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EDIÇÃO PDF Sexta-feira, 26-12-2014 Edição às 08h30

Directora Graça Franco Editor Raul Santos

Passos Coelho declara que Portugal está numa "nova fase" sem "nuvens negras" Patriarca. Natal é programa de vida e a família o "bem comum mais precioso"

Papa denuncia crimes contra crianças. "Há tantas lágrimas neste Natal"

Tsunami no Índico foi há dez anos. Cerimónias lembram vítimas Governo aceita Natal. Operação da discutir GNR registou 469 manutenção da acidentes TAP em Portugal por dez anos após a venda Cabo Verde. O vulcão é um "amigo", mas também "é assustador"

Campanha da Renascença procura padrinhos para crianças carenciadas

Hospitais algarvios Enzo Pérez. "Claro salvos da "falência que gostaria de ir técnica" para o Valência"


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Tsunami no Índico foi há dez anos. Cerimónias lembram vítimas Foi o maior desastre natural dos últimos 100 anos. O tsunami de 2004 fez, pelo menos, 230 mil mortos, 1,5 milhões de desalojados e oito mil milhões de euros de prejuízos.

A 26 de Dezembro de 2004, as ondas do tsunami que fizeram vítimas numa dezena de países, um terço das quais crianças, e destruíram a costa do Oceano Índico atingiram os 30 metros e avançaram a uma velocidade que chegou aos 800 quilómetros por hora. Dez anos depois, milhares de pessoas participam em diversas cerimónias de homenagem às vítimas. Familiares das vítimas e sobreviventes reuniram-se numa oração na mesquita de Baiturrahman, em Banda Aceh, no norte da ilha de Samatra, a zona mais afectada com cerca de 170.000 mortos. O edifício religioso foi um dos poucos que se manteve de pé e serviu como refúgio para alojar pessoas nos dias posteriores ao desastre natural, provocado por um terramoto de 9,1 graus. As cerimónias em Aceh incluem exposições fotográficas no Museu do Tsunami e mostras de artesanato, e terminam no sábado com uma corrida de dez quilómetros ao longo das zonas que mais sofreram o embate das ondas. O tsunami também vai ser recordado noutros dos 14 países em que o desastre natural causou vítimas mortais, como na Tailândia. Em Khao Lak, popular destino turístico da Tailândia, o décimo aniversário do tsunami vai ser assinalado com leitura de poesia, velas e orações em homenagem aos mortos. Outras cerimónias serão assinaladas na Índia e Sri Lanka, que juntamente com a Indonésia e Tailândia, foram os mais afectados em número de mortos. Maior desastre natural dos últimos 100 anos O tsunami de 2004, que fez pelo menos 230 mil mortos, um terço dos quais crianças, 1,5 milhões de desalojados e oito mil milhões de euros de prejuízos, foi o mais mortífero desde que há registos. A energia total libertada pelas ondas do tsunami foi equivalente a mais do dobro do total de explosivos

usados na segunda guerra mundial, incluindo as duas bombas atómicas. Aquele que é considerado um dos desastres naturais mais mortais da história foi precedido de um terramoto com epicentro no mar, a 30 quilómetros de profundidade e a cerca de 160 quilómetros a oeste da ilha indonésia da Samatra. A província indonésia de Aceh foi a mais afectada, contando ali mais de 127 mil mortos, 93 mil desaparecidos, 635 mil desalojados e uma área de destruição equivalente a 45 campos de futebol. Depois da Indonésia, os países mais afectados foram o Sri Lanka, a Índia e a Tailândia, mas o tsunami atravessou o Oceano Índico e deixou também uma área de destruição nas zonas costeiras da África Oriental, designadamente na Tanzânia, na Somália e no Quénia. O maremoto foi igualmente observado na África do Sul e produziu ainda pequenos tsunamis ao longo das costas ocidentais da América do Norte e do Sul. O abalo ocorreu numa zona de convergência de placas tectónicas, com a da Índia a mergulhar por baixo da placa da Birmânia e provocando um deslocamento de cerca de 15 metros, um valor elevado comparado com a velocidade normal do movimento das placas oceânicas, cerca de um milímetro por ano. A deslocação das placas tectónicas também alterou a rotação do planeta, tornando os dias mais pequenos em 6,8 microssegundos, modificou a posição do Polo Norte em 2,5 centímetros e tornou a Terra ligeiramente mais redonda. Na lista dos tsunamis mais mortais da história destacase como o pior registado no Oceano Atlântico o de 1755, que, juntamente com os incêndios que lhe seguiram, fez pelo menos 10 mil mortos e destruiu grande parte de Lisboa.

Passos Coelho declara que Portugal está numa "nova fase" sem "nuvens negras" Na tradicional mensagem de Natal, o primeiro-ministro diz que os portugueses "podem sentir cada vez mais confiança no futuro", mas ainda há "muito trabalho pela frente". Portugal entrou numa “nova fase” e as “nuvens negras” dissiparam-se do horizonte de muitos portugueses, afirma o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na tradicional mensagem de Natal. O chefe do Governo passa os últimos três anos em revista. Recorda os “muitos sacrifícios” a que foram obrigados os portugueses durante a vigência do resgate da “troika” e as “muitas expectativas frustradas”. A conclusão do programa de ajuda internacional


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com uma saída limpa, em Maio deste ano, foi uma conquista importante, um motivo de orgulho e “atestou a grande capacidade dos portugueses de responder aos maiores desafios”, enaltece Passos Coelho. Depois das “tremendas dificuldades”, sublinha, “entrámos numa nova fase. Uma fase de crescimento, de aumento do emprego e de recuperação dos rendimentos das famílias. Entrámos numa nova fase em que podemos sentir cada vez mais confiança no futuro”, defende o primeiro-ministro. Sem "nuvens negras" no horizonte “Este será o primeiro Natal desde há muitos anos em que os portugueses não terão a acumulação de nuvens negras no seu horizonte” e “temos o futuro aberto diante de nós”, acredita Passos Coelho. Nos últimos três anos, “muita coisa mudou” e “finalmente começamos a colher os frutos dessas transformações”, reforça. “É verdade que temos ainda muito trabalho pela frente. Mas não me resigno a nenhum fatalismo que nos impeça de alcançar aquilo que muitos outros povos conseguiram alcançar, e que o povo português merece. Mesmo nos momentos mais difíceis que atravessámos, acreditei sempre nos portugueses. Como os portugueses, nunca desisti. E não desistiremos”, garante. Passos Coelho sabe que “muitos portugueses ainda lidam com enormes dificuldades no seu dia-a-dia”. Por isso, promete continuar a “estimular a criação de emprego, apoiando as empresas, abrindo a economia, multiplicando as exportações”. O objectivo é “garantir que todos sentirão a melhoria das condições de vida”. Com esse propósito, o Governo vai prosseguir “as políticas activas de emprego para dar as oportunidades que os nossos jovens, e aqueles que estão há mais tempo no desemprego, merecem. A redução do desemprego continuará a ser um firme compromisso do Governo para 2015”, afiança. Passos quer proteger "o que já conseguimos juntos" Em relação ao próximo ano de eleições legislativas, o primeiro-ministro fala numa “recuperação assinalável do poder de compra de muitos portugueses”: funcionários públicos, pensionistas, “mas também de todos os portugueses em geral com o alívio fiscal que a reforma do IRS irá trazer”. “Num contexto em que ainda não podemos ir tão longe quanto gostaríamos é muito importante que quem tem mais responsabilidades na sua vida familiar encontre um alívio fiscal maior. Também aqui estamos a falar de justiça e da construção de uma sociedade mais amiga das famílias”, declara. Na sua mensagem de Natal, o primeiro-ministro diz que o país tem ainda muitas escolhas a fazer para “fortalecer” o presente e preparar o futuro, sem “deitar tudo a perder” e protegendo “o que já conseguimos juntos, com grande esforço e sacrifício". “Queremos, sim, construir uma sociedade com mais emprego, mais justiça, menos desigualdades, em que não haja privilégios nas mãos de um pequeno grupo com prejuízo para todos. Queremos que todos tenham uma justa oportunidade de decidir a sua própria vida. Tudo isso está ao nosso alcance agora que podemos olhar com mais confiança e mais esperança para o futuro”, concluiu o primeiro-ministro.

FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Firmeza e diálogo

O actual Governo tem sido frequentemente criticado por inabilidade política, por vezes com razão. No caso da greve da TAP, porém, mostrou competência. A concretizar-se, esta greve iria colocar a TAP à beira do abismo, até porque desencorajaria potenciais concorrentes à privatização da empresa. Lembremos que, quando Presidente do Brasil, Lula deixou extinguir a Varig, após inúmeras greves dos seus trabalhadores. Também a autoridade do Estado ficaria em causa, se fossem confirmadas as notícias de que o sindicato dos pilotos não iria respeitar a requisição civil da TAP. Mas o radicalismo perdeu, nas palavras do ministro Pires de Lima, porque o Governo soube manter uma atitude serena de firmeza (sempre esteve fora de questão recuar na privatização da empresa) e simultaneamente de diálogo, dando aos sindicatos oportunidade de participarem na elaboração do caderno de encargos. A TAP está a voar, porque acatam a requisição civil os três sindicatos que não assinaram o acordo subscrito por nove sindicatos (incluindo o dos pilotos) para desconvocar a greve. Um inesperado presente de Natal.


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Governo aceita discutir manutenção da TAP em Portugal por dez anos após a venda

debater mecanismos que protejam as antiguidades no caso de haver uma fusão ou aquisição da empresa, a manutenção da actual capitalização dos instrumentos e veículos de financiamento das responsabilidades com pensões, complementos de reforma, prémios de jubilação, seguros de saúde e de vida. Na mesa de negociações estará ainda a definição de "mecanismos de participação e envolvimento dos trabalhadores nas decisões estratégicas do Grupo TAP", através do conselho consultivo ou órgão semelhante mas sem direito de veto, segundo o memorando.

No memorando assinado pelo Governo e pelos nove sindicatos da TAP que desconvocaram a greve, o Executivo propôs a criação de um grupo de trabalho composto por elementos das duas partes, no âmbito do processo de privatização de até 66% da empresa.

Natal. Operação da GNR registou 469 acidentes

O Governo aceitou discutir com os sindicatos as condições para manter a TAP em Portugal por dez anos após a privatização da empresa, segundo o memorando assinado entre sindicatos e Executivo, que define os termos do acordo alcançado. No memorando assinado pelo Governo e pelos nove sindicatos da TAP que desconvocaram a greve prevista para 27 a 30 de Dezembro, a que a agência Lusa teve acesso, o Executivo propôs a criação de um grupo de trabalho composto por elementos das duas partes, no âmbito do processo de privatização de até 66% da empresa. Este grupo de trabalho visa "criar as condições para que o Grupo TAP aumente o seu impacto económico positivo em Portugal, através do acréscimo de fluxos turísticos, das receitas fiscais e da manutenção da sede e da base operacional do Grupo TAP no território português por um período não inferior a 10 anos após uma eventual alienação pelo Estado de parte ou da totalidade da sua participação no capital social" da empresa, lê-se no documento. Além disso, estão também definidos compromissos de ambas as partes: o Governo "compromete-se a não aprovar e publicar até ao dia 13 de Janeiro de 2015 o caderno de encargos do processo de reprivatização do Grupo TAP" e os sindicatos "comprometem-se a desconvocar imediatamente a greve prevista" para os dias 27 a 30 de Dezembro. Além disso, o memorando define também quais os assuntos que serão discutidos nas negociações do grupo de trabalho, nomeadamente um "prazo adicional ao limite legal para a prevenção da denúncia unilateral pelo Grupo TAP de todos os acordos de empresa em vigor" em Portugal e a definição de "mecanismos de protecção do perímetro empresarial do Grupo TAP aplicáveis por um período não inferior a dez anos" após a venda. Estes "mecanismos de protecção" têm como objectivo, segundo definido no memorando, prevenir a mudança da sede ou base operacional para o estrangeiro, bem como processos de despedimento colectivo e `lay-off` e a subcontratação ou externalização ilimitadas das actividades do Grupo. O grupo de trabalho agora constituído deverá também

Mais de 7.800 militares vão estar nas estradas nacionais até ao dia 28 de Dezembro.

Foto: Lusa

Desde o início da operação "Natal Tranquilo 2014" foram registados 469 acidentes nas estradas nacionais. Mas só no dia 25, a GNR contabilizou 84, dos quais resultaram um morto, um ferido grave e 25 feridos ligeiros. No terceiro dia operação foram registados menos 110 acidentes rodoviários, menos cinco feridos graves e menos 49 feridos ligeiros do que em igual dia do ano passado. Já o número de mortos manteve-se igual com uma vítima, disse à agência Lusa fonte da GNR. No período acumulado desde terça-feira, 23 de Dezembro, a GNR registou 469 acidentes (menos 1.024 do que nos três primeiros dias da operação realizada no mesmo período de 2013), dos quais resultaram cinco mortos (menos seis) e 11 feridos graves (menos 10) e 114 feridos ligeiros (menos 347). No dia de Natal, a GNR efectuou 20 detenções, incluindo 11 por condução sob o efeito do álcool e cinco por condução sem habilitação legal para o efeito. Duas pessoas foram detidas por crimes por desobediência e ofensa à integridade física da guarda, uma por tráfico de estupefacientes e outra por posse ilegal de arma. Foram apreendidas 13,69 gramas de haxixe (equivalente a 68 doses) e uma pistola de calibre 6,35 milímetros. A operação "Natal Tranquilo 2014" foi iniciada às 00h00 de dia 23 e decorre até dia 28, inclusive. Estão


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mobilizados 7.870 militares, que vão estar atentos ao controlo da velocidade, à condução sob efeito de álcool e substâncias psicotrópicas, à falta de carta de condução e de uso de cintos de segurança e cadeirinhas para crianças, bem como à utilização indevida de telemóveis.

