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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Quinta-feira, 19-03-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

Novo sistema para cartas de condução vai entrar em “velocidade de cruzeiro” Parlamento. Sindicatos são os primeiros a serem ouvidos sobre “lista VIP”

EMANUEL MEDEIROS

“Em Portugal, há tentativas de adulteração da verdade desportiva” Palavra de ministra: Portugal tem "cofres cheios" para reagir e honrar compromissos Não há portugueses entre Saúde e crise económica e social as vítimas do atentado na Tunísia FERNANDO J. REGATEIRO

Maioria das vítimas “A cruz dos de legionella responsáveis do avança com Ministério da queixas-crime Saúde é muito grande” MONSENHOR VÍTOR FEYTOR PINTO

Ministro justifica promoções na Defesa com “condição militar”


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Salgado vai ser bombardeado com Angola e desobediência ao Banco de Portugal

nas questões de segurança no desporto e evoluiu para os terrenos da integridade do desporto”, acrescenta. “É uma associação independentemente, sem fins lucrativos, com sede em Londres e Genebra e escritórios em Paris, na sede da UNESCO, e em Bruxelas. O objectivo foi construir uma organização influente e respeitada”, concretiza. Cimeira de Lisboa A ICSS, organizou, esta semana, em Lisboa, uma cimeira sobre políticas públicas e cooperação internacional no âmbito do desporto, porque “os organismos que gerem o futebol não estão a fazer tudo pela integridade desportiva". Emanuel Medeiros sustenta que "há um défice de liderança e de regulação", apesar de existirem "aspectos positivos, que é importante reconhecer, no seio da UEFA e FIFA". Todavia, "as respostas são ainda curtas, porque os mecanismos criados não permitem saber quem paga o quê, a quem. Importa saber a origem dos capitais. Não queremos dinheiro negro no desporto”, sublinha o dirigente.

A Renascença ouviu os coordenadores dos partidos na comissão do caso BES/GES. Conheça seis das dezenas de perguntas com que Salgado será confrontado no Parlamento esta quintafeira. Trabalho disponível no site da Renascença. EMANUEL MEDEIROS

“Em Portugal, há tentativas de adulteração da verdade desportiva” O director executivo da Associação Internacional da Segurança no Desporto, diz que o fenómeno não é novo, tendo-se desenvolvido por força da evolução tecnológica e da Internet. Emanuel Medeiros fala também dos jogos-fantasma e sugere medidas para a salvaguarda da integridade desportiva das competições. A Associação Internacional da Segurança no Desporto (ICSS) nasceu há quatro anos, no Catar, e tem sedes em Londres e Genebra. O português Emanuel Medeiros é o director executivo deste organismo que visa a promoção dos mais elevados padrões de boa governança, integridade desportiva e financeira, segurança e direitos humanos no desporto. “A associação arrancou mercê da visão e espírito empreendedor do seu fundador, Mohammed Hanzab”, explica Emanuel Medeiros, em entrevista à Renascença. “Começou por ser um organismo focado

Partilha de passes com os fundos de jogadores A partir de 1 de Maio, a FIFA proíbe a partilha de passes com os fundos de investimento de jogadores. As Ligas de Portugal e Espanha não concordam. “Avisei, atempadamente, que a proibição da repartição dos passes com os fundos vinha a caminho. E esta medida não garante que a integridade financeira fique salvaguardada. Já se esboça a entrada de capitais nas SAD e esse é outro problema”, alerta o dirigente da ICSS. “É preciso aperfeiçoar o regime jurídico das sociedades desportivos e os organismos desportivos se apetrechem com os quadros regulamentares mais adequados”, recomenda. Os clubes portugueses têm menos de dois meses para a adaptação a uma nova realidade, com o fim da partilha dos passes dos jogadores: “Discordo do carácter precipitado da medida da FIFA. Deveria ter sido previsto um regime transitório. Mas a vocação dos clubes em Portugal radica numa aposta séria na formação, da competência dos departamento de 'scouting' e dos bons dirigentes que o nosso país tem. Contudo, impõe-se uma profunda reforma e uma visão estratégica que saiba potenciar o valor qualitativo do futebol português. Registo, com apreço, os desenvolvimentos tendentes à centralização dos direitos televisivos. O futebol português precisa de ser internacionalizado e há mercado para isso”. Combate à adulteração da verdade desportiva Durante a cimeira de Lisboa, o director executivo da ICSS disse que Portugal conhece o fenómeno da manipulação de resultados desportivos. “Não é preciso andar muito atento para perceber que há e houve tentativas permanentes de adulteração da verdade desportiva. Não é um fenómeno novo, mas desenvolveu-se por força da evolução tecnológica e da Internet”, afirma. Sobre os casos recentes dos chamados “jogos fantasma”, Emanuel Medeiros diz que eles “podem acabar desde que os governos, através de diplomas legislativos, reconheçam os direitos de propriedade dos organizadores". Isso permitiria salvaguardar "a


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integridade das competições e assegura a viabilidade económica do desporto”, defende Emanuel Medeiros. Candidato a candidato à Liga? Emanuel Medeiros foi secretário-geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e director executivo da Associação das Ligas Europeias de Futebol. O nome do dirigente chegou a ser apontado para a presidência da Liga, antes da emergir Luis Duque, mas Medeiros nega que tivesse trabalhado nesse sentido. “Tenho sempre um impulso reformista. Convivo mal com águas paradas. Sou um homem de acção. Estou disponível para ajudar o futebol português em todas as funções que venha a desempenhar, mas não me passou pela cabeça, quando decidi deixar a Associação das Ligas Europeias, fazê-lo por razões tácticas para me posicionar para a Liga ou FPF”, argumenta. Emanuel Medeiros garante sentir-se bem nas funções que desempenha. “Estou comprometido e empenhado em concretizar estes projectos que estou a alavancar à escala global”, remata.

Ministro justifica promoções na Defesa com “condição militar” Governo vai gastar mais de oito milhões de euros para promover cerca de seis mil militares dos três ramos das Forças Armadas. Por Ana Rodrigues

O ministro da Defesa justificou esta quarta-feira as promoções previstas para a área das Forças Armadas. São mais de seis mil militares que vão ser promovidos este ano, o que representa um custo superior a oito milhões de euros. Em declarações aos jornalistas, durante uma visita a São Tomé e Príncipe, José Pedro Aguiar-Branco afirmou que os militares são diferentes do resto da Administração Pública.“Não devemos comparar o que não é comparável. Nós temos a estrutura militar, que tem as suas especificidades próprias. Por isso é que existe a chamada ‘condição militar’ que não é comparável com o resto que se passa na administração pública”, afirmou. O ministro considerou que “as promoções são uma matéria estruturante da lógica militar, da acção de comando e da cadeia de comando” e lembrou que “desde 2011, uma das primeiras medidas tomadas no sector das Forças Armadas foi fazer o descongelamento das promoções”. Em 2015, o Governo vai quase duplicar os gastos em promoções nos três ramos das Forças Armadas. O ano passado foram feitas mais de quatro mil promoções, num total de quatro milhões 744 mil euros. Este ano, são feitas 6.080 promoções e o Exército leva a maior parte: 3.304. Segue-se a Força Aérea, com 1.525, e a Marinha, com 1.259. A proposta foi feita pelos chefes militares das Forças Armadas e os ministros da Defesa e das Finanças vão

assinar o despacho conjunto, que autoriza esta despesa.

Parlamento. Sindicatos são os primeiros a serem ouvidos sobre “lista VIP” Em causa está a polémica relacionada com uma lista de contribuintes cujo acesso ao cadastro fiscal é vigiado pelas chefias. Caso motivou a demissão do director-geral da Autoridade Tributária. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos e a Associação Sindical dos Profissionais da Inspecção Tributária são ouvidos, esta quinta-feira, no Parlamento a propósito da alegada “lista VIP” de contribuintes. Os presidentes de ambos os sindicatos são ouvidos pelos deputados, respectivamente, pelas 18h00 e pelas 19h00, decorrendo ambas as audições após a sessão plenária. Em causa está a polémica relacionada com uma lista de contribuintes cujo acesso ao cadastro fiscal é vigiado pelas chefias, onde constam nomes como o de Passos Coelho ou Cavaco Silva. O ex-director-geral da Autoridade Tributária (AT), António Brigas Afonso, e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, também vão ser ouvidos na comissão parlamentar de Orçamento na sexta-feira à tarde. O caso motivou já uma demissão na Autoridade Tributária (AT). António Brigas Afonso demitiu-se na quarta-feira, e o primeiro-ministro veio dizer que o responsável "fez bem" em apresentar a demissão, manifestando ainda que mantém a confiança política no secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio. Na quarta-feira, Paulo Ralha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, disse que os "verdadeiros responsáveis" sobre as alegadas listas continuam na AT, sendo a demissão do director-geral apenas motivada por questões institucionais. "Parece-nos que infelizmente sai uma pessoa que pouco terá a ver com esta situação em termos pessoais, embora compreenda que do ponto de vista institucional fosse difícil manter", comentou. A "Visão" revelou gravações áudio que confirmam a existência da "lista VIP". Segundo a revista, a 20 de Janeiro, o chefe de serviços de auditoria da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) falava para mais de 200 candidatos a inspectores. Segundo a edição "online" da revista, Vítor Lourenço repetiu o que já tinha dito horas antes, numa outra sessão, para 300 inspectores tributários estagiários oriundos da AT e de vários


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ministérios. Vítor Lourenço só mudou a expressão "bolsa VIP" para "pacote VIP" para se referir aos contribuintes cujo acesso ao cadastro fiscal pelos funcionários da Autoridade Tributária é vigiado pelas chefias.

Novo sistema para cartas de condução vai entrar em “velocidade de cruzeiro” Funcionários Instituto da Mobilidade e dos Transportes vão trabalhar aos sábados, já a partir deste fim-de-semana. O serviço suplementar será recompensado.

