia como "um sinal de esperança" e de "esgotamento das políticas de austeridade", Passos reiterou a ideia de que, com a estratégia dos socialistas, o programa de resgate a Portugal não teria sido concluído. "Não fechámos o programa de assistência no ano passado por termos seguido a estratégia do PS, foi por termos feito justamente o contrário. E isso deixa-me muito confortável e muito confiante quanto ao caminho que seguimos até hoje e quanto àquele que estamos a seguir agora, que é um caminho com mais esperança para os portugueses, e com mais confiança de que não estamos a regressar a um período de dificuldades, pelo contrário, estamos gradualmente a sair delas", concluiu. Interrogado se está confiante em relação às legislativas deste ano, o primeiro-ministro e presidente do PSD respondeu: "Ainda falta tanto tempo para as eleições..." O Syriza, coligação de esquerda radical, venceu as eleições de domingo com 36,34% dos votos e conseguiu 149 deputados – ficou a dois a maioria absoluta. O novo governo grego resultou da reunião entre Alex Tsipras e Panos Kammenos, líder do partido dos Gregos Independentes. No primeiro discurso, Tsipras anunciou o fim da
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austeridade.
Eurogrupo na expectativa nem discutiu reestruturação da dívida grega O discurso de Bruxelas é de que todos os países devem permanecer no euro, o que implica respeitar as regras. Próxima cimeira europeia informal, que começa a 12 de Fevereiro, poderá trazer novidades.
prolongar o programa de assistência financeira ao país que termina no final do próximo mês terão que formular um pedido. A vitória do Syriza assentou numa campanha contra a austeridade e as políticas monetárias de Bruxelas. O eleitorado deu ao partido de esquerda radical uma maioria que ficou a dois deputados de ser absoluta e que coloca toda a União Europeia em sentido. O Syriza levou cerca de meia hora a anunciar a formação de uma coligação com um partido do outro espectro político, da direita nacionalista e o novo primeiro-ministro já assumiu funções.
O Syriza e a direita juntos. Sinfonia ou cacofonia? "Sinfonia" é uma palavra grega. A dúvida é se a música de intervenção do Syriza se mistura com os bouzoukis dos Gregos Independentes sem provocar uma insuportável cacofonia. Por Ricardo Conceição, enviado especial à Grécia
Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo. Foto: EPA Por Vasco Gandra, em Bruxelas
Os ministros das Finanças do Eurogrupo vão esperar para ver o que o novo governo da Grécia pretende fazer em relação ao pagamento da dívida, ao fim da austeridade e ao programa de assistência financeira, antes de reagir à eleição do partido de esquerda radical Syriza. Os titulares das Finanças dos 19 países do euro estão disponíveis para dialogar e cooperar com o novo executivo grego mas também aguardam essas clarificações. A questão da reestruturação da dívida grega, que o Syriza reclama, nem sequer foi debatida nesta reunião. Para o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, todos os países devem manter-se no euro mas respeitando as regras. Este foi, aliás, um ponto repetido por vários responsáveis em Bruxelas. O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Junker, deixou isso claro à entrada para a reunião: “Nós temos as nossas regras, estabelecidas com a concordância das autoridades gregas. Vamos ver quais são os pedidos do novo governo grego. Discutiremos sobre isso, como discutimos com todos os governos, independentemente da sua composição”. A próxima cimeira europeia informal de 12 e 13 de Fevereiro, em que o novo primeiro-ministro Alexis Tsipras representará a Grécia, e o encontro do Eurogrupo, três dias depois, são duas das próximas etapas no novo diálogo entre Atenas e a UE. Até porque se os responsáveis políticos gregos pretendem
Um jornalista grego, de gabardina e gravata, usa os ténis que tem calçados para correr para o ponto dos directos televisivos. Os telemóveis começam a apitar e chega a notícia: já há governo. O Syriza encontrou nos Independentes Gregos, a sexta força mais votada (4,7%, 13 deputados) o apoio necessário para formar uma maioria parlamentar que sustente o governo. Com 149 parlamentares, a Coligação de Esquerda Radical ficou a dois deputados da maioria absoluta. Esta segunda-feira, Alexis Tsipras apresenta a pragmática solução ao Presidente da República e poderá ser empossado primeiro-ministro. Na terçafeira tomam posse os ministros, mas ainda não se conhece a composição do governo. O Syriza apoia-se num partido de direita, com forte pendor nacionalista, para chegar ao poder. Foi o líder dos Gregos Independentes, Panos Kammenos, que anunciou o acordo depois de se reunir com Tsipras, esta segunda-feira de manhã, na sede do Syriza. Kammenos é um dissidente da Nova Democracia (obteve 27,8% dos votos, o equivalente a 76 deputados) que sempre se manifestou contra a troika e o facto de Atenas se submeter às ordens que vêm de fora. É um grego orgulhoso, possante e de sorriso fácil. O líder do pequeno partido surgia nos tempos de antena de olhos húmidos perante os símbolos nacionais e não hesitava em trautear enquanto um grupo de tocadores de bouzouki (instrumento de cordas tradicional grego) ensaiava melodias à beira-mar. Kammenos acusa o ex-primeiro-ministro George Papandreou de ter traído a pátria quando negociou o memorando com a Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. Kammenos é conhecido pelo seu estilo intempestivo. Esta manhã, o partido escrevia nas redes sociais que o
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grande vencedor das eleições foi a independência, que venceu o medo. Este partido afirma que Atenas está a ser vítima de uma conspiração internacional para "sugar" as riquezas da Grécia. Apesar de estarem em pólos ideologicamente opostos, Alexis Tsipras também o disse, na noite de domingo, que a Grécia votou pela recuperação da soberania nacional. Numa festa morna, os milhares de apoiantes do Syriza, que não conseguiram encher a praça à frente da Universidade de Atenas, Tsipras afirmou: "A Grécia deixa para trás cinco anos de humilhação e agora prossegue com optimismo". "Desconfianças" A noite foi longa, a solução foi rápida, mas levanta muitas dúvidas. Uma união entre a esquerda radical e a direita nacionalista é uma possibilidade na Grécia, um país onde o orgulho patriótico fala muito alto. Mas há quem desconfie (e muito). Niko Malcoutzis, jornalista e comentador político, é lacónico e muito directo na análise quando diz "é uma aliança tremida". Nico Malcoutzis explica que o Syria moderou o discurso nos últimos anos e que já não é o partido que era. Sem o admitir directamente, Maricá Frangaki, fundadora do Syriza, economista, agora na militância de base, também terá as suas desconfianças, mas responde à Renascença que esta coligação "tem de resultar". Jens Bastian é também economista, alemão e vive em Atenas há muitos anos. É um espectador muito atento da sociedade grega e mostra-se preocupado com o pragmatismo demonstrado porque "não foram exploradas alternativas". Para este economista, há profundas "diferenças ideológicas" que não se ultrapassam com facilidade. "Sinfonia" é uma palavra grega. Significa estar de acordo, puxar para o mesmo lado, falar em uníssono. A dúvida é se a música de intervenção do Syriza se mistura com a bouzoukis dos Gregos Independentes sem provocar uma insuportável cacofonia.
