EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Segunda-feira, 12-01-2015 Edição às 08h30
Editor Raul Santos
França eleva segurança para níveis sem precedentes Recuperada uma caixa negra do avião da AirAsia
Papa na Ásia pela segunda vez
CINEMA
"Boyhood" reinou nos Globos de Ouro Último acto. Jardim deixa governo da Madeira
Incêndios. Governo vai comprar dois meios aéreos
CONVERSAS CRUZADAS
EM NOME DA LEI
Grécia: pressão alta Atrasos no RSI a abrandar? empurram mulheres para a prostituição
LUÍS ANTÓNIO SANTOS
#SerCharlie não é para todos
Tanaka deixa Braga de olhos em bico
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França eleva segurança para níveis sem precedentes A França será um país diferente. Escolas confessionais, sinagogas, mesquitas e redacções de jornais serão locais sob máxima vigilância.
operação das forças de segurança que colocou fim ao sequestro. Na resposta a estes atentados, milhões de franceses participaram este domingo em marchas por todo o país. A maior manifestação realizou-se em Paris e contou com a presença de cerca de 50 chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, entre os quais o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho. Tudo sobre o ataque ao "Charlie Hebdo"
Papa na Ásia pela segunda vez Francisco parte às 18h00 desta segunda-feira rumo ao Sri Lanka. Segue-se as Filipinas. Duas realidades muito diferentes: o Sri Lanka tem apenas 7% de católicos, enquanto nas Filipinas os católicos são 82% da população.
Foto: EPA Por Hugo Monteiro
As autoridades francesas elevaram a segurança para níveis sem precedentes, depois dos atentados últimos dias, que provocaram 17 mortos, em Paris. Cerca de 8.500 militares vão reforçar a segurança em todo o território francês. A estratégia foi revelada, esta segunda-feira de manhã primeiro-ministro francês, Manuel Valls. O Governo de Paris decidiu proceder a uma significativa alteração do esquema de segurança e a França será, a partir de agora, um país diferente. Escolas confessionais, sinagogas, mesquitas e redacções de jornais serão os locais sob máxima atenção das forças policiais no país, que continua com o plano de acção contra o terrorismo, o “Vigipirate”. Em entrevista à estação BFMTV, primeiro-ministro francês sublinha que a ameaça é contínua, razão pela qual a segurança em território francês sobe para níveis sem precedentes nas últimas décadas. Manuel Valls afirma que a França vai continuar a lutar contra o terrorismo, jihadismo e islamismo radical e vai dar especial atenção à informação que circula pela internet. As medidas são tomadas depois dos atentados contra o jornal satírico "Charlie Hebdo", que fez 12 mortos, e do assassinato de quatro pessoas num supermercado judaico. Uma agente da polícia também foi abatida, num terceiro ataque. O atentado contra o "Charlie Hebdo" foi levado a cabo na passada quarta-feira pelos irmãos Chérif e Said Kouachi, com 32 e 34 anos, respectivamente. Os dois foram mortos pela polícia francesa na sexta-feira. O ataque contra o supermercado foi realizado por Amedy Coulibaly, de 32 anos, também ele abatido na
Conversa com os jronalistas no avião - um clássico nas viagens papais. Foto: EPA Por Aura Miguel, enviada ao Sri Lanka e Filipnas
O Papa parte esta segunda-feira, ao fim do dia, rumo ao Sri Lanka e Filipinas, naquela que é a sua sétima viagem pastoral fora de Itália e também a mais longa do seu pontificado. Em menos de seis meses, é a segunda vez que Francisco visita a Ásia, o que é bastante significativo. O Sri Lanka e as Filipinas receberam as visitas de Paulo VI, em 1970, e de João Paulo II, em 1981 (só as Filipinas) e em 1995, ambos os países, mas o facto de Bento XVI, por razões de saúde, nunca ter visitado o continente asiático, aumenta agora a expectativa do que Francisco poderá encontrar e dizer nestes dois países. Sri Lanka e Filipinas são realidade muito diferentes: o Sri Lanka tem apenas 7% de católicos, enquanto nas Filipinas os católicos são 82% da população. O roteiro da viagem inclui vários pontos de interesse, sendo a maior novidade o facto de um Papa se dirigir, pela primeira vez, a lugares nunca dantes visitados, incluindo um santuário mariano no Sri Lanka. O Sri Lanka viveu uma espécie de guerra religiosa tribal, durante 30 anos, entre singaleses,
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maioritariamente budistas, e tamil, hindus. Foi uma guerra sangrenta, com actos de terrorismo realizados pelos auto-denominados “tigres tamil” que se faziam explodir em aglomerados e actos públicos. Apesar de minoritários, os tamil ocupam a zona norte da ilha que João Paulo II nunca conseguiu visitar, por razões de segurança. Nessa zona de guerra (o conflito só terminou em 2006), existe o mais importante santuário mariano da ilha, dedicado a Nossa Senhora de Madhu, que o Papa visita e onde se esperam palavras de paz e reconciliação. Na cidade de Colombo, a capital do país, destaque ainda para a canonização, na quarta-feira, de um missionário português de Goa, o padre José Vaz, que João Paulo II beatificou em 1995. Nas Filipinas, a razão principal da visita é muito simbólica, uma vez que os bispos convidaram Francisco para se encontrar com os sobreviventes e familiares das vítimas do tufão Yolanda, que causou mais de seis mil mortos e quase cinco milhões de desalojados. O Papa desloca-se expressamente de avião à zona mais afectada para conhecer de perto os efeitos da devastação. Em Manila, capital das Filuipinas, a expectativa está o rubro. A agenda de Francisco inclui encontros com famílias, com jovens e uma missa no mesmo local onde João Paulo II, há 20 anos, conseguiu reunir mais de quatro milhões de pessoas, número que os filipinos agora garantem vir a superar.
ou limpo, haverá neblinas ou nevoeiros no nordeste transmontano e na beira alta e nas regiões do interior mais a sul. "De um modo geral, hoje o sol vai brilhar com temperaturas agradáveis. As máximas vão variar entre os 14 e os 16 graus Celsius, mas no interior não ultrapassam os 4 a 5 graus. As temperaturas mínimas serão negativas no interior norte e centro na ordem dos 0 a -2 graus e a variar entre os 4 e 7 graus no resto do país", explica Maria João Frada. Segundo a meteorologista do IPMA, na terça-feira ocorre uma "mudança significativa" do estado do tempo. "O anticiclone que nos tem afectado começa a deixar de se fazer sentir e a sua influência começa a baixar em latitude, permitindo a passagem de ondulações frontais (...). Na terça-feira teremos já precipitação no Minho e Douro litoral que vai estender-se gradualmente às restantes regiões do norte e centro e no final do dia no alto Alentejo." Maria João Frada adianta que, além da precipitação, está prevista uma pequena subida da temperatura mínima, mas que, apesar disso, estas serão baixas nos locais com formação de geada.
Chuva regressa. Temperatura sobe
Esta é a proposta da organização "Impossible", que pretende ilegalizar a pobreza, enquanto violadora de direitos e deveres, e considerá-la um crime.
Terça-feira ocorre uma "mudança significativa" do estado do tempo.
"E se a pobreza fosse ilegal?"
Crise fez disparar o número de pessoas que precisam de ajuda. Foto: DR Foto: EPA
A chuva vai regressar a todo o país a partir de terçafeira, prevendo-se também uma subida das temperaturas mínimas, devido à passagem de superfícies frontais, avança o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). "Vamos ter uma mudança significativa de cenário. A partir de terça-feira e até pelo menos dia 16 [sexta-feira] vamos ter a passagem de superfícies frontais de actividade fraca a moderada e, por isso, teremos precipitação", adianta a meteorologista Maria João Frada Para esta segunda-feira, prevê-se céu muito nublado
Por Ana Lisboa
A “Impossible” é uma organização criada recentemente por Henrique Pinto, ex-director da Cais, instituição que apoia os sem-abrigo na cidade de Lisboa. O mentor deste projecto reuniu um grupo de pessoas, todas elas determinadas em alcançar o impossível, “ ousar ir além dos limites”. Nesse sentido, surgiu o Movimento Pobreza Ilegal. O objectivo é precisamente tornar a pobreza ilegal. Alega que tal como a escravatura foi abolida, também a pobreza deverá seguir o mesmo caminho. O mentor deste projecto, Henrique Pinto, diz à Renascença que pretende “levar o Parlamento português a declarar solenemente que a pobreza é
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ilegal, é crime, é violadora de direitos e deveres”. “Queremos também inscrever dentro da Constituição que Portugal é um dos países que tornou, num devido tempo, ilegal e que tudo fará para que onde a pobreza prolifere, as pessoas sejam punidas por isso”, sublinha. Não basta a boa vontade e a generosidade de cada um e das instituições, admite este responsável. É preciso apostar em políticas sociais que devem ser “ousadas e corajosas, que coloquem no centro a importância e o valor da pessoa humana, não é o dinheiro”, porque, sublinha, “um paradigma que nos governa e do qual somos vítimas é o paradigma da idolatria do dinheiro”. A organização “Impossible” está na fase de “pôr de pé uma estratégia que visa, sobretudo, fazer chegar a toda a gente a ideia: “E se a pobreza fosse ilegal? E se a pobreza fosse crime? Nós queremos provocar o pensamento de cada um, estimulá-lo”, diz Henrique Pinto. O assunto vai ser motivo de vários debates organizados por núcleos locais, movimentos da sociedade e da Igreja. Fica a promessa de haver novidades durante o primeiro trimestre deste ano. Os últimos números da pobreza são de 2012 e indicam que em Portugal 18,7 por cento das pessoas estavam em risco de pobreza. A entrevista a Henrique Pinto foi transmitida, este domingo, no programa “Princípio e Fim”, da Renascença.
Airbus 320 ainda não foi recuperada, acrescentou Bambang Soelistyo. Nas caixas negras do avião pode estar o motivo da queda daquele voo que ligava a segunda maior cidade da Indonésia a Singapura. O avião despenhou-se no mar no passado dia 28 de Dezembro, matando as 162 pessoas que seguiam a bordo. LUÍS ANTÓNIO SANTOS
#SerCharlie não é para todos Se pensarmos na forma tendencialmente reverencial como os média nacionais tratam as grande figuras da política ou da finança, se pensarmos na forma acrítica como esses média lidam com dados e anúncios de produtos que lhes caem nas redações, se pensarmos nos inúmeros exemplos do efeito que o condicionamento externo tem sobre as agendas editoriais, não podemos, em consciência, dizer que ‘Somos Charlie’.