Foto: RR

O presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) diz que o novo sistema para revalidação de cartas de condução entrará em "velocidade de cruzeiro" na próxima semana. Aquilo que é agora uma média de 55 dias para a revalidação e os novos títulos "passará para um máximo de uma semana", estima João Carvalho, referindo-se ao Sistema de Obtenção Fiável de Imagem e Assinatura (SOFIA) que já entrou em vigor nalguns locais, mas não ainda em todas as delegações do IMT. A notícia em torno das 280 mil cartas de condução atrasadas e deste novo sistema foi avançada na edição do “Jornal de Negócios”, e João Carvalho confirmou à agência Lusa este número, adiantando que diz respeito a cartas "acima de tudo de 2014 e 2013", e que mais de 80% destas são da Grande Lisboa. O responsável diz ainda que "95% destes atrasos devem-se às fotografias de má qualidade que eram entregues". "A partir de agora não há papéis", prosseguiu o presidente do IMT, declarando que o condutor apresentando agora o Cartão do Cidadão terá facilidade na revalidação. Para resolver os atrasos, já a partir deste sábado, todas as delegações do país vão estar de portas abertas. A informação foi confirmada à Renascença pelo presidente do IMT, que também aplaude o comportamento dos trabalhadores daquele instituto

público. João Carvalho esclarece que ninguém é obrigado a trabalhar ao sábado e que o serviço suplementar será devidamente recompensado. O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) já pediu, entretanto, uma reunião à direcção do Instituto de Mobilidade e Transportes para esclarecer a questão do trabalho ao sábado. O sindicalista José Abraão afirma que este tipo de alteração laboral exige negociação. FERNANDO J. REGATEIRO

Saúde e crise económica e social As medidas para a saúde, do programa de ajustamento económico e financeiro aplicado em Portugal, dirigiram-se para a redução global dos custos, a racionalização no uso dos recursos da saúde e um aumento do pagamento dos custos da saúde pelos utentes. Na sua aparência, seriam medidas virtuosas. Esta semana, decorreu, em Coimbra, a apresentação do estudo de caso sobre o “Impacto da crise financeira no sistema de saúde e na saúde em Portugal”, da responsabilidade do Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde e da Organização Mundial de Saúde. Os dados reportam-se, genericamente, a finais de 2012. E se os reflexos das intervenções em saúde requerem um período dilatado para se observarem resultados palpáveis, por mor de razão se aplica este limite ao trabalho apresentado, já que não haverá ainda tempo de recuo suficiente para os reflexos da crise se expressarem no “esplendor” das suas consequências mais profundas. As medidas para a saúde, do programa de ajustamento económico e financeiro aplicado em Portugal, dirigiram-se para a redução global dos custos, a racionalização no uso dos recursos da saúde e um aumento do pagamento dos custos da saúde pelos utentes. Na sua aparência, seriam medidas virtuosas, se tivessem servido para continuar a cortar, cirurgicamente, nas designadas “gorduras” do sistema, para corrigir alguns excessos nos consumos de recursos e para permitir ganhos de eficiência. Já o aumento do pagamento dos cuidados de saúde pelos utentes foi um aprofundar das assimetrias em relação aos concidadãos da União – em 2011, o pagamento feito pelos portugueses, directamente do seu bolso, já estava bem acima da média registada na UE. Só que, os reflexos da austeridade a nível da saúde não foram pensados. E o que pode ser visto como virtuoso, transforma-se num pesadelo para o cidadão comum que aufere pouco mais do que o salário mínimo e, com ele, tem de pagar tudo o que precisa. E para a qualidade da saúde precisaria ainda de pagar, entre outros custos, o aquecimento da sua casa no inverno, o transporte para aceder aos cuidados de saúde, a sua parcela na


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compra dos medicamentos na farmácia e o aumento das taxas moderadoras para quase o dobro, ou sejam, 10,30 euros para um episódio agudo nos cuidados de saúde primários e 20,60 euros por uma urgência hospitalar. Não terá sido pedir demais? Não terão sido excessivos a redução da força de trabalho disponível na saúde e os cortes na remuneração dos seus profissionais que levaram ao abandono dos serviços do SNS por muitos dos mais qualificados? Que dizer de uma redução de investimento que, em 2012, colocou a despesa per capita em saúde, num valor 20% abaixo do da média da União Europeia? E que dizer de medidas que afastam, ainda mais, das consultas dos cuidados de saúde primários, os mais desfavorecidos, mesmo os que nem sequer pagam taxa moderadora? A coesão social e a segurança dadas pelo SNS estão mesmo em risco.

Conselho das Finanças Públicas: Sem mais austeridade Portugal pode voltar ao incumprimento em 2016 Economista Teodora Cardoso defende uma política orçamental responsável, sublinhando que o país deve aproveitar as actuais condições favoráveis no contexto externo. O crescimento económico não garante o fim da austeridade. O aviso é de Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), que apresentou esta quarta-feira o relatório Finanças Públicas: Situação e Condicionantes (2015 - 2019). Para a economista o crescimento não resolve só por si os problemas do Orçamento, especialmente "se for baseado exclusivamente em medidas orçamentais", por isso defende uma política orçamental responsável. Teodora Cardoso assume que Portugal entrou numa nova fase, por isso, há que "mudar de uma política de austeridade para uma política de crescimento consistente". Na sua opinião, Portugal deve aproveitar as actuais condições favoráveis no contexto externo, para "desenhar um programa de política económica de médio prazo com uma componente muito mais focada no crescimento económico, mas com responsabilidade financeira", defendeu. Mas se nada for feito em matéria de política orçamental, o país voltava a entrar em incumprimento em 2016. No relatório, apresentado em Lisboa, os economistas do CFP escrevem que, "no cenário apresentado, de manutenção das políticas em vigor, a trajectória do

saldo orçamental aponta para um défice próximo mas acima do tecto de 3% do PIB [Produto Interno Bruto] a partir do ano de 2016". O relatório do Conselho das Finanças Públicas é uma chamada de atenção ao Governo e aos partidos políticos, para pensarem nas suas propostas eleitorais. Desde logo é preciso avaliar o impacto da hipótese de reposição de salários dos funcionários públicos e fim da sobretaxa de IRS em 2016. Na apresentação, a presidente da instituição, Teodora Cardoso, explicou que as previsões que constam do documento representam "o que se passaria se não se tomasse quaisquer medidas adicionais às que estão já quantificadas e legisladas", ou seja, não consideram “medidas que ainda não foram legisladas nem as que exigem legislação anual para serem repostas”, como é o caso da sobretaxa de IRS. Este documento será actualizado em Setembro, antes da entrega do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Palavra de ministra: Portugal tem "cofres cheios" para reagir e honrar compromissos Maria Luís Albuquerque afiança que esta situação permite o pagamento de salários, de pensões ou fazer os reembolsos da dívida.

A ministra de Estado e das Finanças garantiu que o país tem "cofres cheios" para honrar os seus compromissos na eventualidade de surgirem perturbações no funcionamento do mercado. " [A dívida pública] está, de facto, ainda muito elevada. Mas hoje, quando olhamos para a dívida pública, está lá tudo e está também o conforto de saber que, para além disso, temos cofres cheios para poder dizer tranquilamente que se alguma coisa acontecer à nossa volta que perturbe o funcionamento do mercado, nós podemos estar tranquilamente durante um período prolongado sem precisar de ir ao mercado, satisfazendo todos os nossos compromissos", garantiu


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Maria Luís Albuquerque. Em Pombal, distrito de Leiria, na sessão de encerramento das jornadas da JSD "Portugal nas tuas mãos", a governante afiançou que esta situação permite o pagamento de salários, de pensões ou fazer os reembolsos da dívida, "mantendo tudo a funcionar sem perturbação". "E isso é uma parte que também contribui para os números da dívida, mas é uma parte que está posta de lado e que nos permite gerir com tranquilidade tudo aquilo que vai acontecendo", afirmou a ministra, adiantando que quando quem está de fora olha para Portugal vê um país que "num período de quase quatro anos efectivamente conseguiu dar a volta". A natalidade e o momento perfeito Numa plateia maioritariamente constituída por jovens, que lhe dirigiram diversas questões sobre variados assuntos, uma das quais sobre a natalidade, Maria Luís Albuquerque afirmou que "aquela altura ideal em que é tudo perfeito e tudo óptimo e que é o momento ideal para ter filhos não vai aparecer". Reconhecendo que "há pessoas que gostariam de ter mais filhos e não podem objectivamente porque não têm condições, para a governante "a verdade é que havendo condições razoáveis eles criam-se e compensa". "Independentemente dos benefícios e dos estímulos e do interesse que temos em estimular isso, vocês que são jovens, multipliquem-se", desafiou, o que motivou do público uma salva de palmas. "Sobre o Varoufakis não sinto nada" Sobre a situação da Grécia e depois de ser questionada sobre o que sente sobre o seu homólogo grego, Maria Luís Albuquerque disse: "Sobre o Varoufakis não sinto nada". Quanto à probabilidade da saída do país do Euro, "essa questão se calhar menos do que possa parecer é uma questão que deve ser colocada à Grécia", referiu. "Verdadeiramente, quem tem a decisão nas mãos sobre se quer ou não quer ficar no Euro é a Grécia. As regras são conhecidas, mas não são conhecidas de agora, são conhecidas desde quando entraram em 2002", observou salientando que estas "são desenhadas para nos proteger a todos".

Maioria das vítimas de legionella avança com queixas-crime Surto, registado a partir de 7 de Novembro do ano passado, no concelho de Vila Franca de Xira, causou 12 mortos e infectou 375 pessoas.

