EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Terça-feira, 12-05-2015 Edição às 08h30
Editor Raul Santos
TAP ainda pode ficar em mãos portuguesas Passos Coelho. Objectivo foi vencer a crise, "não perguntar se as pessoas têm dor" Patriarca propõe "uma espécie de Senado" para aproveitar sabedoria dos mais velhos “Maria é a rainha da paz”. Cardeal brasileiro preside a celebrações de Fátima Nova greve no metro de Lisboa a 26 de Maio
Grécia e A Revolução da Eurogrupo Ternura continuam separados por uma linha vermelha
Boko Haram acredita que filhos de mulheres violadas já nascem com ideologia radical
Português recolhe fundos para reconstruir vila do Nepal
CRISTINA SÁ CARVALHO
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TAP ainda pode ficar em mãos portuguesas “Penso que iremos tomar essa decisão mais perto de sexta-feira”, diz o empresário Pais do Amaral. “Greve dos pilotos não é factor crítico na análise”, adianta.
“Maria é a rainha da paz”. Cardeal brasileiro preside a celebrações de Fátima “Trago no meu coração, para depositar no coração de Nossa Senhora de Fátima, as intenções de todos os devotos de Nossa Senhora Aparecida”, diz D. Raimundo Damasceno Assis. Imagem negra da Senhora de Aparecida é entronizada esta terça-feira.
Pais do Amaral não descarta compra da TAP. Foto: Lusa (arquivo)
O empresário português Pais do Amaral, que estuda a aquisição da TAP em conjunto com o consórcio norteamericano Frank Lorenzo, garante à Renascença que ainda não assumiu uma decisão final quanto ao processo de privatização da transportadora aérea. “Não, ainda não temos decisão. Penso que iremos tomar essa decisão mais perto de sexta-feira [fim do prazo para entrega de propostas], mas neste momento o consórcio está a trabalhar”, afirma. Questionado sobre a influência que a recente greve dos pilotos poderá ter na decisão, Pais do Amaral responde que o que mais preocupa é “a situação da empresa” e que “a greve dos pilotos não é um factor crítico na análise que estamos a elaborar”. A privatização da TAP é um dos factores na origem da paralisação dos pilotos, que contestam o processo. A greve de 10 dias acabou no domingo, mas o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) promete continuar a luta contra o que apelida de “opaco e desastroso processo”. A paralisação custou à transportadora aérea 35 milhões de euros, nas contas do Governo, deixando a sua tesouraria ainda mais frágil. Na conferência de imprensa que convocou na segunda-feira, o ministro da Economia, Pires de Lima, classificou a greve como “irresponsável” e lamentou que o SPAC tenha deixado mais ameaças no ar.
Milhares de peregrinos são esperados em Fátima nestes dias. Foto: Paulo Cunha/Lusa
As cerimónias da Peregrinação Aniversária de Fátima são este ano presididas por D. Raimundo Damasceno Assis, cardeal arcebispo de Aparecida, no Brasil. “Trago no meu coração, para depositar no coração de Nossa Senhora de Fátima, as intenções de todos os devotos de Nossa Senhora Aparecida, de todo o povo brasileiro, para que ela venha em nosso auxílio, nos socorra e nos dê um futuro cada vez melhor de paz, justiça, solidariedade e fraternidade”, disse à Renascença. Mas porque “vivemos hoje num mundo marcada por muitos conflitos”, D. Raimundo Damasceno Assis quer também “colocar no coração de Maria essa intenção muito especial pela paz no mundo; para que os povos, através do diálogo, na verdade e na justiça encontrem os caminhos da paz”. Maria, diz, “é a rainha da paz” e porque “uma das maneiras de encontrar a paz é pedir a Deus”, o cardeal brasileiro quer “pedir a Deus, por intercepção de Nossa Senhora de Fátima, que dê a paz a todos os povos, sobretudo aos que estão a viver em conflitos e em guerras”. Uma imagem negra de Nossa Senhora da Aparecida Esta terça-feira, é entronizada, no recinto de Fátima, uma réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Uma imagem negra, porque, como explica D. Raimundo Damasceno Assis, “ficou no Rio muito tempo e foi-se tornando ainda mais escura com a fumaça das velas”. A cerimónia de entronização da pequena imagem está
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marcada para as 18h30. O cardeal brasileiro chegou acompanhado por um grupo de 400 peregrinos brasileiros e diz-se feliz por poder, deste modo, “retribuir a visita de António Marto à Aparecida, em Maio do ano passado”. O bispo de Leiria-Fátima “levou uma réplica de Nossa Senhora de Fátima, que também foi entronizada no recinto do santuário de Nossa Senhora da Aparecida” e que “é hoje muito venerada também pelos peregrinos”. “Esperamos que a devoção à Nossa Senhora da Aparecida também seja conhecida dos peregrinos que vêm a Fátima”, admite D. Raimundo Damasceno Assis. Calcula-se que, este ano, cerca de 35 mil peregrinos se desloquem a pé ao Santuário de Fátima.
Passos Coelho. Objectivo foi vencer a crise, "não perguntar se as pessoas têm dor" Primeiro-ministro em iniciativa da JSD para contar como "tratou" dos portugueses. Fica um aviso: um novo plano de resgate trará uma "dor muitíssimo maior”.
"O objectivo que temos é vencer a doença, não é perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre, têm dor ou se gostam do sabor do xarope”. Foto: Mário Cruz/Lusa
Vencer a doença sem perguntar ao paciente se gosta do "sabor do xarope". A metáfora foi utilizada pelo primeiro-ministro para explicar como resolveu o dilema do efeito das medidas de austeridade na vida dos portugueses. “Esse dilema eu resolvi desta maneira: nós temos de ter um Estado que seja sustentável para futuro. Se não o tivermos sustentável, então teremos de regressar ao dia em que tivemos, em 2011, de pedir ajuda externa. Nesse dia, a factura a pagar é muito superior e a dor muitíssimo maior”, começou por referir Pedro Passos Coelho. “Como qualquer pessoa que conduz um processo de terapia, porque de facto o que estivemos foi a fazer uma terapêutica, o objectivo que temos é vencer a doença, não é perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre, têm dor ou se gostam do sabor do
xarope”, prosseguiu o primeiro-ministro. O plano de resgate da “troika” obrigou a medidas duras de austeridade e provocou um aumento do desemprego. Passos Coelho não acredita que “haja Governo nenhum que tenha qualquer prazer em desenvolver programas que provoquem dor social”. O primeiro-ministro falava na sessão de encerramento das jornadas “Portugal nas Tuas Mãos”, em Cascais, uma iniciativa que juntou dirigentes associativos, partidários e independentes para debater a ação governativa. "As coisas não estão a correr bem" com a Grécia O primeiro-ministro também abordou a crise na Grécia, numa altura em que o Governo de Atenas que tenta fechar um acordo com os parceiros europeus de reformas em troca de um novo pacote de financiamento. Passos Coelho leu e interpretou as declarações proferidas esta segunda-feira pela ministra das Finanças, em Bruxelas, no final da reunião do Eurogrupo. “Eu não ouviu os comentários da ministra das Finanças, apenas li uma noticiazinha no meu telemóvel. Aquilo que dizia, sumariamente, era que: ‘sim, tinha havido alguns progressos nas negociações, mas não o suficiente para se pensar que estamos próximos de chegar a um acordo’. Esta é uma forma muito polida, se bem interpreto, de dizer que as coisas não estão a correr bem, porque se estivessem a correr bem o que se diria era outra coisa”, disse o chefe do Governo. [notícia actualizada às 01h03]
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Maioria absoluta nas legislativas está no "limite da publicidade enganosa" Rui Oliveira e Costa antecipa as eleições legislativas. O responsável da Eurosondagem não acredita que a coligação PSD/CDS ou o PS consigam alcançar a maioria absoluta.
Foto: RR Por José Pedro Frazão
O falhanço das sondagens nas recentes eleições britânicas e os cenários para as legislativas estiveram esta segunda-feira em debate na Edição da Noite Renascença. Os convidados foram a directora-adjunta de Informação da Renascença, Raquel Abecasis; o dirigente do partido Livre/Tempo de Avançar, Rui Tavares; e o responsável da Eurosondagem, Rui Oliveira e Costa. Rui Tavares admite sondagens durante a campanha “Não me choca que as sondagens sejam publicadas durante as campanhas eleitorais, porque me parece que os cidadãos sabem o que valem e o que não valem as sondagens. Sabem fazer a destrinça.”
dúvida. E os trabalhistas, que a média das últimas cinco sondagens dava 34,8%, tiveram 30,7%, menos 4,1. O erro é mais no ‘Labour’ do que propriamente nos ‘Tories’. No entanto, realmente as sondagens davam 0,2 e foi 6,2. Há aqui uma diferença de 6%. Não há dúvida: as sondagens pré-eleitorais falharam, principalmente, no que concerne ao Partido Trabalhista, que teve menos 4%. O Partido Conservador teve mais 1,9%.” “Não me lembro de um erro tão grande" na projecção de mandatos no próprio dia, Rui Oliveira e Costa “No próprio dia é que eu estranho. Aí sim, há uma previsão de mandatos e não me lembro de um erro tão grande, porque de 316 para 331 são 15 mandatos. É muita coisa. Sei que o sistema é difícil, mas não consigo encontrar uma explicação.” Proibir sondagens durante a campanha é melhor para o negócio, Rui Oliveira e Costa “Por exemplo, se a Eurosondagem não fizer, eu tenho uma ‘pool’: um jornal em Badajoz, uma rádio em Salamanca e uma televisão na Galiza. E sem ERC, ninguém me regula, porque a ERC é a Entidade Reguladora da Comunicação Social portuguesa. Em Itália não há sondagens durante a campanha eleitoral, é uma lei que tem três anos. Nas últimas eleições não houve. Li no jornal ‘Público’ que o meu ‘concorrente’ italiano disse que nunca ganhou tanto dinheiro, porque durante aqueles 15 dias fez [sondagens] para partidos políticos, grupos económicos, embaixadas. Facturou dez vezes mais. Eu aqui durante a campanha faço duas, uma no princípio e outra no último dia. Enquanto negócio, proíbam a publicação.” “Se tivermos 22 ou 23 partidos candidatos a dificuldade para as sondagens é muito grande”, Rui Oliveira e Costa “[A pulverização de candidaturas] mexe muito e dificulta muito [as sondagens]. Se tivermos 22 ou 23 partidos candidatos a dificuldade é muito grande. Tudo mexe: os que estão à bica do mandato, por maioria de razão, porque para além da previsão da percentagem, temos de ter uma previsão de mandatos. Do ponto de vista de mandatos, eu espero, até porque nunca me aconteceu , a coisa estar certinha. É diferente e mais difícil. É evidente que é mais difícil.”
