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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Quarta-feira, 04-02-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

Cancro já é a primeira causa de morte em Portugal "Endividei-me antes que isto estoirasse", diz Alberto João Jardim

Catroga: "Duvido que os portugueses queiram perder os 1.100 milhões que emprestaram à Grécia" PS e BE querem mudar regras da procriação medicamente assistida

Relatora da ONU. Poder judicial português "não pode estar de joelhos”

Imolação de refém O laboratório criticada por simpatizantes do grego Estado Islâmico

Trezentos portugueses em Roma com D. Manuel Clemente

Resgatados 84 corpos de vítimas de queda da AirAsia

JOSÉ MIGUEL SARDICA

Jovens representam 10% das vítimas mortais em acidentes rodoviários


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Cancro já é a primeira causa de morte em Portugal O Dia Internacional de Luta contra o Cancro assinala-se esta quarta-feira. À Renascença, o secretário-geral da Liga Portuguesa contra o Cancro alerta para o subfinanciamento da prevenção.

das doenças cardiovasculares, uma aposta bem mais dispendiosa do que a prevenção oncológica. O antigo director do IPO Porto faz as contas e admite que “do ponto de vista económico, um doente oncológico custa metade de um doente cardiovascular”. Para concluir que “a oncologia está subfinanciada” em Portugal.

"Endividei-me antes que isto estoirasse", diz Alberto João Jardim Numa entrevista à Renascença que assinala o final de 37 anos à frente dos destinos da Madeira, Alberto João Jardim nega que tenha pedido um prolongamento do programa de ajustamento já em governo de gestão. Por Raquel Abecasis

Por André Rodrigues

Por ano morrem pelo menos 30 mil pessoas vítimas de cancro, doença cujos índices de mortalidade já ultrapassaram as doenças cardiovasculares. Vítor Veloso, secretário-geral da Liga Portuguesa contra o Cancro, alerta para o subfinanciamento da prevenção. Chamavam-lhe “doença prolongada”. As mortes ocorriam por “razões desconhecidas”. O tempo derrubou eufemismos e o cancro deixou de ser tema tabu. “É a doença do século XXI, indiscutivelmente”, afirma Vítor Veloso, secretário-geral da Liga Portuguesa contra o Cancro e antigo director do Instituto Português de Oncologia do Porto. Anualmente, morrem em Portugal pelo menos 30 mil pessoas por causa desta doença, que tem registado uma incidência crescente e é já “o nosso principal problema de saúde pública”. Mas com taxas de cura bastante superiores. Vítor Veloso reconhece que, “apesar de haver cada vez mais doentes com cancro, as taxas de sucesso na cura são hoje bastante mais animadoras e um IPO já não é um corredor da morte”. Longe disso. “É uma janela de esperança”, sublinha. "A oncologia está subfinanciada" Mas há insuficiências que criam obstáculos a taxas de sucesso mais promissoras. A primeira, “e mais importante, é a prevenção”, afirma o secretário-geral da Liga Portuguesa contra o Cancro. Vítor Veloso lamenta que “os sucessivos governos não invistam nesta área”, por não a considerarem politicamente atractiva. “São precisos pelo menos cinco a dez anos para se verem os resultados de uma política de prevenção na área da oncologia”. No entanto, a evidência científica aponta para uma redução potencial da mortalidade “da ordem dos 30%”, nomeadamente nos cancros rastreáveis – mama, colo-rectal e colo do útero. O investimento do Estado voltou-se para a prevenção

Alberto João Jardim rejeita a ideia de uma gestão irresponsável à frente dos destinos da Madeira e justifica o endividamento que levou a região autónoma a um específico programa de ajustamento. "Qualquer pessoa de bom senso olhava para a forma desregulada como estava a funcionar a economia internacional e diz: ‘isto vai dar um estoiro um dia’. A minha preocupação era, antes que houvesse esse estoiro”, afirma presidente cessante do Governo Regional da Madeira, em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença. "Antes que houvesse uma nova crise, como houve no princípio do século passado, nós tínhamos que fazer depressa aquilo que precisávamos de ter para sermos uma terra desenvolvida", explica Alberto João Jardim. Numa entrevista que assinala o final de 37 anos à frente dos destinos da Madeira, Alberto João Jardim nega as notícias que dão conta que terá pedido um prolongamento do programa de ajustamento já em governo de gestão. Acusa a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de ter manifestado uma "certa falta de afectividade política que existe entre o Governo da República e o meu, exigindo que fizesse uma carta sobre uma coisa que já estava prevista no orçamento".


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PS não desiste das "barrigas de aluguer" O chumbo é garantido, mas os socialistas explicam que querem confrontar o PSD com a quebra de expectativas causada por esta decisão. Por Paula Caeiro Varela

O PS vai levar a votos, já na próxima sexta-feira, o texto que durante mais de dois anos foi trabalhado com o PSD, na comissão parlamentar de Saúde, sobre a maternidade de substituição, as chamadas “barrigas de aluguer”. A bancada social-democrata acabou por deixar cair a proposta por considerar que não era oportuno legislar sobre a matéria, tendo em conta as muitas dúvidas e o desconforto causado entre os deputados. O PS assume, agora, o texto final do grupo de trabalho e vai forçar a votação. O chumbo é garantido, mas os socialistas explicam que querem confrontar o PSD com a quebra de expectativas causada por esta decisão. Já esta quarta-feira, PS e Bloco de Esquerda (BE) trazem ao debate outros dois projectos relacionados com a procriação medicamente assistida (PMA), com o objectivo de eliminar restrições e alargar o acesso a todas as mulheres, independentemente do estado civil ou da orientação sexual. Também neste caso, os projectos da oposição devem ser chumbados. A maioria dos deputados do PSD é contra e o CDS há muito que ficou fora desta discussão.

PS e BE querem mudar regras da procriação medicamente assistida Os socialistas querem deixar cair a necessidade de um diagnóstico de infertilidade e os bloquistas pretendem que as técnicas sejam acessíveis a todos. Ana Sofia Gomes, advogada e professora de Direito da Família, considera que a sociedade não está preparada para que a PMA seja usada por todos os maiores de 18 anos. O PS e Bloco de Esquerda (BE) apresentam, esta quartafeira, no Parlamento, dois projectos relacionados com a lei da procriação medicamente assistida (PMA), em vigor desde 2006. Os socialistas querem deixar cair a necessidade de um diagnóstico de infertilidade e os bloquistas pretendem que as técnicas sejam acessíveis a todos. De acordo com o projecto de lei do PS, a actual

legislação, "ao edificar critérios de acesso às técnicas de PMA assentes estritamente no estado civil e orientação sexual das beneficiárias, a lei opera uma discriminação que dificilmente se mostra compatível com a garantia do princípio da igualdade". Contudo, o PS propõe a manutenção dos critérios para os beneficiários: "Só as pessoas casadas que não se encontrem separadas judicialmente de pessoas e bens ou separadas de facto ou as que, sendo de sexo diferente, vivam em condições análogas às dos cônjuges há pelo menos dois anos podem recorrer a técnicas de PMA". A mudança proposta pelos socialistas passa pela eliminação das condições de admissibilidade, que até agora são o "diagnóstico de infertilidade ou ainda, sendo caso disso, para tratamento de doença grave ou do risco de transmissão de doenças de origem genética, infecciosa ou outras". O Bloco de Esquerda vai mais longe. Defende que "as técnicas só podem ser utilizadas em benefício de quem tenha, pelo menos, 18 anos de idade e não se encontre interdito ou inabilitado por anomalia psíquica". Os bloquistas propõem o fim da obrigatoriedade das pessoas serem "casadas ou não se encontrarem separadas judicialmente de pessoas e bens ou separadas de facto ou as que, sendo de sexo diferente, vivam em condições análogas às dos cônjuges há pelo menos dois anos". Em relação à inseminação com sémen de dador, a actual lei refere que esta técnica "de um terceiro dador só pode verificar-se quando, face aos conhecimentos médico-científicos objectivamente disponíveis, não possa obter-se gravidez através de inseminação com sémen do marido ou daquele que viva em união de facto com a mulher a inseminar". PS e BE estão, nesta matéria, de acordo, defendendo a inseminação com sémen de um terceiro dador quando não se possa obter gravidez de outra forma. Os projectos socialista e bloquista devem ser chumbados. A maioria dos deputados do PSD é contra e o CDS há muito que ficou fora desta discussão. Especialista alerta para questões éticas A advogada e professora de Direito da Família, Ana Sofia Gomes, considera que a sociedade "não está preparada" para que a PMA seja usada por todos os maiores de 18 anos. Em declarações à Renascença, a especialista afirma que a proposta do Bloco de Esquerda levanta mesmo diversas questões éticas. “Há aqui uma diferença evidente entre os dois projectos. Relativamente ao alargamento do recurso às técnicas de procriação medicamente assistida para generalidade dos utentes, penso que se levantam questões éticas bastante delicadas e que neste momento devem merecer uma maior ponderação e maturação por parte da nossa sociedade”. O projecto do PS não levanta tantas questões éticas, mas é necessário explicar bem o objectivo de se prescindir do diagnóstico da infertilidade, defende Ana Sofia Gomes.


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Medicamento não chegou a tempo de salvar doente com hepatice C Pedido de autorização para a utilização do fármaco foi feito em Julho , mas a resposta só chegou em Janeiro deste ano, avança o jornal "Público". Uma mulher de 51 anos morreu no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, antes de ter acesso a um medicamento inovador contra a hepatite C. De acordo com o jornal “Público”, o pedido de autorização para a utilização do fármaco foi feito em Julho do ano passado, mas a resposta só chegou em Janeiro deste ano. A família da mulher já requereu o processo clínico para avançar com uma acção em tribunal contra as autoridades de saúde. A administração do Hospital de Santa Maria já tem em curso uma auditoria para avaliar os processos dos doentes que estão indicados para receber tratamento com o Sofosbuvir. O fármaco inovador tem 90% de eficácia na cura da hepatite C, mas custa perto de 30 mil euros. No final de Janeiro, o presidente do Infarmed Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, Eurico Castro Alves, disse acreditar que "dentro de dias" poderá surgir o acordo com o laboratório que comercializa o Sofosbuvir, aguardando resposta da empresa à última proposta do instituto. Os cincos maiores hospitais portugueses uniram-se e vão avançar com uma providência cautelar para tentar baixar o preço de um medicamento contra a hepatice C. A acção dos hospitais de São José e Santa Maria, em Lisboa, de São João e Santo António, no Porto, e do Hospital de Coimbra visa a farmacêutica norteamericana Gilead Sciences.

JOSÉ MIGUEL SARDICA

O laboratório grego O Robin dos Bosques do Pireu não vai ser um Hugo Chávez, nem um Lula da Silva. Para isso, precisava de ter dinheiro para gastar, e não tem. E é demasiado burguês e legalista para Che Guevara.

É sabido que os gregos inventaram a democracia na Antiguidade. Com a recente vitória eleitoral do Syriza, irá a Grécia criar um novíssimo modelo político-social europeu e reinventar a democracia? Ninguém sabe, e o problema começa justamente na incógnita reinante acerca do laboratório grego. A vitória do Syriza, à beira da maioria absoluta, foi puramente negativa: os gregos quiseram Alexis Tsipras porque não querem continuar como estão. Foi um programa mínimo com um apoio máximo - romper com o modelo “austeritário” do eixo Bruxelas-Berlim. Para segurar a sua vasta fronda de votantes, cansada da miséria, Tsipras deu já em ser popular e despesista: aumentou o salário mínimo em 50%, restaurou subsídios aos pensionistas, aboliu taxas, suspendeu privatizações e recontratou 10 mil funcionários públicos. O Podemos, o Syriza espanhol que as sondagens dão empatado com o PP de Rajoy, já esfrega as mãos, pensando nas eleições do final do ano em Espanha. Em Portugal, toda a esquerda olha para Atenas, tentando não ficar de fora da fotografia dos novos revolucionários. Que o BE e o PCP se entusiasmem, compreende-se; mas que o primoministeriável António Costa declare que a vitória de Tsipras “dá força para seguir a mesma linha” (qual?) não augura nada de bom. O Robin dos Bosques do Pireu não vai ser um Hugo Chávez, nem um Lula da Silva. Para isso, precisava de ter dinheiro para gastar, e não tem. E é demasiado burguês e legalista para Che Guevara. A sua ideia é mais modesta e entronca na magna questão da renegociação das dívidas soberanas e do alívio da austeridade imposta aos países incumpridores. Tsipras não quer a Grécia fora do Euro. Sabe que um tal cenário significaria a implosão do país, uma guerra civil e porventura, a prazo, um futuro de ditadura militar ou qualquer coisa parecida. O que quer é jogar em dois tabuleiros, arregimentando o povo grego que lhe caiu nos braços para, com um país às costas, ir fazendo o seu “bluff” (alguns chamam-lhe chantagem) com a Europa: pelo lado financeiro, a zona Euro e os credores


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internacionais da Grécia têm muito a perder se Atenas não pagar; pelo lado político e até sentimental, a União Europeia ficará com uma enorme mancha se deixar cair um dos seus ou, ainda pior, se o expulsar. É com isto que o Syriza conta. O jogo tem todavia riscos, que espreitam, e só se espera que o Syriza perceba os limites. Quem paga as benesses que Tsipras anda a prodigalizar aos gregos são todos os contribuintes europeus: quantos destes não pensarão que melhor seria que cada governo gastasse com os seus (Portugal contribuiu com mil milhões de euros para os resgates gregos)? Se a quebra de solidariedade assim se instalar, a deriva dos eleitorados para correntes soberanistas de extremadireita será uma tendência crescente. Repare-se que para garantir um governo maioritário, Alexis Tsipras não escrupulizou uma aliança contra natura com um grupúsculo anti troika de direita nacionalista. E através desta convergência oportunista de extremos, o laboratório grego pode na verdade estar a incubar qualquer coisa muito distante da reinvenção democrática prometida.

