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EDIÇÃO PDF Quinta-feira, 07-05-2015 Edição às 08h30

Directora Graça Franco Editor Raul Santos

Vacina Prevenar 13 gratuita a partir de Junho Como disse? Pilotos querem pedido de desculpas de Sérgio Monteiro Ed Gonçalves pode ser o primeiro deputado português no Reino Unido

Germanwings. Co-piloto ensaiou descida fatal em voo anterior

Costa mexe no IRS e garante mais dinheiro na carteira dos portugueses

Instituição social devolve 200 mil euros à Segurança Social

Passos afina discurso para a campanha. Contas socialistas “fazem rir”

Militares portugueses a caminho do Iraque. “Missão de risco”

Israel. Extremadireita integra nova coligação governamental

Dois desaparecidos no mar dos Açores. Marinha resgata 12 pessoas


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Como disse? Pilotos querem pedido de desculpas de Sérgio Monteiro Secretário de Estado acusou pilotos da TAP de terem abortado descolagens sem que houvesse uma justificação técnica.

Sérgio Monteiro falou de atitudes prejudiciais à TAP. Pilotos não gostaram. Foto: Lusa

A Associação dos Pilotos de Linha Aérea (APPLA) exige que o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, apresente provas do que diz ser a responsabilidade dos pilotos pelo insucesso da operação da TAP no Verão do ano passado. “Não conseguimos perceber quando é que tomou conhecimento daquilo que relata num programa de televisão, mas obviamente que, constituindo aquilo um acto de sabotagem numa empresa pública tutelada por ele, perante todos nós e o povo português é uma obrigação dele entregar o processo a quem de direito”, ou seja, as instâncias judiciais, defende o presidente da APPLA, Miguel Silveira, em declarações à Renascença. Em declarações à SIC Notícias, no final da semana passada, Sérgio Monteiro afirmou ter conhecimento de situações em que os próprios pilotos terão abortado a descolagem dos aparelhos sem que, na realidade, houvesse qualquer justificação técnica. Tudo estaria, portanto, premeditado. Miguel Silveira considera a acusação inaceitável e uma ofensa grave para a classe. Por isso, e não obstante a prudência mencionada pelo secretário de Estado nas suas declarações, exige um pedido de desculpas. “Aquelas declarações são extremamente infelizes. Todos nós podemos errar, mas a maior nobreza está na capacidade de pedir desculpa pelos erros que cometemos”, sustenta. A Associação dos Pilotos de Linha Aérea admite agora o recurso aos tribunais para clarificar as afirmações de Sérgio Monteiro, ainda que prefira a retracção pública. Questionado pela Renascença sobre a greve de 10 dias, o presidente da APPLA preferiu não fazer comentários.

Vacina Prevenar 13 gratuita a partir de Junho A medida vai custar 2,5 milhões de euros ao Estado, só em 2015. A vacina também será gratuita para “os adultos com doenças crónicas e considerados de alto risco”. Noutros casos, vai ser comparticipada a 15%.

Foto: DR

A vacina Prevenar 13, que previne doenças como a meningite e a pneumonia, vai ser gratuita para as crianças nascidas a partir de 1 de Junho deste ano, passando a integrar o Programa Nacional de Vacinação. De acordo com o Ministério da Saúde, que anunciou a medida esta quinta-feira, a inclusão da Prevenar 13 no Plano foi possível depois de “negociações com a indústria farmacêutica”. A vacina será também gratuita para “os adultos com doenças crónicas e considerados de alto risco, nomeadamente os portadores do vírus VIH e de certas doenças pulmonares obstrutivas, além do cancro do pulmão”. Para a restante população, nomeadamente os adultos e as crianças nascidas antes de 1 de Junho, o custo da Prevenar 13 vai ser comparticipado em 15%. A medida vai custar ao Estado, só este ano, 2,5 milhões de euros, segundo a agência Lusa, que cita fonte do ministério. O acordo entre a Direcção-Geral da Saúde (DGS), o Infarmed e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e a indústria farmacêutica é firmado esta quinta-feira. A Prevenar 13 previne doenças provocadas pela bactéria pneumococo, como a pneumonia, meningite, otite e septicemia, entre outras.


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Infarmed defende criatividade e planeamento para garantir acesso a medicamentos inovadores Acesso está cada vez mais condicionado pelos preços. Partidos devem encontrar compromisso com a indústria farmacêutica.

Costa mexe no IRS e garante mais dinheiro na carteira dos portugueses Líder socialista quer mudar escalões do IRS, diz que as principais promessas do Governo PSD/CDS falharam e falou de TAP, Sampaio da Nóvoa e Sócrates.

Por Anabela Góis

O presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, defende ser preciso criatividade para garantir o acesso a medicamentos inovadores, porque não há dinheiro suficiente no mundo para pagar a todos os doentes. O responsável da Autoridade Nacional do Medicamento diz ser necessário um compromisso entre os principais partidos para acordos de longo prazo com a indústria farmacêutica. O acesso aos medicamentos inovadores está cada vez mais condicionado pelos preços, que põem em causa a sustentabilidade do próprio Serviço Nacional de Saúde. A solução passa por alterações a vários níveis. “Tem que se pensar não a um ano ou a dois, mas mais a longo prazo.” “Tem que haver uma nova atitude, tem de haver inovação também na legislação e na regulação do sector e sobretudo tem de haver envolvimento não só de todos os parceiros do nosso país, inclusivamente os decisores políticos, mas temos de ir mais longe, e tem de incluir um próprio conjunto de países da Comunidade Europeia”, defende. Segundo Eurico Castro Alves, os políticos estão conscientes deste problema e os partidos têm condições para chegar a um consenso de longo prazo. “Todos os partidos tem pessoas muito qualificadas e muito bem preparadas na área da saúde.” “Alguém terá que fazer a preparação desta ideia, deste consenso. Temos que pensar a cinco e a dez anos, e como temos de assumir compromissos e pensar soluções, isto passará pelo envolvimento de todos os partidos que hoje, amanhã ou depois estarão no centro de decisão do Governo.” Eurico Castro Alves considera que este é um compromisso essencial e que interessa a todos, indústria farmacêutica incluída, porque, sem mercado, também não sobrevive.

Foto: Joana Bourgard/RR Por Carlos Calaveiras

O secretário-geral do PS promete “mexer nos escalões do IRS, alterar a progressividade e diminuir o encargo sobre o trabalho”. Em entrevista à TVI, António Costa refere que o plano macroeconómico elaborado por um grupo de 12 economistas propõe uma descida da tributação do trabalho e que isso deverá ser seguido no programa do PS. Outra das propostas é a baixa temporária da TSU para os trabalhadores. O líder socialista lembra que o cenário apresentado pelos economistas tem “medidas que aumentam a receita e outras que diminuem” a receita, mas que no fim das contas vai ser possível “recuperar emprego e que as famílias recuperem rendimento”. “O resultado final das nossas medidas é compatível com os compromissos”, garante Costa. “É urgente que nos próximos três anos se alivie o rendimento das famílias”, referiu. “Para vencer a crise temos de virar a página da austeridade”, acrescentou. Nesta entrevista de 25 minutos na TVI, António Costa lembrou ainda que “as duas grandes promessas deste Governo não foram alcançadas: relançamento da economia e crescimento do emprego”. Sobre a TAP, o secretário-geral do PS diz que o Governo devia ter esgotado a hipótese de capitalização pública” e não admite que a maioria da empresa seja privatizada. Entretanto, António Costa deixa o aviso: “Espero que até às eleições não seja tomada uma decisão irreversível”. Quanto à candidatura presidencial de Sampaio da Nóvoa, Costa volta a não se comprometer. Reconhece que tem tido um “trabalho político muito próximo do PS”, mas que só “no momento próprio o partido se vai


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pronunciar sobre candidatos”. Sobre o “caso Sócrates”, o líder socialista reafirma que o PS confia na justiça e que esta apurará a verdade.

Passos afina discurso para a campanha. Contas socialistas “fazem rir” Não fossem os “Parabéns a Você” e o jantar dos 40 anos do partido seria apenas uma noite num comício do PSD. Passos pôs em causa as respostas socialistas às dúvidas sociais-democratas e deixou várias “bicadas” pelo caminho.

que o Estado de Direito estava ameaçado. Nunca ninguém veio acusar o Governo de reagir mal com a comunicação social e de a querer pôr na ordem” – alusão aos Governos liderados por José Sócrates. Na primeira fila, o desfile de antigos líderes, alguns dos quais presidenciáveis, como Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes e Durão Barroso. Mas também Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes. Elogios, esses, só para Barroso e o ausente Cavaco Silva. “Se conseguimos chegar onde conseguimos, não posso deixar também de referir o papel exemplar que foi desempenhado pelo Presidente da República. E tenho a certeza de que se o Governo não fosse do PSD, Cavaco Silva teria agido da mesma maneira”, disse Passos. Não fossem os “Parabéns a Você” e poderia ter sido apenas uma noite num comício do PSD.

Passos chama líder da oposição a Portas e elogia Dias Loureiro Uma gafe e a insistência num elogio polémico a um homem forte do BPN marcaram o debate parlamentar desta quarta-feira.

Passos apontou armas ao PS. Foto: Andre Kosters/Lusa

Portugal parece ter entrado em clima de campanha eleitoral. Na noite de quarta-feira, em Lisboa, o líder do PSD e primeiro-ministro acusou o PS de não fazer contas sérias. “Perguntou o PSD: então, e o défice estrutural, como vai ser? [Resposta do PS] Ai, isso é muito complicado. E se apresentássemos nós um valor mais próximo da realidade podia não ser aceite e ser polémico e, portanto, preferimos não fazer a conta. Não dizemos qual o saldo, mas não se preocupem que vamos verificar as condições”, relatou Pedro Passos Coelho perante uma Aula Magna cheia e pintada de laranja. “E dizem isto sem se rirem! Explicam isto assim. Acham que é uma conversa séria?”, avançou. Passos Coelho discursava no jantar de encerramento das comemorações do 40º aniversário do PSD. Em 72 minutos de discurso, o líder do partido lançou o guião para a campanha eleitoral, contou a obra feita nestes quatro anos e disparou contra as propostas do PS. “O que nunca ninguém resolveu em parte nenhuma do mundo, o Partido Socialista vai aqui resolver: pôr a economia a crescer sem criar dívida, distribuindo dinheiro por toda a gente. Quem é que acredita nisto? Eu não acredito. Do ponto de vista orçamental é arriscado e do ponto de vista do modelo do desenvolvimento económico é errado”, defendeu. E, pelo meio, mais uma bicada: “Nunca ninguém disse

O primeiro-ministro referiu-se ao "número dois" do Governo Paulo Portas como "o líder do principal partido da oposição". A gafe não foi o único momento do debate parlamentar desta terça-feira a provocar reacções no hemiciclo: Passos Coelho voltou a elogiar Dias Loureiro. Pedro Passos Coelho foi questionado sobre a biografia em que disse que Paulo Portas se demitiu por SMS, durante a crise governamental de 2013. "Nunca na minha vida enxovalhei ninguém, muito menos o líder do principal partido da oposição [Paulo Portas]", respondeu. "Está muito equivocada a senhora deputada e está muito equivocada também quanto à forma como dentro do Governo e da nossa maioria sabemos superar as nossas dificuldades. Este Governo é o primeiro de coligação do Portugal democrático que terminará o seu mandato, o que diz muito sobre a forma como, apesar das nossas diferenças, nós sabemos superar essas diferenças e temos maturidade suficiente para resolver os nossos problemas pondo o país em primeiro lugar." O chefe do Governo foi também confrontado pela porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, com as declarações proferidas no 1º de Maio, em Aguiar da Beira, em que Passos Coelho considerou que Dias Loureiro é um exemplo para os empreendedores. Na resposta à deputada bloquista, o primeiro-ministro destacou o facto de Dias Loureiro, apesar de ser natural do interior do país, ter sido bem-sucedido nos negócios e na vida. "É verdade que me encontrei com o senhor doutor Dias Loureiro, e espero que ele não se sinta visado nem


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ultrapassado por eu ter suposto que - estou convencido que ele sabe - com o que viu no mundo e com a experiência que adquiriu, partindo de Aguiar da Beira, que não é por se viver no interior, que hoje não podemos, graças às muitas renovações tecnológicas, graças a muito trabalho de transformação da economia portuguesa, vencer na vida e ter negócios bemsucedidos", afirmou Passos Coelho. Catarina Martins responsabilizou Dias Loureiro, antigo ministro de Cavaco Silva, pela "fraude" do BPN, apoiando-se nas conclusões da comissão parlamentar de inquérito aquele banco. Manuel Dias Loureiro, ex-ministro de governos de Cavaco Silva, renunciou em Maio de 2009 ao cargo de conselheiro de Estado na sequência da polémica relacionada com alegadas irregularidades no BPN quando era administrador da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), tendo sido ouvido na investigação do Ministério Público.