Recuperada uma caixa negra do avião da AirAsia As equipas de mergulhadores conseguiram trazer para a superfície o gravador contendo os dados de voo.
Foi recuperada uma das duas caixas negras do avião da AirAsia que se despenhou no mar de Java, em Dezembro. As equipas de mergulhadores conseguiram trazer para a superfície o gravador contendo os dados de voo. "Recebi a informação do Comité Nacional de Segurança nos Transportes às 7h11 (23h11 de domingo em Lisboa), de que conseguimos recuperar a caixa negra que guarda os dados de voo", revelou o director da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia. A caixa negra com os registos de voz do cockpit do
A hashtag #JeSuisCharlie terá já sido uma das mais usadas na história da rede social Twitter. Por todo o lado, encontrámos, nos últimos dias, gente que fez questão de replicar a famosa imagem criada por um jornalista francês imediatamente a seguir ao atentado contra o semanário humorístico, Charlie Hebdo, e gente que mudou até a sua imagem de perfil e o cabeçalho da página pessoal. É uma reação veemente e positiva mas é, também, uma reação que está mais próxima de outras ‘ondas de simpatia’ viral - no que tem de explosivo e visceral mas, em simultâneo, no que tem de ‘envolvimento-não-envolvido’ e de efémero – do que de uma ligação concreta com algo que nos aflige mesmo. Se pensarmos na forma tendencialmente reverencial como os média nacionais tratam as grande figuras da política ou da finança, se pensarmos na forma acrítica como esses média lidam com dados e anúncios de produtos que lhes caem nas redações, se pensarmos nos inúmeros exemplos do efeito que o condicionamento externo tem sobre as agendas editoriais, não podemos, em consciência, dizer que ‘Somos Charlie’. Talvez alguns de nós até
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gostássemos de ser. Talvez até, num ou noutro momentos da nossa vida, tenhamos tentado ser. Mas a verdade é que não somos. ‘Ser Charlie’ significa trabalhar numa pequena e marginal publicação, tantas vezes olhada de soslaio pelos outros média; ‘Ser Charlie’ significa ter uma leitura alargada da liberdade de expressão e significa viver todos os dias no risco de ferir susceptibilidades de alguém (e de arcar com as consequência disso); ‘Ser Charlie’ significa assumir, quase sempre em solidão, a responsabilidade por expor os medos de uma sociedade cada vez mais tolhida. Havia poucos Charlie em França e há muito poucos Charlie em Portugal. A explosão de sentimento que agora se vive é, como disse, positiva. Mas só se nos mantiver mais despertos para contrariar uma tendência enorme que, enquanto sociedade, temos para preferir o apaziguamento ao sobressalto (quantas conversetas não ouvimos, todos os dias, sobre a necessidade imperiosa de ‘estabilidade’?). Os média nacionais estiveram na frente desta onda de protesto contra um ato hediondo mas importa agora que assumam, com vigor, o que se diz nesses cartazes que apareceram em fotos de um número significativo de redações. Importa que assumam não ser agências de comunicação, importa que assumam não ser ferramentas de ampliação de medos, importa que assumam não ser espaço de fruição para interesses de grupos específicos. Podem não ser, como dizem, todos Charlie, mas este seria um ótimo momento para começar. O país precisa mesmo.
Como evitar um ataque terrorista? Neste noticiário: responsáveis pela segurança francesa reúnem no rescaldo do ataque ao "Charlie Hebdo"; autoridades indonésias já têm uma das caixas negras do avião que caiu em Dezembro; o fim da era Jardim na Madeira; o que sobrou da missão portuguesa no Haiti; "JeSuisCharlie" nos Globos de Ouro. Por Teresa Abecasis
Sem medo. Milhões marcharam contra o terrorismo Mais de um milhão de pessoas participaram na marcha deste domingo, em Paris. Multidão gritou "Charlie, Charlie". Em todo o país, muitos mais saíram à rua. Segundo números oficiais do Ministério do Interior francês, estiveram nas ruas do país, nas várias manifestações contra os ataques extremistas, 3,7 milhões de pessoas. Só em Paris foram, segundo a mesma fonte, entre 1,2 e 1,6 milhões, Esta marcha pela liberdade e contra o terrorismo já tinha sido considerada uma "manifestação sem precedentes". Saíram à rua em solidariedade para com as vítimas dos atentados dos últimos dias. A multidão, que se concentrou na praça da República e seguiu até à praça da Nação, na capital francesa, numa distância ligeiramente superior a três quilómetros, gritou "Charlie, Charlie", numa referência ao jornal satírico "Charlie Hebdo", atacado pelos extremistas. As imagens das televisões internacionais mostraram a frente de uma das marchas, liderada pelo Presidente francês. De braço dado com François Hollande estiveram chefes de Estado e de Governo de cerca de 50 países de todo o mundo. A outra marcha foi encabeçada pelos familiares das vítimas dos atentados. "Hoje, Paris é a capital do mundo", declarou o Presidente francês, François Hollande aos seus ministros. De acordo com uma fonte do seu gabinete, citada pela agência France-Press, o chefe de Estado sublinhou, cerca de uma hora antes da marcha, a sua convicção de que "o país inteiro levantar-se-á" após os incidentes desta semana. As autoridades destacaram um forte contingente policial para garantir a segurança dos cerca de um milhão de manifestantes que são esperados nesta resposta aos atentados mais graves dos últimos 50 anos em França. Largos milhares de pessoas começaram a concentrarse junto à Praça da República, na capital francesa, para o desfile de solidariedade para com os 17 mortos dos ataques contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" e um supermercado de produtos judaicos. A marcha, que juntou vários quadrantes políticos, intelectuais e religiosos de França, começou pelas 15h25 (14h25 em Lisboa). Partiu da Praça da República e percorreu diversas artérias até terminar na Praça da Nação, a frente da manifestação chegou pelas 16h20. Na marcha deste domingo participaram durante 20 minutos cerca de 50 líderes políticos europeus, entre eles o Presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho. Os políticos internacionais estão agora reunidos numa cimeira informal com o Presidente francês François Hollande. O protesto decorreu em ambiente de calma não há registo de qualquer incidente. A Renascença falou com o vereador da Câmara de
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Paris, com a pasta da Europa, Hermano Sanches, que esteve presente na marcha com a sua família, amigos e vizinhos. “Temos de continuar a viver, passo a passo depois dos atentados e do terror, não tivemos essa cara de medo. Estamos agora na parte da homenagem e não é apenas uma questão francesa, é uma questão europeia e mundial. Eu vivo aqui num bairro onde há um jardim por perto e são centenas as pessoas que estão a correr, como fazem habitualmente, e as famílias já passeiam também de manhã, antes do almoço. A cidade está calma, a cidade está também, como se pode imaginar, concentrada no que vai acontecer da parte da tarde”, contou Hermano Sanches. Sensivelmente à mesma hora, em Lisboa, cerca de uma centena de pessoas concentrou-se junto à Praça Luís de Camões para mostrar que está solidária com as vítimas dos atentados em Paris. #JeSuisCharlie #fierdecettefrance pic.twitter.com/fdTrBJHtjh — Maxence Petitjean (@maxence_wp) 11 janeiro 2015 [notícia actualizada às 19h50]
muitas pessoas – demasiadas pessoas – tornaram-se cépticas, relativizam tudo ou quase tudo, não acreditam em quase nada e por isso não confiam. Este vazio de valores abre uma enorme brecha cultural nas sociedades europeias, onde os radicalismos, das mais variadas naturezas, acabam, infelizmente, por germinar. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
Depois da manifestação É decisivo convencer países muçulmanos (alguns dos quais financiam o terrorismo, abertamente ou não) a participarem militarmente contra o chamado “Estado Islâmico”.
Tudo sobre os ataques em França JOSÉ LUÍS RAMOS PINHEIRO
Acreditas em quê? O vazio de valores abre uma enorme brecha cultural nas sociedades europeias.
Por José Luís Ramos Pinheiro
Nestes dias de bruma encontrei um velho amigo meu. Triste com os trágicos acontecimentos de França discorreu abundantemente sobre a necessidade de conciliar tolerância e firmeza, sonhando com sociedades em que possam conviver diferentes olhares sobre o mundo. Mas confessava-se desiludido pelo estado a que a Europa chegou, com uma geração de europeus anestesiada pelo consumo e pelo bem-estar. Fiz-lhe então duas perguntas: E tu confias em quem? Em que é que acreditas? Como resposta obtive o silêncio. Mas o olhar, atónito, dizia tudo. Continuei a perguntar: nalguma ideologia, talvez numa filosofia? Acreditas em Deus? Numa confissão religiosa? Nas instituições políticas ou sociais? Nos dirigentes? Confias na economia, nos mercados? Na ética, nalguns valores? O problema é esse. As nossas sociedades agarraram-se ao imediato e àquilo que lhes permite fazer aquilo que dizem ser a "sua vida" ou apenas a "sua vidinha". Mas
A grande manifestação em Paris contra o terrorismo deu um importante impulso psicológico à luta contra o terrorismo, que tem custos. Desenham-se os primeiros: mais controle nas fronteiras europeias (revendo o Tratado de Schengen) e sobre a internet. Outras medidas se seguirão. Mas elas não podem pôr em causa os nossos valores de civilização, como tragicamente aconteceu depois do 11 de Setembro, quando a administração Bush admitiu a tortura (embora com outro nome) e outras ilegalidades. Nesse ponto os terroristas ganharam, porque a raiva deles é contra aqueles valores; não podem voltar a ganhar. Não é bom augúrio que Marine Le Pen, que não foi à manifestação de Paris, ter sido aplaudida ontem numa cidade da Provença. E é decisivo convencer países muçulmanos (alguns dos quais financiam o terrorismo, abertamente ou não) a participarem militarmente contra o chamado “Estado Islâmico”, agora combatido com algum êxito quase só por curdos, bem como contra o Boko Haram na Nigéria e outros grupos assassinos que ocupam territórios extensos e possuem material militar pesado.
