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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Quinta-feira, 30-04-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

Governo avisa. Greve da TAP pode levar a despedimento de 30% a 40% dos trabalhadores Ruído excessivo no metro de Lisboa, diz a Quercus Citius. “Ninguém fica impune”, garante a ministra

Ensino artístico mantém protesto. Escolas “não suportam” actual modelo de financiamento O essencial do relatório final da comissão BES

Eleições no maior clube português. Escolhas em saúde - um SNS ACP a votos sustentável

Manuel Lemos é o presidente interino do Conselho Económico e Social

Sampaio da Nóvoa não será “espectador impávido perante a degradação da nossa vida pública”

FERNANDO J. REGATEIRO

Oposição mantém-se contra criação de lista de pedófilos


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Governo avisa. Greve da TAP pode levar a despedimento de 30% a 40% dos trabalhadores

“Se a empresa não tiver dinheiro para solver os seus compromissos, fecha (...) A reestruturação é feita nos moldes que a Comissão Europeia nos deixar”. Foto: Lusa

O Governo alerta para o que diz ser o verdadeiro risco de colapso da TAP. O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, admite um cenário de despedimentos e encerramento da empresa, se a greve dos pilotos resultar em sérios problemas de tesouraria. “Se a empresa não tiver dinheiro para solver os seus compromissos, fecha. A empresa tem de ser profundamente reestruturada. Não há outro caminho. A reestruturação é feita nos moldes que a Comissão Europeia nos deixar”, começa por alertar, em declarações à SIC na quarta-feira à noite. Sérgio Monteiro diz não haver outro remédio senão fazer o que Bruxelas decidir e considera “provável que a Comissão Europeia imponha remédios severos para uma reestruturação da TAP”. Tal pode significar um despedimento na ordem dos 30% a 40% dos trabalhadores, como aconteceu em “casos mais recentes na Europa”. “Aconteceu na Polónia há dois meses”, recorda o secretário de Estado. A greve de 10 dias dos pilotos da TAP, que não reúne consenso entre os trabalhadores da empresa, tem início na sexta-feira. A transportadora decidiu não anunciar previamente os voos cancelados pela paralisação, preferindo dar essa informação no dia-adia, na esperança de que a adesão não seja significativa.

Eleições no maior clube português. ACP a votos António Raposo Magalhães e Carlos Barbosa são os candidatos à presidência do Automóvel Clube de Portugal, após campanha polémica.

As urnas estarão abertas entre as 9h30 e as 19h00, na sede do ACP, em Lisboa.Foto: RR

O Automóvel Club de Portugal 8ACP), maior clube português em número de sócios, vai a votos, esta quinta-feira. São duas as listas candidatas a sufrágio: a lista A, liderada por António Raposo Magalhães, e a B, encabeçada pelo actual presidente, Carlos Barbosa. António Raposo Magalhães, candidato da lista A, fez, ao longo da campanha, duras críticas ao seu opositor e à estratégia de gestão da actual direcção. "O clube está numa situação difcílima, do ponto de vista financeiro, e os sócios têm que tomar conhecimento disso", diz o candidato, em entrevista à Renascença. Raposo Magalhães candidata-se sob o lema "Numa Nova Direcção". O candidato oferece "uma lista composta por pessoas com provas dadas, com transparência e competência nas suas funções. Uma lista com total lealdade para com os sócios, apresentando todos os problemas em assembleias gerais verdadeiras e transparentes. Os sócios têm de participar em todas as decisões e ter as rédeas do clube, o que hoje não acontece", lamenta. O actual presidente do ACP, Carlos Barbosa, no cargo há 11 anos, recandidata-se com o lema "Mais ACP" e alude à obra feita. "Os sócios sabem a obra que foi feita. Cumpri o que prometi, dando sempre mais paixão, acção e vantagens", afirma à Renascença. Carlos Barbosa quer dar continuidade ao projecto que iniciou há mais de uma década e salienta números de crescimento na missão do clube. "Aumentámos em 49% o número de sócios. De duas mil assistências médicas, passamos para 18 mil. Tínhamos 37% de assistência no mercado automóvel e hoje temos 54%. Passámos de 20 para 25 delegações e triplicámos a facturação na documentação. Hoje, o ACP tem seis empresas e 15 unidades de negócios operacionais que fazem dele o maior clube português e que mais dá vantagens aos seus sócios. A obra tem de continuar e foi por essa razão que me recandidatei", sublinha.


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252 mil sócios é o universo eleitoral do ACP, clube que vai a votos, esta quinta-feira. As urnas estarão abertas entre as 9h30 e as 19h00, na sede do organismo, na Rua Rosa Araújo, em Lisboa.

O céu vai estar mais escuro nos próximos dias As nuvens negras começam a impor-se na sexta-feira, sobretudo no Norte, onde também está prevista chuva. Esta quintafeira, há três regiões com risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta e oito com risco alto.

Nuvens negras e chuva, mais ou menos intensa, continuam a marcar presença. Foto: DR

O céu deverá estar geralmente muito nublado esta quinta-feira, mas as nuvens vão aclarar ao longo do dia, sobretudo no Sul. No Norte, pode haver períodos de chuva fraca, prevê o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Está também prevista uma pequena subida de temperatura, em especial da mínima. Na Madeira, o céu vai ter períodos de muita nebulosidade, que vai diminuindo a partir do final da manhã. Já nos Açores, prevê-se céu muito nublado, por vezes com abertas na tarde, neblinas, períodos de chuva fraca na madrugada e para a noite e vento sudoeste moderado a fresco com rajadas até 60 quilómetros por hora. Quanto a temperaturas, vão oscilar, em Lisboa, entre 14 e 22 graus, no Porto entre 15 e 19, em Vila Real entre 8 e 20, em Bragança entre 7 e 19, em Viseu entre 8 e 18, na Guarda entre 6 e 18, em Castelo Branco entre 10 e 24, em Beja entre 12 e 26, em Évora entre 10 e 24 e em Faro entre 14 e 26. No Funchal, a variação prevista é entre 16 e 23 graus e, nos Açores: Angra do Heroísmo e Ponta Delgada entre 16 e 10 graus, Horta entre 17 e 20 e Santa Cruz das Flores entre 17 e 21. Feriado cinzento Na sexta-feira, no continente, o dia vai voltar a acordar cinzento, com diminuição da nebulosidade a partir de meio da manhã na região Sul. No Norte, pelo contrário,

a chuva vai marcar presença. A temperatura mínima deverá subir, enquanto a máxima vai descer um pouco nas regiões do interior Norte e Centro. No sábado, as nuvens deverão estar menos carregadas, ainda que possa haver aguaceiros no Norte do país, e a temperatura máxima vai subir ligeiramente. Atenção aos UV As regiões de Sagres, do Funchal e do Porto Santo apresentam esta quinta-feira risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta (UV). Beja, Faro, Guarda, Leiria, Penhas Douradas, Sines e Angra do Heroísmo, Açores, apresentam risco alto de exposição à mesma radiação. É recomendado o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar. As crianças não devem estar expostas ao sol. A radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, sendo que o índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, com onze.

Ensino artístico mantém protesto. Escolas “não suportam” actual modelo de financiamento Professores do ensino artístico especializado manifestam-se esta quinta-feira, às 11 horas, em Lisboa. Pedem a revisão do modelo de financiamento.

Protesto junto à representação em Lisboa da Comissão Europeia. Foto: DR Por Cristina Branco

Os responsáveis das escolas de ensino artístico especializado dizem que se mantêm num quadro de asfixia financeira, apesar das garantias do ministro da Educação de que já foram desbloqueadas as verbas do Fundo Social Europeu. Assim, mantêm o protesto para esta quinta-feira, em Lisboa. A cada mês que passa, estas instituições “entram em


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défice” e não conseguem garantir as todas as despesas de funcionamento. O financiamento através do Programa Operacional Capital Humano (POCH), introduzido há quatro anos, é feito por reembolso, explica Pedro Rovira, director de três escolas do centro do país, sublinha do que o modelo não acompanha os gastos, provocando atrasos no pagamento de salários ao longo do ano. “Este tipo de financiamento não se adequa ao nosso ensino. Não conseguimos funcionar por reembolsos porque o adiantamento que nos é dado não chega para um mês de funcionamento de uma escola e com isto não é possível garantir o pagamento permanente de salários”, afirma Rovira à Renascença. Em Lisboa e no Algarve, o financiamento a estas escolas é feito por contrato patrocínio, com pagamento por tranches, o que permite outra estabilidade.

Ruído excessivo no metro de Lisboa, diz a Quercus Associação ambientalista analisou várias linhas e conclui que, em média, há mais ruído que no Metro de Nova Iorque. Verifique quais são os troços mais problemáticos.

As escolas de ensino artístico especializado lutam, assim, pela mudança do modelo de financiamento e pela igualdade entre todas as instituições: “Lutamos para que nos envolvam na negociação desse novo modelo, e, ao que sabemos, o ministério não chamou as associações representativas nem as escolas para estudar o financiamento para o futuro”. A pouco tempo do fim do ano lectivo, Pedro Rovira lamenta que “não se saiba ainda muito bem quando vão abrir as candidaturas, embora esteja previsto para Junho ou Julho, mas ainda não se conhecem as regras”. O protesto das escolas de ensino artístico especializado está marcado para as 11h00 desta quinta-feira, junto à representação em Lisboa da Comissão Europeia, no Largo Jean Monnet.