Hospitais algarvios salvos da "falência técnica" Injecção de capital vai permitir iniciar 2015 com "capitais próprios nulos ou mesmo positivos". A injecção de capital nos hospitais anunciada esta semana pelo Ministério da Saúde vai permitir ao Centro Hospitalar do Algarve (CHA) afastar-se da "falência técnica crónica", iniciando o novo ano sem dívidas. Em comunicado, a administração do CHA, que integra as unidades de Faro, Portimão e Lagos, adianta que o agora anunciado aumento de capital, na ordem dos 24,6 milhões de euros, permitirá ao centro iniciar o ano de 2015 com "capitais próprios nulos ou mesmo positivos", dependendo dos resultados atingidos, a apurar no fecho do ano. Segundo o CHA, aos aumentos de capital ocorridos em 2014 - um primeiro, de 69,4 milhões de euros e o agora anunciado -, acrescem ainda 5,3 milhões de perdão de juros, num reforço total de 99,3 milhões de euros, montante que permite ao centro sair da "falência técnica crónica que tem marcado o desempenho financeiro das entidades hospitalares do Algarve". O despacho assinado na sexta-feira passada pelos Ministérios da Saúde e das Finanças prevê um aumento de capital dos hospitais públicos de norte a sul do país, que envolve mais de 450 milhões de euros, não relacionados com as verbas do Orçamento do Estado e que começam a ser disponibilizados ainda este ano. Este novo aumento de capital por parte do Ministério da Saúde destina-se agora a pagar dívidas vencidas e contraídas até 30 de Setembro de 2014 pelas Entidades Públicas Empresariais do Serviço Nacional de Saúde. No caso do Centro Hospitalar do Algarve, o montante disponibilizado permite liquidar a dívida antiga a fornecedores, acumulada até 31 de Dezembro de 2011, dado que desde 1 de Janeiro de 2012 que nem o Hospital de Faro, nem o de Portimão, nem o entretanto constituído Centro Hospitalar do Algarve registam qualquer acumulação de dívidas em atraso. O aumento de capital de que o centro hospitalar já tinha beneficiado no início do ano permitiu liquidar a dívida antiga contraída em 2008 e 2009 ao abrigo do Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde (FASP), sublinhou a administração. De acordo com o CHA, a par dos esforços que têm vindo a ser empreendidos na redução de custos operacionais, este aumento de capital é a "única forma de se conseguir assegurar a manutenção e desenvolvimento dos cuidados prestados à população

residente e não residente que acorrem às unidades hospitalares algarvias".

Patriarca. Natal é programa de vida e a família o "bem comum mais precioso" "Para haver Natal" é "absolutamente necessário que encontremos a família", diz D. Manuel Clemente na sua mensagem de Natal. O Natal é uma "lembrança" do passado, mas deve ser muito mais do que isso: "um programa para as nossas vidas". O Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, apelou esta quarta-feira, na sua mensagem de Natal, a uma permanente "atenção" à "fragilidade dos outros". "Que isto seja não apenas uma lembrança do que aconteceu, mas também um programa para as nossas vidas e que comece já onde estamos – nas nossas famílias, nas nossas casas -, tendo atenção às outras famílias, aos que não têm família e aos nossos irmãos mais frágeis", diz. Jesus no presépio, "aquela criança, aquele menino, isso significa o quê?", pergunta. E responde: "Significa fragilidade, significa pequenez, significa o cuidado que cada um de nós merece, quando é pequeno, com certeza, mas mesmo depois ao longo da vida, quando outras situações de fragilidade e de cuidado se requerem." "Nós devemos estar aí e acorrer verdadeiramente a tudo o que permita que a vida nasça e que a vida seja acompanhada em todas as suas fases. Nesta atenção à fragilidade dos outros nós encontramos a nossa primeira obrigação para que uma sociedade seja verdadeiramente aquilo que pode e deve ser", afirma D. Manuel Clemente. Neste contexto, "para haver Natal" é "absolutamente necessário que encontremos a família e a reencontremos na sua verdade". Urge uma cultura de promoção da família, o "bem comum mais precioso", o que requer "condições de toda a ordem", defende o Patriarca. "Quem não se lembra daquele dito português 'Quem casa quer casa'? E não só casa, mas tudo aquilo que é necessário para que uma família encontre a sua viabilidade. Isto deve estar na primeiríssima ordem quer dos nossos programas individuais e pessoais, quer em termos sociais, políticos e económicos gerais."


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Patriarca de Lisboa dá exemplos de solidariedade que são sinal de Deus D. Manuel Clemente desafia católicos a aprofundar celebração do nascimento de Jesus.

do coração de cada um para chegar ao coração de todos, ao coração de uma história verdadeiramente humana, de uma história finalmente divina”, apelou.

Bispo do Porto: “É tempo de promover uma saudável política da família” D. António Francisco dos Santos recordou os que foram “obrigados a uma emigração forçada”, porque não encontram trabalho em Portugal, e as vítimas de tantos conflitos e guerras sem sentido.

Foto: Mário Cruz/ Lusa

O Patriarca de Lisboa sublinhou a existência de múltiplas marcas de incarnação numa humanidade que sofre e que espera. Na Sé de Lisboa deu exemplos vários: a começar pelo Papa Francisco. Destacou o exemplo de Francisco e “da sua constante preocupação por aproximar-se e aproximar-nos a nós de todas as “periferias” deste mundo; das comunidades religiosas que não desistem de estar presentes em “meios socialmente difíceis”; bem como das famílias onde esta demorada crise “reforçou laços de cuidado mútuo e intergeracional”. A esse respeito, lembrou ainda as paróquias e outras instituições cristãs, que “redobram esforços para responder às mais diversas necessidades de ontem ou de agora; e ainda os homens e mulheres de “boa vontade que não deixam fechar o coração, nem cair os braços, com uma persistência em que o próprio criador certamente se revela”. O Patriarca de Lisboa começou por afirmar que “nenhuma comemoração” esgota por completo o Natal, que inspirou a arte, a cultura, a Liturgia, fazendo do Menino Jesus “forma e figura da esperança mais profunda”. “O Natal mantém sempre a surpresa e o espanto da aventura divina no mundo”, acrescentou. Este menino que “riu e chorou” chegou até à humanidade que não podia chegar até Ele, com consequências no modo de ver Deus e os outros. Nesse contexto, D. Manuel Clemente sublinhou que o Cristianismo não é “alienação”, mas “incarnação”. O também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa alertou para as situações em que os católicos falam de Deus sem referência à “incarnação”, como se não o reconhecessem em Cristo. “Peçamos a Jesus, Verbo de Deus Incarnado, que por nós e no seu Espírito, continue a obra da verdadeira salvação, que só acontecerá com a mudança profunda

Foto: Estela Silva/ Lusa Por agência Ecclesia

A celebração do Natal recorda a importância da família e do respeito por cada vida humana, que é “um dom e uma bênção de Deus”, afirmou o bispo do Porto. “É tempo de o Estado, nos seus mais diversos níveis, promover uma saudável política da família, onde o amor pela vida, o incentivo à natalidade, a liberdade de educação, o acesso pleno à saúde e os direitos invioláveis da família sejam garantidos”, declarou D. António Francisco dos Santos na homilia desta manhã. O prelado defendeu que os católicos devem estar atentos “aos novos grupos de pobres”, provenientes de sectores sociais e profissionais “impensáveis” há algum tempo, em Portugal. Segundo D. António Francisco dos Santos, é preciso que a economia “recupere e esteja assente e sustentada no esforço honesto e digno de tantos empresários e trabalhadores, não em interesses de lucro fácil e de enriquecimento hábil”. Na sua intervenção recordou os que foram “obrigados a uma emigração forçada”, porque não encontram trabalho em Portugal, e as “vítimas inocentes de tantos conflitos e guerras sem sentido”. A homilia começou por evocar as ceias, “os preparativos, gestos e caminhos” do Natal cristão, elogiando os que fazem das suas casas “verdadeiros presépios de ternura” e todos os que trabalham para que “haja Natal nos lugares mais difíceis e nas vidas mais magoadas pela dor, pelo luto ou pela solidão”.


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“A celebração cristã do Natal e a missão da Igreja é assim, através de gestos de pessoas e de comunidades, anúncio de alegria, de paciência e de esperança”, precisou.