“Previsão de mandatos em sondagens pré-eleitorais no Reino Unido é impossível”, Rui Oliveira e Costa “No sistema maioritário, seja no Reino Unido a uma volta ou em França a duas voltas, não há previsão de mandatos em sondagens pré-eleitorais. Ninguém consegue fazer. Não se atreve. Seria uma aldrabice. É impossível. São 650 eleições, é uma impossibilidade. Era a mesma coisa que eu aqui, numa sondagem nacional, dizer que dos 308 presidentes de Câmara quantos é que vão para cada partido. Só podia acertar, mas era Euromilhões.”
Maioria absoluta nas legislativas " está no limite da publicidade enganosa”, prevê Rui Oliveira e Costa “A minha tese é que o ‘bolo’ [do PS e da coligação PSD/CDS] nas legislativas está nos 70 [% dos votos para a disputa do poder]. Para haver uma maioria em 70, um tem que ter 43 e o outro 27. Para haver maioria, a diferença do primeiro para o segundo tem que ser superior a 15. Ora, como não há nenhum estudo em que ela chegue a 5, a hipótese de algo que está abaixo de 5 passar para cima de 15 não é meramente académica, é uma não hipótese. Eu até diria que é um bocadinho publicidade enganosa, no limite da publicidade enganosa.”
“Sondagens pré-eleitorais falharam, principalmente, nos trabalhistas”, Rui Oliveira e Costa “As sondagens davam, em média, 35% aos conservadores. Tiveram 36,9%, mais 1,9. Há aqui um desvio. Houve um voto conservador ‘escondido’, sem
“Não deveria haver restrições à divulgação de sondagens nem dia de reflexão”, Raquel Abecasis “Acho que a lei portuguesa menoriza completamente os cidadãos e os eleitores, acho que em democracias desenvolvidas não há estas regras, o excesso de regras
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é uma arma dos poderosos contra os mais fracos e não deveria haver restrições nem à divulgação de sondagens nem aquela coisa ridícula do dia de reflexão, que é uma coisa cada vez mais patética no nosso sistema.” “Gosto do dia de reflexão”, Rui Tavares “Tem a minha discordância pessoal [Raquel Abecasis], porque eu gosto do dia de reflexão. Remete-nos para a história da nossa democracia e é um dia em que se descansa.” “Eu não mexia [no dia de reflexão], Rui Oliveira e Costa “Eu não mexia [no dia de reflexão]. Acho que a campanha acabar à sexta-feira não tem mal nenhum. Os comícios têm que acabar à meia-noite. Eu sei que na América há sondagens e campanha durante as eleições, até porque já se sabe o resultado de Nova Iorque e está a votar-se na Califórnia. Já se sabe o resultado, mas é uma cultura diferente. Acho que em Portugal, sinceramente, se juntamos quatro ou cinco deputados faz-se uma alteração da lei. O problema é que nem sempre é para melhor. A questão de acabar à meia-noite de sexta-feira, de não haver sondagens durante a reflexão, cumprir-se a boca de urna das 20h00 que todas as televisões têm cumprido há 15 anos. Creio que isso não é mau. É razoável esse compromisso.”
"Auto-regulação resolve isto", concluem jornalista especialista em sondagens e candidato a deputado Planos dos principais partidos para alterar a lei de cobertura das campanhas eleitorais estiveram em debate na Renascença. Por José Pedro Frazão
A nova proposta do PSD/CDS para alterar a lei de cobertura jornalística dos actos eleitorais esteve esta segunda-feira em debate na Renascença. A solução passa pela auto-regulação, defendem uma jornalista, um especialista em sondagens e um candidato a deputado. Os convidados deste debate foram a directora-adjunta de Informação da Renascença, Raquel Abecasis; o dirigente do partido Livre/Tempo de Avançar, Rui Tavares; e o responsável da Eurosondagem, Rui Oliveira e Costa. Proposta torna “impossível” debates na pré-campanha, Raquel Abecasis
“De acordo com uma das normas do projecto ainda em fase de elaboração da lei de cobertura jornalística das eleições, no caso de um meio de comunicação social ( por exemplo, a Renascença) querer fazer um debate entre Rui Tavares e Marinho Pinto, em tempo de précampanha, obriga-nos a fazer debates com todos os partidos com assento parlamentar - actualmente cinco partidos -, o que torna a realização de qualquer debate completamente impossível. Porque de cada vez que nós queremos debater uma questão, por exemplo, com os dois partidos que nós consideramos que podem prometer maiores surpresas nas próximas eleições, isso obriga-nos a fazer uma série de cinco debates em que ninguém está interessado. Isso, evidentemente, desmotiva qualquer redacção, qualquer direcção de informação, a pensar num plano de campanha eleitoral com cabeça, tronco e membros”. “Defendemos critério da liberdade editorial e autoregulação dos média”, Rui Tavares “Defendemos que haja critérios de liberdade jornalística, de liberdade editorial, que passem por uma auto-regulação dos média e que haja, acima de tudo, um debate na sociedade nacional que nos permita acabar com esta fase que me parece absolutamente vergonhosa para uma democracia, que é já irmos na segunda eleição sem debate público – umas autárquicas e umas europeias -, com questões importantes a debater[ e ]passarmos para umas terceiras eleições, potencialmente, sem debate público e sem cobertura”. Lei da cobertura jornalista revelou “fracasso das elites”, Rui Tavares “Aqui há um falhanço político. Aquela primeira proposta é o resultado de um processo legislativo em que as pessoas, aparentemente, não pensaram bem no que estavam a legislar, mas eu creio que é um bocadinho mais amplo do que isso. Creio que é um fracasso das nossas elites, em sentido lato, políticas, institucionais, jornalísticas, também. Não se entende porque é que este debate se faz sempre à pressa antes de eleições e no confronto”. “Deputados estão a legislar para os seus próprios partidos”, Rui Tavares “Os partidos estão a legislar em causa própria. Em grande medida e dada a ligação umbilical entre grupos parlamentares e direcções partidárias que existe em Portugal – noutros países pode não ser tanto assim -, eles neste momento estão a legislar para os seus próprios partidos, para vantagem dos seus próprios partidos e, mesmo se não for para vantagem dos seus próprios partidos, podem sempre ser acusados disso. Não caía os parentes na lama a nenhum partido parlamentar se fizessem um debate na comissão parlamentar própria, chamando as várias partes interessadas, ou seja, incluindo também partidos não parlamentares que podem ter algo a dizer sobre este assunto”. “A auto-regulação resolve isto”, Rui Oliveira e Costa “A auto-regulação resolve isto. Devo dizer que fui a eleições, tive bons e maus resultados, fui eleito deputado, não fui eleito deputado, fui candidato a presidente de Câmara, fiquei só vereador, nunca me queixei. Não acho que seja esse o caso. Não estou a defender a Comissão Nacional de Eleições, mas dizer
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que a CNE está a fazer uma leitura… Uma organização como a CNE só pode fazer uma leitura literal da lei, não creio que possa fazer uma leitura não literal da lei”. Tratamento diferenciado dos média, na maior parte dos casos, não foi prejudicial para ninguém, Raquel Abecasis “Não acho que existe história, na maior parte dos órgãos de comunicação social com representação nacional, de as formações políticas ficarem de fora. Que tiveram tratamentos diferenciados, foram tendo, mas não acho que isso tenha sido prejudicial, na maior parte dos casos, para ninguém que se apresentou e a prova é que nós temos uma formação como o Bloco de Esquerda que conseguiu romper uma muralha, porque foram profissionais, ou temos agora o Livre que conseguiu também romper uma tradição dos partidos que já estavam instalados. Não é impossível que um partido nasça e possa fazer o seu caminho”. Falta de debates "pode ter tido uma influência" nas eleições autárquicas e europeias, Rui Tavares “O facto de não termos tido debates nas autárquicas e nas europeias pode, sim, ter tido uma influência. Nos meses a seguir às europeias perguntaram-me, inúmeras vezes, porque é que não há um Podemos em Portugal. Há respostas, algumas delas, bastante claras. A maior parte das pessoas não sabia que havia novos partidos nas eleições europeias, na sabia quais eram as posições sobre as eleições europeias e, para não se julgar que estou a falar em interesse próprio, as pessoas não sabiam, por exemplo, que havia ao mesmo tempo uma campanha europeia para o presidente da Comissão Europeia”. Partidos com assento parlamentar mostram “laivos oligárquicos”, Rui Tavares “Estes partidos com assento parlamentar, que já têm a parte de leão da cobertura, estão, de certa forma, a dar um passo maior do que a perna, a comportar-se de uma forma que me parece tem uns certos laivos oligárquicos, quando deveriam, pelo menos, testar a sociedade civil portuguesa e ver que soluções é que podem emergir, como se os portugueses fossem uma coisa que nós acreditamos que os portugueses são, em geral, que é adultos e ver como a sociedade portuguesa se prepara também para a própria novidade, da mesma forma que noutros países a novidade pode ir sendo detectada pelos jornalistas, pela sociedade civil e fazendo o seu caminho natural sem nenhuma espécie de barreiras artificiais”.
CRISTINA SÁ CARVALHO
A Revolução da Ternura O Papa Francisco tem insistentemente proposto a orientação do cuidado, sem esconder a sua familiaridade feminina, a que chama Revolução da Ternura. Mostrando que a vida humana é mais perfeita quando feita de comunidade, serviço, reconciliação com a carne sofredora dos outros, sublinha que é da ternura que decorre a mais eficiente luta contra a miséria.