Relatora da ONU. Poder judicial português "não pode estar de joelhos” Especialista visitou Portugal e analisou conquistas e desafios do país. Na mira estiveram também os atrasos da justiça e o apoio judiciário, assim como a protecção dada as crianças, aos migrantes e às mulheres vítimas de violência doméstica. A relatora do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o poder judicial português "não pode estar de joelhos, com o chapeuzinho na mão, aguardando recursos financeiros e administrativos" para funcionar. Gabriela Knaul falava esta terça-feira, em Lisboa, após uma visita de oito dias a Portugal para elaborar um relatório sobre o sistema judiciário, em que também serão abordadas questões ligadas ao acesso à justiça, tribunal constitucional, reforma do mapa judiciário, estatuto dos magistrados e violência doméstica. "O que me preocupa mais no que diz respeito a Portugal é, realmente, a questão orçamental", sublinhou Gabriela Knaul, observando que o poder judicial "não pode estar de joelhos" e de "chapeuzinho na mão" à espera que lhe sejam dados recursos financeiros, administrativos e outras medidas, tudo isto sem "poder fazer nada" enquanto os "prazos passam" e não se apuram responsabilidades pelas falhas do sistema. Lembrou, a propósito, que tanto os orçamentos para os Tribunais da Relação e de primeira instância e do Ministério Público são actualmente administrados através do Ministério da Justiça, o que "parece limitar as possibilidades de responsabilização de juízes e

procuradores pela eficiência na execução das suas actividades". A relatora da ONU recomendou, assim, que seja dada maior autonomia orçamental, financeira e administrativa aos tribunais e ao Ministério Público. Gabriela Knaut considerou, por outro lado, que o Tribunal Constitucional tem um papel central na preservação de direitos e garantias conquistados com a democracia e que é "sabido que o TC está sob fortíssima pressão em razão da fiscalização que fez de medidas tidas por muitos como inconstitucionais, adoptadas pelo poder executivo a fim de reduzir gastos públicos". O facto de o Constitucional ter declarado a inconstitucionalidade de algumas dessas medidas foi mencionado por diversos interlocutores como um "indicador da independência do judiciário português", disse. Cuidado com as pressas Defendeu que Portugal deve garantir que a justiça seja "acessível a todos", numa altura em que o risco de pobreza atinge hoje um em cada cinco portugueses. Também os reclusos devem ter o direito a serem defendidos por um advogado. "As dificuldades no acesso à justiça têm um impacto ainda mais alarmante em grupos que são particularmente vulneráveis à violência, tais como presos, mulheres, crianças e adolescentes", referiu Gabriela Knaut, acrescentando que a violência doméstica também é reconhecida pelo Governo português como "uma grande preocupação". Quanto à reforma do mapa judiciário, a principal preocupação detectada prende-se com a "rapidez com que as mudanças ocorreram num sistema que tinha problemas evidentes e que não estava completamente apto a mudar o seu funcionamento de maneira acelerada". "O colapso do sistema informático (Citius), em Setembro, é talvez o indicador mais preocupante da excessiva pressa na condução da reforma judicial", notou. A visita de Gabriela Knaul insere-se na preparação de um relatório sobre o sistema judicial português, que será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos, em Junho deste ano.


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Sócrates diz que Ministério Público ignorou e-mail a oferecer colaboração Em declarações escritas enviadas à SIC, o antigo primeiro-ministro diz que ainda hoje espera que o director DCIAP, Amadeu Guerra – que foi quem recebeu o e-mail – se digne a explicar o que aconteceu.

escrito, que têm como objectivo único defender-se de noticias difamatórias. Por fim, José Sócrates admite, mais uma vez, que o também arguido Carlos Santos Silva lhe fez vários empréstimos de dinheiro, que pretendia e pretende pagar, e revela que chegou a ligar para o vicepresidente de Angola, no último Verão, vários meses depois de ter saído do Governo, porque Carlos Silva e um dos administradores do grupo Lena, que queriam abrir negócio naquele país, o pediram. Sócrates alega que pretendeu apenas ajudar uma empresa portuguesa, tal como noutras ocasiões, com outras.

Santana só anuncia eventual candidatura a Belém em Outubro “Continuo a pensar que há muito pouco tempo, de Outubro até Janeiro, para uma campanha presidencial como deve ser. Mas, temos que nos sacrificar em prol do interesse colectivo”, diz Santana Lopes.

Foto: Lusa Por Liliana Monteiro

José Sócrates acusa o Ministério Público de ter usado um truque ao ignorar, propositadamente, um e-mail enviado ao DCIAP pelo seu advogado, no qual se disponibilizava para ser ouvido no processo o mais rapidamente possível. O e-mail terá sido enviado horas antes de partir de Paris, rumo a Portugal, no passado dia 21 de Novembro. Sócrates questiona como é que este e-mail, enviado perto das 16h00 de dia 21, disponibilizando-se para falar, só tenha sido oficialmente recebido à 16h00 do dia 25, já depois de decretada a prisão preventiva, sustentada, entre outros pressupostos, no perigo de fuga quando foi o próprio a regressar. Em declarações escritas enviadas à SIC, o antigo primeiro-ministro diz que ainda hoje esperar que o director DCIAP, Amadeu Guerra - a pessoa que recebeu o e-mail - se digne a explicar o que aconteceu. O ex-líder do PS acusa, ainda, a investigação de estar a jogar com fugas selectivas ao segredo de justiça, de modo a obter a condenação mesmo antes da sentença final. Sócrates diz que, neste caso, se prendeu para se investigar e que este é um processo mais de teorias e presunções do quede provas e indícios concretos. Nas respostas às várias questões da SIC, Sócrates volta a referir que as malas de dinheiro para Paris, o milhão descoberto num cofre, os imóveis e um fundo imobiliário criado para ocultar a sua propriedade não são mais do que mentiras e invenções. O detido 44 de Évora aproveita ainda para contestar outro dos motivos que o mantêm em prisão preventiva, o perigo de perturbação do inquérito, argumentando que o que perturba a investigação são as violações do segredo de justiça e não as suas declarações por

Santana só anuncia em Outubro se vai ser candidato a Belém. Foto: DR

O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes remete uma eventual candidatura a Presidente da República para depois das eleições legislativas, em Outubro, declarando que “todas as razões apontam para esperar” por essa altura. “Tudo aponta para que esta matéria das presidenciais cada vez mais deslize para depois de Outubro, como muitos queriam [...]. Acho que sim [que vou esperar por Outubro]. Tenho defendido sempre e continuo a pensar que em tese deve ser assim, que as presidenciais devem-se misturar o menos possível com as legislativas", declarou Santana Lopes na Sic Notícias, no espaço semanal de comentário que partilha com antigo ministro socialista António Vitorino. Apesar de insistir que a altura mais conveniente para eventualmente avançar com uma candidatura a Belém seria Março ou Abril, o social-democrata, apontado como possível candidato às eleições presidenciais de 2016, referiu que há factores a condicionar a decisão. Desde logo o facto de ainda não se saber se PSD e CDSPP concorrem coligados às eleições legislativas em Outubro deste ano: “Agora temos que ir à coligação.


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Deve haver coligação ou não? É um tema sobre o qual será muito bom reflectir-se, ponderar-se. Há muitas dúvidas sobre isto”. Mas há também a situação na Europa, avançou Santana Lopes, e as questões levantadas pela vitória do Syriza na Grécia, que agora estão em cima da mesa, não “de um modo dramático, mas muito exigente”, que aconselha que todos repensem “os propósitos” que tinham. “Todas as razões apontam para que cada um de nós possa esperar por Outubro, esperar por depois legislativas e a partir desse momento todos somos cidadãos livres e iguais com mais de 35 anos”, declarou o actual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Santana Lopes admitiu, no entanto, que o calendário se complica. “Continuo a pensar é que há muito pouco tempo, depois de Outubro até Janeiro, para uma campanha presidencial como deve ser. Mas, isso... nós temos que nos sacrificar em prol do interesse colectivo”, disse. Ainda assim, para Santana Lopes, esperar por Outubro tem a virtude de “acalmar muitas pessoas que estavam agitadas”. “Assim acaba o nervosismo dos que diziam assim: pode haver quem ganhe vantagem por se lançar em Março ou Abril. Não. Assim ficamos todos iguais”, afirmou. Em Dezembro, no seu comentário semanal na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa, igualmente apontado como presidenciável à direita em 2016, afirmou que Outubro seria “timing” certo para a apresentação de uma candidatura. Na altura, Santana Lopes, no mesmo espaço de comentário onde esta terça-feira adiou uma hipotética candidatura para Outubro, criticou a visão do calendário eleitoral de Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando que Outubro seria “muito tarde”. Santana Lopes defende, contudo, que as pessoas possam alterar o que pensavam, admitindo que actualmente vê a questão de forma diferente. Santana Lopes fez ainda um voto de silêncio sobre a matéria para os próximos meses: “Até Outubro, não sei qual vai ser o dia das eleições, sobre presidenciais não falo mais. Nem penso nisso”.

Tribunal anula diploma que criou prova dos professores Fenprof defende que os docentes prejudicados devem ser indemnizados. Na última prova, realizada em Dezembro, um terço dos 2.490 professores que a realizou chumbou.

Foto: Lusa

O Tribunal de Coimbra considerou nulo o diploma que criou a prova de avaliação de professores, mas o Ministério da Educação vai recorrer da decisão. Em 2013, quando foi publicado o despacho do calendário da realização da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC), a Federação Nacional de Professores (Fenprof) avançou com várias acções em tribunal, sendo que algumas conseguiram suspender provisoriamente a realização da prova. No final da semana passada, o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Coimbra proferiu uma nova sentença: anular o despacho com que o ministério lançou a aplicação da prova. Esta decisão significa que as provas até agora realizadas já "não podem produzir os efeitos que o ministério pretendeu", disse à Lusa João Louceiro, do secretariado nacional da Fenprof, sublinhando que a "sentença representa uma enorme derrota de quem continua a insistir na aplicação da uma prova que o tribunal vem assinalar que enferma de ilegalidade". Tutela vai recorrer Questionado pela agência Lusa, fonte do gabinete do Ministério da Educação e Ciência revelou que "irá interpor recurso para o Tribunal Central Administrativo Norte no respectivo prazo legal, acto que tem efeitos suspensivos da decisão". No acórdão, o tribunal considera que o diploma "ofende o princípio da segurança jurídica imanente da ideia de Estado de Direito Democrático, bem como a liberdade de escolha da profissão prevista na Constituição da República Portuguesa e é com base nestes vícios que o Tribunal anula o despacho em causa", revela a Fenprof. João Louceiro lembra que agora "não se trata de mais


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uma providência cautelar que suspende provisoriamente a prova" e que os docentes prejudicados pelo despacho devem ser indemnizados: "Há professores no meio disto, por insistência do ministério em sujeitá-los a uma prova que é ilegal, há prejuízos que terão de ser avaliados e os professores ressarcidos". Na última PACC, realizada em Dezembro, um terço dos 2.490 professores que a realizou chumbou, o que significa que ficaram impedidos de realizar a componente especifica da prova. Os professores têm contestado esta medida desde que o ministério anunciou a decisão de a implementar, com a marcação de greves e acções judiciais interpostas em vários tribunais do país. A prova é obrigatória para todos os professores com menos de cinco anos de serviço que se queiram candidatar a dar aulas e a reprovação na prova impede o acesso à carreira.

