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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Quinta-feira, 05-02-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

"Preço do novo fármaco da hepatite C é um absurdo" Número de casos de alienação parental está a aumentar

Estado Islâmico matou em média dez pessoas por semana na Síria Grécia garante financiamento à banca

Mais de 140 mil trabalhadores ganham menos que o salário mínimo

Criminalidade voltou a diminuir em 2014

Massacre nos Camarões com a marca do Boko Haram

Caça ao lobo "fora Vitória de Setúbal de questão", para já. Só será opção se "empurra" Sporting da Taça da Liga população ultrapassar limites

FERNANDO J. REGATEIRO

O terramoto político

TAÇA DA LIGA


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"Preço do novo fármaco da hepatite C é um absurdo" Em entrevista à Renascença, presidente de farmacêutica portuguesa Bluepharma explica as causas que levam os medicamentos a atingir um preço tão alto.

Protesto de doentes de hepatite C frente ao Parlamento. Foto: Tiago Petinga/Lusa Por João Carlos Malta

O presidente da farmacêutica portuguesa Bluepharma, Paulo Barradas, partilha da ideia expressa pelo ministro da Saúde. Paulo Macedo disse, na quarta-feira, no Parlamento: o preço do medicamento para a hepatite C é imoral. Em entrevista à Renascença, Paulo Barradas explica as causas que levam a que os medicamentos possam atingir um preço tão alto. De acordo com Paulo Barradas, o custo do desenvolvimento de um medicamento está a aumentar, podendo chegar aos 900 milhões de euros, e nem todos os fármacos testados chegam ao mercado, pelo que diz ser normal, em alguns casos, a indústria fazer repercutir sobre os sucessos o preço dos insucessos. Estes são alguns dos dos argumentos usados pelo presidente da farmacêutica de Coimbra, que considera, ainda assim, que no caso do Sofosbuvir 48 mil euros é um valor muito alto. Ainda que os custos para colocar o medicamento no mercado sejam elevados, este mesmo fármaco é vendido no Egipto a um preço 48 vezes inferior ao que acontece em Portugal. A explicação para esta diferença, segundo Paulo Barradas, é a dimensão do comprador e o poder negocial que detém. Como é que um medicamento para a hepatite C que faz falta a tantas pessoas poder ser tão caro? O que posso dizer é que a indústria farmacêutica tem custos cada vez mais altos no lançamento de novos medicamentos. A sociedade, hoje, penaliza muito os medicamentos que falham, os insucessos, e a indústria farmacêutica para se defender tem custos elevados nomeadamente para provar a segurança, a eficácia e a qualidade do medicamento. Em média, são cerca de 20 anos de investigação. É

muita gente [envolvida]. São custos muito altos e que a sociedade terá de resolver. Temos patologias para as quais não há solução. Quando o doente precisa, o doente tem direito mas os custos efectivos destes medicamentos vêm contrariar o sistema democrático em que vivemos porque o acesso começa a ser difícil. Criamos duas velocidades: temos de ser firmes com a indústria farmacêutica, temos de fazer pactos com a indústria e tornar as coisas boas acessíveis. Não podemos ter medicamentos fantásticos, mas cujos custos a sociedade não pode comportar. É algo que não podemos admitir. Sendo líder de uma farmacêutica, explique-nos qual é o processo de formação de preço de um medicamento? O preço do medicamento tem a ver com os muitos anos que demora a investigação, a segurança que requer e os ensaios clínicos que têm de ser feitos em seres humanos. Tudo isto requer custos muito grandes e exigentes. São muitos anos de desenvolvimento e tudo isso encarece. Por outro lado, hoje, o lançamento de um medicamento tem custos elevados que passam pela investigação, pela divulgação do medicamento e pela criação de condições para que os profissionais e os doentes tenham segurança quando tomam os seus medicamentos. O Sofosbuvir é vendido por 700 euros no Egipto, 48 vezes menos do que em Portugal. Porquê? Isso são incongruências grandes do sistema. Mas um governo que tem 80 milhões de pessoas para representar tem um músculo negocial com o laboratório diferente do que tem um país com 10 milhões de pessoas. Por outro lado, Portugal é um país da comunidade europeia que é bastante diferente do Egipto e é natural que os laboratórios tentem compensar os países em que ganham mais, com os países em que ganham menos de forma a rentabilizar o investimento e ter encaixe financeiro para continuaram a lançar novos medicamentos no benefício da sociedade. Este é um problema complexo e ético que a sociedade vai ter de resolver. São de facto medicamentos muito caros, eles existem e o doente tem todo o direito a aceder. Mas quem paga? Como sabemos que os recursos são escassos temos este problema para resolver num diálogo entre os estados e a indústria para que a indústria possa investigar cada vez mais e proporcionar à sociedade cada vez melhores medicamentos a preços mais baixos. Não basta ter medicamentos muito bons e depois não ter acesso a esses medicamentos. Isso não podemos permitir. Colocou a tónica na questão ética. Devia ser permitido legalmente a uma farmacêutica formular um preço que torne impossível a um Estado generalizar a compra de um medicamento que pode ser vital para a sobrevivência de pacientes? Não há legislação sobre isso, os preços são regulados. Apesar de não conhecer em profundidade este caso, tenho a certeza que o laboratório terá justificado perante as autoridades que os benefícios que traz para a sociedade compensam largamente o custo que nos parece absurdo a todos, e que o é de facto. Mas que cura os doentes. Diz-se que a vida não tem preço. E quando nós temos necessidade e essa tecnologia existe, temos de certa forma de aceitar isso. Haverá 100 mil pessoas com hepatite C em Portugal.


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Comprar medicamentos para todas valeria o equivalente a metade do orçamento do Ministério da Saúde. Não se coloca isto, como o ministro da Saúde disse, na ordem do imoral? É imoral por dois lados: porque a tecnologia existe e porque não se a coloca ao dispor das pessoas. Este é um problema que tem de ser resolvido com grande capacidade negocial por parte do Estado e do laboratório para compreender o porquê destes custos e fazer com que eles sejam acessíveis a todos. Mas está estimado que um novo medicamento que chega ao mercado pode custar 900 milhões de euros. Vê-se por aí o risco de os laboratórios quando se envolvem numa investigação destas de poderem chegar ao fim com um investimento enorme e sem sucesso. Quando há um sucesso ele tem de pagar muitos insucessos que estão para trás. Mas concordo que é imoral ter medicamentos a este preço.

BCE, Mario Draghi. Yanis Varoufakis continua esta quinta-feira a sua digressão europeia e tem encontro marcado com o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble.

Grécia quer um "new deal" europeu Em entrevista à Renascença, o líder do Syriza no Parlamento Europeu defende que é preciso mudar de estratégia depois do falhanço dos programas de austeridade.

Grécia garante financiamento à banca Linha de emergência accionada depois de o Banco Central Europeu ter deixado de aceita a dívida grega como garantia para empréstimos.

Ministro grego das Finanças considera que a pressão está do lado do Eurogrupo. Foto: EPA

As necessidades de financiamento da banca da Grécia estão garantidas pelo banco central do país, assegura o novo Governo de Atenas. O Ministério das Finanças afirma que o sistema bancário está completamente protegido da decisão do Banco Central Europeu (BCE), que deixou de aceitar dívida pública grega como garantia de empréstimos. As instituições bancárias gregas podem agora recorrer à linha de emergência do banco central de Atenas, como medida alternativa de financiamento. De acordo com o Governo grego, a decisão do BCE coloca pressão no Eurogrupo para alcançar um acordo de “benefício mútuo” em relação ao problema da dívida do país. A decisão foi anunciada na quarta-feira, dia em que o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, se deslocou a Frankfurt para falar com o presidente do

Foto: DR Por Vasco Gandra, correspondente em Bruxelas

O líder do Syriza no Parlamento Europeu sugere um “new deal” europeu, para relançar o crescimento da economia e criar emprego. Em entrevista à Renascença, Dimitrius Papadimoulis defende que é preciso mudar de estratégia depois do falhanço dos programas de austeridade. “Precisamos de um ‘new deal’ europeu para relançar a economia, estabilizar a situação, reduzir o desemprego e aumentar a coesão e solidariedade”, afirma o eurodeputado. Dimitrius Papadimoulis defende que se deve avançar em consenso com os parceiros europeus para um pacto de estabilidade e crescimento mais flexível. “Queremos trabalhar na ideia de uma maior flexibilidade, para excluir o investimento público do cálculo do défice”, refere o líder do Syriza no Parlamento Europeu. Papadimoulis defende também que o programa de investimento da Comissão Europeia, o chamado plano Juncker, deve ter em conta a dimensão social das regiões com problemas de desemprego. Garante que o novo Governo grego quer construir pontes e compromissos com os parceiros europeus. Manifesta respeito por todos os povos e pede igual respeito pelos gregos.