Maioria avança com nova lei de cobertura jornalistica de eleições Novo diploma elimina as partes mais polémicas, como o visto prévio, e ainda aguarda o aval do PS. A coligação que sustenta o Governo vai avançar com uma nova lei de cobertura jornalística das campanhas eleitorais, avança a edição online do jornal “Expresso”. Entre o fim-de-semana e terça-feira, o PSD e o CDS concluíram um novo texto para mudar a lei e estão à espera que o PS também dê o seu aval. O novo diploma elimina as partes mais polémicas, como a necessidade de um visto prévio para um plano de cobertura, separa os períodos de pré-campanha e campanha, apenas obrigado ao tratamento de igualdade no período de campanha e para os partidos com assento parlamentar. Os partidos da maioria recuperam o tema da lei de cobertura jornalística das campanhas eleitorais, depois de as direcções de informação terem recusado um diploma acordado entre PSD, CDS e PS que obrigava os órgãos de comunicação social a apresentarem um plano de cobertura a uma comissão mista.

Cavaco sublinha importância da “sintonia da linguagem” com o Governo Para defender os interesses do país no exterior, o Presidente da República enfatiza a necessidade de os governantes expressarem posições convergentes. O Presidente da República sublinhou esta quarta-feira que, para defender os interesses de Portugal no plano externo, é necessária uma "concentração aprofundada" entre o Presidente da República e o Governo para assegurar "sintonia de linguagem". "Esta visita confirma que para defender os interesses de Portugal no plano externo é preciso uma concertação aprofundada entre o Presidente da República e o Governo, por forma a assegurar sintonia de linguagem", afirmou o chefe de Estado, Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas à chegada a Bekkjarvik, uma ilha nas proximidades de Bergen. Recordando que nesta visita oficial à Noruega, que termina esta tarde, esteve acompanhado por quatro ministros - Agricultura e Mar, Ambiente, Educação e Defesa - Cavaco Silva enfatizou a necessidade dos governantes expressarem "posições convergentes" com a do Presidente da República nos contactos que estabelecem com os seus homólogos noruegueses. "Sem essa sintonia não há possibilidade de defender os interesses do país no plano externo", acrescentou. Por outro lado, continuou, a visita à Noruega permitiu também confirmar que a defesa dos interesses de Portugal no plano externo é "uma das funções mais importantes do Presidente da República nos tempos que correm". "Para além dos contactos que tive com o rei e com a primeira- ministra e membros do governo da Noruega eu fui chamado a participar e a intervir em dois seminários orientados para a investigação e a biotecnologia marinha, fui chamado a participar em dois encontros com empresários e a intervir nesses encontros, orientados para a energia, para o investimento e para as relações comerciais", recordou. A visita oficial do Presidente da República à Noruega começou na segunda-feira em Oslo e termina hoje em Bergen, onde o chefe de Estado chegou na terça-feira à tarde.


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EUNICE LOURENÇO

Tem uma nova mensagem O que importa já não é saber o que se passou, mas sim por que é que Passos Coelho decidiu voltar ao assunto num livro de propaganda. Foi por SMS, carta, mail ou boca??? Cruzando todas as fontes, terá sido por todos estes meios que Paulo Portas se demitiu em Julho de 2013. As versões do primeiro-ministro, que, no livro “Somos o que escolhemos ser”, diz que Portas se demitiu por mensagem de telemóvel, e do agora vice-primeiroministro, que, através de um comunicado da assessoria de imprensa do CDS, assegura que formalizou a decisão por carta, não são contraditórias, nem se excluem. Cada um acentua o que lhe interessa. E nada disso agora interessa. O que importa é perceber por que é que Pedro Passos Coelho resolveu voltar a este assunto agora, num livro de propaganda, duas semanas depois de os dois partidos acertarem a coligação para as eleições legislativas e numa altura em que já vivemos em pré-campanha eleitoral. Se foi por acaso, é incompetência. Afinal trata-se de uma biografia autorizada pelo próprio Pedro Passos Coelho, que nela colaborou, feita por uma assessora do grupo parlamentar do PSD e promovida pelo partido. Não haveria qualquer dificuldade em controlar o produto final, pelo que é difícil pensar que voltar à crise de 2013 com uma versão polémica tenha sido obra do acaso, mas é possível que tenha sido, dado o histórico de incompetências comunicacionais desta coligação. Se foi de propósito, parece uma estratégia completamente errada. Irritar o parceiro de coligação e lembrar como este é um frágil casamento de conveniência, não é de certeza o melhor caminho para uma campanha sem intrigas e amuos e muito menos parece favorecer um bom resultado eleitoral. Mas Passos Coelho gosta de dizer que não orienta as suas palavras e as suas decisões pela vontade de vencer eleições. Pelos vistos - e como mostram este episódio e o elogio a Dias Loureiro - , nisso é coerente.

Pode um lusodescendente travar o UKIP? Neste noticiário: Já se volta no Reino Unido, onde um lusodescendente que se candidata contra a xenofobia do UKIP; vacina Prevenar 13 vai ser gratuita; António Costa quer mexer no IRS; Passos acusa PS de não fazer contas; um holandês radicado em Portugal recorda os últimos dias da II Guerra Mundial, que terminou há 70 anos.

Eleições no Reino Unido podem originar impasse A generalidade das sondagens aponta para um empate, com um número muito próximo de deputados entre os partidos Conservador e Trabalhista. David Cameron e Ed Miliband terão de negociar com pequenos partidos.

A campanha no Reino Unido costuma privilegiar o contacto directo com os eleitores. Foto: EPA

Os eleitores britânicos vão hoje às urnas, numas eleições que se esperam equilibradas entre conservadores e trabalhistas, antecipando-se já um quadro de impasse político no futuro parlamento. A generalidade das sondagens aponta para um empate ou um número muito próximo de deputados entre os dois principais partidos, o Conservador e o Trabalhista, o que criará dificuldades à formação de uma maioria parlamentar absoluta, porque David Cameron e Ed Miliband terão de negociar com pequenos partidos. Os "Tories", de de David Cameron, terão prioridade na formação de governo, mas a renovação da coligação com os Liberais Democratas poderá revelar-se insuficiente.


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À esquerda, o líder trabalhista Ed Miliband afastou completamente a hipótese de uma coligação ou acordo parlamentar com o Partido Nacionalista Escocês (SNP), que se espera ser a terceira força política mais votada. Cameron, centrou a campanha para a reeleição no objetivo de "terminar o trabalho" de recuperar a economia, prometendo não aumentar impostos e investir no serviço de nacional de saúde. Por sua vez, Miliband promete melhorar as condições de vida e de trabalho dos britânicos, propondo aumentar impostos aos mais ricos e impor regras sobre as rendas das habitações e os preços da energia. Ambos os partidos têm medidas para refrear o fluxo de imigração, mas, neste campo, a posição mais drástica é do eurocético Partido para a Independência do Reino Unido (UKIP). O partido de Nigel Farage deseja a saída da União Europeia, o que limitaria o direito de circulação dos europeus no espaço britânico, mas o seu poder de influência será limitado, já que as sondagens apontam para apenas um ou dois deputados eleitos. Também os Liberais Democratas, impopulares devido à coligação com os Conservadores no atual governo, deverão perder o estatuto de fiel da balança, pois as sondagens apontam para que o partido perca metade do número de deputados. A chave do poder no 56º Parlamento do Reino Unido poderá, assim, ficar nas mãos do SNP, mas a aspiração à independência da Escócia e a política pelo fim do armamento nuclear tornam o partido indesejável como parceiro no governo. As urnas abrem às 7h00 e fecham às 22h00.

“O ‘in’ ou out’ do Reino Unido na UE é o debate chave” Nigel Farage, Nick Clegg ou Nicola Sturgeon, podem ser os nomes decisivos nas contas eleitorais de David Cameron ou de Edward Miliband.

"É verdadeiramente na Inglaterra, e não no resto do Reino Unido, que esta eleição se joga". Foto: RR Por José Bastos

“O que está verdadeiramente em causa nestas eleições é a permanência do Reino Unido na Europeia”. A opinião é expressa à Renascença por Bernardo Pires de

Lima. Para o analista de política internacional, ninguém ganha todos perdem - União Europeia e Reino Unido com um eventual virar de costas de Londres a Bruxelas. Com todas as sondagens a apontar para um empate técnico entre o Partido Conservador e o Partido Trabalhista, as eleições desta quinta-feira produzem mais incógnitas do que certezas. “Os pequenos partidos podem ser a chave”, defende o analista numa entrevista em que se fala também de Nigel Farage, Nick Clegg ou Nicola Sturgeon, líderes partidários decisivos nas contas eleitorais de David Cameron ou de Edward Miliband. No Reino Unido a indefinição política irá perdurar muito além da próxima madrugada? Podemos estar a entrar numa certa revolução no sistema eleitoral britânico, sendo que esta não é verdadeiramente uma eleição britânica. É, sobretudo, uma eleição inglesa. É na Inglaterra, centro, norte e sudoeste, que se concentram os círculos eleitorais com resultados mais imprevisíveis, mais "tremidos". Portanto, é verdadeiramente na Inglaterra, e não no resto do Reino Unido, que esta eleição se joga. É certo também que os partidos das outras nações do Reino Unido podem acabar por vir a ser preponderantes na formulação de qualquer coligação política estável. No Reino Unido, estamos a entrar numa fase de se aprender a fazer compromissos interpartidários de longa duração, quando não havia essa cultura política, esse historial de diálogo. Os programas partidários são profundamente antagónicos para negociações de compromissos de longa duração. Há, aqui, a entrada numa nova fase, com um ponto de interrogação muito grande, no sentido de saber como será a resposta dos líderes. Mas há também uma conjugação de indefinições que podem, no limite levar a uma "grande coligação". Este não é um cenário muito trabalhado do ponto de vista mediático, mas vamos ver como reagem aos resultados eleitorais as empresas, a bolsa, as associações industriais, toda a economia real que tenta inverter o ciclo de crise. Quais são os vectores de indefinição? São três. Por um lado, a existência de uma coligação que dê a garantia temporal de estabilidade política. O segundo é a continuidade do Reino Unido na União Europeia. Esta campanha não trouxe a Europa para o centro do debate, mas é, verdadeiramente, esta a questão que está em cima da mesa. Saber que constelação de partidos vai estar comprometida com o "sim" no referendo de 2017 à continuidade na Europa. Em terceiro lugar, saber como se gere, do ponto de vista das finanças públicas, um cenário que não é propriamente de aumento do rendimento no bolso dos cidadãos. Portanto, há aqui variáveis que podem levar à formalização de acordos quase por obrigação para responder a todas estas indefinições. Nesse sentido, há mais condições para compromissos à esquerda? Há mais proximidade programática entre o Partido Trabalhista e o Partido Liberal Democrata do que entre o Partido Conservador e o Partido Liberal Democrata, o Lib-Dem. A começar pelo compromisso de manutenção do Reino Unido na União Europeia. E, quanto à incógnita que pode resultar da