Teste de inglês obrigatório no 9º ano está mais exigente Professores da disciplina não estão preocupados, pois acautelarem alguns aspectos. O teste de inglês obrigatório para os alunos matriculados no 9º ano vai ser mais exigente do que o realizado no ano passado, pois será aplicado um nível superior pelo Cambridge School. Esta situação que não preocupa os professores da disciplina. Alberto Gaspar, o presidente da associação, reconhece que a realização deste teste diagnóstico leva os docentes a acautelarem alguns aspectos. “Este ano, provavelmente, terá havido uma atenção diferente da parte dos professores a certos aspectos do ensino da língua. Por exemplo, talvez um cuidado maior na oralidade dos alunos, ou seja, na capacidade de ouvir e entender e na capacidade de comunicar oralmente”, explicou à Renascença. O teste de inglês, obrigatório para os alunos inscritos no 9.º ano e facultativo para outros estudantes, já tem data marcada: a componente escrita realiza-se a 6 de Maio e a oral entre os dias 7 de Abril e 5 de Maio. Este teste diagnóstico também pode ser feito por alunos que estejam a frequentar os 2º e 3º ciclos do ensino básico e secundário. Para eles as inscrições arrancaram esta terça-feira e prolongam-se até dia 22. O mesmo acontece para os alunos que queiram pedir o certificado. Para quem pretenda obter um certificado, as inscrições arrancaram esta terça-feira e obrigam ao pagamento de 25 euros.

Jovens representam 10% das vítimas mortais em acidentes rodoviários Acidentes com jovens, entre os 18 e os 24 anos, ocorrem sobretudo entre as 20h00 e as 8h00, durante os fins-de-semana. Os jovens representam 10% do total das vítimas mortais em acidentes rodoviários, tendo a sinistralidade deste grupo etário um custo económico e social de 752 milhões de euros. Na sessão de lançamento da edição deste ano de um programa rodoviário destinado a futuros condutores, o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Jorge Jacob, avançou as estatísticas da sinistralidade rodoviária envolvendo jovens. Entre 2010 e 2013, os acidentes rodoviários provocaram, entre os jovens, 325 vítimas mortais, 1.298 feridos graves e 23.546 feridos ligeiros, disse Jorge Jacob, adiantando que a sinistralidade com jovens teve um custo económico e social de 752 milhões de euros em 2010. Segundo a ANSR, o risco de morte em acidentes de viação dos jovens, entre os 18 e os 24 anos, foi cerca de 40% superior ao da restante população e 50% dos mortos e feridos graves resultaram de despistes, seguido de colisões. De acordo com a associação, os acidentes com jovens ocorrem sobretudo entre as 20h00 e as 8h00, sendo o período mais elevado entre as 4h00 e as 8h00, e durante os fins-de-semana, além de ocorrerem em arruamentos e estradas municipais. As estatísticas mostram igualmente que os carros ligeiros são os veículos dominantes nos acidentes dos jovens entre os 18 e os 24 anos, sendo os desastres com motas mais superiores na restante população do que nesta faixa etária. Apesar destes dados, Portugal ocupa o segundo lugar mais baixo da Europa em termos de risco de morte dos jovens.

Galp Energia multada em nove milhões por práticas anticoncorrenciais A empresa lamenta a pena, relativa ao mercado do gás engarrafado, e lembra que a situação em causa já não é aplicada há 15 anos. A Autoridade da Concorrência aplicou uma multa


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recorde, no valor de 9,29 milhões de euros, ao grupo Galp Energia. Em causa está a alegada prática de regras anticoncorrenciais no mercado do gás engarrafado. A investigação revelou que as empresas do grupo Galp Energia proíbem os seus distribuidores de botijas de gás de vender fora de uma área geográfica definida no contrato, impedindo-os assim de concorrer com outros distribuidores situados em territórios vizinhos ou próximos. Para a Autoridade da Concorrência, esta restrição é susceptível de penalizar os consumidores com preços mais elevados, já que os distribuidores de gás engarrafado da Galp Energia podem praticar preços e condições comerciais sem qualquer pressão concorrencial por parte de outros distribuidores concorrentes. Estima-se que mais de dois milhões de famílias portuguesas adquirem gás em garrafa, suportando uma factura que ronda os 250 euros por ano, adianta em comunicado o organismo. A Galp Energia já lamentou esta decisão por entender que é "injustificada". Em comunicado esclarece que a coima resulta de uma cláusula limitativa de vendas de gás de garrafa fora da área geográfica do distribuidor uma situação que, no entanto, já não é aplicada pela empresa há 15 anos.

Arguidos do caso BPP têm 20 dias para pagar quase sete milhões

Financeiras, e que ia em sentido contrário, tendo sido alvo de recurso por parte dos cerca de 20 antigos clientes do BPP. “Acorda-se em revogar a decisão recorrida e, dando parcial provimento ao recurso, em determinar que os arguidos/requeridos, prestem caução económica, por depósito, junto da Caixa Geral de Depósitos [CGD], à ordem deste processo, no valor de seis milhões novecentos e cinco mil oitocentos e quarenta e um euros e dezassete cêntimos, no prazo de 20 dias, para salvaguarda do pagamento das indemnizações civis em que venham a ser condenados”, lê-se no documento assinado pelas juízas Maria Silva e Ana Barbosa. Já o pedido de que a referida caução sirva também de garantia ao pagamento das custas judiciais foi declarado improcedente.

PCP também quer criminalizar o enriquecimento ilícito Nestas jornadas, e apesar de Pedro Passos Coelho ter rejeitado a ideia, os comunistas propõem uma conferência intergovernamental para discutir a renegociação da dívida e vão mesmo avançar com um projecto de resolução nesse sentido.

O pedido de que a referida caução sirva também de garantia ao pagamento das custas judiciais foi declarado improcedente.

João Oliveira, do PCP. Foto: Lusa Por Susana Madureira Martins Decisão do tribunal representa uma vitória para os clientes do BPP. Foto: Lusa

O Tribunal da Relação de Lisboa aceitou o recurso dos clientes do BPP que solicitaram o depósito na CGD de quase sete milhões de euros para salvaguarda do pagamento das indemnizações pedidas a João Rendeiro, Paulo Guichard e Fezas Vital. Segundo o acórdão a que a agência Lusa teve acesso, datado de 28 de Janeiro, os juízes decidiram revogar a decisão tomada na primeira instância da 2ª Vara Criminal de Lisboa, onde é julgado o caso Privado

Depois do Bloco de Esquerda, é o PCP, comunistas avançam com a apresentação de um projecto de lei para criminalizar o enriquecimento injustificado. João Oliveira, líder parlamentar do PCP, diz que a bancada irá apresentar um texto que ataca o problema pela via fiscal, tal como como já faz o diploma dos bloquistas: “Tendo como base a obrigatoriedade de todos os cidadãos declararem e indicarem a origem concreta e compatível com os seus rendimentos legítimos de património ou acréscimos patrimoniais de montantes elevados que entrem na sua posse”. “Com esta iniciativa o PCP visa contribuir para superar


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o impasse que se gerou apos a declaração de inconstitucionalidade dos projectos relativos ao enriquecimento ilícito. Esperamos agora que o PSD cumpra a sua promessa mil vezes repetida de apresentar uma iniciativa sobre esta matéria em tempo útil que permita a sua aprovação até ao fim da legislatura.” Desafio feito ao PSD, os comunistas mordem os calcanhares quer aos que estão envolvidos em casos como os vistos dourados, quer aos socialistas em que implicitamente se encaixa o caso José Sócrates: “Os recentes desenvolvimentos em torno de processos de corrupção, fraude fiscal, branqueamento de capitais e outras expressões de criminalidade económica e financeira, envolvendo altos responsáveis da estrutura do Estado, vêem confirmar a necessidade de medidas de reforço ao seu combate”. A par da criminalização do enriquecimento injustificado, os comunistas irão ainda apresentar um conjunto de propostas de combate á corrupção, criminalidade económica e financeira e transparência na utilização de dinheiros públicos. Nestas jornadas, e apesar de Pedro Passos Coelho ter rejeitado a ideia, os comunistas propõem também uma conferência intergovernamental para discutir a renegociação da dívida e vão mesmo avançar com um projecto de resolução nesse sentido. O PCP anunciou ainda a apresentação de outras iniciativas. Por exemplo, a audição no Parlamento sobre a fiscalidade das grandes empresas nacionais e multinacionais que operam em Portugal, incluindo a audição de membros do governo, empresários, e técnicos oficiais de contas.

obriga a serem mais cuidadosos e exigentes na concessão de crédito. Por sua vez, as empresas nacionais, as mais endividadas da Europa, são também aquelas que menos capitais próprios possuem e por isso dependem demasiado do crédito bancário. O ministro da Economia apelou aos empresários para abrirem o seu capital a novos sócios ou investidores. A conversão de dívida em capital é um caminho possível. Como Pires de Lima reconheceu, a resistência das empresas, sobretudo as de menor dimensão, a abrir o seu capital tem a ver com a nossa mentalidade individualista. À qual não agrada passar de uma gestão familiar para uma gestão mais profissional. Ora mudar mentalidades não é coisa fácil, mesmo quando as circunstâncias aconselham tal mudança.

Transportes públicos. Falta de funcionários deixa por cobrar 85 mil multas Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos fala numa "situação incomportável" para funcionários e contribuintes.

FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Conversa de surdos Como Pires de Lima reconheceu, a resistência das empresas, sobretudo as de menor dimensão, a abrir o seu capital tem a ver com a nossa mentalidade individualista. À qual não agrada passar de uma gestão familiar para uma gestão mais profissional.

Parece uma conversa de surdos, que se prolonga desde há muito. Os empresários queixam-se dos bancos, dizendo que o crédito está difícil e caro; por sua vez, a banca garante não restringir empréstimos, só que não aparecem projectos válidos em número significativo. Vários bancos têm apresentado prejuízos, o que os

Foto: Lusa

Faltam, pelo menos, três mil funcionários para que a Autoridade Tributária e Aduaneira tenha capacidade para cobrar as multas em atraso nos transportes públicos. O número foi avançado à Renascença pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), após os dados divulgados, esta terça-feira, na imprensa. A estatística indica que há 85 mil multas por cobrar, o que equivale a mais de dez milhões de euros por recuperar. De acordo com Paulo Ralha, do STI, um outro problema reside na incompatibilidade entre bases de dados, perturbação que o Governo prometeu resolver há mais de um ano. Contudo, mesmo que essa falha estivesse resolvida, não haveria mãos suficientes, critica. "Mesmo que houvesse compatibilidade entre os sistemas informáticos, não há recursos humanos suficientes para tramitar processos e para fazer o


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atendimento de todas as coimas que estão pendentes e, depois, o curso natural das coimas, que seguiriam para a Autoridade Tributária", diz. Neste momento, os tempos de espera nos serviços rondam mais de duas horas. "Está-se a tornar numa situação incomportável, quer para os trabalhadores, quer para os contribuintes", sublinhou Paulo Ralha, acrescentando que o serviço de retaguarda está "completamente bloqueado, porque não há qualquer possibilidade humana de o fazer". Algumas empresas de transportes públicos estão a aceitar o pagamento voluntário das coimas, embora isso não seja permitido por lei.

Piratas atacam sistema informático da Comissão da Carteira de Jornalistas Membros da comissão têm suspeitas sobre a autoria dos ataques, que já estão a ser investigados pela PJ. O sistema informático da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) foi alvo de um ataque, mas, de acordo com elementos da comissão, os dados estão seguros. Em declarações à Renascença, o presidente da comissão, Pedro Mourão, revela que foram "confrontados com a tentativa de intrusão no sistema informático" da CCPJ. "Não é a primeira vez que acontece", acrescenta. "Procurámos reforçar todo o mecanismo de defesa desse mesmo sistema", explicou Pedro Mourão, dirigindo uma palavra aos jornalistas: "Não estejam preocupados com essa tentativa de intrusão porque, pensamos, não passa de um mera tentativa". Tal como da primeira vez, os dirigentes da CCPJ vão fazer uma participação criminal. "Da outra vez tivemos o cuidado de fazer uma participação criminal por entendermos que há indícios de, pelo menos, da prática de crime cibernético. E decidiremos sobre uma outra participação criminal porque temos sérias suspeitas sobre a autoria destas tentativas de intrusão", rematou.

Álvaro Covões. "Se não forem criados mais conteúdos, vamos perder turistas" Sem eventos, os destinos turísticos perdem valor. O aviso é de Álvaro Covões, organizador do festival Alive.