Os piores percursos são Cais do Sodré-Rossio, Cidade UniversitáriaEntrecampos, Senhor Roubado-Ameixoeira, Chelas-Oriente e Pontinha-Carnide. Foto: DR Por Teresa Almeida

Os níveis de ruído no metropolitano de Lisboa podem afectar a saúde dos utentes e dos trabalhadores da empresa. As medições feitas pela Quercus revelam níveis superiores aos permitidos, por exemplo, no metro de Nova Iorque. "Os troços mais sujeitos a níveis elevados de ruído são Cais do Sodré-Rossio, Cidade UniversitáriaEntrecampos, Senhor Roubado-Ameixoeira, ChelasOriente e Pontinha-Carnide, com valores que ultrapassaram, na maioria dos casos, os 85 decibéis", indica Mafalda Sousa, da Quercus. Outra das falhas apontadas por este estudo é a não existência de legislação nacional e europeia nesta matéria, situação que impede a definição dos limites de ruido a que os utentes de transportes públicos deveriam estar expostos. A Quercus espera que com esta avaliação, feita, em Agosto e Setembro do ano passado, possam vir a ser adoptadas medidas de redução do ruido por parte da empresa. Cansaço, problemas de audição, tensão alta e aceleração do ritmo cardíaco são algumas das consequências possíveis. Diz a associação ambientalista que valores acima dos 80 decibéis representam um factor de risco para a saúde dos passageiros e operadores do metro da capital. Este problema do Metro de Lisboa, segundo a Quercus, não se coloca ao metropolitano da cidade do Porto por se tratar de uma estrutura mais moderna e com grande parte da circulação feita à superfície. Segundo a agência europeia do ambiente serão cerca de 20 milhões os europeus afectados pelo ruido ambiental, sobretudo dos transportes. O problema, na Europa, leva a cerca de dez mil mortes prematuras e a


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43 mil hospitalizações por ano. FERNANDO J. REGATEIRO

Escolhas em saúde um SNS sustentável Sendo o SNS uma questão política fundamental, é nesse patamar que entendo que toda a pressão tem de ser feita para o manter sustentável e com qualidade, consciente da sua relevância como património comum ganho com a democracia e que agora também legitima e sustenta. Com a aproximação do tempo de “todas as escolhas”, por via das eleições legislativas, cabe aos cidadãos dizerem o que querem para o País. Venho fazê-lo no campo da saúde. Na verdade, os políticos são reféns daquilo que percebem como mais desejado pelos eleitores e tudo fazem para ir ao seu encontro - ou não serão eleitos! Sendo assim, e sendo o SNS uma questão política fundamental, é nesse patamar que entendo que toda a pressão tem de ser feita para o manter sustentável e com qualidade, consciente da sua relevância como património comum ganho com a democracia e que agora também legitima e sustenta. Fundamentalmente, são necessários novos paradigmas: 1. O cidadão como primeiro responsável pela sua saúde e não “cliente” do SNS; 2. O cidadão no centro dos processos dirigidos para a prestação de cuidados de saúde; 3. O reforço da educação para a saúde nos conteúdos curriculares do ensino básico; 4. A revalorização da Saúde Pública; 5. A chamada dos profissionais para o centro das mudanças; 6. O médico de família como gestor da saúde e dos episódios de doença do utente – o “navegador” dos utentes no sistema de saúde –, o que obriga a que todo o português tenha médico de família e nele seja concentrada toda a informação médica dos seus utentes; 7. O privilégio para os cuidados de saúde de proximidade nas escolhas da governação; 8. O abandono da cultura “hospitalocêntrica”; 9. A inversão das prioridades da formação médica pósgraduada com privilégio de vagas anuais para o internato da especialidade de Medicina Geral e Familiar; 10. A retoma das carreiras profissionais de acesso e progresso, com concursos públicos hierarquizados que valorizem o mérito e a relação médico/doente, como garantia de qualidade; 11. O rigor na hierarquização da oferta e do acesso à prestação de cuidados de saúde hospitalares por níveis de complexidade e a concentração da oferta em função da complexidade e da frequência das patologias; 12. A criação de condições para um sistema de

consignação de recursos financeiros que torne claro o esforço ou aumento de esforço necessário para a manutenção ou melhoria da qualidade do SNS – a relevância única do SNS para os cidadãos impõe transparência e adequação do financiamento; 13. A definição de “plafonds” para despesa em inovação tecnológica, diagnóstica e terapêutica; 14. A eliminação progressiva da acumulação do exercício profissional no sector público e privado; 15. O privilégio para a autonomia e a responsabilidade na gestão das instituições de saúde.

Manuel Lemos é o presidente interino do Conselho Económico e Social Silva Peneda deixa o cargo no final deste mês.

O Conselho Económico e Social (CES) não vai ficar impedido de tomar decisões até à eleição de um novo presidente. Manuel Lemos, o presidente da União das Misericórdias, é a partir de sexta-feira o novo presidente interino do CES. A informação consta de um comunicado divulgado na página do Conselho Económico e Social na internet. É ao presidente do CES que cabe dirimir conflitos que emerjam da contestação de decisões tomadas pelo Tribunal Arbitral em caso de greves, por exemplo. Manuel Lemos será, então, durante duas semanas, o presidente do órgão sede da concertação social. Silva Peneda deixa o cargo no final deste mês.


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O essencial do relatório final da comissão BES Conheça as principais conclusões da comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo.

Ilustração: Ricardo Fortunato

O relatório final da comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo foi aprovado esta quartafeira depois de vários meses de trabalho. Os três primeiros pontos do relatório foram aprovados por unanimidade dos partidos, faltando ser votadas as áreas referentes às conclusões e recomendações. Introdução e enquadramento, mandato e trabalho desenvolvidos e apuramento dos factos foram pontos aprovados pelos partidos da comissão de inquérito. O relatório final da comissão de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES) - a cargo do deputado do PSD Pedro Saraiva - foi aprovado com os votos favoráveis de PSD, PS, CDS-PP, abstenção do BE e voto contra do PCP. Estas são algumas das principais conclusões. Supervisores lentos O relatório final da comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES) é mais veemente do que o documento preliminar na hora de avaliar a actuação do Banco de Portugal. A intervenção da entidade foi "tardia" e "pouco eficaz", conclui a comissão BES. "A intervenção do Banco de Portugal revelou-se porventura tardia, nomeadamente quanto à eliminação das fontes de potenciais conflitos de interesse, e pouco eficaz ao nível da determinação e garantia de cumprimento das medidas de blindagem impostas ao BES", é dito numa das conclusões do texto. Lesados mereciam outra resposta O documento é crítico para com supervisores no que diz respeito à questão do papel comercial, lamentando a falta de "respostas claras" das entidades para com os lesados. "É de lamentar o modo como estes clientes do BES

[Banco Espírito Santo], detentores de papel comercial, foram sendo confrontados com diferentes tipos de respostas e expectativas, não correspondidas até ao momento, quer junto dos balcões, quer ainda através de informação prestada por correio electrónico ou nos portais tanto do Banco de Portugal como do Novo Banco, com remissão de eventuais responsabilidades ora do Banco de Portugal para a CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários] ora do Novo Banco para o BES, e vice-versa", indica o texto. A situação em torno do papel comercial "assume contornos especialmente preocupantes quando são as entidades supervisoras que não proporcionam respostas claras, consensualizadas e inequívocas junto dos clientes lesados", acrescenta. Passivo escondido não é erro contabilístico As ocultações de passivos em entidades do grupo "dificilmente" representam "meros erros contabilísticos". "A ocorrência sistemática e recorrente de práticas de ocultação de passivo (...) dificilmente se conforma com a eventual ocorrência de meros erros contabilísticos, que seriam por definição pontuais e prontamente corrigidos". Pedida entidade única de supervisão O relatório sugere o estudo da criação de uma entidade única "de supervisão para toda a área financeira". Na parte das conclusões do texto é pedida uma "análise devidamente ponderada quanto às vantagens e desvantagens" da evolução do sistema "para a existência de uma única entidade de supervisão para toda a área financeira".

Grupo Pestana ganhou grande obra em Madrid Edifício histórico vai ser transformado em hotel na Plaza Mayor. O Grupo Pestana ganhou o concurso para a transformação em hotel do edifício histórico da Casa da Carniceri, na Plaza Mayor, em Madrid. O maior grupo hoteleiro português vai investir cerca de 11 milhões de euros nesta nova unidade, a segunda em Espanha. José Roquete, responsável pela área de Desenvolvimento do Grupo Pestana, mostra-se satisfeito com o resultado conseguido. A experiência na recuperação de património histórico foi determinante, considera. O novo hotel tem abertura prevista para 2017. Deverá ser uma unidade de 4 ou 5 estrelas, com cerca de 70 quartos. Entretanto, o Grupo Pestana vai iniciar também a recuperação de outro edifício histórico em Amesterdão e estuda já a possibilidade de abrir um hotel em Bruxelas e segundas unidades na Alemanha e Inglaterra.


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Citius. “Ninguém fica impune”, garante a ministra Paula Teixeira da Cruz reagiu à entrevista da presidente do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça à Renascença. A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, não sabe quando haverá conclusões sobre o que, afinal, correu mal no programa “Citius” em Setembro do ano passado aquando do arranque do mapa judiciário. À Renascença, a presidente do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, Albertina Pedroso, revelou que a equipa da Inspecção-Geral das Finanças ainda não começou a trabalhar para averiguar o que provocou o colapso do sistema. Esta quarta-feira à noite, na TVI24, a ministra da Justiça só conseguiu dizer que ninguém ficará impune, mas não concretizou quando se ficará a saber o que aconteceu e quem foi o responsável por dois meses de paragens nos processos judiciais. “A inspecção-geral de finanças fará essa primeira avaliação e, ao mesmo tempo, estamos a negociar com uma entidade de mérito reconhecido. Há explicações parciais, não há explicações globais. Vamos tê-la, ninguém fica impune”, disse. Questionada ainda sobre as mais recentes declarações de José Sócrates, numa carta divulgada esta terça-feira, onde se diz vítima do "abuso" das autoridades que o mantêm preso sem provas e sem acusação, Paula Teixeira da Cruz sublinhou que a investigação está a cumprir os prazos previstos na lei.