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incompatibilidade de juntar no mesmo governo liderado por trabalhistas, o SNP (nacionalistas escoceses), e os liberais? Este é um cenário não inviabilizador de um governo minoritário Labour (trabalhistas)/Partido Liberal Democrata. Acho que o momento de grande indefinição que se vai viver a partir desta sexta-feira, dia 8, vai obrigar a convergências mais ou menos forçadas. Apesar de tudo - e até porque a proliferação partidária é maior à esquerda - há mais condições para que as coligações se possam fazer justamente aí, à esquerda, eventualmente, até, com os Verdes incluídos. Isso não significa que o SNP - Partido Nacionalista Escocês chegue ao governo. Pode surgir um acordo parlamentar com um governo minoritário entre os trabalhistas e os liberaisdemocratas. Pode haver um acordo escrito que preveja o apoio durante uma legislatura, mas, ainda assim, não isso é garantido, porque o SNP tem uma base programática instável e tendencialmente perturbadora do sistema. Já à direita e tendo em conta as sondagens que dão uma maioria de mandatos ao Partido Conservador, obrigando-o a iniciar o diálogo para uma coligação, pode ser que os liberais-democratas possam ser esse "player" que possa jogar tanto à esquerda como à direita. Um cenário em que a coligação de 2010 possa ser revitalizada, embora já não nos mesmos planos de confiança, porque o Lib-Dem sofreu grande desgaste com a governação e muitos sectores do partido estão contra a validação de um novo ciclo com David Cameron à frente da governação. Já os pequenos partidos poderão, em função dos resultados servir de muleta de acordos parlamentares nas principais votações: orçamento e programa de governo. Os pequenos partidos podem ser a chave de uma coligação estável no Reino Unido. Ainda não se falou de Nigel Farage e do UKIP... Por demérito próprio e porque o sistema privilegia os dois grandes partidos, não falamos de Nigel Farage. Ele, em rigor, não é personagem central nesta campanha. Os resultados destas eleições podem obrigar, de facto, a uma reformulação do próprio sistema eleitoral. Mas Nigel Farage tem um problema crónico. Desde logo, o programa político redutor. O antieuropeísmo primário e uma agenda contra a imigração também absolutamente radical. Não tem mais. Quando se chega a eleições legislativas, e não apenas para o Parlamento Europeu, os eleitores são sensíveis a estas debilidades. Farage pode nem ser eleito para Westminster, como Nick Clegg, líder do Lib-Dem, ou como Nicola Sturgeon, líder do Partido Nacional Escocês, que nem sequer concorre. Podemos, então, ter dois líderes partidários que podem ser a chave de qualquer coligação ausentes do parlamento em Westminster. A falta do peso institucional do cargo pode levar a que sejam mais reféns das bases partidárias numa eventual negociação e com isso serem menos sensíveis ao compromisso político. E, visto da Europa, o que mais interessa? É do interesse da Europa manter o Reino Unido dentro da União. Desde logo, o abandono representava uma quebra de 11% na contribuição para o orçamento comunitário. Seria também uma queda muito

significativa no PIB dos países da UE. Seria retirar a quinta maior economia do mundo do "bolo" europeu. Haveria também um desequilíbrio geo-político. A "continentalização" de um centro - já mais ou menos evidente - seria motivo de maior tensão entre os Estados-membros. A relação das UE com os Estados Unidos seria prejudicada e, portanto, não vejo nenhum benefício para os estados membros da UE com a saída do Reino Unido. Não antecipo também nenhum benefício para o Reino Unido. Acho que é isto que verdadeiramente está em causa, nestas eleições. Uma constelação política à esquerda mais comprometida com a manutenção do Reino Unido na Europa e, à direita, uma constelação que pode levar a que essa permanência possa estar em causa. São esses os riscos do referendo de 2017 prometido por David Cameron? David Cameron jogou cartadas muito arriscadas, porque o compromisso com esse referendo acabou por ser decisivo para a sua própria liderança do Partido Conservador. O problema é, tendo em vista convergências em coligações pós-eleitorais, ser preciso os partidos comprometidos com a realização desse referendo de tudo ou nada, o ‘in’ ou o ‘out’. É o futuro político de Cameron que está aqui em jogo. David Cameron não foi capaz de elaborar uma agenda alternativa ao crescimento do UKIP centrada numa direita moderada, obviamente capaz de defender os interesses do Reino Unido. Os interesses do Reino Unido estão melhor defendidos com a permanência na União Europeia do que fora dela. Cameron não garantiu nenhuma alternativa à permanência do Reino Unido na UE. Ao contrário, o abandono implica custos brutais para a economia do país, contracção de investimento, taxas alfandegárias deixam de estar abrangidas pelas regras do mercado único. Há um conjunto de factores que podem trazer grande instabilidade à economia, provocando a deslocalização de empresas e quedas na receita fiscal. Há toda uma unidade do estado que pode ser comprometida. Não se pode esquecer que as regiões mais pobres do Reino Unido são as que mais dependem das trocas comerciais com os outros países da União Europeia. 45% das exportações do Reino Unido dirigem-se à União Europeia. É um mercado absolutamente crucial. Vejo este debate como o verdadeiro debate estratégico. O futuro do Reino Unido na Europa é debate mais importante a resultar desta eleição e a marcar as negociações que vão ser exigidas a todos os partidos depois da noite deste 7 de Maio e madrugada do dia 8.


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Ed Gonçalves pode ser o primeiro deputado português no Reino Unido Em português, assume que avança para "inspirar" emigrantes e lusodescendentes, contra a xenofobia disseminada pelo UKIP. Frente aos eleitores ingleses, defende uma reforma profunda do sistema político. Eduardo Gonçalves quer chegar à Câmara dos Comuns. As eleições são esta quintafeira. Por Maria João Cunha

Eduardo Gonçalves (imaginamos um falante de inglês a tentar pronunciá-lo - ou escrevê-lo) ri-se quando lhe perguntamos se os constituintes que o podem eleger costumam acertar-lhe no nome pouco “english friendly”. Apresenta-se como Ed, um nome mais “catchy” e conciso, mais fácil de colocar nos panfletos. Nasceu há 47 anos, em Londres. É filho da emigração portuguesa dos anos 60. No início do ano, mudou-se para Rugby, a cento e poucos quilómetros a noroeste da capital, para se candidatar a deputado por este círculo e pelo partido dos Liberais Democratas (Lib Dems). Foi aqui, na cidade onde se acredita ter nascido o desporto com o mesmo nome, casa para 70 mil almas (cerca de dois mil portugueses), que o partido lhe arranjou uma vaga. Porque importava, sobretudo, ser candidato. E porque, para Ed, um candidato deve estar próximo dos seus eleitores, de viver no seu círculo eleitoral. Algo que “nem todos” fazem. Com o apoio da família e uma máquina de campanha de 60 pessoas, Eduardo perdeu a conta às acções a que deu corpo e voz nos últimos 30 dias. A actividade “nonstop” é certificada pelas bolhas nos pés e pela voz algo rouca - no Reino Unido, a campanha faz-se sobretudo no contacto porta-a-porta. E o que faz um lusodescendente a bater às portas dos ingleses para pedir votos nas eleições desta quintafeira? Tirar os portugueses de dentro de casa e “inspirálos” a envolverem-se na vida política e cívica. “Primeiro, espero que vão às urnas, que votem. Depois, que se apresentem como candidatos.” Ed não concebe que haja uma população de origem portuguesa tão numerosa sem qualquer representação política. Dá o exemplo de Vauxhall e o “Pequeno Portugal” de Londres, uma única freguesia onde 20% dos habitantes são portugueses ou lusodescendentes. Nem deputados, nem presidentes de câmara. E, sim, Ed também já foi candidato a uma autarquia. Veja também: Quanto vale o voto português no Reino Unido? Vítima de contra-campanha xenófoba Em 2014, concorreu a uma cidade no sul, Gosport. “Foi uma experiência muito importante. Nas eleições anteriores, o Partido Liberal Democrata só tinha

chegado ao terceiro lugar, muito aquém do segundo, e eu não tinha absolutamente nada a perder. Mas fiz uma campanha muito dinâmica.” Conta que, na altura, quando andava a bater às portas, tinha sempre no encalce militantes do Partido Conservador, que abordavam as mesmas pessoas dizendo “sabia que o candidato liberal democrata é estrangeiro?”. Sentiu que era alvo de uma contracampanha xenófoba, que o atacava apenas pelo facto de ser português. “Mas não teve grande efeito”, conta. Não ganhou por curtos 79 votos. Para Eduardo, “é a prova de que não temos nada a perder, podemos realmente vencer. As pessoas não são convencidas com essa propaganda”. Nestas eleições gerais, Eduardo candidata-se pelas mãos de um partido que arrisca perder metade dos deputados e a pior votação em 25 anos de história – os analistas a prever um quase desaparecimento dos centristas liberais, historicamente a terceira força política no Reino Unido. Pior: em Rugby, a última vez que um deputado (MP) dos Lib Dems (na altura designados Liberais) conseguiu a eleição foi há pouco menos de um século. As probabilidades estão contra ele. Mas Eduardo lembra que esta quinta-feira, quando as urnas abrirem (“a maior entrevista de emprego no Reino Unido”), “todos os candidatos partem em igualdade, com zero votos”. E que os círculos são uninominais, o que quer dizer que os eleitores de uma determinada área escolhem directamente o seu candidato. Atira, assim, o clássico prognóstico de vitória que se exige do bem estudado discurso político. Lá mais para a frente, na conversa, admite: “Numa hipótese extremamente remota em que eu não ganhe, vou continuar com a minha campanha e tentar convencer os portugueses a avançarem e participarem na vida política e na vida cívica. Aliás, eu não me importo de não ganhar.” Ouvimos bem? Sim, mas Eduardo tem uma condição – que diz tudo: “Desde que daqui a cinco anos haja pelo menos dez portugueses a candidatarem-se às eleições. E que nessa altura também haja presidentes de câmaras municipais portugueses, nessas partes do país onde temos mais representação. Para mim, era uma grande vitória se isso acontecesse.” Mas não há grandes vitórias a prever nestas eleições. Não há, aliás, memória no Reino Unido de uma corrida tão renhida e com resultados pós-eleitorais tão incertos. O número de indecisos (cerca de 40%) é anormal para esta fase da campanha e o facto de os dois maiores partidos estarem tecnicamente empatados pode influenciar e dispersar o sentido de voto. Ed Gonçalves diz que o Reino Unido pode acordar, na manhã de 8 de Maio, embrulhado numa "grande complicação". (veja o vídeo no topo da página) Contra a xenofobia contaminadora do UKIP As razões de Ed Gonçalves não se esgotam numa certa “invisibilidade” dos portugueses. Diz que o país vive “uma altura muito complicada” por causa do crescimento do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP, na sigla inglesa), que considera de extrema-direita e “francamente contra a imigração”. O UKIP, que rejeita os rótulos, ocupa o terceiro lugar nas sondagens, com 12 a 14% dos votos, e pode eleger


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pelo menos três deputados. Em 2010, conseguiu 3%. O grande problema, para o candidato lusodescendente, é que “o discurso deles tem vindo a contaminar um pouco todo o discurso político no Reino Unido”, já com ecos nos partidos Conservador, “que defende muitas das mesmas posições”, e Trabalhista, que chegou a “distribuir canecas com propaganda anti-imigração”. Ed garante que não faltam sinais de “uma crescente intolerância em torno dos imigrantes.” Intolerância que não é de agora, mas que se agrava. Em Rugby, por exemplo, a comunidade portuguesa foi atacada com violência em 2006, quando a Inglaterra perdeu contra Portugal no Mundial da Alemanha. Só agora voltou a abrir um restaurante português na cidade, conta Ed. Então, como é recebido um filho de imigrantes em campanha? “Falo muito abertamente das minhas origens, das minhas raízes”. Garante que dá “respostas honestas”, muitas vezes não necessariamente “as que os habitantes gostariam de ouvir: ‘Temos de nos ver livres dos emigrantes, temos de acabar com a emigração’. Obviamente não é essa a minha posição.” “Se não mudarmos o sistema, temos os políticos que merecemos” Pedimos-lhe um “slogan” político. ”O voto no tuga” sai entre risos, não é a sério. Mais facilmente optaria por qualquer coisa à volta da abolição das despesas dos deputados. E lembra a história do deputado que gastou milhares de libras dos contribuintes numa casa para os seus patos. O escândalo tem cinco anos, envolveu mais casos e provocou o debate no Reino Unido. Mas ”pouco mudou desde então”, assegura. “Aliás, é perfeitamente legal um deputado contratar o seu marido ou mulher para trabalhar no gabinete, coisa que 25% dos deputados neste último parlamento fizeram.” E continua: “Um deputado derrotado nas eleições leva um bónus de cerca de 40 ou 45 mil euros, sobre o qual não tem de pagar nenhuns impostos. Não conheço nenhum outro emprego onde uma pessoa que seja despedida por ter feito muito mal o trabalho, acabe por receber um bónus desta natureza.” Eduardo diz mesmo, na apresentação da candidatura: “Depende de nós – se não mudarmos o sistema, teremos os políticos que merecemos”. O homem que “contratou” Paul Gascoigne para treinar em Portugal Eduardo Gonçalves é director de comunicação na organização não-governamental (ONG) “The Climate Group”. É assim que se apresenta, sublinhando que trabalha muito com empresas e governos. Foi, aliás, a organizar uma conferência, ainda cursava Ciência Política na universidade, que acabou por entrar na política como assessor, a convite do agora ministro da Justiça, o liberal democrata Simon Hughes. Não se considera político profissional, antes “um militante na comunidade”. Garante que tem sido “um cidadão activo ao nível das instituições”, o que para Ed é “outra forma de fazer política”. Com a mulher e outros membros da família fundou a organização “Kidney Kids”, dedicada a apoiar crianças com insuficiência renal, que já tem “dimensão nacional” no Reino Unido. Uma iniciativa motivada pela doença de um dos filhos gémeos, nascidos em Portugal.