Papa denuncia crimes contra crianças. "Há tantas lágrimas neste Natal" Francisco lembrou os actos dos fundamentalistas, as doenças, o tráfico de pessoas e apelou ao fim da violência. Pediu ainda que a celebração do nascimento de Jesus transforme a indiferença em proximidade e a rejeição em acolhimento.<BR> Por Aura Miguel

“Verdadeiramente há tantas lágrimas neste Natal juntamente com as lágrimas do Menino Jesus”. O Papa Francisco recordou no Vaticano os inúmeros desalojados, deslocados e refugiados do mundo inteiro e, em particular, as crianças desprotegidas, vítimas de “uma cultura que não ama a vida”. “Jesus salve as inúmeras crianças vítimas de violência, feitas objecto de comércio ilícito e tráfico de pessoas, ou forçadas a tornar-se soldados. Dê conforto às famílias das crianças que, na semana passada, foram assassinadas no Paquistão”, disse esta quinta-feira na tradicional mensagem de Natal, na Basílica de São Pedro, na bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo). Francisco falou das crianças deslocadas, por causa da guerra e das perseguições, abusadas e exploradas diante “silêncio cúmplice” da humanidade, e das “crianças massacradas por bombardeamentos, também onde o Filho de Deus nasceu”. Na sua intervenção destacou a situação dos cristãos no Iraque e Síria, numa alusão indirecta às acções do Estado Islâmico. “A Ele, Salvador do mundo, peço que olhe para os nossos irmãos e irmãs do Iraque e da Síria que há tanto tempo sofrem os efeitos do conflito em curso e, juntamente com os membros de outros grupos étnicos e religiosos, padecem de uma perseguição brutal”. O Papa rezou para que a celebração do nascimento de Jesus “dê esperança” aos inúmeros desalojados, deslocados e refugiados, crianças, adultos e idosos do mundo inteiro e transforme “a indiferença em proximidade e a rejeição em acolhimento”, e para que “todos aqueles que agora estão na provação possam receber a ajuda humanitária necessária para sobreviver à rigidez do Inverno, regressar aos seus países e viver com dignidade”. Pediu a paz para o Médio Oriente, em particular através do diálogo entre israelitas e palestinos, e para a Ucrânia, desejando “um caminho novo de fraternidade e reconciliação”. “Acompanhe todos os que sofrem pelas doenças,

especialmente as vítimas da epidemia de ébola, sobretudo na Libéria, Serra Leoa e Guiné. Ao mesmo tempo que do íntimo do coração agradeço àqueles que estão trabalhando corajosamente para assistir os doentes e os seus familiares, renovo um premente apelo a que sejam garantidas a assistência e as terapias necessárias.”

"Permito a Deus que me queira bem?". A pergunta de Natal do Papa Na Missa do Galo, Francisco apelou ao mundo que se deixe encontrar pela "ternura" de Deus. "Como é grande a necessidade que o mundo tem hoje de ternura!". Mais importante do que procurar a "ternura de Deus" é deixar que seja Ele a encontrar-nos, defendeu o Papa Francisco, esta quarta-feira, na Missa do Galo. "Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-O de aproximar-Se? ‘Oh não, eu procuro o Senhor!’, poderíamos replicar. Porém, a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a encontrarme e cobrir-me amorosamente com a sua ternura. Esta é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito a Deus que me queira bem?", disse Francisco. "Temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes, mas desprovidas do calor do Evangelho? Como é grande a necessidade que o mundo tem hoje de ternura!", acrescentou. Na homilia, o Papa lembrou a forma como a Bíblia apresenta o nascimento de Jesus: uma "luz que penetra e dissolve a mais densa escuridão. A presença do Senhor no meio do seu povo cancela o peso da derrota e a tristeza da escravidão e restabelece o júbilo e a alegria." A mensagem bíblica permanece actual. "Também nós, nesta noite abençoada, viemos à casa de Deus atravessando as trevas que envolvem a terra, mas guiados pela chama da fé que ilumina os nossos passos e animados pela esperança de encontrar a ‘grande luz’. Abrindo o nosso coração, temos, também nós, a possibilidade de contemplar o milagre daquele menino-sol que, surgindo do alto, ilumina o horizonte." "A origem das trevas que envolvem o mundo perde-se na noite dos tempos", afirmou Francisco. "O curso dos séculos tem sido marcado por violências, guerras, ódio, prepotência", mas, "ao longo do caminho da história, a luz que rasga a escuridão" revela que "Deus é Pai e que a sua paciente fidelidade é mais forte do que as trevas e do que a corrupção." "Nisto consiste o anúncio da noite de Natal. Deus não conhece a explosão de ira, nem a impaciência; permanece lá, como o pai da parábola do filho pródigo,


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à espera de vislumbrar ao longe o regresso do filho perdido."

Papa telefonou para campo de refugiados no Iraque “Abraço-vos a todos e desejo para todos um Santo Natal”, declarou.

Foto: DR Por agência Ecclesia

O Papa Francisco telefonou para um campo de refugiados em Ankawa, Iraque, para deixar uma mensagem de Natal às pessoas ali acolhidas. “Vós sois como Jesus na noite do seu Natal: não havia lugar para Ele e foi expulso, teve de fugir para o Egito para salvar-se. Vós sois como Jesus nesta noite e eu abençoo-vos muito, estou próximo de vós”, disse através do canal da Conferência Episcopal Italiana, com a ajuda de um padre local, que traduziu as suas palavras para o árabe. Francisco cumprimentou as pessoas quarta-feira, véspera do Natal, e disse unir-se a elas nesta celebração. “Abraço-vos a todos e desejo para todos um Santo Natal”, declarou. “Caros irmãos e irmãs, estou próximo, muito próximo de vós nesta noite, estou próximo de vós com todo o coração e peço a Jesus que vos acaricie com a sua ternura e a Nossa Senhora que vos dê muito amor”, concluiu. Após o fim da ligação via satélite, o Papa falou para as pessoas presentes no estúdio da TV2000, realçando a importância da “proximidade” e da “ternura” no Natal. “No meu coração, esta noite, estão as crianças e os idosos”, revelou.

Ataque contra mesquita faz cinco feridos na Suécia País confronta-se com um intenso debate em torno do tema da imigração, com a extrema-direita a defender uma redução em 90% nas autorizações de pedidos de asilo.

Foto: EPA

Uma mesquita foi incendiada esta quinta-feira na cidade de Eskilstuna, na Suécia. Cinco pessoas ficaram feridas, avança a polícia. Na altura do ataque, entre 15 e 20 pessoas estavam na mesquita, situada no andar térreo de um edifício localizado numa zona residencial. As imagens divulgadas pela comunicação social sueca mostram chamas e fumo a sair das janelas do templo. De acordo com um porta-voz da polícia, uma testemunha viu alguém atirar um objecto para o interior do edifício, através de uma janela. Instantes depois, deflagrou um incêndio. A Suécia confronta-se com um intenso debate em torno do tema da imigração, com a extrema-direita a defender uma redução em 90% nas autorizações de pedidos de asilo.


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Estado Islâmico. Pai de piloto capturado pede para filho ser tratado como “convidado” Kasaesbeh, de 27 anos, foi capturado após o seu aparelho se ter despenhado quarta-feira, no nordeste da Síria.