Prisão preventiva para suspeito de ter matado quatro pessoas na Póvoa de Varzim

que o homem tem residência em Espanha, e ainda perigo de continuação da actividade criminosa. O arguido saiu do tribunal, juntamente com o seu advogado, Jorge da Costa, que deixou implícito que ao seu cliente seria aplicada a medida de coacção mais gravosa. "As medidas de coacção são aquelas que vocês podem imaginar", disse apenas. Manifestação à porta Cerca de 200 pessoas concentradas junto às instalações judiciais de Vila do Conde e vigiadas por um dispositivo policial, assinalaram a chegada do arguido com manifestações de animosidade, apelidando-o de "assassino", constatou a agência Lusa no local. Os homicídios ocorreram cerca das 9h00 de terçafeira, vitimando pessoas da mesma família: os exsogros, a ex-mulher e o ex-enteado. O homem, que é empresário, acabou por ser detido na A3, em Valença, a dois quilómetros da fronteira espanhola. Já esta quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) emitiu um comunicado no qual refere que as quatro mortes na Estela ocorreram na sequência de "conflitos com a posse de terrenos e o recebimento das respectivas rendas" entre o alegado homicida e uma das vítimas. Em comunicado, a PJ, através da Directoria do Norte, refere que os conflitos já se vinham a arrastar "desde há algum tempo", entre o suspeito, a sua ex-companheira e familiares desta. Os funerais das vítimas fazem-se pelas 16h00 de sextafeira na igreja da Estela, segundo aviso colocado à porta do templo.

Oposição mantém-se contra criação de lista de pedófilos Já a ministra da Justiça mantém a proposta e lembra que vários países têm algo semelhante.

Os homicídios ocorreram cerca das 9h00 de terça-feira, vitimando pessoas da mesma família. Um juiz de instrução criminal de Vila do Conde decretou a prisão preventiva para o alegado autor do quádruplo homicídio de terça-feira na Estela, Póvoa de Varzim. Ouvido pelo juiz de instrução de Vila do Conde, o homem - que terá confessado o quadruplo homicídio ficou sujeito à mais grave das medidas de coacção. Está indiciado por dois crimes de ameaça agravada, quatro de homicídio qualificado e um de posse de arma proibida. O juiz considerou ainda existir perigo de fuga, uma vez

A oposição criticou a proposta do Governo sobre a criação de um registo de identificação criminal de condenados por crimes contra a autodeterminação sexual e a liberdade sexual de menores, com o PS a considerar a iniciativa inconstitucional. "A senhora ministra da Justiça veio aqui dizer que o registo é uma medida preventiva, mas não é. Trata-se


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de uma medida de segurança constitucionalmente proibida. A proposta é manifestamente inconstitucional", disse a deputada socialista Isabel Oneto durante o debate no Parlamento da proposta de Lei. Isabel Oneto questionou mesmo a veracidade das preocupações invocadas pelo Governo para a elaboração desta proposta. "Num país onde 31% das crianças se encontram em risco de pobreza, como encarar a preocupação invocada para a elaboração desta lista", questionou a deputada, lembrando o parecer da Comissão Nacional de Protecção de Dados que classificou de "inconstitucional" a proposta de Lei. Também o deputado comunista João Oliveira disse que o PCP está contra a proposta, justificando com três ordens de razões: porque a proposta se preocupa com o abuso já depois deste ter sido cometido e não com a prevenção para que não haja abuso, abandona a possibilidade de reabilitação do condenado e substitui a acção dos tribunais, substituindo-os pela vigilância das pessoas, umas sobre as outras. "A proposta viola a acção dos tribunais, substituindo-os pela vigilância das pessoas, umas sobre as outras, esquecendo-se dos riscos que isso implica", sublinhou. Para o deputado, a proposta do Governo viola o princípio da proporcionalidade, o da retroactividade ou da igualdade e o da concentração de dados pessoais. João Oliveira desafiou a ministra a apresentar estudos com dados sobre a reincidência de crimes sexuais em Portugal, alegando que esses estudos não existem e que há apenas um estudo que fala em "3,4% de casos de reincidência". "Decisivo era fazer o enfoque na prevenção do primeiro abuso, mas o que o Governo vem fazer é criar um clima de alarme social para pôr as pessoas a vigiarem-se umas às outras sem medirem as consequências", sublinhou. O deputado comunista referiu ainda, tal como a deputada bloquista Cecília Honório, que a directiva europeia não determina a criação de uma lista de pedófilos e lembrou que existem pareceres negativos de vários organismos, nomeadamente do Conselho Superior do Ministério Público, dos juízes e da Ordem dos Advogados. Já o deputado centrista Telmo Correia disse que o CDS acompanha a ministra na criação da lista de abusadores sexuais e que, com a existência do registo, Portugal fica ao nível dos países mais avançados no combate aos abusadores sexuais. Na apresentação da proposta de Lei, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, sublinhou que a Polícia Judiciária recebe "em média, por dia, três queixas de abusos sexuais contra crianças". Lembrou ainda que, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2014, se verificou um aumento na ordem dos 18% de crimes sexuais contra crianças. Paula Teixeira da Cruz referiu que os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido, a França e alguns estados da Alemanha já dispõem de uma lista como a que o Governo pretende criar. "E no registo americano e inglês, os pais podem saber que determinada pessoa está incluída no registo", disse, acrescentando que cerca de 20% das mulheres e

10% dos homens foram abusados na infância.

Ministério Público acompanha caso da criança grávida Procuradoria-Geral da República sublinha que os processos estão em segredo de justiça e são de natureza reservada. O Ministério Público confirma que está a acompanhar o processo da menina de 12 anos que terá engravidado na sequência de abusos sexuais cometidos pelo companheiro da mãe. Em resposta enviada à Renascença, a ProcuradoriaGeral da República sublinha que os processos estão em segredo de justiça e são de natureza reservada. Estão em curso duas diligências: um inquérito que corre no Departamento de Investigação e Acção Penal e um processo de Promoção de Protecção, que corre no Tribunal de Família e Menores. Esta quarta-feira, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde está internada a criança grávida de cinco meses, anunciou já ter tomado uma decisão relativamente à gravidez, reservando-se o direito de não a divulgar. O hospital realça que a decisão foi tomada por pediatras, pedopsiquiatras, obstetras, psicólogos e assistentes sociais e sublinha que tomou em consideração o superior interesse da criança.

Marido de ama condenado a 15 anos de prisão por abusar sexualmente de cinco menores Estava acusado de 31 crimes de cariz sexual envolvendo menores, mas foi condenado por 23. Em cúmulo jurídico, o tribunal aplicou pena única de 15 anos de prisão. O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a 15 anos de prisão o marido de uma ama suspeito de ter abusado sexualmente de cinco menores, incluindo três meninas de quatro e sete anos que estavam ao cuidado da sua esposa. O arguido, de 64 anos, que não assistiu à leitura do acórdão, estava acusado de 31 crimes de cariz sexual envolvendo menores, mas foi condenado por 23 (18 crimes de abuso sexual de crianças, três de actos sexuais com adolescentes e dois de pornografia de menores). Em cúmulo jurídico, o tribunal aplicou ao arguido uma


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pena única de 15 anos de prisão, mas a soma das penas parcelares resultava numa pena de 55 anos de prisão. O colectivo de juízes condenou ainda o arguido a pagar 30 mil euros de indemnização a duas das menores que foram abusadas. O arguido foi absolvido de sete crimes de abuso sexual de crianças, dois dos quais estavam relacionados com a exibição de filmes de conteúdo pornográfico na televisão e no seu computador pessoal. "O tribunal não deu como provado que o arguido tivesse visto filmes pornográficos na companhia de várias crianças", disse o juiz-presidente. De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), os abusos começaram em 2003 e prolongaram-se durante vários anos. Os crimes terão ocorrido na residência do arguido e da esposa, no concelho de Aveiro, e no interior do seu veículo. Segundo o MP, o arguido aproveitou o facto de três das vítimas frequentarem diariamente a sua residência, para praticar diversos actos de cariz sexual com as mesmas, tendo filmado algumas das situações. O arguido terá abusado ainda de duas outras menores, de 12 e 14 anos, que não estavam ao cuidado da mulher e que terão sido seduzidas para encontros através da internet. Durante uma busca à residência do arguido, foram apreendidos telemóveis e material informático, onde aquele guardava ficheiros de vídeo e de imagem de pornografia envolvendo menores. O arguido vai continuar em prisão preventiva a aguardar o trânsito em julgado da decisão.

Instituto do Sangue. Homossexuais só podem dar sangue se estiverem em abstinência sexual "O contacto sexual de homens com outros homens é definido como factor de risco", explicou o presidente do IPST, no Parlamento.