Filhos de Mubarak libertados de prisão no Cairo Os dois filhos do antigo Presidente egípcio, Hosni Mubarak, estavam envolvidos num caso de corrupção. Os dois filhos do antigo Presidente egípcio Hosni Mubarak foram libertados esta segunda-feira de uma prisão no Cairo. A ordem de libertação de Amal e Gamal Mubarak, envolvidos num caso de corrupção, foi dada a semana passada por um tribunal egípcio. Após a saída da prisão, os dois irmãos visitaram Hosni Mubarak no hospital militar onde ainda está detido. A libertação de Amal e Gamal Mubarak pode desencadear uma onda de protestos semelhante aos que aconteceram em 2011, que afastaram o ditador do
poder. No domingo, o aniversário dos protestos de 2011, 25 pessoas morreram durante as manifestações antigovernamentais.
Curdos conquistam Kobani ao Estado Islâmico Chegam ao fim mais de 130 dias de confrontos na cidade síria, que obrigaram dezenas de milhares de residentes a fugir para a Turquia. As forças militares curdas conseguiram, esta segundafeira, retomar o controlo da cidade síria de Kobani e expulsar os últimos grupos de guerrilheiros do Estado Islâmico, pondo fim a quatro meses de combates. Kobani, cidade fronteiriça entre a Síria e a Turquia, tornou-se o foco da luta internacional contra o Estado Islâmico e foi palco de confrontos durante mais de 130 dias. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos confirmou a tomada da cidade pelos soldados curdos. O curdo turco Tevfik Kanat estava entre as centenas de pessoas, incluindo refugiados, que afluíram à fronteira ao ouvir a notícia. "As pessoas estão a dançar e a cantar, há fogo-de-artifício, todos sentem um grande alívio", descreveu, em declarações à agência Reuters. Aviões da coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, mas com a participação de outros países ocidentais e do Médio Oriente têm executado ataques aéreos às posições mantidas pelo Estado Islâmico na cidade e arredores. Os combates dentro e em torno de Kobani obrigaram dezenas de milhares de residentes a fugir para a Turquia e levaram as forças curdas iraquianas a viajarem até à Síria para apoiar a resistência ao Estado Islâmico. Houve ainda vários casos de cidadãos ocidentais que se ofereceram para combater contra o Estado Islâmico, ao lado da YPG, uma milícia curda que se tornou famosa também pela presença de mulheres curdas combatentes, uma das quais chegou a liderar o grupo. Segundo forças curdas, as duas bolsas de soldados do Estado Islamico que continuavam na cidade fugiram durante a noite, abandonando as suas armas. A retoma da cidade levanta agora questões sobre os próximos passos do Estado Islâmico, já que o grupo mantém combatentes em centenas de aldeias próximas. Recorde-se que foi no ataque a Kobani que morreu o luso-francês Mikael Batista, que lutava pelo grupo islamita. Para terça-feira está prevista uma cerimónia oficial para celebrar a reconquista da cidade por parte das forças curdas que ficarão efectivamente a controlar Kobani, uma vez que não existe qualqer presença do Governo de Damasco. [Actualizado às 19h44]
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Quem é a iraquiana que o Estado Islâmico quer libertar da prisão? Mensagem publicada "online" pelo Estado Islâmico pede libertação de Sajida al-Rishawi em troca de refém japonês.
RIshawi, ouve-se alegadamente a voz do segundo refém, Kenji Goto, a dizer "eles apenas exigem a libertação da sua irmã". Esta segunda-feira, as forças curdas tomaram controlo da cidade síria de Kobani após quatro meses de luta contra os militantes do Estado Islâmico. Estas forças sírias têm recebido o apoio dos Estados Unidos com ataques aéreos diários contra a cidade, resultando agora na tomada de Kobani e na expulsão dos guerrilheiros do Estado Islâmico.
"Drone" aterra nos jardins da Casa Branca Nível de segurança foi elevada e os movimentos dentro do complexo estão limitados até ser afastada a possibilidade de perigo.