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Estado Islâmico matou em média dez pessoas por semana na Síria Dado são relativos a 2015 e já incluem o piloto jordano que terá sido queimado vivo.

Portugal em aviso amarelo por causa do frio Temperaturas mínimas negativas em vários distritos do país.

Temperaturas vão descer. Foto:Estela Silva/Lusa Muath Al-Kasasbeh terá sido queimado vivo pelo Estado Islâmico. Foto: DR

Desde o início do ano o autodenominado Estado Islâmico matou 50 pessoas na Síria, uma média de cerca de 12 pessoas por semana. Os dados são avançados pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). As vítimas foram todas acusadas de insultos a Deus, espionagem ou consideradas "combatentes do inimigo", diz o OSDH. Entre as vítimas contabilizadas, inclui-se o piloto jordano que terá sido queimado vivo este mês (o vídeo que mostra a alegada execução foi divulgado na terçafeira). O método usado para assassinar o piloto jordano Mu'ath Al-Kasasbeh foi tão violento que mesmo muitos simpatizantes do grupo extremista islâmico estão a questioná-lo nas redes sociais. De acordo com o observatório, a maioria das vítimas foi decapitada ou morta a tiro. Em Novembro, o OSDH garantia que, desde Junho de 2014 (altura em que o grupo anunciou a restauração de um califado), 1.432 pessoas foram vítimas do Estado Islâmico. Perguntas e respostas sobre o Estado Islâmico

Todos os distritos do continente estão sob aviso amarelo, o terceiro mais grave de uma escala de quatro, devido ao tempo frio, avança o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). De acordo com o IPMA, os 18 distritos de Portugal continental estão sob aviso amarelo devido à persistência de valores baixos das temperaturas mínimas até às 18h00 de sábado. As temperaturas vão variar, em Lisboa entre 4 e 11 graus Celsius, no Porto entre 2 e 10, em Bragança entre -3 e 7, em Vila Real entre -1 e 8, em Viseu entre -2 e 7, na Guarda entre -4 e 2, em Castelo Branco entre 0 e 10. Em Évora entre 1 e 11, em Beja entre 1 e 12, em Faro entre 4 e 14, no Funchal entre 13 e 17, em Ponta Delgada entre 12 e 16, em Angra do Heroísmo entre 13 e 16 e em Santa Cruz das Flores entre 14 e 17. Sob aviso amarelo estão também as ilhas do Pico, Faial, Graciosa, S. Jorge e Terceira, do grupo central dos Açores, devido à chuva desde as 15h00 de quarta-feira e até às 9h00 desta quinta-feira. O IPMA emite um aviso amarelo sempre que existe risco para determinadas actividades dependentes do tempo. No continente prevê-se para hoje tempo frio com céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade durante a tarde, em especial nas regiões norte e centro e vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando moderado a forte na faixa costeira ocidental e nas terras altas. Está também previsto acentuado arrefecimento nocturno com formação de geada, em especial nas regiões do interior e uma pequena descida da temperatura mínima, em especial no litoral centro e na região sul. O IPMA prevê para o grupo ocidental (ilhas das Flores e Corvo) dos Açores períodos de céu muito nublado, temporariamente encoberto, chuva geralmente fraca e vento sul moderado a fresco com rajadas até 50 quilómetros por hora. No grupo central (Pico, Faial, Graciosa, S. Jorge e


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Terceira) prevê-se períodos de céu muito nublado, temporariamente encoberto, chuva especialmente na madrugada e manhã e vento sueste fresco a muito fresco com rajadas até 65 quilómetros por hora. Para o grupo oriental (S. Miguel e Santa Maria) a previsão aponta para períodos de céu muito nublado, temporariamente encoberto, chuva em geral fraca e vento sueste moderado a fresco com rajadas até 60 quilómetros por hora. O IPMA prevê para hoje na Madeira períodos de céu muito nublado, aguaceiros fracos até ao início da tarde, em especial nas vertentes norte e nas terras altas, e que serão de neve nos pontos mais altos da ilha e vento fraco a moderado.

Oxfam preveja que 1% da população mundial tenha mais riqueza do que os restantes 99% e as 80 pessoas mais ricas do mundo tenham tanto dinheiro como 3,5 mil milhões de pessoas - como metade da população mundial. Comparativamente, o que terão para comer os mais de mil milhões de pessoas que vivem com menos de um euro por dia? O povo grego pôde expressar a sua vontade. Ainda não perdeu tudo. Ainda tem a democracia que inventou para dizer o que quer. Ainda tem muito a perder! E nós, ainda temos muito a ganhar com a forma como o momento grego vier a evoluir!

FERNANDO J. REGATEIRO

Número de casos de alienação parental está a aumentar

O terramoto político A Grécia é o reflexo do sistema de acumulação de riqueza vigente no mundo o mesmo que permitiu que a riqueza dos mais ricos tenha crescido 50% nos últimos quatro anos. A recente vitória eleitoral do Syrisa nas eleições gregas veio trazer, para a governação de um País da União Europeia, a promessa de um projecto político de rutura. Espanta a elevada percentagem de votos granjeados por um partido novo, nascido da contestação radical ao exercício convencional do poder, em contraponto com os resultados humilhantes registados pelos partidos do velho arco do poder. Mas tal reacção só ocorre se nos esquecermos da forma como na Grécia, e em muito outros países, os partidos instalados no poder convencidos da sua imprescindibilidade -, têm vindo a desencantar, a desiludir, a enganar, a fazer letra morta de promessas eleitorais e gato-sapato dos eleitores que lhe confiam o voto. A confiança dos eleitores na palavra dos políticos é próxima de zero. Alguns dirão que “a democracia está doente”, ao colocar no poder intérpretes de propostas de rutura. Mas, a doença grave, muito grave, tem estado no exercício do poder e nos seus protagonistas. A via democrática que os levou ao poder foi a mesma que os afastou do poder. Por isso, não perdeu qualidade, antes se reforçou, ao evidenciar que o poder se mantém no sítio certo - no povo, e não nos seus representantes! E que a democracia continua a permitir fazer escolhas. Dir-se-á que as escolhas de rutura são condicionadas pela força das necessidades, já que os seus custos sociais, económicos, pessoais e mesmo psicológicos serão disruptivos e, como tal, insustentáveis. Mas, que se pode esperar de um povo livre em que o consumo de bens e serviços foi forçado a baixar 40%, o desemprego está acima de 25% e o desemprego jovem ronda os 50%? É esta a finalidade das políticas de austeridade, de ajustamento, de equilíbrio das contas públicas? É este o mérito dos sacrossantos e intocáveis “mercados”? A Grécia é o reflexo do sistema de acumulação de riqueza vigente no mundo - o mesmo que permitiu que a riqueza dos mais ricos tenha crescido 50% nos últimos quatro anos. E que, para o próximo ano, a

Não se sabe ao certo quantos casos existem em Portugal, mas há dados que apontam para um aumento do fenómeno em que um dos progenitores condiciona ou impede o relacionamento dos filhos com o outro cônjuge.

Foto: DR Por André Rodrigues

Os casos de alienação parental estão a aumentar em Portugal e a justiça não tem capacidade para lidar com o fenómeno, alerta a Associação para a Igualdade Parental e Direitos dos Filhos (APIPDF). Não há números rigorosos sobre os casos que existem em Portugal, mas há dados que apontam para um aumento do fenómeno em que um dos progenitores condiciona ou impede mesmo o relacionamento dos filhos com o outro cônjuge. "Nos últimos anos, os relatórios das comissões de protecção de crianças e jovens em risco têm referido isso. Além dessas sinalizações, as escolas são as primeiras a dar o alerta, a par das forças de segurança. Falamos, sobretudo, de casos de absentismo ou de comportamento desadequados no âmbito escolar", diz à Renascença o presidente da APIPDF, Ricardo Simões. Ricardo Simões fala de um problema delicado e admite que a resposta das instituições é insuficiente, a começar pela da própria justiça. "No dia em que houver


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uma opção generalizada por parte dos juízes de aplicar, sistematicamente, coimas, ou seja, retirar rendimento ao progenitor alienador, isso vai alterar comportamentos de forma significativa”, vaticina. A APIPDF não é favorável a “mais repressão” nestes casos, mas os “juízes devem usar os instrumentos ao seu dispor”. No entanto, Ricardo Simões considera que a sociedade deve “pensar de forma criativa noutras soluções, porque o objectivo é que a criança possa conviver saudavelmente com ambos os progenitores". Na maioria dos casos, a alienação parental continua a ser exercida por mulheres, mas, segundo a Associação para a Igualdade Parental, há também várias denúncias de mães que acusam o cônjuge de manipulação do comportamento dos filhos.