Foto: DR Por Ana Carrilho

Lisboa tem património, paisagem e uma luz especial. Mas, sem esses atributos, não difere muito de outras grandes cidades europeias. Por isso, é necessário criar motivos de interesse que, na hora de escolher, façam os turistas escolher Lisboa ou Portugal como destino. Esta foi a ideia fundamental que Álvaro Covões, responsável pela realização do Alive, considerado um dos melhores festivais de música europeus, deixou esta terça-feira durante o almoço mensal da Associação de Hotelaria de Portugal. Tema da conferência: "A importância dos eventos para a valorização dos destinos". Em 2014, o Alive, que acontece no Passeio Marítimo de Algés, teve pelo menos 15 mil espectadores estrangeiros, três quartos dos quais, visitaram Lisboa pela primeira vez. Um terço usou a TAP, 4.300 ficaram no Parque de Campismo de Lisboa e muitos mais em hostels ou hotéis com os quais a Everything is New tem parcerias. Quase todos ficaram mais de quatro dias e aproveitaram para conhecer a região. E tudo isto tem grande impacto na hotelaria, restauração, comércio e na economia em geral. O mesmo aconteceu com os recentes espectáculos de "Violetta", com mais de 70 mil pequenos espectadores, a maior parte de fora de Lisboa (das ilhas a Espanha ou França). Para Álvaro Covões, é claro que os diversos intervenientes públicos e privados devem unir esforços em vez de se digladiar por espaços e fazer o melhor possível para promover os destinos. O empresário frisa que as regiões de turismo têm um papel fundamental na coordenação de toda esta informação e na sua divulgação para que os turistas


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saibam o que há de melhor em cada região, todos os dias. Lembra que, apesar dos inúmeros prémios que as revistas e sites da especialidade têm dado a Portugal, é preciso chegar às pessoas. "É delas que todos vivemos". O CEO da Everything is New alerta: "Se não forem criados mais conteúdos, vamos perder turistas. Porque não pode começar a passar a ideia de que não é possível entrar aqui ou ali porque está esgotado". E deu como exemplo o que acontece com o Mosteiro dos Jerónimos: o número de visitas não aumentou porque aquele monumento não suporta mais visitantes. Defende que é possível apostar noutros eventos culturais e fala com orgulho das exposições de Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda ou "O Prado em Lisboa" e "Os Sabóias. Reis e Mecenas" no Museu de Arte Antiga – todas com selo Everything is New. Em 14 meses tiveram mais de 322 mil visitantes. Por isso, o empresário quer continuar nesta área. E mesmo sem revelar pormenores, Covões adiantou aos jornalistas que já está a negociar com entidades outra exposição.

Arte pop e minimal para ver no Museu Vieira da Silva Exposição exibe dezenas de obras da histórica galeria parisiense Sonnabend. O Museu Arpad-Szenes - Vieira da Silva, em Lisboa, inaugura na quinta-feira uma exposição com 49 obras da histórica galeria parisiense Sonnabend, que apresentou pela primeira vez na Europa obras de artistas como Jasper Johns. Na mostra, intitulada "Sonnabend. Paris - New York", vão estar representados 15 artistas, entre os quais Jim Dine, Mario Schifano, Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Andy George Segal, Michelangelo Pistoletto, John Chamberlain, Robert Watts, Tom Wesselmann, Arman e Larry Bell, representantes do movimento Pop e Minimal Art. De acordo com o Museu Vieira da Silva, a exposição assinala a importância da galeria parisiense nos seus primeiros cinco anos de funcionamento, entre 1962 e 1967, quando muitos daqueles artistas apresentaram obras na Europa pela primeira vez. "Para muitos destes artistas, terem obras expostas na Galeria Sonnabend de Paris representou a sua primeira apresentação na Europa e o confronto da Pop Art com a Escola de Paris, da qual Vieira da Silva era uma das principais representantes", sublinha o museu. António Homem, nascido em Lisboa, em 1939, curador desta exposição, começou a trabalhar com a Galeria Sonnabend, em Paris, em Setembro de 1968. Participou na fundação da mesma Galeria em Nova Iorque, em Janeiro de 1970, e na inauguração do novo espaço no Soho, em Manhattan, em Setembro de 1971. Residente em Nova Iorque desde 1989, António Homem dirigiu a Galeria Sonnabend juntamente com a galerista e coleccionadora Ileana Sonnabend até à sua morte, em 2007, data em que herdou a Galeria e a colecção, com Nina Sundell, filha do primeiro

casamento de Ileana com Léo Castelli. Num texto sobre a exposição, António Homem sublinha que "há 50 anos, o prémio da bienal de Veneza foi dado pela primeira vez a um artista americano, Robert Rauschenberg, criando grandes controvérsias na cena artística europeia". "Foi o princípio de um período em que uma nova arte americana, compreendendo movimentos como a pop art, minimalismo e conceptualismo, encontraram um público europeu que os recebeu por vezes ainda com mais interesse que o público americano dessa época", sublinha. Assinala ainda que esse interesse pelos artistas norteamericanos tinha começado em Paris, com as actividades da galeria que Ileana Sonnabend (19142007) abriu em 1962, com uma exposição de Jasper Johns. "Durante mais de 40 anos de actividade, enquanto galerista em Paris e depois em Nova Iorque, a partir de 1970, mas também como coleccionadora, Ileana Sonnabend fez conhecer artistas americanos na Europa e artistas europeus na América", recorda o curador, assinalando que todas as obras fazem parte da Colecção Sonnabend. A exposição é inaugurada às 18h30 de quinta-feira e pode ser visitada até 3 de Maio. Resulta de uma colaboração entre a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, a Sonnabend Collection Foundation, de Nova Iorque e com a Fondazione Musei Civici di Venezia Ca' Pesaro Galleria Internazionale d'Arte Moderna.

Trezentos portugueses em Roma com D. Manuel Clemente Consistório para a criação de novos cardeais está marcado para 14 de Fevereiro.

Foto: DR

Trezentos portugueses deslocam-se a Roma no próximo dia 14 para assistir ao Consistório em que D. Manuel Clemente será criado cardeal pelo Papa Francisco. O Patriarca de Lisboa vai assumir o cargo numa cerimónia no Vaticano, juntamente com outros 19 novos cardeais. O padre Mário Rui Pedras, responsável pela Pastoral do


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Turismo na diocese, confirmou que são muitos os portugueses a marcar presença em Roma, dos quais 60 integram a viagem oficial organizada pelo Patriarcado de Lisboa: 40 da diocese de Lisboa e 20 da diocese do Porto. Estes números foram adiantados em conferência de imprensa, esta terça-feira, para dar conta do programa previsto. O Consistório começa no sábado às 11h00, menos uma em Lisboa. Durante a tarde decorrerá uma visita de cortesia aos novos cardeais, que no domingo concelebram missa com Papa na Basílica de São Pedro (10h00, menos uma em Lisboa). Na segunda-feira, dia 16, D. Manuel Clemente irá celebrar a missa na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, (11h30, menos uma em Lisboa). Senhor "chama-te para servires" Já o bispo auxiliar de Lisboa fez referência à carta que Francisco escreveu aos novos cardeais, para frisar as responsabilidades que agora vão assumir na Igreja. “O Papa dirigiu-se a cada uma dos cardeais eleitos para lhes dizer que através da Igreja o Senhor 'chama-te para servires', uma vez mais, com humildade”. D. Joaquim Mendes lembrou as palavras do Papa: "Disse claramente que o cardinalato não deve ser visto como um prémio, mas como um serviço que antes de mais é ser testemunha de Cristo". O vice-primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros vão estar em Roma para as cerimónias. Paulo Portas e Rui Machete representam o Estado português. De regresso a Portugal, a primeira celebração do novo cardeal vai decorrer na Sé de Lisboa, a 18 de Fevereiro, com a Missa de Quarta-feira de Cinzas (19h00). A 22 de Fevereiro, D. Manuel Clemente vai proferir a primeira catequese quaresmal, no Mosteiro dos Jerónimos, às 16h30, a que se segue uma sessão de apresentação de cumprimentos, aberta a todos os que desejarem participar. O Serviço de Turismo do Patriarcado de Lisboa continua a aceitar inscrições para a viagem a Roma, que decorrerá entre os dias 13 e 16 desse mês.

se foram suficientemente rápidos. É no plano humano, das pessoas. O que significa imediatamente a seguir no plano social e depois no plano político”, sustenta o antigo ministro social-democrata. “A Europa falhou naquilo que é mais importante. Se tivermos um orçamento cheio de futuro e uma comunidade sem futuro nenhum não vale a pena ter futuro nenhum. Aquilo onde a Europa falhou, não sendo objectivo imediato daqueles planos de assistência, é o mais importante em qualquer processo de envolvimento europeu: A coesão social e alguma esperança, alguma leitura positiva que possa ser feita”. Vera Jardim critica por seu lado a forma como o Primeiro-ministro classificou as propostas gregas como um conto de crianças, “Não sei se de fadas, se de bruxas”. O antigo ministro socialista considera que a “intervenção do governo português foi a destempo e destemperada”. Arredondamento grego O comentador do Falar Claro defende que Portugal “tem tudo a ganhar com o compromisso. Depois depende do teor desse compromisso, que espero que haja. E que Portugal possa de algum modo vir a ganhar com ele”. Sobre a proposta grega de uma conferência europeia sobre a dívida de Atenas, Vera Jardim diz que “não é uma ideia estapafúrdia. Mas acho que vai cair. Espero que este problema seja resolvido na Europa”. Para Morais Sarmento é agora claro que o Syriza está num processo de arredondamento de discurso. “Depois do discurso de corte de divida, reestruturação, perdão, já arredondou o discurso. Se calhar não foi mal este percurso que o Syriza fez. Está a arredondá-lo agora”. Em que termos? “Agora já estamos a falar de prolongamento de maturidades das dividas, de baixas de juros, de tratamento diferente, de troca por divida nova com novas condições, ligada ao crescimento da economia. Começamos a aproximar-nos de um discurso que, esse sim, é compatível com o daqueles que na Europa puseram dinheiro para ajudar a Grécia”, reconhece o comentado do Falar Claro.

“Europa falhou no que é mais importante: As pessoas”

Canadá. "Express Entry" oferece residência permanente a estrangeiros

Nuno Morais Sarmento e Vera Jardim comentam as ondas de choque das propostas gregas para lidar com a dívida pública e reflectem sobre os planos da Europa para os países em dificuldade. Por José Pedro Frazão

“Os planos de assistência não funcionaram completamente.” Segundo Morais Sarmento isto já não é matéria de opinião, mas um facto. “Não do ponto de vista económico e orçamental, onde podemos discutir se os países fizeram as reformas ou

No âmbito do programa, os trabalhadores qualificados podem criar um perfil online e demonstrar o interesse em residir no país permanentemente. O ministro da Cidadania e Imigração do Canadá anunciou que o primeiro grupo dos candidatos com melhor classificação do novo programa de imigração "Express Entry" vai poder requerer a residência


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permanente no país. Em comunicado, Chris Alexander anunciou que no sábado, dia 31 de Janeiro, 779 trabalhadores qualificados, ligados às ciências naturais e aplicadas, comércio, industriais, electricistas até às profissões relacionadas com a construção, foram convidados a efectuar o requerimento de residência permanente no Canadá. "O Express Entry está a ter resultados impressionantes no seu primeiro mês. Todos os que foram convidados a efectuar o pedido para a residência permanente já têm uma oferta de trabalho válida ou uma nomeação para o programa provincial, o que demonstra que o programa está a funcionar no sentido de preencher as lacunas existentes no mercado de trabalho do Canadá", afirmou Chris Alexander. No âmbito do programa, os trabalhadores qualificados podem criar um perfil online e demonstrar o interesse em residir no Canadá permanentemente. Os candidatos que são aceites na tabela ficam classificados de acordo com vários factores, incluindo o conhecimento de língua, educação e experiência de trabalho. O Canadá vai convidar regularmente os candidatos com mais qualificações para poderem fazer o requerimento. A maioria desses requerimentos será analisada em seis meses ou menos. Uma vez que estes imigrantes forem convidados a candidatar-se para a residência permanente, terão de apresentar o requerimento totalmente preenchido, cumprindo os requisitos de elegibilidade e de admissibilidade, tais como exames de saúde, e terão então até 60 dias para apresentar a sua candidatura online.

Camionista que passe pela Alemanha tem de ser pago pelo salário alemão

serviços de transporte de mercadorias. Desde o dia 1 de Janeiro, os camionistas que passem, carreguem ou descarreguem no país têm de receber pela tabela salarial alemã. As mudanças, avançadas pelo "Jornal de Notícias", estão a preocupar as empresas portuguesas. “A livre circulação de bens e pessoas começa a ser posta em causa por barreiras económicas. É complicada esta gestão”, garante o presidente da Associação Nacional de Transporte Rodoviário de Mercadorias (ANTRAM). Nestas declarações à Renascença, Gustavo Paulo Duarte reconhece que as empresas portuguesas vão ser afectadas, mas que o principal objectivo é combater a concorrência dos países de Leste. “O caso será uma defesa dos países de Leste em que os ordenados são substancialmente mais baixos tanto relativamente aos nossos como o alemão”, afirma o presidente da ANTRAM. Ainda na área dos transportes de mercadorias, França e Bélgica decidiram proibir os motoristas de transporte internacional de efectuarem o descanso semanal - ao fim de 45 horas - a bordo dos veículos. Estas situações vão motivar a queixa que a ANTRAM tenciona entregar, até final deste mês, à Comissão Europeia.