Foto: DR

O presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) afirmou esta quarta-feira que é um factor de exclusão para a dádiva de sangue ser homem e ter tido sexo com outros homens. Segundo Hélder Trindade, que foi ouvido na Comissão Parlamentar de Saúde, o instituto não faz qualquer discriminação em função da orientação sexual, mas sim em função da prática sexual. "O contacto sexual de homens com outros homens é definido como factor de risco", admitiu o presidente do IPST, sem contudo reconhecer tratar-se de preconceito, como acusam os partidos da oposição. O sangue doado é sempre testado antes de ser usado, mas o questionário realizado ao dador é considerado um passo crucial para a segurança da transfusão, na medida em que há uma "janela de tempo", que é variável, em que o VIH pode não ser detectado na análise ao sangue doado. No final da comissão parlamentar e em declarações aos jornalistas, Hélder Trindade voltou a explicar que está definido como factor de exclusão para a dádiva de sangue "ser homem que tem sexo com homens". Apesar de a pergunta ter saído dos questionários escritos feitos antes das dádivas de sangue, continua a haver indicações para que seja sempre formulada a quem se apresente para doar sangue. Hélder Trindade entende que não se trata de um preconceito, uma vez que nada é perguntado sobre a orientação sexual, mas antes sobre o comportamento sexual. "O que o instituto questiona é o comportamento de risco. Tanto faz se é homo ou heterossexual. Não há discriminação por grupos de risco, mas sim por comportamentos de risco", afirmou, adiantando que o dador não será excluído por se assumir homossexual, mas por praticar sexo com outros homens. Ou seja, Trindade distingue orientação de prática sexual. O presidente do IPST sublinhou que o mesmo se passa em vários outros países europeus e também nos Estados Unidos, apesar de na Europa a matéria não ser consensual. Oposição diz que é discriminação Para justificar o que está estabelecido em Portugal, cita dados do Centro Europeu de Controlo de Doenças segundo os quais a prevalência do VIH/sida é "bastante mais elevada" nos homens que fazem sexo com homens. "O contacto sexual de homens com homens é definido como um factor de risco. A homossexualidade não é assumida como factor de risco", indicou o responsável aos deputados durante a audição requerida pelo Bloco de Esquerda. Perante as explicações, os partidos da oposição foram unânimes em considerar que o factor de exclusão assumido pelo IPST continua a ser discriminatório. "A categoria 'homens que têm sexo com homens' é uma categoria preconceituosa e é absurda do ponto de vista da avaliação do risco. Primeiro presume que um homem que faz sexo com homens faz sempre sexo anal. Depois não considera o factor da desprotecção. O fcator de risco são as práticas sexuais desprotegidas", defendeu José Soeiro, deputado do Bloco de Esquerda. Para a deputada do PS Elza Pais, "as garantias de segurança para quem recebe a dádiva devem ser feitas com base no rigor científico e não no preconceito".


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"O sexo anal não é exclusivo de homens que têm sexo com homens. Se se entende que o sexo anal é factor de risco, como se garante a segurança quando os heterossexuais também têm sexo anal?", questionou Elza Pais. Paula Santos (PCP) disse que os argumentos do IPST eram contraditórios e referiu-se ao critério de exclusão da dádiva de sangue como uma "discriminação". O BE, que requereu esta audição, considerou ainda que a interpretação do instituto "viola a decisão e o espírito" de uma resolução do parlamento estabelecida em 2010 que recomendou ao Governo abolir qualquer discriminação dos homossexuais e bissexuais nos serviços de recolha de sangue. Nessa resolução recomenda-se a reformulação de todos os questionários que contenham enunciados homofóbicos, nomeadamente em relação a questões relativas a relações sexuais entre homens. A mesma resolução de 2010, aprovada sem votos contra, recomenda a elaboração de um documento por parte do governo que proíba expressamente a discriminação dos dadores com base na sua orientação sexual. O Governo decidiu a este propósito criar um grupo de trabalho no IPST, que até ao momento não apresentou conclusões, como admitiu Hélder Trindade, garantindo apenas que deverá haver conclusões "em breve". Hélder Trindade frisou que o "IPST não tem preconceitos" e que debate estes assuntos com um olhar "técnico e científico".

Diminui número de casos de acidentes de trabalho nos tribunais Em causa está o período entre 2007 e 2013. O número de processos relativos a acidentes de trabalho e doenças profissionais entrados, em 2013, nos tribunais de primeira instância registou uma diminuição de 25,4%, indicam dados da Direcção-Geral da Política de Justiça. Segundo a mesma fonte, esta diminuição verificada entre 2007 e 2013 corresponde a uma taxa de redução anualizada de 4,8%. A redução dos processos de acidentes de trabalho/doenças profissionais entrados nos tribunais foi acompanhada, em igual período de tempo, de uma diminuição idêntica do número de processos findos, que foi de 25,1%. Por sua vez, o número de processos de acidentes de trabalho/doenças profissionais pendentes, no final de 2013, apresentou uma diminuição de 7,8% face ao número registado em 2007, correspondendo a uma taxa da redução de 1,3%. Quanto à duração média destes processos, passou de 10 meses em 2007 para 12 meses em 2013, correspondendo a um aumento de cerca de 20 por cento entre 2007 e 2013, equivalente a um aumento anualizado de 1,3%.

Em matéria de recursos para os tribunais superiores, entre 2007 e 2013 verificou-se uma tendência para a diminuição destes processos, passando de 596 recursos findos em 2007 para 439 recursos findos em 2013 (taxa de redução anualizada de 5%). Considera-se processo por acidente de trabalho a acção judicial instaurada na sequência de um acontecimento lesivo da capacidade produtiva do trabalhador que se verifica durante o seu trabalho e que se manifesta normalmente e modo súbito e violento. Processo por doença profissional é a acção judicial intentada no seguimento de doença produzida em consequência do trabalho e com evolução lenta e progressiva, que ocasiona ao trabalhador uma incapacidade para o exercício da sua profissão ou morte.

Proibição do Uber em Portugal é "provisória", diz Governo A associação que representa o sector dos táxis interpôs providência cautelar contra a aplicação que permite contratar um motorista privado inscrito no serviço, mas que não necessita de licença, como é exigida para os transportes públicos de passageiros. A decisão judicial que interdita o funcionamento do serviço Uber em Portugal ainda é "provisória", já que se trata de uma providência cautelar, disse esta quartafeira o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes. O Tribunal Central de Lisboa aceitou a providência cautelar interposta pela Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e proibiu os serviços da aplicação de transportes Uber em Portugal, anunciou na terça-feira a associação. "Tanto quanto percebi, trata-se de uma providência cautelar, pelo que estamos perante uma decisão provisória", afirmou Adolfo Mesquita Nunes, sublinhando que desconhece a sentença e os respectivos fundamentos jurídicos, pelo que preferia não comentar. À Renascença, a Uber garantiu a legalidade do seu negócio. Já a ANTRAL anunciou que quer ser indemnizada. A aplicação móvel da Uber permite contratar um motorista privado inscrito no serviço, mas que não necessita de licença como é exigida para os transportes públicos de passageiros. A empresa foi criada em 2009, em São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos, para facilitar a mobilidade dos seus utilizadores e actualmente está presente em 140 cidades de cerca de 40 países. "A economia colaborativa é um dos desafios que o sector do turismo tem pela frente e coloca um conjunto


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de questões que a Europa está a debater e que estão a ser discutidas no mundo inteiro", disse ainda o secretário de Estado, lembrando que no sector do turismo essas questões colocaram-se com o arrendamento de casas particulares, que o Governo optou por liberalizar. A associação que representa o sector dos táxis interpôs providência cautelar contra a aplicação que permite contratar um motorista privado inscrito no serviço, mas que não necessita de licença como é exigida para os transportes públicos de passageiros.

O alarme soou. Vespa que pode destruir castanheiros detectada em Trásos-Montes Foram notificados dois casos desta praga, um em Carrazedo de Montenegro, concelho de Valpaços, e outro, por confirmar, em Bragança. Os focos foram detectados em novas plantações, feitas no inverno, de castanheiros híbridos.

Foto: DR Por Olímpia Mairos

Os produtores transmontanos de castanha estão preocupados com a vespa do castanheiro. A praga foi detectada recentemente na região e, se não for combatida, pode eliminar 70% da produção nos próximos anos. “Se nós não fizermos nada, em três, quatro anos temos uma redução da produção em Trás-os-Montes que pode atingir os 70%”, diz à Renascença o presidente da Associação Nacional da Castanha, (RefCast), José Gomes Laranjo. O primeiro foco da vespa do castanheiro (Dryocosmus kuriphilus) foi detectado em Maio, na região de Barcelos. Recentemente, foram notificados dois casos da praga em Trás-os-Montes, um deles confirmado em Carrazedo de Montenegro, concelho de Valpaços, e outro por confirmar em Bragança. Os focos desta praga foram detectados em novas

plantações, feitas este inverno, de castanheiros híbridos, importados “um pouco à margem da lei", diz Gomes Laranjo, explicando que se trata de "castanheiros que não tinham os passaportes fitossanitários e que, infelizmente, estavam, na maioria, infectados". O presidente da RefCast avança ainda que “foram plantados milhares de castanheiros destes e um pouco por toda a região de Trás-os-Montes”. “É importante que os produtores estejam atentos às novas plantações, detectem os focos de infecção e actuem de imediato, eliminando os galhos infestados”, sublinha o também investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, realçando que existe “uma janela de oportunidade de um mês para actuar” e, se houver “uma acção drástica durante este mês, conseguir-se-á ainda minimizar o impacto desta cultura”. A região transmontana produz 80% da produção de castanha em Portugal, representando um rendimento anual de cerca de 50 milhões a 60 milhões de euros. “Descuido muito grande” por parte de todos Dinis Pereira é produtor em São João da Corveira, no concelho de Valpaços, e manifesta à Renascença a sua preocupação com mais esta praga que está a afectar os soutos. “Estamos a ver que está tudo em risco de, dentro de dois ou três anos, não termos produção de castanha”, refere o produtor que colhe cerca de 40 toneladas de castanha por ano, considerando que houve “um descuido muito grande” por parte de todos, desde produtores a entidades oficiais. “A ânsia de meia dúzia de pessoas de ganhar dinheiro fácil acabou por introduzir uma praga que já se esperava, mas que se esperava que não que fosse a tão curto prazo”, afirma o produtor. Também Ilídio Montez, produtor em Miranda do Douro, está assustado com a nova doença que está a afectar os castanheiros e refere que a grande preocupação de momento é fazer a “detecção, identificação e sensibilização junto de outros produtores”. O produtor possui 22 hectares de castanheiros, sendo que sete são novas plantações, mas assegura que tem comprado as plantas “em viveiros certificados”, solicitando “sempre o passaporte fitossanitário, porque é uma garantia de que a planta não trará a doença”. A praga A praga da vespa do castanheiro tem um ciclo anual e é na altura da Primavera que são visíveis os sintomas na árvore: formam-se galhas, semelhantes aos bogalhos dos carvalhos, que têm as larvas lá dentro. Inicialmente, as galhas são de cor verde-clara, passando a cor rosada. Depois de infectados, os ramos não conseguem dar mais fruto. Entre meados de Maio e final de Julho saem as vespas. Põem mais ovos, que vão passar o Inverno na árvore, desenvolvendo-se na Primavera seguinte. Desta forma, prejudicam a formação de novos ramos e, consequentemente, a formação dos frutos. Em plantas jovens a praga pode mesmo conduzir à morte. José Gomes Laranjo avança que estão a ser feitos ensaios a nível da luta biológica contra esta praga, que consiste na introdução nas áreas afectadas de parasitóides, insectos que são capazes de exterminar esta vespa.