Foto: DR
Detida numa prisão na Jordânia há quase dez anos, Sajida al-Rishawi é uma iraquiana de 44 anos conhecida por ter participado num ataque terrorista em 2005, que matou cerca de 60 pessoas. Agora, figura como uma das últimas exigências do Estado Islâmico, que, numa mensagem publicada na internet, exige a libertação da sua "irmã" em troca do refém japonês Kenji Goto. Sajida fez parte de um grupo de bombistas suicidas da Al-Qaeda que se fizerem explodir em três hotéis em Amã, a capital da Jordânia, no qual se incluía o seu marido. A iraquiana confessou depois que os explosivos que levava à cintura não chegaram a detonar. Na altura, o grupo terrorista advertiu que mais ataques seriam perpetrados contra a Jordânia, considerada um 'muro de protecção' para Israel e as forças sob o comando dos Estados Unidos no Iraque, em guerra desde a invasão americana de 2003. Em 2005, a Al-Qaeda no Iraque era comandada por Abu Musab al-Zarqawi, um militante próximo do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi. Sajida alRishawi é irmã do braço direito de al-Zarqawi, por isso, é possível que conhecesse o líder do Estado Islâmico. Al-Rishawi já não é vista em público há nove anos, segundo a CNN, mas a sua libertação é importante para o Estado Islâmico, que pode usá-la como parte de sua estratégia de propaganda. Um dos dois japoneses raptados pelos jihadistas terá sido morto este sábado. O vídeo da decapitação de Haruna Yukawa, um homem ligado à segurança privada, foi divulgado pela organização terrorista, e o segundo refém japonês aparece nas imagens a implorar pela sua vida. O Governo japonês considerou a morte um "acto de violência abominável" e exige a libertação do segundo cidadão raptado. No último vídeo publicado pelo Estado Islâmico, em que se propõe a troca por al-
Os serviços secretos norte-americanos estão a investigar um incidente com um “drone” (aparelho com motores comandado à distância), que aterrou nos jardins da Casa Branca. "Está em curso uma investigação para determinar a origem deste aparelho comercial, o motivo e para identificar suspeitos", disse à agência Reuters a portavoz dos serviços secretos, Nicole Mainor. O nível de segurança foi aumentado e os movimentos dentro do complexo foram limitados até se estabelecer que o aparelho não representa qualquer ameaça. Os serviços secretos estão a fazer buscas nos jardins para verificar se encontram mais algum objecto. Apesar de inofensivos, os “drones” para uso lúdico são proibidos no distrito de Columbia. O Presidente Obama e a primeira-dama estão na Índia, numa visita oficial de três dias, mas as duas filhas do casal estão em Washington. [Notícia actualizada às 16h11]
Queda de F-16 grego em Espanha faz dez mortos O aparelho grego estava em Espanha ao abrigo do programa da NATO de aperfeiçoamento de pilotos de caça. Um avião F-16 grego despenhou-se esta segunda-feira na base aérea de Los Llanos, em Albacete, e fez dez mortos, incluindo os dois pilotos, e 13 feridos dos quais sete estão em estado grave. O aparelho grego estava em Espanha ao abrigo do Programa de Liderança Táctica, da NATO, que se focava no aperfeiçoamento de pilotos de caça. O avião despenhou-se contra um hangar da base
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depois de uma falha de potência durante a descolagem. Esta é uma base onde são ministrados cursos em que por vezes participam pilotos portugueses. Contactado pela Renascença, o porta-voz da Força Aérea Portuguesa disse que não há pilotos nacionais na base aérea de Los Llanos, a cerca de 260 quilómetros de Madrid.
Cessar-fogo "rasgado" na Ucrânia.Combates fazem dezenas de vítimas
Fidel não confia nos EUA, mas apoia "solução pacífica" Foram primeiras declarações do líder histórico cubano sobre a aproximação entre Estados Unidos e Havana.
Leste da Ucrânia assiste a um aumento da intensidade das hostilidades entre as forças leais a Kiev e os rebeldes pró-russos.
Imagens de destruição em Mariupol. Foto: Anastasia Vlasova/EPA
Nove soldados ucranianos morreram e 29 ficaram feridos nas últimas 24 horas em combates no leste do país. Os números foram avançados pelo porta-voz das forças governamentais, Vladislav Seleznyov, e vêm confirmar a escalada de violência na região. De acordo com a mesma fonte, os combates mais intensos travam-se nas imediações da pequena e estratégica cidade de Debaltseve, nos arredores de Donetsk. O leste da Ucrânia assiste a um aumento da intensidade das hostilidades entre as forças leais a Kiev e os rebeldes pró-russos. Estes são os combates mais graves desde o cessarfogo acordado em Setembro do ano passado. O Governo da Ucrânia colocou, na segunda-feira, todas as regiões do país em alerta máximo, anunciou o primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk. O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou no mesmo dia o Governo de Kiev de recusar uma solução política para o conflito militar no Leste do país.
O antigo líder cubano Fidel Castro diz “não ter confiança” nos Estados Unidos, mas manifesta o seu apoio a uma “solução pacífica” para o diferendo entre Washington e Havana. Nas primeiras declarações sobre a aproximação entre Estados Unidos e Cuba, Fidel Castro, de 88 anos, garante não ter tido qualquer contacto com Washington sobre o reatar de relações diplomáticas entre os dois países. Afastado do poder desde 2006, o antigo líder cubano acrescenta que qualquer solução pacífica ou negociada para os problemas entre os Estados Unidos e outros povos ou quaisquer pessoas da América Latina, que não envolva o recurso à força, deve ser tratada de acordo com as normas internacionais. Sublinha ainda que Cuba vai sempre defender a cooperação e a amizade com todos os povos do mundo, incluindo os adversários políticos. A mensagem consta de uma carta dirigida à Federação Estudantil Universitária, que foi lida esta segunda-feira à noite na televisão cubana. O reatar das relações diplomáticas foi anunciado pelo Presidente norte-americano, Barack Obama, e pelo Presidente cubano, Raul Castro, no dia 17 de Dezembro. O embargo comercial ao país caribenho permanece. Na última semana, representantes dos Estados Unidos deslocaram-se a Havana e iniciaram as negociações entre os países.
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Justiça pede 26 anos de prisão para excomandante do "Costa Concordia" Francesco Schettino abandonou o navio quando este começou a afundar-se com 4.200 pessoas a bordo, a 14 de Janeiro de 2013. Trinta e duas pessoas morreram. O Ministério Público italiano pede 26 anos e três meses de prisão para o comandante do "Costa Concordia", o cruzeiro que naufragou em 2012 ao largo da costa italiana. Francesco Schettino pode enfrentar 14 anos de prisão por homicídio, nove por causar um naufrágio, três por abandonar o navio e mais três meses por falso testemunho. "Não é uma pena exagerada", considerou a procuradora Maria Navarro ao tribunal de Grosseto, em Toscânia. A acusação pediu ainda a prisão imediata do arguido, de 54 anos, para evitar uma possível fuga, assim como a proibição de comandar outro navio. O julgamento entrou na fase final e a decisão do tribunal deve ser conhecida no início do próximo mês. Francesco Schettino abandonou o navio depois de este ter batido num rochedo submerso e começado a afundar-se, junto à região da Toscânia, com 4.200 passageiros e tripulantes a bordo, a 14 de Janeiro de 2013. Trinta e duas pessoas morreram. O "Costa Concordia" foi retirado da água em 2014, depois de dois anos submerso, numa das operações de recuperação marítima mais complexa de sempre. Contudo, o comandante não é o único sob acusação: a região da Toscânia, onde aconteceu o acidente, está a processar a empresa Costa Cruises (que explorava o navio) em 220 milhões de euros pelos efeitos negativos que o desastre teve no turismo.