Parlamento britânico aprova lei que permite “bebés com três pais” A directora do Instituto de Bioética da Universidade Católica considera que Londres agiu de forma científica e eticamente irresponsável.

França e Bélgica também introduziram alterações. Agora, os motoristas de transporte internacional estão proibidos de fazer o seu descanso a bordo dos camiões.

Lei permite a criação de crianças com ADN de três progenitores. Foto: DR Por Filipe d’Avillez e Henrique Cunha

A Alemanha introduziu alterações nas regras sobre os

O Parlamento britânico aprovou esta terça-feira uma técnica de reprodução assistida que passa por fundir o ADN dos óvulos de duas mulheres com o espermatozóide de um homem. O objectivo da manipulação é evitar a transmissão de doenças genéticas de mãe para filho, mas uma das consequências é que a criança vai nascer com ADN de


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três progenitores diferentes, pelo que a técnica foi apelidada de “bebés com três pais”. Ana Sofia Carvalho, directora do instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, explica em que consiste esta técnica: “Temos uma percentagem muito grande de ADN no núcleo. Já as mitocôndrias, que são as estruturas celulares responsáveis pela respiração, também têm ADN, cerca de 0.1 ou 0.2% do total. Mas o que acontece é que mesmo sendo muito pouco, ele codifica informação importante, e nesse ADN encontram-se doenças muito graves e complexas.” “No fundo o que acontece é que se tira a mitocôndria que tem o ADN alterado e substitui-se por um que tem o ADN saudável, que vai fazer com que a futura criança não tenha a doença”. A decisão do parlamento de Londres envolve duas técnicas diferentes: “Uma com transferência de mitocôndrias entre ovócitos [não fecundados] e outra entre embriões”. As objecções éticas, que no Reino Unido foram levantadas inclusivamente pela Igreja Católica e a Igreja Anglicana, dizem sobretudo respeito ao segundo método, uma vez que, segundo Ana Sofia Carvalho: “A complexidade ética e muito maior. Primeiro, porque um dos embriões vai ser destruído e, segundo, porque não existe evidência quanto à segurança do processo” Para a especialista em bioética, “uma manipulação desta natureza invasiva deveria ser sujeita a ensaios clínicos robustos para avaliação de riscos. Assim, e mesmo conhecendo a tendência reguladora muito restritiva do Reino Unido da parte da autoridade de regulação da embriologia e fertilização, a decisão de aceitar no parlamento ambas as situações não parece ser cientificamente nem eticamente responsável”, insiste. Em relação à técnica que trabalha com óvulos não fecundados, por não haver destruição de embriões, as objecções são menores, mas também existem. “Quando estamos a falar do nascimento de qualquer criança, e partindo do pressuposto que qualquer criança que nasça deve ser protegida, claro que há aqui questões éticas.” “O que acontece é que neste momento em Portugal, e em quase todo o mundo, foi legalizada a utilização de gâmetas doados, portanto todo o ADN é de um dador que não o pai ou mãe biológica, consoante o tipo de gâmeta utilizado. Este tipo de situação, ou esta potencial utilização terapêutica já passou pela técnica da clonagem. Quando conseguimos fazer uma manipulação, que quase podemos chamar uma micromanipulação do ponto de vista ético, é um passo muito importante. Conseguimos reduzir a complexidade da questão ética através da utilização desta técnica que é eticamente menos invasiva do que seria a clonagem.” A directora do instituto de Bioética da UCP sustenta que do ponto de vista ético, esta questão é substancialmente menos preocupante que a procriação medicamente assistida: “A questão que se pode de alguma forma comparar à procriação medicamente assistida é quando se utiliza um gâmeta de um dador. Ou seja, quando estamos a utilizar um gâmeta de um dador, e utilizando esta linguagem dos três pais ou quatro pais, o que está acontecer é que temos uma mãe afectiva e um pai afectivo, e

poderemos estar a utilizar o espermatozóide, por exemplo, de um dador.” “Aí, ao contrário de estar a trocar apenas as mitocôndrias, quando utilizamos um gâmeta de um dador estamos a usar 100% do ADN de um dador”, explica.

A associação Harambee ajuda África a ajudar África Associação Harambee promove o desenvolvimento em vários países africanos. Há projectos em curso na Costa do Marfim, Congo e Nigéria.

A Costa do Marfim é um dos países onde há projectos a decorrer. Foto: Harambee Por Ângela Roque

A associação Harambee promove o desenvolvimento em vários países africanos. Mas não envia recursos humanos, nem materiais. O que faz? Angariar financiamento para projectos locais. É "ajudar África a ajudar-se", que passa pelo "financiamento de projectos de africanos, por africanos e para africanos", explica Cátia Sá Guerreiro, responsável pela Harambee em Portugal. A Harambee é uma organização internacional nascida aquando da canonização de São Josemaria Escrivá, fundador da Opus Dei, em 2002. Está em Portugal desde 2009. Cátia Sá Guerreiro explica que na base do projecto estão os princípios que defendia São Josemaria Escrivá. "O promotor do desenvolvimento tem de ser o próprio Homem, a própria pessoa, no lugar onde se encontra". É por isso que "não envia material, não envia recursos humanos", apostando no financiamento de "aquilo que os projectos precisam, com o devido controlo e avaliação". "O Harambee tem sempre esta visão: não dar as coisas feitas, mas proporcionar condições para que se possam fazer no local, com os recursos do local", reforça. Nigéria, Costa do Marfim, Congo Todos os anos há um concurso para seleccionar os projectos a financiar, mas este ano a estratégia foi diferente. Para assinalar a beatificação de Álvaro del


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Portillo, o primeiro sucessor de São Josemaria Escrivá à frente da Opus Dei, o que se angariar em 2014 e 2015 destina-se a países por onde ele passou, há 26 anos, e onde identificou várias carências. É o caso da Nigéria, onde "vai ser criado um centro materno-infantil e dada formação nesta área a médicos e assistentes cirúrgicos". Na Costa do Marfim, "o projecto incide numa campanha de luta contra a malnutrição na infância e formação em higiene e nutrição". Na República Democrática do Congo vão ser reforçados "os dispensários, aqueles centros de saúde espalhados pela zona periférica", e será apoiada a escola de enfermagem local. Nos primeiros dez anos de existência, a Harambee financiou 39 projectos em 15 países africanos, num total de mais de 1 milhão e 350 mil euros. Foram apoiados sobretudo projectos na área da educação e da saúde. Donativos "tu a tu" O Harambee "não é uma máquina de cooperação internacional". Por isso, os donativos "nunca são de grandes montantes, nem feitos por empresas", diz Cátia Sá Guerreiro. São "donativos 'tu a tu', iniciativas de amigos que se juntam e que promovem determinada actividade cujos lucros são a favor destes projectos". Foi o que aconteceu numa escola do 2º ciclo, onde todas as actividades do ano, em 2014, renderam 500 euros à associação. "Não é tanto o valor em dinheiro que importa", diz, "mas o valor de quem se junta a esta causa, acreditando que é uma forma de ajudar efectivamente o continente africano". Outro pilar do projecto é "comunicar África". "Trazer aos nossos países europeus o bom que existe naquele continente", elabora. Nesse âmbito, em 2015 haverá um prémio de jornalismo. Outra aposta é a formação de sacerdotes. Parte dos fundos angariados este ano destina-se a financiar bolsas de estudo para padres e seminaristas africanos na Universidade da Santa Cruz, em Roma. A entrevista a Cátia Sá Guerreiro foi transmitida no programa "Princípio e Fim" do passado domingo. Ouça na íntegra

Bombas encontradas no aeroporto do Cairo Autoridades egípcias reforçaram a segurança. As autoridades egípcias reforçaram as medidas de segurança depois da descoberta de duas bombas junto da zona de chegadas do aeroporto do Cairo. A decisão foi tomada também na sequência do rebentamento, que não fez vítimas, de dois pequenos engenhos artesanais, esta terça-feira, no centro da capital. As bombas encontradas no aeroporto do Cairo foram detectadas através dos dispositivos electrónicos de

segurança. As autoridades estão a analisar as imagens da videovigilância para tentar encontrar os responsáveis pela colocação dos engenhos. Na semana passada, uma vaga de ataques coordenados na península do Sinai provocou a morte a três dezenas de agentes das forças de segurança. Os atentados foram reivindicados por um grupo com ligações ao autodenominado Estado Islâmico.

Mortes por terrorismo em Espanha vão dar prisão perpétua Medida faz parte das mudanças que o governo espanhol vai implementar para reforçar o combate ao terrorismo.

Foto: Juanjo Martin/EPA

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e o líder socialista Pedro Sánchez (PSOE) chegaram a acordo para aprovar novas leis antiterroristas. Entre as mudanças está a hipótese de prisão perpétua para os responsáveis por actos de terrorismo que resultem na morte de pessoas. As novas regras antiterroristas aplicam-se a áreas como publicações em meios de comunicação social, novas formas de financiamento de actividade criminal e viagens a zonas de guerra. Rajoy considera que as alterações legislativas vão contribuir para que estas práticas fiquem “bem tipificadas e bem agravadas”. O acordo inclui a chamada "prisão permanente revisável", à qual o PSOE tinha se mostrado contra. Mas Sánchez prometeu modificá-la quando tiver a maioria parlamentar necessária. "Enviamos uma mensagem clara aos radicais: a sociedade espanhola está unida em torno da sua liberdade", declarou Mariano Rajoy após a assinatura do pacto. "Este é um acordo imprescindível que dá mais eficácia à luta contra o terrorismo, mas sem limitar a liberdade dos espanhóis", sublinhou, por seu lado, Pedro Sánchez. O líder do PSOE ressaltou a "imprescindível unidade" que deve existir entre as forças políticas na luta contra o terrorismo.


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A discussão sobre o pacote de medidas no Parlamento espanhol está marcado para dia 10 e a lei deve ser aprovada nove dias depois.

França. Três soldados agredidos junto a centro judaico em Nice O atacante, que usou uma faca, foi expulso da Turquia na semana passada e interrogado pelos serviços de informações franceses no regresso a França.

Militares vigiam centro judaico em Nice. Foto: Sebastien Nogier/EPA

Três soldados que faziam vigilância no exterior de um centro judaico em Nice, no sul de França, foram atacados por um homem armado com uma faca. Dois dos militares têm ferimentos ligeiros, nos braços e rosto, e o atacante foi detido, segundo avança a BBC. O incidente aconteceu numa praça, no centro da cidade, onde está situada uma rádio judaica. Segundo algumas testemunhas, dois outros suspeitos que acompanhavam o atacante fugiram. "Condeno firmemente o violento ataque, desta tarde, contras os soldados encarregados de proteger a nossa cidade", disse o autarca de Nice, Christian Estrosi, acrescentando que o ataque foi filmado por câmaras da cidade, uma gravação que vai ajudar nas investigações. O vice-presidente da câmara de Nice, que se deslocou ao local, revelou que foram detectadas duas facas na posse do atacante. Foi detido graças à intervenção de dois agentes que estavam nas proximidades, segundo Philippe Pradal. Atacante tinha sido expulso da Turquia O homem que atacou três militares foi expulso da Turquia na semana passada, segundo fonte policial citada pela agência France Presse. O suspeito foi interrogado pelos serviços de informações franceses no regresso a França, segundo a mesma fonte. Fontes próximas do inquérito citadas pela imprensa francesa indicaram que o suspeito já tinha chamado a atenção das autoridades a 28 de Janeiro, quando adquiriu um bilhete só de ida para a Turquia. O atacante, que foi detido pouco depois do incidente,

tinha consigo um documento que o identifica como Moussa Coulibaly, o mesmo apelido de um dos três autores dos ataques de Janeiro em Paris (Amedy Coulibaly), segundo o presidente da câmara local, Christian Estrosi. Novas detenções Esta terça-feira, foram detidas oito pessoas com ligações a cadeias de recrutamento de militantes para a jihad na Síria. A operação policial aconteceu nas regiões de Paris, nomeadamente na região do Seine, em Saint-Denis, e de Lyon. A 7 de Janeiro, num atentado nas instalações do jornal satírico "Charlie Hebdo", já reivindicado pela Al-Qaeda, morreram 12 pessoas. Depois, na mesma semana, outros ataques terroristas fizeram mais cinco vítimas mortais. No resclados destes ataques, as autoridades francesas elevaram a segurança para níveis sem precedentes e anunciaram o destacamento de mais dez mil soldados e quase mais cinco mil polícias. As autoridades também lançaram uma linha telefónica para denunciar casos de radicalização religiosa, enquanto tenta avançar com medidas para melhorar o quotidiano dos milhares de jovens que vivem nos subúrbios. O governo francês estima em cerca de 1.300 o número de cidadãos franceses actualmente afectados por canais de recrutamento de combatentes islâmicos para a Síria e no Iraque, relatou o Ministério do Interior na sua conta no Twitter.