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Último acto. Jardim deixa governo da Madeira Anúncio formal marcado para as 11h00 desta segunda-feira, no Palácio de São Lourenço, no Funchal. Líder histórico do PSD-Madeira abre caminho a eleições antecipadas, no final de Março.
Por Paula Caeiro Varela
Alberto João Jardim anuncia, às 11h00 desta segundafeira, a sua demissão do Governo Regional da Madeira. O anúncio oficial vai ter lugar no Palácio de São Lourenço, no Funchal. Jardim, que não adianta, ainda, o que fará a partir deste momento, deixa o governo regional e abre caminho à realização da eleições antecipadas na Madeira, no final de Março. É a segunda parte de uma despedida que começou este fim-de-semana, com a tomada de posse do novo líder do PSD Madeira. Miguel Albuquerque garante não guardar ressentimentos das divergências passadas e promete um PSD mais forte, à conquista de uma nova maioria absoluta. “Este congresso é a primeira derrota da oposição e dos nossos adversários políticos. A partir de hoje, vamos iniciar a construção da vitória nas próximas eleições regionais. Não queremos uma maioria absoluta para a prepotência, queremos uma maioria absoluta porque nas actuais circunstâncias é fundamental constituirmos um governo funcional e com estabilidade parlamentar”, declarou o antigo presidente da Câmara do Funchal. Maioria absoluta foi o que pediu também Alberto João Jardim, no congresso do PSD-Madeira, que acabou no domingo com juras de apoio à nova liderança e disponível para todas as batalhas. “A maior alegria que eu posso ter na política é este novo ciclo começar com uma grande vitória por maioria absoluta. Caro Albuquerque, as maiores felicidades. Vamos à vitória porque este partido sempre soube ganhar”, afirmou Alberto João.
"Teria sido menos bonito Jardim sair há três anos", diz Santana Em declarações à Renascença, antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes aponta virtudes e defeitos do líder histórico da Madeira.
Jardim deixa poder ao fim de 36 anos. Foto: Lusa Por Eunice Lourenço
Pedro Santana Lopes conhece bem Alberto João Jardim. Conviveu de perto com o polémico de truculento líder do PSD e do governo regional da Madeira, tanto no PSD como no relacionamento entre o governo nacional e o executivo regional. Na hora da despedida de Jardim do poder regional, Santana prefere elogiar a obra feita e o mérito de não ter saído quando a situação na Madeira se tornou mais difícil. “Gostava de realçar esse lado de ele ter sido capaz de continuar à frente do governo nestes anos, num programa de ajustamento também muito difícil para as condições de vida dos madeirenses. Teria sido menos bonito ele sair há três anos, tendo só governado em tempos, não vou dizer de vacas gordas, mas de maiores facilidades”, diz Santana Lopes, em declarações à Renascença. O antigo primeiro-ministro e actual provedor da Misericórdia de Lisboa reconhece, contudo, os muitos defeitos do líder regional. “Tem defeitos, claro que tem. Cultiva um modo de trabalhar com uma imagem muito marcante, com uma presença também muito forte, que apaga um pouco tudo à volta, com pouca paciência para o contraditório. Terá cometido erros consideráveis no relacionamento com a comunicação social e com a opinião pública”, afirma Santana. Para o antigo líder do PSD, Jardim nunca se importou de “transmitir dele próprio uma imagem que era o lado mais fácil de caricaturar”, mas garante que “quem o conhece sabe que ele é um homem com visão, um homem inteligente, é um homem capaz de trabalhar a sério e com sentido de Estado”. Além da inteligência, sentido de Estado e patriotismo, Santana Lopes também realça o desprendimento. “Lembro-me de ele chegar à residência oficial de S.
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Bento, eu estando lá como primeiro-ministro, e ele chegar a guiar. Chegava a Lisboa e dispensava motorista, chegava no seu próprio carro, entrava, reunia comigo e lá saia a conduzir. Até lhe perguntei então vem sem condutor e ele respondia: ‘Eu gosto de andar, é uma aventura andar nestas estradas de Lisboa a guiar’. E lá dentro tinha estado com um sentido de responsabilidade e de concentração notável, conhecendo todos os assuntos da Madeira e de Portugal sem necessidade sequer de olhar para o papel”, recorda Santana Lopes.
BE lança petição para desvincular Portugal do Tratado Orçamental Bloquistas avançam também com uma campanha nacional contra a austeridade. O Bloco de Esquerda vai lançar uma campanha nacional contra a austeridade, que se concretizará com a entrega, no Parlamento, de uma petição para desvincular Portugal do Tratado Orçamental. Este conjunto de acções políticas foi transmitido, no domingo, no final da reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, em conferência de imprensa, em Lisboa, pela porta-voz desta força política, Catarina Martins, que também acusou o Presidente da República, Cavaco Silva, de tentar "condicionar o voto dos portugueses" nas próximas eleições legislativas. Catarina Martins disse que a petição a favor da desvinculação de Portugal do Tratado Orçamental da União Europeia estará aberta à subscrição e participação de cidadãos de outras forças políticas, como o PCP, a sindicalistas, assim como a outras entidades formais ou informais com intervenção cívica, mas fechou a porta ao PS, alegando que os socialistas liderados por António Costa têm dado claros sinais de "indisponibilidade" para entrarem nessa luta. "Até ao final de Março, o Bloco de Esquerda vai estar na rua com iniciativas diversificadas e imaginação, como sempre fez. Nestes três meses teremos acções em todo o país, estando previstos dois grandes comícios em Lisboa e no Porto", assegurou a porta-voz do Bloco. Além da petição para desvincular Portugal do Tratado Orçamental, Catarina Martins adiantou que a campanha nacional contra a austeridade se irá materializar na apresentação de propostas alternativas concretas, casos das exigências para o acesso à água e à luz por parte dos cidadãos, a recuperação de salários, a defesa dos serviços públicos e do emprego e o acesso à reforma. "Essas propostas contra a austeridade serão apresentadas em todo o país, numa campanha nacional que procurará chamar pessoas de outras forças, de vários movimentos, para debaterem connosco em cada local ou em cada sector. Faremos a distribuição daquilo que consideramos a pedagogia para a construção da alternativa. Ou seja, assumiremos
um compromisso claro sobre cada um dos temas propostas que serão distribuídas num jornal de alcance nacional com 200 mil exemplares", referiu. Em relação ao ano que agora começa, Catarina Martins manifestou-se contra a última intervenção pública de Cavaco Silva sobre a necessidade de negociações entre as diferentes forças políticas do chamado arco da governação. Perante os jornalistas, a responsável reiterou a condenação dos recentes atentados em Paris, mas também atacou a perspectiva de a União Europeia reforçar agora, como resposta, políticas "securitárias". JOSÉ FERREIRA MACHADO
"Salário mínimo de 522 euros é sonho de Costa. Quando acordar será contra" Presidente da escola de gestão da Universidade Nova critica o líder do PS por uma promessa que sabe que é irrealista e que não pode cumprir. Os salários são baixos porque são, defende. "É a economia". Por João Carlos Malta
José Ferreira Machado, que cumpre o último dos dez anos como director da escola de negócios da Universidade Nova de Lisboa, vê o discurso optimista de Passos Coelho para este ano como parte da retórica eleitoralista. O primeiro-ministro está mais preocupado com 2016. "Em anos de eleições acontecem coisas mágicas. Há dinheiro que se julgava não haver", ironiza. Em relação ao líder do PS, António Costa, não é mais meigo. A proposta de aumento do salário mínimo não tem viabilidade e deixa a certeza: "A ideia de dizer que o país precisa de um choque de rendimentos é a mesma coisa que dizer que a cura para a calvície é crescer cabelo". A subida para 522 euros, uma promessa do líder socialista, não diminuirá as desigualdades, apenas aumentará o desemprego, argumenta. Concorda com o discurso de Passos e Cavaco Silva? Os portugueses vão viver melhor em 2015? Já não há tantas nuvens negras? Acho que é um discurso com tom eleitoralista, com toda a franqueza. Não me preocupa tanto 2015, mas 2016. E em anos de eleições acontecem coisas mágicas. Há dinheiro que se julgava não haver. A factura vem em 2016. Vimos isso no passado, no último governo do engenheiro Sócrates com o aumento dos salários dos funcionários públicos em vésperas de eleições. A propósito de remunerações. A promessa de um salário mínimo de 522 euros, como António Costa fez, é algo exequível? Ou é apenas mais um "sound bite"? É um "sound bite". A ideia de dizer que o país precisa de um choque de rendimentos é a mesma coisa que dizer