Turquia bloqueia páginas do Facebook com "conteúdo ofensivo" para Maomé Governo condenou o ataque à redacção do "Charlie Hebdo", mas está contra a divulgação de imagens do profeta. Um tribunal de Ancara decidiu bloquear as páginas do Facebook que mostrem "conteúdo ofensivo para o profeta Maomé" ou, se isso não for possível, impedir o acesso a toda a rede social. De acordo com a agência de notícias espanhola Efe,
que cita o diário "Cumhuriyet", a decisão resulta de uma investigação das autoridades turcas e já foi comunicada à autoridade das telecomunicações e aos fornecedores de internet. Até ao momento, a decisão não é ainda efectiva, dado que ainda se pode aceder a numerosas páginas de utilizadores do Facebook que mostram a última capa do semanário francês "Charlie Hebdo", com a caricatura do profeta Maomé. O Governo turco condenou o ataque à redacção do jornal satírico, acrescentando, no entanto, estar também contra a divulgação de imagens do profeta. Na altura, os tribunais turcos tomaram medidas para impedir que as caricaturas de Maomé chegassem à Turquia e os juízes ordenaram o bloqueio de vários diários digitais que difundiam a polémica capa ou mostravam fotos da revista nos quiosques franceses. O ramo da rede terrorista Al-Qaeda no Iémen divulgou um vídeo onde reivindica o atentado como vingança pela publicação de caricaturas do profeta Maomé. Os escritórios do semanário, no centro de Paris, foram atacados a 7 de Janeiro pelos irmãos Said e Cherif Kouachi, dois jihadistas franceses que mataram 12 pessoas. Os atacantes disseram ter "vingado o profeta" Maomé, caricaturado em diversas ocasiões no jornal satírico.
Papa Francisco encontrou-se com transexual espanhol Diego Neria, católico praticante, escreveu ao Papa queixando-se de ter sido marginalizado pela Igreja. "Senti que ele escutar-me-ia". Por Aura Miguel
O Papa Francisco recebeu, no sábado, em audiência privada, um homem transexual espanhol. Diego Neria Lejárraga, de 48 anos, participou na audiência com o Papa, acompanhado pela sua actual namorada. Segundo o diário espanhol "Hoy", Neria, católico praticante, escreveu ao Papa queixando-se de ter sido marginalizado pela Igreja. De acordo com o mesmo jornal, a audiência com Francisco ocorreu na Casa de Santa Marta, local de residência de Francisco, no Vaticano. "Nunca antes me tinha atrevido, mas com o Papa Francisco fi-lo. Depois de ouvi-lo em muitas intervenções, senti que ele escutar-me-ia", disse Diego Neria ao "Hoy". Oficialmente, o Vaticano não publicou qualquer declaração sobre o assunto.
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Igreja de Inglaterra já tem uma mulher bispo Elizabeth Lane tornou-se a primeira mulher bispo da Igreja de Inglaterra. Líder do ramo português da Igreja Anglicana diz que a decisão é o culminar natural de um processo com 25 anos.
"Libby" Lane foi ordenada esta segunda-feira. Foto: Lynne Cameron/EPA Por Filipe d'Avillez
Elizabeth Lane foi ordenada bispo da Igreja de Inglaterra esta segunda-feira. É a primeira mulher bispo da “Igreja-mãe” do anglicanismo mundial. A Igreja de Inglaterra não é a primeira a tomar esta decisão. Outras igrejas anglicanas já o fizeram e o ramo americano é mesmo presidido por uma mulher. Mas sendo a “Igreja-mãe” do anglicanismo, a primeira ordenação episcopal de uma bispo reveste-se de maior significado. É uma opção que pode afectar o funcionamento interno da Igreja Anglicana, mas também as relações ecuménicas, nomeadamente com as igrejas Católica e Ortodoxa, que não aceitam a ordenação de mulheres. O bispo D. José Jorge de Pina Cabral, o líder da Igreja Lusitana, ramo português do Anglicanismo, explica algumas destas implicações e afirma que a ordenação vai trazer dificuldades mas também desafios nas relações ecuménicas. Elizabeth Lane será consagrada esta segunda-feira. Esta não é uma ordenação episcopal qualquer... Não é uma ordenação episcopal qualquer na Igreja de Inglaterra, dado que efectivamente é a primeira vez que uma mulher irá ser ordenada ao episcopado na Igreja de Inglaterra, por isso abre um precedente. Quais são os efeitos que pode ter a nível interno da Igreja de Inglaterra? Isto no fundo é o culminar de um já longo processo que se iniciou há já 25 anos com a ordenação das primeiras mulheres. Aliás, as primeiras foram ordenadas em 94, embora a decisão tenha sido tomada em 92. A partir daí iniciou-se todo um processo que, de certo modo, apontava para a ordenação das mulheres ao episcopado, embora tenha sido naturalmente um processo longo e que implicou discernimento
teológico e bíblico. Foi um processo bastante exigente para a própria Igreja de Inglaterra, mas ao mesmo tempo foi um processo rico de análise e diálogo, durante o qual, porém, houve um grande cuidado de criar espaço para aqueles que são uma minoria na Igreja de Inglaterra, mas que se opõem à ordenação de mulheres ao episcopado. De qualquer das maneiras é um marco muito significativo. A Igreja Lusitana depende directamente da Igreja de Inglaterra? A Igreja Lusitana tem os seus próprios órgãos de decisão, neste caso o sínodo diocesano. O que acontece é que grandes decisões, que têm a ver com aspectos de alteração, por exemplo a nível litúrgico, por exemplo, e de organização interna, dependem da autorização do metropolita da Igreja Lusitana, que é o Arcebispo de Cantuária, dado que a Igreja Lusitana é aquilo que no contexto da Igreja Anglicana se chama uma diocese extra-provincial. Isso significa que a Igreja Lusitana também pode ordenar mulheres ao episcopado agora? Ainda não. A Igreja Lusitana, no seu sínodo de 1991, aprovou a ordenação de mulheres ao ministério ordenado, não se tendo colocado então a questão da ordenação ao episcopado. Sendo a Igreja de Inglaterra a Igreja-mãe do Anglicanismo, esta decisão poderá encorajar outras igrejas a darem também este passo e promoverem a ordenação de mulheres ao episcopado, como já acontece noutras igrejas na Comunhão Anglicana, nomeadamente nos EUA, Canadá, Irlanda e Escócia. Mas no caso concreto da Igreja Lusitana, e aquando da minha eleição [25 de Abril de 2013], efectivamente só foram consideradas propostas de candidatos masculinos. Existem, contudo, presbíteras na Igreja Lusitana... Temos uma mulher presbítera e temos várias diáconas. Portanto já temos essa vivência e essa experiência da ordenação de mulheres ao ministério e podemos considerar ter sido uma bênção e algo muito importante na missão da própria Igreja ao longo destes anos. Estas decisões levaram a grandes