Nos anos sessenta e setenta do século passado, a secção da comunidade científica dedicada às ciências sociais e humanas recebeu, com inesperada veneração, o trabalho de Lawrence Kolhberg. O entusiástico seguidor de Piaget propôs-se explicar o desenvolvimento moral dos indivíduos. Kohlberg desejava viver num mundo em que cada sujeito pudesse avançar tão longe quanto possível no seu nível de pensamento (julgamento) moral, tornando-se capazes de compreender a necessidade de uma ordem social mas dotando-se de uma visão de princípios universais, tais como a justiça e a liberdade, numa sociedade onde a lei é, ainda, imperfeita. Kohlberg procurou demonstrar que esta moral da justiça era universal, embora os membros de sociedades comunitárias parecessem não avançar para uma moralidade de tipo pós-convencional-abstrata, afastando-se da adoção de uma moral da imparcialidade, das regras e dos direitos, mais tipicamente urbana. Nessas comunidades de proximidade predominam relações face a face e, por isso, a norma do cuidado e da empatia. Em 1977, Gilligan, uma associada de Kohlberg, ergueu a sua voz para explicar porque é que as mulheres também tendiam a responder a uma moral mais convencional do que abstrata. Gilligan argumentou que as mulheres se orientavam por uma moral das relações interpessoais, da compaixão e do cuidado, uma perspetiva afiliativa e colaborativa das relações humanas, progredindo do egoísmo para a responsabilidade, numa lógica de interdependência. O Papa Francisco tem insistentemente proposto a orientação do cuidado, sem esconder a sua
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familiaridade feminina, a que chama Revolução da Ternura. Mostrando que a vida humana é mais perfeita quando feita de comunidade, serviço, reconciliação com a carne sofredora dos outros, sublinha que é da ternura que decorre a mais eficiente luta contra a miséria. Tal implica a perspetiva afiliativa de que fala Gilligan, no contacto com a vida concreta dos outro e a crença na força revolucionária do afecto, na garantia moral da humildade e da gentileza. A moral do cuidado e da ternura inspirou, entretanto, os filósofos que questionam o porquê da banalização do mal e os economistas que procuram os meios de contrariar a globalização da indiferença. Sobre tudo isso e, ainda, humanização, responsabilidade, atenção, cuidado e ética dos máximos se falou, o fim-desemana passado, na Fátima que já espera o homónimo do pequeno pastorinho. A cidade recebeu os docentes de Educação Moral e Religiosa Católica, dotados de recente programa e novos recursos pedagógicos. D. Manuel Linda, Guilherme de Oliveira Martins, João Lourenço, Alfredo Teixeira, Maria da Glória Garcia e Rosário Farmhouse explicaram como o futuro se tece da passagem do capital humano à revolução da ternura e de como a escola deve recuperar o seu papel de humanizadora, lugar da transmissão da vida e da sabedoria, laboratório da solidariedade, da responsabilidade e do cuidado. Pode ser visto em www.educris .com e inspirar boas políticas de educação. Políticas tão boas que até são economicamente rentáveis.
Patriarca propõe "uma espécie de Senado" para aproveitar sabedoria dos mais velhos "Há muita coisa mal feita, atabalhoada, precipitada porque uma sociedade que não respeita os velhos, infantiliza-se", afirma D. Manuel Clemente.
Foto: Mário Cruz/Lusa Por Ana Carrilho
O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente,
propõe a criação de um órgão não deliberativo, “uma espécie de Senado”, em que os mais os mais velhos e mais experientes pudessem expor as suas ideias e, assim, contribuir para evitar que muitos erros fosse cometidos. Durante uma conferência, que decorreu esta segundafeira na Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa, em que expôs a sua visão sobre os cuidados de saúde em Portugal, D. Manuel defendeu que é preciso aproveitar a sabedoria dos mais velhos. “Se a todo o nível da administração, das freguesias ao Estado e à União Europeia, tivéssemos uma instância em que estivessem representados aqueles e aquelas que, pelo seu saber de experiência, nos diversos ramos da vida social e profissional – com provas dadas – tivessem que ser ouvidos, era um ganho. Há muita coisa mal feita, atabalhoada, precipitada porque uma sociedade que não respeita os velhos, infantiliza-se”, sublinhou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Lembrou ainda que, nesta crise que o país atravessa nos últimos anos, o que valeu foi o que ainda resta das redes familiares, com os mais velhos a assumirem um papel importante. “Os avós que o digam”, referiu D. Manuel Clemente. A propósito dos sacrifícios que são pedidos aos cidadãos, revelou as duas ideias que transmite sempre que algum político quer falar com ele: Solidariedade e pedagogia. “Têm que mostrar por palavras e obras que estão realmente interessados no bem das pessoas, mas não das pessoas em abstracto”. E depois serem pedagógicos, explicando as medidas. “Temos capacidade para perceber as coisas”, disse o Cardeal Patriarca de Lisboa, pedindo “expliquem com clareza, não nos mandem com enxurradas de números em economês”. Sobre o tema da conferência, D. Manuel Clemente deixou claro que tem uma ideia muito positiva do funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e elogiou os profissionais do sector, “a quem não falta boa vontade”. Num mundo em que se vive até cada vez mais tarde e em que o número de doenças aumenta, é a evolução da ciência que vai permitir um combate mais eficaz. Para D. Manuel Clemente, “não há doenças mas doentes. E se há doentes, há pessoas. E se há pessoas, há seres em relação. Por isso, tudo o que é sistema de saúde e sistema hospitalar alarga-se nas redes familiares, nas redes de grupo, de vizinhança, culturais. E por isso, torna-se numa resposta da sociedade como um todo, de uma outra sociedade”. É neste contexto do compromisso que a sociedade está disponível para assumir que o Cardeal Patriarca também coloca a defesa da vida. Frisa que a discussão não se pode colocar sob o ponto de vista da legalidade. “Os debates estão enviesados à partida”, diz D. Manuel Clemente. “A questão é saber qual é o apoio que nós, como sociedade, estamos dispostos a dar ao desenvolvimento da vida em todas as suas fases, da concepção à morte natural. Qual é o compromisso social ou se deixamos as pessoas fechadas no seu drama e incapazes de resolver o seu problema”.
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Nova greve no metro de Lisboa a 26 de Maio A paralisação soma-se à greve já convocada para dia 19. Na quinta-feira, os trabalhadores da Carris também fazem greve contra a subconcessão da empresa.
Carris. Decretados serviços mínimos para greve de quintafeira Decisão do tribunal tem em conta o acesso aos hospitais públicos. Os trabalhadores protestam contra a subconcessão da empresa prevista pelo Governo.
Foto: Cristina Nascimento/RR
Os trabalhadores da Metro de Lisboa vão fazer greve de 24 horas no dia 26 de Maio. É mais um protesto contra a subconcessão a privados da empresa, que se junta à paralisação já marcada para dia 19. Os efeitos da greve devem fazer sentir-se logo na noite de 25 de Maio. O pré-aviso de greve critica o processo de "privatização" da empresa e as "reestruturações em curso" que, segundo os sindicatos, põem em causa os postos de trabalho. Com as greves dos dias 19 e 26, serão já cinco as greves parciais no metro da capital desde o início do ano. Foram já realizadas greves semelhantes a 24 de Fevereiro e a 16 e 18 de Março. Os trabalhadores da Carris também têm uma greve de 24 horas contra a subconcessão da empresa, agendada para quinta-feira.
Foto: Lusa
O Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social decretou como serviços mínimos para a greve da rodoviária de Lisboa Carris da próxima quinta-feira o funcionamento de 50% de 11 carreiras. Os trabalhadores da Carris realizam esta quinta-feira uma paralisação de 24 horas contra a subconcessão da empresa prevista pelo Governo. A decisão, divulgada no site do tribunal, prevê o funcionamento de 50% do regime normal de 11 carreiras e teve em conta que as linhas, propostas pela Carris, desempenham "um papel essencial no acesso das pessoas à rede hospitalar pública e, consequentemente, a necessidade de protecção do direito à saúde, constitucionalmente consagrado". Na lista das carreiras incluídas nos serviços mínimos estão a 703 (Charneca do Lumiar - bairro de Santa Cruz), a 708 (Parque das Nações - Martim Moniz), a 735 (Cais do Sodré - Hospital de Santa Maria), a 736 (Cais do Sodré - Odivelas) e a 738 (Quinta Barros - Alto de Sto. Amaro). Também é considerado como serviço mínimo o funcionamento de 50% das carreiras 742 (Casalinho da Ajuda - Bairro da Madre de Deus), 751 (Linda-a-Velha Estação de Campolide), 755 (Poço do Bispo - Sete Rios), 758 (Cais do Sodré - Portas de Benfica), 760 (Cemitério da Ajuda - Gomes Freire) e 767 (Mártires da Pátria Estação da Damaia). Além do funcionamento destas carreiras, o tribunal do CES considerou ainda serviços mínimos os funcionamentos do transporte exclusivo de deficientes, do carro do fio e de desempanagens, dos postos médicos, da segurança das instalações e do equipamento no âmbito da responsabilidade dos trabalhadores abrangidos pelo pré-aviso de greve.