Maioria chumba alargamento da procriação medicamente assistida PS e BE apresentaram projectos para alargar a PMA a todas as mulheres. A maioria diz que acompanha o debate na sociedade mas, para já, CDS e PSD não querem mexer na lei da procriação medicamente assistida (PMA) em vigor desde 2006. A procriação medicamente assistida deve continuar a ser “subsidiária e não uma técnica alternativa”, refere a deputada “laranja” Ângela Guerra. “Entendemos pois a infertilidade como uma doença e desse modo, tal como as demais, com obrigações para o Estado, com custos para o Orçamento do Estado e, assim, quem deve em primeira instância a elas ter acesso são os doentes”, disse. O Bloco de Esquerda (BE) não deixou passar em branco o facto do PSD ter retirado a sua proposta sobre a maternidade de substituição há duas semanas, questão que vai ser votada juntamente com estes projectos-lei na próxima sexta-feira. “O PSD é que fechou a porta à expectativa de muitos casais deste país cuja única forma de concretizar o seu projecto de ter filhos era a maternidade de substituição e os senhores é que retiraram o vosso próprio projecto”, disse Helena Pinto. Acrescenta o BE que se para o PSD a questão fundamental é da infertilidade, então deve ser alterada a lei eliminando restrições em função do estado civil e da orientação sexual. É disso e só disso que aqui se trata, referem os socialistas. “Eliminar os obstáculos discriminatórios que vedam o acesso à PMA a mulheres solteiras e a casais do mesmo sexo alargando o número de beneficiários que de forma livre e esclarecida podem optar pelo recurso às respostas que a ciência hoje oferece a todos”, refere Pedro Delgado Alves.

PS e BE contam apenas com o apoio de Os Verdes nesta matéria, o PCP anuncia que vai votar contra, tal como o CDS. No PSD, apesar da liberdade de voto, a maioria dos deputados também vota contra as alterações propostas à lei da procriação medicamente assistida.

Partidos resolvem “co-adopção” no Código Civil PS e CDS apresentam projectos de lei que alargam a responsabilidade parental. Por Susana Madureira Martins

Chumbada a co-adopção e chumbada a adopção plena por casais do mesmo sexo, o Parlamento encaminhase para uma fórmula que passa pela alteração do Código Civil de forma a dar resposta a algumas das preocupações concretas manifestadas nos debates da co-adopção. A iniciativa é do PS, que já marcou o debate para dia 25, mas o CDS vai juntar-se com um projecto que permite a partilha de responsabilidades parentais em casais do mesmo sexo. O PS reapresenta um diploma que tinha retirado por altura da discussão dos projectos sobre a adopção plena de crianças por casais do mesmo sexo. Como a adopção plena foi chumbada, a deputada socialista Isabel Oneto retoma o assunto e avança com um texto que altera o código civil, alargando a responsabilidade parental em caso de ausência, incapacidade, impedimento ou morte do progenitor. Segundo o texto do PS trata-se de garantir ao menor a estabilidade de uma tutela efectiva. O debate no Parlamento, que foi esta quarta-feira marcado para dia 25 deste mês, conta também com um projecto do CDS, sobre responsabilidade parental. Esse diploma, que permite como que um apadrinhamento para casais do mesmo sexo, foi proposto por Pedro Pestana Bastos, um dos rostos do Movimento Alternativa e Responsabilidade, a oposição interna a Paulo Portas, mas foi assumido pelo grupo parlamentar e está agora a ser articulado com o parceiro de coligação, o PSD. O projecto do CDS de partilha de responsabilidades parentais não foi feito especificamente para os casais homossexuais, mas para todos os cassais, casados ou unidos de facto. Mas, como segundo a lei actual, um casal pode ser do mesmo sexto, o que o projecto diz sobre casais aplica-se independentemente do sexo. O Bloco de Esquerda tinha manifestado a intenção, em conferência de líderes, de apresentar também um projecto neste sentido, mas entretanto os bloquistas já desistiram por considerarem que o projecto do PS podia ir mais além e fica aquém do projecto sobre adopção plena recentemente chumbado pelo Parlamento.


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Desemprego em 2014 fixa-se nos 13,9%, menos três décimas do que previa o Governo

"Lay off" no Hotel do Caramulo Regime aplicado a 27 dos 30 trabalhadores. A nacionalização do BPN, um dos maiores accionistas do grupo proprietário do hotel, é apontada como causa das dificuldades financeiras sentidas pela unidade hoteleira.

Taxa subiu no último trimestre do ano mas não comprometeu a meta para 2014. Ministro Pedro Mota Soares desvaloriza. A taxa de desemprego subiu 0,4 pontos percentuais no 4.º trimestre de 2014 face ao anterior, para 13,5%, mas a taxa média anual caiu 2,3 pontos percentuais no ano passado face a 2013, para 13,9%. Segundo os dados anunciados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a população desempregada atinge 698,3 mil pessoas. No segundo Orçamento rectificativo para 2014, o Governo previa uma taxa de desemprego na ordem dos 14,2%. O ministro Pedro Mota Soares desvalorizou a subida da taxa de desemprego no quarto trimestre, salientando que 2014 encerrou com um nível "bastante abaixo" do registado no início do ano. "Pela primeira vez temos uma descida do desemprego no final do ano. Há uma descida consolidada", disse o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social numa declaração aos jornalistas em Lisboa. Mas o governante recusa qualquer inversão da tendência da taxa de desemprego e invoca a "normal" sazonalidade do emprego para explicar o aumento da taxa de desemprego no último trimestre. "A taxa de desemprego ficou abaixo dos 14%" no final do ano passado, salientou Pedro Mota Soares, enaltecendo a taxa de desemprego que ficou "bastante abaixo" da registada no início do ano. O governante destacou ainda as 130 mil pessoas que saíram em 2014 da situação de desemprego e considerou os números hoje anunciados pelo INE uma "boa notícia" e um sinal de "esperança" para todos os portugueses que continuam desempregados. Mais de 141 mil recebiam abaixo do salário mínimo No ano passado, mais de 141 mil trabalhadores recebiam menos que o valor do salário mínimo nacional. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, 141.100 trabalhadores por conta de outrem tinham um vencimento líquido, ou seja, depois dos impostos, inferior a 310 euros por mês. O grosso dos trabalhadores - quase 30% - recebia em média entre 310 e 600 euros por mês. O INE calcula que fossem perto de um milhão de pessoas. Os dados mostram ainda que apenas 27 mil trabalhadores recebiam três mil ou mais euros líquidos por mês em 2014.

Hotel surgiu da reconversão de um dos sanatórios da estância. Foto: RR

Vinte e sete dos 30 trabalhadores do Hotel do Caramulo ficam em casa a partir desta quarta-feira, por um período de seis meses, entrando assim em regime de "lay-off". O "lay-off" decretado até Agosto foi justificado aos trabalhadores com "as dificuldades financeiras" decorrente da nacionalização do BPN. "As dificuldades ficaram a dever-se à nacionalização do BPN, que era um dos maiores acionistas do Grupo Galilei, proprietário do hotel", diz à Renascença Afonso Figueiredo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro. O sindicato não esconde o receio de que o "lay off" seja apenas o principio do fim do Hotel do Caramulo. Os três trabalhadores não abrangidos pelo regime agora decretado ficam responsáveis pela manutenção da unidade até ao Verão.

Mais de 140 mil trabalhadores ganham menos que o salário mínimo Dados são do INE e respeitam a 2014. No ano passado mais de 141 mil trabalhadores recebiam menos que o valor do salário mínimo nacional. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 141.100 trabalhadores por conta de outrem tinham um


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vencimento líquido, ou seja depois dos impostos, inferior a 310 euros por mês. O grosso dos trabalhadores - quase 30% - recebia em média entre 310 e 600 euros por mês. O INE calcula que fossem perto de um milhão de pessoas. Os dados mostram ainda que apenas 27 mil trabalhadores recebiam três mil ou mais euros líquidos por mês em 2014.