Foto: João Relvas/ Lusa

A delegação da Ordem dos Advogados de Vila Franca de Xira prestou aconselhamento jurídico a 194 pessoas e que a maioria avançará com queixas-crime, na sequência do surto de legionella, que afectou o concelho. De acordo com o relatório final, a doença, registada a partir de 7 de Novembro do ano passado, no concelho de Vila Franca de Xira, com maior incidência nas freguesias de Vialonga e da Póvoa de Santa Iria/Forte da Casa, causou 12 mortos e infectou 375 pessoas. Neste momento ainda decorre um inquérito no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) da Comarca de Lisboa Norte-Vila Franca de Xira, relativo ao surto de legionella, que está em segredo de justiça. Na sequência deste surto, a Câmara de Vila Franca de Xira e a delegação local da Ordem dos Advogados (OA) local assinaram um protocolo para que fosse prestado, durante três meses, aconselhamento jurídico gratuito às pessoas que estivessem interessadas em avançar com processos-crime e civis para os tribunais. As consultas de aconselhamento jurídico terminaram hoje e, em declarações à agência Lusa, o presidente da delegação da OA de Vila Franca de Xira, Paulo Rocha, disse que aquelas foram solicitadas por 194 pessoas, indo a maioria avançar "imediatamente com queixascrime contra desconhecidos". "O prazo legal para a apresentação de queixas-crime é de seis meses após a ocorrência do facto e esse prazo termina já em Maio", justificou. Paulo Rocha explicou que a queixa-crime não tem custas judiciais e que cada uma irá ser independente do inquérito que ainda decorre no DIAP."Cada uma vai dar origem a novos inquéritos. No final até poderão ser aglutinadas num só, mas parece-me pouco provável", perspectivou. Contudo, no que diz respeito a acções cíveis, para possíveis indeminizações, esclareceu que os interessados deverão aguardar pela conclusão do


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inquérito. Aconselhamento jurídico mobilizou 34 advogados Paulo Rocha disse ainda que o aconselhamento jurídico às vítimas do surto de legionella mobilizou 34 advogados. O surto, o terceiro com mais casos em todo o mundo, foi considerado extinto a 21 de Novembro, no final da última reunião da taskforce criada para acompanhar o assunto, com entidades da área da saúde, do ambiente e da meteorologia, quando o ministro da Saúde, Paulo Macedo, realçou a resposta dos hospitais que "trataram mais de 300 pneumonias". Com a divulgação de resultados laboratoriais a apontar para uma relação entre as bactérias recolhidas em doentes para análise e aquelas encontradas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal, e com o caso a passar para a Procuradoria-Geral da República, o segredo de justiça é o argumento de algumas entidades, como a Inspeção Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT), para não se falar sobre o desenvolvimento do processo. A doença do legionário, provocada pela bactéria `Legionella pneumophila`, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

coordenador diocesano da Pastoral a Saúde esteve em Évora para falar sobre “Os afectos na prática do voluntariado”, numa iniciativa da Fundação Eugénio de Almeida. Nesta entrevista, Monsenhor Vítor Feytor Pinto fala do papel e dos desafios de ser voluntário. Na área da saúde lembra que temos o melhor Serviço Nacional de Saúde do mundo, apesar das dificuldades e desequilíbrios existentes. "A cruz dos responsáveis do Ministério da Saúde é muito grande. Querer fazer a reestruturação de todos os serviços sem ter os meios suficientes para consegui-lo é uma tortura para aqueles que têm responsabilidades". A afectividade é uma dimensão presente na vida de qualquer ser humano, independentemente do papel que desempenha na sociedade. Na prática do voluntariado, este pode existir sem afectos? Não é possível. Se nós em voluntariado estamos a trabalhar com pessoas, necessariamente temos de cultivar os afectos porque estes são relação. Claro que se eu for voluntário numa biblioteca não preciso de ter afectos, embora goste de trabalhar com os livros. Mas se eu estou numa área como a saúde ou a educação, a relação afectiva torna-se fundamental. Diria que o jogo da afectividade é essencial para a realização da pessoa: quem não tiver relação está morta. Este ano no Dia Mundial do Doente, o Papa Francisco falou da sabedoria do coração (jogos dos afectos) e dizia quatro coisas muito simples: a sabedoria do coração supõe MONSENHOR VÍTOR FEYTOR PINTO estar com o outro, supõe servir o outro, supõe sair de mim para ir ao encontro do outro e, finalmente, supõe ser solidário com o outro sem o julgar. Isto é de uma sabedoria extraordinária porque é a afirmação absoluta da afectividade na relação humana. E essa afectividade, educa-se? Claro. É um dos elementos mais importantes do voluntariado. O voluntário é uma pessoa que na sua totalidade está disponível para servir o outro. Ora se o ser humano é um ser em projecto, quando quer ser Horas de espera nas urgências, o voluntário tem que sentir que projecto tem. Depois tem de saber decidir e ajudar o outro a fazê-lo também. Ou descontentamento dos utentes, a falta de seja, não cortar a liberdade recíproca mas valorizar essa meios económicos, a aposta na prevenção e liberdade. Há outro elemento muito importante que é a na educação para a saúde ou a gestão dos sensibilidade. O ser humano não é apenas sensível afectos no voluntariado, são alguns dos mas também capaz de intercomunicar com o outro com toda a sensibilidade que o seu coração lhe dá, que temas abordados nesta entrevista à a sua experiência de vida lhe dá. No fundo, isto é saber <STRONG>Renascença</STRONG>. cultivar as emoções e orientá-las. Dou um exemplo: A forma como fala com o doente ou com uma criança. Pode falar de uma tal maneira que acaba por ser uma agressão que lhes faz. Há toda uma educação que se faz. Educação no voluntariado, educação na afectividade, educação do comportamento perante as emoções dos outros e das nossas. É uma riqueza muito grande. Como olha para o panorama do voluntariado, neste momento, em Portugal? Penso que não está nada mau. Há uma grande sensibilidade para o voluntariado. Suponho é que não está a ser suficientemente protegido e promovido. Eu sou membro do Conselho Nacional do Voluntariado. É preciso dar mais importância a este órgão, é preciso Foto: RR ajudar o voluntariado que tem muito caminho para Por Rosário Silva andar. Ao nível do país, temos à volta de 200 bolsas de O administrador paroquial do Campo Grande e voluntariado - chamam-se Bancos de Voluntariado,

“A cruz dos responsáveis do Ministério da Saúde é muito grande”

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onde se formam e integram voluntários. Isto é fantástico, mas não lhe damos muita importância e nem sequer reconhecemos uma coisa que a Europa está a trabalhar muito bem, que é a importância económica do voluntariado. Se contabilizarmos, o voluntariado dá uma qualidade de organização económica ao país muito rica. Não substitui os profissionais, mas a qualidade que dá pode levar a que se façam menos despesas, por exemplo. Quem, no seu entender, deveria estar mais atento a esta matéria? Primeiro que tudo o Ministério da Segurança Social, depois o da Saúde e também o da Educação. São tutelas que trabalham com a pessoa. Se eu introduzo, sem substituir postos de trabalho, apenas para o apoio anímico e promotor da afectividade e das emoções, se eu trabalho com pessoas, então quando se colocam problemas com o doente, com a criança ou com a família, o apoio do voluntário é fundamental e enriquecedor. É um profundo conhecedor da área da saúde em Portugal, como tem acompanhado os problemas nesta área, de que são exemplo os episódios de urgências a rebentar pelas costuras, as horas intermináveis de espera ou da falta de profissionais? A cruz dos responsáveis do Ministério da Saúde é muito grande. Querer fazer a reestruturação de todos os serviços sem ter os meios suficientes para consegui-lo é uma tortura para aqueles que têm responsabilidades. Mas ao mesmo tempo, também é um grande sofrimento para aqueles que acabam por sofrer as consequências da dificuldade na renovação, transformação e readaptação de serviços. Agora este é um tempo de grande crise económica e a redução de custos é um problema muito grande quando trabalhamos com pessoas. Pela experiência que tenho, ao longo de todos estes anos de trabalho com os diferentes governantes nesta área, creio que não há nenhum que queira sacrificar a pessoa, mas têm uma cruz enorme para conseguirem equilibrar o respeito e a promoção da pessoa com as dificuldades de natureza económica que estão à sua disposição. Como se consegue esse equilíbrio? Penso que tem de ser um esforço de todos. Antigamente ia-se à urgência e era-se logo atendido. Porquê? Porque quase ninguém ia, mas agora uma pessoa tem uma unha encravada e vai à urgência. É bom saber que todos podemos ir e encontrar ali solução, mas, por outro lado, é dramático. Era ideal que as pessoas soubessem que deveriam ir ao centro de saúde. A população não está, ainda, educada para poder também recorrer aos serviços em tempo próprio e aceitando alguma dificuldade pela acumulação, em determinadas etapas do ano, de serviços. Actualmente, não se tem dado tanta oportunidade e envolvimento, até das nossas comunidades cristãs, a um trabalho de prevenção. Temos um trabalho intenso de educar as pessoas para a saúde. Se formos capazes de o fazer e criarmos uma corrente de entre-ajuda vamos conseguir resolver estes problemas. Agora, precisamos também de mais dinheiro. Precisamos que a saúde tenha os meios económicos suficientes. E depois há outra coisa: Temos o melhor Serviço Nacional de Saúde do mundo e não podemos deixá-lo perder-se, mas também temos de saber utilizá-lo. Este equilíbrio não é

fácil.

Livro de reclamações electrónico até ao Verão O Governo prepara também alterações ao actual Código da Publicidade.

O Governo quer criar o livro de reclamações electrónico até ao Verão. O objectivo é ter uma plataforma única para receber as queixas dos consumidores. Vão estar representadas as entidades que regulam os sectores mais visados nas reclamações, como a ASAE e a Autoridade Nacional das Comunicações. O secretário de Estado da Economia, Leonardo Mathias, anuncia para o Verão os primeiros testes do livro electrónico para que o consumidor possa, de forma mais rápida, apresentar a sua reclamação. O projecto-piloto da plataforma electrónica vai estar disponível em simultâneo com a versão em papel do livro de reclamações. O Governo prepara também alterações ao actual Código da Publicidade que visam reflectir, o desenvolvimento das novas tecnologias e o aumento do comércio electrónico. Outro dos objectivos passa por dar mais responsabilidades ao Banco de Portugal e à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários no que respeita à fiscalização da publicidade a produtos financeiros. O secretário de Estado da Economia quer ter uma proposta legislativa já na segunda quinzena do próximo mês, ficando depois, o documento, em consulta pública.


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Pacheco de Melo sai da Portugal Telecom Administrador financeiro renunciou ao cargo.

A Portugal Telecom SGPS (PT SGPS) anunciou esta quarta-feira que Luís Pacheco de Melo renunciou ao cargo de administrador na empresa. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a PT SGPS "anuncia que Luís Pacheco de Melo renunciou, a 18 de Março de 2015, ao respectivo cargo de membro do Conselho de Administração da PT SGPS". Pacheco de Melo foi administrador financeiro da Portugal Telecom e recentemente prestou declarações na comissão de inquérito ao BES no Parlamento.

Chumbada audição a Maria Luís Albuquerque no caso Swissleaks Os deputados comunistas querem ouvir o anterior ministro das Finanças. A maioria PSD/CDS recusou a audição da ministra das Finanças na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças sobre a fiscalidade de grandes empresas, no âmbito de escândalos como o `Swissleaks`, disse à Lusa fonte parlamentar. Na semana passada, o PCP requereu um conjunto de audições na Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) sobre a fiscalidade de grandes empresas, incluindo a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, no âmbito de "sucessivos escândalos (`LuxLeaks` e `SwissLeaks`), dando conta de elevados níveis de evasão fiscal por parte de titulares de grandes empresas e grupos económicos, incluindo portugueses". O requerimento do PCP esteve na agenda da COFAP, mas a audição da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, foi chumbada pelos deputados da maioria PSD/CDS, disse à agência Lusa fonte do grupo parlamentar comunista.