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A vespa do castanheiro entrou na Europa através da Itália, onde já dizimou uma percentagem significativa da produção.

Sampaio da Nóvoa não será “espectador impávido perante a degradação da nossa vida pública” Na apresentação da candidatura presidencial, o ex-reitor lamentou que, após os anos de crise, se anuncie "mais crise". "Não podemos deixar que a crise se normalize, se eternize", atirou. Por Carlos Calaveiras

António Sampaio da Nóvoa confirmou esta quartafeira no Teatro da Trindade, em Lisboa, que é candidato presidencial em 2016. O antigo reitor da Universidade de Lisboa, começou por dizer que “este é o primeiro dia, inteiro e limpo”, citando Sophia de Mello Breyner. Este foi, aliás, um discurso cheio de citações, incluindo Zeca Afonso e Sérgio Godinho. Sampaio da Nóvoa criticou a política de austeridade, que tem sido seguida pelo actual Governo. “Vivemos anos duros, duríssimos, de uma austeridade que tornou o país mais frágil, que trouxe a pobreza e a miséria de volta a muitas famílias portuguesas”. “Que política é esta, sem uma única ideia de futuro para Portugal, que país é este que parece sem vontade, sem pensamento e sem rumo". O novo candidato presidencial lamentou depois que, após os anos de crise, se anuncie "mais crise, uma crise crónica que priva os cidadãos do futuro, que os faz desconfiar das instituições e da capacidade do Estado democrático para defender o bem público e o interesse colectivo". "Não podemos perder o país que conseguimos levantar nas últimas décadas, não podemos deixar que a crise se normalize, se eternize, e que deite por terra 41 anos de democracia, destruindo um a um os ideais de Abril", acrescentou. Sampaio da Nóvoa refere, por isso, que faz falta outra visão, diferente da actual. “Tudo na mesma é que não”. “É em nome desse outro projecto, desse outro destino que venho aqui, hoje, declarar-vos solenemente, e declarar a todo o país que sou candidato a Presidente da República portuguesa", declarou. “Não venho para deixar tudo na mesma, venho para juntar portugueses, com confiança na nossa democracia, com esperança, com determinação”. O professor universitário, de 61 anos, promete, se chegar ao cargo de Presidente da República, unir todos os portugueses e estar no cargo com uma “absoluta determinação e liberdade, total independência, com isenção”.

No momento mais aplaudido da tarde acrescentou que, em Belém, não será “espectador impávido perante a degradação da nossa vida pública”, naquela que parece uma crítica clara à actuação de Cavaco Silva. “Não permitirei, nunca, que o interesse do país seja dominado por grupos de pressão, por corporações ou por interesses ilegítimos. Sejam eles quais forem”, acrescentou. “Não me resignarei perante a destruição do Estado Social”. Diz o candidato presidencial, que elogiou Mário Soares e Jorge Sampaio – presentes na apresentação – que “precisamos de reinventar uma visão estratégia para Portugal, que não se feche na Europa, e que se abra ao mundo e, em particular, ao mundo da língua portuguesa”. E, também por isso, quer “promover uma estratégia nacional de valorização do conhecimento e dos jovens, para conseguir que levem à economia e à sociedade”, naquela que será uma das suas prioridades. “Não tenho filiação partidária e nunca exerci cargos políticos. Este facto não me aumenta, nem me diminui, mas marca uma diferença. A questão central é perceber se os portugueses querem essa diferença”, refere Sampaio da Nóvoa, que lembra que tem a experiência de liderar a maior universidade do país. “Os portugueses sabem quem eu sou e de onde venho”, acrescentou. Já perto do fim do seu discurso, Sampaio da Nóvoa deixou claro que, aconteça o que acontecer, renúncia “a qualquer outro projecto político ou económico, para além do trabalho docente”. “Juntos vamos conseguir mudar Portugal. Temos que ser maiores do que os nossos problemas. Porque só os vencidos tombam no chão do medo. Vamos a isto que já se faz tarde, Viva a República, viva a Liberdade, Viva Portugal”. Depois desta frase, a "festa" terminou com o hino nacional.[Actualizado às 20h54] O que pensa Sampaio da Nóvoa sobre a austeridade, as desigualdades e os políticos?


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CDS para Governo "estável, maioritário e confiável" Nuno Melo confirma que a proposta de coligação com o PSD “foi aprovada por unanimidade”.

empréstimo ao Fundo Monetário Internacional que significou muitos milhões de euros de juros", enumerou. O vice-presidente centrista recusou ainda comentar o tema das eleições presidenciais, privilegiando "o ciclo das legislativas", embora reconhecendo que o CDS-PP também vai ter "uma palavra a dizer". "É doutrina firmada, nesta casa não comentarmos, em circunstância alguma, investigações em curso", disse ainda, ao ser confrontado com as novas buscas judiciais a instalações do Fisco, já que o secretário de Estado da tutela é o centrista Paulo Núncio, preferindo respeitar "a Justiça, em obediência ao princípio da separação de poderes".

PSD aprova coligação por unanimidade Reunião do Conselho Nacional do partido já terminou. O vice-presidente do CDS Nuno Melo afirmou que os democratas-cristãos estão prontos para novo Governo "estável, maioritário e confiável", continuando a coligação com o PSD sem exigir cabeças de lista à Assembleia da República. "Esta coligação é feita de convicção. Estamos mobilizados para dar novamente a Portugal um Governo estável, maioritário e confiável", assegurou, em declarações entre a reunião da Comissão Política dos centristas, na sede lisboeta, e o Conselho Nacional. O dirigente do CDS anunciou que a proposta "foi aprovada por unanimidade" e que "o sentimento geral" é o de que a coligação, "aberta a independentes, tem uma justificação que é o interesse de Portugal". "Não discutimos a parte formal do acordo. Neste acordo, o critério seguido foi institucional, tendo por base um precedente - as últimas legislativas -, tal qual nas europeias. O critério foi precisamente o mesmo, o das últimas eleições. Em nenhum momento ou circunstância, o CDS colocou nestas negociações qualquer exigência relativamente à obtenção de cabeças de lista", disse, quando questionado sobre a possibilidade de o CDS-PP vir a não ter uma figura no topo de qualquer dos círculos eleitorais. Nuno Melo criticou ainda o cenário macroeconómico recentemente apresentado pelo maior partido da oposição (PS), por não ser "bom nem viável, porque volta a implicar um défice que dispara e um descontrolo da dívida", assegurando que a atual maioria vai avançar para um "ciclo económico diferente", graças ao "desemprego a descer consistentemente, as exportações a bater todos os recordes, o turismo nos melhores níveis de sempre", entre outros indicadores. "Tendo nascido em tempos de excepcionalidade e recebido um país em bancarrota, [esta coligação] terminou o ciclo com a `troika`, repôs a capacidade de financiamento nos mercados, saiu do programa de ajustamento sem programa cautelar, livrou Portugal de um processo por défice excessivo e já reembolsou um

O Conselho Nacional do PSD aprovou por unanimidade a proposta de coligação com o CDS para as eleições legislativas, disseram à Renascença membros deste órgão partidário social-democrata. O documento tinha sido assinado no sábado pelos presidentes dos dois partidos, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. As eleições devem ser marcadas para Setembro ou Outubro deste ano.

Pilotos não cancelam greve, TAP não cancela voos Neste noticiário: greve da TAP vai ser gerida dia-a-dia; níveis de ruído do metro de Lisboa prejudicam utilizadores e trabalhadores; alunos do ensino artístico voltam a protestar contra pagamentos em atraso; Sampaio da Nóvoa, um candidato independente com muitos amigos socialistas; no Nepal, dois portugueses foram às compras para distribuir alimentos. Por Teresa Abecasis


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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

A religião e o clima São os pobres que mais sofrem com as alterações climáticas. É, por isso, com toda a legitimidade que a Igreja deve abordar este tipo de problemas.

Nepal. Mortos chegam aos 5.500. Feridos precisam de tratamento já Organizações internacionais no terreno avisam que as vítimas podem vir a sofrer de incapacidades permanentes se não forem tratadas num curto espaço de tempo. Muitas poderão ter de ser amputadas.

Por Francisco Sarsfield Cabral

Decorreu em Roma uma conferência sobre a protecção do ambiente, sob o tema “Proteger a terra, dignificar a humanidade”, por iniciativa da Academia Científica do Vaticano. Desde há muito que esta academia da Igreja Católica levanta questões éticas sobre as mudanças climáticas. Há 19 anos, por exemplo, alertou para o perigo de mudanças abruptas de clima. Sabe-se, por outro lado, que o Papa Francisco prepara uma encíclica sobre este assunto. Alguns interrogam-se sobre a legitimidade da Igreja abordar este tipo de problemas. Não os deveria deixar para os cientistas e os políticos, abstendo-se de os comentar? A Igreja pode e deve falar, porque estão em causa os mais pobres. São eles quem mais sofre com mudanças climáticas, como as que estão já a acontecer. O presidente da Academia, o bispo Marcelo Sorondo, acusou mesmo a indústria petrolífera de pôr em causa a ciência nos EUA, ao colocar dúvidas sobre as mudanças de clima. Não se trata de sacralizar a natureza ou de qualquer visão panteísta do mundo. É um imperativo moral, de solidariedade para com os pobres e as futuras gerações.