Portas reafirma que a economia está a crescer Vice-primeiro-ministro lembra a queda do desemprego. O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, encara a descida da taxa de desemprego de 16,2%, em 2013, para 13,9%, em 2014, como um indicador de que a economia está a crescer. "Ainda falta fazer muito, mas é um erro não reconhecer que a economia portuguesa está a gerar emprego e é um progresso passar para 13,9%. É uma tendência positiva para criar emprego", disse Paulo Portas, esta quarta-feira, em Berlim. A taxa de desemprego subiu 0,4 pontos percentuais no 4º trimestre de 2014 face ao anterior, para 13,5%, mas a taxa média anual caiu 2,3 pontos percentuais no ano passado face a 2013, para 13,9%, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. Para o vice-primeiro-ministro, que discursava num jantar, na capital da Alemanha, para quase 400 empresários do sector das frutas e legumes, não é apenas o consumo que está a subir", mas também "o investimento que, pela primeira vez em vários anos, está a dar sinais positivos". "Sem investimento não há crescimento e sem crescimento não há criação de emprego", sublinhou. Nesse sentido, Portas apontou a necessidade de captar investimento para o país e de abrir mercados para onde Portugal possa exportar os seus produtos. "Nos últimos três anos, Portugal abriu, em mais de 70 países, mercados viáveis e certificados para mais de 120 produtos e marcas portuguesas e isso significa gerar alternativas quando há mercados que entram em crise e gerar potencial de desenvolvimento para a internacionalização das nossas empresas", adiantou. Também presente no jantar, a ministra da Agricultura defendeu que, além da abertura de mercados, Portugal pode "aproveitar mercados mais fáceis que já estão abertos dentro do espaço europeu". Ao reconhecer em Berlim que Portugal ainda exporta pouco para a Alemanha, onde decorre, até sexta-feira, a maior feira mundial de promoção de frutas e legumes, a Fruit Logistica, Assunção Cristas disse que a Alemanha é um exemplo de país onde os produtos portugueses podem ter maior penetração. A Alemanha é o oitavo mercado da exportação de frutas e legumes, representando 3% do total exportado e cerca de 20 milhões de euros. As preferências dos alemães vão sobretudo para as framboesas, batata, cenouras e couves nacionais.

Vistos “gold”. Ministra pediu inquérito à actuação do ex-director do SEF Investigação deve estar concluída no final do mês de Fevereiro. A “Operação Labirinto” levou à detenção de 11 pessoas suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influências e peculato. Por Celso Paiva Sol

Além da auditoria já realizada ao processo de concepção dos vistos “gold”, a Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) está a investigar eventuais responsabilidades do Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF) nos casos que deram origem à “Operação Labirinto”. A indicação foi dada pela ministra da Administração Interna no Parlamento. Anabela Rodrigues pretende apurar "os factos praticados" pelo ex-director do SEF e pelos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras com responsabilidades na atribuição das autorizações de residências para actividade de investimento. Na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a ministra adiantou que este inquérito foi pedido a 12 Dezembro, tendo a IGAI um prazo de 45 dias para o concluir, pelo que deverá estar pronto no final do mês de Fevereiro. Anabela Rodrigues adiantou que está a ser pensado aumentar os mecanismos "de controlo interno e externo" para a concessão das autorizações de residências para actividade de investimento, nomeadamente "a averiguação sistemática que os próprios serviços têm de fazer", e alteração à composição da comissão de acompanhamento aos vistos "gold". A ministra afirmou que está prevista a possibilidade de alterações ao nível de quem concede a autorização dos vistos "gold", que, até agora, está centrada no director do SEF. Também deve ser criado um nível anterior de apreciação interno, que elaborará um parecer prévio e o encaminhará para o director do SEF. Num primeiro momento, a IGAI efectuou uma auditoria ao processo de concessão de vistos, que resultou na decisão de criar um manual de procedimentos para os funcionários e inspectores do SEF. A “Operação Labirinto”, uma investigação relacionada com a atribuição de vistos “gold”, levou à detenção de 11 pessoas suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influências e peculato, entre os quais o ex-director do SEF, e à demissão do exministro da Administração Interna, Miguel Macedo.


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BES. Maioria chumba envio de perguntas a Cavaco Silva O envio de questões para Pedro Passos Coelho gerou consenso entre os diferentes grupos parlamentares e recebeu “luz verde”. O PSD e o CDS, partidos que apoiam o Governo, chumbaram esta quarta-feira os requerimentos da oposição, PS, PCP e BE, que pediam o envio de perguntas para o Presidente da República, Cavaco Silva, sobre o caso BES. Este desfecho já era esperado, como tinha avançado a Renascença na passada semana, face ao posicionamento público tomado pelos vários partidos. Já o envio de questões para o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, gerou consenso entre os diferentes grupos parlamentares e recebeu “luz verde”. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assegura que vai responder às perguntas enviadas pelos deputados sobre o caso BES, mas crê que não terá muito a acrescentar aquela que é a posição conhecida do Governo português. "Não creio que tenha muito a acrescentar mas não deixarei de responder aos senhores deputados, evidentemente", respondeu Passos Coelho aos jornalistas, em Santa Maria da Feira. O primeiro-ministro recordou que não vê "nenhum problema em responder às questões que os senhores deputados queiram formular sobre essas matérias". "Temo que a minha capacidade para poder acrescentar alguma informação relevante seja muito limitada porque no essencial é conhecida a posição do Governo português. Ela tem sido aliás expressa pela ministra de Estado e das Finanças e nas oportunidades que tive, a pedido do doutor Ricardo Salgado, de o ouvir quando ele o solicitou, foi transmitida uma posição que não é diferente daquela que a ministra das Finanças transmitiu e que é conhecida do resto do país, enfatizou. Nos requerimentos apresentados, os partidos da oposição reclamavam que Cavaco prestasse esclarecimentos por escrito sobre reuniões tidas com o ex-líder histórico do BES em 2014. O antigo presidente executivo do BES Ricardo Salgado reuniu-se duas vezes em 2014 com o Presidente da República tendo alertado Cavaco Silva sobre os "riscos sistémicos" envolvendo o GES e o BES, disse o exbanqueiro em carta endereçada à comissão parlamentar de inquérito. Na missiva, conhecida na quinta-feira, Ricardo Salgado diz que se reuniu, a 7 de Abril, com o primeiroministro. No dia seguinte o ex-banqueiro esteve com a ministra das Finanças, e a 22 de Abril deu-se uma reunião com o agora ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. No segundo leque de reuniões, em maio, Ricardo Salgado esteve reunido com o ex-secretário de Estado e actual comissário europeu Carlos Moedas no dia 2, com o Presidente da República a 6, com a ministra das Finanças e o primeiro-ministro a 14, e com o vice-

primeiro-ministro, Paulo Portas, no dia 20. Também em Maio deu-se outra reunião com Durão Barroso que Ricardo Salgado não consegue precisar a data. As diligências, diz o ex-banqueiro na carta enviada ao parlamento, "visavam, entre outros objectivos, informar as entidades competentes sobre as preocupações do GES e, reitere-se, do próprio BES". [actualizado com declarações de Pedro Passos Coelho]

Portugal pode comprar um navio usado à Marinha francesa Em vez de gastar 400 milhões de euros para construir um nova embarcação, pode comprar um por 80 milhões.

Foto: Lusa

O ministro da Defesa revelou esta quarta-feira, no Parlamento, que não há condições para construir um navio polivalente logístico novo com as características necessárias, pois seriam precisos 400 milhões de euros. Por isso, o navio francês "Sirouc", à venda por 80 milhões, pode ser a solução. “Surgiu a hipótese para venda da França. Não há nada de oficial, mas é referenciado um valor de 80 milhões de euros. O chefe de Estado Maior General das Forças Armadas fez-me chegar a indicação de que seria interessante avaliar esta capacidade e a possibilidade de a concretizar”, afirmou José Pedro Aguiar-Branco falava numa audição na comissão parlamentar de Defesa para discutir na especialidade as leis de programação militar e de infra-estruturas militares. O ministro da Defesa afirmou ainda que a decisão de compra dos aviões KC-390, para a Força Aérea, pode avançar em 2015 e que a Lei de Programação Militar (LPM) prevê 40 milhões de euros para pagamentos iniciais. Ao mesmo tempo está garantida a modernização dos antigos C -130, até porque enquanto o processo decorre estes aviões de transporte têm de ter condições para sobrevoar espaço aéreo internacional.