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Encargos com parcerias públicoprivadas aumentam quase 60% Técnicos independentes de apoio ao Parlamento alertam que estes contratos "constituem uma fonte de risco orçamental não negligenciável". Os encargos com as parcerias público-privadas (PPP) aumentaram quase 60% em 2014 face a 2013, atingindo 1.544 milhões de euros, estima a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Numa nota sobre a execução orçamental destas parcerias a que a agência Lusa teve acesso, a UTAO afirma que os encargos líquidos globais das PPP, que englobam encargos correntes e reposição de equilíbrio financeiro, subiram entre 2013 e 2014, atingindo 1.544 milhões de euros no ano passado, o que corresponde a 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Os técnicos independentes de apoio ao Parlamento apontam que em 2014 registou-se um "novo acréscimo significativo", de mais 576 milhões de euros face a 2013 (um aumento de 58,9%), dos encargos correntes com as PPP, devido sobretudo ao "contributo das PPP do sector rodoviário, cujos encargos líquidos subiram 555 milhões de euros" face ao ano anterior, nomeadamente pelo "início de pagamento das subconcessões rodoviárias da empresa Estradas de Portugal" (EP). No Orçamento do Estado para 2015, preparado em Outubro passado, citado pela UTAO, o Governo estimava que os encargos com as PPP em 2014 ficassem pelos 1.458 milhões de euros, mas de acordo com os técnicos esses encargos ficaram 86 milhões de euros acima do antecipado. A unidade alerta ainda que "em 2014 o valor actual dos encargos brutos futuros [previstos no OE2015] representava cerca de 11,1% do PIB", ou seja, 19.200 milhões de euros, advertindo que "devido à dimensão das responsabilidades futuras do Estado, as PPP constituem uma fonte de risco orçamental não negligenciável". Além disso, a UTAO aponta que se encontram pendentes pedidos de reposição do equilíbrio financeiro envolvendo montantes expressivos. Recordando o Programa de Estabilidade 2015-2019, apresentado pelo Governo, os técnicos escrevem que "o valor global dos pedidos de reposição do equilíbrio financeiro [pelos privados] atingiu perto de 3.700 milhões de euros", cerca de 2,1% do PIB, "sendo que o sector rodoviário representa cerca de 3.500 milhões de euros". Estes pedidos foram efectuados em 2012 e 2013, "não se conhecendo até à data a decisão final dos respectivos tribunais arbitrais", escrevem. Outro risco é o facto de "a materialização das estimativas de poupanças decorrentes dos processos de renegociação em curso e estar dependente da aprovação pelas entidades financiadoras e da
apreciação do Tribunal de Contas" (TdC). Ou seja, apesar de algumas das poupanças estimadas terem vindo a ser incluídas nas previsões orçamentais, "os processos de renegociação envolvem um conjunto de requisitos formais", como o visto do TdC, o que significa que "os processos iniciados não estão concluídos" e, assim, "as estimativas de poupança consideradas ao nível da execução orçamental não se encontram ainda materializadas". O Governo estima uma poupança acumulada de 7.200 milhões de euros ao longo da vigência dos contratos de PPP rodoviárias, ou seja, até 2041. "Em termos de valor actualizado para 2014, as poupanças em encargos brutos entre 2014 e 2041, representam cerca de 3.800 milhões", escreve a UTAO. Outro risco apontado pelos técnicos é o facto de a responsabilidade pelas grandes reparações das PPP rodoviárias, das concessionárias para a esfera da EP, no âmbito das renegociações ainda em curso, "poderá conduzir a encargos orçamentais futuros, caso as reparações se venham a revelar necessárias". A UTAO recorda que de acordo com os contratos atuais, as grandes reparações são pagas antecipadamente pelo concedente com base numa mera previsão de ocorrência, mesmo que não sejam necessárias. "Futuramente, estes encargos apenas serão suportados pelo parceiro público se, e quando, vier efectivamente a ser necessária a realização de uma grande reparação", explica. Os técnicos advertem ainda que "as receitas provenientes de portagem poderão vir a situar-se abaixo do orçamentado".
É agricultor? Tem mais 15 dias para se candidatar a fundos europeus Ministra Assunção Cristas considera que o alargamento do prazo é suficiente para concluir o processo em Portugal.
Foto: Lusa
O prazo para as candidaturas dos agricultores às ajudas da Política Agrícola Comum (PAC) foi alargado para 31 de Maio, anunciou esta segunda-feira a ministra da
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Agricultura. Comentando a reivindicação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que defendeu um alargamento do prazo de 15 de Maio para 15 de Junho, Assunção Cristas apontou que as medidas de simplificação da PAC foram precisamente um dos assuntos discutidos na reunião desta segunda-feira dos ministros da Agricultura da União Europeia, tendo sido acordado um alargamento do período de entrega de candidaturas até final do mês, sem qualquer penalização para os agricultores. "O prazo vai passar para o final deste mês. Portanto, até dia 31 de Maio os agricultores podem apresentar as suas candidaturas. Neste momento, nós já temos cerca de 70% das candidaturas entregues (...) não vamos precisar de utilizar o prazo todo", disse a ministra, que considerou desnecessário um alargamento até meados de Junho, pois tal acarretaria também um atraso nos controlos no terreno e, consequentemente, nos pagamentos das ajudas aos agricultores. "O nosso entendimento é que 31 de Maio, dado o ritmo das candidaturas, será suficiente. E a nossa preocupação é conjugar este prazo com os controlos no terreno. Quanto mais tarde nós admitirmos candidaturas, mais tarde serão os controlos, e mais tarde os agricultores receberão os subsídios a que têm direito", afirmou Assunção Cristas. Pouco antes, a CNA reclamara o alargamento, por um mês, da data limite para a candidatura dos agricultores às ajudas da PAC, considerando que há enquadramento para tal. "Num ano de aplicação de uma reforma da PAC, em que tudo muda, impunha-se que o Ministério da Agricultura e do Mar [MAM] encetasse uma vasta campanha de informação e dê tempo aos agricultores para conhecerem as novas regras e tomarem as suas decisões conscientes e acertadas, uma candidatura mal feita hoje pode ditar a redução de pagamentos durante os próximos sete anos", apontou a confederação em nota enviada às redacções.
Currículos desajustados deixam alunos mal preparados para o mercado de trabalho A conclusão é de um estudo realizado junto de 47 empresas em Portugal. Inquérito procurou identificar as necessidades de quem contrata para os próximos anos, perceber quem vão recrutar e quais as áreas.
Foto: Lusa
Os currículos dos alunos do secundário são desajustados à realidade e os estudantes do 12º ano estão pouco preparados para entrar no mercado de trabalho. A conclusão é de um inquérito realizado a 47 empresas pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento – BCSD Portugal. A grande parte dos inquiridos (80%) "percepciona os candidatos do 12º ano como pouco preparados, enquanto 30% melhoram esta percepção em relação ao ensino superior". Em relação ao ensino secundário, o estudo revela que 70% das empresas consideram os currículos desajustados e outras 70% dizem que o nível de conhecimento dos alunos com o 12º ano é desalinhado. No que toca ao ensino superior, a percepção empresarial é distinta: apenas 10% avaliam os currículos como desajustados; 20% consideram o nível de conhecimento no final do curso como desalinhado; e 30% percepcionam os candidatos com o ensino superior como pouco preparados. O inquérito foi realizado com o objectivo de conseguir adequar os perfis pretendidos pelas empresas e a formação escolar, para desta forma reduzir o desencontro que existe entre as necessidades das empresas e as qualificações dos alunos que estão a sair das escolas secundárias. Quais as competências mais escassas? Pretendeu-se ainda identificar as necessidades das empresas para os próximos anos, perceber quem irão recrutar e quais as áreas onde o recrutamento é mais escasso no mercado português.
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O Ministério da Educação e Ciência e o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento – BCSD Portugal assinam esta segunda-feira um protocolo de colaboração com vista a desenhar os currículos dos cursos do ensino vocacional e na formação em contexto de trabalho. Engenharia tecnológica, comercial, marketing e comunicação de informação, ciências económicas, operações e logística e automação são as cinco competências mais escassas em Portugal, segundo o questionário. As 47 empresas que responderam às perguntas empregam 240 mil colaboradores e facturam cerca de 67 mil milhões de euros na sua actividade global. São membros do BCSD Portugal. Nos próximos anos, esperam criar entre 7.500 e 11.200 postos de trabalho em Portugal. Um estudo apresentado durante a conferência "O trabalho e o emprego em Portugal", organizada pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), concluiu que a oferta das escolas está mesmo desajustada das necessidades que o mercado de trabalho procura? "Três em cada 10 empresas não encontram quem precisam para as vagas que têm".
Imprensa portuguesa debate criação de "cluster" do sector Associação Portuguesa de Imprensa organiza debate sobre o tema com os fundos comunitários do "Portugal 2020" como pano de fundo. A Associação Portuguesa de Imprensa pretende debater a criação de um "cluster" para o sector em Portugal. Para fazer frente aos desafios lançados pelas mudanças na imprensa a nível mundial, a associação propõe analisar o fenómeno dos "clusters". "A criação de 'clusters' é uma das estratégias do desenvolvimento e do crescimento económico apoiadas no âmbito do [programa de fundos comunitários] 'Portugal 2020', pelo que, também neste contexto, teremos uma oportunidade para crescer", lêse no comunicado da associação. "A revolução que os novos meios digitais vieram provocar no nosso sector não pode deixar-nos indiferentes e, ou a transformarmos em crescimento e em negócio, ou seremos fortemente ameaçados por ela", considera a Associação Portuguesa de Imprensa. O debate realiza-se na terça-feira, a partir das 9h30, no auditório do "Diário de Notícias", em Lisboa. O programa prevê vários painéis e encerra às 16h45.
PARCERIA RENASCENÇA/VER
As empresas existem para servir a sociedade?
Foto: VER Por Helena Oliveira
Seria bom que a frase acima fosse uma afirmação e não uma interrogação. Todavia, e para os mais optimistas e no que agora se apelida de “capitalismo de longo prazo”, a crença é a de que, mais cedo do que julgamos, os interesses dos stakeholders mais comummente identificados – empregados, clientes, fornecedores e comunidades – irão convergir com os próprios interesses da sociedade enquanto um todo. Até lá, porém, muito terá de mudar. E é sobre estas mudanças urgentes que o 6º Congresso da ACEGE, a 5 e 6 de Junho, irá versar. Que o mundo está em constante em mudança é uma das poucas premissas que parece reunir um consenso geral. Mas também é verdade que, em especial ao longo das duas últimas décadas, e em grande parte graças às forças da globalização e da tecnologia, o mundo interligado e interdependente tem vindo a enfrentar – ou a tentar fazê-lo –desafios gigantescos, sociais e ambientais, e absolutamente sem precedentes, os quais estão a obrigar a uma mudança radical em muitas áreas que julgávamos “seguras” e apenas passíveis de sofrerem evoluções graduais. Entre variadíssimos polos em mutação, o capitalismo, a economia e, por conseguinte, as empresas, têm sido palco de novas interrogações, interpretações, abordagens, modelos, muitos deles questionando o seu verdadeiro valor e o papel a desempenhar na perseguição de uma sociedade mais justa, equitativa e equilibrada. Esta cruzada, porém, parece cada vez mais longínqua, pese embora as inúmeras iniciativas levadas a cabo por grandes instituições internacionais, pelo número crescente de organizações sociais, pelas múltiplas campanhas em prol dos direitos humanos, pelos esforços encetados por um número significativo de empresas, pela sociedade civil em geral e pelo esforço – sempre relativo – das lideranças nacionais e globais. Leia mais no portal VER.
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Fundador do BPN condenado a pagar 100 mil euros José Oliveira e Costa é acusado de violação do dever de prestar informação devida aos clientes do banco. Outros exadministradores do BPN também foram multados.