Além da audição de membros do Governo actual, os deputados comunistas querem ouvir o anterior ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que, segundo disse a mesma fonte à Lusa, está pendente da disponibilidade do ex-governante. Já a 12 de Fevereiro, o grupo parlamentar comunista tinha requerido a audição parlamentar de Maria Luís Albuquerque e de Teixeira dos Santos, sobre o caso de fraude fiscal e branqueamento de capitais `Swissleaks`. Dias antes, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação divulgou documentos confidenciais sobre o ramo suíço do banco britânico HSBC Private Bank, que revelam alegados esquemas de evasão fiscal. Entre essa informação consta uma lista de 611 contribuintes ligados a Portugal que, alegadamente, abriram contas nesse banco para fugir ao fisco, num total de cerca de 855,5 milhões de euros. Segundo o Governo, a Autoridade Tributária já tem a lista na sua posse. A 27 de Fevereiro, o actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e o seu antecessor Sérgio Vasques foram ouvidos na mesma comissão sobre o caso. V+ INFORMAÇÃO

Tiroteio em restaurante na Suécia Neste noticiário: Pelo menos duas pessoas morreram num tiroteio num restaurante em Gotemburgo; Maria Luís Albuquerque diz que Portugal tem os "cofres cheios"; lista VIP das finanças chega ao Parlamento; Ricardo Salgado volta à Comissão de Inquérito ao BES; encontro a cinco em Bruxelas para discutir caso grego; "Cinderela" estreia hoje em Portugal.

Peticionário pela demissão de Passos contra-ataca e avança com moção de censura Militante do Bloco de Esquerda tem como novo objectivo a demissão do Governo. O autor de uma petição electrónica pela demissão do primeiro-ministro, arquivada pelo Presidente da


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República, criou uma nova petição, agora dirigida a todos os grupos parlamentares a pedir uma moção de censura ao Governo. A nova petição, activada na noite de terça-feira, conta até agora com 35 signatários. "Vêm os signatários propor a todos os grupos parlamentares o desenvolvimento das iniciativas previstas na Constituição com vista à submissão de uma moção de censura ao Governo, visando a sua demissão, em sede própria, na Assembleia da República Portuguesa", lê-se agora no novo documento intitulado "Moção de Censura". A primeira iniciativa a título individual do militante do BE Luís Moreira era dirigida a Cavaco Silva e foi enviada para a Assembleia da República, com cerca de 19.100 assinaturas e era baseada na polémica sobre a carreira contributiva de Passos Coelho. O texto citava vários artigos da Constituição da República Portuguesa para justificar o seu objectivo. Os serviços de São Bento entenderam não ser aquele o órgão indicado para apreciação do documento, embora o tivessem distribuído aos seis partidos representados, além de sugerirem ao peticionário a entrega do texto no Palácio de Belém. Luís Moreira entregou o documento na Presidência da República no domingo e a Casa Civil respondeu na terça-feira que o mesmo "mereceu a devida atenção", porém, "o Presidente da República, em face do seu conteúdo, decidiu determinar o seu arquivamento". O texto do engenheiro de 52 anos lembra o antecedente: "Num curto espaço de tempo essa petição recolheu mais de 19.000 assinaturas, ou seja, mais do que suficiente para ver 19 petições registadas no diário da Assembleia da República (1.000), mais de quatro vezes o necessário para a submissão de uma petição ao parlamento (4.000), mais de 2 vezes o necessário para a legalização de um partido político (7.500), mais de 2 vezes o necessário para a apresentação de um candidato à Presidência da república (7.500)".

Vistos "gold". Exdirector do SEF sai de prisão domiciliária Jarmela Palos foi detido no âmbito da "Operação Labirinto". O Tribunal da Relação de Lisboa alterou a medida de coacção aplicada ao antigo director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Manuel Jarmela Palos deixa de estar em prisão domiciliária e passa a ter apenas de se apresentar duas vezes por semana no posto policial da sua residência. A informação é avançada pela agência Lusa que cita fonte ligada ao processo. Jarmela Palos foi detido, em meados de Novembro de 2014, no âmbito de uma operação relacionada com a atribuição de vistos "gold". O antigo director foi detido na sequência da "Operação Labirinto", uma investigação relacionada com a atribuição de vistos “gold”. No total, foram detidas 11 pessoas suspeitas corrupção activa e passiva,

recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência. O caso envolve ainda a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes, Jaime Gomes, sócio-gerente da empresa JMF Projects and Business, os funcionários do IRN Paulo Eliseu, Paulo Vieira, José Manuel Gonçalves e Abílio Silva, entre outros. O que são os vistos gold?

Caso Sócrates. Supremo recusa apreciar “habeas corpus” de empresário Ex-governante está preso preventivamente, em Évora, desde Novembro de 2014, indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais. O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) recusou apreciar o pedido de libertação imediata de José Sócrates apresentado por um empresário de Guimarães, alegando a "falta de interesse em agir" do empresário. Na fundamentação do pedido, a que a agência Lusa teve acesso, o juiz conselheiro Armindo Monteiro alegou que "não reconhece interesse em agir direito de quem quer acautelar", não prosseguindo os autos para audiência nem se apreciando "o mérito" do "habeas corpus". O cidadão Alfredo Lopes Pinto, por intermédio de advogado constituído, intentou a providência de "habeas corpus" argumentando que os eventuais crimes cometidos no período de desempenho das suas funções enquanto primeiro-ministro (...) não podem deixar de ser julgados pelo STJ". Aquele gerente industrial reformado de Gondar, Guimarães, invocava ainda que o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) "carece de competência para decretar a prisão preventiva [de Sócrates] e a Relação para intervir como instância de recurso". Alegou também no pedido que houve "excesso de prisão preventiva ao omitir-se o reexame trimestral da prisão preventiva" de José Sócrates, em finais de Fevereiro. Na terça-feira, o Tribunal da Relação de Lisboa, que manteve o antigo primeiro-ministro em prisão preventiva, considerou que se verificam "fortes indícios dos crimes imputados e o perigo de perturbação da recolha e da aquisição da prova". Na segunda-feira, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou um pedido de libertação imediata, feito pela defesa do ex-primeiro-ministro. Com estes dois pedidos, passa a seis o número de pedidos de libertação imediata do ex-primeiroministro, que se encontra em prisão


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preventiva desde o dia 25 de Novembro do ano passado, no Estabelecimento Prisional de Évora. Dos seis “habeas corpus” já apresentados, apenas três foram apreciados tendo sido rejeitados. José Sócrates está indiciado por corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, num processo que tem também como arguidos João Perna, o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o administrador da farmacêutica Octapharma, Paulo Lalanda Castro. [notícia actualizada às 14h00]

Relação mantém empresário amigo de Sócrates em prisão preventiva Carlos Santos Silva também foi detido no âmbito da "Operação Marquês". O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu manter Carlos Santos Silva, amigo do ex-primeiro-ministro e empresário da construção civil, em prisão preventiva. Carlos Santos Silva está detido desde Novembro, indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal qualificada, e branqueamento de capitais. A Relação considera que a medida de coacção aplicada pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, é adequada. José Sócrates está indiciado por corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, num processo que tem também como arguidos João Perna, o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o administrador da farmacêutica Octapharma, Paulo Lalanda Castro.

"Terrível acidente" mata portuguesa em França Pesado conduzido pela portuguesa, com cerca de 50 anos, saiu da estrada e caiu numa vala, junto à cidade de Cuvillers. O marido ficou gravemente ferido. Uma portuguesa morreu num grave acidente de viação na saída da auto-estrada francesa A2 para a cidade de Cuvillers. A informação foi confirmada pelo secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. Segundo o secretário de Estado, a portuguesa viajava acompanhada pelo marido, que se encontra internado no Hospital de Cambrai. "A situação está a ser seguida pelo cônsul em Paris", acrescentou à agência Lusa. O "terrível acidente" ocorreu, esta quarta-feira, cerca das 13h00 de Lisboa (14h00 em França) no sentido

Paris-Valenciennes da A2, um pouco antes das portagens de Thun-l`Évêque, quando o pesado conduzido pela portuguesa saiu da estrada e caiu numa vala junto à cidade de Cuvillers, refere edição digital do jornal “La Voix Du Nord”. A condutora, uma portuguesa com cerca de 50 anos, terá morrido logo após o embate, acrescenta. A portuguesa viajava com o marido, que ficou gravemente ferido no acidente e foi transportado para o centro hospital de Cambrai pelos bombeiros locais. As fotos que acompanham a notícia mostram um camião praticamente desfeito pela intensidade do embate. O camião, de matrícula espanhola, transportava peças metálicas. Antes de sair da estrada, terá rebentado com os "rails" de protecção e caído numa vala. De acordo com o jornal, foi preciso cerca de uma hora para os 15 bombeiros que acorreram ao local desencarcerarem o marido da condutora, cuja nacionalidade não é referida na notícia.

Empresas portuguesas viajam menos para Angola Agência “TQ Travel” confirma quebra nas vendas. Por Ana Carrilho

As empresas portuguesas estão a viajar menos para Angola devido aos problemas económicos criados com a baixa dos preços do petróleo. Uma situação que teve reflexos nas vendas das agências de viagens, sobretudo das que trabalham a área empresarial e de negócios, como acontece com a agência “TQ Travel”. Num encontro com a imprensa, o seu administrador Vítor Filipe revelou que se notou uma quebra na venda de passagens aéreas desde Novembro, pouco depois do início das restrições em Angola. “Muitas empresas que estavam a enviar quadros e trabalhadores para Angola começar a cortar nessas viagens”. No entanto, o empresário e antigo presidente da APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo – diz que se nota “uma ligeira recuperação desde o início do mês”. E que espera, continue. Outro país importante para as agências é o Brasil e Vítor Filipe também receia que a instabilidade social e política venha a ter repercussões no negócio das viagens e turismo. Por outro lado, o mercado asiático e especialmente, o chinês apresenta-se com grandes potencialidades e a “TQ Travel” está a apostar nele. Por isso, Vítor Filipe considera que seria bom para Portugal se fosse criada uma linha aérea directa entre Lisboa e Pequim. Espera que seja uma realidade em breve mas também admite que depende da estratégia do novo dono da TAP, após a privatização e dos incentivos que houver para que alguma companhia chinesa voe para Portugal. A China é o primeiro país do mundo emissor de


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turistas e estes são os que mais gastam nas suas viagens. Um mercado com grande interesse para Portugal.