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“Regresso ao passado”. Carne picada à vista e a pedido do consumidor Estudo da Deco analisou amostras de carne picada vendida em 26 talhos de rua, de mercados e de hipermercados, tendo chumbado todos na conservação, higiene e temperatura.

Foto: Lusa

A Deco defendeu um "regresso ao passado" em que a carne picada a granel só podia ser triturada à vista e a pedido do consumidor, reafirmando que "não estão reunidas as condições" para a venda deste produto. Ouvido na Comissão de Agricultura e Mar, a pedido do PS, sobre o estudo da associação de defesa do consumidor relativo à qualidade da carne picada vendida em Portugal, Nuno Lima, técnico da associação, afirmou que "a Deco mantém tudo o que disse porque confia no seu trabalho". O estudo da Deco analisou amostras de carne picada vendida em 26 talhos de rua, de mercados e de hipermercados, tendo chumbado todos na conservação, higiene e temperatura de venda da carne de vaca picada a granel. Além disso, 23 tinham adicionado ao preparado sulfitos, aditivos proibidos por lei. A questão da utilização dos sulfitos na carne privada foi considerada como a "mais preocupante" por Nuno Lima, afirmando que "é uma fraude", porque estão a utilizar-se conservantes que não são permitidos por lei e que podem colocar em causa a saúde pública. Perante os resultados do estudo, o técnico voltou a defender a interdição da venda de carne a granel previamente picada ao consumidor. ASAE não conhece estudo A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica também foi ouvida na comissão, a seguir à Deco, tendo o inspector-geral, Pedro Portugal Gaspar, afirmado que não pode pronunciar-se sobre o estudo porque não o conhece. "O que tivemos sempre o cuidado de dizer é que

qualquer comunicação de risco tem de ser bem fundamentada e não conhecendo o estudo não posso pronunciar-me sobre ele", disse Pedro Gaspar aos jornalistas no final da audição, adiantando que pediu à Deco o estudo para ser avaliado pelo painel científico da ASAE. Ana Tapadinhas, da Deco, frisou que os estudos são feitos por "laboratórios acreditados e credenciados" com o objectivo de "dar mais informação aos consumidores". Sobre a polémica levantada considerou "lamentável que se queira matar o mensageiro e não se dê importância à mensagem". "Consideramos o papel da ASAE importante, entendemos, contudo, que são necessárias alterações à lei" e que "a fiscalização seja mais eficiente" e divulgada ao consumidor para que saiba os riscos que pode correr se comer carne nestas condições. Baseando-se nos dados da ASAE em matéria de prevenção e fiscalização, Pedro Portugal disse que a situação é "perfeitamente normal e que não há razão para qualquer tipo de alarmismo". Adiantou este organismo tem vindo a aumentar o acompanhamento na área alimentar, que é "importante para a saúde pública e para a defesa do consumidor".

Caça ao lobo "fora de questão", para já. Só será opção se população ultrapassar limites Agricultores da Beira Alta foram afectados pelos ataques de lobos e perderam muitos animais. O secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, diz que a caça ao lobo "está fora de questão", neste momento, mas pode vir a ser considerada se a população deste animal continuar a aumentar. Nos últimos tempos os agricultores da Beira Alta foram afectados por ataques de lobos e perderam muitos animais. Em declarações à Renascença, Miguel de Castro Neto revelou estar à espera dos resultados de novos estudos para tomar uma eventual decisão. "Nunca foi colocado em cima da mesa abrir a caça ao lobo como uma resolução aos problemas levantados. Caso resulte dos estudos, que venham a ser realizados, que a população do lobo passou dos limites considerados sustentáveis, terão de ser desenvolvidos processos de controlo e gestão de população, no âmbito dos quais poderá, eventualmente, ser considerada a inclusão do lobo como espécie cinegética [passível de ser caçada desportivamente]. Mas isso, neste momento, está fora de questão", diz Miguel de Castro Neto. O grande desafio, afirma, é conciliar dois mundos: por um lado, que os agricultores não saiam prejudicados;


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por outro, que o lobo se mantenha no ecossistema de forma protegida. Graças a fundos comunitários, o Governo tem 57 milhões de euros até 2020 para investir na protecção do gado dos agricultores afectados pelos ataques dos lobos, que afectam sobretudo as regiões e Trás-osMontes e da Beira Alta. A verba do Programa de Desenvolvimento Rural deve ser aplicada na compra de cães para protegerem os rebanhos e na compra de vedações. Em muitos casos, os ataques destes animais, uma espécie protegida pela directiva europeia Habitat, põem em causa a sobrevivência económica de muitas famílias que dependem da produção de gado. As declarações do secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza foram feitas no programa "Trabalho Sem Fronteiras", uma parceria Renascença com a Euranet Plus.

Carlos Cruz "não mostra arrependimento" e tribunal nega liberdade condicional

reconhecimento da sua inocência", questão pela qual se continua a bater no Tribunal dos Direitos do Homem em Estrasburgo. A acção no Tribunal de Estrasburgo foi intentada há dois anos e meio e aguarda ainda decisão. O exapresentador de televisão insiste que foi alvo de um "erro judicial gravíssimo". O Tribunal da Relação de Lisboa, em sede de recurso, alterou a pena inicial de sete anos de prisão a que Carlos Cruz tinha sido condenado na primeira instância, fixando-a em seis anos, por três crimes de abuso sexual de menores, no âmbito do processo Casa Pia. Além de Carlos Cruz, foram condenados, neste processo, o antigo motorista da instituição, Carlos Silvino (15 anos de prisão), o médico Ferreira Dinis (sete anos de prisão), Manuel Abrantes (cinco anos e nove meses) e Jorge Ritto (seis anos e oito meses).

Criminalidade voltou a diminuir em 2014 Ministra da Administração Interna falou, no Parlamento, de uma "tendência de redução".

O ex-apresentador de televisão já teve dois pedidos para concessão de saídas precárias, um deles no período de Natal. Está preso no âmbito do processo Casa Pia. O Tribunal de Execução de Penas recusou o pedido de liberdade condicional de Carlos Cruz, preso no âmbito do processo Casa Pia, considerando que não interiorizou a culpa nem mostrou arrependimento. O advogado referiu que a juíza de execução de penas recusou o pedido "basicamente por entender que não tinha interiorizado a culpa" dos crimes que lhe foram imputados nem mostrado arrependimento e confessado os crimes. Ricardo Sá Fernandes adiantou à agência Lusa que está a analisar a possibilidade de interpor recurso desta decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa. O detido foi ouvido no passado dia 22, na cadeia da Carregueira, por uma juíza do tribunal de penas para que esta avaliasse se o ex-apresentador de televisão, que já cumpriu metade da pena, podia sair em liberdade condicional. O ex-apresentador de televisão já teve dois pedidos para concessão de saídas precárias, um deles no período de Natal. Em Dezembro passado, cumpriu metade da pena (três dos seis anos) a que foi condenado. No dia 22, Ricardo Sá Fernandes sublinhou que a questão da liberdade condicional não é a matéria mais importante para Carlos Cruz, mas sim "o

Por Celso Paiva Sol

Os números são ainda provisórios, mas apontam para uma redução de 6% na criminalidade geral participada e uma queda de 4% na criminalidade grave e violenta. As contas, que apenas juntam números da PSP e GNR, foram reveladas pela ministra da Administração Interna no Parlamento, onde está a ser ouvida, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Apesar de ser necessário somar ainda os dados de todas as outras forças e serviços, como, por exemplo, a Polícia Judiciária e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a redução agora revelada por Anabela Rodrigues não deve andar longe da que irá constar no Relatório Anual de Segurança Interna, que deve estar pronto até ao final de Março. Repensar a unidade antiterrorismo A ministra da Administração Interna pouco ou nada disse sobre a estratégia nacional antiterrorista apresentada pelo primeiro-ministro no Conselho Superior de Segurança Interna. Mas revelou que estão a ser estudadas mudanças na Unidade de Combate Antiterrorismo. Questionada sobre que medidas concretas estão


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previstas nesse plano do Governo, Anabela Rodrigues disse apenas que Portugal segue a tendência geral da Europa no sentido de se preparar e proteger face à ameaça terrorista, e que está a fazer um esforço para que haja equilíbrio entre segurança e direitos individuais. Na sua intervenção disse que estão a ser estudadas mudanças na Unidade de Combate Antiterrorismo criada em 2003 - um órgão que funciona na Polícia Judiciária e junta todas as forças e serviços de segurança. Segundo a ministra, é preciso "repensar" aquela unidade, porque precisa de um enquadramento "orgânico mais sólido". Sem adiantar mais pormenores, adiantou que "este é um ponto a ser equacionado", uma vez que "a coordenação e partilha de informação é muitíssimo importante na luta e prevenção do terrorismo".