Tavares.
Portugal está a vender mais para fora e a comprar menos a terceiros Maiores vendas são em máquinas e aparelhos, metais e combustíveis minerais. Governo prevê crescimento maior que o inicialmente previsto.
Foto: Lusa
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) condenou o fundador do BPN ao pagamento de 100 mil euros. José Oliveira e Costa é acusado de violação do dever de prestar informação devida aos clientes do banco, entre outras infracções. O regulador do mercado condenou ainda o banco BIC ao pagamento de 200 mil euros, com suspensão parcial de execução de 100 mil euros da coima aplicada, pelo prazo de dois anos, segundo a decisão divulgada esta segunda-feira em comunicado. Na origem da coima aplicada do BIC - que comprou o BPN - estão várias infracções: exercício de actividade de gestão de carteiras por conta de outrem sem registo na CMVM, a título doloso, violação do dever relativo ao conteúdo contratual mínimo dos contratos de gestão de carteira, do dever de prestar aos clientes a informação devida, do dever de organização interna e três violações do dever de qualidade de informação prestada ao regulador de mercado. O regulador condenou também os ex-administradores do BPN António Coelho Marinho, Teófilo Carreira, Armando Pinto, e o ex-presidente do BPN (depois da saída de Oliveira Costa) e ex-presidente do banco Efisa, Abdool Vakil, ao pagamento de coimas de 25.000 euros, por infracções cometidas entre 1999 e 2008. António Franco foi o ex-administrador com coima mais pesada, no valor de 50.000 euros. José Augusto Oliveira Costa, filho de Oliveira Costa, foi condenado ao pagamento de uma coima de 25 mil euros, com suspensão parcial da execução de 17.500 euros, pelo prazo de dois anos, pelo exercício de actividade de gestão de carteiras por conta de outrem sem registo na CMVM, a título negligente. A decisão é definitiva para todos os arguidos à excepção de Armando Pinto e de António Coelho Marinho, que requereram a impugnação judicial da mesma, informa a entidade liderada por Carlos
Pires de Lima reagiu com satisfação. Foto: André Kosters/Lusa
Portugal está a vender mais para fora, sobretudo para a Europa, e a comprar menos a países terceiros. Segundo odados do Instituto Nacional de Estatística divulgados esta segunda-feira, as exportações aumentaram 4% e as importações diminuíram 1,4% nos primeiros três meses de 2015, em comparação com igual período do ano passado. As maiores vendas de Portugal são dentro da Europa, em produtos como máquinas e aparelhos, metais comuns e combustíveis minerais. As importações desceram de forma acentuada fora da União Europeia, puxadas pelos combustíveis e lubrificantes, que estão agora mais baratos. "Os dados vêm confirmar a bondade do trajecto de recuperação económica que estamos a fazer, assente em empresas competitivas, em sectores transaccionáveis", comentou o ministro da Economia, António Pires de Lima, em declarações à RTP. "Estes dados, conjuntamente com outros dados que vamos também conhecendo, como o clima de confiança nos agentes económicos, a recuperação do investimento, permitem-nos fundamentar a ideia de que Portugal este ano vai crescer, e vai crescer provavelmente mais do que aquilo que inicialmente se tinha previsto", concluiu o governante. Aumento permite recuperação do défice comercial O aumento das exportações permite uma recuperação de 661,3 milhões de euros no défice comercial e uma subida da taxa de cobertura para 86,1%, divulgou o INE. Analisando apenas o comércio intracomunitário no primeiro trimestre, o INE dá conta de um aumento de 5,2% das exportações e de 2,2% das importações face ao período homólogo, a que correspondeu uma taxa de
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cobertura de 80,9% e um défice de 2.109,6 milhões de euros. Numa análise por grandes categorias económicas, no primeiro trimestre de 2015, face ao período homólogo, destacam-se nas exportações os acréscimos nos combustíveis e lubrificantes (+8,9%), nas máquinas, outros bens de capital e seus acessórios (+7,3%) e no material de transporte e acessórios (+6,2%). No que se refere às importações, salienta-se a redução de 30,1% nos combustíveis e lubrificantes, sobretudo nos produtos primários, enquanto as importações de material de transporte e acessórios registaram o maior aumento (+19,2%). FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
Critérios editoriais O grau em que o comentário mediático está hoje entregue a políticos é uma anormalidade.
Passos não quer saber do sabor do xarope Neste noticiário: Primeiro-ministro explica a sua receita para vencer a crise; TAP ainda pode ficar em mãos portuguesas; aumentam queixas de consumidores que recebem facturas de serviços essenciais com vários meses; cobertura das campanhas pode resolver-se com auto-regulação; União Europeia pela apoio da ONU para desmantelar redes de tráfico de seres humanos no Mediterrâneo.
Cavaco. Migrações "deviam estar no topo da agenda da União Europeia" Por Francisco Sarsfield Cabral
Os jornais, rádios e televisões reclamam contra as limitações à liberdade editorial durante os períodos de campanha e pré-campanha eleitoral. Fazem bem, até porque, da parte de parlamentares, surgiram propostas aberrantes, entretanto deixadas cair. Mas as direcções dos “media” têm um ponto fraco: o enorme espaço de comentário que elas, sobretudo na televisão, concedem a ex-políticos ou a pessoas temporariamente afastadas da política. Assim abdicando do predomínio do comentário de jornalistas ou de pessoas sem ligações político-partidárias. Percebe-se: os políticos, mesmo os “ex”, são conhecidos do público, o que atrai leitores, ouvintes e telespectadores. Em contrapartida, os comentários dos políticos ou ex-políticos sofrem de perda de credibilidade: até que ponto reflectem uma agenda política própria ou um ajuste de contas com adversários políticos recentes? Seria errado afastar do comentário mediático toda a gente ligada à política. Mas o grau em que esse comentário em Portugal está hoje entregue a políticos não tem paralelo noutros países democráticos. É uma anormalidade.
Perante representantes de mais de 40 países, o PR defendeu "uma grande cooperação e diálogo entre a União Europeia e os países do sul do Mediterrâneo".
Foto: Manuel de Almeida/Lusa
O Presidente da República considerou esta segundafeira que a imigração, o asilo e os direitos humanos deviam estar no topo da agenda europeia, num "tempo desafiante" que requer cooperação e diálogo com os países do sul do Mediterrâneo. "São temas de grande preocupação para todos nós, temas que deviam estar no topo da agenda da União Europeia, no topo da agenda das nossas nações", afirmou o chefe de Estado, Cavaco Silva, perante representantes dos mais de 40 países que fazem parte da Assembleia Parlamentar da União para o Mediterrâneo.
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Falando nos "tempos desafiantes" que se vivem, Cavaco Silva defendeu que a imigração, o asilo e os direitos humanos são problemas que requerem "uma grande cooperação e diálogo entre a União Europeia e os países do sul do Mediterrâneo". "Este diálogo é fundamental e é fundamental esta parceria entre os dois lados do Mediterrâneo", frisou. O chefe de Estado sublinhou ainda o carácter especial e único da Assembleia Parlamentar da União para o Mediterrâneo, considerando que se deve aproveitar esta oportunidade de diálogo e parceria para enfrentar os problemas e encontrar soluções para evitar a repetição de tragédias no Mar Mediterrâneo. "Isso exige diálogo e cooperação", insistiu. Numa curta intervenção, a presidente do parlamento português, Assunção Esteves, aproveitou a audiência concedida por Cavaco Silva para dar conta do trabalho que está a ser desenvolvido na II cimeira de presidentes dos parlamentos da Assembleia Parlamentar da União para o Mediterrâneo, que decorre até terça-feira no Palácio de São Bento, adiantando que as conclusões do encontro serão posteriormente remetidas para a Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho Europeu. Segundo Assunção Esteves, deverão ser apresentadas dez medidas concretas de curto e médio prazo. "Temos de reforçar os nossos esforços." Na cimeira, o primeiro-ministro português propôs que a União Europeia debata "uma política de imigração mais aberta", que apontou como moralmente justa e potencialmente benéfica no médio prazo em termos económicos e sociais.
Português recolhe fundos para reconstruir vila do Nepal Esta terça-feira há festa solidária em Lisboa, com várias acções para recolher fundos, entre as quais a venda de um DVD. Por Filomena Barros
Voltou a Portugal uma semana antes do sismo e soube da tragédia pelas redes sociais, através das informações que iam sendo dadas pelos amigos que conheceu no Nepal. Paulo Ferreira quer ajudar a vila nepalesa de Dhading Nalang Sundaripani, com mil habitantes e 300 casas. Muitos perderam o tecto e o emprego devido ao sismo de 25 de Abril. Paulo criou um blogue, o "Nepal Earthquake Appeal", e organiza na terça-feira uma festa solidária em Lisboa. Haverá várias acções para recolher fundos, entre as quais a venda de um DVD. A reportagem áudio pode não estar disponível na aplicação da Renascença e em alguns dispositivos móveis
Presidente francês foi a Cuba ver a nova "revolução" Francois Hollande apelou ao fim do embargo à ilha antes de se encontrar com Fidel Castro.
Hollande nas ruas de Havana. Foto: Alejandro Ernesto/EPA
O Presidente francês está de visita oficial a Cuba. Francois Hollande apelou esta segunda-feira ao fim do embargo dos Estados Unidos ao regime de Havana, que dura há cinco décadas. Num discurso na Universidade de Havana, Hollande apelou ao fim do embargo económico que constituiu um entrave ao desenvolvimento de Cuba. A missão diplomática de Hollande começou no domingo à noite e fica para a História como a primeira visita que um chefe de Estado francês realiza à ilha comunista. A última vez que um líder da Europa Ocidental tinha visitado Cuba foi em 1986, quando o primeiro-ministro espanhol da altura, Felipe Gonzalez, se deslocou à ilha. Francois Hollande tem um encontro marcado com o líder da revolução cubana, Fidel Castro, de 88 anos. A reunião não constava da agenda oficial. Nessa visita a Cuba, o Presidente francês condecorou o Cardeal de Havana, D. Jaime Ortega com a Legião de Honra. Hollande vai aproveitar a deslocação para reforçar as relações económicos com o regime de Havana, mas prometeu também abordar a questão dos direitos humanos e dos presos políticos.