Ed Gonçalves com a mulher e os filhos, Luis e Joe Foi jornalista, fez rádio na BBC, colaborou com os jornais britânicos “The Guardian” ou “The Observer”. É casado com uma jornalista, viveu oito anos em Portugal, passou pelos Estados Unidos e pelos Emirados Árabes Unidos. Tem uma casa no Alentejo, onde vai com frequência. Na sua biografia, destaca o facto de se ter especializado na conservação do lince ibérico, que está também no centro de uma das histórias mais curiosas do seu percurso. O "grande gato em vias de extinção" foi a mascote escolhida para o Algarve United, projecto de um empresário italiano da cortiça, que queria uma equipa local a ocupar o estádio do Euro 2004 na região. A Ed, por ser inglês, pediram-lhe para tratar da contratação de Paul Gascoigne, estrela do Tottenham e da selecção inglesa nos anos 90. O projecto tinha tudo para andar, menos a disponibilidade financeira do investidor. É que Ed conseguiu. Trouxe Paul Gascoigne ao Algarve e até chegou a ver casas com ele. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

As eleições britânicas e a Escócia Os nacionalistas da Escócia estão hoje mais fortes e podem ganhar a maioria dos lugares que a Escócia tem no parlamento de Westminster. Não é só a permanência na União Europeia que está em causa nestas eleições.

Por Francisco Sarsfield Cabral

O Partido Nacionalista Escocês (PNE) poderá ter um papel decisivo nas eleições de hoje no Reino Unido. Em Setembro esse partido perdeu o referendo na Escócia: a maioria não votou pela independência, mas pela continuidade da União com a Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. Surpreendentemente, os nacionalistas da Escócia estão hoje mais fortes. Sob a nova liderança de uma mulher, Nicola Sturgeon, o partido talvez ganhe 50 ou mais dos 59 lugares que a Escócia tem no parlamento de Westminster. Os conservadores perderiam o seu único deputado na Escócia e, sobretudo, o Partido Trabalhista, depois de ali obter maiorias eleitorais


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consecutivas, perderia dezenas de lugares. Tal impediria Ed Milliband de conseguir uma maioria absoluta. E ele já prometeu não se entender com os nacionalistas escoceses. Manterá a promessa? Por outro lado, um grande resultado do PNE, hoje, levantará de novo o problema da independência da Escócia. Em suma, as eleições desta quinta-feira são importantes para a permanência britânica na UE e para a manutenção do Reino Unido.

Ex-ministro Luís Filipe Pereira candidato a presidir ao Conselho Económico e Social

Três anos depois, economia portuguesa volta a crescer Banco de Portugal confirma dados do INE, em linha com o Governo e acima das previsões da Comissão Europeia.

Nome reúne consenso entre os partidos da maioria e o PS.

Foto: José Coelho/Lusa

O Banco de Portugal confirma os dados do Instituto Nacional de Estatística. Em 2014, depois de três anos de contracção, a economia portuguesa regressou ao crescimento, com uma subida de 0,9%.

O ex-ministro da Saúde Luís Silva Pereira é o nome indicado para presidir ao Conselho Económico e Social (CES), apurou a Renascença. Luís Silva Pereira reuniu consenso entre PSD e CDS, os partidos da coligação governamental, e o PS. O ex-ministro da Saúde vai presidir ao Conselho Económico e Social, sucedendo a Silva Peneda, que assumirá funções de adjunto do presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker. A eleição do presidente do Conselho Económico e Social, pelo Parlamento, exige uma maioria de dois terços e está marcada para o próximo dia 15 de Maio. O prazo para apresentação de candidatos terminava às 18h00 de hoje. O mandato do presidente do CES tem a duração da legislatura da Assembleia da República pelo que o novo titular do cargo assumirá funções durante cerca de cinco meses.

A instituição liderada por Carlos Costa apresentou, esta quarta-feira, o Boletim Económico de Maio no qual o banco central analisa a evolução da economia portuguesa em 2014, não incluindo previsões para os próximos anos. Os números estão em linha com as projecções do Governo e ficam uma décima acima das previsões da Comissão Europeia, que esta terça-feira apontou para um crescimento de 0,8%. O boletim aponta o aumento do consumo das famílias e o investimento das empresas, enquanto o Estado passou a gastar menos. "É imprescindível" prosseguir reformas O Banco de Portugal defende que "é imprescindível" para a economia portuguesa "prosseguir o processo de ajustamento em curso" e que o sucesso de Portugal depende também de realizar reformas estruturais e "persistir na correcção dos desequilíbrios macroeconómicos". Para a entidade, "o sucesso da economia portuguesa" depende, por um lado, da sua capacidade para "aumentar a quantidade e a qualidade dos factores produtivos", mas também da capacidade de "encetar reformas estruturais e persistir na correcção dos desequilíbrios macroeconómicos com base numa correta condução das políticas económicas". Em relação ao elevado nível de endividamento de Portugal, o banco central considera que "constitui um problema" por representar um "contínuo desvio de recursos associado ao serviço da dívida" e pelo "nível de exposição ao risco a que submete a economia". Quanto ao mercado de trabalho, o banco central


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considera que a evolução verificada em 2014 "espelha a evolução na actividade e também os fortes desequilíbrios acumulados nos últimos anos". Apesar de o emprego ter crescido e de a taxa de desemprego ter caído em 2014, "os níveis de utilização do factor trabalho na economia portuguesa mantêm-se muito abaixo dos prevalecentes antes do início da crise internacional" e há também "uma menor dinâmica" nos fluxos laborais, ou seja, há menos destruição de emprego mas também uma "limitada criação de novos postos de trabalho". A solução para este problema passa por adoptar "medidas que envolvam a redução da segmentação no mercado de trabalho e que aumentem a flexibilidade salarial", recomenda o banco central.

Criação de postos de trabalho está perto dos 150 mil prometidos pelo PS Durante o debate quinzenal, Pedro Passos Coelho defendeu que se mantém "a tendência de descida do desemprego que vem desde o início de 2013". O primeiro-ministro afirmou que, apesar da recessão, em dois anos foram criados cerca de 130 mil postos de trabalho, "quase tanto" como os 150 mil prometidos pelo PS no tempo da liderança de José Sócrates. Durante o debate quinzenal, no parlamento, Pedro Passos Coelho defendeu que se mantém "a tendência de descida do desemprego que vem desde o início de 2013" e que está a ser criado "mais emprego qualificado, menos precário e a tempo mais completo", referindo que já se atingiram perto de "130 mil postos de trabalho criados na economia nos últimos oito trimestres". "Não sei se se recordam de uma antiga promessa eleitoral de criação de 150 mil postos de trabalho. Houve, na altura, uma promessa que comprometia a criação de pelo menos 150 mil novos postos de trabalho. Nós conseguimos, apesar da recessão, ver a economia criar quase tanto nos dois últimos anos", acrescentou. "E eu garanto que não se tratou de nenhuma operação administrativa, porque não foi por decreto que estes empregos apareceram na economia. Apareceram na economia em associação com aquilo que tem sido a reforma económica que o país tem conhecido", completou. Antes, Passos Coelho sustentou que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmam que, em termos homólogos, a descida do desemprego e subida do emprego "é claramente a tendência" - e no seu entender "é importante olhar sobretudo para a tendência e menos para os dados mensais". Segundo o chefe do executivo PSD/CDS-PP, em termos mensais "as oscilações ainda são sensíveis", e "os resultados têm de ser observados com alguma cautela", tendo em conta as "correcções estatísticas que são introduzidas em cada mês sobre os dois meses

anteriores". Quanto à evolução trimestral, referiu que "houve um agravamento de 0,2%, o que não é significativo", mas manifestou alguma preocupação com a "estabilização na descida do desemprego desde Outubro do ano passado até Março deste ano". "Isso não é grandemente satisfatório", considerou. "Vamos ter de olhar para este problema com olhos mais cuidados, de modo a encontrar, quer do ponto de vista das políticas de conjuntura, das políticas activas de emprego, quer do ponto de vista estrutural, medidas que nos possam ajudar a acelerar a descida do desemprego, de maneira a pelo menos manter a tendência de descida que vem desde o início de 2013", concluiu o primeiro-ministro. Este tema foi introduzido pelo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que assinalou que, "no que toca ao registo mensal, o INE veio na semana passada corrigir a estimativa anterior". "Afinal a taxa de desemprego não foi 14,1%, foi 13,6%. De Janeiro para Fevereiro houve um decréscimo da taxa de desemprego, e não um aumento", salientou o social-democrata, defendendo que isso vem "actualizar" o anterior debate parlamentar sobre esta matéria. Luís Montenegro referiu que "em 26 meses, desde Janeiro 2013 a Março 2015, houve 23 meses em que a taxa de desemprego não subiu, houve mesmo até 21 meses em que desceu, e só três em que efectivamente houve um ligeiro aumento". Face a estes dados, "a verdade factual, atestada já por números finais do INE" é que "há uma tendência clara de descida da taxa de desemprego, o que não significa que ele se encontre ainda num patamar muito elevado", alegou.

Fenprof garante que greve deixou seis mil alunos sem exame do 9º ano O Ministério responde que foram 5% os alunos a não realizar o exame, o que dá um número semelhante.

Foto DR

A greve dos professores de inglês e dos que fazem


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vigilância aos exames de Cambridge deixou cerca de seis mil alunos sem fazer a prova escrita, anunciou a Federação Nacional dos Professores (Fenprof). De acordo com a estrutura sindical, a elevada adesão dos professores a esta greve impediu a realização da prova em muitas escolas e noutras o exame realizou-se de forma parcial. O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) informou que a greve de professores privou cerca de 5% dos alunos de fazerem a componente escrita do teste de inglês da Universidade de Cambridge, obrigatório para o 9º ano. De acordo com uma nota de imprensa do instituto, em 2% dos agrupamentos de escolas não foi possível a realização do teste por qualquer aluno. A prova escrita do teste Preliminary English Test (PET) da Universidade de Cambridge abrangia cerca de 111 mil alunos do ensino público e privado, sendo o PET obrigatório para o 9º ano e opcional para outros anos de escolaridade (englobando estudantes dos 11 aos 18 anos). A greve de professores, à vigilância de exames, foi convocada por uma plataforma de sete estruturas sindicais, entre as quais a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afecta à CGTP, que apresentou uma queixa na Procuradoria-Geral da República sobre a parceria, no teste, entre Estado e empresas. Além da vertente escrita, o PET tem uma componente oral, que já está a ser feita em algumas escolas e termina a 22 de Maio. O teste permite fazer o diagnóstico dos conhecimentos de inglês dos alunos, avaliando a leitura e a compreensão da leitura e a compreensão oral e a produção oral. Os estudantes bem-sucedidos têm direito a um certificado reconhecido internacionalmente e concedido pelo Cambridge English Language Assessment que, segundo o IAVE, "atesta o nível de proficiência B1, de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas".

Novo Banco vai responder legalmente contra ameaças dos clientes lesados Administração avisa: iniciativas que colocam em causa o funcionamento dos balcões e a reputação do banco são ilegítimas. Clientes respondem que não se perca tempo com "faits divers".

Protesto no Novo Banco em Leiria em Março. Foto: Paulo Cunha/Lusa

O Novo Banco vai responder legalmente contra ameaças individuais ou em nome da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC). No último comunicado, a administração de transição de Stock da Cunha avisa que as iniciativas que colocam em causa o funcionamento dos balcões e atingem a reputação do banco e colaboradores são ilegítimas. Depois de ter garantido, no Parlamento, que não iria intervir nestes protestos dos clientes que se dizem lesados na compra de papel comercial, Stock da Cunha avisa agora que irá accionar os meios legais contra estas ameaças. A AIEPC já reagiu e aconselha a administração do Novo Banco a "gastar o seu tempo a resolver os problemas dos clientes" em vez de o "perder em 'faits divers'". O presidente da associação, Ricardo Ângelo, reclama "todo o direito" à manifestação por parte dos clientes lesados, salientando que é "uma via de escape" para o "desespero" que sentem. "O Novo Banco devia era agradecer-nos por conseguirmos controlar as pessoas para não reagirem de forma mais intempestiva e agressiva contra os gestores que os enganaram", sustentou, assegurando que, "se as manifestações não existissem, já teria havido desgraças e consequências para os gestores do Novo Banco". Segundo acrescentou, os clientes lesados têm dirigido as suas iniciativas ao Novo Banco "porque, como o próprio disse entre Agosto [de 2014] e Fevereiro [de 2015], é o responsável pelo papel comercial e tinha a intenção de o pagar". "Foram [emitidos pelo Novo Banco] quatro ou cinco comunicados a dizer isso",


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sustentou, considerando que "não é uma boa prática um banco mentir aos seus clientes e o Novo Banco mentiu diversas vezes". Em resposta às frequentes manifestações concretizadas junto das agências do Novo Banco por todo o país, a instituição financeira vem mais uma vez esclarecer que "o Novo Banco é um banco de transição e não tem autonomia para decidir e executar propostas destinadas a sanar ou a compensar o incumprimento dos referidos instrumentos de dívida". A 3 de Agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

Arrestados bens de ex-líder do BPP João Rendeiro não terá pago a caução que lhe era exigida.