Pemba Tamang, de 15 anos, é um dos sobreviventes do terramoto. A maioria tem danos na coluna. Foto: Hemmanta Shrestha/Epa

O número de mortos no Nepal subiu para 5.500. O mais recente balanço foi avançado na madrugada desta quinta-feira esta noite pelo Centro Nacional de Operações de Emergência. A mesma fonte adianta que o sismo de magnitude 7,8, registado no sábado, provocou mais de 100 mortos na Índia e na China e um total de 10 mil feridos. O terramoto atingiu a capital, Kathmandu, onde fez desabar vários edifícios, e desencadeou avalanches no Monte Evereste. As Nações Unidas dizem que oito milhões de pessoas foram afectadas pela catástrofe e apelam ao envio de água, medicamentos, comida e tendas. Na China, as autoridades começaram a transportar seis mil residentes de uma pequena cidade tibetana, devido ao risco de avalanches. Problemas para toda a vida Milhares de vítimas do terramoto no Nepal podem vir a sofrer de incapacidades permanentes se não forem tratadas em breve e não lhes for dado um tratamento de reabilitação adequado. “É muito importante que os feridos sejam já tratados, de modo a evitar que fiquem com incapacidades permanentes”, afirma a directora da organização Handicap International, Aleema Shivji, citada pela agência Reuters. A organização britânica está a distribuir cadeiras de rodas especialmente desenhadas para poderem andar em terrenos irregulares e, segundo a mesma responsável, estão prestes a chegar ao Nepal muletas e colchões para as pessoas com danos na coluna. Muitos feridos apresentam problemas na espinal medula e ferimentos na cabeça, bem como múltiplas


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fracturas. Aleema Shivji prevê que se proceda a algumas amputações. Ronald Kremer, coordenador da Emergência Médica dos Médicos sem Fronteiras, reforça. “Passados quatro dias da tragédia, ainda há pessoas com ferimentos por tratar, o que aumenta o risco de infecção. As amputações de pernas, braços, mãos ou dedos poderão não ser evitadas”. Os maiores riscos estão nas cidades e aldeias mais pequenas, onde as equipas de resgate e salvamento ainda não chegaram por haver estradas bloqueadas por rochas. Os helicópteros não conseguem aterrar, devido à irregularidade do terreno. As equipas de resgate estão a precisar de cirurgiões, fisioterapeutas e peritos em traumas, bem como hospitais de campanha equipados com analgésicos e antibióticos, camas e anestesias, avança a agência Reuters. ESTADOS UNIDOS

Mais de 30 detidos apesar do recolher obrigatório em Baltimore

incêndio perto de uma biblioteca. Porém, a situação não teve comparação com os motins que abalaram a cidade na segunda-feira, durante os quais grupos de jovens incendiaram edifícios e viaturas e pilharam estabelecimentos comerciais. Durante os confrontos, 20 polícias ficaram feridos. Estes motins, que levaram as autoridades a estabelecer um recolher obrigatório durante uma semana, começaram na segunda-feira logo a seguir ao funeral de Freddie Gray, um negro de 25 anos morto em circunstâncias ainda por explicar.

Morreu François Michelin, o "chefe mais secreto de França" O magnata do império dos pneus faleceu esta quarta-feira. "Visionário e humanista" para a empresa que liderou durante décadas, tornou-a líder mundial no fabrico de pneus.

Os motins começaram na segunda-feira logo a seguir ao funeral de Freddie Gray, um negro morto em circunstâncias ainda por explicar.

Foto: Grupo Michelin

A polícia de Baltimore, nos Estados Unidos, confirma que foram detidas 35 pessoas durante o período em que vigorou o recolher obrigatório das 22h00 de terçafeira (3h00 em Portugal) às 5h00 de quarta. "Destas 35 detenções, uma respeitou a um menor", indicou Eric Kowalczyk, porta-voz da polícia, durante uma conferência de imprensa. O chefe da polícia, Anthony Batts, tinha informado a existência de 15 feridos entre os agentes, dos quais dois tiveram de ser hospitalizados, e 27 detenções. Alguns minutos depois das 22h00, a polícia lançou várias bombas de fumo e gás pimenta para dispersar algumas dezenas de pessoas que ainda não tinham saído das ruas. Fontes policiais deram também conta do lançamento de objectos sobre os agentes, bem como de um

François Michelin, que durante 47 anos liderou a empresa histórica de pneus com o nome da família, morreu esta quarta-feira, aos 88 anos. "O senhor François Michelin dedicou a sua vida à empresa. Liderou-a durante 47 anos, até a entregar ao seu filho Edouard", diz a empresa francesa em comunicado. A Michelin classifica o empresário como um "visionário e um humanista". François Michelin foi criado em Clermont-Ferrand com a avó Madame Edouard Michelin. Após estudos matemáticos clássicos, obteve o seu diploma na Faculdade de Ciências de Paris. Juntou-se ao grupo familiar em 1951 sob uma identidade. Durante dois anos, trabalhou como trabalhador-montador na oficina Heavyweight na fábrica de Clermont-Ferrand e como fabricante de vestuário de pneus para veículos de passageiros. Só passados quatros anos foi, então, para o departamento de serviços e pesquisa. Em 1959, tornouse director exclusivo da empresa, chamando para seu lado o primo François Rollier. Sob sua liderança, cresceu o pneu radial, revolução tecnológica que permitiu que a Michelin para se tornar líder como


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fabricante de pneus no mundo. Cristão fervoroso, o "chefe mais secreto da França" foi altamente controverso pelo seu paternalismo e a comunicação mínima que utilizava nos seus negócios. Em 1999, François Michelin passa as rédeas da empresa para o filho Edouard Michelin. Em 2006, após a morte acidental de Edouard Michelin, o sobrinho Michel Rollier tornou-se chefe do grupo. O presidente do conselho de administração, JeanDominique Senard, disse: “gostaria de prestar especial tributo a este homem excepcional que era respeitado universalmente pelos seus valores, as suas convicções e a sua visão”. A data do funeral será divulgada em breve.

Papa. Desigualdade salarial entre homens e mulheres é “um escândalo” "É um puro escândalo. É uma forma de machismo que sempre quer dominar a mulher", disse Francisco. O Papa afirmou esta quarta-feira que a desigualdade de salário entre géneros "é um escândalo" e convidou os católicos a serem mais exigentes para evitar discriminações deste tipo. "Em relação às mulheres, porque é que se dá por adquirido que devem ganhar menos que os homens? Não. Elas têm o mesmo direito. A disparidade é um puro escândalo. É uma forma de machismo que sempre quer dominar a mulher", afirmou na habitual audiência das quartas-feiras. Francisco continuou a catequese sobre o tema do casamento e garantiu, perante dezenas de milhares de pessoas concentradas na Praça de São Pedro, que "a semente cristã da igualdade entre os cônjuges tem de dar hoje em dia novos frutos". "Como cristãos temos que ser mais exigentes para alcançar esta meta. Por exemplo, apoiar firmemente o direito a trabalho igual, salário igual", disse. Francisco pediu também que se reconheça "a riqueza sempre válida tanto da maternidade das mulheres como da paternidade dos homens". O Papa insistiu numa "reflexão séria para compreender porque não se querem casar os jovens de hoje, apesar de quase todos desejarem segurança afectiva estável e um casamento sólido". Sobre esta questão, Francisco explicou que as dificuldades do casamento "não são apenas de carácter económico, embora estas sejam, na verdade, muito sérias" e afirmou que existe demasiado "medo de se enganarem e de fracassar". O Papa também considerou "um insulto" e "uma forma de machismo" pensar que a crise dos casamentos está relacionada com "a emancipação da mulher" nos últimos anos. Francisco sublinhou que "o casamento consagrado por Deus protege essa união entre o homem e a mulher,

que o mesmo Deus abençoou desde a criação do mundo, e que é fonte de paz para as pessoas e para a sociedade". "A melhor maneira de mostrar ao mundo actual a beleza e a bondade do casamento é o testemunho de vida do casal e da família", afirmou.

Nave espacial russa está a cair em direcção à Terra O mais provável é que a nave arda aquando da sua reentrada na atmosfera. Uma nave espacial não tripulada que levava mantimentos para a Estação Espacial Internacional está a cair em direcção à Terra, aparentemente de forma descontrolada, disse esta quarta-feira uma fonte não identificada em declarações à agência AFP. "Começou a descida. Não tem mais nenhum sítio para onde ir", disse um responsável conhecedor da situação à AFP, sob condição de não ser identificada, antes de uma declaração da agência espacial russa, que é esperada ainda esta quarta-feira. "É agora claro que começaram reacções absolutamente incontroláveis", acrescentou esta fonte, que a agência francesa não identifica, mas que explica que a descida marca o fim da missão 'Progress', apesar de as autoridades russas ainda irem tentar mais uma vez a comunicação. "Marcámos mais duas comunicações para tranquilizar a nossa consciência", disse o responsável. Se os esforços não surtirem efeitos, o mais provável é que a nave arda aquando da sua reentrada na atmosfera da Terra, noticia a Reuters. O foguetão Soyuz que levava a nave Progress M-27M com mantimentos para a Estação Espacial Internacional foi lançado na terça-feira, mas as comunicações foram perdidas pouco depois. Um porta-voz da agência russa não quis comentar o sucedido. Orgulho e falhanços O programa espacial russo é um motivo de orgulho para a população local, mas nos últimos anos têm surgido uma série de contratempos e falhanços, nomeadamente a perda de vários satélites e a queda de uma nave similar, em 2011, na Sibéria. O vice-primeiro-ministro russo com o pelouro da indústria aeroespacial, Dmitry Rogozin, actualmente na China, disse estar em constante contacto com a agência espacial e escreveu no Twitter: "Estamos todos preocupados com a nossa nave de carga". A NASA disse entretanto que a nave espacial levava a bordo material fundamental para a secção norteamericana da Estação Espacial Internacional, mas que os astronautas têm mantimentos suficientes para os próximos meses.