Portugal oferece embarcações de busca e salvamento a São Tomé Países assinam acordos bilaterais que prevêem o reforço de um programa quadro de cooperação técnico-militar.

São Tomé recebe as lanchas "Tsunami" do Governo português. Foto: Ana Rodrigues/RR Por Ana Rodrigues

O Governo português ofereceu a São Tomé e Príncipe duas embarcações de busca e salvamento, no quadro da cooperação entre os dois países. A oferta, esta quarta-feira, complementa o programa de formação do Instituto Nacional de Socorros a Náufragos à guarda costeira são-tomense e a cerimónia de entrega contou com a presença do ministro da Defesa de Portugal, José Pedro AguiarBranco. Durante a manhã foram assinados acordos bilaterais que prevêem o reforço de um programa quadro de cooperação técnico-militar, assim como uma adenda ao acordo de fiscalização marítima relativa à utilização de meios aéreos. Depois de audiências com o primeiro-ministro e o Presidente da República de São Tomé, Aguiar-Branco teve ainda um almoço previsto a bordo da fragata Bartolomeu Dias, que realiza actualmente uma missão de vigilância naquela região. Antes de São Tomé e Príncipe, Aguiar-Branco esteve na Guiné-Bissau, onde acompanhou os trabalhos de prevenção do vírus do ébola no país.

“Melhor ditador a prazo que califa sem termo?” A frase encerra “A Síria em pedaços”, o mais recente livro de Bernardo Pires de Lima. Em entrevista à Renascença, o autor analisa o conflito e o modo como se passa da iminência de uma intervenção para um quadro em que Assad é um mal menor. Por José Bastos

Bernardo Pires de Lima sustenta que “Assad é parte da solução”, como reconheceu o secretário de Estado norte-americano, no fim-de semana. O investigador do IPRI defende em “A Síria em pedaços”, o seu mais recente livro, a apresentar esta quinta-feira, que “no tabuleiro sírio se cruzam todas as peças do xadrez internacional”. Em entrevista à Renascença, Bernardo Pires de Lima critica o “simplismo” da análise ocidental que a realidade acaba por contrariar. John Kerry admitiu que não há solução sem Assad. Da forma como Washinton geriu, em 2013, a questão do arsenal químico, era claro que este recuo iria surgir? Sim. Eu exponho esse cenário em grande parte do livro. Era um epílogo inevitável: tornar Assad parte da solução que, entretanto, se transformou em prioritária. A solução já não é mudar o regime para ter uma oposição pouco representativa, mas sim encurralar o autodenominado Estado Islâmico (ISIS) entre a Síria e o Iraque. Desse ponto de vista, apesar de tudo, se Damasco, e toda a orla ocidental do país não está tomada pelo ISIS, isso deve-se às forças armadas do presidente Assad. Evidentemente, também ao Hezbollah e ao apoio do Irão. A guerra na Síria, o ISIS a emergir assim... Isto resulta de o Ocidente não ter percebido esta realidade atomizada e fragmentada? Acho que sim. A leitura começa ser recorrente nas observações ocidentais sobre a região. Para não recuar mais, começou no Iraque, num pós-guerra que desfragmentou um país interétnico com sectarismo interno, passou pela Líbia, num pós-intervenção desastroso, e, depois, paralelamente, pela Síria. Há um certo idealismo ocidental face a estas realidades: olhar para derrube de ditaduras e a sua substituição por instituições democráticas. Ora, o que se destapa pelo fim, do que pode ser considerado o "institucionalismo", é, em muitos casos, um brutal tribalismo. O recuo de Kerry é reconhecer que não se derrota o ISIS apenas com a estratégia aérea? Que são necessárias “botas no terreno”, iranianos no Iraque e homens de Assad na Síria? O livro passa também pela fraqueza do que é uma estratégia exclusivamente aérea. É evidente que os Estados Unidos não querem regressar a um terreno de onde retiraram. É promessa eleitoral de Obama. Em final de mandato, Obama não quer que a Síria seja para


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si o que o Iraque foi para George W. Bush. É prudente e sensato. Mas a retracção de Obama tem um preço: a interpretação que os países da região fazem dessa aparente fraqueza. Desde logo, o Irão. O que está a acontecer é que, de forma explicita ou não, os Estados Unidos estão, no Iraque e na Síria, a estender uma passadeira ao Irão. O Irão é hoje, no terreno, parte da solução anti-ISIS. É um factor que gera tensão com Israel - viu-se nas eleições desta semana - e na relação dos Estados Unidos com a Arábia Saudita. Jorge Sampaio escreve, no prefácio do seu livro, que na Síria “o que é nem sempre parece e o que parece nem sempre é”. Assim se explica também a tragédia humanitária? Essa e outras razões. A complexidade daqueles países é tal que as bolhas informativas em que estamos envolvidos, na Europa e nos Estados Unidos, no sentido de tratamento dos dados que nos chegam de diversas fontes, não é de todo suficiente para conhecer, com rigor, a realidade. Já temos casos suficientemente graves de desconhecimento e de intervenção na realidade, mesmo depois de lá chegar. É o maniqueísmo de uma análise simplificada? Sim, mas não só. O Ocidente vive, talvez na ressaca de 89/91, num excessivo optimismo face a si mesmo. Aquele triunfalismo acabou por ser uma espécie de grande bebedeira colectiva que resultou da democratização, com sucesso, do leste europeu. A formula única do “teve sucesso aqui, terá noutras paragens” não tem um determinismo lógico. Antes obedece a diversas forças de bloqueio. O que se vê, sobretudo no pós 11 de Setembro, no Iraque, Afeganistão é uma dinâmica não uniforme, não exportável, pelo menos, nos parâmetros que se admitiam. O que diz é que a Primavera Árabe - com excepção da Tunísia – se moveu no sentido oposto às expectativas ocidentais... Completamente. Uma das teses deste livro é exactamente essa. A “Primavera Árabe”, na minha opinião, nunca existiu. Mas Damasco não foi Tripoli porquê? Damasco não foi Tripoli porque é o grande entroncamento de interesses divergentes. A Líbia, apesar de tudo, num determinado momento, conseguiu atrair uma interessada comunidade internacional. Por isso é que também discuto no livro o conceito de comunidade internacional "lato sensu". Só é uma comunidade de acordo com determinado "timing"’ e num quadro de convergência de interesses. A Líbia conseguiu atrair esses interesses, houve uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para evitar uma catástrofe humanitária em Benghazi, mas o extrapolado da resolução - derrubar o regime - fez com que a Rússia e a China nunca mais aprovassem uma resolução sobre a Síria. Não é possível ler estes casos de forma isolada. Outra tese do livro é a de que no tabuleiro sírio se cruzam todas as peças do xadrez internacional? Cruzam-se todas as peças. Todas. Todas com diversos graus de protagonismo e capacidade de intervenção. Por exemplo, a capacidade europeia de intervenção é

limitada, o que não significa que o problema não seja europeu. Como vemos pelo "jihadismo", alimentado na plataforma síria - e também por toda a orla mediterrânea de que a Síria faz parte -, a entrecruzar problemas, por exemplo, de exploração de gás, com Chipre, Grécia, Líbano e Israel, passível de ditar muita turbulência. A Síria é, então, o elemento centrifugador deste vórtice que sacode o grande Médio Oriente de Casablanca a Cabul? Não diria Casablanca. Considero Marrocos um caso de relativa estabilidade, mas sim há aí um grande arco geográfico grande. O livro chama-se “Síria em pedaços” por ter o epicentro numa Síria estilhaçada e porque, como compila crónicas, quase duzentas, é contado pedaço a pedaço. A crónica não é mais que um instante fotográfico, num determinado momento. O leitor encontra o resultado de uma “grande angular” dos últimos quatro anos com “fotografias”, praticamente diárias, do que foi acontecendo no Egipto, na Argélia, no Iémen, na Síria e no Iraque. Num certo sentido estes quatro anos foram tudo e o seu contrário. O livro monta o puzzle? Tento coser as crónicas num puzzle. Obedece a um encadeamento lógico/temporal, embora as crónicas não tenham necessariamente de estar alinhadas em sequência de publicação. Mas todas resultam dos textos publicados no Diário de Notícias. Não reescrevi a história. São as minhas interpretações naqueles momentos particulares. O Ocidente baixou a guarda quanto ao ISIS depois da decapitação da Al Qaeda? Talvez não um ‘baixar a guarda’, mas houve uma negligência interpretativa. Pensou-se que o ISIS fosse, mais ou menos, o que a Al Qaeda tinha sido. O ISIS não é isso. São duas organizações diferentes para atingir distintos objectivos. Nesse sentido, o tempo correu a favor da implantação do ISIS. E como se passa da iminência de uma intervenção externa em Agosto de 2013 para Assad como um mal menor em Março de 2015? “Mais vale um ditador a prazo que um califa sem termo?” Essa é a última frase do livro. Há várias condicionantes. Da administração Obama houve prudência - que defendi na altura - ao não intervir, porque havia casos de tremendo insucesso a fazer com que a ponderação fosse levada ao extremo: Iraque, Líbia, Afeganistão. Obama não precisava de um novo Iraque na Síria. A verdade é que já tinha o verdadeiro Iraque nas mãos. Depois, as oposições sírias não davam confiança para substituir o regime de Assad. Mais tarde o ISIS acabou por tornar prioritária a frente actual de combate ao terrorismo. Esta entrevista está disponível em multiplataformas e é sua a frase “a Primavera Árabe não foi o que o Ocidente queria, nem o Facebook ou o Twitter colaboraram. Até contribuíram para distorcer percepções” porque só 20% dos egípcios ou tunisinos tinham acesso à rede. Agora, temos essa contradição da Jihad 3.0 do ISIS a usar e abusar da mais moderna tecnologia para facilitar o regresso à idade das trevas. Não será contraditório? É um pouco isso. Nós, no Ocidente, simplificamos as realidades. Lá porque há um circuito "underground" à volta do Facebook ou do Twitter, à volta de gente nova,


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sensível aos nossos conceitos democráticos e liberais, achamos que a revolução é exactamente o que essa gente quer. O Egipto, expondo os limites das redes sociais, provou que não é assim. A ~Praça Tahrir não passou de um grande intervalo revolucionário. Tudo a seguir demostrou como as redes sociais podem vir a ser usadas a favor de movimentos contra-revolucionários, movimentos terroristas e manipuladores de fenómenos sociais e religiosos. Desse ponto de vista, ficou provado que também é excessiva a crença ocidental nas nossas ferramentas comunicacionais. Acreditamos serem as ferramentas necessárias para o resto do mundo, sendo que o resto do mundo absorveas e usa-as a seu preceito e não como gostaríamos. Questiono as interpretações “ocidentalistas”. Isto levame a outra grande conclusão: vivemos numa era de informação avassaladora e não a sabemos digerir. Não sabemos, sobretudo, pensar essa informação num plano político e estratégico. Na Europa e nos Estados Unidos a falta de pensamento estratégico leva a que haja más decisões, a decisões fora de tempo, a escassa ligação nestes assuntos entre a sociedade, as universidades, os media e, do outro lado, o poder político. Deste quadro, apanhamos fragmentos e, depois, tentamos enquadrar uma explicação, colandoos. No final, a realidade trata de desmembrar as nossas explicações simplistas.