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que a cura para a calvície é crescer cabelo. E depois? Como é que se promove um choque de rendimento? Como é que faz crescer cabelo na cabeça de um calvo? Isto não quer dizer nada. São "sound bites". Mas são perigosos. Acho que grande parte do descrédito de um político é dizer essas coisas sabendo que não o pode fazer, não tem meios, e uma vez chegados ao poder obviamente não as vão fazer. Não é possível? O Estado não controla o rendimento das pessoas. Quem o controla são as pessoas e as empresas para quem elas trabalham. O salário mínimo já é 60% do salário médio. Os portugueses ganham pouco porque ganham pouco. Não é o salário mínimo que é alto ou baixo. Os salários são baixos em Portugal. É a economia. Não seria uma forma de atenuar a desigualdade? É uma forma de aumentar o desemprego. É uma forma de aumentar as importações. É uma forma de destruir os equilíbrios da economia. Sou totalmente contra, e tenho a certeza de que o doutor Costa, quando tiver acordado do sonho, também é totalmente contra. A crise tocou mesmo a todos ou tocou mais a uns do que outros? Este período que vivemos aumentou ou reduziu desigualdades? Isto é como o "Animal Farm" (Triunfo dos Porcos) do Orwell, todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais do que os outros. Isso é da natureza das coisas. Quem tem mais tem outras possibilidades de se defender do que quem tem menos. A resposta à questão é, obviamente, não. O economista francês Thomas Piketty sugere a aplicação de uma taxa de 80% sobre os rendimentos anuais acima de 500 mil dólares (cerca de 365 mil euros) para combater as desigualdades. Propostas como esta têm viabilidade? Tenho as maiores dúvidas sobre os fundamentos científicos das análises do Piketty. Também tenho dúvidas de que no fim seja muito mais do que um "sound bite" semelhante ao choque de rendimentos. A França tentou com o Hollande criar uma taxa desse género para rendimentos acima de 500 mil ou 750 mil euros e o facto é que muito pouco dinheiro resulta daí. Não há assim tantas fortunas. Acho que não devíamos tributar tanto o capital, o que é ofensivo é o consumo extravagante. O professor é líder de uma reputada escola de gestão. O ensino da gestão tem dado passos muito sólidos em Portugal com grande reconhecimento internacional. Como se justifica que a qualidade da academia não seja acompanhado na prática? Não sei se a premissa é verdadeira. Há um estudo muito interessante sobre a qualidade da gestão em diversos países. A primeira conclusão é que há empresas bem geridas e mal geridas. Em Portugal, há muitas empresas que são mais bem geridas do que a média dos Estados Unidos. O que se passa em Portugal é que há uma proporção maior de empresas que são mal geridas. Não é tanto a média que interessa. Há empresas muito bem geridas. Mas poucas? Não. São relativamente menos. Há uma cauda de empresas mal geridas e isso está correlacionado com o nível de desenvolvimento. Há uma porção significativa [de empresas] que são muito bem geridas e são essas
que contratam os nossos estudantes. Mas os estudantes das escolas de negócios já estão em lugares de topo nas empresas ou ainda não? Há falta de formação na maioria dos lugares de topo das empresas? Ainda não estarão nos lugares de topo porque é uma carreira. Uma empresa bem gerida aplica as técnicas de gestão correspondem às melhores práticas. Isso não significa que se tenha sempre lucro. Quando as pessoas olham para este fenómeno pensam no BES, PT e BCP, em falhas óbvias de governação. As pessoas estão mais a pensar em falhas do controlo da gestão do que propriamente na gestão. Qualquer cadeira de gestão corporativa na minha faculdade identifica essas falhas. Mas os erros acontecem por muitas outras razões: relações de força e interesses. Entre o que se ensina na academia e o que se passa nas empresas há a mediação de todos esses e outros factores. Acaba o segundo mandato à frente da Nova Business School como o quinto melhor mestrado da Europa. Era o seu objectivo? Ninguém tem um objectivo a 10 anos. Quisemos projectar internacionalmente a escola. Essa projecção seria medida pela sua capacidade de atrair alunos internacionais, e pelo respeito que lhe é dedicado pelo meio académico internacional. E isso nunca se traduziu em "rankings". Isso é uma consequência. O objectivo era ter uma instituição de qualidade internacional em Portugal. As formas concretas foram variando. Numa autoavaliação, qual o grande marco da sua presidência? E o que quis fazer e não conseguiu? O mais e o menos. O "mais" foi a forma como atacamos a oportunidade que Bolonha. Fomos a primeira escola que percebeu que Bolonha, mais do que uma ameaça, foi uma grande oportunidade. Porque libertava as escolas portuguesas dos constrangimentos de um mercado reduzido. Deu-nos a oportunidade de crescer num mercado de dimensão europeia. Orgulho-me também de ter feito o MBA conjunto com a Universidade Católica. É muito difícil que duas escolas concorrentes cooperem para atingir um objectivo que é maior do que elas. Os aspectos mais negativos foram erros de gestão interna. Não termos prestado a atenção que devíamos à comunicação interna da estratégia. Não ser uma pessoa mais atenta aos detalhes da gestão quotidiana. São detalhes dessa natureza e não estratégicos. O problema das universidades portuguesas é a falta de dinheiro ou as deficiências de gestão? O que falha é o contexto regulatório em que as universidades se movem. As universidades têm um patrão [o Estado] que não lhes dá dinheiro. O que é OK. Mas tem ao mesmo tempo, um patrão que os impede de obter dinheiro. É um patrão que diz: não tenho dinheiro e se tu ganhares eu vou recuperá-lo. É um contexto que trata as universidades como meras repartições públicas.
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Seis pessoas desalojadas em Sines Alerta de incêndio foi dado às 18h08. Um incêndio numa habitação ocorrido em Sines, Setúbal, deixou seis pessoas desalojadas, por a residência ter ficado "sem condições de habitabilidade", disse à agência Lusa fonte da Protecção Civil. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal indicou que o incêndio se registou na Rua 1º de Maio, "numa habitação de dois pisos de construção antiga", tendo o alerta sido dado às 18h08 e o fogo considerado extinto às 20h00. "O fogo provocou bastantes danos no interior da habitação, que ficou sem condições de habitabilidade. Não há feridos a registar, mas seis pessoas tiveram que ser deslocadas para casa de familiares", adiantou a mesma fonte. Estiveram envolvidos no combate ao incêndio operacionais dos Bombeiros Voluntários de Sines, tendo ainda sido mobilizados para o local elementos do Serviço Municipal de Protecção Civil e efectivos da GNR, num total de 32 elementos, com 13 veículos.
Incêndios. Governo vai comprar dois meios aéreos Portugal vai recorrer a financiamento europeu, anunciou a ministra da Administração Interna.
Foto: Lusa
A ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, anunciou este domingo, em Torres Vedras que o Governo vai comprar dois meios aéreos para o combate aos incêndios florestais. "O Governo iniciou esta semana o processo que levará à aquisição pelo Estado Português de dois meios aéreos, pesados, anfíbios de asa fixa, para combate a incêndios florestais", afirmou Anabela Rodrigues, durante a tomada de pose dos órgãos da Liga Portuguesa de Bombeiros. A governante adiantou que a aquisição daqueles
equipamentos "será possível com recurso a financiamento europeu e foi ponderada de forma a permitir que os respectivos fundos continuem a estar disponíveis para outras áreas de equipamento dos bombeiros". O presidente da Liga, Jaime Marta Soares, sublinhou a necessidade de a lei do financiamento dos bombeiros entrar em vigor com rapidez, para resolver o problema da falta de sustentabilidade financeira de muitas corporações e, com isso, melhorar a resposta de socorro às populações. Sem apontar prazos e sem responder aos jornalistas, Anabela Rodrigues afirmou, durante o seu discurso, que "o trabalho está concluído no que diz respeito ao financiamento pela administração central, representando um aumento do financiamento em mais de 10%, estando neste momento em curso um esforço final de negociação com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP)" para responderem também ao financiamento. À alegada falta de respostas da ANMP, o presidente da Liga mostrou-se "estupefacto" e disse que irá sensibilizar os autarcas para a necessidade de assumirem a sua "responsabilidade" e financiamento por terem competências de Proteção Civil. A liga dos Bombeiros Portugueses pediu a reforma da lei orgânica do Instituto Nacional de Emergência Médica e da Autoridade Nacional da Proteção Civil de modo a englobar os bombeiros nas decisões, bem como a criação do cartão social do bombeiro e do Observatório Nacional para os Incêndios Florestais. A ministra da Administração Interna respondeu que também é intenção do Governo criar esse observatório, enquanto "espaço de reflexão, análise, diálogo e partilha constantes, na busca das melhores soluções em três áreas fundamentais: prevenção, fiscalização e combate". Quanto ao cartão social do bombeiro, Anabela Rodrigues manifestou "disponibilidade para analisar e discutir" uma proposta a ser apresentada pela Liga dos Bombeiros Portugueses.
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Governo diz aos pescadores que há alternativas à sardinha "Stock da sardinha não está de muita saúde", afirma secretário de Estado Manuel Pinto de Abreu.
Março para os que receberam as compensações. Após o período de defeso, está estabelecida uma quota inicial de 4.000 toneladas entre Março e Maio, mas falta fixar a quota total disponível para 2015. O secretário de Estado explica que estão a decorrer campanhas de avaliação do “stock” e mostra-se determinado em “que não suceda em Portugal aquilo que sucedeu na Califórnia, que foi o desaparecimento completo da sardinha”, que levou 40 anos a recuperar. A decisão final só será tomada no final de Maio. Em 2014, a quota anual foi de 13.500 toneladas de sardinha. Em reacção à entrevista de Manuel Pinto de Abreu, a Associação das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOP Cerco) alerta que as embarcações do Norte e Centro do país não têm alternativas economicamente viáveis à pesca da sardinha e devem manter-se paradas, podendo despedir pescadores.