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Grécia e Eurogrupo continuam separados por uma linha vermelha
Jihadistas usam redes sociais para chegar a "lobos solitários"
Vai ser preciso "mais tempo e mais esforço" para um acordo com Atenas, segundo os ministros das Finanças da Zona Euro.
Estados Unidos admitem nova fase de ameaça terrorista devido às redes sociais.
Foto: DR Varoufakis tenta convencer presidente do Eurogrupo. Foto: Stephanie Lecocq/EPA
Os ministros das Finanças da Zona Euro admitem que é preciso mais "tempo e mais esforço" ultrapassar as chamadas "linhas vermelhas" que impedem um acordo de reformas em troca de financiamento à Grécia. Numa declaração conjunta, os ministros elogiam os “progressos” e os esforços realizados até agora nas negociações entre os credores e o Governo de Atenas. O Eurogrupo constata que houve uma reorganização dos procedimentos de trabalho durante as negociações, numa alusão à saída do ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, da equipa de negociadores gregos e que terão contribuído para melhorar o ambiente. As autoridades gregas manifestam a intenção de acelerar as conversas com as instituições internacionais, para alcançar um acordo sobre o pacote de reformas que Atenas deve cumprir. Os ministros da Zona Euro afirmam que só quando houver esse acordo é que aprovam o pagamento da última tranche do programa de resgate, no valor de 7.200 milhões de euros. Em conferência de imprensa no final da reunião desta segunda-feira, em Bruxelas, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, disse esperar "um acordo tão cedo quanto possível", sublinhando que a alternativa é "pior para todos". "Independentemente de haver acordo sobre algumas áreas, temos de procurar um acordo sobre todas as áreas que estão em aberto em matéria de reformas, objectivos orçamentais para este ano e para o próximo, em particular. Até que se consiga esse encontro abrangente envolvendo todas as medidas, estamos basicamente à espera e a observar enquanto os trabalhos avançam", declarou Maria Luís Albuquerque.
O secretário norte-americano da Segurança Interna afirmou viver-se uma nova fase de ameaça terrorista global devido à crescente utilização das redes sociais pelo autodenominado Estado Islâmico (EI). Em entrevista à cadeia televisiva ABC, Jeh Johnson referiu que passou a haver um novo contexto devido ao "uso das redes sociais e da internet pelo EI e que, assim, consegue alcançar pessoas no território" dos Estados Unidos, como "lobos solitários". Com a internet, o Governo dos Estados Unidos receia que não haja avisos sobre a acção de um "actor independente". "É por isso que as forças da ordem locais devem estar mais atentas do que nunca", considerou o governante, que insistiu na necessidade de envolver as comunidades na luta contra a propaganda jihadista. "Tem de vir do interior da comunidade. Tem de vir dos líderes islâmicos, que, sinceramente, podem encontrar melhor as palavras que o Estado federal", disse. Os Estados Unidos reforçaram, como medida de precaução, a segurança nas suas bases militares devido a uma ameaça jihadista e, na sexta-feira, o director do FBI, James Comey, admitiu a preocupação das autoridades com as incitações do EI, na internet, para "agressão aos militares e agentes da ordem". John Carlin, procurador-geral adjunto para a Segurança Nacional dos EUA, revelou que cerca de 180 americanos já partiram ou tentaram partir para a Síria para se juntarem às fileiras dos jihadistas. A nível europeu, segundo dados avançados pela comissária europeia da Justiça, mais de seis mil jihadistas europeus podem estar a combater na Síria. Uma pesquisa britânica identificou "o desejo de aventura, tédio, insatisfação com a sua vida e falta de perspectivas" em todos os que optaram por abandonar as suas famílias e ir para a Síria, disse a comissária Vera Jourová, em entrevista ao "Le Figaro".
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Boko Haram acredita que filhos de mulheres violadas já nascem com ideologia radical
Papa diz a sete mil crianças: "Há muitas pessoas poderosas que não desejam a paz"
Um governador nigeriano diz que os terroristas acreditam que os filhos por eles gerados vão herdar as suas convicções, independentemente de estarem presentes ou não.
Francisco deixou as crianças fazerem-lhe as perguntas que quisessem e no final disse que todos, incluindo ele, deviam sair do encontro mudados para melhor.
Mulheres resgatadas de um campo do Boko Haram. Foto: Forças Armadas nigerianas Por Filipe d'Avillez
A realidade de militantes de grupos armados, que são na sua esmagadora maioria homens, raptarem mulheres é tudo menos nova, mas da Nigéria surge agora uma revelação que pode ajudar a explicar porque é que o Boko Haram tem apostado tanto nesta estratégia. Inicialmente pensava-se que as mulheres raptadas serviam essencialmente para satisfazer os desejos sexuais dos combatentes, seja através de casamentos forçados ou de uso como escravas sexuais. Mas o governador de Borno, um estado com uma forte presença do grupo fundamentalista, diz que as mulheres são usadas como armas de procriação maciça. "Estes homens têm uma crença espiritual de que qualquer filho que geram acabará por herdar a sua ideologia, quer estejam presentes ou não", diz Kashim Shettimam, numa declaração reproduzida no site do Council of Foreign Relations, sedeado nos Estados Unidos. Ao longo das últimas semanas as forças armadas da Nigéria e de alguns países vizinhos têm feito grandes avanços contra o Boko Haram, cujos membros estarão escondidos em vários campos na floresta de Sambisa. Cerca de mil mulheres foram já resgatadas vivas e as autoridades notam que muitas delas estão grávidas. A confirmar-se, a teoria avançada pelo governador do Estado de Borno pode ajudar a explicar porque é que os terroristas do Boko Haram dão tanta importância ao rapto e violação de mulheres em idade de procriação.
Por Filipe d’Avillez
O Papa Francisco encontrou-se esta segunda-feira com sete mil crianças da organização "Fábrica da Paz", deixando que elas fizessem as perguntas que entendessem e respondendo abertamente a tudo. Embora o encontro fosse com crianças pequenas, os temas abordados foram por vezes muito sérios. Questionado sobre a guerra, Francisco respondeu sem cerimónias: "Porque tantos poderosos não querem a Paz? Porque vivem da guerra! Da indústria das armas! Isto é grave. Alguns poderosos ganham com o fabrico de armas, e vendem-nas a este pais que está contra aquele e depois àquele que está contra este. É a indústria da morte! E ganham com isso." "Sabem, a ganância faz-nos muito mal, a vontade de querer sempre mais e mais dinheiro. É por isto que tanta gente não quer a paz. Ganha-se mais com a guerra. Ganha-se dinheiro e perdem-se vidas, perde-se a cultura, perde-se a educação, perdem-se tantas coisas", disse. Em resposta a outra questão, falou do sofrimento das crianças e dos inocentes em geral. O Papa admitiu que não tinha resposta para esse mistério, mas que a sociedade pode fazer muito para diminuir este sofrimento. As crianças quiseram saber se Francisco se dava bem com os seus irmãos e ele disse que o importante não é saber se os irmãos discutem muito, mas que sempre se reconciliem no final. Pelo menos uma criança, em vez de fazer uma pergunta, informou o Papa que em breve tencionava ir visitar o santuário de Lourdes e perguntou se Francisco não gostaria de ser o maquinista do comboio para garantir que todos chegavam lá bem. A "Fábrica da Paz" é uma organização nãogovernamental e interdisciplinar que promove a integração e uma compreensão multi-étnica e intercultural através da educação, começando logo nos primeiros anos de escola. No final do encontro o Papa apelou à mudança de vida. "Sempre que fazemos alguma coisa em conjunto, algo bom, algo belo, toda a gente muda – todos mudamos de alguma maneira – e isso faz-nos bem. Hoje todos nós devemos sair deste encontro diferentes de alguma pequena maneira", referiu.
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Fundador de Taizé nasceu há 100 anos."Para tudo na vida ele pediu poesia" Comunidade ecuménica de Taizé assinala centenário do nascimento do seu fundador com actividades em vários pontos do país.
O fundador da comunidade Taizé faria 100 anos em 2015. Foi assassinado em 2005. Foto: DR Por Ecclesia
A Comunidade Ecuménica de Taizé (França) celebra esta terça-feira o centenário do nascimento do seu fundador, o irmão Roger. "A presença física era muito forte, irradiava santidade. Depois, à medida que o fui conhecendo, melhor confirmei isso já não de uma forma tão infantil. Era de uma simplicidade e ao mesmo tempo visão impressionantes", explica Jaime Bacharel à Agência Ecclesia. O irmão do único monge português que faz parte da comunidade ecuménica francesa recorda a primeira vez que se aproximou do irmão Roger, com uma "velhice frágil", mas umas "mãos grandes e fortes" que abençoavam. Desde que participou no Encontro Europeu em Praga, na República Checa, em 1990, foi lendo as cartas do monge suíço, que fundou a comunidade há 75 anos. Sentia que eram "sempre mais ou menos a mesma coisa". Agora, destaca o "aspecto da confiança". "Uma mensagem muito positiva, de acolhimento e pela positiva conseguia-se mais do que pelas proibições", comenta Jaime Bacharel, que revela fazer o mesmo com as filhas. Um relógio sem poesia A comunidade recebe os familiares dos monges convidando-os para as refeições, o que permitiu ao professor de música ouvir o irmão Roger e testemunhar o "carinho" que a comunidade lhe dedicava, "como se trata uma mãe ou um pai". "Lembro-me de coisas deliciosas", assinalou o também cantor no Coro Gulbenkian que recordou um almoço em que o irmão Roger disse que "faltava poesia ao relógio" que estava pendurado na parede à sua frente.