Jihadistas têm um historial de violência e de terror. Foto: DR

O pai de um jovem piloto da Jordânia, capturado na Síria pelos combatentes do Estado Islâmico, pediu aos seus captores para o tratarem como “convidado” e não como “refém”. Numa tentativa desesperada de o salvar, a família pediu misericórdia. “Ele é um convidado entre os irmãos do Estado Islâmico na Síria. Peço-lhes, em nome de Deus e da dignidade do profeta Maomé, que o recebam como um convidado e o tratem bem”, disse Saif alKasaesbeh, na televisão da agência Reuters. O piloto Muath al-Kasaesbeh foi capturado após o seu aparelho se ter despenhado quarta-feira, no nordeste da Síria, durante uma missão de bombardeamento. Kasaesbeh, de 27 anos, é oriundo de uma proeminente família sunita na Jordânia. A Jordânia é um dos vários Estados árabes que participam na missão militar internacional, liderada pelos Estados Unidos, que está a bombardear alvos dos jihadistas, que controlam zonas no Iraque e na Síria. Os jihadistas têm um historial de violência e de terror. O grupo mata os soldados capturados no campo de batalha e decapita civis ocidentais reféns. Muitos dos capturados assassinados são xiitas ou não muçulmanos, mas o Estado Islâmico também já executo sunitas por estes estarem a combater ao lado dos seus inimigos. A Amnistia Internacional acusou o Estado Islâmico de crimes contra a Humanidade. No mais recente comunicado sobre "a tortura brutal" a que estão sujeitos os grupos minoritários no Iraque, a organização de defesa dos direitos humanos denuncia "o recurso à violação como arma de guerra". Os jihadistas tem "sistematicamente" dirigido os ataques contra as comunidades não-árabes e não-sunitas, o que inclui os muçulmanos xiitas e outros grupos minoritários,

como os yazidi. Entre estes, mulheres e crianças têm sido alvos de "um tratamento particularmente brutal", refere a organização. Na sequência da progressão do Estado Islâmico no Norte do Iraque, que já causou milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados e refugiados, os Estados Unidos desencadearam, a 8 de Agosto, uma operação com raides aéreos contra as posições do grupo, actualmente suportada por cerca de 60 países.

Irão censura rede social Instagram Governo de Teerão avança que entre 5% e 10% dos conteúdos serão afectados pela filtragem de imagens consideradas impróprias. O Irão começou a censurar as imagens publicadas na rede social Instagram, removendo conteúdos considerados "ofensivos". "A filtragem de páginas com conteúdo imoral começou na quarta-feira à noite no Instagram," disse o Governo de Teerão. O jornal “Shargh”, citando a agência oficial de notícias Fars, disse que o acesso a outros sites e aplicações ainda era possível. "Com o sucesso da filtragem de conteúdo ofensivo em redes sociais, não é necessário muito tempo para bloqueá-los completamente e os usuários podem aceder ao site de forma correcta", acrescentou a mesma fonte. De acordo com a Fars, o ministro das Telecomunicações, Mahmoud Vaezi, disse que a primeira fase do plano do Governo para filtrar o conteúdo foi "bem sucedido na rede que estava sob a maior pressão", referindo-se ao Instagram. Mahmoud Vaezi acrescentou que entre 5% e 10% dos conteúdos serão afectados pelas medidas. Em Outubro, uma conta do Instagram com o nome Rich Kids de Teerão foi temporariamente bloqueada devido à existência de várias fotos que mostravam raparigas vestidas com roupas ocidentais em festas onde havia bebidas alcoólicas. As autoridades iranianas bloqueiam, com frequência, o acesso a redes sociais, como o Twitter ou o Facebook, acções que a oposição aproveita para criticar o governo de Teerão.


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Jovem muçulmano condenado à morte por apostasia na Mauritânia

Rei de Espanha pede empenho para “cortar a corrupção pela raiz”

Mohamed Cheikh Ould Mohamed, com cerca de 30 anos, desmaiou quando a sentença foi lida no tribunal.

Novo rei proferiu a primeira mensagem de Natal enquanto monarca.

Um jovem muçulmano da Mauritânia julgado foi condenado à morte na quarta-feira depois de um tribunal ter decidido que ele tinha escrito algo blasfemo. Mohamed Cheikh Ould Mohamed, com cerca de 30 anos, desmaiou quando a sentença foi lida no tribunal criminal de Nouadhibou, tendo sido reanimado e conduzido à prisão, revelou fonte judicial sob anonimato. Mohamed está detido desde 2 de Janeiro e declarou-se inocente na abertura do julgamento na terça-feira. A Mauritânia tem a pena de morte, mas não realizou nenhuma execução desde 1987, de acordo com a organização de direitos humanos Amnistia Internacional. Durante a audiência, o juiz disse que Mohamed foi acusado de apostasia (que significa o abandono e a negação da fé) "por falar de ânimo leve do profeta Maomé" num artigo que foi publicado temporariamente em sites da Mauritânia. Nesse texto, o indivíduo terá desafiado algumas das acções do profeta. Mohamed afirmou que "não era sua intenção atacar o profeta, mas defender uma camada da população mal tratada e abusada". O advogado de defesa pediu clemência e disse que o seu cliente estava arrependido, mas o juiz concordou com o pedido de pena de morte do Ministério Público. A sharia (lei islâmica) está em vigor na Mauritânia, mas a aplicação de punições rigorosas - como flagelações tem sido rara desde os anos 1980.

Foto: Angel Diaz/ Epa

Na primeira mensagem de Natal enquanto Rei de Espanha, Felipe VI não se referiu à irmã, a Infanta Cristina que vai a julgamento por alegados crimes fiscais, mas falou de corrupção. O monarca disse ser preciso cortar a corrupção pela raiz. “Poucos temas como este suscitam uma opinião tão unânime: devemos cortar pela raiz e sem contemplações a corrupção. A honestidade dos funcionários públicos é um pilar básico da nossa convivência numa Espanha que todos queremos sã e limpa”, afirmou no novo rei na primeira mensagem de Natal enquanto monarca. Filipe de Espanha criticou quem usurpa dinheiros públicos e defende medidas mais fortes contra a corrupção. “As pessoas precisam ter a certeza que o dinheiro público é administrado para o fim que foi legalmente estabelecido, que não existe favoritismo em função do cargo público que se ocupa, que desempenhar uma função pública não é um meio de aproveitar para enriquecer. Precisam também de ter a certeza que o nosso prestígio e boa reputação no mundo não são penalizados”, disse. Há dois dias a irmã do rei de Espanha foi acusada de ter ajudado o marido a desviar dinheiro do Estado. Pela primeira vez, um membro da família real espanhola vai sentar-se no banco dos réus. Cristina de Bourbon é acusada de colaborar com Iñaki Urdangarin em crimes de corrupção, fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Numa outra passagem, Filipe VI apelou à força na união, num país que tem lidado nos últimos meses com o ímpeto separatista da Catalunha, e falou na luta contra o desemprego como a principal prioridade da nação.


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Cabo Verde. O vulcão é um "amigo", mas também "é assustador" A técnica da protecção civil Patrícia Gaspar esteve na Ilha do Fogo e conta o que viu e sentiu.