A Justiça decretou o arresto de bens de João Rendeiro depois de o ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) não ter depositado a caução económica (quase sete milhões de euros) que tinha sido exigida. Segundo o jornal “Público”, o mesmo aconteceu aos arguidos Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital. Esta verba destina-se a garantir o pagamento de eventuais indemnizações a investidores da Privado Financeiros que se dizem lesados pela acção dos três ex-executivos que estão a ser julgados por vários crimes, como burla e falsificação de documentos.

Fraude fiscal. PJ faz buscas em empresas do sector têxtil “Operação Fazenda Branca” fez mais de 30 buscas, sobretudo na zona do Grande Porto, mas também em Lisboa, Coimbra e Braga. Há nove detidos, com idades entre os 38 e 63 anos. A Polícia Judiciária do Porto e inspectores da Autoridade Tributária efectuaram buscas a cerca de 20 empresas de um grupo do sector têxtil, numa investigação que se estende também a algumas residências particulares. Em comunicado, a PJ esclarece que na origem das buscas estão suspeitas de crimes de fraude fiscal, associação criminosa e branqueamento de capitais. Foram feitas três dezenas de buscas na “Operação Fazenda Branca”, na área do Grande Porto e também em Lisboa, Coimbra e Braga, e detidas nove pessoas com idades entre os 38 e 63 anos. “As investigações permitiram indiciar a existência de um grupo organizado no sector da compra e venda de têxteis que, actuando de forma concertada e permanente, vinha efectuando transacções comerciais sem proceder à respectiva declaração fiscal ou fazendo-o com falsidade, lesava a Fazenda Nacional em dezenas de milhões de euros em sede de IRC e IVA”, refere o comunicado. Foram apreendidos veículos automóveis, diversas obras de arte e outros bens móveis, milhares de euros em dinheiro e documentação relevante. A notícia foi avançada pelo “Jornal de Notícias”, que diz estar em causa a cadeia Feira dos Tecidos. Entre os detidos estará o proprietário de grupo. Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção. Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Têxtil e Vestuário, João Costa, mostrou-se disponível para colaborar com a investigação, mas garantiu desconhecer a existência de busca. “Pretendemos sempre é que estas coisas sejam tratadas adequadamente e que aquilo que houver a esclarecer seja esclarecido”, afirmou. João Costa afirma que o sector têxtil tem pautado a sua actuação pelo cumprimento da lei, mas defende que se investiguem todas as suspeitas. [Notícia actualizada as 16h00]


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Instituição social devolve 200 mil euros à Segurança Social Obra Diocesana de Promoção Social do Porto detectou a infracção há bastante tempo e já se tinha disponibilizado para regularizar a situação. Caso teve origem no "excesso de zelo" de um funcionário. Por Henrique Cunha

A Obra Diocesana de Promoção Social do Porto vai devolver pouco mais de 200 mil euros à Segurança Social. O valor foi avançado à Renascença pelo assistente eclesiástico da instituição, o padre Lino Maia. A devolução surge na sequência da investigação do Ministério Público por suspeitas de burla à Segurança Social. “Num determinado momento, alguém com algum zelo, para não provocar problemas à instituição, terá dado indicações sobre utentes que de facto já não o eram. É isso que está em causa. A Obra Diocesana já há bastante tempo que tinha descoberto essa situação e já se tinha disponibilizado para repor o correspondente a essas situações. Segundo o que foi apurado numa primeira apreciação por parte da Segurança Social, nós estamos a falar, ao longo dos anos, de cerca de 200 e qualquer coisa mil euros”, refere o padre Lino Maia. De acordo com o esclarecimento prestado à Renascença pelo também presidente da Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social (CNIS), a Obra Diocesana de Promoção Social já tinha detectado, há bastante tempo, a infracção e já se tinha disponibilizado para regularizar a situação. “O presidente, em diálogo comigo, já há bastante tempo que se tinha disponibilizado a fazê-lo e tem todo o interesse em fazê-lo o mais rápido possível. Portanto, não há qualquer desvio ou tentativa de simulação por parte da obra diocesana, pelo contrário.” O presidente da CNIS tem por isso uma explicação para a investigação judicial à obra: “O problema da Obra Diocesana é o facto do assistente ser quem é. Por parte da Segurança Social, por parte das entidades públicas, houve alguma vontade de querer encontrar o assistente numa situação de apuros. E foi exactamente por isso. De facto foi um tiro que saiu pela culatra porque o assistente não tem interferência. E aliás foi o assistente que enquanto presidente da CNIS, em devido tempo, quis que tudo fosse feito para que facto houvesse o maior acompanhamento, a maior fiscalização por parte de todas as instituições.” A instituição de solidariedade social do Porto foi alvo de buscas da Polícia Judiciária no dia 30 de Março, na sequência de uma investigação a um eventual “crime de burla tributária à Segurança Social”. As buscas terão tido origem numa denúncia feita ao Instituto da Segurança Social, dando conta de um alegado esquema de "utentes-fantasma" para obter

maior financiamento público. A Obra Diocesana de Promoção Social do Porto foi recentemente distinguida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, com o título de Membro Honorário da Ordem do Mérito. [notícia actualizada às 18h15]

GNR acusado de 104 crimes por suspeita de ficar com dinheiro de multas O arguido, que terá ficado com quase 13 mil euros, chegou a receber um louvor público pela sua honestidade. O Ministério Público (MP) de Santa Maria da Feira deduziu acusação contra o ex-comandante do posto da GNR de Lourosa pela prática de 104 crimes de peculato, por alegadamente se ter apropriado de dinheiro das multas de trânsito. Segundo o despacho, a que a agência Lusa teve acesso, os factos ocorreram em 2012 e 2013, quando o arguido esteve a exercer funções de comando no posto da GNR de Lourosa, em Santa Maria da Feira. O inquérito teve origem numa participação efectuada pela própria GNR, após uma denúncia sobre a existência de irregularidades no processamento de determinadas quantias monetárias da actividade do posto. De acordo com a investigação, o arguido, um sargentoajudante que entretanto foi transferido para o Destacamento de Faro, ter-se-á apropriado indevidamente de 12.849 euros, tendo, entretanto, devolvido ao Estado 3.164 euros. A maior parte deste montante (9.029 euros) dizia respeito a coimas de 98 autos de contra-ordenação, que foram pagas pelos condutores no momento em que eram autuados, não tendo o dinheiro sido depositado na conta da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Além disso, ter-se-á apropriado de 2.400 euros, correspondentes a dois mandados de detenção, não tendo comunicado esse pagamento nem dado baixa dos referidos mandados. Ainda segundo o MP, o arguido depositou na sua conta um cheque no valor de 1.214 euros para pagar um serviço de policiamento externo no "Festival da Alheira", que decorreu no estádio do Lourosa, e apropriou-se de 190 euros por bloqueamento e reboque de veículos. "O arguido agiu de forma livre, consciente e deliberada, com o objectivo de se apropriar de valores monetários a que tinha acesso em virtude das suas funções de militar da GNR e em violação das suas obrigações", lêse no despacho de acusação. O MP deduziu um pedido de indemnização civil no valor de 9.154 euros, correspondendo ao prejuízo que as condutas alegadamente praticadas pelo arguido causaram ao Estado. Durante o interrogatório na Polícia Judiciária, o


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ex-comandante negou ter-se apropriado de qualquer valor, argumentando que se fosse essa a intenção não teria sido efectuado qualquer registo nos livros próprios. O militar adiantou ainda que em algumas das situações referidas, "o dinheiro foi entregue e está tudo resolvido", realçando que quando foi transferido para Faro recebeu um louvor público onde eram elogiadas as suas características de organização e de honestidade. Segundo informações do comando-geral da GNR, o militar encontra-se actualmente no activo, estando a decorrer um processo disciplinar que não está concluído.

Director da Judiciária reconduzido no cargo Governo elogia "competência técnica" de Almeida Rodrigues, que dirige a PJ desde 2008.

Foto: Lusa

O director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Almeida Rodrigues, foi reconduzido no cargo por despacho conjunto assinado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz. "Determina-se, face à reconhecida competência técnica, aptidão e experiência profissional adequadas ao exercício das respectivas funções, a renovação da comissão de serviço do licenciado José Maria de Almeida Rodrigues", refere o despacho divulgado esta quarta-feira que renova, com efeitos a 15 de Junho de 2015, a comissão de serviço do actual director nacional da PJ. A anterior comissão de serviço, válida por três anos, havia sido provida por despacho de 15 de Junho de 2012. Almeida Rodrigues dirige a Polícia Judiciária desde 2008, ano da primeira nomeação, sucedendo a Alípio Ribeiro. Quanto à nomeação e/ou recondução do directornacional-adjunto e subdirectores nacionais-adjuntos, estes são providos, segundo a Lei Orgânica da PJ, por despacho da ministra da Justiça, sob proposta do

director nacional, de entre os coordenadores superiores de investigação criminal e/ou magistrados de "reconhecida competência profissional e experiência para o exercício de funções".

Dois desaparecidos no mar dos Açores. Marinha resgata 12 pessoas Operação de resgate “foi complicada” por não haver muitos meios que consigam efectuar um salvamento no meio do oceano com condições tão adversas, diz responsável da Marinha. A Marinha Portuguesa resgatou 12 pessoas de cinco veleiros que se encontravam a navegar 500 milhas (930 quilómetros) a Sul dos Açores. A operação terminou sem feridos em quatro embarcações, mas há dois tripulantes de um veleiro francês que estão desaparecidos. “Devido às condições meteorológicas muito adversas que estavam no oceano Atlântico, uma depressão cavada, várias embarcações pediram auxílio. Houve cinco veleiros em que foi necessário evacuar os tripulantes, tendo os alertas começado às duas da manhã de ontem [quarta-feira]”, explica o porta-voz da Marinha Portuguesa, Paulo Vicente, em declarações à agência Lusa. Ao início da manhã desta quinta-feira, foram dados por terminados quatro dos resgates, tendo sido evacuados todos os tripulantes e sem feridos conhecidos, segundo Paulo Vicente. Contudo, um veleiro francês que estava a ser resgatado afundou-se durante a madrugada. Desta embarcação, há dois desaparecidos entre os quatro tripulantes. “Quando o navio mercante de Hong Kong [que está a ajudar na operação] se estava a aproximar do local para lhe prestar assistência, este afundou-se”, relata o portavoz da Marinha. “Dois dos tripulantes conseguiram entrar para o bote salva-vidas e os outros dois saltaram para a água e estão desaparecidos”, acrescenta. Na zona, encontram-se um navio mercante com bandeira de Hong Kong e um avião P3 da Força Aérea Portuguesa. A caminho está outro navio mercante. Desde o início que as operações de resgate foram “complicadas”, pois, “no meio do oceano, àquela distância, não há muitos meios que possam efectuar o salvamento”, diz Paulo Vicente. “A ondulação estava com cerca de 10 metros e ventos de 50 a 80 nós. É muito complicado”. Em comunicado, a Marinha Portuguesa refere que a operação envolveu o helicóptero EH-101 da Força Aérea Portuguesa (FAP) e demorou cerca de 12 horas sob ventos na ordem dos 50 nós (cerca de 90 km/hora) e ondulação de 10 metros, que “muito dificultaram o resgate”. Esta quinta-feira de manhã, as condições


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meteorológicas são mais favoráveis, mas ainda “adversas”, sendo a temperatura da água do mar de 21 graus. A ondulação baixou para metade. A operação de salvamento foi coordenada pelo Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC Delgada), em articulação com o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Aéreo das Lajes (RCC Lajes). [Notícia actualizada às 9h10 com tripulantes desaparecidos]

Taxa turística: Maia insiste na tese que ANA deu "subsídio" a Lisboa Autarca Bragança Fernandes lembra que a ANA é "uma empresa privada" e deve ser "tratada de igual forma que qualquer munícipe e pagar as suas taxas municipais", razão pela qual será obrigada ao pagamento de IMI e Derrama. O presidente da Câmara da Maia exige receber o mesmo “subsídio” que a ANA-aeroportos pagou à autarquia da Lisboa e anunciou a criação de uma taxa aeroportuária para colmatar os prejuízos causados pelo aeroporto Sá Carneiro ao município. "Eu sei que o presidente da ANA hoje [quarta-feira] esteve no Parlamento e que aconselhou os municípios a fazerem uma proposta idêntica ao que a Câmara de Lisboa fez com as taxas turísticas. Mas cabe a cada um fazer ou não [e] eu não quero criar. Quero ser subsidiado como Lisboa", atirou o autarca para quem a verba paga pela ANA à capital foi sim "um subsídio". Bragança Fernandes falava no mesmo dia em que o presidente da ANA-Aeroportos de Portugal aconselhou os municípios portugueses que, como Lisboa, querem criar uma taxa turística, a fazê-lo em condições que permitam ter a colaboração da gestora dos aeroportos. Já no final do mês de Março a Câmara da Maia reivindicou à ANA ser tratada como Lisboa quanto ao pagamento da Taxa Turística criada por aquela autarquia e assumida pela empresa. A taxa aeroportuária que a Maia quer criar, juntamente com Matosinhos e Vila do Conde, visa responder aos prejuízos causados pelo aeroporto às populações vizinhas "nomeadamente em termos de dióxido de carbono, de barulho e urbanismo, porque devido ao cone de aterragem as freguesias muito perto do aeroporto" estão limitadas nas construções, explicou o presidente da Câmara da Maia. O autarca lembrou ainda que sendo a ANA "uma empresa privada" deve ser "tratada de igual forma que qualquer munícipe e pagar as suas taxas municipais", razão pela qual será obrigada ao pagamento de IMI e Derrama. "E além disso fazem concorrência desleal porque dentro do aeroporto estão a construir um loteamento

privado, pertencente à ANA, que não paga taxas e que estão a alugar a empresas", frisou Bragança Fernandes que quer que a empresa seja "tratada como um cidadão normal, pague IMI e Derrama e que as infra-estruturas que são lá construídas venham à Câmara para ser aprovadas". A criação de uma taxa turística em Lisboa foi aprovada pela Câmara em Dezembro de 2014 e previa a cobrança de um euro a quem chegasse ao aeroporto ou ao porto da capital e de um euro por noite sobre as dormidas. A metodologia de cobrança foi, no entanto, alterada e, durante este ano, a responsabilidade do pagamento será apenas da gestora de aeroportos, na sequência do acordo realizado entre o município e a ANA e que entrou em vigor no dia 1 de Abril. De acordo com a Câmara de Lisboa, o valor da taxa reverterá para o Fundo de Desenvolvimento e Sustentabilidade Turística de Lisboa, para realizar investimentos na cidade.