França detém mais oito suspeitos de envolvimento na jihad Operação ocorreu na região de Lyon e Seine. Há "total determinação das forças de segurança para lutar incansavelmente contra o terrorismo", diz ministro da Administração Interna. O ministro da Administração Interna francês, Bernard Cazeneuve, anunciou esta terça-feira a detenção de oito pessoas com ligações às cadeias de recrutamento de militantes para a jihad na Síria. O grupo de alegados recrutas foi detido nas regiões de Paris, nomeadamente na região do Seine, em SaintDenis, e de Lyon. Bernard Cazeneuve anunciou a detenção, feita pela Direcção-Geral de Segurança Interna e pela polícia de Paris, no âmbito de uma investigação às redes de recrutamento jihadistas. “Os indivíduos presos, todos colocados em prisão preventiva, asseguram alistamentos e partidas para a Síria”, disse o ministro aos jornalistas. “A detenção destes oito suspeitos vem na sequência da captura, por razões semelhantes, de cinco indivíduos em Lunel, no sul de França, na semana passada”, acrescentou ainda Cazeneuve, citado no


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órgão de comunicação francês France Soir. “Quase um mês depois dos atentados que atingiram Paris, esta é uma manifestação da total determinação das forças de segurança para lutar incansavelmente contra o terrorismo”, declarou. De acordo com dados do Ministério do Interior, existem actualmente 161 processos judiciais abertos contra supostos jihadistas, que envolvem 547 pessoas. O governo francês estima em cerca de 1.300 o número de cidadãos franceses actualmente afectados por canais de recrutamento de combatentes islâmicos para a Síria e no Iraque, relatou o Ministério do Interior na sua conta no Twitter. A 22 de Janeiro, Cazeneuve indicou que 73 franceses morreram "no palco de operações terroristas" na Síria e no Iraque, em perto de 1.400 franceses que terão saído do país para participar na jihad.

Dois terroristas iraquianos executados na Jordânia Governo de Amã responde ao assassinato de um piloto que tinha sido capturado pelo autoproclamado Estado Islâmico.

Unidos, onde se deveria reunir com o vice-presidente norte-americano, Joe Biden. A viagem tinha como objectivo discutir com as autoridades norte-americanas a luta contra o terrorismo e os esforços para libertar o piloto jordano detido em Dezembro pelos extremistas da Síria quando participava em ataques da coligação contra o autodenominado Estado Islâmico. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou, em comunicado, o assassínio do piloto jordano e pediu aos governos para fortalecerem esforços para combater o terrorismo. O que é o Estado Islâmico?

Imolação de refém criticada por simpatizantes do Estado Islâmico Há quem diga que este tipo de execução é expressamente proibida pelo islão, mas outros adeptos da jihad justificam-se com base no Alcorão.

Muath Al-Kasasbeh, piloto jordano queimado vivo pelo Estado Islâmico. Foto: DR Jordanos apelaram, em vão, à libertação do piloto Mu'ath AlKasasbeh. Foto: EPA

A Jordânia executou esta quarta-feira dois jiadistas iraquianos em retaliação pela execução de um piloto jordano, alegadamente queimado vivo pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Sajida Al-Rishawi, condenada à morte pela sua participação nos ataques terroristas de 2005 em Amã, e Ziad Karbouli, responsável da Al-Qaeda, foram executados pelas 2h00 em Lisboa, disse à AFP um porta-voz governamental. A decisão de executar a iraquiana foi anunciada depois do autoproclamado Estado Islâmico ter divulgado um vídeo em que afirma ter queimado vivo o piloto jordano, Mu'ath Al-Kasasbeh, capturado em Dezembro. O vídeo, cujas imagens ainda não foram autenticadas, mostra um homem envolto em chamas dentro de uma jaula metálica. A televisão jordana anunciou na terça-feira também que o rei Abdullah II cancelou a sua visita aos Estados

Por Filipe d’Avillez

O método usado para assassinar o piloto jordano Mu'ath Al-Kasasbeh - queimá-lo vivo - foi tão violento que mesmo muitos simpatizantes do autodenominado Estado Islâmico estão a questioná-lo nas redes sociais. Ao contrário da maioria dos outros reféns e presos do Estado Islâmico, que foram decapitados ou mortos com tiros na nuca, Kasasbeh foi colocado dentro de uma jaula e queimado vivo. O acto está a gerar muita discussão nas redes sociais. De fora a condenação é unânime, mas mesmo entre os simpatizantes do Estado Islâmico há opiniões diferentes. Pela sua própria natureza, de autoproclamado expoente máximo do islão, o Estado Islâmico procura justificar todos os seus actos com citações do Alcorão ou dos hadites, os ditos de Maomé que foram sendo passados oralmente até serem codificados e que formam, juntamente com o livro sagrado do islão, os dois pilares


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de todo o sistema jurídico islâmico. É precisamente num dos hadites que pegam os que questionam a forma como Kasasbeh foi morto. O dito em questão afirma que Maomé proibiu expressamente que alguém seja morto pelo fogo, uma vez que essa forma de castigo estaria reservada a Deus. O hadite 6922, coligido por Muhammad al-Bukhari, diz: "Alguns ateus foram levados a Ali e ele queimou-os. A notícia chegou a Ibn Abbas, que disse: 'Se fosse eu não os teria queimado, uma vez que o Mensageiro de Deus o proibiu, dizendo: 'Não castigues ninguém com o castigo de Deus (fogo)'". Segundo este artigo, o acto levado a cabo pelo Estado Islâmico poderia mesmo ser considerado herético e deveria ser condenado por todos os muçulmanos. Contudo, os simpatizantes e membros do Estado Islâmico apontam para outras tradições de sentido contrário, incluindo uma citação do Alcorão, a autoridade máxima, que diz que os agressores deviam ser mortos com o mesmo instrumento que utilizaram para ferir as suas vítimas. No caso do piloto, esse instrumento é o fogo, alegam, uma vez que ele bombardeava os territórios ocupados pelo grupo terrorista: "Quando castigardes, fazei-o do mesmo modo como fostes castigados". Os defensores da imolação citam também outro alegado dito do profeta, desta feita proferido por um dos seus companheiros, Al-Baraa ibn Malik al-Ansari, que terá atribuído a Maomé o seguinte: "Quem queimar um muçulmano até à morte, também o queimaremos; e quem afogar um muçulmano, também o afogaremos". Mal surgiram as primeiras imagens da morte do piloto jordano, muitos simpatizantes do Estado Islâmico começaram a publicar nas redes sociais imagens de crianças feridas e desfiguradas, alegadamente devido a bombardeamentos levados a cabo pela coligação internacional em Raqqa e outras cidades ocupadas pelos islamitas, justificando dessa forma o acto. Outros confessaram que o vídeo, que mostra o soldado aos gritos enquanto é queimado vivo, os tinha deixado mal-dispostos, mas relativizaram: é uma questão de hábito, disseram. Contudo, alguns especialistas que seguem o Estado Islâmico, consideram que a brutalidade deste acto apenas servirá para hostilizar as bases de apoio do grupo.

ONU rejeita processos por genocídio da Croácia e da Sérvia A guerra servo-croata, uma das que abalaram os Balcãs nos anos 1990, fez cerca de 20.000 mortos. O principal tribunal da ONU decidiu que a Sérvia não cometeu genocídio contra os croatas e que a Croácia não cometeu genocídio contra os sérvios, na guerra

que opôs os dois países entre 1991 e 1995. O Tribunal Internacional de Justiça anunciou, esta terça-feira, os veredictos de dois processos. Em ambos os casos, o tribunal considerou que as alegações de genocídio não ficaram provadas. "A Croácia não foi capaz de provar as alegações de que foi cometido um genocídio", afirmou o juiz presidente Peter Tomka, numa audiência pública na Haia. O colectivo de 17 juízes considerou que os actos cometidos pelos sérvios no início do conflito não tinham por objectivo "destruir fisicamente" o grupo étnico croata das zonas da Croácia reclamadas pelos secessionistas sérvios, mas antes "deslocá-los pela força". Quanto ao segundo processo, Tomka afirmou que "a Sérvia não foi capaz de provar um acto de genocídio contra a população sérvia". "Mesmo provando que os líderes croatas pretendiam retirar a população sérvia do território da Croácia, não há prova de que o objectivo fosse a sua destruição física", afirmou o juiz presidente. A proclamação da independência da Croácia da Jugoslávia, em 1991, foi seguida de uma guerra entre as forças croatas e os secessionistas sérvios da Croácia, apoiados por Belgrado, que pretendiam integrar um Estado sérvio "etnicamente puro". A guerra servo-croata, um dos conflitos bélicos que abalaram os Balcãs nos anos 1990, fez cerca de 20.000 mortos.

Resgatados 84 corpos de vítimas de queda da AirAsia Voo desaparecido no princípio do ano levava mais de 160 pessoas, incluindo dois pilotos, quatro hospedeiras e um engenheiro.

Foto: Veri Sanovri/EPA

Foram encontrados esta terça-feira os corpos de 84 passageiros do voo QZ8501 da AirAsia, que se despenhou no início de Janeiro durante a rota entre Surabaya, na Indonésia e Singapura. O avião, que levava 162 pessoas, entre passageiros e pessoal de cabine, desapareceu dos radares. Seria localizado no dia 14 de Janeiro por um navio que utilizou equipamento de visualização subaquática para


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determinar onde caíram a maior parte dos destroços. Até agora, sabe-se que pelo menos 84 corpos foram encontrados, de acordo com as informações da Marinha de Singapura, e que a caixa negra do avião foi detectada no dia 11 de Janeiro. A parte traseira do avião foi retirada do fundo do oceano com a ajuda de balões gigantes. Alguns corpos foram depois encontrados numa zona de destroços perto de Bornéu. A companhia AirAsia afirmou que o voo levava mais de 160 pessoas, incluindo dois pilotos, quatro hospedeiras e um engenheiro. O voo perdeu o contacto com os controladores aéreos depois de partir de Surabaya. Dados dos radares sugerem que o avião fez uma subida a pique "inacreditável" antes de cair. O ministro dos Transportes indonésio já informou que o avião subiu a uma velocidade "acima do normal", ficando depois sem motor.

Desastre aéreo em Taiwan. Há 11 mortos confirmados Imagens dramáticas captadas por um automobilista registaram o momento do desastre [em actualização]. Um avião da TransAsia Airways despenhou-se esta quarta-feira em Taiwan. Pelo menos 11 pessoas morreram, avançam os serviços de emergência. A bordo do aparelho, um ATR 72-600, seguiam 58 passageiros e membros da tripulação. O avião caiu num rio da cidade de Taipei. Pelo menos 28 pessoas foram resgatadas com vida e 19 ainda estão dadas como desaparecidas pelas autoridades de Taiwan. Imagens dramáticas captadas por um automobilista mostram o aparelho da TransAsia Airways a cruzar uma auto-estrada e a despenhar-se. A televisão de Taiwan também divulgou imagens da fuselagem ATR 72-600 parcialmente submersa e de passageiros com coletes em barcos insufláveis das equipas de emergência. A ponte junto ao rio onde caiu o avião também sofreu alguns estragos e pedações de fuselagem do ATR 72600 ficaram espalhados pela estrada. Na altura da queda do avião as condições climatéricas eram boas. A TransAsia é a terceira maior companhia aérea de Taiwan. No ano passado, um acidente com outro ATR 72-500 desta empresa provocou 48 mortos, na ilha de Penghu. O desastre desta quarta-feira é o último de uma série de acidentes aéreos ocorridos nos últimos meses na Ásia, depois da queda de um avião da AirAsia no Mar de Java, que fez 162 mortos, e do misterioso desaparecimento de um aparelho da Malaysia Airlines.

Desastre ferroviário mortal nos Estados Unidos Sete mortos e 12 feridos é o balanço do choque de um comboio com uma viatura parada na linha.