Foto: DR

Para os habitantes da Ilha do Fogo, em especial os que viviam em Chã das Caldeiras, o vulcão é um “amigo, é uma coisa boa, que lhes torna os terrenos férteis para o vinho, para o gado”, mas para Patrícia Gaspar, perita da Protecção Civil portuguesa que regressou há pouco de lá, o vulcão é também “um espectáculo assustador”. “Por um lado, ao longe, é um espectáculo magnífico, mas quando nos aproximamos percebemos o risco que traz para as pessoas daquela ilha. É um espectáculo muito bonito, mas é também um espectáculo assustador”, descreve em entrevista à Renascença, onde contou o “misto de sensações” que viveu na Ilha do Fogo. A imagem com mais impacto é a chegada à cratera do vulcão, conta. Quase todos os sentidos são postos à prova. “Estive a cerca de 20 metros de uma corrente de lava. Cheira a queimado e o barulho é também uma coisa única. É o barulho do crepitar de tudo o que a lava vai queimando, mas é também o barulho do próprio vulcão. É um barulho que se assemelha áquilo que penso ser o barulho de um sismo”, descreve a técnica da protecção civil. Patrícia Gaspar viu também a destruição que o vulcão provocou: mais de 200 casas, incluindo um hotel, a sede do parque natural de Chã das Caldeiras, que tinha sido inaugurada há oito meses. Mas também dá conta o que já está a ser feito pelas autoridades para dar alguma normalidade à vida das pessoas. No entanto, para haver aproximação à normalidade também é preciso que o vulcão acalme ainda mais. A técnica explica que, historicamente, as erupções nunca duraram menos de dois meses. Ou seja, “em termos estatísticos, estamos a falar de mais um mês de erupção, mas tudo depende do comportamento do vulcão.”

O ano de Draghi e da sombra de Merkel Os comentadores do programa "Fora da Caixa" da Renascença, Pedro Santana Lopes e António Vitorino, elegem os acontecimentos e personalidades do ano. O ano que agora termina ficou marcado por uma perda de protagonismo na Europa da chanceler alemã, Angela Merkel, na análise dos comentadores do programa "Fora da Caixa" da Renascença. Na lista de memórias de 2014, António Vitorino começa por escolher “uma não personalidade que é a sombra da senhora Merkel”. “2014 foi o ano em que a senhora Merkel, praticamente, não esteve presente nas questões europeias, foi discreta, omissa, mas de certeza absoluta que o conjunto das pessoas tem a percepção que ela esteve muito presente e muito activa”, explica o antigo comissário europeu. Pedro Santana Lopes reconhece que “Angela Merkel está uma sombra do que foi”, no entanto, “o poder que parece ter perdido” não foi transferido para outro líder europeu, apesar de a eleição de Matteo Renzi para liderar o Governo de Itália ter aberto a “janela mais promissora” na Europa política. O antigo primeiro-ministro considera que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, foi a figura do ano, devido “aos seus esforços para puxar pela economia e sistema financeiro europeus” e para “tornear a sombra” da chanceler alemã. De Kiev a Glasgow Em relação ao acontecimento do ano, António Vitorino destaca a crise na Ucrânia, “com as repercussões que tem dentro da União Europeia e para o futuro da União Europeia”. As eleições europeias e a subida dos partidos populistas e eurocépticos também constituíram “um elemento importante” em 2014, na leitura do antigo ministro socialista. Pedro Santana Lopes subscreve a importância dos acontecimentos que tiveram a Ucrânia como epicentro e, também, releva a vitória do “não” no referendo à independência da Escócia. “Se o referendo tivesse tido outro resultado, eu não sei o que se teria passado desde aquela data com as ‘Catalunhas’ e outros fenómenos. Acho que tínhamos passado tempos muito diferentes”, sublinha. "Buraco enorme" nas contas de Putin A queda do preço do petróleo e do rublo estão a marcar a recta final de 2014, com naturais repercussões negativas para uma economia russa altamente dependente das exportações do chamado “ouro negro”. António Vitorino considera que a reacção do Presidente russo, ao dizer que Moscovo vai recuperar em dois anos, mostra que Vladimir Putin está “desfasado da realidade” ou numa “fuga para a frente” para tentar acalmar a opinião pública. Mas, sublinha o comentador, Vladimir Putin tem a “consciência perfeita” que o Orçamento da Rússia tem


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um “buraco enorme”, porque foi elaborado com o preço do petróleo a 80 dólares e, actualmente, o barril está abaixo dos 60 dólares. “Isto significa um buraco enorme nas contas russas e um constrangimento brutal para o poder russo”, concluiu António Vitorino sobre um dos temas que deverá marcar o ano de 2014. O "Fora da Caixa", que pode ouvir sexta-feira a partir das 23h00, na Edição da Noite, é uma colaboração da Renascença com a Euranet Plus, rede europeia de rádios.

Campanha da Renascença procura padrinhos para crianças carenciadas Isabel Vorm decidiu ser madrinha da Maria, uma menina que vive numa pequena aldeia em Moçambique, "no meio do nada".

menina em Moçambique, que já teve oportunidade de visitar por duas vezes. “Quando fui como voluntário da Helpo visitei novamente a minha afilhada. O segundo contacto foi muito mais aproximado do que o primeiro contacto, ou seja, ela já sabia que eu era o padrinho. A primeira reacção foi bastante negativa da parte da minha afilhada. Estava toda a comunidade à nossa espera e, apesar de termos tido o cuidado de distribuir bens por todas as crianças, estranhou um bocado. Dois anos depois, na segunda vez que eu estive com ela, foi uma relação completamente diferente”, conta João Baptista. Na prática, através da Helpo, e com apenas 13 euros mensais, pode dar escola a uma criança carenciada. Com um pouco mais 21 euros/mês irá contribuir, igualmente, com alimentos e cuidados de saúde. A Helpo é uma ONG portuguesa que trabalha a favor da infância através do meio educativo. Actua em Portugal, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. Através do apadrinhamento de crianças à distância, a Helpo ajuda directamente mais de três mil crianças e 11 mil indirectamente.

Um cabeleireiro onde só paga quem pode Às quartas-feiras, entre as 10h00 e as 13h00, Sandra Possolo está no Beco do Rosendo como cabeleireira, "ouvinte, conversadora, e também um bocado psicóloga".

Foto: Helpo

A campanha de Natal da Renascença deste ano desafia os portugueses a apadrinhar uma criança carenciada através da organização não-governamental Helpo. Através de donativos ou a contribuição de bens, qualquer um pode garantir, anualmente, a uma criança, uma refeição diária, livros e material escolar. Pode até ajudar na construção de uma escola. Isabel Vorm decidiu ser madrinha da Maria, uma menina que vive numa pequena aldeia em Moçambique. “A única coisa que eu pedi foi que essa criança pertencesse a uma comunidade que eu pudesse visitar quando fosse fazer trabalho de voluntariado, que depois fiz no terreno”, começa por explicar. Isabel Vorm foi a Moçambique no início do ano, esteve cinco semanas em Nampula e visitou Maria, “que que vive, literalmente, no meio do nada, e não fala português, fala makhuwa”. “A comunidade toda estava à nossa espera porque leva-se sempre uma papinha para os bebés, arroz, óleo, açúcar, que permite que estas crianças que vão à escolinha tenham, pelo menos, uma refeição por dia. O apadrinhamento da Maria acontece por aqui”, conta a madrinha Isabel Vorm. João Baptista também é padrinho, à distância, de uma

Foto: Lusa

No bairro da Mouraria, em Lisboa, há um cabeleireiro criado a pensar naqueles que passam mais dificuldades. Aqui, cada um paga o que pode e quem não pode não paga. Num espaço da Associação Renovar a Mouraria, onde semanalmente crianças daquele bairro recebem apoio ao estudo, foi improvisado um cabeleireiro, que funciona às quartas-feiras das 10h00 às 13h00. Tudo começou com uma banca na feira do Banco do Tempo, a que nessa edição "teve mais pessoas", a cargo de Sandra Possolo, que durante 25 anos foi cabeleireira num salão para senhoras na Baixa lisboeta. Em declarações à agência Lusa, Sandra recorda a idosa que vivia no Largo da Severa, onde a feira decorreu, "que era muito raro sair de casa. Mas conseguimos que