Portugal bate recorde de produção de electricidade renovável O secretário de Estado do Mar lembrou aos pescadores que existem outros peixes no mar além da sardinha, salientando que os barcos que continuaram a pescar arranjaram alternativas para manter uma actividade económica sustentável. "Nós temos de notar que não existe só sardinha, existem outros 'stocks', portanto há outras possibilidades de pesca", como a cavala ou o carapau, afirmou Manuel Pinto de Abreu em entrevista à agência Lusa. Das 207 embarcações licenciadas para a pesca de cerco afectadas pela suspensão temporária de pesca da sardinha decidida no ano passado pelo Governo, cerca de metade (94) continuaram a pescar. "A sardinha, de facto, é mais rentável, mas se nós falarmos com as organizações de produtores, algumas decidiram não parar em Setembro, decidiram ir à procura de espécies alternativas e procurar mercados que recebessem essas espécies alternativas e estão contentes com aquilo que se passou, estão contentes com os resultados que obtiveram", garante. Manuel Pinto de Abreu diz que cabe às organizações de produtores avaliarem como devem fazer a gestão da actividade, mas adiantou que é preciso ponderar dois factores: a impossibilidade de pescar sardinha e a possibilidade de pescar outras espécies alternativas. Sublinhando que o "`stock` da sardinha não está de muita saúde", o governante acrescentou que foi essa a razão que levou à suspensão por ter sido atingida a quota anual disponível. A proibição foi compensada com a atribuição de subsídios aos pescadores, mestres e armadores num total aproximado de 4 milhões de euros, o que corresponde a um salário de 600 a 800 euros por mês, por tripulante, em função das actividades a bordo. O defeso biológico decorre entre 1 de Janeiro e 28 de Fevereiro para os pescadores que não aderiram à cessação temporária e entre 15 de Janeiro e 15 de
Contributo das renováveis permitiu poupanças de 1.565 milhões de euros em 2014 e evitou a emissão de 13 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
Portugal atingiu um valor recorde de produção de electricidade através de fontes renováveis em 2014, o que permitiu evitar a emissão de 13 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera. A Quercus e a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) analisaram dados da REN - Redes Energéticas Nacionais sobre a produção de electricidade em 2014 e concluíram que "foi o ano mais renovável". Sem esta forma de conseguir energia eléctrica, "as emissões atingiriam 26 milhões de toneladas de CO2" (dióxido de carbono), ou seja, "o dobro do actual, [ou] cerca de 40% do total de emissões de gases de efeito de estufa" de Portugal. "Sem electricidade renovável em Portugal e, partindo do princípio que seria possível assegurar o consumo recorrendo somente à utilização de toda a capacidade instalada das centrais a carvão e nas centrais de ciclo
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combinado a gás natural", as emissões atingiriam 26 milhões de toneladas de CO2, explicam as organizações, em comunicado. O contributo das renováveis permitiu poupanças de 1.565 milhões de euros: 1.500 milhões na importação de gás natural e carvão e 65 milhões em licenças de emissão de CO2. Por isso, a Quercus e a APREN apelam à continuação do investimento em energias amigas do ambiente e "mostram como o investimento em fontes de energia renovável é vital para a independência económica e energética do país, para além do respeito pelos compromissos climáticos internacionais". Em 2014, a electricidade obtida a partir de fontes renováveis foi responsável por 62,7% do total energia eléctrica consumida, um aumento de 6% em relação ao ano anterior. Em cada hora de consumo de electricidade, 38 minutos tiveram origem em centrais renováveis, dos quais 14 minutos foram produzidos pela energia eólica. Este comportamento levou à redução do valor de electricidade importada para 1,8% do consumo, o mais baixo desde 2002, segundo as associações. O ano passado foi mais húmido do que a média (em 27%) e favorável em termos de vento, enquanto no aproveitamento solar se verificou uma subida de 31% da capacidade instalada para a obtenção de energia fotovoltaica. "Não podemos deixar de continuar a apostar nas energias renováveis e na eficiência energética, permitindo a recuperação da economia sem onerar o ambiente. Para tal, é preciso um investimento na sensibilização e um planeamento adequado do sector energético também em prol de uma desejável política climática exigente", defende o coordenador do grupo de energia e alterações climáticas da Quercus, Francisco Ferreira, citado no comunicado. O presidente da APREN, António Sá da Costa, salienta que "2014 foi um ano em que Portugal beneficiou em ter apostado nos seus recursos renováveis para produzir electricidade pois, além de se terem evitado importações de combustíveis fósseis e emissões de gases com efeito de estufa, o facto de quase dois terços da electricidade consumida ser de origem renovável possibilitou estabilizar o preço deste bem".
“Dado a falta desses apoios e para aquelas pessoas que pagam mais pelo alojamento, há mulheres a prostituírem-se para pagar o seu alojamento. Em pleno século XXI, penso que não é muito normal. Está a acontecer no Porto”, afirma em declarações ao programa “Em Nome da Lei” da Renascença. António Ribeiro não tem tecto. Faz parte de um movimento de sem-abrigo do Porto que decidiu intentar uma acção judicial contra o Estado, porque o que recebem do RSI não chega para as necessidades básicas e, actualmente, a Segurança Social está a pagar com atraso, acusa. “Esses apoios foram suspensos entre Outubro e Novembro. As pessoas da Segurança Social não têm verbas para fazer face a esses apoios e nós resolvemos, como movimento, que haveríamos de intentar essa acção, porque as pessoas sem-abrigo vivem abaixo do limiar de pobreza. Dos seus 178 euros e 15 cêntimos têm que fazer face a todos os custos básicos e não chega. Na cidade do Porto, um quarto sem o mínimo, por vezes, de condições higiénico-sanitárias, varia entre 150 e 200 euros.” António Ribeiro descontou durante quase 40 anos para a Segurança Social, mas como só tem 64 anos não pode ainda receber a reforma. No programa “Em Nome da Lei”, conta como caiu na rua quando ficou desempregado. O constitucionalista Jorge Pereira da Silva diz que os sem-abrigo têm o direito de exigir o pagamento de apoios sociais condignos e, caso a Segurança Social não o faça, suscitar a inconstitucionalidade da lei do Rendimento Social de Inserção. O advogado Luís Fábrica defende que, quando o Estado não garante o mínimo para uma sobrevivência condigna, são todos os outros direitos previstos na Constituição que são postos em causa. O juiz do Tribunal da Relação de Lisboa, Eurico Reis, diz que não vai ser fácil levar por diante a acção judicial dos sem-abrigo, mas considera que é importante que o façam. O "Em Nome da Lei” é um programa com edição da jornalista Marina Pimentel. Pode ser ouvido aos sábados na antena da Renascença, depois do meiodia, ou a qualquer altura na internet. CONVERSAS CRUZADAS
EM NOME DA LEI
Atrasos no RSI empurram mulheres para a prostituição A acusação é feita ao programa "Em Nome da Lei", da Renascença, por António Ribeiro, que integra um movimento de sem-abrigo do Porto que vai interpor uma acção contra o Estado. Há mulheres obrigadas a prostituir-se na cidade do Porto porque o Rendimento Social de Inserção (RSI) não está a ser pago a tempo e horas, denuncia António Ribeiro, do movimento Uma Vida como a Arte.
Grécia: pressão alta a abrandar? Na expectativa da vitória do movimento de esquerda Syrisa, Álvaro Santos Almeida acentua as limitadas margens de acção de um Governo Tsipras. Já Manuel Carvalho da Silva antecipa “desejo de novas dinâmicas para a resolução dos problemas”. Por José Bastos
“Esta semana houve uma alteração concreta do pronunciamento de alemães e outros sobre a situação grega. Houve um recuo, uma passagem para uma situação de menor ameaça. Até de abertura, aqui e ali, de sinais mais positivos”, é a análise de Manuel
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Carvalho da Silva às movimentações na Europa face às eleições gregas de 25 de Janeiro. Há uma semana o Governo alemão fez, alegadamente, saber, via revista “Der Spiegel”, que uma saída da Grécia da zona euro poderia ser “inevitável” se um futuro Governo “não pagasse as dívidas” porque “o risco de contágio é limitado, mas a Alemanha suavizou, quatro dias depois, a posição. Numa posição oficial à agência Bloomberg, Berlim admitiu discutir condições para a renegociação da dívida grega, uma das bandeiras eleitorais do movimento de esquerda Syriza, à frente nas sondagens. “Houve dirigentes europeus que tiveram formulações absolutamente inaceitáveis, mas houve um recuo, embora possa ter por detrás alguma malandrice”, avalia Carvalho da Silva no programa "Conversas Cruzadas", desta semana. O sociólogo critica o Banco Central Europeu (BCE). “Há outro aspecto que, nas últimas semanas, é ainda mais claro, algo que ainda não interpretei quanto ao seu objectivo geoestratégico global. Trata-se de continuar a utilizar o sacrifício desmedido dos países do Sul e uma gestão de alguma austeridade no Centro e Norte da Europa para manter o euro. Não sei onde isto vai parar.” “E, agora, esta afirmação do BCE para a Grécia, ‘ah se vocês não respeitam aqui o que nós queremos nós deixamos de ser o vosso banco central’. É uma coisa esquisita. Vamos ver o tudo isto vai dar num futuro próximo, mas o sinal mais significativo dos últimos tempos, é a mobilização do povo grego.” “O que coloco em relevo é o sinal mais significativo que emerge na determinação do povo grego. Apesar de todas as ameaças e chantagens o povo grego parece estar mesmo disposto a dar uma resposta, um sinal que pode ser muito importante, isto independentemente de se saber que as analisar as consequências de cada rumo é um exercício complicado”, reitera Manuel Carvalho da Silva. Álvaro Almeida: “Se Tsipras ganhar vai manter políticas” O economista Álvaro Santos Almeida discorda da abordagem do coordenador do Observatório sobre as Crises e Alternativas. “É perfeitamente deslocado chamar chantagens a este tipo de afirmações. O que o Banco Central Europeu apenas disse é que a participação no euro implica regras, que são os tratados assinados. Quem cumprir as regras com certeza será acolhido. Quem não cumprir tem de sair”, sublinha. “Mas isto é algo óbvio. Não há aqui nenhuma ameaça. Está apenas a constatação de um facto. O que os gregos têm de decidir é se querem ou não permanecer no euro. Se não cumprirem, saem. Tão simples quanto isso. Aquilo que o Syriza agora vem dizer é que quer estar no euro”, indica. “Se o Syriza ganhar – está na frente nas sondagens e pode ganhar – o que vai acontecer, garanto, é que vamos ter durante três meses o Sr. Tsipras a protestar contra a União Europeia, a dizer que são todos uns bandidos e, daqui a três meses a assinar um acordo em que vai implementar as mesmas medidas que o Sr. Samaras assinou, porque são as regras para permanecer no euro. Não tenho dúvida nenhuma quanto a isso e cá estaremos para confirmar se isso acontece ou não se o Syriza ganhar.” “Se ganhar vai adoptar uma atitude moderada e vai