Número de crianças e jovens apoiadas pela AMI triplicou nos últimos seis anos A precariedade financeira e o desemprego foram os principais motivos que levaram à procura de ajuda, seguindo-se a doença, os problemas familiares e os problemas relacionados com saúde mental e a falta de habitação/alojamento. O número de crianças e jovens apoiados em Portugal pela Assistência Médica Internacional (AMI) triplicou entre 2008 e 2014, passando de 1.155 para 3.886, segundo dados divulgados esta quarta-feira pela organização. Em 2008 as crianças até aos 16 anos representavam 15% da população apoiada nos 17 equipamentos sociais da AMI (7.702) e em 2014 esta percentagem aumentou para 27% do total das pessoas ajudadas (14.393), adianta o Relatório de Actividades e Contas 2014. Além do "aumento significativo" no número de crianças apoiadas, a AMI verificou também uma subida da população jovem: Em 2008, apenas 30% tinham menos de 30 anos, percentagem que subiu para 47% em 2014, o que remete para "um perfil cada vez mais jovem" de quem procura a organização. Em média, a AMI registou 326 novos casos de pobreza por mês em 2014, ano em que 3.916 pessoas procuraram pela primeira vez apoio, menos 996 face a 2013. A precariedade financeira (81%) e o desemprego (60%) foram os principais motivos que levaram à procura de ajuda, seguindo-se a doença (23%), os problemas familiares (18%) e os problemas relacionados com saúde mental e a falta de habitação/alojamento (7% cada). As mulheres (51%) são quem mais procura apoio, e os


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escalões etários com maior peso continuam a situar-se entre os 30 e os 59 anos (43%). Segundo o relatório, a baixa escolaridade continua a ser uma característica dominante, sendo que 54% têm o 1º ou 2º ciclo, 20% o 3º ciclo e 8,5% o ensino secundário. Aumento das pessoas com habilitações Contudo, foi registado um aumento de 38% do número de pessoas com habilitações ao nível do ensino médio/superior (183 em 2008 e 253 em 2014), sendo que destas, 164 têm uma licenciatura ou uma habilitação superior (mestrado 11, doutoramento 1). Os dados apontam também que 69% da população beneficiária não tem qualquer formação profissional e 21% não tem qualquer rendimento formal. Os recursos económicos de 69% da população provêm sobretudo de apoios sociais, como o Rendimento Social de Inserção (23%), pensões, reformas, subsídios e apoios institucionais (19% cada), e rendimentos de trabalho (17%), mas que são "precários e insuficientes". Muitas destas pessoas (41%) pedem apoio à família e aos amigos (2%), que "têm um papel importante no acesso a alguns recursos (géneros alimentares, habitação e dinheiro)", e 2% recorrem à mendicidade. Da população apoiada, 29% têm filhos. Dos que vivem sozinhos (21%), a maioria são homens (56%). A maioria mora em casa alugada e 13% têm habitação própria. As despesas mensais com rendas ou amortizações de 2.308 pessoas (16%) são inferiores a 100 euros, referem os dados, acrescentado que 684 pessoas relataram situações de endividamento por rendas em atraso ou crédito à habitação que não conseguem cumprir. Desde que abriu o primeiro Centro Porta Amiga em Portugal em 1994, a AMI já apoio 64.317 pessoas em situação de pobreza.

OMS: "Europa será confrontada com uma grande crise" de obesidade Mais de 1,9 mil milhões de adultos do mundo tinham excesso de peso em 2014, dos quais 600 milhões eram obesos.

Mais de 1,9 mil milhões de adultos do mundo tinham excesso de peso em 2014. Foto: DR

A Europa vai enfrentar uma epidemia de obesidade dentro de 15 anos, alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) em projecções divulgadas durante o Congresso Europeu sobre Obesidade, em Praga. "A Europa será confrontada com uma grande crise" de obesidade, alertou a OMS na terça-feira. A grande maioria dos 53 países incluídos no estudo vai registar um aumento na proporção de obesos e de pessoas com excesso de peso entre a população adulta. Segundo dados da OMS, mais de 1,9 mil milhões de adultos do mundo tinham excesso de peso em 2014, dos quais 600 milhões eram obesos. O estudo, realizado pelo escritório regional europeu da OMS, com sede em Copenhaga, refere que quase todos os adultos irlandeses vão ter excesso de peso em 2030. Segundo o relatório, 89% dos homens adultos da Irlanda vão estar acima do peso em 2030 e 48% vão ser obesos, contra os 74% e 26%, respectivamente, registados em 2010. No caso das mulheres, prevê-se que em 2030, 57% das mulheres sejam obesas. As projecções são igualmente alarmantes para o Reino Unido onde se prevê que em 2030 33% das mulheres e 36% dos homens sejam obesos. Grécia, Espanha, Suécia e República Checa devem também conhecer elevados níveis de obesidade entre adultos.

Eurogrupo não acredita em acordo rápido com a Grécia Governo de Atenas está a ficar sem dinheiro. Pagou 200 milhões de euros ao FMI e tem uma nova prestação de 750 milhões na próxima semana. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afasta a possibilidade de um acordo com a Grécia no curto prazo, nomeadamente na reunião da próxima segunda-feira. “Não haverá acordo na segunda-feira. Temos de ser realistas”, declarou Jeroen Dijsselbloem. Desde a última reunião foram feitos “progressos, mas ainda há muitas questões por resolver” para alcançar um acordo com o Governo de Atenas de reformas em troca de financiamento, sublinhou. A Grécia está a ficar sem dinheiro para fazer aos seus compromissos. Pagou esta quarta-feira 200 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e tem uma nova prestação de 750 milhões a cair na próxima semana. As negociações entre os parceiros europeus e o Governo grego começaram há três meses, mas as duas partes ainda não conseguiram alcançar um acordo que permita resolver o problema de liquidez grego.


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Germanwings. Copiloto ensaiou descida fatal em voo anterior

Militares portugueses a caminho do Iraque. “Missão de risco”

O A320, que fazia a ligação entre Barcelona e Dusseldorf, acabou por embater nos Alpes. As 150 pessoas, de 15 nacionalidades, que seguiam a bordo morreram.

O General Loureiro dos Santos explica a missão que os portugueses vão realizar a partir desta quinta-feira.

O co-piloto Andreas Lubitz, suspeito de ter provocado deliberadamente a queda do avião da Germanwings nos Alpes franceses, ensaiou a descida fatal numa viagem anterior, segundo os investigadores. O teste onde praticou a descida de altitude aconteceu no mesmo dia da tragédia, a 24 de Março, mas no sentido Dusseldorf- Barcelona. Os investigadores, citados pela agência Reuters, revelaram que nesse voo o co-piloto ignorou as repetidas tentativas de contacto feitas a partir de terra quando foi detectada essa mudança de altitude. O relatório preliminar indica que ele activou o piloto automático e fez descer o aparelho para os 100 pés, por cinco vezes, enquanto esteve sozinho no cockpit. A queda do voo 4U 95245, que efectuava a ligação Barcelona-Dusseldorf, causou 150 mortos. A investigação ao acidente em França concluiu que o piloto do voo da Germanwings se ausentou do "cockpit", provavelmente para usar os sanitários, tendo sido impedido de voltar a entrar pelo co-piloto, que bloqueou a porta. Nesse período, Andreas Lubitz, de 28 anos, accionou "deliberadamente" o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho. O avião acabou por embater numa montanha, matando todos os passageiros e tripulantes. O gabinete do procurador de Dusseldorf, que investiga o caso, confirmou que o co-piloto foi tratado no passado por ter tendências suicidas. E uma exnamorada contou que Andreas estava a receber tratamento psiquiátrico e que planeava fazer algo que o fizesse entrar para a história. O jornal alemão “Bild” publicou uma entrevista com uma mulher que diz ter tido um relacionamento com ele em 2014. O grupo Lufthansa anunciou que um consórcio de seguradoras, liderado pela alemã Allianz, destinou 279 milhões de euros para indemnizações decorrentes da queda do Airbus A320 nos Alpes franceses, a 24 de Março.

“É claro que esta missão é uma missão de risco”, diz o General Loureiro dos Santos sobre os militares portugueses que vão para o Iraque. São 30 os militares portugueses que partem esta quinta-feira para o país. Tinham malas prontas para seguir esta quarta-feira, mas uma avaria no avião Hercules C130 obrigou ao adiamento da partida por 24 horas. O general Loureiro dos Santos diz que o grau de risco é evidente. “Eles [os militares portugueses] estão numa zona que pode ser atingida pelo Estado Islâmico, mas os militares comprometeram-se a arriscar a sua vida”. A zona norte do país é nesta altura a de maior conflito naquele país, mas estes militares vão estar afastados das cidades onde as tropas iraquianas e o autoproclamado Estado Islâmico se confrontam. “A Norte de Bagdad o Iraque está ocupado pelo Estado Islâmico, por fanáticos, um escudo militar constituído pelos militares do Saddam Hussein. É gente preparada, gente com capacidade de combate. Agora, os nossos militares não vão para essa zona”, refere. A missão não é nova uma vez que Portugal tem contribuído várias vezes com esta ajuda. Vai colocar estes 30 militares a ensinarem técnicas de combate. “A missão é dar instrução aos militares iraquianos, nomeadamente oficiais e a sargentos, no sentido de terem capacidade para combaterem o Estado Islâmico. Os militares portugueses não vão combater directamente o Estado Islâmico, vão preparar os iraquianos para o fazerem”. O General Loureiro dos Santos explica que os nossos militares não vão mexer propriamente em armas, embora tenham a sua defesa pessoal.


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Israel. Extremadireita integra nova coligação governamental Acordo foi alcançado duas horas antes do prazo, sete semanas depois da vitória do partido Likud nas eleições legislativas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, conseguiu alcançar um acordo para formar um novo Governo de coligação. O acordo foi alcançado duas horas antes do prazo, após uma reunião de 11 horas e sete semanas depois da vitória do partido Likud nas eleições legislativas. Benjamin Netanyahu conseguiu o apoio do partido de extrema-direita Bayit Yehudi (A Casa Judaica). A nova coligação garante os 61 deputados que permitem formar uma maioria no parlamento israelita. A composição do novo Governo formado pelo Likud e pela Casa Judaica ainda não foi divulgada.

Casamento não é apenas uma cerimónia com mais ou menos “fotos” e “flores”

“O sacramento do matrimónio é um grande acto de fé e de amor: testemunha a coragem de acreditar na beleza do acto criador de Deus e de viver o amor que leva a ir cada vez mais longe, para além de si próprio e também para além da própria família”, explicou na Praça de S. Pedro, em Roma. “A vocação cristã para amar sem reservas e sem medida é aquilo que, com a graça de Cristo, está na base também do livre consentimento que constitui o matrimónio”, acrescentou. Francisco agradeceu a coragem dos homens e mulheres que aceitam o desafio do casamento e apresentou-os como “um recurso essencial para a Igreja e para o mundo”. Aprender a lição depois da II Guerra Mundial O Papa associou-se ainda às celebrações do 70º aniversário do fim do conflito, em território europeu, que se vai assinalar em várias capitais, ao longo dos próximos dias. O Papa disse no Vaticano que a humanidade tem de aprender as lições da II Guerra Mundial (1939-1945), que se concluiu há 70 anos. “Confio, por intercessão de Maria Rainha da Paz, os votos de que a sociedade aprenda com os erros do passado e que diante dos conflitos atuais que estão a dilacerar algumas regiões do mundo, todos os responsáveis civis se empenhem na busca do bem comum e na promoção da cultura da paz”, declarou. O encontro concluiu-se com os cumprimentos aos vários grupos de peregrinos presentes, incluindo os de língua portuguesa, entre os quais estava o bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes.