Associação de Juízes diz que Mário Soares ameaçou Carlos Alexandre No artigo sobre a prisão preventiva de Sócrates, o antigo governante critica as decisões do juiz de instrução criminal e termina dizendo: "E o juiz Carlos Alexandre que se cuide...". A Associação Sindical dos Juízes Portugueses lamentou as declarações do ex-Presidente da República Mário Soares sobre o juiz Carlos Alexandre, entendendo que configuram uma ameaça ao magistrado que ordenou a prisão preventiva de José Sócrates. "Os juízes portugueses não podem silenciar a ameaça proferida ao juiz Carlos Alexandre, por um conselheiro de Estado, lamentando profundamente tais declarações", refere, em nota à agência Lusa, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), a propósito das afirmações de Mário Soares num artigo de opinião publicado na terça-feira pelo “Diário de Notícias”. No artigo em que fala sobre a prisão preventiva de Sócrates, o antigo governante questiona os motivos da detenção do ex-primeiro-ministro, critica as decisões do juiz de instrução criminal e termina dizendo: "E o juiz Carlos Alexandre que se cuide...". Para o presidente da ASJP, Mouraz Lopes, a associação "nunca tomou qualquer posição" sobre os comentários de Mário Soares acerca da detenção de José Sócrates, mas que agora "não foi uma declaração, mas sim uma ameaça" ao juiz Carlos Alexandre, feita por um conselheiro de Estado. Na nota enviada à agência Lusa, a ASJP salienta que juízes portugueses "exigem a todos e, em especial aos que exercem funções de Estado, o respeito pela dignidade que a Constituição lhes atribui", observando que é "este o especial dever que impende sobre quem exerce funções de Estado e o exemplo que devem dar

aos cidadãos que os legitimam". Alegam ainda que é no respeito do exercício e do funcionamento das instituições que "está o limite entre o Estado de Direito e o totalitarismo". A associação lembra que Portugal é um Estado de Direito e no Estado de Direito "os juízes cumprem a lei e apenas a lei", acrescentando que "os juízes são titulares de órgãos de soberania e no exercício da sua função garantem os direitos de todos os cidadãos". Os juízes asseguram também que "não estão nem nunca estiveram acima da lei" e que "ao longo de 41 anos de democracia demonstraram-no diariamente". Indiciado pelos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, José Sócrates foi detido a 21 de Novembro, no aeroporto de Lisboa, proveniente de Paris. Desde 25 de Novembro que o exprimeiro-ministro está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, da qual recorreu para o Tribunal da Relação de Lisboa. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

O novo terrorismo Já não são apenas atentados, que podem ser cometidos por três ou quatro pessoas, mas autênticos exércitos, equipados com material pesado. Revelam, aliás, um horrendo grau de barbárie – como a morte pelo fogo de um prisioneiro jordano pelo EI.

As preocupações europeias quanto ao terrorismo estão focadas na prevenção de futuros atentados, em particular cometidos por jovens que tenham passado pelo chamado Estado Islâmico (EI). Ora esse “Estado”, situado na Síria e no Norte do Iraque, assim como o grupo Boko Haram, que actua na Nigéria, nos Camarões e no Chade, em África, representa uma nova face do terrorismo. Já não são apenas atentados, que podem ser cometidos por três ou quatro pessoas, mas autênticos exércitos, equipados com material pesado. Revelam, aliás, um horrendo grau de barbárie – como a morte pelo fogo de um prisioneiro jordano pelo EI. Esta gente precisa de ser combatida no terreno. Contra o EI lutam os curdos, com o apoio de bombardeamentos aéreos americanos e de outros países. Contra o Boko Haram tem agido bem o exército do Chade, não o da Nigéria. E espera-se uma intervenção da União Africana. Mas não chega.


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O drama é que, depois do Iraque e do Afeganistão, os EUA não querem mais soldados seus em solo estrangeiro. E os países europeus estão praticamente desarmados. Assim, o novo terrorismo avança.

Ébola volta a aumentar nos três países mais atingidos Pela primeira vez em 2015, subiu o número de casos da doença que já fez quase nove mil mortos.

O número semanal de novos casos de ébola registados na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa aumentou na última semana de Janeiro, pela primeira vez em 2015, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS). "A incidência semanal de casos aumentou nos três países pela primeira vez este ano", referiu a OMS. Durante os sete dias que antecederam 1 de Fevereiro, 124 novos casos foram confirmados naqueles três países africanos. Segundo as estatísticas da OMS, 39 novos casos foram registados na Guiné-Conacri, cinco na Libéria e 80 na Serra Leoa. No total, 22.495 pessoas foram infectadas com o vírus em nove países e 8.981 morreram. A maior parte das mortes ocorreu na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.

Papa pede o fim da “violência fratricida” na Ucrânia Francisco considerou um “escândalo” que exista uma guerra entre cristãos. O Papa Francisco lembrou as vítimas do conflito na Ucrânia e afirmou que o diálogo é a única forma de alcançar a paz. Segundo as Nações Unidas, mais de 5.300 pessoas morreram no leste do país. "Infelizmente a situação está a piorar e as posições dos dois lados radicalizam-se. Rezemos sobretudo pelas

vítimas, entre as quais muitos civis, e pelas suas famílias. Peçamos ao Senhor que cesse rapidamente esta horrível violência fratricida", declarou esta quartafeira na sala Paulo VI, durante a audiência pública semanal. "Renovo o urgente apelo para que se façam todos os esforços - também a nível internacional - para retomar o diálogo, único caminho possível para trazer de volta a paz e a concórdia naquela terra martirizada", prosseguiu. Francisco reforçou no Vaticano os seus apelos pelo fim da violência, considerando um "escândalo" que exista uma guerra entre cristãos. "Rezemos todos, porque a oração é o nosso protesto diante de Deus em tempo de guerra!" "Quando ouço as palavras 'vitória' ou 'derrota' sinto uma grande dor, uma grande tristeza no coração. Não são palavras correctas, a única palavra adequada é 'paz', esta é a única palavra certa", declarou. O Leste da Ucrânia tem sido palco dos piores combates entre forças governamentais e separatistas pró-russos desde a assinatura de um cessar-fogo, há cinco meses. Segundo as Nações Unidas, mais de 5.300 pessoas morreram por causa do conflito no Leste ucraniano.

Massacre nos Camarões com a marca do Boko Haram Radicais islâmicos atacaram cidade junto à fronteira com a Nigéria. Muitas vítimas foram degoladas.

Radicais islâmicos são a principal ameaça à segurança da região

Os extremistas do Boko Haram mataram mais de uma centena de pessoas numa cidade do norte dos Camarões, junto à fronteira com a Nigéria. Os radicais islâmicos massacraram civis dentro das suas casas e numa mesquita, disse um líder local à agência Reuters. “O Boko Haram invadiu a cidade de Fotokol de manhã cedo e mataram mais de 100 pessoas, numa mesquita, nas casas, e incendiaram várias propriedades”, declarou Abatchou Abatcha. O grupo terrorista é conhecido pela sua brutalidade.


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Muitas vítimas foram degoladas, avança a imprensa dos Camarões. O Governo camaronês avança que as suas tropas repeliram a ofensiva do Boko Haram e abateram cerca de 50 militantes. A União Africana aprovou na semana passada o envio de uma força regional de 7.500 soldados para combater o Boko Haram. O exército do Chade, que integra esta missão, anunciou na terça-feira ter tomado duas bases dos radicais no norte da Nigéria. Nos combates foram mortos mais de 200 extremistas.

TAÇA DA LIGA

Vitória de Setúbal "empurra" Sporting da Taça da Liga Os sadinos venceram por 3-0 o Boavista e apuraram-se para a meia-final, deixando o Sporting fora da competição.