aceitar aquilo que resultar das negociações. Provavelmente vão dar-lhe um rebuçado: uma, ou duas, das bandeiras que defendeu – não sei se o salário mínimo – ser-lhe-á permitida para não dizer que nada conseguiu, mas tudo o resto vai ser manter as mesmas políticas”, afirma Álvaro Santos Almeida. Recorde-se que o Syriza deverá ainda ter de encarar um Governo de coligação: está com 31% das intenções de voto, mas mesmo com o bónus de 50 lugares na lei eleitoral grega o vencedor necessita de ultrapassar os 35% para a maioria absoluta. Álvaro Santos Almeida reafirma as limitadas margens de acção de um eventual Governo Tsipras, na análise à frase do economista francês Thomas Piketty, esta semana em Madrid, de que “o Syriza e o Podemos, em, Espanha, são forças europeístas que defendem o euro”. “Não tenho nada contra os dois partidos. Só espero que quer os espanhóis, no caso do Podemos, quer os gregos no caso do Syriza, saibam no que estão a votar. Isto é: ficaria chocado se o povo grego votasse numa maioria do Syriza porque achava que o Syriza iria acabar com a divida grega e trazer o ‘maná dos céus’ para a Grécia e, passado três meses, o partido mudasse radicalmente de discurso e dissesse: tentámos, mas não nos deixarem e, portanto, vamos adoptar as políticas da União Europeia como todos fizeram até aqui”, afirma o professor de Economia da Universidade do Porto. E para Portugal? Vantagens de vitória Syrisa? E para Portugal? Que efeitos terá uma vitória do Syriza? Um eventual sucesso junto dos credores abre a porta para, por exemplo, outras restruturações da dívida? Ampliar prazos e suavizar taxas de juro? O cenário é distante e depende de terceiros (UE e credores). No “Conversas Cruzadas” a análise é mais objectiva. Álvaro Santos Almeida alude à clarificação do cenário político. “Se o Syriza ganhar, penso que será extraordinariamente positivo para Portugal, mas não necessariamente para os gregos. Os portugueses ficarão a saber quais são as alternativas: sair do euro ou então cumprir as regras do euro. Com variações obviamente, há alguma margem, mas que a margem de liberdade seja dos políticos do Syriza, na Grécia, seja do Governo português é extremamente limitada.” “É limitada sobretudo à composição das medidas de receita e de despesa e não ao seu montante, porque esses montantes estão limitado pelas regras do euro. Portanto, vai servir para limpar as águas. A não ser que dêem um salto mortal daqui a seis meses, como deram com o Sr. Hollande, em França, e digam que, afinal de contas, o Sr. Hollande já não é socialista e, daqui a seis meses, digam que, afinal, o Syriza já não é de esquerda, mas é de direita.” “Se não derem esses saltos mortais intelectuais certamente vão perceber que a pertença à zona euro tem um conjunto restrições. Também tem benefícios e é por isso que os gregos não querem sair. Porque é que o Syriza mudou de discurso? Exactamente porque percebeu que se mantivesse a sua oposição à permanência no euro punha em causa a sua ambição de poder.” “Aliás, costuma-se em Portugal associar o Syriza ao Bloco de Esquerda e fica demonstrado que não tem nada a ver: o Syriza é claramente um partido de poder que segue uma estratégia de poder. Quando percebeu
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que para chegar ao poder tinha de abandonar a oposição ao euro, fê-lo. Em Portugal, o Bloco de Esquerda manteve radical e vai desaparecer rapidamente”, prevê o economista Álvaro Santos Almeida. Carvalho da Silva: “Não é o Syrisa que compromete o euro” Já a possibilidade de a Grécia precipitar um “new deal” europeu para o investimento e desenvolvimento, uma diferente atitude face ao euro, dívida e tratados, são linhas de análise de Manuel Carvalho da Silva, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, para o pós 25 de Janeiro. “Qualquer português que queira ver contributos para a resolução dos seus problemas estará a olhar, neste momento, para o processo grego com o desejo de que surjam ali novas dinâmicas. Dinâmicas que tragam possibilidades de renegociação da dívida e de reconsideração dos tratados europeus naquilo em que se mostraram profundamente injustos e desadequados. Dinâmicas que comportem uma perspectiva de mais solidariedade entre os povos europeus.” “Acho que é isso a que nos devemos apegar na análise da situação grega e não entrarmos em cenários em que o fundamentalismo de uma política errática da União Europeia – a que o próprio presidente da Comissão Europeia já se refere – não deve ser o eixo de análise”, sustenta o professor da Universidade de Coimbra. “O que determina o futuro da Europa e do euro, neste momento, é, em primeiro lugar, o conjunto do poder e das opções da Alemanha. Há muito de errado e nem entendo, até do ponto de vista mundial na relação dólar-euro, ainda não percebo quais as razões que levam os alemães a persistir em aspectos absolutamente negativos da política europeia”, resume Carvalho da Silva. “Portanto, quem coloca o euro em causa são essas políticas não vai ser a Grécia, o Syriza, nem amanhã o Podemos, em Espanha, nem outras forças que vão ter – neste país como noutros – de lutar por alternativas.”
Bruxelas quer alargar prazo para Grécia fechar programa de ajuda Gregos têm eleições a 25 de Janeiro. A Comissão Europeia vai propor um novo alargamento do prazo para fechar o programa de ajustamento na Grécia. Uma fonte de Bruxelas indicou à agência Efe que com esta medida pretende-se minimizar a incerteza criada, até que se negoceie uma nova linha de crédito com o Governo que sair das eleições legislativas gregas, a 25 de Janeiro. Os ministros das Finanças e da Economia da União Europeia já tinham prorrogado em Dezembro o resgate até finais de Fevereiro, com o objectivo de permitir ao Governo grego fechar a quinta revisão do programa de ajuda financeira ao país.
Deste modo, a Grécia também não perderia a última parcela da ajuda financeira, no montante de 1.800 milhões de euros, disponibilizada pelos europeus.
Novos confrontos na Ucrânia Bombardeamentos entre exército e rebeldes continuam em Donetsk. Intensos bombardeamentos foram registados no leste separatista pró-russo da Ucrânia e, particularmente, na zona do aeroporto de Donetsk, disputado entre o exército ucraniano e os rebeldes. Durante a tarde, 331 mineiros ficaram bloqueados durante várias horas na mina de carvão de Zasyadko, uma das mais importantes da região, após um corte de electricidade causado pelos bombardeamentos continuados. Um responsável do sindicato independente dos mineiros ucranianos, Mikhailo Volynets, anunciou que os mineiros conseguiram sair todos, sãos e salvos, ao início da noite.
Dezenas de mortos em Moçambique Culpa será de uma bebida alcoólica tradicional que terá sido adulterada. Pelo menos 50 pessoas morreram em Moçambique depois de consumirem uma bebida tradicional alcoólica chamada phombe. Segundo as autoridades, outras 70 estão internadas na província de Tete, no centro do país. A directora provincial de saúde diz, no entanto, que só haverá certezas quanto ao motivo do envenenamento depois de uma análise à bebida e ao sangue das vítimas.
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"Preocupação com os pobres não é comunismo", diz o Papa Entrevista concedida por Francisco a dois jornalistas do diário “La Stampa” vai ser publicada em livro.
Por Aura Miguel
"Preocupar-se com os pobres não é comunismo" e "o Evangelho não condena os ricos, mas sim a idolatria da riqueza". Os esclarecimentos são do Papa Francisco em mais uma entrevista, desta vez em forma de livro, que será publicado em Itália na próxima semana. Com 228 páginas e intitulado "Papa Francisco. Esta economia mata", a longa entrevista é feita por dois jornalistas do diário "La Stampa". No essencial, reafirma o que Jorge Mario Bergoglio tem vindo a denunciar, desde que é Papa. Francisco considera urgente introduzir "ética na economia e também na política", confidenciando que são os próprios líderes políticos que pedem ajuda aos líderes religiosos, para que lhes dêem "indicações éticas". O Papa considera que "não podemos esperar mais para resolver as causas estruturais da pobreza, nem para curar as nossas sociedades de uma doença que só pode trazer novas crises." Francisco diz ainda que "os problemas do mundo não se resolverão, se não se encontrar uma solução para os problemas dos pobres" e que "precisamos de programas, mecanismos e processos orientados para uma melhor distribuição dos recursos, para a criação de trabalho e promoção integral dos excluídos." Quando a Igreja nos convida a "vencer a globalização da indiferença", diz o Papa, não o faz por interesse político nem ideológico, mas simplesmente, "está a aplicar os ensinamentos de Jesus".
Patriarca preocupado com situação em França Patriarca de Lisboa considera “intolerável” os ataques recentes no país.
O Patriarca de Lisboa diz que o direito à “liberdade e responsabilidade de expressão” são “irrenunciáveis”. D. Manuel Clemente diz estar a acompanhar com “com grande preocupação e solidariedade para com as vítimas de todos os fanatismos” os acontecimentos dos últimos dias em França. O futuro Cardeal considera “importante que a sociedade se manifeste” contra “algo que é intolerável” porque “existem, nas sociedades europeias e noutras sociedades do mundo, conquistas que são irrecusáveis e que têm a ver com os direitos humanos, onde está o direito à vida, à liberdade e à responsabilidade de expressão”. As declarações foram feitas, este domingo, ao jornal diocesano "Voz da Verdade", à margem da Visita Pastoral à Vigararia de Alcobaça-Nazaré e divulgadas pelo site do Patriarcado de Lisboa. Segundo números oficiais do Ministério do Interior francês, estiveram nas ruas do país, nas várias manifestações contra os ataques extremistas, 3,7 milhões de pessoas. Só em Paris foram, segundo a mesma fonte, entre 1,2 e 1,6 milhões. Esta marcha pela liberdade e contra o terrorismo já tinha sido considerada uma "manifestação sem precedentes". Saíram à rua em solidariedade para com as vítimas dos atentados dos últimos dias.
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CINEMA
"Boyhood" reinou nos Globos de Ouro Filme rodado ao longo de 12 anos foi o mais premiado na antecâmara dos Óscares. Bateu o favorito "Birdman (ou a inesperada virtude da ignorância)".
Morreu realizador Francesco Rosi. Mestre do neorealismo "Ninguém como Francesco Rosi soube retratar o poder", comentou o jornalista Roberto Saviano, autor do livro "Gomorra".
Elenco de "Boyhood" arrebatou três Globos de Ouro. Foto: Paul Buck/EPA
"Boyhood: Momentos de uma vida" foi o filme mais premiado na cerimónia de entrega dos Globos de Ouro, realizada na última noite em Los Angeles, nos Estados Unidos. Realizada por Richard Linklater, a película rodada ao longo de 12 anos arrebatou três Globos de Ouro na 72ª edição dos prémios da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood. "Boyhood” foi considerado o melhor filme dramático, Richard Linklater conquistou o galardão de melhor realizador e Patrícia Arquette foi distinguida como melhor actriz secundária. "Birdman (ou a inesperada virtude da ignorância)", dirigido por Gonzalez Iñarritu, era apontado como o favorito, com sete nomeações, mas só recebeu dois Globos de Ouro: melhor argumento e melhor actor numa comédia ou musical, pelo desempenho de Michael Keaton. O filme The Theory of Everything" ("A Teoria de Tudo") também arrecadou dois galardões, entre os quais o de melhor actor dramático, atribuido a Eddie Redmayne. A melhor actriz na 72ª dos prémios da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood foi Julianne Moore, pelo seu papel em “Still Alice”, um drama sobre uma doente de alzheimer. O actor George Clooney recebeu um prémio carreira e o filme “The Grand Budapest Hotel”, realizado por Wes Anderson, foi galardoado com o prémio para melhor comédia. Os Globos de Ouro são considerados a antecâmara dos Óscares, que serão entregues em Fevereiro.