"Os monges enquadraram o relógio em madeira com floreados de um bom gosto indescritível. Eles perceberam perfeitamente o que o irmão queria dizer", diz. Este gesto manifesta ainda a "mportância do cuidado com a beleza", afirma. "Para tudo na vida ele pediu poesia e o que se sente em Taizé é que tudo tem poesia. O belo como encontro para Deus", observou o irmão do monge David. Doações, orações e um colóquio A Diocese de Lisboa vai celebrar o centenário do nascimento do irmão Roger com uma Vigília de Encontro e Oração esta terça-feira, às 21h15, no Convento de São Domingos de Benfica. "Os participantes são convidados a trazer bens alimentares não perecíveis, roupa ou donativos que serão recolhidos pela Cáritas Lisboa", explica o Patriarcado no seu "site". A Diocese de Aveiro, na habitual oração mensal "ao jeito de Taizé", também vai recordar o irmão Roger, com uma oração solidária, esta sexta-feira, dia 15 de Maio, às 21h30, na Igreja de São Gonçalinho (junto à Praça do Peixe). O Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Aveiro propõe a partilha de "artigos de higiene pessoal ou roupa interior de adulto", que vai reverter para o Balneário Social das Florinhas do Vouga. Para celebrar o centenário do nascimento do irmão Roger, os dez anos do seu falecimento, e os 75 anos da fundação da comunidade ecuménica, os monges prepararam um ano especial com o encontro geral em Taizé, França, a 16 de Agosto. A comunicada vai promover uma "semana de reflexão sobre a actualidade da vocação religiosa", de 5 a 12 de Julho de 2015, com responsáveis de congregações, comunidades e mosteiros, católicos, ortodoxos e protestantes. De 9 a 16 de Agosto, o "Encontro por uma nova solidariedade", o "ponto culminante" das celebrações em 2015 e que reflecte um percurso de três anos. O pensamento do irmão Roger também vai ser assinalado com um colóquio internacional, de 30 de Agosto a 6 de Setembro de 2015.
Aplicação “Missas em Lisboa” diz onde e quando Apresentação vai contar com a presença do Cardeal Patriarca de Lisboa, que irá analisar a mensagem do Papa Francisco para o Dia das Comunicações Sociais 2015. O Patriarcado de Lisboa vai lançar uma aplicação para telemóveis com os horários e os locais das missas que se realizam diariamente na diocese de Lisboa. " ‘Missas em Lisboa’ oferece a funcionalidade de pesquisa, por horário e localização, das missas que se realizam diariamente na diocese de Lisboa", adianta uma nota do patriarcado. A aplicação que será apresentada quinta-feira em Lisboa terá também outras funcionalidades como
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"notícias e sugestão de cânticos para as missas dominicais". A apresentação contará com a presença do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, que irá analisar a mensagem do Papa Francisco para o Dia das Comunicações Sociais 2015, que se comemora no domingo, 17 de Maio. A mensagem, divulgada em Janeiro, destaca o papel da família como local privilegiado de comunicação, defendendo no interior de cada família uma educação para o pluralismo. "Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade", escreveu. O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, é assinalado no Domingo anterior à celebração de Pentecostes.
Pastorinhos ao estilo "Avatar". Estreia marcada para 2017 O filme está em produção e conta com os profissionais que trabalharam em “O Senhor dos Anéis”, “Harry Potter” e “Noé". O Papa Francisco é uma das personagens e esperase que assista à estreia mundial.
os melhores profissionais, entre portugueses e especialistas de todo o mundo. “Um deles é um inglês que vem trabalhar connosco, especialista em fazer só animação de cabelos, areia e água. É requisitado para não sei quantos filmes em simultâneo para trabalhar só essas peças”, revela Rui Pedro Oliveira. O filme “já tem o guião pronto, tem vozes confirmadas, a parte musical confirmada e directores de cada departamento”, adianta. O filme vai estar pronto em Maio de 2017 para assinalar o centenário das aparições de Fátima e para ser visto e valorizado por pessoas em todo o mundo e de todas as idades. Em todo o processo, procura-se a excelência em cada detalhe, em cada palavra, em cada sorriso da Jacinta, por exemplo, que é a personagem mais completa nesta altura e que tem conquistado quem já a viu. Há ainda ambientes desenhados, bonecos animados, mas o cuidado na pesquisa histórica, científica e teológica é uma garantia, diz Rui Pedro Oliveira, que pretende um filme surpreendente e marcante. “Fé” tem guião de Filipa Leal e com vozes portuguesas bem conhecidas para as personagens principais, mas que ainda são segredo. O que a produção gostava mesmo era de ter a voz do Papa Francisco. O filme foi o destaque do programa da Renascença “Princípio e Fim”, emitido aos domingos às 23h30.
Os "Poemas Canhotos" de Herberto Helder a caminho das livrarias Trata-se do último livro de poemas inéditos de Herberto Helder, que "o terminou pouco antes de morrer", a 23 de Março último, aos 84 anos.
Imagem de Jacinta tem conquistado quem a vê. Foto: Imagenew
Está marcada para 13 de Maio de 2017 a estreia mundial de “Fé”, um filme digital, animado, sobre os pastorinhos de Fátima e que já tem o aval do Santuário e do Vaticano. Passados 100 anos, a história de três crianças de Fátima ainda comove e inspira e vai agora chegar a todo o mundo com um novo olhar – o do empresário Rui Pedro Oliveira, que um dia teve uma ideia de fazer um filme diferente. “Lembrei-me de fazer um filme animado, um bocado ao estilo de Avatar, Senhor dos Anéis, da Maléfica, do Harry Potter, em que as três personagens iriam contracenar com três miúdos contemporâneos”, conta à Renascença. Será, portanto, uma grande produção digital, com hologramas tridimensionais e a qual foram escolhidos
"Poemas Canhotos", o último livro de Herberto Helder, falecido em Março passado, é publicado na próxima sexta-feira, anunciou esta segunda-feira a Porto Editora. Em comunicado, a editora afirma tratar-se do "último livro de poemas inéditos" de Herberto Helder, que "o terminou pouco antes de morrer", a 23 de Março último, aos 84 anos. "Esta edição inclui uma bibliografia completa dos livros publicados pelo autor, cuidadosamente preparada por Luis Manuel Gaspar", afirma a editora, acrescentando que, "de acordo com a vontade de Herberto Helder, 'Poemas Canhotos' terá uma edição de tiragem única". Herberto Helder Luís Bernardes de Oliveira nasceu a 23 de Novembro de 1930, no Funchal, e é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa. "A Morte Sem Mestre" foi o último livro publicado em vida pelo poeta, já com a chancela da Porto Editora, em
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Junho de 2014. Herberto Helder estreou-se literariamente em 1958, com a obra "O Amor em Visita", à qual se seguiram os títulos "A Colher na Boca", "Poemacto" e "Lugar", editados nos princípios da década de 1960. O poeta madeirense começou a trabalhar para a Emissora Nacional como redactor do noticiário internacional e publicou, entretanto, "Os Passos em Volta", obra reeditada pela Porto Editora em Janeiro último. Em 1968, envolveu-se na publicação de "Filosofia na Alcova", do Marquês de Sade, que desencadeou um processo judicial no qual foi condenado, com pena suspensa, o que não impediu que fosse despedido da rádio oficial. Neste mesmo ano publicou "Apresentação do Rosto", uma autobiografia, livro que foi apreendido pela Censura. Em 1969 tornou-se director literário da Editorial Estampa, onde começou a publicar a obra completa de Almada Negreiros. Depois de ter trabalhado como repórter de guerra em Angola, partiu para os Estados Unidos, em 1973, ano em que publicou "Poesia Toda", reunindo a sua produção poética até então, e fez uma tentativa falhada de publicar "Prosa Toda". Só voltou a Portugal depois do 25 de Abril, já em 1975, para trabalhar na rádio e em revistas, como meio de sobrevivência, tendo sido editor da revista literária Nova, de que se publicaram apenas dois números. Depois de publicar, nos anos seguintes, mais algumas obras, entre as quais "Cobra" (1977), "O Corpo, o Luxo, a Obra" (1978) e "Photomaton & Vox" (1979), remeteu-se ao silêncio. Em 1977 enviou uma carta à revista Abril, endereçada a Eduardo Prado Coelho, na qual sobre si escreveu: "O que é citável de um livro, de um autor? Decerto a sua morte pode ser citável. E, sobretudo, o seu silêncio". Em 2008 publicou "A Faca Não Corta O Fogo - Súmula & Inédita", sucedendo-se no ano seguinte "Ofício Cantante". Herberto Helder, refere a Porto Editora, é um "poeta maior que ficará entre a meia dúzia de nomes incontornáveis da poesia portuguesa do século XX".
Novo Museu dos Coches. 350 mil visitantes esperados por ano Estimativa é conservadora, diz o Governo, porque o museu lisboeta possui "uma colecção única no mundo". No fim-desemana de abertura, as entradas serão gratuitas.
Fotos: António Cotrim/Lusa
O novo Museu Nacional dos Coches, que é inaugurado a 23 de Maio, data da celebração dos 110 anos de existência da instituição, vai apresentar 40 coches do século XIX provenientes do núcleo de Vila Viçosa. As instalações do novo museu, em Belém, foram apresentadas esta segunda-feira aos jornalistas, numa conferência de imprensa seguida de visita guiada pelo arquitecto Ricardo Bak Gordon, também envolvido no projecto desenhado pelo arquitecto brasileiro, já premiado com o Pritzker, Paulo Mendes da Rocha. Na conferência de imprensa, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, disse que foi feita uma estimativa de 350 mil visitantes por ano – "mas deve ser superior", por possuir "uma colecção única no mundo", como é destacado por especialistas, segundo o responsável governamental. "Preferimos tomar em conta valores mais baixos e pensar num cenário mais conservador, em vez de esperar números mais altos e depois não serem atingidas essas metas", justificou. Estado dá 500 mil euros por ano Barreto Xavier acrescentou que, com base nas estimativas, o orçamento anual dos dois museus dos coches – o antigo, que vai continuar a funcionar, e o novo – vai atingir 2,7 milhões, um valor inferior ao anteriormente anunciado, de 3,3 milhões, devido à perspectiva conservadora. Jorge Barreto Xavier apresentou museu. Foto: António Cotrim/Lusa O Estado irá manter um apoio anual de 500 mil euros. O restante orçamento será pago pelas receitas de bilheteira (40% serão gratuitas), mecenato e participação de privados.