Manuel García-Margallo, indicou que os dois espanhóis mortos no atentado poderiam fazer parte de um grupo de 90 espanhóis que chegaram a Tunes em dois navios de cruzeiro. A delegação de Governo de Valência indicou mais tarde, após a conferência, que os dois espanhóis já foram identificados, ainda que não tenha revelado a identidade de ambos.

Gotemburgo. Tiroteio em restaurante faz dois mortos e vários feridos Polícia sueca garante não haver nada neste incidente que sugira tratar-se de um acto terrorista. Terá sido um ajuste de contas entre gangues da cidade.

Não há portugueses entre as vítimas do atentado na Tunísia Ataque fez 22 mortos e mais de 40 feridos, na capital do país. As autoridades tunisinas confirmaram que não existem cidadãos portugueses entre as vítimas atentado de Tunes, que provocou 22 mortos e 42 feridos, disse à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Segundo a mesma fonte, a confirmação foi dada pelas autoridades tunisinas à embaixada de Portugal em Tunes. Dois homens com armas automáticas mataram esta quarta-feira 22 pessoas, 20 delas turistas estrangeiros, no Museu Nacional do Bardo, na capital da Tunísia, acabando por ser abatidos pela polícia. O ataque provocou ainda 42 feridos, de acordo com o mais recente balanço do Ministério do Interior tunisino. Ainda ninguém reivindicou o atentado. Duas vítimas são espanholas Entretanto, o Governo espanhol confirmou que dois cidadãos espanhóis morreram no atentado. A mesma fonte admitiu que este balanço pode subir devido "à enorme confusão de dados". Em conferência de imprensa, em Valência, o ministro dos Assuntos Exteriores (Negócios Estrangeiros), José

Polícia isolou o local. Foto: Björn Larsson Rosvall/ EPA

Pelo menos duas pessoas morreram e oito ficaram feridas num tiroteio registado, durante a noite, num bar da cidade sueca de Gotemburgo. Uma testemunha citada pelo jornal "Aftonbladet" descreveu dois atiradores que entraram no restaurante, com armas automáticas, e começaram a disparar. As autoridades garantem não haver nada neste incidente que sugira tratar-se de um acto terrorista, mas eventualmente um ajuste de contas. "Está claro que isto não é um crime comum, é um caso de violência grave, e muitos indícios apontam para que esteja relacionado com gangues", disse a porta-voz da polícia Ulla Brehm em declarações à televisão pública sueca SVT. Até ao momento ainda ninguém foi detido, mas as autoridades já interrogaram várias pessoas e realizaram buscas na zona do restaurante. [actualizada às 6h00]


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Dificuldades gregas vão marcar cimeira europeia em Bruxelas

Nova sede de luxo do BCE dá origem a confrontos na Alemanha

Além da tensão em torno da situação grega, a reunião tem na agenda a união energética, a análise das perspectivas económicas e as relações externas, sobretudo o conflito no leste da Ucrânia.

Edifício custou perto de 1,2 mil milhões de euros. Polícia já deteve alguns manifestantes anticapitalistas.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se esta quinta-feira, em Bruxelas, com a situação grega em pano de fundo, perante o aumento das dificuldades financeiras de Atenas e a sombra de uma saída do euro. A reunião de dois dias do Conselho Europeu, que conta com a participação do primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, tem na agenda oficial a união energética, a análise das perspectivas económicas e as relações externas, sobretudo o conflito no leste da Ucrânia. No entanto, apesar de não estar na agenda, a situação da Grécia deve marcar a cimeira europeia. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que organize, à margem da cimeira, uma reunião de alto nível com o presidente de França, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ainda o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. A tensão em torno da situação grega e mesmo o risco de uma saída da Grécia da Zona “uro – ‘Grexit’ na contracção em inglês - voltou a aumentar nos últimos dias. Por um lado, informações indicam que não estão a correr bem as negociações com os credores, com Atenas a garantir que estão a ser feitas exigências que não respeitam o acordo alcançado no Eurogrupo. Por outro lado, são cada vez mais graves os problemas de liquidez do país quando tem de fazer face a vários pagamentos. O acordo alcançado a 20 de Fevereiro no Eurogrupo (reunião que junta os ministros de Finanças da Zona Euro) permitiu estender o programa de resgate da Grécia até final de Junho, comprometendo-se Atenas a apresentar e aplicar reformas com vista ao desembolso da última parcela do empréstimo, que ascende a 7.000 milhões de euros. A cimeira arranca pelas 15h00 (hora de Lisboa), na sede do Conselho, em Bruxelas. Antes disso, de manhã, Passos Coelho participa na reunião de líderes do Partido Popular Europeu e o secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, estará presente no encontro do Partido Socialista Europeu.

A cidade alemã de Frankfurt é, nesta quarta-feira, palco de violentos confrontos entre manifestantes e polícia, devido à inauguração da nova sede do Banco Central Europeu (BCE). Perto de dez mil manifestantes coordenados pelo movimento anticapitalista “Blockupy” estão nas ruas desde o início da madrugada, a levantar barricadas e a incendiar pneus. A polícia efectuou algumas detenções e usou jactos de água para tentar conter a fúria dos manifestantes, que contestam o custo do novo edifício. Com um orçamento inicial de 850 milhões de euros, a nova sede do BCE (em construção nos últimos quatro anos) terá acabado por custar cerca de 1,2 mil milhões de euros.

Presidente brasileira anuncia pacote contra a corrupção "Um passo decisivo para combater a impunidade". Dilma Rousseff responde assim às manifestações do fim-de-semana que colocaram na rua mais de dois milhões de brasileiros.<BR>

Foto: Fernando Jizerra JR/ EPA

A Presidente brasileira anunciou um conjunto de medidas, que submeterá ao Congresso, com o objectivo de reforçar o combate à corrupção, na sequência do escândalo que envolve a companhia petrolífera estatal Petrobras. Uma das medidas anunciadas tipifica como delito


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penal a ocultação de dinheiro obtido pelos partidos políticos para as suas campanhas, uma prática que, até agora, apenas é considerada uma infracção de tipo eleitoral e punida com sanções administrativas. "Vamos enfrentar esta questão de forma bastante aberta, pois assim se dará resposta à exigência da população, que quer eleições mais transparentes e limpas", declarou Rousseff. Outras medidas pretendem regulamentar e agilizar os trâmites para o confisco de bens obtidos através de corrupção e facilitar o seu leilão, de modo a recuperar o dinheiro roubado ao Estado mediante essas práticas. Propõe-se igualmente estender a todos os funcionários públicos do país uma lei, até agora aplicada apenas aos políticos, que impede que se candidatem a cargos oficiais se estão a responder em algum processo em tribunal ou tiverem sido declarados culpados de delitos contra o património público ou de tipo penal. Escândalo envolve 50 políticos Também é pedida a revisão das leis contra o enriquecimento ilícito, no sentido de que as investigações judiciais sejam abertas sempre que os bens declarados às autoridades pelos funcionários públicos não se coadunem com os seus rendimentos. Outra medida anunciada regulamenta uma lei contra a corrupção já aprovada e refere-se às práticas ilícitas no sector privado, endurecendo as penas para os empregadores que se envolvam em crimes contra o erário público. Esta pode afectar directamente 18 empresas privadas contra as quais a procuradoria-geral instaurou dois processos administrativos por alegado envolvimento na rede de corrupção descoberta na Petrobras. "Isto representa outro passo decisivo para ampliar a capacidade do Estado para prevenir e combater a corrupção e a impunidade", afirmou Rousseff no Palácio do Planalto, perante todo o seu gabinete e membros dos três poderes da nação. No âmbito deste escândalo, estão também sob investigação 50 políticos, na sua maioria da base de apoio a Dilma Rousseff e entre os quais o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari, por supostas manobras para conseguir dinheiro da Petrobras para as campanhas do partido agora no poder. No domingo cerca de dois milhões de pessoas saíram à rua em várias cidades do Brasil exigindo, entre outras coisas, um combate mais efectivo à corrupção.

OMS quer acção global para acabar com indústria tabaqueira Em 2014, a organização lançou novas orientações a exortar os Estados-membros da ONU a aumentarem os impostos que incidem sobre produtos derivados do tabaco, produto que anualmente mata cerca de seis milhões de pessoas em todo o mundo. A directora da Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou a uma "acção global" para acabar com a indústria tabaqueira e elogiou os progressos mundiais feitos na luta contra o tabagismo. Falando na Conferência Mundial do Tabaco, que decorre na capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, Margaret Chan felicitou os vários países, como a Austrália, que introduziram embalagem simples nos pacotes de cigarros, exortando outros Estados a adoptarem a mesma decisão. A responsável da agência da ONU assinalou que as empresas de tabaco "usam todo tipo de tácticas, incluindo o financiamento de partidos políticos e de políticos individualmente para trabalhar para elas" e que "não há nada que não explorem para prejudicar os governos na sua determinação de proteger o próprio povo". "Vai ser uma luta dura" mas "não devemos desistir até termos a certeza de que a indústria tabaqueira acabou", assegurou Margaret Chan. Em 2014, a OMS lançou novas orientações, no âmbito da Convenção Quadro de Controle do Tabaco, a exortar os Estados membros da ONU a aumentarem os impostos que incidem sobre produtos derivados do tabaco, produto que anualmente mata cerca de seis milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a agência. "O tabagismo caiu em vários países maioritariamente graças às medidas legislativas", afirmou Margaret Chan, apontando o mais recente relatório da OMS, em que se demonstra que a proporção de homens que fumam registou uma queda em 125 países. Para a directora -geral da OMS, ser não fumador "está a tornar-se uma norma". Na véspera da preparação da Conferência das Partes da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco da OMS (COP6), que decorreu em Outubro último na Rússia, diversos produtores africanos de tabaco mostraram-se alarmados com a suposta exclusão dos governos de África nos debates sobre políticas ligadas à indústria tabaqueira. Até 2025, a OMS pretende reduzir para 30% o consumo de tabaco, pelo que Margaret Chan afirmou que, apesar de uma queda no número de fumadores em muitos países é necessário fazer muito mais para conter a prática do uso de tabaco.