O realizador italiano neo-realista Francesco Rosi, autor de "O Caso Mattei" e premiado no Festival de Veneza de 1972, morreu este sábado aos 92 anos, noticiou o Corriere della Sera. O cineasta ganhou fama internacional com o filme "Salvatore Giuliano", de 1962, historicamente associado à Mafia e que defendia a independência da Sicília, e dez anos depois ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes, com "O Caso Mattei". "Três Irmãos", de 1981, valeu-lhe uma nomeação para melhor filme estrangeiro da academia dos Óscares. Nascido a 15 de Novembro de 1922, em Nápoles, frequentou o curso de Direito antes de se dedicar ao teatro e ao cinema, trabalhou com os realizadores Luchino Visconti, nos filmes "Belissima" e "Sentimento", e Michelangelo Antonioni. "Fazer cinema significa um compromisso moral com a própria consciência e com o espectador. A ele devemos a honestidade de uma busca da verdade sem compromissos. À medida que nos afundamos na realidade, mais compreendemos que o certo e o justo não existe. Mas o que conta é a nitidez da busca", afirmou o realizador. Em 2009, foi homenageado com o Urso de Ouro honorário, pelo conjunto da obra, no Festival de Berlim, e três anos depois, em 2012, recebeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza, também pela sua carreira. Durante a juventude, foi colega de escola de intelectuais e políticos, entre eles Giorgio Napolitano, hoje presidente de Itália. "Ninguém como Francesco Rosi soube retratar o poder", comentou o jornalista Roberto Saviano, autor do livro "Gomorra", sobre a máfia, que lhe valeu muitas ameaças. Paolo Baratta, director da Bienal de Veneza, afirmou que "através do seu cinema caracterizado por um grande empenhamento civil" Rosi foi "um dos intérpretes mais extraordinários da Itália moderna a
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apreender e a mostrar as suas contradições e tensões profundas". Segundo o “Corriere della Sera”, Rosi, doente há várias semanas com uma bronquite, morreu de madrugada, durante o sono.
Morreu Anita Ekberg, estrela do filme "La Dolce Vita" Actriz sueca começou a carreira em Hollywood e era considerada a musa do cineasta italiano Federico Fellini.
Marcello Mastroianni e Anita Ekberg numa célebre cena do filme La Dolce Vita. Foto: DR
A actriz sueca Anita Ekberg, estrela do filme "La Dolce Vita", de Federico Fellini, morreu este domingo aos 83 anos, perto de Roma, noticiam meios de comunicação social italianos. De acordo com a edição online do jornal “La Repubblica”, Anita Ekberg, descrita como uma "musa de Fellini", morreu numa clínica em Rocca di Papa, a cerca de 30 quilómetros de Roma. Ex-miss Suécia e “pin-up” dos anos 1950, Anita Ekberg começou a carreira de actriz em Hollywood em filmes protagonizados por Dean Martin, Jerry Lewis e John Wayne. Em 2011, foi noticiado que Anita Ekberg havia recorrido à fundação do cineasta italiano Federico Fellini para pedir ajuda financeira. A actriz vivia então num lar de idosos perto de Roma, e deslocava-se numa cadeira de rodas, devido a uma fractura do fémur. Uma das maiores imagens de marca da actriz é o célebre banho que tomou na Fontana di Trevi, um dos locais emblemáticos de Roma, no filme "La Dolce Vita".
Realizador português inicia volta ao mundo em busca do "Sentido da Vida" Miguel Gonçalves Mendes vai documentar em filme o percurso que se supõe dos portugueses que disseminaram a paramiloidose familiar pelo globo há 500 anos.
Miguel Gonçalves Mendes e a sua equipa no cais de embarque, em Lisboa. Foto: Mário Cruz/Lusa
O realizador Miguel Gonçalves Mendes está a caminho de Cochim, Índia, para uma viagem de nove meses pelo mundo para rodar o documentário "O sentido da vida", uma espécie de "cápsula temporal" sobre o ser humano e a actualidade. No cais de Santa Apolónia, em Lisboa, horas antes de partir, no domingo, num navio rumo à Índia, Miguel Gonçalves Mendes gravou alguns planos com um dos protagonistas do documentário, Giovane Brisotto, brasileiro, de 28 anos e portador de paramiloidose familiar, conhecida como "doença dos pezinhos". Giovane Brisotto, Miguel Gonçalves Mendes e uma pequena equipa técnica embarcaram numa volta ao mundo, sem recursos a aviões, para filmar "o percurso que se supõe dos portugueses que disseminaram a doença [paramiloidose familiar] pelo globo há 500 anos", explicou o realizador à agência Lusa. O realizador está há pelo menos dois anos a preparar este documentário. Giovane é quem guia a narrativa pelo mundo e quem se cruza com personalidades que, no conjunto, o ajudarão a descobrir o sentido da vida. Antes desta viagem, já foram feitas filmagens em vários países, com algumas das personalidades já confirmadas: o escritor Valter Hugo Mãe, o músico islandês Hilmar Orn Hilmarsson, a figurinista japonesa Emi Wada e o juíz espanhol Baltazar Garzón. Em setembro contará com a participação do astronauta dinamarquês Andreas Morgensen, de partida para a Estação Espacial Internacional. Entre as personalidades convidadas, mas ainda por confirmar, estão a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e o papa Francisco. No filme, Giovane Brissotto representa o cidadão
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comum, enquanto as personalidades representam os "novos heróis da contemporaneidade, mas tão humanos" como qualquer um. Segundo Miguel Gonçalves Mendes, o motor base de "O sentido da vida" é o factor doença, como elemento determinante de mudança de alguém, que tem "uma espécie de desejo de vida, de urgência de viver, e de adquirir um saber de viver compacto". "Achámos que a paramiloidose familiar era a que nos permitia mais camadas narrativas e uma ligação a Portugal, ao Brasil e a um questionar, em termos de história da Humanidade e da globalização, de alguém que é uma espécie de espelho... O Giovane tem uma doença que não é do país dele, fomos nós que deixámos há 500 anos", sublinhou Miguel Gonçalves Mendes. Para Giovanne Brissotto, engenheiro cartógrafo de formação, esta é uma estreia absoluta no cinema. Conheceu Miguel Gonçalves Mendes no Brasil e "topou participar" no filme. Apesar do ar frágil, tímido e discreto, Giovane Brissotto contou à agência Lusa que tem expectativas em relação à viagem: "É tudo novo para mim. Estou começando a me acostumar, todo o mundo olhando, as câmaras. Pelo lado bom, estou conhecendo outros lugares. Nunca tinha vindo a Portugal e nunca pensei que um dia iria para a Ásia". Em nove meses, a equipa de rodagem fará cerca de 56.000 quilómetros, com paragem, por exemplo, no Egipto, Índia, Nepal, Camboja, Vietname, China, Japão, Estados Unidos, Patagónia (Chile) e Pólo Sul. Com um orçamento de cerca de 1,5 milhões de euros, "O sentido da vida" conta com co-produção da O2 Filmes, produtora do realizador brasileiro Fernando Meirelles. Miguel Gonçalves Mendes avançou para este projecto que só deverá chegar aos cinemas em 2017 - depois de ter feito o documentário "José & Pilar". Da filmografia fazem parte ainda filmes como "Autografia" (2004), "Floripes" (2007) e a série "Nada tenho de meu". Miguel Gonçalves Mendes tem ainda em carteira a adaptação para cinema de "O evangelho segundo Jesus Cristo", de José Saramago.
Português leva "artivismo" a Londres Rui Mourão exibe vídeos de três "performance artivistas" realizadas em Portugal, nas quais associa o protesto social e político à intervenção artística. O artista plástico Rui Mourão apresenta em Londres, a partir desta segunda-feira, os vídeos de três "performance artivistas" realizadas em Portugal, nas quais associa o protesto social e político à intervenção artística. "Morrem Lentas as Urnas Onde Não Cabem os Sonhos" teve lugar a 15 de Setembro no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, onde funciona a Secretaria de Estado da Cultura, para exigir "o fim da política cultural
mercantilista que está a ser aplicada", disse Rui Mourão na altura. As outras duas decorreram no Museu do Chiado, em Lisboa, no dia 4 de Julho, intitulada "Os Nossos Sonhos Não Cabem Nas Vossas Urnas", e no Museu Nacional de Arte Antiga, também na capital, a 17 de Agosto, "em defesa da Cultura, das Artes, dos Museus e da democratização do seu acesso", sob o título "Os Vossos Sonhos não Cabem nas Nossas Urnas". A projecção dos vídeos estará no espaço "i`klectik", um bar e galeria de arte contemporânea, entre 12 e 18 de Janeiro, tendo lugar na quinta-feira um debate com o artista sobre "temas ligados aos cruzamentos entre arte, política e antropologia visual a partir deste projecto", disse Rui Mourão à agência Lusa. Além de uma performance naquele espaço, pretende aproveitar para falar da diferença das políticas culturais dos dois países de acesso aos museus. Rui Mourão defende a reposição das entradas gratuitas todos os domingos nos museus em Portugal, invocando o artigo 73.º da Constituição Portuguesa, que "refere a obrigação do estado promover a democratização do aceso à Cultura", contrapondo o mesmo com o exemplo de Londres, onde "os museus públicos são todos gratuitos, todos os dias".
Tanaka deixa Braga de olhos em bico Sp. Braga 0-1 Sporting. Recorde os melhores momentos em rr.sapo.pt.