Mensagem de Fátima debatida em Roma Fórum Internacional de Mariologia decorre desta quinta-feira até sábado. A iniciativa insere-se num esforço de parcerias internacionais que o Santuário de Fátima está a levar a cabo no sentido de divulgar e promover a reflexão sobre a mensagem de Nossa Senhora.

Francisco agradeceu a coragem dos homens e mulheres que aceitam o desafio do casamento e apresentou-os como “um recurso essencial para a Igreja e para o mundo”. A tradicional catequese das quartas-feiras no Vaticano foi dedicada à beleza do matrimónio cristão. O Papa Francisco lembrou que o casamento não é simplesmente uma cerimónia com mais ou menos “fotos” ou “flores”, mas um sacramento que gera uma nova comunidade familiar.

Foto: DR Por Paula Costa Dias

Analisar a mensagem que Nossa Senhora transmitiu aos videntes de Fátima e as suas implicações é um dos


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objectivos centrais do Fórum Internacional de Mariologia, que decorre desta quinta-feira até sábado em Roma. “A mensagem de Fátima entre o carisma e a profecia” é o tema genérico da iniciativa da Pontifícia Academia Mariana Internacional em colaboração com o Santuário de Fátima. O fórum insere-se num esforço de parcerias internacionais que o santuário está a levar a cabo no sentido de divulgar e promover a reflexão em torno da mensagem de Nossa Senhora e é também encarado como um encontro de todos os amigos e devotos de Nossa Senhora de Fátima em Itália. Para o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, “falar de mensagem de Fátima em Roma é também chegar a muitas partes do mundo, através daqueles que ali estudam e que ali se interessam pela mensagem de Fátima". Para Carlos Cabecinhas, a expetativa é a de que "esta primeira iniciativa deste género ajudar a conhecer melhor Fátima e possa servir, de facto, para a divulgação da mensagem muito além das fronteiras da própria Itália”. O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, o bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, que já foi e antigo reitor do Santuário de Fátima, e a postuladora para a causa de beatificação dos pastorinhos, Irmã Ângela Coelho, serão alguns dos participantes nos trabalhos, que vão passar pela "reflexão sobre os conteúdos teológicos fundamentais da mensagem de Fátima, a atualidade da mensagem e aquelas que são as perspetivas da vivência da mensagem de Fátima e as consequências para a vida cristã” . Após o encerramento do fórum haverá, na Basílica de S. António, um momento de oração a Nossa Senhora de Fátima, diante de uma imagem da Virgem Peregrina levada da Cova da Iria.

Morreu o jornalista Óscar Mascarenhas Foi provedor do leitor do "Diário de Notícias" e presidente do Conselho Deontológico do Sindicato de Jornalistas. Morreu esta quarta-feira o jornalista Óscar Mascarenhas, aos 65 anos, vítima de doença súbita. Actualmente, Mascarenhas era vogal do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, órgão a que presidiu durante oito anos, e professor na Escola Superior de Comunicação Social. Natural de Goa, India, Óscar Mascarenhas começou a trabalhar como jornalista em 1975, no diário "A Capital", passando, em 1982, para o "Diário de Notícias", jornal onde fez grande parte da sua carreira, até sair em 2002. No ano seguinte, em 2003, integrou os quadros da Agência Lusa, como assessor da administração então presidida pelo jornalista Luís Delgado, ficando com o pelouro, entre outras funções, do relacionamento com as agências noticiosas e organismos internacionais com que a Lusa tinha cooperação. Mais tarde, em Setembro de 2005, passou para a redacção da Lusa como editor e integrou depois, em 2007, o turno da madrugada, função que

desempenhou até passar à pré-reforma, em 2009. Em 2012, voltou ao "Diário de Notícias", onde abraçou o cargo de provedor do leitor, função que deixou no final de 2014. Como jornalista, relatou momentos históricos, como a cerimónia da independência da Cabo Verde, em 1975, os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, ou ainda as primeiras eleições livres na RDA, em 1990, após a queda do Muro de Berlim. Em 1985, o Clube Português de Imprensa distinguiu-o com o Prémio Reportagem e, um ano depois, o Prémio de Viagem. Óscar Mascarenhas foi também professor no CENJOR - Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas.

Festival em Sintra homenageia a Marquesa Olga de Cadaval Espectáculos decorrem de 8 de Maio a 7 de Junho. Sintra, a vila património mundial da UNESCO, volta a ser palco do Festival de Sintra. É o mais antigo festival de música de Portugal e celebra este ano meio século de vida. A partir desta sexta-feira e até 7 de Junho, em locais emblemáticos como os Palácios Nacionais de Sintra e Queluz ou na Quinta da Piedade, vai poder assistir a um festival. A edição deste ano presta homenagem a uma das patronas deste evento, a Marquesa Olga de Cadaval, como explicou à Renascença o director do Festival Adriano Jordão. O Festival de Sintra conta este ano com uma novidade: a autarquia vai transmitir alguns concertos em directo pela internet e outros em diferido em espaços públicos das freguesias mais populosas do concelho de Sintra.

Um final de semana muito literário Sabrosa, Matosinhos, Tomar e Lourinhã são palco de quatro eventos literários no final desta semana. Por Maria João Costa

Não há desculpa para ficar em casa no final desta semana. Em Matosinhos, Sabrosa, Tomar e Lourinhã pode ouvir o que têm a dizer escritores como Mário Zambujal , Afonso Cruz, Lídia Jorge, Teolinda Gersão, Mário Cláudio ou o italiano Paolo Giordano, o ensaísta Eduardo Lourenço ou o autor cabo-verdiano Germano Almeida. São quatro os eventos literários que decorrem por estes dias pelo país.


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Promovidos na sua maioria pelas autarquias, os festivais literários atraem atenções. Alguns já têm mais anos de existência, como é o caso do Festival LeV Literatura em Viagem - que decorre em Matosinhos. Outros estreiam-se este ano como o "Encontradouro" que arranca dia 7 no Espaço Miguel Torga com uma conferência do ensaísta Eduardo Lourenço. Mas, vamos aos programas. Em Matosinhos, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca com o mote "Conflito, ontem e hoje" decorre o LeV, o festival que tem como convidados os autores os estrangeiros Paloma Díaz-Mas, Paolo Giordano, Artur Domoslawski ou Marc Pastor, mas também os portugueses Joel Neto, Mário Cláudio que será alvo de uma homenagem, e Gonçalo M.Tavares. Destaque ainda para a particiapção do músico Pedro Abrunhosa numa das mesas de debate em que participa também Richard Zimler ou Luis Represas, o antigo vocalista dos Trovante que dominará o palco no sábado à noite numa conversa sobre o seu percurso artístico. Todo o programa pode ser consultado aqui. Se estiver mais para norte e quiser assistir à edição zero do "Encontradouro", em Sabrosa, saiba que poderá contar este dia 7 com uma mesa de debate que junta os escritores Afonso Cruz, Cristina Carvalho, a poeta angolana Ana Paula Tavares e o espanhol José Manuel Fajardo. No Espaço "Miguel Torga", na sexta-feira, vão estar à conversa, sob o mote "Todo o livro é uma peregrinação interior", os autoros Julieta Monginho, Francisco Duarte Mangas, o músico J.P.Simões e Mário Máximo. Concebido por Francisco Guedes, o festival continua pelo fim-de-semana com uma conversa que vai juntar Manuel Sobrinho Simões, o poeta João Luis Barreto Guimarães e o escritor francês Olivier Rolin. Miguel Torga, nascido em São Martinho de Anta, no concelho de Sabrosa, será o homenageado deste primeira edição do "Encontradouro". Mais para sul e para o litoral está a decorrer até domingo o Festival "Livros a Oeste", na Lourinhã. No Centro Cultrual Dr. Afonso Rodrigues Pereira vão estar escritores como Afonso Reis Cabral - Prémio Leya 2014 -, Tiago Salazar ou o músico Sérgio Godinho que vão conversar dia 7 às 21h30. Na sexta-feira vão participar no festival programado pelo jornalista João Morales, os escritores Alice Vieira, Cláudia R.Sampaio e Vergílio Alberto Vieira. No sábado, ultimo dia do evento, além de teatro de fantoches, um workshop de ilustração e pinturas faciais, poderá ainda ouvir os escritores Afonso Cruz, Mário Zambujal e João Bacelar à conversa às 16 horas. Todos os detalhes do Festival "Livros a Oeste" estão aqui. Em Tomar decorre a sexta edição do "Bibliotecando". Entre sexta-feira e sábado no Instituto Politécnico a proposta é falar do tema "Leituras de Abril". Este espaço que se pretende de reflexão, inicia-se com uma conferência de Guilherme d'Oliveira Martins sobre "Diálogo de saberes e as humanidades", seguem-se depois intervenções, por exemplo de Frei Bento Domingues sobre "A religião e o 25 de Abril", JoséAugusto França que falará sobre "Artes de 74" ou sábado um painel em que participa José Luis Ramos Pinheiro gerente do Grupo R/Com - a jornalista São José Almeida e Pedro Pezarat Correia. A programação do festival está aqui disponível.

Francis Ford Coppola vence prémio Princesa das Astúrias das Artes O trabalho mais conhecido do realizador norte-americano, de 76 anos, é a trilogia “O Padrinho”.

Foto: DR

O realizador norte-americano Francis Ford Coppola venceu a edição deste ano do prémio Princesa das Astúrias das Artes. A distinção foi anunciada esta quarta-feira depois de o júri do prémio ter estado reunido em Oviedo. Coppola, de 76 anos, é um "narrador excepcional", um realizador "visionário e renovador", uma figura "imprescindível para entender a transformação e as contradições da indústria" do cinema, explicou o júri em comunicado. "Ocupa um lugar importante na história do cinema. A sua carreira tem sido uma luta constante para manter a independência empreendedora e criativa em todas a facetas, como realizador, produtor e argumentista", lê-se também. Da lista constavam 31 candidatos de 19 países. Coppola, 76 anos, deixou para trás artistas como o trompetista de jazz Winton Marsalis, o pianista chinês Lang Lang ou o arquitecto espanhol Oriol Bohigas. O cineasta tornou-se mundialmente conhecido na década de 70 quando começou a assinar a trilogia “O Padrinho” (1972, 1974 e 1990). Coppola realizou também "Apocalipse Now" e "Os marginais". Em anos anteriores, o prémio foi atribuído aos arquitectos Frank Gehry e Óscar Niemeyer, os realizadores Michael Haneke e Woody Allen, aos músicos Paco de Lucía e Bob Dylan. Nas próximas semanas a Fundação Princesa das Astúrias anunciará os galardoados nas áreas das Ciências Sociais, Comunicação e Humanidades, Investigação Científica e Técnica, Desporto, Letras e Cooperação Internacional. É a primeira vez que o prémio passa a denominar-se "Princesa das Astúrias" - anteriormente era "Príncipe das Astúrias" - em honra da actual herdeira da coroa espanhola, Leonor de Borbón, filha dos reis de Espanha. O prémio tem um valor pecuniário de 50 mil euros.


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Quinta-feira, 07-05-2015

LIGA DOS CAMPEÕES

Só ao alcance dos predestinados Barcelona 3-0 Bayern. Espectáculo digno de uma final de Champions premeia a melhor equipa em campo e coroa a arte e engenho de Messi. Resistência de Guardiola, no regresso a Camp Nou, durou 77 minutos.

Expôs-se em busca de um golo que relançasse a eliminatória e permitiu que Messi assistisse Neymar para o 3-0 final, no último minuto de compensação. Na próxima terça-feira [12 de Maio], há mais. A segunda mão, decisiva para o desfecho da eliminatória, arranca às 19h45, no Allianz Arena, em Munique. REVISTA DE IMPRENSA

Hipermercado de Alvalade Ruiz, Belfoldil e Beckford para entrar. Sarr e Sacko para ceder.