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FOTOGALERIA

Museu do Chiado mostra tesouros nunca vistos da fotografia portuguesa do século XIX Grande parte das colecções de fotografia, reunidas nesta mostra, manteve-se inédita, até agora.

oitocentista na Modernidade e abalando profundamente as formas de representação artística e não artística", caracterizam. A partir do lançamento público em França, em 1839, "a fotografia foi prontamente integrada no contexto científico, artístico e comercial da sociedade portuguesa de oitocentos, constituindo-se como um património valioso, que cruza diversas áreas do conhecimento e estabelece um retrato inovador da sociedade e da cultura", acrescentam Emília Tavares e Margarida Medeiros. Devido à vastidão do conjunto, o projecto foi desdobrado em duas exposições: a primeira será inaugurada no próximo dia 29, às 19h00, no Museu do Chiado, em Lisboa; a segunda ficará patente na Galeria Municipal Almeida Garrett, no Porto, de 30 de Maio a 16 de Agosto deste ano, em parceria com a câmara local.

Lisboa vai candidatar bairros históricos à UNESCO A proposta deve seguir até Fevereiro de 2018 e vai ser alargada a outras zonas que não só a baixa pombalina.

Uma exposição que reúne, pela primeira vez, fotografias de colecções públicas e privadas da história da fotografia portuguesa, é inaugurada esta quartafeira, no Museu Nacional de Arte Contemporânea Museu do Chiado, em Lisboa. A exposição "Tesouros da Fotografia Portuguesa do Século XIX", com curadoria de Emília Tavares e Margarida Medeiros, abre ao público na quinta-feira e ficará patente até 28 de Junho. A mostra vai colocar em diálogo "acervos fotográficos de diversas instituições públicas que têm como missão a salvaguarda do património fotográfico nacional, realçando a necessidade e a premência de abordagens integradas no acesso, estudo e divulgação da fotografia portuguesa". Segundo um texto do museu sobre o projecto, grande parte das colecções de fotografia, reunidas nesta mostra, manteve-se inédita, até agora. Além de revelar obras e autores ao público, o objectivo do projecto é fazer "um primeiro contributo para uma moderna historiografia da fotografia portuguesa". Retrato de grupo de crianças. J. M. Silva, século XIX Percorrendo o legado fotográfico produzido em Portugal, entre meados de 1840 e 1900, o projecto pretende "entender como se elaborou esta nova cultura visual no país, contribuindo para a compreensão de uma sociedade em profunda transformação", indica um texto das curadoras. A fotografia, no século XIX, "encontra-se numa encruzilhada entre indústria, ciência, comércio e arte, constituindo uma das marcas da entrada da cultura

O vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, informa que o município vai apresentar, "até Fevereiro de 2018", uma candidatura dos bairros tradicionais da cidade às Paisagens Urbanas Históricas da UNESCO. O autarca, que falava na reunião camarária de hoje, acrescentou que o município não vai retomar a candidatura da Baixa Pombalina a Património Cultural da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), alargando-a antes a outras zonas. "Foram os deputados municipais que puseram a hipótese de, em vez de se retomar o processo, alargar a área a [outros] bairros históricos e não apenas a Baixa", assinalou Manuel Salgado, que respondia a questões levantadas pelo vereador social-democrata António Prôa, que ali salientou a importância desta candidatura para a "salvaguarda do património". Desta feita, a candidatura vai incluir a "classificação numa nova categoria, em Paisagens Urbanas Históricas", disse.


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Porém, segundo Manuel Salgado, isso será só será possível depois de 2017, já que Portugal integra o Comité do Património da UNESCO até esse ano, o que impede o país de apresentar candidaturas. Segundo este responsável, "a candidatura da Baixa e área envolvente está a ser trabalhada pelos serviços da Câmara e prevê-se que seja apresentada até Fevereiro de 2018". O autarca, que integrou o comissariado da BaixaChiado, responsável pela elaboração de um plano de intervenção para aquela zona, referiu que a candidatura mais alargada "já não será feita neste mandato, mas será neste mandato que serão desenvolvidos trabalhos necessários" para a mesma. A candidatura da Baixa lisboeta à distinção da UNESCO foi aprovada em 2005 pela Câmara de Lisboa, então presidida por Pedro Santana Lopes, mas o processo não avançou porque foi necessário garantir "uma proposta muito forte", explicou Manuel Salgado à Lusa em 2011, altura em que se pensou retomá-la. Na aprovação do dossier final, em Julho de 2005, a Câmara de Lisboa destacava que a candidatura da Baixa Pombalina a Património Mundial representava "uma oportunidade única para obter o reconhecimento internacional deste património histórico e monumental, que constitui parte integrante da alma e da identidade" da capital. A área a classificar correspondia ao plano de reconstrução elaborado em 1756 - ano a seguir ao terramoto que destruiu grande parte da cidade - e compreende a zona baixa e central, que incluía, entre outras, as ruas Áurea, Augusta e dos Fanqueiros e as praças do Rossio, da Figueira e do Comércio. Eram ainda abrangidas a zona ribeirinha e a zona alta, que compreende o Chiado, assim como, a Ocidente, a zona envolvente a Chagas e Santa Catarina, e a Oriente, a zona confinante com a Rua de São Mamede. RIBEIRO CRISTÓVÃO

A caminho do fim Enquanto os campeonatos de futebol se aproximam do fim nos vários países europeus, o melhor jogador do mundo continua a dar mostras do seu nobre carácter.

Por Ribeiro Cristóvão

Ontem foi dia de futebol em diversos países da Europa, nos quais os campeonatos caminham rapidamente

para o fim e, nalguns casos, com as classificações praticamente definidas. Na Inglaterra, o Chelsea ganhou e ficou na antecâmara do título, enquanto na Espanha o Real Madrid também ganhou, mas através de uma exibição algo cinzenta, da qual se aproveitam os golos. Aqui, ainda estão por escrever alguns pequenos capítulos da história, mas já se começa a adivinhar o seu final. E Cristiano Ronaldo continuou a sua série aziaga, não fazendo qualquer golo frente à modesta equipa do Almeria. Mas houve um gesto do melhor jogador do mundo que, mais uma vez, deixou à vista a nobreza do seu carácter. Aconteceu exactamente quando o Real Madrid obteve o segundo dos seus três golos, no qual o jogador português procurou intervir com sucesso, mas nada mais conseguindo do que obrigar um jogador adversário a golpear a sua própria rede. E perante as dúvidas quanto ao real marcador e após o anúncio da instalação sonora do estádio apontando como seu o remate final e decisivo, foi o próprio CR7 que ergueu o braço fazendo um sinal claro de que a autoria desse tento não lhe pertencia. Durante toda a noite muitas foram as publicações online dos mais credenciados títulos espanhóis que apelidaram de nobre o gesto de Cristiano Ronaldo, recordando que o jogador disputa golo a golo o título de melhor marcador do campeonato, o que empresta ainda maior brilho ao seu gesto. Ainda há poucos dias dois casos de tocante humanismo ajudaram também a definir melhor o carácter do internacional português. O primeiro, quando, no estádio Santiago Barnabéu, presenteou um garoto com a sua camisola depois de o ter atingido com uma bola por si rematada, e depois, nos Balaídos, em Vigo, com igual gesto para com um jovem paraplégico, que viu assim concretizado um sonho de anos. São gestos como estes que dão ainda maior força ao título de melhor jogador do mundo com que Ronaldo foi distinguido recentemente, e de que muito se orgulham os adeptos portugueses.


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REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

TAÇA DE PORTUGAL

Um jornal para cada "grande"

Sporting à espera da confirmação do Braga. Ou da reviravolta do Rio Ave

"O vira do título". A Bola continua a surfar a onde vermelha e avisa para "dificuldades no Minho". O diário do Bairro Alto avança, ainda: "Salvio fora de jogo". O Record dá espaço ao Sporting através de declarações de João Mário. "Se fosse eu a mandar, Marco ficava", diz o jogador. No diário O Jogo, destaque para declarações de Brahimi, argelino do FC Porto: "O título ainda é possível". Sobre o Sporting, o diário nortenho aVança: "Slimani na redoma para a Taça".

Vitória por 3-0 na primeira mão das meiasfinais da Taça abre a porta do Jamor aos arsenalistas, mas os vilacondenses ainda não desistiram. Rio Ave-Sporting de Braga, às 20h00, com informações na Renascença e acompanhamento em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.