Foto José Coelho/Lusa Por Carlos Calaveiras
O Sporting venceu em Braga (0-1) num jogo electrizante e subiu ao terceiro lugar da classificação. Tanaka marcou de livre directo no último segundo da partida com um grande remate ao ângulo. O jogo foi equilibrado, com oportunidades de parte a parte, mas os leões estiveram melhor no segundo tempo. 96'- Final (0-1) 95'- GOLO do SPORTING. Marca TANAKA na marcação de livre directo. Bola ao ângulo. (0-1) 93'- Cartão AMARELO para Matheus (Sp. Braga). Falta dura sobre Tanaka à entrada da área. Jogadores do Sporting pediam cartão vermelho. Livre muito perigoso. 90'- Três minutos de descontos.
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89'- Treinador Sérgio Conceição expulso do banco por protestos. 88'- DÚVIDA. Pedro Santos cai à entrada da área? Árbitro nada assinala e há protestos na Pedreira. 87'- SUBSTITUIÇÃO. No Sp. Braga sai Ruben Micael e entra Alan. 86'- OPORTUNIDADE. Cruzamento de Djavan e cabeceamento de Éder ao lado. 83'- Remate de Pedro Tiba para defesa de Rui Patrício. Aderlan Santos estava fora de jogo e na zona da bola. 79'- SUBSTITUIÇÃO dupla no Sporting: Saem Montero e Adrien, entram Tanaka e Mané. 78'- SUBSTITUIÇÃO dupla no Sp. Braga: Saem Pardo e Rafa, entram Salvador Agra e Pedro Santos. 78'- Cartão AMARELO para Maurício (Sporting). 75'- Pardo foge pela esquerda, mas Ruben Micael remata muito por cima. 72'- OPORTUNIDADE. Carambola na área leonina e Pedro Tiba, no ressalto, a rematar contra Maurício. Bola para canto. 69'- Pardo tenta passar por Jefferson mas faz falta ofensiva. - Jogo continua "electrizante", mas agora há mais Sporting. 59'- OPORTUNIDADE. Arrancada de Carrillo pela direita deu a bola a Montero que cabeceou. Grande defesa de Matheus. 58'- AO POSTE. Carrillo remata, a bola bate num defesa arsenalista e vai ao ferro. 56'- FALHA João Mário. Remate de Montero de fora da área, para defesa de Matheus para a frente, e na recarga João Mário remata ao lado com o guarda-redes no chão. 53'- Cartão AMARELO para Adrien Silva (Sporting). Falta sobre Djavan. 50'- Remate de Nani mas, desta vez, sem perigo para Matheus. 48'- OPORTUNIDADE. Outra vez João Mário e outra vez Matheus. Enorme defesa a grande remate em vólei do médio internacional. 48'- OPORTUNIDADE. João Mário de cabeça obriga Matheus a boa defesa. 47'- Remate de Adrien à entrada da área do Braga, mas ao lado. 46'- OPORTUNIDADE. Grande finta de Pardo sobre Paulo Oliveira e belo remate, mas enorme defesa de Rui Patrício. 20h22: Segunda parte perante mais de 15 mil espectadores. Grande primeira parte em Braga, com muita intensidade, das duas equipas. Os arsenalistas foram ligeiramente superiores, mas ambos os conjuntos procuraram o golo. O empate é justo até agora, mas faltaram os golos para dar cor à partida. Do lado leonino destaque para Paulo Oliveira e Nani, do lado do Braga destaque para André Pinto e Pardo, para além de ambos os guarda-redes. 46'- Intervalo (0-0) 45'- Um minuto de descontos. 44'- João Mário remata muito por cima, de fora da área, na ressaca de uma defesa de Matheus e um livre de Nani. 41'- OPORTUNIDADE. Remate de Rafa para grande defesa de Rui Patrício e na recarga Pedro Tiba atirou
contra um defesa dos leões. 40'- Remate ao lado de Éder. Avançado fugiu pela esquerda, mas rematou torto. 34'- Falta muito dura de Jefferson sem bola sobre Pardo. Árbitro nada assinalou. 33'- Cabeceamento de Eder, fácil para Rui Patrício. 30'- OPORTUNIDADE. Remate de Nani já na área e grande defesa de Matheus. 27'- Cartão AMARELO para André Pinto (Sp. Braga). Falta sobre Montero. 27'- Nani rematou de longe e por cima. 24'- Grande trabalho de Nani pela esquerda e toque de Carrillo ao segundo poste cria perigo. 23'- Éder acerta nas "orelhas da bola". 22'- OPORTUNIDADE. Grande defesa de Rui Patrício após livre de Pardo e cabeceamento de Baiano e evita golo do Sp. Braga. 15'- Cartão AMARELO para Paulo Oliveira (Sporting). Falta sobre Ruben Micael. 14'- Pardo foge pela direita, mas Éder toca com o braço e inviabiliza a jogada. 12'- Pardo remata contra Nani à entrada da área. 8'- Primeiro remate da partida é do Sporting. Nani disparou ao lado. 6'- Pardo atira à barra depois de uma má saída de Rui Patrício, que falha a bola. No entanto, o árbitro anula o lance porque a bola bate no braço do extremo. 3'- Contra-ataque do Braga, 4 contra 3, mas corte para canto da defensiva leonina. 19h17: Início da partida. Para já à procura do terceiro lugar, Sp. Braga e Sporting defrontam-se este domingo na "Pedreira" no jogo que encerra a jornada 16 do campeonato nacional de futebol. A equipa que vencer esta partida ultrapassa o V. Gumarães e chega ao pódio da tabela. Os arsenalistas estão na máxima força, com destaque para o trio ofensivo em grande forma: Pardo, Rafa e Éder. Do lado do Sporting destaque para o regresso de Nani ao "11" e para a ausência de Slimani, já na Taça das Nações Africanas. Ficha do Jogo I Liga, Jornada 16 Estádio Braga Árbitro: Hugo Miguel Sp BRAGA TITULARES: Matheus, Baiano, Aderlan Santos, André Pinto, Djavan, Danilo, Pedro Tiba, Rúben Micael, Rafa Silva, Pardo e Éder Suplentes: Kritciuk, Sasso, Custódio, Pedro Santos, Alan, Salvador Agra e Sami Treinador: Sérgio Conceição SPORTING TITULARES: Rui Patrício, Cédric, Paulo Oliveira, Maurício, Jefferson, William Carvalho, Adrien Silva, João Mário, Carrillo, Nani e Montero Suplentes: Marcelo Boeck, Tobias Figueiredo, Miguel Lopes, Jonathan Silva, Rosell, Carlos Mané e Tanaka Treinador: Marco Silva
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REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Um herói japonês
Tanaka está nas primeiras páginas dos três desportivos e aos dois de Lisboa ocorreu a mesma ideia. "O Golpe do samurai", lê-se no Record; "O último samurai", titula A Bola. O jornal "O Jogo" escreve "Um Tanaka na manga" e dá também espaço de destaque ao FC Porto. "Óliver é uma fera", escreve o jornal nortenho, citando Albert Celdes, seleccionador dos sub-21 de Espanha. De volta aos jornais de Lisboa, ambos antecipam a entrega da Bola de Ouro, com destaque para Cristiano Ronaldo, e no Record garante-se ainda: "Vieira segura Gaitán até Junho". Sobre o Benfica, O Jogo avança: "Vieira impediu a saída de Lima". De acordo com o jornal portuense, "choveram convites para o avançado, mas o presidente exigiu 10 milhões".
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Arigato Tanaka protagonizou um lance que vai ficar na história deste campeonato e lhe poderá vir a valer mais vezes a titularidade no Sporting.
O nome do jogador japonês Tanaka entrou, a partir de ontem e definitivamente, na lista dos jogadoresreferência da actual equipa do Sporting. Entrado aos 79 minutos do desafio com o Sporting de Braga para substituir o colombiano Montero tornou-se,
em pequeno espaço de tempo, no herói da noite, ao apontar de forma fabulosa o golo do jogo que viria a garantir a vitória do Sporting e, por via disso, o assalto ao terceiro lugar da classificação, agora verdadeiramente concretizado. Por isso, os sportinguistas lhe terão dito de forma bem sonora: “arigato”. O jogo da capital do Minho não ficou marcado por uma primeira parte de grande qualidade, com as duas equipas a justificarem por isso o empate sem golos. Mas, o segundo tempo foi diferente. Os leões da capital imprimiram então um ritmo mais forte ao seu jogo e criaram várias oportunidades que foram desperdiçando sucessivamente. Até que chegou esse momento soberbo, quando estava prestes a ouvir-se o último silvo do árbitro do desafio, com Tanaka a protagonizar um lance que vai ficar na história deste campeonato e lhe poderá vir a valer mais vezes a titularidade na equipa comandada por Marco Silva. Esta foi uma má jornada para as duas principais equipas minhotas: os bracarenses caíram para o quinto lugar, o Vitória de Guimarães perdeu o terceiro lugar após um jogo que esteve muitos furos abaixo daquilo que poderia esperar-se frente ao Benfica. Os comandados de Jorge Jesus realizaram, aliás, uma das suas boas partidas nesta competição, confirmando a justiça da posição de comando que ocupam. No Dragão, os portistas também cumpriram a sua obrigação, a de vencer um Belenenses em queda que deixou o norte do país vergado ao peso de duas derrotas consecutivas, que vão ter certamente consequências no futuro imediato. Não foi um jogo de grande qualidade dos dragões, mas teve qualidade bastante para que continuem a não perder de vista o assalto ao primeiro lugar.
Paulo Gonçalves ganhou etapa do Dakar Hélder Rodrigues já tinha vencido etapa de sábado.
Motard português brillha no Dakar. Foto: Felipe Trueba/EPA
O piloto Paulo Gonçalves (Honda) venceu a sétima etapa do Dakar 2015, entre Iquique e Uyuni, e repetiu o triunfo de Hélder Rodrigues na etapa de ontem.
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Paulo Gonçalves bateu Marc Coma e Matthias Walkner (KTM), que ficaram a 14 e a 30 segundos, respectivamente. Hélder Rodrigues (Honda) foi oitavo na etapa e Ruben Faria foi 14º. Na geral, Marc Coma recuperou tempo a Joan Barreda. A diferença entre os dois primeiros é agora de 6m28s. Já Paulo Gonçalves é terceiro.
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