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"Não há hoje nenhum museu internacional que não tenha a participação de privados", argumentou o secretário de Estado da Cultura sobre o futuro modelo de gestão. O novo museu custou ente 39 e 40 milhões de euros, "financiado quase exclusivamente pelas verbas do casino, através do Turismo de Portugal", num empreendimento "decidido pelo anterior governo", do PS. "As obras estavam praticamente concluídas em 2012, mas os anos de crise, a partir de 2011, impediram uma abertura mais célere. Quisemos abrir nesta data especial dos 110 [anos] de existência do museu, fundado pela Rainha D. Amélia", sublinhou Jorge Barreto Xavier. Ficam por fazer a ponte pedonal, sobre a Avenida da Índia e a linha ferroviária, que ficará concluída até meados de 2016. Quanto ao vasto espaço público existente por debaixo do museu, que assenta sobre pilares os seus dois pisos, "vai servir para vários eventos, incluindo realizados por privados", disse o secretário de Estado. Sobre o valor dos bilhetes, Jorge Barreto Xavier escusou-se a adiantar, por agora, os preços, justificando que precisa ainda de obter a aprovação da ministra das Finanças, até ao final desta semana, e depois será divulgado. No fim-de-semana de abertura, a 23 e 24 de Maio, as entradas serão gratuitas.
Imagens de caixões nos maços de tabaco para os portugueses deixarem de fumar
Parlamento. Actualmente, os fumadores já compram maços com mensagens a alertar para os malefícios do tabaco, mas a nova lei leva o aviso a outro nível. Entre as 42 imagens chocantes previstas na proposta do Governo está, por exemplo, a do velório de uma criança, acompanhada da frase: “Fumar pode matar o seu filho antes de ele nascer”. Outra fotografia que pode passar a figurar nos maços mostra um homem morto num saco para cadáveres, com a legenda “Fumar provoca ataques cardíacos”. Doentes de cancro em fase terminal, os efeitos nefastos do tabaco nos pulmões, membros amputados devido à obstrução de artérias de fumadores também passarão a reforçar as mensagens de alerta. A inclusão de imagens chocantes nos maços do tabaco é apenas uma das novidades da proposta de alteração à lei do tabaco. O Governo também quer alargar a proibição de fumar a quase todos os locais públicos fechados e acabar com o vazio legal nos cigarros electrónicos. VITÓRIA DE GUIMARÃES
Dois castigados e um lesionado. Cenário complicado para recepção ao Benfica Bernard e Cafú suspensos. Bruno Gaspar em sério risco. Rui Vitória faz contas para o "jogo do título".
Governo aposta em fotografias chocantes para dissuadir os fumadores na altura de acenderem um cigarro.
Pais a chorar junto ao caixão de uma criança, um homem morto num saco para cadáveres, membros decepados e pulmões destruídos são algumas das imagens chocantes que, dentro em breve, podem passar a figurar nos maços de tabaco em Portugal. A biblioteca de fotografias dissuasoras consta de uma proposta de alteração da lei do tabaco, da autoria do Governo, que vai ser debatida próxima sexta-feira no
O Vitória de Guimarães estará privado de dois jogadores na recepção ao Benfica, na próxima jornada do campeonato, por castigo, podendo ainda não poder fazer alinhar outro atleta, por motivos de lesão. Esta segunda-feira, Bernard e Cafú cumpriram uma série de cartões amarelos, durante o empate com o Nacional (2-2), para a 32ª jornada da Primeira Liga. Rui Vitória, técnico vimaranense, não vai poder contar com a dupla de médios e poderá perder igualmente o lateral-direito Bruno Gaspar, que se lesionou na partida de hoje. O Vitória de Guimarães-Benfica arranca às 18h00 de domingo, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. Jogo com relato na antena da Renascença
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e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. Em caso de triunfo, os encarnados sagram-se bicampeões nacionais. REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Jackson e Benfica
"Jackson merece mais do que Lima ou Jonas". A declaração é de Mário Jardel e faz a manchete do diário O Jogo. Na edição Sul, o destaque vai para o Sporting, com o título "Solução Doyen para Carrillo". Os diários de Lisboa dão destaque ao Benfica, com A Bola em registo panfletário a escrever: "Carrega para o título". Por sua vez, o Record difunde uma mensagem saída da Luz: "Jesus não dá troco... para já". O diário da Cofina adianta que o treinador do Benfica vai responder ao seu colega do FC Porto depois do fim do campeonato. Sobre o Sporting, o Record escreve "Acordo total com Ewerton" e, sobre o FC Porto, surge o título "Bayern quer Brahimi". RIBEIRO CRISTÓVÃO
Caos à vista Seja qual venha a ser o resultado do Bayern Munique-Barcelona, o jogo já tem todos os ingredientes para ficar na história da Liga dos Campeões.
Por Ribeiro Cristóvão
multidão de espectadores espalhados por todo o mundo vai ter consequências desastrosas,
independentemente do desfecho que venha a registarse. Respaldado por uma diferença substancial, o Barcelona está na Alemanha em situação mais favorável. E muito embora actue em terreno adverso e frente a uma equipa também poderosa que tudo vai tentar para modificar o estado actual, a verdade é que a sua reconhecida experiência e a enorme classe de muitos dos jogadores por que é servida têm um peso significativo. Apesar disso, técnico e jogadores catalães não alinham em euforias. Luis Henrique não se mostra disponível para participar num jogo louco, como certamente pretende o seu antagonista, enquanto os jogadores às suas ordens afirmam não acreditar em facilidades, pois do outro lado estão alemães, o que para eles diz tudo. Já o treinador da equipa germânica não atira a toalha ao chão, reforçando esta ideia com o facto de o Bayern entrar em todos os jogos para os ganhar, o que não tem acontecido sempre como, por exemplo, no mais recente desafio do seu campeonato que perdeu frente ao Aubsburgo, no mesmo estádio onde esta noite vai enfrentar o Barcelona. Independentemente do resultado que vier a verificarse, adivinham-se consequências. A eliminação da equipa de Munique não deixará de causar um verdadeiro terramoto com Pep Guardiola no seu epicentro. A contestação à sua volta tem vindo a subir de tom, e o desenlace poderá ser a próxima saída. Do lado espanhol, também Luiz Henrique não deixará de ser seriamente afectado. A sua posição nunca foi tida como muito sólida, a relação com alguns dos seus jogadores teve intermitências e um desaire poderá abrir caminho ao caos. Há, por tudo isto, todas as razões para aguardar com inusitado interesse este Bayern-Barcelona, um jogo para ficar na história da Liga dos Campeões.
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PRIMEIRA LIGA
SPORTING
Rui Alves prepara-se para regressar ao Nacional
Resultados finais de auditoria apresentados em Junho e Setembro
Antigo presidente deve formalizar candidatura à liderança nos próximos dias. Clube e SAD do Nacional vão a eleições a 3 de Junho.
Rui Alves está disposto a regressar à presidência do Nacional, sendo que a a formalização da candidatura à liderança do clube e SAD madeirense deverá avançar nos próximo dias. A presidência da SAD do Nacional está entregue a Margarida Camacho, desde Junho de 2014, altura em que Rui Alves anunciou que era candidato à Liga de Clubes, num processo eleitoral que decorreu de forma muito conturbada. Um ano depois, o engenheiro civil, de 55 anos de idade, prepara-se para regressar à presidência da SAD dos insulares. O prazo para entrega de listas termina no dia 22 de Maio, sendo que as eleições estão marcadas para 3 de Junho.
Direcção do Sporting aproveita duas assembleias-gerais para expor gestão de Santana Lopes e José Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco e Bettencourt.
O Sporting vai divulgar, em Junho e Setembro, os resultados que encerram a auditoria de gestão levada a cabo aos mandatos dos presidentes que lideraram os destinos do clube, nos últimos 20 anos. Em comunicado enviado às redacções, a Direcção leonina revela que irá aproveitar a realização de duas assembleias-gerais de sócios para o efeito. Na reunião magna de 28 de Junho, o Sporting apresentará aos associados os resultados relativos aos mandatos de José Eduardo Bettencourt (6/6/2009 a 26/03/2011) e Filipe Soares Franco (19/10/2005 a 5/6/2009). Em Setembro, com data ainda a definir, será a vez da apresentação dos resultados da gestão de Dias da Cunha (1/8/2000 a 18/10/2005) e de Pedro Santana Lopes e José Roquette (2/6/1995 a 31/07/2000).
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PRIMEIRA LIGA
Penúltima jornada joga-se às 18h00 de domingo Todos os jogos da 33ª ronda da Primeira Liga agendados para o final da tarde de 17 de Maio. Título, luta pela Europa e manutenção jogam-se à mesma hora.
A Liga de Clubes anunciou, esta segunda-feira, a marcação de todos os jogos da jornada 32 da Primeira Liga para o mesmo dia e hora. Os nove desafios da penúltima ronda do campeonato arrancam às 18h00 de domingo [17 de Maio]. A decisão, revelada ao final desta tarde, justifica-se com o facto de o desfecho de todas as partidas ter repercussões em matéria classificativa. A luta pelo título, pelos lugares de acesso às competições europeias e pela manutenção continuam em aberto, levando a Liga a agendar o pontapé de saída dos encontros para a mesma hora. O que está em causa?No que diz respeito ao título nacional, o Benfica pode sagrar-se campeão se vencer o Vitória de Guimarães, mas o FC Porto tem ainda possibilidades matemáticas de arrecadar o troféu. Na corrida pela Europa, o Sporting garantiu já o terceiro lugar, mas o quarto posto, do Sporting de Braga, está ainda ameaçado pelo Vitória minhoto, ao passo que o sexto posto tem ainda seis candidatos na forja: Paços de Ferreira, Belenenses, Rio Ave, Marítimo, Nacional e Moreirense. Por fim, na fuga à descida, o Penafiel já se encontra despromovido, mas a outra vaga será ocupada por um de quatro "aflitos": Gil Vicente, Vitória de Setúbal, Arouca e Académica. Primeira LigaJornada 33 Domingo, 17 de Maio de 201518h00Paços de FerreiraAcadémicaVitória de Setúbal-AroucaVitória de Guimarães-BenficaSporting-Sporting de BragaMoreirense-EstorilPenafiel-Gil VicenteBelenenses-FC PortoBoavistaNacionalMarítimo-Rio Ave Primeira LigaClassificação1 Benfica 81 pontos2 FC Porto 783 Sporting 704 Sporting de Braga 555 Vitória de Guimarães 50 [menos um jogo]6 Paços de Ferreira 447 Belenenses 448 Rio Ave 439 Marítimo 4110 Nacional 40
[menos um jogo]11 Moreirense 3912 Estoril 3613 Boavista 3414 Académica 2915 Arouca 2816 Vitória de Setubal 2617 Gil Vicente 2318 Penafiel 19 [despromovido]
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