Foto: EPA

A colisão entre um comboio e um automóvel provocou na última noite a morte a sete pessoas, na região de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Doze pessoas ficaram feridas com gravidade em resultado do embate, que desencadeou uma explosão seguida de incêndio. Seis vítimas mortais seguiam no interior do comboio. A outra vítima era a condutora da viatura ligeira. A colisão terá acontecido depois de o automóvel ter ficado preso no meio da linha, sob as barreiras de protecção de uma passagem de nível, avança a estação de televisão CNN. A condutora saiu do carro, para avaliar os estragos e, quando regressou ao interior da viatura, deu-se o acidente. No interior do comboio seguiam cerca de 650 passageiros.


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Franceses escondem dinheiro verdadeiro no Monopólio O grande "jackpot" só sai no jogo em que todas as notas falsas foram substituídas por verdadeiras no grande total de 20.580 euros.

Foto: DR

Para comemorar os 80 anos da marca no país, os fabricantes franceses do Monopólio decidiram lançar uma edição do popular jogo de tabuleiro com notas de euros verdadeiras escondidas dentro das caixas. Pelo menos para 80 sortudos, vai ser possível ganhar dinheiro real. O grande "jackpot" só sai a um comprador, no jogo em que todas as notas foram substituídas por notas verdadeiras no grande total de 20.580 euros. Além desta caixa da sorte, outras dez vão conter cinco notas de 20 verdadeiras, duas de 50 e uma de 100 euros. As restantes 69 caixas de Monopólio vão conter cinco notas de 10 euros e cinco de 20. "Queríamos fazer qualquer coisa única", disse ao jornal britânico "The Guardian" a directora da Hasbro France, Florence Gaillard, que lançou os tabuleiros premiados na segunda-feira. "Quando perguntámos aos nossos clientes franceses, disseram-nos que queriam encontrar dinheiro verdadeiro nas caixas de Monopólio", acrescentou. A operação de troca das notas foi desempenhada em total segredo na pequena aldeia de Creutzwald, onde os jogos são embalados antes de serem distribuídos por França. "Não foi fácil", confessou Gaillard. O jogo de Monopólio nasceu depois da Grande Depressão nos Estados Unidos. O objectivo é comprar terrenos à volta do tabuleiro e depois construir casas e hotéis nas propriedades para criar um império de imobiliário que cobra rendas cada vez que um jogador calha no terreno de um oponente. O vencedor é aquele que "limpar" os outros jogadores e se tornar o capitalista-mor face à falência de todos os outros. De acordo com o site da Hasbro, o jogo mais longo de Monopólio durou 70 dias seguidos. O jogo está disponível em 111 países e em 43 línguas.

ARBITRAGEM

Jorge Sousa no dérbi O Sporting-Benfica era o clássico que faltava na época do árbitro portuense. Confira as nomeações da 20ª jornada da Liga Portuguesa.

Jorge Sousa é o árbitro escolhido pelo Conselho de Arbitragem para apitar o Sporting-Benfica, jogo grande da 20ª jornada do campeonato. É o terceiro clássico do juiz portuense, esta temporada, depois de ter estado no FC Porto 1-3 Sporting, para a Taça de Portugal, e no FC Porto 0-2 Benfica, a contar para a Liga. No Moreirense-FC Porto, também da próxima jornada, estará Carlos Xistra. Nomeações 20ª Jornada 7 Fevereiro 20h15 Moreirense-FC Porto, Carlos Xistra 8 Fevereiro 16h00 V. Setúbal-Académica, Fábio Veríssimo V. Guimarães-Belenenses, Olegário Benquerença Marítimo-Gil Vicente, Artur Soares Dias Arouca-Nacional, Paulo Baptista P. Ferreira-Penafiel, Jorge Tavares 18h00 Estoril-Sp. Braga, Manuel Oliveira 20h00 Sporting-Benfica, Jorge Sousa 9 Fevereiro 20h00 Boavista-Rio Ave, Marco Ferreira.


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Federação confirma; Jonathan Silva não joga dérbi

Rui Vitória não queria perder Hernâni

O defesa-esquerdo do Sporting foi expulso em Arouca e não vai poder defrontar o Benfica. Conheça a lista de castigos da I e da II Liga.

O treinador do Vitória de Guimarães considera, apesar de tudo, que o plantel ficou mais equilibrado.

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, suspendeu o defesa argentino Jonathan Silva, do Sporting, por um jogo. Uma decisão esperada depois da expulsão na partida que os leões disputaram em Arouca a contar para a 19.ª jornada da liga portuguesa. Jonathan Silva será o único impedido de jogar o dérbi do próximo domingo devido a castigo. Lista de jogadores suspensos: I Liga (todos suspensos com um jogo): Jonathan Silva (Sporting); Saleh Gomaa (Nacional); Bruno Silva (Belenenses); Tozé (Estoril); Yohan Tavares (Estoril); Prince (Rio Ave); Romeu Rocha e Hélder Lopes (P. Ferreira); Rabiola e Vítor Bruno (Penafiel); Nwankwo Obiorah (Académica); André Simões (Moreirense); Luís Silva (Gil Vicente) e Jucie Lupeta (V. Setúbal). II Liga (todos suspensos com um jogo): Gilberto Silva (Sp. Covilhã); Bjorn Johnsen e Gregory Arnolin (Atlético); Ibrahim Obayomi (Marítimo B); Ivo Nicolau (Portimonense); Lassana Camará (Sp. Braga B); João Teixeira e Marcos Valente (Benfica B); Daniel Almeida (Oriental); Tin Karamatic (Farense); Dalbert e Tiago Gonçalves (Ac. Viseu); Tiago Cintra, Fausto Lourenço e Ansumane Júnior (Freamunde); Paulo Henrique (Santa Clara); Fábio Pacheco e Tozé Marreco (Tondela) e André Rateira (Trofense). No que respeita a multas, destaque para os 4.018 euros que o FC Porto terá de pagar devido ao comportamento incorrecto dos seus adeptos, sendo que, pelos mesmos motivos, Boavista e Vitória de Setúbal pagarão 4.800 e 3.444 euros, respectivamente.

Rui Vitória assume que não queria perder Hernâni durante o mês de Janeiro. A influência do extremo (22 jogos e quatro golos, no campeonato) na campanha da equipa foi bem evidente e o treinador lamenta a sua saída para o FC Porto. No entanto, entende que "há negócios que aparecem e têm de ser feitos". Vitória deposita grande esperança no potencial de Hernâni, mas alerta que "é preciso conhecê-lo bem para tirar o melhor aproveitamento" das suas capacidades. "Vai para um contexto diferente, mas tem qualidade que poder ser mais apurada", completou. Além de Hernâni, Rui Vitória perdeu ainda Traoré, que também fazia parte da equipa tipo. Ainda assim, o treinador considera que com as chegadas de Breno, Otávio, Sami e Ivo Rodrigues. "Ficamos com mais alternativas e mais bem apetrechados para atacar o campeonato", observou. O Vitória de Guimarães joga com o Belenenses, esta quarta-feira, para a Taça da Liga. A equipa minhota já não tem possibilidades de se qualificar para a próxima fase da competição.


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DOLLY MENGA

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

"Vou dar tudo pelo Sporting de Braga"

Jesus pede mais milhões

O avançado que chegou da equipa B do Benfica para reforçar o plantel arsenalista, promete aos adeptos empenho máximo com a camisola minhota.

Depois de ser tornado reforço da equipa de Sérgio Conceição, Dolly Menga abordou a transferência que o levou do Benfica para Braga. Em declarações ao site oficial do clube, o avançado mostrou a sua satisfação e deixou a promessa de dar tudo pela equipa minhota. "Foi muito bom saber que um clube como o Sporting de Braga estava interessado em mim, ainda estou mais entusiasmado depois de hoje ter entrado neste estádio, é diferente, muito bonito. Estou cheio de vontade de jogar neste relvado. Outra das razões que me fez aceitar de imediato este projecto foi o facto de já conhecer o treinador Sérgio Conceição. É bom saber que existem pessoas que se lembram de nós e das nossas qualidades, não os vou deixar mal, vou dar tudo pelo Sporting de Braga". Nestas declarações, o jogador define-se como jogador. "Sou rápido, agressivo e tenho bom remate. Não gosto muito de falar sobre mim, prefiro dizer que estou cá para ajudar os meus colegas e o clube. Quero muito ter sucesso aqui".

"Lopetegui quer mais hernânis", lê-se na manchete de O Jogo. O diário nortenho adianta, ainda, que "Diego Reyes e Helton são reforços na UEFA". Na edição Sul de O Jogo, destaque para as pretensões de Jorge Jesus no quadro de uma renovação de contrato: "Jesus pediu seis milhões". A verba representa uma acréscimo de 50 por cento face ao salário anual do treinador. Diz o jornal que se trata de "exigências muito acima dos limites de Vieira". "Montero à frente", antecipa o Record, olhando para o dérbi da segunda circular. "marco Silva mantém confiança no colombiano", garante o diário da Cofina. Já A Bola avança que "Slimani voltou e espera jogar", mas o principal destaque do diário historicamente conotado com o Benfica vai para declarações de Matic: "Em Alvalade como no Dragão", pede o sérvio que "ainda veste a camisola do Benfica".


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RIBEIRO CRISTÓVÃO

Ventos contrários Nuno Espírito Santo está a passar dias difíceis no país vizinho. Como tantas vezes, na vida e no futebol, são os alcatruzes da nora a funcionar. Oxalá tudo mude. E rapidamente.

os alcatruzes da nora a funcionar. Oxalá tudo mude. E rapidamente.

Primeiro prémio do Euromilhões para fora de Portugal Com o terceiro prémio foram apurados nove apostadores, um dos quais em Portugal, que vão receber cada um quase 36 mil euros.

Os ventos começam a soprar em sentido pouco favorável ao trabalho do treinador Nuno Espírito Santo no clube mais importante da “terra mítica”, o Valência Clube de Futebol. Chegado à cidade em Agosto passado por entre muita desconfiança, por não possuir currículo suficiente para assumir um clube de tão grande dimensão, a novidade traduzia, sobretudo, uma aposta do seu empresário, Jorge Mendes que, recorda-se, iniciou a sua carreira profissional levando o então guarda-redes Nuno até às balizas do Deportivo da Corunha. Na Espanha, e um pouco em consonância com a aversão que existe nos meios desportivos do país a tudo o que chega importado do futebol português, a contratação de Nuno Espírito Santo foi recebida com alguma desconfiança. Que atingiu proporções tais, que chegaram ao ponto uma sondagem popular ter sugerido que aquele técnico seria o primeiro a sentir os efeitos do chicote. Contrariando essas previsões, os resultados começaram a aparecer por força de agradáveis exibições recebidas com fartos aplausos pela generalidade dos adeptos valencianos. O momento mais alto foi mesmo quando o Valência derrotou o todo-poderoso Real Madrid, em 4 de Janeiro, deixando aí indicações que havia bons motivos para pensar no acesso à próxima Liga dos Campeões. Só que nos últimos jogos disputados a equipa não tem estado bem, e nem os reforços entretanto chegados, com Enzo Perez no destaque principal, chegaram para melhorar a situação. A mais recente derrota frente ao rival Málaga mudou um pouco o sentido dos ventos que sopravam a favor de Espírito Santo. A equipa caiu para o quinto lugar, ultrapassada pelo Sevilha, joga no domingo em Barcelona com o Espanhol, e aí a situação pode agravar-se, caso o Valência não regresse da capital da Catalunha com ponto(s) na bagagem. Nuno Espírito Santo está a passar dias difíceis no país vizinho. Como tantas vezes, na vida e no futebol, são

Para Portugal vem um terceiro prémio no valor de 36 mil euros. Foto: DR

O primeiro prémio do concurso de hoje do Euromilhões, no valor de 15 milhões de euros, vai para um único apostador que registou o boletim no estrangeiro. O segundo prémio vai ser distribuído por quatro apostadores, cabendo a cada um 243 mil euros, que também registaram o boletim no estrangeiro. Com o terceiro prémio foram apurados nove apostadores, um dos quais em Portugal, que vão receber cada um quase 36 mil euros. O quarto prémio ser distribuído por 31 apostadores, quatro dos quais em Portugal, e tem o valor de pouco mais de cinco mil euros. A combinação vencedora do concurso 10/2015 do Euromilhões, hoje sorteada, é composta pelos números 17-31-33-44-50 e pelas estrelas 7 e 11.


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Catroga: "Duvido que os portugueses queiram perder os 1.100 milhões que emprestaram à Grécia" Como serão as relações Grécia-Europa nos próximos tempos? Os economistas João Duque e Eduardo Catroga respondem à Renascença. No tabuleiro europeu, será tempo de avanços e recuos, mas sobretudo de abrir portas para o futuro.