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Francisco não esquece famílias pobres após visita e oferece 500 quilos de alimentos

FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Israel e a democracia Os árabes que são cidadãos de Israel já valem 15% dos eleitores do país. E como a sua taxa de natalidade é muito superior à dos judeus, a prazo Israel vai ter um problema: como manter a democracia no país com eventuais maiorias árabes?

Donativo vai ser entregue sábado à população da paróquia de Santa Maria do Redentor, no bairro de Tor Bella Monaca.

Foto: EPA

O Papa Francisco ofereceu 500 quilos de alimentos à população pobre da paróquia de Santa Maria do Redentor, no bairro de Tor Bella Monaca, subúrbios de Roma. A Rádio Vaticano revelou esta quarta-feira que o donativo foi confiado à associação “Medicina Solidale”, que se vai ocupar da distribuição dos produtos às famílias em dificuldades. Na visita a esta paróquia, a 8 de Março, o Papa encontrou-se com um grupo de cerca de 80 pessoas doentes e com deficiência, num centro da Cáritas, no qual trabalham religiosas das Missionárias da Caridade, congregação fundada pela Madre Teresa de Calcutá. O cabaz contendo vegetais enlatados, queijos, cereais e geleias e tomates, entre outros produtos, vai ser feita por um representante pontifício que se vai deslocar, este sábado, à sede da associação para entregar os alimentos, em nome do Papa. "Foi uma verdadeira surpresa quando chegou o telefonema que anunciava a oferta dos alimentos para as famílias mais pobres do bairro", confessa a directora da instituição, Lucia Ercoli, sublinhado: "O Papa não se esqueceu de nós e dez dias após a sua visita a Tor Bella Monaca, quis dar um sinal de sua proximidade para com aqueles que se encontram em dificuldades". "Nós agradecemos de coração por ter dado esperança a muitos que vivem no sofrimento e excluídos", remata.

Na véspera de ganhar as eleições em Israel, Netanyahu declarou-se contrário à existência de um Estado palestiniano. O que, naturalmente, reduz a zero as perspectivas de paz entre israelitas e palestinianos nos anos mais próximos. Mas não foi uma surpresa: a política de multiplicar colonatos judaicos em território palestiniano, que Netanyahu promove contra a opinião dos Estados Unidos, já havia inviabilizado, na prática, a hipótese de dois Estados na região. Prosseguirá, assim, a posição israelita de “orgulhosamente sós”. Só que os árabes que são cidadãos de Israel já valem 15% dos eleitores do país. E como a taxa de natalidade dos árabes é muito superior à dos judeus, a prazo Israel vai ter um problema: como manter a democracia no país com eventuais maiorias árabes? O facto de em Israel funcionar uma democracia é um dos seus trunfos morais e políticos. Trunfo que perderá força se os israelitas de confissão ou raça judaica vierem a prevalecer na lei sobre os israelitas árabes, cidadãos de segunda. Há partidos em Israel que querem ir por aí. Seria um novo “apartheid”.

Santuário de S. Bento da Porta Aberta elevado a Basílica Cerimónia está marcada para sábado, 21 de Março, e será presidida pelo Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga. Por Ana Lisboa

O Santuário de S. Bento da Porta Aberta, no concelho de Terras de Bouro, vai receber, no sábado, o título de


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“Basílica Menor”. Trata-se de um título concedido pela Santa Sé a certas igrejas pela sua antiguidade ou por serem centros de peregrinações. O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, admite que o facto de o santuário ser um “centro de espiritualidade” onde acorrem, todos os anos, milhares de peregrinos devotos a S. Bento foi um dos motivos que mais pesaram na decisão tomada pela Congregação do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. O Santuário de S. Bento da Porta Aberta “é o segundo mais visitado em Portugal, depois de Fátima, e o maior dedicado a S. Bento em todo o território nacional”, destaca Carlos Aguiar, da Confraria local. A iniciativa de atribuição do título de “Basílica Menor” acontece no âmbito das comemorações dos 400 anos do templo, situado na freguesia de Rio Caldo, em território integrante do parque Nacional da PenedaGerês. O culto a S. Bento deve a sua origem à influência dos monges de Santa Maria de Bouro, que remontam ao século XVII. O actual santuário foi reconstruído no século XIX, tendo sido inaugurado um novo espaço de culto junto ao templo primitivo em 2002.

“Remar contra a corrente” é o lema do evento, refere a directora do evento, garantindo que, “ao se apostar na continuidade deste festival no interior, enquanto outros fecham pelo país, é isso mesmo que está a ser feito. Para a edição deste ano, foram submetidos à competição 270 filmes de realizadores de 40 países como a Malásia, Sri Lanka ou Singapura. Chegam à final 34 produções da Espanha, França, Itália, Portugal, Brasil, Colômbia, Chile, Alemanha e Estados Unidos. Além da exibição de filmes, serão realizados "workshops" dinamizados pelos realizadores João Botelho, Jo Graell, da Espanha, e Anja Strelec, da Croácia. A gala de entrega de prémios decorrerá no dia 21 de Março, momento em que será anunciado o palmarés Rios 2015 e distribuídos os prémios das edições de 2012 e 2103.

Rios, um festival de cinema gratuito em Vila Real

O escritor Hélder Macedo, que vive em Londres, marcou a abertura do Festival Literário da Madeira, numa sessão que teve como tema a frase de Camões “Cada um com o seu contrário num sujeito”.

"Remar contra a corrente" é o lema do evento, que apresenta temas muito fortes. "Fazem-nos sair de lá quase com dores no estômago", sublinha a directora Anabela Oliveira.

Por Maria João Costa

Por Olímpia Mairos

Arranca esta quarta-feira em Vila Real o Rios - Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia, organizado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com o apoio da Câmara de Vila Real, em parceria com a cidade de Ourense. A missão principal deste festival é “fazer de Vila Real um ponto de encontro de realizadores e criar uma plataforma de discussão a nível do cinema documental”, refere a directora do Festival, Anabela Oliveira. “Estamos num país em que a distribuição cinematográfica é muito débil. Tirando Lisboa e Porto, nós não temos acesso a filmes fora, sobretudo, das produções de Hollywood”. O Rios vai já na sua terceira edição e tem 34 filmes a concurso, que reproduzem temas como a importância do rio na vida das pessoas, a luta contra o sistema, a opressão, a doença, o trabalho de jornalistas no Iraque e até o sexo na terceira idade. “Temos temas muito fortes, documentários que nos fazem sair de lá quase com dores no estômago”, sublinha Anabela Oliveira. O festival terá uma sessão especial de homenagem ao rio Minho com filmes cedidos pela Fundação Bienal de Cerveira, pela Associação “Ao Norte” e pelo realizador Miguel Filgueiras.

“Quem não tem medo, não aprende”, diz Hélder Macedo

“O medo desperta o interesse”. “Quem não tem medo não aprende”. As afirmações são de Hélder Macedo na sessão de abertura do Festival Literário da Madeira. O escritor que foi desafiado a falar a partir da frase de Camões, “Cada um com o seu contrário num sujeito”, acabou a reflectir sobre o resultado de vencer o medo. Hélder Macedo considera que “se não tivéssemos medo, não faríamos nada”. Evocou as suas memórias e explicou como “recusou” o seu destino escolhendo outro, mesmo que tomado pelo medo. Num Festival Literário cujo mote é “Beleza: corpo, palavra e imagem”, o autor de seis livros de poesia e seis romances publicados em Portugal não esqueceu a questão. Numa conversa moderada pela jornalista Anabela Mota Ribeiro, Hélder Macedo considerou que “A beleza é um assunto para velhos”. O escritor que vive em Londres olha para a beleza “como um ponto de chegada”, explicando que ela “exige consensos” e por vezes a “ditadura de gostos”. Derivaram de Camões para outros temas na sessão tocou-se a questão da perfeição, da pureza e também da procura.“A busca da forma é um processo poético” afirmou Hélder Macedo que na sessão no Teatro Municipal Baltazar Dias deixou a ideia de que quando um escritor já sabe o que vai escrever, é porque não é poeta. Defendendo a necessidade de “tentar chegar aquilo que não se consegue”, Macedo apontou esse como o único caminho possível para a criação literária, caminho esse que compara com a busca do amor. O sentimento, no entender do autor “só existe no intervalo da incerteza”.


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Arrancando risos na plateia numa conversa em que percorreu também a memória os tempos em que foi secretário de Estado da Cultura no governo de Maria de Lurdes Pintassilgo, Hélder Macedo lembrou que a então primeira-ministra o convidou depois de Eduardo Lourenço ter recusado o cargo. No Funchal, tal como então Hélder Macedo substituiu o ensaísta na sessão de abertura do Festival Literário da Madeira.

Escolhidos os nomeados para o prémio Sophia Estudante

LIGA DOS CAMPEÕES

Noite fácil para Juventus e Barcelona Italianos e espanhóis eliminaram, sem dificuldade, Borussia de Dortmund e Manchester City. Conheça a lista de equipas apuradas para os quartos-de-final.