Trasladação de Eusébio discutida dia 20 no Parlamento Projecto de resolução é apoiado por todos os grupos parlamentares. Ou seja: aprovação garantida. Por Eunice Lourenço

O Parlamento discute no dia 20 o projecto de resolução para a translação do corpo de Eusébio da Silva Ferreira para o Panteão Nacional. O projecto de resolução é apoiado por todos os grupos parlamentares e, portanto, tem aprovação garantida. Depois do projecto aprovado no plenário, será formado um grupo de trabalho que vai tratar das formalidades necessárias e da marcação da data. No Parlamento, a expectativa é que a trasladação possa ocorrer antes das férias do Verão. Este projecto foi agendado na conferência de líderes parlamentares que decorreu esta quarta-feira. Na mesma reunião, o debate de actualidade pedido pelo PCP sobre pobreza foi agendado para a próxima semana. Já quanto ao debate pedido pelo Bloco de Esquerda sobre combate à corrupção não ficou com data marcada, mas foi remetido para Março, para que os partidos da maioria governamental possam finalizar e apresentar os projectos de lei que pretendem ter sobre este assunto. O Bloco, que há duas semanas apresentou um pacote legislativo anticorrupção, prefere esperar pelas propostas dos outros partidos. Eusébio da Silva Ferreira, para muitos o melhor futebolista português de sempre, morreu na madrugada de 5 de Janeiro de 2014, aos 71 anos, vítima de paragem cardiorrespiratória. A poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen foi a última personalidade portuguesa a merecer honras de Panteão Nacional por proposta de PSD e PS que obteve unanimidade em Fevereiro de 2014, tendo a cerimónia decorrido em Julho.

O Vitória de Setúbal ocupou a vaga que faltava nas meias-finais da Taça da Liga. O Grupo C tinha como líder o Sporting, no entanto estava à mercê dos sadinos e do Belenenses, que em caso de vitória iriam discutir que seguiria em frente na prova. Os azúis do Restelo perderam em Guimarães e hipotecaram a possibilidade de alcançarem as meiasfinais, o Vitória de Setúbal não deixou fugir a oportunidade e goleou os axadrezados, ultrapassando o Sporting na classificação e deixando a equipa de Alvalade fora da prova. Na meia-final, o Vitória de Setúbal vai defrontar o Benfica no Estádio da Luz. 22h09 - Termina em Setúbal. O Vitória está nas meiasfinais da Taça da Liga ao vencer o Boavista por 3-0. O Sporting perde o primeiro lugar para os sadinos e fica afastado da prova. Em Guimarães termina também o jogo, o Vitória minhoto bateu o Belenenses por 2-0. 22h02 - Golo do Vitória de Guimarães por Sami. O Belenenses perde a possibilidade de chegar à meiafinal. 22h00 - Os jogos encaminham-se para o final sem alterações, o que coloca o Setúbal nas meias-finais, o Sporting está quase fora da Taça da Liga. 21h42 - A meio da segunda parte, tudo aponta para o êxito do Vitória de Setúbal que vence por 3-0. Dificilmente os sadinos vão perder a vantagem que têm sobre o Boavista e têm à vista uma viagem ao Estádio da Luz. Em Guimarães o Vitória local, mantém o 1-0 sobre o Belenenses. 21h27 - João Schimdt faz o 3-0 para o Vitória de Setúbal. O Boavista não reage, e o Sporting tem as meias-finais cada vez mais distantes. 21h20- Arranque da segunda parte dos dois jogos que vão decidir quem defronta o Benfica na meia-final da Taça da Liga. 21h04 - Intervalo nas duas partidas do Grupo C. O Vitória de Setúbal está mais perto de jogar a meia-final


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da Taça da Liga. Os sadinos batem o Boavista por 2-0. O Belenenses também tem essa possibilidade, mas a perder em Guimarães, precisa de dar a volta ao resultado e marcar pelo menos 3 golos. O Sporting está a merecê da equipa de Bruno Ribeiro, que a vencer deixa os leões fora da Taça da Liga. 21h02 - Golo do Vitória de Guimarães. Gui fez o golo da equipa minhota frente ao Belenenses. Resultado interessa ao Sporting e ao Vitória de Setúbal. 20h48 - Com 30 minutos da primeira parte, o Vitória de Setúbal é a equipa que está mais perto de conseguir o apuramento. O Sporting que folga nesta jornada aguarda pelo futuro, para já está fora da Taça da Liga. 20h40 - Perto do meio da primeira parte, o resultado de Setúbal não interessa ao leões, que precisam que o Vitória não vença. A venceram por 2-0, os sadinos estão apurados à condição para a meia-final, onde já está o Benfica. O Belenenses também precisa de vencer, mas para já empata em Guimarães. 20h27 - Pelkas aumenta a vantagem para os sadinos. O Sporting cada vez mais perto de ficar eliminado. Em Guimarães mantem-se o nulo entre o Vitória e o Belenenses. 20h24 - Golo do Vitória de Setúbal. Suk marcou o golo para os sadinos frente ao Boavista. Um golo que deixa para já o Sporting fora da prova. 20h21 - Com 3 minutos de jogo as duas partidas mantêm-se com 0-0. Resultados que interessam ao Sporting, a manterem-se levam os leões para as meiasfinais da Taça da Liga 20h18 - Começam as duas partidas do Grupo C da 5.ª jornada da 3ª fase da Taça da Liga.

A comunicação social tem avançado com ideias nunca aproveitadas, de alguns clubes têm igualmente partido sugestões que começam no seio das suas direcções e acabam nas paredes onde começa a sede da Liga. Com base numa decisão “política” do seu principal responsável, o Sporting decidiu, este ano, relegar a Taça para um plano mais do que secundário. Não terá sido essa a ideia do seu treinador mas, como “el-rei não manda chover, manda avançar”, Marco Silva teve de cingir-se às circunstâncias. Por isso, as culpas por não sido atingido o objectivo, não lhe podem ser assacadas. Provavelmente, até foi um alívio a não chegada às meias-finais. Olhando para a equipa apresentada nos jogos com o Vitória de Guimarães, Belenenses e Vitória de Setúbal, e repetindo-a, por coerência, contra o Benfica, poderia acontecer o descalabro. REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Sporting-Benfica já mexe

Caiu a taça É sobejamente conhecida a irrelevância da Taça da Liga, muito desacreditada no plano desportivo por força de algumas decisões arbitrais que funcionaram como um autêntico cutelo, dadas as falhas de que se reveste desde a primeira edição. O Sporting libertou-se, finalmente, daquilo que parecia constituir um pesadelo para algumas das suas figuras mais proeminentes, designadamente o seu Presidente, tendo ficado fora da actual edição da Taça da Liga. É sobejamente conhecida a irrelevância desta competição, muito desacreditada no plano desportivo por força de algumas decisões arbitrais que funcionaram como um autêntico cutelo, dadas as falhas de que se reveste desde a primeira edição. A Taça da Liga não entra no calendário europeu, a sua concepção regulamentar não parece a mais recomendável, as receitas não correspondem ao esforço dos clubes participantes, o público volta-lhe as costas em muitos desafios, inclusive em alguns que contam com a participação dos grandes. Basta ter assistido ao Vitória de Setúbal-Boavista de ontem à noite, que decidia um apuramento. Ao longo de todos estes anos que levamos de Taça da Liga, muitas têm sido as recomendações sugeridas no sentido de se processarem mudanças no modelo inicial.

"Nem mais um euro", lê-se na mnchete do diário Record, sobre a possibilidade de renovação de Jorge Jesus. Se ficar, o treinador do Benfica continuará a facturar o que factura hoje. Em A Bola, lança-se já o Sporting-Benfica de domingo, sob o título "O derby do equilíbrio". O Jogo, edição Sul, também lança já o derby lisboeta, mas na perspectiva do Sporting. "Formação bate recorde no dérbi", escreve o jornal nortenho, antecipando a presença na equipa titular de sete jogadores da casa sportinguista. Na edição Norte de O Jogo, surge Brahimi, chamado de "Reforço de Inverno". Ainda em destaque: "As horas loucas da transferência de Rolando".


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Jorge Sousa preparase para o "derby" na Grécia Árbitro do Sporting-Benfica encontra-se em Atenas num curso da UEFA destinado a juizes de topo

A quatro dias do "derby", o árbitro Jorge Sousa prestou provas físicas em Atenas. O juiz português está num curso de Inverno da UEFA para árbitros de topo. Os árbitros foram recebidos pelo presidente do Comité de Arbitragem da UEFA e vice-presidente da UEFA, Angel María Villar. O espanhol pediu aos árbitros para que “actuem como modelos, em particular em relação aos juízes mais jovens". O responsável pela arbitragem da UEFA, Pierluigi Collina, destacou as qualidades exigidas aos juízes de topo, como "coragem para assumir a responsabilidade pelas decisões tomadas, preparação assídua, autoconfiança, capacidade de aprender com os erros e força para lidar com momentos complicados".