discussões e divisões na Igreja de Inglaterra. A nível interno da Igreja Lusitana estas divisões também se fazem sentir? Sendo a Igreja de Inglaterra uma Igreja de Estado, é perfeitamente natural que no seu seio existam diferentes sensibilidades e visões, que depois se traduzem na existência desses grupos que neste caso se opõem, embora sejam de facto uma pequena minoria. Até porque houve um cuidado em criar salvaguardas para os que se opõem a esta situação de terem a supervisão de uma mulher. No seio da Igreja Lusitana, sendo uma igreja pequena, não se nota qualquer tipo de oposição. O que temos vindo a verificar, com muito agrado, é que o testemunho, o papel e o trabalho que as mulheres ao nível do ministério ordenado têm vindo a desempenhar tem criado também um contexto para um melhor entendimento e aceitação desta realidade da ordenação das mulheres. A nível da Comunhão Anglicana, portanto a nível mundial, sabemos que a situação não é tão pacífica. Há forte divisão entre as Igrejas ocidentais e as africanas,
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por exemplo. A decisão da Igreja de Inglaterra pode agravar essa situação de divisão? Espero bem que não! A decisão da ordenação das mulheres não foi propriamente um assunto de divisão ou de fractura tão intensa como aquelas que se revelam relativamente a questões de natureza da moral sexual, ou ética e bioética. As divisões maiores que se fazem sentir na Igreja Anglicana prendem-se com os aspectos ligados à sexualidade, aí sim há efectivamente grandes oposições. Agora, tal não significa, e agora terá de haver um exercício de diálogo e esclarecimento, e comunhão, que esta posição não venha a agravar outras divisões. De qualquer das maneiras, são decisões tomadas soberanamente pelas igrejas locais e que agora, no contexto de comunhão a nível internacional, têm de ser também analisadas. Portanto, aqui há uma vivência da comunhão num contexto de diversidade de posições, procurando manter o que consideramos que é fundamental para a vivência dessa própria comunhão. Penso que será mais por aí. Há aqui também um factor ecuménico. A Igreja Católica avisou que ao avançar com estas ordenações a Igreja Anglicana estaria a prejudicar as relações ecuménicas. Como é que isto afecta as relações com a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa? Esta era uma decisão esperada e Arcebispo de Cantuária teve o cuidado de enviar uma carta aos líderes das outras igrejas, nomeadamente a Católica e a Ortodoxa, reflectindo que a Igreja Anglicana está consciente que este desenvolvimento poderá trazer dificuldades ecuménicas acrescidas naquilo a que chamou o "caminho para a comunhão". Mas ao mesmo tempo teve o cuidado de realçar que a Igreja de Inglaterra continua disponível para o aprofundar da união, à luz deste desenvolvimento. Neste momento o que se verifica é que a visão e a preocupação a nível ecuménico se centra noutro tipo de questões que se colocam à Igreja e que exigem um testemunho comum, como a violência, os fundamentalismos, a pobreza, todo um outro conjunto de questões, nas quais as igrejas têm dado passos muito corajosos e em conjunto. No plano eclesiológico e sacramental penso que esta questão poderá trazer algumas exigências mas poderá também trazer um outro nível de diálogo. Ou seja, a partir do momento em que a Igreja de Inglaterra assumiu esta posição, terá também de a justificar e apresentar aos seus parceiros ecuménicos, como sempre procurou fazer, através de um diálogo teológico, sacramental e bíblico, que a justifique. Espero que isto possa também abrir outras perspectivas de diálogo, embora estejamos também conscientes que irá trazer algumas dificuldades no caminho da união.
Que espera a Igreja dos novos padres? Clero do Sul procura respostas "Que pastores para a Igreja no mundo actual?" é o tema que marca a actualização interdiocesana do Clero do Sul, reunido até dia 29, em Albufeira, diocese do Algarve. Por Rosário Silva
O Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE) organiza, a partir desta segunda-feira e pelo oitavo ano consecutivo, a atualização do clero da Província Eclesiástica do Sul, constituída pelas dioceses de Évora, Beja e Algarve. As jornadas reflectem as preocupações e necessidades sentidas pelos sacerdotes nas suas dioceses com a realidade vocacional no epicentro das conferências. "Que pastores para a Igreja no mundo atual?" dá o mote a um encontro que reúne o consenso de todos quanto ao “grande trabalho que é preciso fazer para encontrar caminhos de renovação em áreas que a Igreja nos vai dizendo que são fundamentais”, explica à Renascença o padre Manuel António do Rosário, do ISTE. "Queremos recolher contributos das pessoas que nos ajudarão a fazermos mais e melhor até porque a realidade vocacional, nomeadamente das vocações sacerdotais não pode deixar de nos inquietar se olharmos para a realidade do numero de seminaristas que temos e das ordenações que iremos ter nos próximos anos", explica o sacerdote. Depois de uma passagem pela realidade vocacional em Portugal, os cerca de cem participantes descem às bases e recolhem contributos provenientes das áreas prioritárias e distintas da pastoral vocacional: família, paróquia, pastoral juvenil e pastoral universitária. "A Pastoral Vocacional não é uma pastoral fechada sobre si própria", sublinha o padre Rosário, lembrando que "as vocações não surgem por geração espontânea", antes "exigem que haja um trabalho completo e vasto". É necessário "descobrir como é que nós nas nossas dioceses podemos ajudar, por exemplo, as famílias a não esquecerem que são Igreja doméstica e, por isso, a primeira escola onde a questão vocacional se pode colocar", diz. Manuel António do Rosário considera "fundamental" abordar todas as áreas, tendo em conta que a própria "Conferência Episcopal Portuguesa há vários anos que alerta para essa necessidade". "Se estas são prioridades para a Igreja universal, também o são para nós particularmente nestas três dioceses", aponta. O programa vai contar este ano com a presença e intervenção do Secretário da Sagrada Congregação para o Clero, monsenhor Jorge Carlos Patrón Wong, uma presença que "é reveladora da qualidade crescente desta iniciativa, da responsabilidade do Instituto Superior de Teologia de Évora, a pedido dos Bispos da Província Eclesiástica de Évora, e do apreço da Santa Sé
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para com a temática escolhida e a oportunidade e importância da mesma".