Na primeira mão, na cidade dos arcebispos, o Sporting de Braga triunfou de forma categórica (3-0)

O Rio Ave recebe o Sporting de Braga, esta quinta-feira, em jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. O categórico triunfo por 3-0, obtido pelos minhotos, na primeira mão, deixa antever a presença da equipa de Sérgio Conceição no Jamor, numa final com o Sporting, mas os vilacondenses ainda não desistiram de repetir a presença do ano passado no Estádio Nacional. Recuperar de uma desvantagem de três golos é tarefa hercúlea para os homens de Pedro Martins, que certamente entrarão em campo com o objectivo de começar a atenuar rapidamente o declive da eliminatória. Os arsenalistas procuram a quarta presença numa final da "prova rainha" do futebol português, enquanto o Rio Ave persegue o terceiro apuramento do seu historial para a decisão. Dúvidas de parte a parte Na lista de 22 jogadores convocados por Pedro Martins, destaque para a presença de Hassan. O avançado, que se lesionou no encontro com o Benfica, regressa aos eleitos do Rio Ave, mas não é provável que surja no onze. Ñiguez e Júlio Alves também foram chamados e são novidades em relação aos elementos seleccionados para o último desafio da equipa. De fora ficam Roderick e Marcelo, devido a problemas físicos. Boateng está ao


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serviço da selecção sub-20 do Gana, num estágio de preparação para o Campeonato do Mundo da categoria. Do lado bracarense, Sérgio Conceição não conta com os castigados Pedro Tiba e Pedro Santos e tem Rúben Micael ainda em dúvida, devido a lesão. A final da Taça de Portugal está marcada para 31 de Maio [domingo]. O Rio Ave-Sporting de Braga arranca às 20h00, no Estádio dos Arcos, em Vila do Conde, com arbitragem do lisboeta Duarte Gomes. Jogo com informações na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. Taça de Portugal: 2ª mão das meias-finais Estádio dos Arcos, Vila do Conde Árbitro: Duarte Gomes (AF Lisboa) Equipas prováveis Rio Ave Ederson; Lionn, Prince, Vilas Boas e Tiago Pinto; Wakaso, Tarantini e Diego Lopes; Ukra, Del Valle e Zeegelaar. Treinador: Pedro Martins. Sporting de Braga Kritciuk; Baiano, André Pinto, Aderlan Santos e Djavan; Mauro, Luiz Carlos e Alan; Rafa Silva, Zé Luís e Felipe Pardo. Treinador: Sérgio Conceição. SPORTING

Bruno de Carvalho evita pronunciar-se sobre Marco Silva

Em matéria desportiva, Bruno de Carvalho reforçou que ficaria satisfeito se o Sporting cumprisse os dois principais objectivos definidos para o que resta da época. "No mínimo, o acesso à Liga dos Campeões e a Taça de Portugal. Estamos a um ponto do primeiro objectivo e a um jogo do outro", salientou, realçando ainda que há "muito tempo" para encetar a preparação da próxima temporada do futebol verde e branco. VÍTOR MANUEL

"O título de campeão está atribuído ao Benfica" Entrevista Bola Branca. Um dos mais experientes treinadores portugueses analisa a recta final do campeonato e considera que o Benfica já pode encomendar as faixas. Vítor Manuel defende a continuidade de Jorge Jesus no comando técnico dos encarnados.

Presidente do Sporting "dribla" questão colocada pela reportagem de Bola Branca, numa visita ao Estoril Open em ténis.

Vítor Manuel, 62 anos, ao serviço dos angolanos do Bravos do Maquis Por Pedro Azevedo

Bruno de Carvalho não quis comentar o futuro de Marco Silva, esta quarta-feira, quando questionado sobre o assunto, em pleno Estoril Open. Em breves declarações prestadas aos jornalistas presentes no evento, o presidente do Sporting "fintou" a questão colocada por Bola Branca e que visava o tema do momento, em Alvalade: será Marco Silva o treinador da equipa principal de futebol, na próxima época? "Quando é que vai ter tempo para falar com Marco Silva?", questionou o repórter, contextualizando a pergunta com a preparação da época de 2015/16. "Bom jogo", respondeu o líder verde e branco, aludindo a uma partida que estaria prestes a começar nos "courts" do Clube de Ténis do Estoril e afastando-se dos jornalistas.

Tem 62 anos e mais de 500 jogos na Primeira Liga, em Portugal. Vítor Manuel, actual treinador dos angolanos do Bravos do Maquis, acha que a questão do título já está resolvida. "O título está atribuído. O Benfica vai ser o futuro campeão. O clássico era decisivo e o empate serviu ao Benfica. A equipa não vai deixar perder esta oportunidade de quebrar a hegemonia que o FC Porto deteve nos últimos 30 anos", observa, em entrevista a Bola Branca, esta quarta-feira. Apesar do favoritismo do Benfica, Vítor Manuel adverte que "o FC Porto não vai desistir e no futebol já aconteceu tudo". Contudo, o treinador lembra que "o Benfica só depende de si próprio" e considera que a equipa de Jorge Jesus "não vai deixar fugir o título". "Se deixasse, seria um fracasso e uma grande machadada na estrutura do Benfica", conclui. Futuro de Jorge Jesus A cumprir a sexta temporada no Benfica, o futuro de Jorge Jesus está ainda por definir. Se fosse dirigente do Benfica, Vítor Manuel manteria o treinador. "[Jorge Jesus] Sente-se bem no clube e é um excelente


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treinador. Não aposta muito nos jovens da formação, e o Benfica tem uma excelente formação, mas tudo passa pelo projecto e da nova filosofia. É um treinador que tem valorizado muito os activos do Benfica", reforça. Sporting na luta pelo título Na próxima época, Vítor Manuel antevê uma corrida a três pelo título nacional. "O Sporting, se fizer duas ou três boas aquisições, vai aproximar-se dos dois mais directos opositores e no próximo ano a luta pelo campeonato pode ser a três", prevê. Perto da Selecção e dos "grandes" Vítor Manuel nunca treinou um grande do futebol português, em 505 jogos na Primeira Liga. O cargo de seleccionador nacional chegou a ser uma possibilidade mas o treinador acabou também por nuca trabalhar nas selecções. "Estive próximo de ser seleccionador nacional e falouse na possibilidade de treinar o FC Porto. O Luís Campos disse um dia publicamente saber que estive para ser o treinador do FC Porto. Mas nunca tive contactos directos dos 'grandes'. Na Selecção, antes da escolha do António Oliveira eu era um dos três nomes possíveis para o cargo", recorda. A treinar fora de Portugal Vítor Manuel está a viver a quarta experiência no futebol angolano, sendo que desde 2004 que não trabalha em Portugal. "Tenho pena de não treinar no meu país e não sei porque não treino no meu país e não encontro explicações. Estou sempre receptivo a regressar e gostaria de terminar a minha carreira em Portugal. Depois de colocar um ponto final, poderei vir a exercer outro tipo de funções, pela experiência que adquiri ao longo de todos estes anos", acrescenta. O futuro imediato de Vítor Manuel passa pelo Bravos do Maquis. "Para já, estou a dar tudo o que sei e posso de forma apaixonada neste clube. Estamos a tentar transmitir cultura, disciplina, rigor, qualidade de jogo e profissionalismo. O meu contrato é válido até ao final da actual época, mais uma de opção. O trabalho vai dar frutos e estamos no bom caminho. Penso que as coisas vão correr bem e o meu futuro imediato é o Bravos do Maquis", reafirma.Homenagem da Associação de Treinadores Ontem, em Santarém, Vítor Manuel foi homenageado pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), no Fórum de Treinadores de Futebol e Futsal, pelos 505 jogos na Primeira Liga. "São momentos importantes na nossa vida. Estou grato à ANTF pelo reconhecimento", atira. Devido á presença em Angola, Vítor Manuel foi representado na homenagem pelo filho Vítor Bruno, actual adjunto de Sérgio Conceição, no Sporting de Braga.

ALEMANHA

Wolfsburgo na final da Taça "Lobos" afastam equipa do terceiro escalão do futebol alemão e marcam encontro com o Borussia Dortmund, a 30 de Maio. Vieirinha jogou do lado do Wolfsburgo.

O Wolfsburgo apurou-se para a final da Taça da Alemanha, esta quarta-feira, ao golear o Arminia Bielefeld por expressivos 0-4. A jogar no terreno do primeiro classificado da Liga 3 escalão equivalente ao Campeonato Nacional de Seniores português -, que tinha vindo a surpreender na presente edição da prova, o vice-líder da Bundesliga não facilitou. E com o português Vieirinha em campo nos 90'. Ao intervalo, os "lobos", que afastaram o Sporting nos 16 avos-de-final da Liga Europa, já venciam por 0-2, graças aos contributos de Arnold (8') e Luiz Gustavo (31'). Na segunda metade, Perisic ampliou para 0-3, aos 51'. Quatro minutos volvidos, Arnold "bisaria" e definiria o "score". Na final, agendada para 30 de Maio, no Estádio Olímpico de Berlim, o Wolfsburgo terá pela frente o Borussia Dortmund, que por seu turno eliminou o Bayern Munique, na outra meia-final.


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INGLATERRA

GRÉCIA

Mourinho a uma vitória do "caneco"

"Dobradinha" à vista para Vítor Pereira

Chelsea vence o Leicester City, acerta calendário e, se vencer o Arsenal, no domingo, celebra a conquista da Premier League.

Olympiakos, campeão nacional em título, apura-se para a final da Taça da Grécia.

O Chelsea venceu o Leicester City (1-3), esta quartafeira, acertando calendário relativamente a uma partida em atraso da 27ª jornada da Premier League. Os "blues", comandados por José Mourinho, celebraram o triunfo de forma efusiva, no final. E isto porque, com 80 pontos e na liderança da tabela, os londrinos podem celebrar a conquista do campeonato já no próximo domingo, caso triunfem na recepção ao Arsenal. Albrighton até adiantou o Leicester no marcador, em cima do intervalo (45'), mas a segunda parte do Chelsea seria demolidora. Logo aos 3', Didier Drogba igualou o "score". Aos 79', John Terry fez o segundo dos "blues", numa contagem que seria encerrada aos 83, por intermédio de Ramires. Neste momento, o Chelsea tem 13 pontos de avanço sobre o Manchester City, matematicamente afastado da possibilidade de revalidar o título e o Arsenal, que tem menos um jogo. O Leicester continua em 17º, apenas um ponto acima da zona de despromoção. O Chelsea não é campeão desde 2010. Caso confirme o regresso à glória na Liga Inglesa, a equipa de "Mou" conquistará o seu quinto título de campeão.

O Olympiakos apurou-se para a final da Taça da Grécia, esta quarta-feira. A equipa comandada pelo português Vítor Pereira empatou com o Smyrnis (1-1), na segunda mão das meias-finais. Na primeira mão, o conjunto do Pireu (arredores de Atenas) havia vencido o conjunto da Segunda Liga por esclarecedores 3-0. Na final, o Olympiakos terá pela frente o vencedor do desafio entre Iraklis e Xanthi. Caso vença a Taça, o grupo orientado pelo ex-técnico do FC Porto registará a "dobradinha", depois de ter conquistado mais um campeonato.

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.


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