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ela fosse à banca cortar o cabelo. Ela chegou, conversei com ela - porque nós nisto também queremos saber histórias - e a senhora quando saiu ia completamente diferente", contou. A auto-estima "aumentou" e era notória a "necessidade de conversar". Foi depois dessa experiência, com pessoas "sem possibilidades de ir a um cabeleireiro 'normal'", que Sandra Possolo propôs à associação avançar com o projecto do cabeleireiro solidário. Em Setembro, Natércia Bernardino, desempregada com dois filhos, foi a primeira cliente. O filho mais novo desta moradora da Mouraria é uma das crianças que diariamente, das 16h00 às 20h00, usufruem do apoio ao estudo na sala onde a mãe corta o cabelo. Uma sala acolhedora Sandra Possolo explica que ali, além do apoio ao estudo, "por vezes há aulas de alfabetização e jantares de grupo, quando o grupo é grande e não cabe a cafetaria". "É uma sala multiusos", e, por ser "a mais acolhedora", é também ali que está instalado o cabeleireiro. Para já, os cortes de cabelo são o único serviço prestado. Se houvesse mais condições, Sandra garante que também "pintava, fazia madeixas e permanentes". Os donativos irão servir "para melhorar o projecto e poder proporcionar outro tipo de trabalhos". Mas antes de tudo para poderem comprar uma calha [de lavagem]. "Água temos, mas não temos a calha para o cliente pôr a cabeça para lavar. Pedimos sempre à pessoa para vir de cabeça lavada, borrifo o cabelo e corto", explicou. Quem quiser usufruir deste serviço deve ser morador no bairro e ligar para a associação para marcar o corte de cabelo. "Isto é para pessoas do bairro, porque somos uma associação local. Não quer dizer que se alguém do bairro ao lado vier cá eu diga que não", disse. Além de atender no espaço da Associação Renovar a Mouraria, Sandra Possolo também faz cortes ao domicílio, a pensar em quem não pode sair de casa. E deixa o aviso: "se houver em casa alguém que não possa às quartas e se eu tiver oportunidade noutro dia da semana também o faço". Às quartas-feiras, Sandra Possolo está no Beco do Rosendo como cabeleireira, "ouvinte, conversadora, e também um bocado psicóloga".

Ana Stilwell grava versão de Lennon em solidariedade com refugiados do Iraque A cantora admite que foi uma entrevista no site da Renascença que a levou a tomar a fazê-lo. "Pelo menos mostra que há quem reze por eles e se preocupa".

Ana Stilwell canta pelos refugiados no Iraque e na Síria. Foto: DR Por Filipe d'Avillez

A cantora Ana Stilwell gravou uma música de solidariedade para com os refugiados do Iraque e da Síria, sobretudo os cristãos e membros de outras minorias étnicas e religiosas que têm sido mais duramente perseguidos pelo Estado Islâmico. Foi depois de ler uma entrevista à freira libanesa Hanan Youssef, dada à Renascença, que Ana Stilwell decidiu gravar uma versão do “Merry Xmas (War is Over)” de John Lennon. Criticando o silêncio da Europa, Youssef afirmou que está a acontecer um genocídio contra os cristãos no mundo árabe. "Quando estava a ouvir as músicas típicas da época a única coisa que me passava pela cabeça era os refugiados todos que estão a fugir do Iraque e da Síria e que eles não iam passar o Natal a casa", explica. A canção original de Lennon foi gravada em 1971 como protesto contra a guerra no Vietname e é precisamente nesse sentido que Ana Stilwell o canta agora, mais de 40 anos depois. "Gosto imenso da música e ligo muito à letra, que diz 'War is over, if you want it' [A guerra acabou, se assim quiseres]. Essa é que é a chave". Um coro via Facebook Para tentar fazer chegar mais longe esta mensagem de apoio aos refugiados, a cantora lançou uma iniciativa, convidando os seus fãs a gravar uma versão do refrão da música. Os 20 melhores serão depois convidados para regravar o tema, desta vez com o refrão cantado em coro. Colocado há dias na sua página oficial do Facebook, a iniciativa já chamou a atenção de alguns grupos de activistas que trabalham directamente com os refugiados. Nuri Kino, um cristão de origem iraquiana que agora vive na Suécia, onde existe uma grande


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comunidade, promete fazer chegar a música aos próprios refugiados e classifica a cantora de exemplo a seguir. "Se calhar, ouvirem uma música nesta altura pode aparentemente não significar muito, mas eu acho que pelo menos significa que há algumas pessoas que rezam por eles, a pensar neles, preocupados com este assunto", considera Ana Stilwell. O avanço do Estado Islâmico levou à fuga de cerca de dois milhões de pessoas na região à volta de Mossul. A esmagadora maioria encontrou refúgio no Curdistão iraquiano, onde vive em condições precárias. O Papa Francisco recordou o sofrimento destes refugiados numa mensagem enviada dias antes do Natal.

"Comer e beber com Eça de Queiroz" reúne receitas citadas nos romances No total, são apresentadas 50 receitas, entre sopas, peixe, carne, ovos e sobremesas. Os textos de Eça falam da autêntica tradição portuguesa.

Foto: DR

A obra "Comer e beber com Eça de Queiroz" apresenta as receitas às quais o romancista alude, nas suas diferentes obras, como "Ovos com chouriço", "Consommé frio com trufas" ou "Cabidela". As receitas são de autoria da gastrónoma Maria de Lourdes Modesto, sendo o prefácio da investigadora Beatriz Berrini, que salienta o facto de a gastronomia desempenhar um papel essencial nos livros do autor de "Os Maias" ou de "O Mandarim". Em "Comer e beber com Eça de Queiroz" podem encontrar-se receitas como a "galinha afogada em arroz" ou o famoso "arroz de favas", esta recolhida junto da neta do caseiro que recebeu Eça de Queiroz na sua primeira visita à Quinta de Vila Nova. "As receitas primorosas de Maria de Lourdes Modesto são representativas de uma das feições do mundo queirosiano. Folheando a obra, começará o leitor, a

pouco e pouco, pela imaginação e com os olhos, a degustar os pratos e as bebidas mencionadas", afirma Berrini, no prefácio da obra, editada pela Alêtheia. No total, são apresentadas 50 receitas, entre sopas, peixe, carne, aves, ovos e sobremesas, da sopa seca de pão com presunto e legumes, aos folhados do cocó, passando pelo bacalhau com pimentos e grão-de-bico, "Jambon aux épinards", Coelho guisado à moda da Porcalhota e o Arroz de forno. A investigadora salienta algumas funções peculiares que os alimentos e as bebidas têm na ficção queirosiana, nomeadamente, como "recurso para socialmente reunir algumas personagens e fazer evoluir a trama, para, através dos debates suscitados, expor a sua posição em face da realidade, em particular a portuguesa". A autêntica tradição portuguesa A gastronomia serve ainda para caracterizar uma determinada classe social - refira-se, como exemplo, o jantar dos Gouvarinho em "Os Maias". Defende ainda Berrini, que, ao longo de toda a obra de Eçsa, está patente a oposição entre pobreza e riqueza, "ou, se preferir, a abundância e a escassez de alimentos". Em "O primo Basílio", uma das personagens, a criada Juliana, "reclama dos maus alimentos reservados à criadagem e só alcança melhorar a sua refeição à custa de agrados com que favorece a cozinheira". Salienta a autora desta colectânea de receitas que, em "Os Maias", numa descrição do Palácio da vila de Sintra, surge "o símbolo que melhor expressa a oposição escassez/abundância". Beatriz Berrini diz, no livro, que os textos de Eça falam da autêntica tradição portuguesa, como expõem o exotismo de algumas cozinhas estrangeiras, especialmente a francesa, mas também das orientais, ao mesmo tempo que "parecem indicar o indiscutível apreço pela simplicidade e pelo genuíno". Em prol da gastronomia portuguesa, a investigadora afirma que "as figuras mais aristocráticas e requintadas, as mais sedutoras e simpáticas da ficção queirosiana são, sem dúvida, Carlos da Maia, Fradique Mendes, Gonçalo Mendes Ramires e Jacinto", que são também aquelas que "demonstram as suas preferências pelas tradições mais genuínas de Portugal".