Cavaco condecora fadistas e guitarrista Vão receber a comenda da Ordem do Infante. Cerimónia vai realizar-se no Museu do Fado, em Lisboa. Os fadistas Ana Moura, Carminho, Katia Guerreiro, Ricardo Ribeiro e o guitarrista Mário Pacheco vão ser condecorados com a Ordem do Infante. A comenda vai ser entregue, esta terça-feira, no Museu do Fado, em Lisboa, pelo Presidente da República, Cavaco Silva. Ana Moura, de 35 anos, começou a cantar ao lado de Maria da Fé no restaurante típico Senhor Vinho, em Lisboa, gravou os primeiros álbuns com o músico Jorge Fernando, recebeu o Prémio Amália Melhor Intérprete, em 2008 e, entre outros músicos, gravou com Prince e cantou com a banda britânica The Rollings Stones. Carminho, de 30 anos, começou por cantar na casa de fado gerida pela mãe, a fadista Teresa Siqueira, Taverna do Embuçado, em Alfama. Em 2005 ganhou o Prémio Amália Revelação e, em 2012, recebeu o Prémio Amália de Melhor Intérprete. Katia Guerreiro nasceu há 38 anos na República SulAfricana, foi descoberta pelos músicos Paulo Parreira e José Mário Veiga, este último ainda hoje a acompanha à viola, com quem gravou o álbum de apresentação, "Fado maior" (2001). Ricardo Ribeiro, de 33 anos, começou a cantar ainda jovem, nas colectividades lisboetas, e tem como maior referência o fadista Fernando Maurício que acompanhou e com quem cantou amiúde. Distinguido com dois prémios Amália - Revelação, em 2005, e Melhor Intérprete, em 2010 -, tem colaborado com músicos como Pedro Jóia, Rabih Abou-Khalil e Olga Cerpa, entre outros. Mário Pacheco, de 60 anos, dirige actualmente o Clube de Fado, acompanhou nomes como Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Camané, Hermínia Silva, Max, Tristão da Silva, Mísia, entre outros. Como compositor é autor, entre outros, de "Cavaleiro monge", uma criação de Mariza. A Ordem do Infante, criada em 1960, distingue personalidades que tenham prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores.
Teatro. Aida Tavares vai dirigir Teatro São Luiz Foi adjunta da anterior direcção do teatro lisboeta. Nenhum dos candidatos satisfez a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural.
Foto: DR
A programadora cultural Aida Tavares, que estava interinamente a dirigir o Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, foi esta segunda-feira nomeada oficialmente directora artística da sala de espectáculos, revelou a autarquia. Aida Tavares, que foi adjunta da anterior direcção do teatro, assume funções a partir de 1 de Fevereiro, por um período de quatro anos, e a sua nomeação "assenta no seu longo percurso profissional em programação e produção culturais em várias entidades públicas e privadas". Em 2014, a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), que gere vários espaços culturais da capital, abriu concurso para recrutamento de directores artísticos dos teatros municipais Maria Matos e São Luiz. Mark Deputter foi reconduzido no Maria Matos, mas, no São Luiz, as três candidaturas finalistas, de Miguel Abreu, Filipe Crawford e Américo Rodrigues, foram chumbadas, mantendo-se Aida Tavares interinamente. Em Outubro, a EGEAC dizia ter dado por concluído o processo de recrutamento e que, no caso do São Luiz, "nenhuma das candidaturas [finalistas] reunia as condições necessárias" no que respeitava "à estratégia e objectivos definidos". Optou agora pela nomeação de Aida Tavares. A trabalhar no São Luiz desde 2002, Aida Tavares sucede, no cargo de directora artística, ao programador José Luís Ferreira.