Em causa estão três filmes feitos por nove alunos. A Academia Portuguesa de Cinema anunciou os filmes nomeados para o prémio Sophia Estudante, a entregar pela primeira vez, a 2 de Abril, com os Prémios Sophia 2015, que distinguem a actividade cinematográfica nacional. "Osmose", um filme de animação de Rui Silva, David Ferreira, João Santos, Margarida Pereira e Pedro Baginha, "Ruas Paralelas", documentário de Ana Almeida e Miguel Saraiva, e a ficção "Bestas", de Rui Neto e Joana Nicolau, são os três nomeados para a Categoria Sophia Estudante. A escolha do júri, constituído pelos argumentistas Artur Ribeiro e Patrícia Muller, as actrizes Joana Verona e Carla Chambel e o director de fotografia Luís Branquinho, resultou da avaliação de seis obras de animação, sete documentários e oito de ficção, que foram exibidos durante o dia de hoje, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Estas 21 obras finalistas provinham de um total de 46 curtas-metragens, inscritas por doze estabelecimentos de ensino do país, para a primeira edição do Sophia Estudante. No passado dia 4 de Março, a Academia Portuguesa de Cinema divulgou os nomeados em 20 categorias para os Prémios Sophia 2015. Para melhor filme e melhor realizador, pelas respectivas obras, estão nomeados "Os Maias - Cenas da Vida Romântica", de João Botelho, "A Vida Invisível", de Vítor Gonçalves, "O Grande Kilapy", de Zezé Gamboa, e "Os Gatos não têm Vertigens", de António-Pedro Vasconcelos. Maria do Céu Guerra, Leonor Seixas, Maria João Pinho e Sara Barros Leitão são as nomeadas para melhor actriz. Filipe Duarte, Graciano Dias, João Jesus e João Lagarto são os nomeados para melhor actor. Os prémios carreira vão ser entregues à actriz Eunice Muñoz e ao actor e encenador Luís Miguel Cintra. Os Prémios Sophia 2015 vão ser entregues a 2 de Abril, numa gala a realizar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Em Camp Nou, o Barcelona venceu o Manchester City por 1-0, golo de Rakitic marcado aos 31 minutos de jogo. A vantagem dos espanhóis podia ter sido maior (a primeira parte da equipa de Luis Enrique foi sublime), não fosse a noite inspirada de Joe Hart, na baliza do City. Marc-Andre ter Stegen também esteve em grande, ao defender uma grande penalidade a Sergio Aguero, aos 78 minutos. O Barcelona já tinha ganho na primeira mão por 2-1, em Inglaterra, e seguiu, assim, em frente na Champions. No sorteio da próxima sexta-feira, também estará a Juventus, que venceu, de forma bastante convincente, em Dortmund por 3-0, com 2 golos de Tevez e um de Morata. A equipa italiana deu um verdadeiro festival e mostrou ser muito superior ao seu adversário. No total da eliminatória, a "veccia signora" arrasou o seu adversário com 5 golos contra 1, já que na primeira mão tinha ganho por 2-1, em Turim. O argentino Carlos Tevez foi a grande figura da eliminatória, ao apontar 3 golos nas duas partidas. O sorteio dos quartos-de-final realiza-se na sexta-feira, em Nyon, pelas 11 horas. Lista de equipas apuradas: ESPANHA - Atlético Madrid, Barcelona e Real Madrid FRANÇA - Monaco Paris SG PORTUGAL - FC Porto ALEMANHA - Bayern Munique ITÁLIA - Juventus


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RIBEIRO CRISTÓVÃO

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

E vão oito

Um astro e dois "bês"

O crivo da Liga dos Campeões apenas deixou passar para os quartos-de-final da competição o Futebol Clube do Porto, Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Bayern de Munique, Juventus, Mónaco e Paris Saint-Germain.

Sabe-se, desde ontem à noite, quais são actualmente as oito melhores equipas europeias de futebol. O crivo da Liga dos Campeões apenas deixou passar para os quartos-de-final da competição o Futebol Clube do Porto, Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Bayern de Munique, Juventus, Mónaco e Paris SaintGermain. Como se verifica, os espanhóis estão em maioria com três equipas, segue-se a França com duas, portugueses, alemães e italianos preenchem o quadro dos que amanhã irão conhecer a sua sorte na difícil etapa que se cumprirá depois nos dias 14, 14, 21 e 22 de Abril. A primeira grande surpresa que ressalta deste alinhamento tem a ver com a expressão adquirida pelo futebol francês que, como todos sabemos, tem andado arredio destes palcos há muitos anos. Coube ao Marselha, em Maio de 1992, a última conquista na então Taça dos Campeões Europeus, ao derrotar na final, no estádio Olímpico de Munique, os italianos do Milan por 1-0, com um golo então apontado por um jogador de altíssima qualidade, Jean Pièrre Papin. Mas é à Espanha que cabe o maior quinhão neste lote apurado para os oitavos. Sabendo-se que as duas equipas de Madrid estão baixar o seu rendimento, o Barcelona apresenta-se, ao invés, como um dos grandes candidatos à vitória final, como ficou demonstrado no desafio ontem disputado em Camp Nou contra a equipa do Manchester City. Pela nossa parte, contamos com a qualidade do Futebol Clube do Porto com um percurso imaculado na Champions, onde se mantém como a única formação invicta até aqui. Independentemente do adversário que vier a ter pela frente, há por isso todas as razões para confiar numa boa representação dos dragões. Como costuma dizer-se, a partir desta fase todo os resultados são possíveis, não havendo uns mais favoritos do que outros.

Ricardo Quaresma, uma das estrelas do FC Porto de Julen Lopetegui, Jonathan, jovem da equipa B do Benfica, e Rubio, jogados dos "bês do Sporting, são os rostos das primeiras páginas dos desportivos desta quinta-feira. "Quaresma aquece o clássico", titula o diário O Jogo, a partir de declarações de Ricardo Quaresma. "Os golos mais importantes são os que marco ao Benfica", diz a estrela portista. "Uma fera à solta" é o título maior de A Bola, numa referência a Jonathan. Diz ainda o jornal do Bairro Alto: "Jesus viu 'hat-trick' do jovem uruguaio na B". O Record, por sua vez, junta a imagem de Jonathan à de Rubio e escreve: "Matadores". O diário da Cofina destaca, ainda: "Jonathan e Rubio brilham nas equipas B e pedem oportunidade". "Hassan quer ser leão" é um título em destaque em A Bola, enquanto O Jogo avança: "William pronto para dar o salto".


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RICARDO QUARESMA

"Se soubesse, não tinha saído do FC Porto em 2008" "No FC Porto, lutamos contra tudo e contra todos", disse o jogador, no Facebook da Champions League.

Apesar de ter saído do Dragão para representar um grande clube, o Inter de Milão, na altura treinado por José Mourinho, Ricardo Quaresma assume, agora, que essa pode não ter sido a melhor opção. Em conversa com os adeptos no Facebook da UEFA Champions League, o internacional português disse ser uma pessoa que "não se arrepende das decisões que toma mas, para dizer a verdade, se soubesse naquela altura o que sei hoje, não tinha saído", admitiu, acrescentando que os seus planos de futuro passam por "dar tudo o que tenho pelo FC Porto. Depois disso veremos se acontece alguma coisa." Quaresma terminou com uma definição curiosa do que é "jogar à Porto" «Significa essencialmente ter um orgulho enorme de vestir esta camisola. Significa também ter de lutar contra tudo e contra todos. Temos de ser guerreiros. Somos diferentes", concluiu.

Jonathan Rodríguez volta a impressionar Jesus. Fez hat-trick ao Portimonense Benfica B bateu a equipa algarvia por 4-1, em partida da 35ª jornada. O FC Porto B venceu o Freamunde por 2-0.

O avançado uruguaio já apontou seis golos, em quatro partidas realizadas pela equipa B dos encarnados, na Segunda Liga. Jonathan marcou aos 29, 36 e 71 minutos. O outro golo do Benfica B foi marcado por Gonçalo Guedes, com Jorge Jesus a assistir à partida. Fabricio faturou para o Portimonense A equipa B do Benfica tem os mesmos pontos do Freamunde e do Sporting B. Freamunde que foi derrotado pelo FC Porto B por 2-0. Os golos dos dragões foram marcados por Frederic e André Silva.


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SEGUNDA LIGA

Rubio volta a marcar pelo Sporting B Leões bateram a Oliveirense por 2-1. Olhanense e Vitória de Guimarães B empataram a um golo e registou-se o mesmo resultado no Marítimo B-Leixões.

Braga chegou a acordo com a Confederação Brasileira de Futebol para a dispensa do meédio bracarense que havia sido chamado para os encontros com o Paraguai e o México, agendados para 27 e 29 de março. Os arsenalistas terão alegado fadiga muscular, como causa para o pedido de dispensa, assegurando que o brasileiro está a realizar trabalho específico de recuperação. Desta forma, Danilo pode recuperar a sua condição física para o confronto com o Gil Vicente, da 27ª jornada. O brasileiro está de fora da próxima ronda do campeonato nacional após ter visto mais um amarelo na liga portuguesa. HUMBERTO COELHO

"Quase de certeza, Fernando Santos não estará no banco, na partida com a Sérvia" O Sporting B continua em recuperação na tabela classificativa, depois de ter ganho, esta tarde, em Oliveira de Azeméis por 2-1. Diego Rubio e Gelson Martins apontaram os golos dos leões, enquanto que Rui Lima faturou para a Oliveirense, que perdeu, assim, a oportunidade de se aproximar das equipas da frente. Noutro desafio da 35ª jornada da Segunda Liga, Olhanense e Vitória de Guimarães B empataram a um golo. O mesmo resultado verificou-se no confronto entre o Marítimo B e o Leixões.

Braga pede dispensa de Danilo da selecção olímpica Os bracarenses alegaram fadiga muscular do médio para solicitarem a sua ausência nos particulares do Brasil com o Paraguai e o México.

Danilo não vai jogar pela selecção olímpica do Brasil.O

Vice presidente da Federação Portuguesa de Futebol para as selecções nacionais acredita na redução da pena, mas não na anulação.

O Tribunal Arbitral do Desporto, anuncia na próxima 6ª feira a decisão do recurso do castigo de oito jogo aplicado pela FIFA a Fernando Santos, após o Mundial do Brasil. Humberto Coelho, vice presidente da Federação Portuguesa de Futebol para as selecções nacionais, acredita na redução da pena mas não na anulação. O dirigente admite, assim, que Fernando Santos não estará no banco frente à Sérvia, a 29 de Março, no Estádio da Luz, em jogo de qualificação para o Europeu de 2016 "Sabemos que, quase de certeza, não estará no banco no jogo com a Sérvia, mas esperamos que o castigo seja reduzido", referiu, nesta 4ª feira, em Lisboa, à margem de uma iniciativa relativa aos Jogos Europeus de Baku. Fernando Santos não estará no banco da selecção no jogo com a Sérvia mas estará amanhã na sede da FPF a anunciar a lista de convocados para o jogo com os sérvios, marcado para o último domingo deste mês de Março.


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Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

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