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Cristiano Ronaldo deseja Feliz Natal ao mundo

Reflexão travou entrada de Mourinho na Selecção

"Que os vossos sonhos se tornem realidade", deseja o melhor jogador do mundo.

Treinador português recorda momento em que teve a possibilidade de acumular o cargo de treinador do Real Madrid com o de seleccionador nacional de Portugal. "Não seria ético", concluiu.

Foto: Facebook Cristiano Ronaldo

O melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, publicou uma mensagem de Boas Festas na sua conta oficial na rede social Facebook. “Feliz Natal a todos! Que o vosso Natal seja mágico e que os vossos sonhos se tornem realidade”, escreveu o internacional português. A mensagem é acompanhada de uma fotografia, em que Cristiano Ronaldo aparece ao lado de familiares e amigos. Cristiano Ronaldo aproveitou a pausa na liga espanhola para ir passar a quadra festiva ao calor do Dubai, com o filho e a namorada Irina Shayk. CR7 foi considerado o melhor jogador do ano pelo “The Guardian”. Ronaldo conquistou 74% dos votos do painel de especialistas do reputado jornal britânico, relegando Lionel Messi para segundo lugar e Manuel Neuer para o terceiro posto. A conquista da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes, bem como os 56 golos em 51 jogos, foram alguns dos argumentos que convenceram o júri, na contagem decrescente para a entrega da Bola de Ouro para melhor jogador do mundo.

José Mourinho recordou, em entrevista ao canal televisivo "BT Sport", o período em que esteve prestes a acumular o cargo de treinador do Real Madrid com o de seleccionador nacional de Portugal. Foi em 2010, logo após a saída de Carlos Queiroz do comando da equipa das quinas e no arranque da fase de qualificação para o Euro 2012. O técnico português não esconde que teve a intenção de conjugar os dois projectos mas, perante a "nega" recebida da parte do presidente dos "merengues", acabou por concluir que tal cenário "não seria ético". "Quis acumular os dois cargos e aceitei. Mas o meu presidente na altura [Florentino Pérez] não autorizou. Depois disso, reflecti e tenho de concordar que não seria possível desempenhar as duas funções ao mesmo tempo. Nem sequer é ético ter dois trabalhos quando há tantos treinadores desempregados. Não é aceitável", recordou Mourinho.


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REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Hora da verdade em Alvalade e declaração de amor na Luz

"Decisão" é o título maior de A Bola. Diz ainda o jornal que "Bruno de Carvalho determina hoje o futuro de Marco". No topo da primeira página de A Bola lê-se "Sou apaixonado pelo Benfica". A declaração de amor é de Jorge Jesus e integra uma entrevista que o jornal vai publicar no fim-de-semana. Outra entrevista de Jesus ao Record. O técnico benfiquista recebe um prémio atribuído pelo diário da Cofina e declara: "Gostava de repetir a conquista de quatro troféus pelo Benfica". Sobre a crise no Sporting, o Record titula "Braço de ferro Bruno-Marco é para resolver rapidamente". O diário O Jogo destaca uma entrevista ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Diz Fernando Gomes: "Futebol precisa de FC Porto, Benfica e Sporting juntos". Neste jornal, espaço ainda para declarações de Matic. "Sem Enzo, o título fica mais difícil", avisa o antigo jogador do Benfica.

Feito. Aboubakar chamado para a CAN 2015 Avançado camaronês desfalcará o plantel do FC Porto entre o início de Janeiro e meados de Fevereiro.

O seleccionador nacional dos Camarões divulgou, esta quarta-feira, a lista de convocados para a Taça das Nações Africanas (CAN) de 2015, que terá lugar na Guiné Equatorial. Confirma-se a chamada previsível de Aboubakar, avançado que irá desfalcar o plantel do FC Porto entre o início de Janeiro e meados de Fevereiro. O dianteiro azul e branco faz parte dos eleitos do técnico alemão, assim como Salli, da Académica. Os camaroneses não contam, nas suas fileiras, com nomes de peso, como Alex Song, Assou-Ekotto e Aurélien Chedjou, para além do entretanto retirado Samuel Eto'o. Os Camarões integram o Grupo D, juntamente com Costa do Marfim, Mali e Guiné Conacri. A Taça das Nações Africanas de 2015 realiza-se na Guiné Equatorial, entre 17 de Janeiro a 8 de Fevereiro. Lista de convocados dos Camarões Guarda-redes: Abogo (Tonnerre Yaoundé), Ndy Assembé (Nancy/FRA), Ongoua (Barça B/ESP) Defesas : Djeugoue (Coton Sport), Nkoulou (Marselha/FRA), Bedimo (Lyon/FRA), Bagnack (Barça B/ESP), Oyongo (NY Red Bulls/EUA), Ekongolo (Marselha/FRA) Médios : Enoh (Standard/BEL), Mbia (Sevilha/EUA), Loé (Osasuna/ESP), Salli (Académica Coimbra/POR), Mandjeck (Kayserispor/TUR), Kom (Etoile Sahel/TUN), Ekeng (Cordoba/ESP) Avançados : Choupo-Moting (Schalke/ALE), Moukandjo (Reims/FRA), Aboubakar (FC Porto/POR), Njie (Lyon/FRA), Kweuke (Rizespor/TUR), Etoundi (FC Zurique/SUI), Zoua (Erciyesspor/TUR)

CAMARÕES


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Enzo Pérez. "Claro que gostaria de ir para o Valência" Médio do Benfica poderá sair no mercado de Inverno. Valência "é um clube muito importante na Europa", afirma o argentino.

O médio argentino do Benfica, Enzo Pérez, admite o desejo de transferir-se para os espanhóis do Valência. “Claro que gostaria de ir para o Valência”, afirmou Enzo Pérez à estação e televisão argentina Canal Siete. Enzo salienta que não gosta de falar noutros clubes porque “ainda” representa o Benfica, mas admite que o Valência “é um clube muito importante na Europa”. “Na imprensa saíram muitas coisas...Em Portugal venderam-me há um ano para o Valência. Ainda não está nada fechado. É um assunto que está a ser tratado pelo meu representante”, referiu o médio.

Primeiro prémio da Lotaria Clássica do Natal é o maior de sempre O primeiro prémio do sorteio, 12,5 milhões de euros, saiu ao número 28.459. O primeiro prémio do sorteio da Lotaria Clássica do Natal, 50ª extracção de 2014, saiu ao número 28.459. O prémio são 12,5 milhões de euros, a maior taluda de sempre. O segundo prémio, que saiu ao número 33.050, vale 2,5 milhões euros. Já o terceiro prémio, do número 64.432, arrecada um milhão e 250 mil euros, informa o Departamento de Jogos da Santa Casa.

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.


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