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Morreu o cantor Demis Roussos "Goodbye My Love", "Forever And Ever" ou "My Friend The Wind" são alguns dos muitos êxitos do cantor grego. O cantor grego Demis Roussos morreu durante o fimde-semana, aos 68 anos, em Atenas. A notícia foi confirmada pela filha Emily, ao jornal "Le Figaro". O homem que deu voz a temas que marcaram várias gerações faleceu na madrugada de sábado para domingo, na sua casa da capital grega. O seu antigo assessor de imprensa, Fabien Lecoeuvre, disse ao jornal francês “L'Express” que Demis Roussos morreu de cancro. "Goodbye My Love", "Forever And Ever" ou "My Friend The Wind" são alguns dos seus êxitos do multiplatinado artista. Conhecido pela sua barca e cabelo compridos, vendeu mais de 60 milhões de discos no mundo inteiro ao longo da sua carreira. Demis Roussos é o nome artístico de Artemios Ventouris Roussos. Nasceu a 15 de Junho de 1946, em Alexandria, no Egipto. Fundou os Aphrodite's Child, com Vangelis e Loukas Sideras, em Inglaterra, em 1968. Nesta banda de rock progressivo cantava e também tocava baixo e guitarra. Mais tarde, no início da década de 70, começou a sua carreira a solo. BENFICA
Jesus "atira-se" a Eliseu Treinador do Benfica não perdoa grande penalidade cometida pelo lateral-esquerdo em cima do minuto 90 do jogo com o Paços de Ferreira. O final da partida entre Paços de Ferreira e Benfica (1-0) ficou marcado pela dura reprimenda que Jorge Jesus deu a Eliseu. O lateral-esquerdo procurava, junto da equipa de arbitragem, a justificação para o "penalty" assinalado em virtude da infracção do lateral-esquerdo sobre Hurtado, aos 88' e que ditou a vitória dos "castores". O treinador dos campeões nacionais aproximou-se do jogador e, através das imagens da transmissão televisiva, foi possível vislumbrar a irritação de Jesus para com o seu atleta. Mais tarde, na sala de imprensa do Estádio Capital do Móvel, Jesus deu a sua versão do episódio. "Disse-lhe para estar tranquilo que o jogo já tinha acabado. Ele vinha a falar sozinho e eu disse ‘Está tranquilo, já não há nada a fazer’", explicou. [notícia actualizada às 22h40]
PAÇOS DE FERREIRA
Paulo Fonseca explica receita para o "sucesso" Treinador do Paços de Ferreira explica expulsão de que foi alvo, durante a vitória sobre o Benfica.
Paulo Fonseca não esconde que a vitória do Paços de Ferreira sobre o Benfica foi saborosa mas, acima de tudo, "importante" para as aspirações da equipa da Mata Real, explicando as razões para o "sucesso" e para o triunfo pela margem mínima (1-0) sobre os campeões nacionais. "O sucesso teve a ver com o nosso rigor táctico e defensivo", afirmou Paulo Fonseca, em conferência de imprensa. Durante a segunda parte, o técnico dos "castores" foi expulso por Bruno Paixão, na sequência de protestos sobre um lance de ataque do Benfica, com uma falta no epicentro das queixas. "Apetecia-me falar mas não vou falar da arbitragem. Vou manter-me fiel ao que prometi no início, até porque cometi alguns erros no passado recente, relativamente à arbitragem. Apenas reclamei de uma falta. O árbitro decidiu expulsar-me e eu aceito a expulsão", comentou.
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REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Vermelho esbatido nas manchetes
A derrota do Benfica, em Paços de Ferreira, merece destaque nos três diários desportivos. "Atropelado na passadeira" é a manchete de O Jogo, enquanto o Record escreve: "Águia também cai". "Líder mas pouco" é o título maior de A Bola. De volta a O Jogo, outro destaque para o FC Porto. "Já vão sete reviravoltas falhadas" é o título de um trabalho de análise sobre uma faceta negativa da equipa de Julen Lopetegui: "Dragões ainda não conseguiram virar qualquer resultado". Ainda em O Jogo, uma informação sobre o Sporting: "Miguel Lopes fica e Sarr sai". Em A Bola, entrevista a Bruno Gallo. "FC Porto não tem conjunto tão forte como o Benfica", diz o jogador do Marítimo que marcou aos dragões. RIBEIRO CRISTÓVÃO
Fatia de leão O escândalo do Funchal e a escorregadela de Paços de Ferreira deixaram à vista algumas fragilidades de Porto e Benfica que se tornaram possíveis por força da qualidade e da tenacidade com os seus adversários se lhes opuseram.
A segunda volta do campeonato começou sob bons auspícios, deixando a ideia de que é possível termos pela frente uma prova muito competitiva. Dos nove
jogos realizados, pelo menos sete terminaram com resultados surpreendentes, a provocar, nalguns casos, uma pequena revolução na tabela classificativa. De todos, foi o Sporting a colher os maiores benefícios. A sua vitória sobre a Académica, em conjugação com as derrotas sofridas pelo FC Porto e pelo Benfica, permitiram-lhe uma redução assinalável na diferença pontual que vinha mantendo há algum tempo, ao mesmo tempo que recoloca os leões em lutas de que parecia afastado. E se é verdade que há registo de vários resultados imprevistos na 18ª jornada, o foco principal incide sobre as derrotas de portistas e benfiquistas que, entre si, mantêm por isso a mesma diferença pontual. Ganhou, assim, o Sporting, que se aproximou dos dragões, dos quais está separado por apenas um ponto, e dos encarnados, em relação aos quais recuperou três preciosos pontos. Esta situação, e prevendo que a próxima jornada não repita surpresas tão extravagantes, remete toda a expectativa para os primeiros dias do mês de Fevereiro, altura em que teremos, em Alvalade, um SportingBenfica mais desejado do que nunca. Parece ter-se afastado o risco de o campeonato entrar em fase de grande monotonia, dominado amplamente pelo Benfica que, a ter vencido na Mata Real, passaria a dispor de um avanço muito confortável e praticamente irrecuperável para os seus principais adversários. O escândalo do Funchal e a escorregadela de Paços de Ferreira deixaram à vista algumas fragilidades de Porto e Benfica que se tornaram possíveis por força da qualidade e da tenacidade com os seus adversários se lhes opuseram, e que passaram também a constituir um aviso, sobretudo para os técnicos que comandam as respectivas equipas. Reacendeu-se o interesse pela nossa prova maior. Ainda bem.
Já há árbitros para a Taça da Liga Conheça as nomeações dos jogos de Sporting e FC Porto, agendados para quartafeira.
O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) divulgou, esta segundafeira, o quadro de nomeações da quarta jornada dos Grupos C e D da Taça da Liga.
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O Sporting-Vitória de Setúbal terá arbitragem de Manuel Mota, da AF Braga, enquanto o FC PortoAcadémica será dirigido pelo lisboeta Tiago Martins. As quatro partidas realizam-se, na íntegra, na quartafeira. Taça da Liga 3ª Fase - Nomeações da 4ª Jornada Grupo C 19h45 Sporting – Vitória de Setúbal, Manuel Mota (AF Braga) Boavista – Vitória de Guimarães, Jorge Sousa (AF Porto) Grupo D 20h45 FC Porto - Académica, Tiago Martins (AF Lisboa) União da Madeira - Rio Ave, Manuel Oliveira (AF Porto)
ESPANHA
Saiba o que pensa Neymar sobre a expulsão de Ronaldo Avançado brasileiro do Barcelona comenta agressão do português do Real Madrid a um jogador do Córdoba.