Foto: Nuno Veiga/Lusa Por João Carlos Malta

O "tour" do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e do ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, pode bem ser como diz o economista do ISCTE João Duque para medir a "temperatura da água" e perceber as reacções dos diversos governos -, mas já está a pôr a Europa política e económica em polvorosa. Há encontros, desencontros e até quem se recuse a encontrar-se. Ao mesmo tempo que as posições das "claques" que apoiam as políticas de antiausteridade e a política da União Europeia se vão extremando, o governo grego e as instituições europeias começam a dar passos no sentido de chegar ao um consenso. Para Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças, a estratégia grega é exigir o impossível para obter as cedências possíveis. Mas Catroga critica a atitude de Tsipras e do seu governo: é vender promessas com o dinheiro dos outros, atira. Já João Duque diz que, mais do que fazer da Grécia um exemplo a não repetir, a Europa (e a Alemanha como timoneira) deve privilegiar o combate a deflação, que levará os países do centro da Europa para uma crise. Duque até elogia a ideia de Varoufakis de indexar o pagamento de juros ao crescimento do país. Porquê? Põe devedores e credores do mesmo lado. Siga o pingue-pongue entre os dois economistas dividido em sete temas. O que vai a Grécia propor ao Conselho Europeu da

próxima semana? E quais as hipóteses de sucesso? Eduardo Catroga (EC) - O governo grego está a desenvolver uma estratégia em que pede o impossível para conseguir o possível e a máxima cedência pelas autoridades europeias. O que será esse possível? Olhando para a dívida oficial às instituições europeias e ao FMI verifica-se que 20% é referente a dívidas bilaterais de países europeus à Grécia. Recordemos que no caso da Grécia já houve reestruturações, já houve perdão e não há dúvida que a Grécia tem uma dívida de 174% de PIB. É um número bastante elevado e vai haver, com certeza, uma suavização. Mas sem perdão. Esperemos que as partes se venham a entender. É do interesse da Grécia e da Europa. É utópico pensar que vai haver um perdão da dívida grega que seja suportado pelos contribuintes alemães, franceses, portugueses, pelos contribuintes europeus em grande magnitude. Não nos podemos esquecer que na Europa há movimentos que são contrários a qualquer perdão parcial da dívida. Portanto, por um lado, há que respeitar os eleitores gregos, mas, por outro, há que respeitar o que pensam os eleitores franceses, os eleitores alemães, os eleitores dos vários países que deram financiamentos à Grécia. João Duque (JD) - O ministro das Finanças grego quer indexar o pagamento da dívida ao crescimento da Grécia, tornando o peso da dívida em função da taxa de crescimento. Se houver crescimento há juros, se não houver taxa de crescimento não há juro. Isso é uma proposta que transforma uma dívida num instrumento de capital próprio. É quase como transformar uma obrigação de uma empresa numa acção. Se há resultados paga-se aos accionistas, se não há não se paga. Ou então, um modelo de dívida perpétua em que a remuneração é anexada ao crescimento. É uma proposta para colocar todos do mesmo lado, fazer dos credores participantes do sucesso da recuperação na Grécia. É essa a proposta que estará em cima da mesa e é um recuo face às posições de iniciais de exigência de reestruturação unilateral. Parece haver uma queda da exigência do perdão da dívida? JD - Acho que sim. Imagine-se a proposta desta forma: se houver uma redução do produto, esse decréscimo percentual incide sobre o montante da dívida. Não sei as condições da proposta e estou a efabular em cima de um conceito genérico: se a Grécia perder 1% ou 2%, a dívida também baixa e se crescer haverá pagamento à taxa de crescimento do produto. Nesse caso, estávamos a falar da alteração do valor em dívida potencial. Parece que estas rondas prometem trazer já alguma alteração de condições, mas pode ser só para apalpar a temperatura da água e perceber as reacções dos diversos governos e sentir em que medida as discussões técnicas podem levar a mais ou menos compreensão e apoio a alterações significativas. Não são só os gregos que estão em causa, os portugueses também queriam ver contempladas as dívidas para com o Banco Central Europeu. Não vejo em que medida é que um país que cumpriu aquilo que acordou possa ser prejudicado em função da alteração dessas condições. EC - O pagamento da dívida indexado ao


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Quarta-feira, 04-02-2015

crescimento é uma ideia a explorar. Não vai haver cedências da Europa sem contrapartidas. E essas condicionantes passam pela Grécia aceitar um programa de reformas, incluindo a reforma da despesa pública, a reforma do sistema fiscal, todo um conjunto de reformas que tem se vindo a adiar. Não se pode exigir aos credores sem contrapartidas. O ex-ministro das Finanças Eduardo Catroga diz que o BCE não se pode transformar num "banco mau". Foto: Lusa Como funciona esse pagamento da dívida indexado ao crescimento? E é aceitável para os credores? JD - Tudo é aceitável desde que negociado. Os credores poderão perceber que é difícil recuperar a dívida nas condições em que estão a exigir. O credor prefere receber menos e de forma mais segura do que ter um valor em dívida muito elevado, mas um dia o devedor dizer: "Não tenho condições para pagar. É impossível". O credor tem de perceber que não tem interesse na morte antecipada do devedor. O que quer é que o devedor continue a fazer os pagamentos o mais possível dentro das condições do mercado. Os portugueses tinham condições mais desvantajosas do que agora e havia espaço para o BCE reduzir os juros e a taxa. Isso significa que havia espaço para uma redução. O BCE consegue ter lucro no financiamento a Portugal e o mesmo acontece com a Grécia. Há espaço para baixar as taxas de juro e no limite fazer taxas variáveis, em que ao invés de ser indexada à Euribor. Se uma família tem um pagamento fixo mensal em função de uma taxa de juro e fica desempregada, qual é a probabilidade de o credor vir a receber? O caso é de devedores que não têm nenhum prazer em não pagar, mas que não têm como pagar e que dizem: "Se estiver a trabalhar, pago mais. Se não estiver a trabalhar redefinem-me os pagamentos e as definições e eu não incumpro". Também partilha da ideia de que o programa do governo grego é um "conto de crianças", como disse Passos Coelho? EC - Vejo-o como uma estratégia negocial, tentar fazer alguma chantagem sobre a Europa e sobre as instituições europeias jogando forte politicamente. Agora o programa do Governo grego levado à letra não é negociável. O Syriza vai ter que conseguir algumas cedências por parte dos credores. Estes vão fazer as cedências possíveis, mas com contrapartidas. No final do processo, o Syriza poderá reforçar ou não o seu poder junto da opinião pública. Mas a coligação com o partido radical de direita, mais cedo ou mais tarde, vai levar a uma instabilidade política que levará a novas eleições gregas dentro de alguns meses. JD - Bom, mas houve três passos atrás. Quando essas palavras foram ditas pelo primeiro-ministro a conversa era outra. Pôs-se na prateleira o aumento do salário mínimo, deixaram de falar de uma reestruturação unilateral e já estão a falar do pagamento da dívida dependente das condições de sucesso da economia grega. Isto são passos muito significativos. Com certeza que não há quem diga que isto é um conto de crianças. Agora não querer pagar, querer continuar a fazer o que se faz, é desejar tudo. Toda a gente quereria que fosse realizável a aspiração inicial do governo grego.

Outra proposta que pode estar em cima da mesa é a conversão parcial da dívida soberana até 60% do PIB (o limite admitido pelo Tratado de Maastricht) através da emissão de obrigações por parte do BCE que, na prática, funcionará como um "intermediário". Como é que isto seria operacionalizado e que efeitos poderia ter? JD - Se o BCE emitisse dívida no montante de 60% do valor do PIB de cada país ficava com eles em carteira. É o que se vai fazer com o plano Draghi, mas ao invés de ser emissão de obrigações é através da criação de moeda. Qual é a diferença? O BCE ao ir ao mercado internacional consegue financiamento mais barato. E ao consegui-lo repassa-o para cada país com condições muito mais favoráveis. Qualquer lojista de uma mercearia entende isto. Se tiver uma central de compras, ao invés de comprar uma pequena quantidade de massa, de arroz e farinha para depois vender na sua loja, se tiver uma central de compras compra por atacado. O BCE baixaria as condições de custo do financiamento para os [países]que estão pior em termos de "rating". O que isto implica é que os melhores paguem mais - e que a Alemanha esteja de acordo com isto. João Duque diz que Varoufakis está a ser inteligente ao pôr os grandes da Europa do seu lado. Foto: Lusa O que ficava para cada país é a dívida acima de 60%, e os menos endividados iam pagar mais nessa tranche. O problema da Grécia não é a dívida em stock. O problema é a economia crescer para alimentar estes ou outros défices mais pequenos. Porque resolver apenas uma parte, não resolve o problema de a economia grega ser suficientemente forte para o que é o volume da dívida. A fragilidade da economia grega é enorme. Aliás, no caso de Portugal também não é economicamente viável que consigamos resolver a nossa dívida. Nós mesmo temos de continuar um caminho muito duro, de equilíbrio orçamental e dinamizar a economia. Mas vai ser um caminho muito penoso. O problema de Portugal e da Grécia é um problema económico e sem resolver esse problema não se resolve o problema de fundo. O ministro grego ao propor a indexação do pagamento à dívida leva que mais cedo ou mais tarde os países de centro da Europa se empenhem no desenvolvimento económico da periferia. É uma proposta inteligente, pôr do seu lado os grandes. EC - O BCE não se pode transformar num "banco mau". Tem accionistas e não se pode pedir que beneficie um accionista em detrimento de outros. O BCE é responsável pela solvabilidade do euro e não pode entrar em aventuras desse tipo, em práticas que a política normal não contempla. A Grécia, se quiser ter acesso ao programa de compras de dívida soberana, terá que ter um "rating" mínimo. Não haverá almoços grátis. São posições extremadas que interpreto como base de partida de um jogo negocial. O ministro das Finanças grego disse que há que cortar com a dependência da Grécia de novos empréstimos fazendo a analogia com um toxicodependente. Como é que isso é compatível com o financiamento do ambicioso programa de combate à crise humanitária no país? EC - Isso não é compatível com as necessidades de


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financiamento da Grécia. É muito fácil fazer promessas quando são os outros a pagar. Agora o problema é se os outros países estão dispostos a pagar essas medidas unilaterais do governo grego. Estou convencido que não estão. Duvido muito que os portugueses estejam dispostos a perder os 1.100 milhões de euros que emprestaram à Grécia. Portanto, a Grécia tem de abandonar as posições extremadas e pedir uma suavização com algum período de carência. JD - Também não faço ideia. Portugal sofreu o que sofreu em virtude de um corte rápido e drástico de uma parte do financiamento à economia. Não foi tudo. Se tivéssemos cortado radicalmente com uma parte da economia e dos empréstimos, isto tinha sido uma catástrofe. Os orçamentos públicos são deficitários e ele não quer que deixem de ser, ele quer aumentar o défice. Há uma medida muito importante que abrange o lado da receita, cobrar mais e melhor impostos. Se conseguirem subir a receita fiscal porque cobram melhor e de forma mais eficiente, acho que é excelente. Não sei como é possível criar orçamentos anticíclicos na Europa e orçamentos de não austeridade sem os desequilibrar. Não sei como é que o ministro das Finanças grego quer resolver a situação sem capacidade de emissão de moeda. O programa do Governo grego é o oposto da linha político-económico da União Europeia liderada por Berlim. Não há aqui também uma guerra ideológica que será travada? Terá a União interesse que a Grécia corra bem ou vai fazer do Governo de Tsipras um exemplo para estancar o aparecimento de novos Syrizas? JD - Acho que os alemães já perceberam que a determinação na defesa de um problema que não existe, o de potencial inflação, nos está a conduzir a um problema de deflação. O plano Draghi vem alterar a linha condutora da política da União Europeia. Não sei se os alemães podem ter um discurso e praticar outro. Mas é fundamental para eles. Não podem entrar numa espiral deflacionária porque isso liquida-nos. O que está em causa é utilizar as políticas monetárias em favor do desenvolvimento económico. Há aqui uma obstinação alemã por duas coisas: orçamentos ferreamente equilibrados e, por outro lado, as políticas monetárias restritivas. O cruzamento das duas opiniões é que leva a um problema gravíssimo para as franjas da Europa. Se na Grécia tiverem sucesso isso já será bom pelo menos num aspecto: ligar a remuneração da dívida às condições económicas do país e alargar essa melhoria à periferia, nomeadamente aos portugueses. Não tem problema se o governo é mais à esquerda ou mais à direita, porque as pessoas querem viver melhor. EC - Desejo que haja pontos de convergência porque é do supremo interesse do povo grego. Não se pode seguir politicas expansionistas sem financiamento. Ou a Grécia quer estar dentro do euro com a regras de jogo do euro ou pode sair. Se não houver uma visão mais moderada dos gregos para com os credores europeus, a saída do euro, rejeitada pelo povo grego, é a única opção que permitirá ao Syriza cumprir as suas promessas eleitorais.

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