Simão sonha voltar ao Benfica

Simão garante que nunca foi "abordado pelo Belenenses" e que exisitam hipóteses no Dubai e de jogar em França no Le Havre, mas "não se concretizaram". No olhar sobre a sua carreira, o avançado destaca o Benfica "como o clube mais importante", mas sem esquecer que "foi o Sporting" que o levou até ao patamar do futebol profissional. Sonho de regressar à Luz O regresso ao Estádio da Luz esteve para acontecer, já com Jorge Jesus como treinador. O jogador chegou a reunir com Luís Filipe Vieira, mas o "sonho de voltar ao Benfica" não chegou a concretizar-se. Uma vez hipotecada essa possibilidade, Simão gostaria, agora, de regressar para outras funções, inseridas no seu plano de continuar ligado ao futebol, após o pendurar das chuteiras. Na selecção, está agora Fernando Santos, que treinou Simão no Benfica. A promoção do técnico a seleccionador deixou o avançado "muito feliz". É um treinador de quem guarda boas memórias, por isso entende que "merecia" o lugar deixado vago por Paulo Bento. Nesta entrevista a Bola Branca, Simão comentou também a candidatura de Figo à presidência da FIFA. O internacional português considera que se trata de uma boa notícia. "Chegou a hora da mudança", defendeu, apesar de reconhecer que Blatter "tem muitas federações que o apoiam". Simão Sabrosa, de 35 anos, passou pela formação do Diogo Cão e do Sporting. Subiu a sénior em Alvalade e representou, ainda, Barcelona, Benfica, Atlético Madrid, Besiktas e Espanhol.

“Cristiano Ronaldo não jogará até aos 40 anos” No dia do 30º aniversário de Cristiano Ronaldo, Bola Branca entrevista António Mendonça, o primeiro treinador do craque português, no Nacional da Madeira.

Em entrevista exclusiva a Bola Branca, o internacional português fala do final de carreira, do Benfica, como o clube mais importante na sua carreira, de Fernando Santos, Ronaldo e Figo, como candidato a presidente da FIFA. Por João Fonseca

Simão Sabrosa representou Sporting, Barcelona, Benfica, Atlético de Madrid, Besiktas, Espanhol de Barcelona e aos 35 anos está perto de encerrar a carreira. Em entrevista exclusiva a Bola Branca, o internacional português afirma que "até dia 15 de Fevereiro" tudo vai ficar definido e o cenário de fechar a carreira de futebolista é o próximo passo. De uma coisa Simão está certo, o futebol continuará a fazer parte da sua vida, "como dirigente ou ligado à formação".

António Mendonça tem 46 anos e trabalhou durante uma década em todos os escalões do Nacional da Madeira. Foi adjunto de treinadores como José Peseiro, Filipe Moreira e Joaquim Teixeira mas o momento mais marcante foi o tirocínio do melhor jogador do


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Quinta-feira, 05-02-2015

mundo da actualidade. António Mendonça foi o primeiro treinador de Cristiano Ronaldo, no Nacional. No dia do 30º aniversário de Cristiano Ronaldo, António Mendonça dá os parabéns ao jogador em entrevista a Bola Branca. “Os meus parabéns pelo aniversário e pela carreira que tem trilhado ao longo de todos estes anos. Em Setembro faz vinte anos desde que ingressou no Nacional e era impensável nós perspectivarmos que ele pudesse atingir o patamar que alcançou”, refere o treinador. As duas faces de Ronaldo Cristiano Ronaldo tinha dez anos quando começou a jogar nos escalões jovens do Nacional da Madeira. Entrou para a equipa de sub-13 e cedo demonstrou algumas das características que ainda hoje o distinguem. “Determinação, coragem, vontade de vencer”, detalha António Mendonça. “Não gostava de perder nem a feijões. Uma virtude que me dava muitas dores de cabeça. Muitas vezes entrava em choque com os companheiros, originando alguns problemas. Era um pouco intratável quando nos treinos as coisas não lhe corriam de feição”, lembra o primeiro treinador do CR7. No outro lado de um jovem com espírito vencedor e um enorme talento havia o mau feitio de um menino que não gostava de perder e só pensava em jogar futebol. “Não gostava de estudar. Só queria jogar à bola. E quando não ganhava chamava nomes aos colegas e gesticulava. Mas depois passava tudo. Ele vinha do futebol de rua e ainda hoje mantém a sua rebeldia”, revela o treinador. Contudo, António Mendonça não deixa de assinalar a forma “impressionante como Ronaldo amadureceu e encarou a sua profissão”. Os primeiros títulos da carreira do CR7 No Nacional da Madeira, Cristiano Ronaldo ganhou os primeiros títulos da sua carreira. “Em termos oficiais ganhávamos quase todos os jogos que havia para disputar. O primeiro título que conquistou, em 95/96, foi aqui no Nacional. Ganhámos três torneios de futebol de sete e o campeonato da Madeira, ao Marítimo”, recorda. António Mendonça treinou Cristiano Ronaldo durante dois anos e hoje considera que o jogador mudou sempre de clube nos momentos mais adequados para a evolução da sua carreira. “Havia pouca competição. Goleávamos constantemente os adversários. Ronaldo foi para o Sporting e saiu na altura certa. Depois foi para o Manchester também na altura certa e foi o clube ideal para ele. Teve aquela ponta de sorte que é necessária”, considera. O menino franzino que se transfigurou no Sporting Há vinte anos, Cristiano já ocupava o seu espaço preferido no relvado. “Marcava muitos golos e jogava numa das alas. Era fácil perceber que estava ali um talento. Era extremo direito e deslocava-se muitas vezes para o centro. Já tinha capacidade de drible e ia para cima do adversário mesmo sendo franzino e baixo, e as pernas muito finas. No Sporting quando o reencontrei fiquei surpreendido com a sua compleição física”, afirma surpreendido. Após dois anos no Nacional da Madeira, Cristiano Ronaldo transferiu-se para o Sporting. Tinha 12 anos. “Adaptar-se a Lisboa tão novo, vindo de um bairro da Madeira como Santo António, era a grande questão”, refere António Mendonça. “A estrutura do Sporting

acreditou a teve paciência. Foi sempre bem aconselhado nas etapas da sua carreira, ingressando nos clubes certos nos momentos certos”, reforça. O prazo de validade de Cristiano Ronaldo Nas últimas semanas tem-se especulado sobre o prazo de validade de Cristiano Ronaldo. Ancelotti e o empresário Jorge Mendes antevêem um caso de longevidade. O treinador do Real Madrid acredita que Ronaldo jogará até aos 40 anos. António Mendonça é mais comedido. “Sendo um jogador muito físico, todos terão de perceber que a idade fará mossa. Quanto ao limite de idade de Cristiano Ronaldo nos relvados, António Mendonça aponta aos “34 ou 35 anos”. O treinador sustenta a previsão na forma como o jogador encara a profissão. “É muito consciente, um exemplo. Cuida-se bem todos os dias, antes durante e depois dos treinos. Respeita bem os tempos de repouso. Mas sendo um jogador que utiliza muito o físico, não prevejo que jogue até aos 40 anos”, vaticina… Quarta Bola de Ouro? No passado dia 12 de Janeiro, Cristiano Ronaldo recebeu a terceira Bola de Ouro da sua carreira, apontando como objectivo, a conquista do quarto troféu. António Mendonça acha que o jogador não adoptou a melhor estratégia. “Ronaldo mereceu a Bola de Ouro em 2014 mas devia estar calado quando disse que vai ganhar mais uma. Aumentou a fasquia e a pressão. Já tem 30 anos. Pode chegar à quarta bola de Ouro mas não pode desesperar. Não vai passar todas as épocas a marcar mais de 60 golos. Haverá alturas em que jogará menos porque terá de resguardar-se”, explica. António Mendonça manteve contactos regulares com Cristiano Ronaldo até aos tempos em que o jogador alinhou no Manchester United. “A partir daí não falamos mais. Também não ando atrás dele, em bicos de pés. Mas registo com curiosidade e agrado ter sido treinador do Cristiano Ronaldo. Um facto que fica para contar aos meus netos”, finaliza em entrevista a Bola Branca. Nascido a 5 de Fevereiro de 1985, Cristiano Ronaldo completa hoje 30 anos de idade.

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