Leo Messi determinante para vitória importante do Barça

O Barcelona venceu o Bayern Munique (3-0), esta quarta-feira, em jogo da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, dando um passo monumental no sentido de garantir um lugar na final de Berlim. Como se esperava, este foi um duelo de colossos digno de merecer honras de uma decisão da Champions. Intenso, bem disputado, com ocasiões de golo para vários gostos e finalizações de belo efeito, o BarçaBayern coroou a melhor equipa em campo. No regresso de Pep Guardiola a uma casa na qual já foi muito feliz, Camp Nou precisou de esperar 77 minutos pela primeira implosão dos adeptos. Até essa altura, a primeira metade tinha ficado marcada por boas oportunidades de golo, de parte a parte. A etapa complementar viu o campeão alemão baixar o ritmo e gerir o 0-0. Essa, todavia, não era a intenção de Luis Enrique. Os "culé" mantiveram a bitola alta, sempre em busca de um golo - a responsabilidade, nesse particular, pendia quase toda para a equipa da casa - e a festa começaria a ser feita por um dos poucos jogadores no mundo que faz a diferença na hora "H". Perda de bola de Bernat, em zona proibida, recuperação eficaz e passe célere de Dani Alves para a entrada da área. Leo Messi conduziu e disparou, directamente para o fundo da baliza de Manuel Neuer, que havia segurado com mãos de ferro o nulo, na primeira parte. Aos 77', o "castelo de cartas" de Guardiola perdia a cúpula. A base cairia três minutos depois. E o astro argentino é mesmo a "última bolacha do pacote". Bola controlada na área, "drible" sublime que faz cair Boateng, cara a cara com Neuer e "chapelada" para o fundo da baliza. 2-0, aos 80'. Fabuloso. O Bayern, posteriormente, não soube quando enrolar a bandeira e conservar a desvantagem de dois golos.

O Sporting está em grande destaque na imprensa desportiva desta quinta-feira, com várias notas de mercado. Depois de Cambpell e Beckford, “A Bola” fala do costariquenho mais famoso. “Sporting quer Bryan Ruiz” para substituir Nani. O extremo está em fim de contrato com o Fulham, da segunda divisão inglesa. O seu compatriota Jake Beckford é destaque na edição Sul do jornal “O Jogo”: “Beckford já saiu da Costa Rica”. Treinador do médio garante que ele já está no estrangeiro a fazer exames médicos. Ainda em “O Jogo”, nota para as saídas de Sarr e Sacko do Sporting. Os dois franceses vão ser emprestados. No “Record”, o nome do dia é Belfoldil. “O Sporting fala” com o jogador, revela o empresário do avançado argelino ao diário da Cofina. Belfoldil pode chegar a Alvalade a custo zero, depois de ter rescindido com o Parma, devido a salários em atraso. A Norte, “O Jogo” dedica manchete ao FC Porto. “Tello de volta para ficar”, informa o diário. O extremo, garante o empresário, não deseja regressar ao Barcelona. Também de regresso está Salvio. “A Bola” diz que o argentino está pronta para a recta final do campeonato. Jovic também é destaque nos desportivos. O sérvio está, garantem, a caminho do Benfica. Os encarnados terão ultrapassado o FC Porto na corrida pelo avançado, revela o “Record”.


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RIBEIRO CRISTÓVÃO

Um rombo no muro Guardiola veio a morrer às mãos do monstro que ajudou a criar ao não ter sido capaz de encontrar, na sua equipa, alguém com capacidade para anular a magia de Messi. Teremos então, de novo, uma final espanhola?

Final da Taça da Liga a 29 de Maio satisfaz presidente do Marítimo Carlos Pereira comenta mudança do jogo com o Benfica de 28 para 29 de Maio como uma decisão de "bom senso".

Por Ribeiro Cristóvão

Muitos não terão levado totalmente a sério a afirmação de Pep Guardiola para quem Lionel Messi é um jogador imparável. À primeira vista, poderia tratar-se apenas de uma declaração de circunstância destinada a chamar a atenção dos seus próprios jogadores para os problemas que o astro argentino poderia vir a causar-lhes na primeira parte de uma eliminatória que se adivinhava empolgante. Afinal, veio mesmo a acontecer aquilo que o treinador dos germânicos tanto parecia temer. Utilizando uma curiosa expressão de um diário do país vizinho, Guardiola veio a morrer às mãos do monstro que ajudou a criar. Ele, que tão bem conhece Messi, não foi afinal capaz de encontrar na sua equipa alguém com capacidade para anular a sua criatividade e a magia que transformou em golos, colocando Camp Nou em delírio e ficando assim com um pé e meio próximo do muro de Berlim que, seguramente, tem possibilidade de derrubar, independentemente do adversário que vier a ter pela frente. Num jogo de estrelas, algumas das quais brilharam intensamente, o Barcelona foi mais forte e alcançou uma vantagem que faz adivinhar alguma segurança para o desafio de retorno, daqui por uma semana. Depois do que se viu nestes dois últimos dias, é legítimo perguntar se teremos então, de novo, uma final espanhola, como aconteceu no ano passado em Lisboa. É bem possível que sim, mas sem colocar cautelosamente de lado a ideia de que cabe ao Real Madrid fazer muito mais do que aquilo que agora se exige ao seu rival da Catalunha.

O presidente do Marítimo ficou satisfeito com a marcação da final da Taça da Liga, frente ao Benfica, para 29 de Maio, uma sexta-feira. "Prevaleceu o bom senso, é um dia em que as pessoas possam lá estar e não corta a liberdade de muitos madeirenses", disse Carlos Pereira, no Funchal, depois de a Liga de Clubes ter anunciado a mudança da final no Estádio Cidade de Coimbra de 28 para 29. O acordo conseguido entre o Marítimo, o Benfica, a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), foi elogiado pelo dirigente do emblema insular, que pela primeira vez alcança uma decisão da Taça da Liga. "Estão todos de parabéns por pensar no futebol e não nos emblemas", afirmou. Apesar de não ter esperanças do apoio que teve na final da Taça de Portugal em 2001, com o FC Porto, Carlos Pereira espera entre cinco mil e seis mil adeptos madeirenses se desloquem a Coimbra no dia 29 de Maio.


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SEGUNDA LIGA

Tondela perde e ainda não festeja. Covilhã em lugar de subida Resultados surpreendentes marcam a jornada 43 da Segunda Liga. Líder ainda não oficializa promoção. Corrida pela segunda vaga continua ao rubro. Leixões garante permanência.

pontos. Segunda Liga43ª Jornada Terça-feira, 5 de Maio de 2015FC Porto B 2-3 Sporting de Braga BQuarta-feira, 6 de Maio de 2015Sporting B 23 Vitória de Guimarães BOliveirense 2-4 PortimonenseTrofense 0-0 Santa ClaraTondela 0-3 Desportivo das AvesMarítimo B 2-0 Benfica BFreamunde 1-1 Desportivo de ChavesLeixões 1-3 FarenseAcadémico de Viseu 1-0 OlhanenseSporting da Covilhã 7-1 OrientalFeirense 1-1 União da Madeira Segunda LigaClassificação1 Tondela 79 pontos2 Sporting da Covilhã 743 Desportivo de Chaves 734 Sporting B 735 Feirense 716 União da Madeira 717 Benfica B 708 Freamunde 699 Vitória de Guimarães B10 FC Porto B 6011 Portimonense 5912 Beira-Mar 5813 Farense 5814 Académico de Viseu 5515 Oriental 5516 Oliveirense 5417 Santa Clara 5018 Desportivo das Aves 5019 Leixões 4920 Olhanense 4821 Sporting de Braga B 4522 Atlético 4023 Marítimo B 3924 Trofense 33 [notícia actualizada às 18h54] BENFICA

A 43ª jornada da Segunda Liga reservou uma série de resultados inesperados, sobretudo no que diz respeito ao topo da tabela e às contas da promoção. Logo à partida, o Tondela, que caso tivesse consumado uma conjugação improvável de resultados poderia celebrar a subida já hoje, acabou por perder. E com estrondo. A equipa de Quim Machado foi batida, em casa, pelo Desportivo das Aves (0-3), terminando ainda o desafio reduzida a 10 unidades. O Tondela é primeiro, com 79 pontos, seguido do Sporting da Covilhã, a cinco pontos. Os serranos esmagaram o Oriental por 7-1, com cinco golos de Erivelto e aproveitaram ainda o empate entre Freamunde e Desportivo de Chaves (1-1) para ascender à segunda posição, em zona de ascensão à Primeira Liga. O Covilhã soma 74 pontos, mais um que os flavienses, terceiros classificados (73). Na partida que encerrou a ronda, Feirense e União da Madeira anularam-se e perderam terreno na luta pela subida. O empate a uma bola registado em Santa Maria da Feira deixou ambas as equipas empatadas no quinto lugar, com 71 pontos. Na fuga à despromoção, destaque para o Leixões. Os matosinhenses até perderam em casa, com o Farense (1-3), mas garantiram a permanência, já que o Atlético empatou com o Beira-Mar (1-1). O histórico clube de Alcântara perdeu a oportunidade de se aproximar da primeira equipa acima da "linha de água". A equipa lisboeta é 22ª - antepenúltima - com 40 pontos. O Trofense, último, entrou para o desafio com o Santa Clara matematicamente despromovido ao Campeonato Nacional de Seniores, empatou com os açorianos (0-0) e soma 33 pontos. Já o Marítimo, penúltimo, bateu o Benfica B e passa a registar 39

Vilarinho entusiasmado. "Em princípio, este título já não vai fugir" Ex-presidente dos encarnados recebeu das mãos de Luís Filipe Vieira o galardão Cosme Damião. "É este o espírito do clube", afirmou Manuel Vilarinho, em declarações à Benfica TV.

Manuel Vilarinho recebe prémio das mãos de Luís Filipe Vieira. [Foto: slbenfica.pt]

Manuel Vilarinho mostra-se confiante na conquista do bicampeonato por parte do Benfica, sustentando que, a três jornadas do final da Primeira Liga, o título, "em princípio, já não vai fugir" à equipa de Jorge Jesus. O ex-presidente dos encarnados foi distinguido pelo clube da Luz, em Fevereiro, com o galardão Cosme Damião. Na altura, não pôde estar presente na cerimónia, tendo recebido a distinção esta quarta-feira,


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das mãos de Luís Filipe Vieira, que lhe sucedeu na liderança das águias. "Em princípio, este título já não vai fugir", afirmou Vilarinho, em declarações à Benfica TV, destacando a importância determinante do trabalho desenvolvido por Vieira no crescimento exponencial do universo encarnado nas últimas temporadas. "A vida do Benfica mudou muito desde a reviravolta iniciada na altura com a minha presidência. Casa nova, vitórias… como eu me habituei a vê-lo quando era miúdo. Estou muito feliz", realçou. Eleito em Outubro de 2000, o 32º presidente do Benfica mostrou-se orgulhoso pelo prémio que lhe foi atribuído. "É este o espírito do clube. É uma emoção e um orgulho. Na altura da atribuição do prémio, não estava em Portugal, se não, obviamente que tinha vindo. Curiosamente, hoje este momento junta três cerimónias: o meu neto fazer-se sócio; os 25 anos de Sócio de uma filha minha e eu receber este galardão. É mais um dia 'à Benfica'. Estou muito contente", completou.

É oficial. Eusébio vai para o Panteão a 3 de Julho O “Pantera Negra” morreu no dia 5 de Janeiro de 2014, aos 71 anos. Era considerado por muitos o melhor jogador de futebol português de sempre.

Eusébio da Silva Ferreira. Foto de arquivo

A cerimónia de trasladação do futebolista português Eusébio vai realizar-se a 3 de Julho, pelas 19h00, como previsto, confirmou esta quarta-feira a presidente da Assembleia da República, em conferência de líderes. Segundo o deputado-secretário da mesa do parlamento, Duarte Pacheco, Assunção Esteves e a Procuradoria-Geral da República partilham a mesma interpretação de que a legislação específica sobre honras de Panteão se sobrepõe à lei geral, que obrigaria a um período de três anos para a remoção dos restos mortais. Eusébio da Silva Ferreira, para muitos o melhor futebolista português de sempre, morreu na madrugada de 5 de Janeiro de 2014, aos 71 anos, vítima de paragem cardiorrespiratória.

Nascido a 25 de Janeiro de 1942 em Lourenço Marques (actual Maputo), em Moçambique, o "King" ou "Pantera Negra", como também era conhecido, distinguiu-se ao serviço do Benfica e da selecção portuguesa e foi eleito o melhor jogador do mundo em 1965, conquistando ainda duas Botas de Ouro (1967/68 e 1972/73) de melhor marcador. No Mundial de 1966, disputado em Inglaterra, foi considerado o melhor jogador da competição, na qual foi o melhor marcador, com nove golos. Na mesma competição, Portugal terminou no terceiro lugar. A poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen foi a última personalidade portuguesa a merecer honras de Panteão Nacional por proposta de PSD e PS que obteve unanimidade em Fevereiro de 2014, tendo a cerimónia decorrido igualmente em Julho, também pelas 19h00.

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