CAN 2015
Cabo Verde falha quartos-de-final "Tubarões azuis", comandados por Rui Águas, falham qualificação para a próxima fase da CAN 2015 por um golo.
A selecção de Cabo Verde foi afastada do apuramento para os quartos-de-final da Taça das Nações Africanas [CAN 2015], esta segunda-feira, ao empatar sem golos diante da Zâmbia, em jogo da terceira e última jornada do Grupo B. Os "Tubarões Azuis", comandados pelo português Rui Águas, ficaram a um golo da passagem. No outro jogo da ronda, República Democrática do Congo e Tunísia empataram a uma bola, definindo a "queda" dos caboverdianos. Pelos critérios de desempate, já que Cabo Verde e República Democrática do Congo terminaram o grupo empatados, com três pontos, qualificam-se os congoleses. Ou seja, Rui Àguas falhou o apuramento apenas por um golo. Nos "quartos", haverá "derby" entre República Democrática do Congo e Congo. A Tunísia defrontará a selecção anfitriã da CAN 2015, a Guiné Equatorial. Taça das Nações Africanas[CAN 2015] Grupo BCabo Verde 0-0 ZâmbiaRepública Democrática do Congo 1-1 TunísiaClassificação1 Tunísia 5 pontos2 República Democrática do Congo 33 Cabo Verde 34 Zâmbia 2
Neymar até admite compreender o que levou Cristiano Ronaldo a agredir Edimar, durante o Córdoba-Real Madrid, considerando que é difícil para um jogador passar "por provocações e intimidações". Contudo, o avançado do Barcelona defende que o Bola de Ouro de 2014 deve ser punido, na sequência da consequente expulsão, com vermelho directo. "Às vezes quem passa por provocações e intimidações não aguenta. Nós, avançados, estamos sujeitos a isso. Reacções como as do Cristiano [Ronaldo] podem acontecer, mas claro que têm de ser punidas. Pode ter sido uma provocação, como aconteceu com o Zidane e já aconteceu comigo. Devemos trabalhar a mente para não caímos em provocações", comentou o avançado internacional brasileiro, esta segunda-feira.
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"Birdman" voa nos prémios do Sindicato de Actores
Biblioteca Nacional adquire espólio de Eduardo Lourenço
Como melhor actriz foi escolhida Julianne Moore, pelo trabalho em "Still Alice", e que é agora grande favorita para os Óscares.
"Trata-se de um bem cultural fundamental para a investigação filosófica, literária, histórica e sociológica não só da obra de Eduardo Lourenço, mas do pensamento português dos séculos XX e XXI", afirma a Secretaria de Estado da Cultura.
Elenco de "Birdman" marca pontos para os Óscares. Foto: Paul Buck/EPA
O filme "Birdman", do mexicano Alejandro González Iñárritu, conquistou a estatueta de melhor elenco nos prémios do Sindicato de Actores dos Estados Unidos (SAG), atribuídos em Los Angeles. Na cerimónia foram também reconhecidos os elencos das séries como "Downton Abbey" e "Orange is the New Black". Como melhor actriz foi escolhida Julianne Moore, pelo trabalho em "Still Alice", e que é agora grande favorita para os Óscares. Nos prémios de melhores actores secundários Patricia Arquette levou a estatueta pelo trabalho em "Boyhood" e J.K. Simmons pela sua interpretação em "Whiplash". Os prémios do Sindicato de Actores antecem a cerimónia dos Óscares, marcada para 22 Fevereiro.
Foto: Lusa
O espólio do ensaísta português Eduardo Lourenço, que inclui milhares de documentos, como manuscritos inéditos e correspondência, foi adquirido pela Biblioteca Nacional. "Trata-se de um bem cultural fundamental para a investigação filosófica, literária, histórica e sociológica não só da obra de Eduardo Lourenço, mas do pensamento português dos séculos XX e XXI", afirma a Secretaria de Estado da Cultura (SEC), num comunicado em que não revela o valor da compra. O espólio inclui "uma grande quantidade de manuscritos do autor, alguns deles inéditos", desde finais dos anos 1940 até à actualidade, e "mais de 11.000 documentos referentes a correspondência" que Eduardo Lourenço manteve com figuras como Jorge de Sena, Vergílio Ferreira e Sophia de Mello Breyner Andresen. O espólio passa a integrar o Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional e o seu acesso está limitado, por enquanto, aos investigadores que trabalham na publicação da obra completa do ensaísta pela Fundação Calouste Gulbenkian.Eduardo Lourenço de Faria, de 91 anos, ensaísta e crítico, estudou na Universidade de Coimbra, onde deu aulas até sair do país, na década de 1950, fixando-se desde então entre França e Portugal.Prémio Camões (1996) e Prémio Pessoa (2011) só para citar duas das várias distinções do autor Eduardo Lourenço escreveu obras como "Heterodoxias", "Tempo e poesia", "O fascismo nunca existiu" e "O labirinto da saudade - Psicanálise mítica do destino português". A par do plano editorial da Gulbenkian, a Gradiva tem vindo a publicar, desde 1999, a obra de Eduardo Lourenço, planeando para este ano seis títulos do autor,
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entre os quais "Do Brasil: Fascínio e miragem", com textos escritos entre 1945 e 2012.Em 2014, o ensaísta foi condecorado pelo Presidente da República com a GrãCruz da Ordem da Liberdade. Este mês, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, afirmou no Parlamento que o Estado tem tido capacidade financeira para adquirir espólios literários recorrendo a verbas do Fundo de Fomento Cultural. No final do ano passado, o Estado adquiriu o espólio o escritor Almeida Garrett, da colecção Futscher Pereira. Na Biblioteca Nacional estão também depositados, entre outros, os espólios dos escritores António Ramos Rosa, Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, José Gomes Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues e de Fernando Namora, do compositor Joly Braga Santos, da compositora Constança Capdeville e do pensador Delfim Santos.
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