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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Quinta-feira, 14-05-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

FÁTIMA

"É do coração humano que brotam atrocidades, mas também a paz" Portugal quer NATO na defesa do Mediterrâneo

Um em cada três professores portugueses à beira de esgotamento Portuguesas têm primeiro filho aos 29 anos

Passos desconhece plano de despedimentos na TAP

Acordo Ortográfico é obrigatório, mas não há sanções para o incumprimento

"Número 2" do Estado Islâmico dado como morto

Novidade. Primeiro JuveBarça numa final da Champions

FERNANDO J. REGATEIRO

Vida moral, bem comum e política


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Portuguesas têm primeiro filho aos 29 anos Dado consta de um relatório da União Europeia, no âmbito do Dia Internacional da Família. É nos países de Leste que as mulheres se iniciam na maternidade mais cedo.

FÁTIMA

"É do coração humano que brotam atrocidades, mas também a paz" Arcebispo de Aparecida, que presidiu à peregrinação aniversaria, falou da importância da mensagem de Fátima para o mundo.

(Foto: DR)

As mulheres portuguesas têm o primeiro filho, em média, aos 29 anos. O dado é revelado num relatório da União Europeia, divulgado no âmbito do Dia Internacional da Família que se assinala na sexta-feira, dia 15. É nos países de Leste que as mulheres se iniciam na maternidade mais cedo. Ao contrário, nos países do Sul da Europa, o nascimento do primeiro filho é geralmente adiado para depois dos 30 ou mesmo dos 40. Os dados reportam a 2013 e revelam que mais de metade das mulheres na União Europeia deu à luz pela, primeira vez, entre os 20 e os 29 anos e 40% quando já estava no escalão dos 30. Há ainda a considerar os 127 mil nascimentos de mães com menos de 20 anos e os 65 mil de mulheres que já tinham passado os 40. Em Portugal, nasceram quase 46 mil bebés em 2013. Quase metade das mães tinha entre 30 e 39 anos e 43% estava na casa dos 20. Tanto os primeiros nascimentos de mulheres acima dos 40 como os de mães adolescentes acompanharam a média europeia - 2,6 e 5,7%, respectivamente. É nos países de Leste - Bulgária, Roménia, Letónia, Estónia, Polónia, Lituânia e Eslováquia - que, em média, as mulheres têm o primeiro filho mais cedo, entre os 25 e os 27 anos. No outro extremo, estão os países da Europa do Sul Itália, Espanha, Grécia e ainda o Luxemburgo -, onde a decisão é adiada para os 30 ou mais. Nos 28 países, nasceram mais de cinco milhões de crianças. Um quinto eram, pelo menos, o terceiro filho da família. E se na Finlândia, Reino Unido e Irlanda os bebés já tinham pelo menos quatro irmãos, por cá, isso só aconteceu com 3% dos nascimentos. Mais de 55% foram primeiros filhos e um terço segundos filhos.

Foto: Lusa Por Aura Miguel

Milhares de peregrinos reunidos em Fátima rezaram esta quarta-feira pelo Papa, no final das cerimónias deste 13 de Maio, quando ficaram a saber que a data também foi celebrada, esta quarta-feira de manhã, no Vaticano. Foi na audiência-geral desta semana na Praça de S. Pedro, em Roma. O Papa rezou em silêncio junto a uma imagem de Nossa Senhora e convidou depois os peregrinos a manterem viva esta devoção. Em Fátima, na homília, o arcebispo de Aparecida, que presidiu a esta peregrinação aniversaria, falou da importância da mensagem de Fátima para o mundo e sublinhou que o que mais une Portugal e o Brasil não é a língua, mas a fé. Mais forte que a língua comum é a fé católica a unir Portugal e o Brasil, que além da devoção mariana faz como que ambos os países aguardem visita do papa em 2017. Aparecida e Fátima estão assim lado a lado com uma proposta de conversão sempre actual, como sublinhou o cardeal Raymundo Assis esta manhã. "Os acontecimentos que aqui se deram ao longo de 1917, quando o mundo assistia as atrocidades da Primeira Guerra Mundial, chamaram a atenção de um coração humano, o Imaculado Oração de Maria. É do coração humano que brotam as atrocidades, mas é também de um coração humano, todo ele transfigurado pela graça de Deus, que brota a paz." Milhares de peregrinos iniciam esta quarta-feira o regresso a casa.


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Máximas a descer, mas só até sábado Todas as regiões do país, com excepção de três nos Açores, apresentam risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta. Tome as precauções necessárias.

Passos desconhece plano de despedimentos na TAP O primeiro-ministro “passa a bola” à administração da empresa.

Continua o sol, mas o calor está mais moderado. Foto: RR

O céu vai estar pouco nublado ou limpo esta quintafeira no continente, mas as temperaturas máximas vão descer. Em Beja, por exemplo, vão estar menos 10 graus do que na quarta-feira, dia em que o calor bateu o recorde para o mês de Maio. O Norte do país acorda com muitas nuvens, mas vão dissipar-se até ao final da manhã, em especial no litoral. Pode também ocorrer alguma chuva fraca no Minho e Douro Litoral. Nas regiões do interior, a temperatura mínima vai descer, mas não tanto como a máxima. Em Lisboa o termómetro vai oscilar entre 16 e 24 graus, no Porto entre 15 e 18, em Vila Real, Bragança e Viseu entre 10 e 18, na Guarda entre 11 e 18, em Castelo Branco entre 14 e 25, em Portalegre entre 17 e 28, em Coimbra entre 15 e 20, em Évora entre 12 e 28, em Beja entre 17 e 30, em Faro entre 21 e 30, em Setúbal entre 12 e 26 e em Santarém entre 14 e 24. Na sexta-feira, a temperatura máxima desce mais um pouco (Beja com 29, Faro com 26, Lisboa e Porto com 22), mas no sábado volta a rondar os 30 graus. Tome cuidado com o sol Todas as regiões do país, com excepção de Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada, nos Açores, apresentam esta quinta-feira risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta (UV). São elas Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu, Vila Real e Santa Cruz das Flores. Ponta Delgada (S. Miguel) e Horta (Faial) apresentam risco alto, enquanto a Horta (ilha Terceira) está com níveis moderados. Para as regiões com níveis muito altos e altos, é recomendado o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar. Deve também evitar-se a exposição ao sol entre as 11h00 e as 17h00, sobretudo das crianças.

O primeiro-ministro diz não ter indicação de que estejam a ser preparados despedimentos na TAP. "Não temos nenhuma indicação de que nos planos da administração da empresa estejam despedimentos. Não tenho nenhuma indicação nesse sentido, mas aguardaremos evidentemente aquilo que o conselho de administração vier a apresentar", declarou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, à margem de uma cerimónia na direcção-geral das Autarquias Locais, em Lisboa. Antes, o primeiro-ministro referiu que "o Governo solicitou à administração da empresa a apresentação de um plano de recuperação" na sequência da greve dos pilotos", e acrescentou que "será agora o conselho de administração a especificar o que é que julga mais importante para corrigir ou, pelo menos, atenuar os efeitos negativos desta greve e as perdas que foram registadas". O chefe do Governo acrescenta ainda que “a motivação em relação à TAP é salvar a empresa” e não “fazer o encaixe financeiro”. FERNANDO J. REGATEIRO

Vida moral, bem comum e política O compromisso de cada homem com o outro homem e com a busca do bem comum é, em substância, a razão primeira da acção política. No jornal Página 1 da última terça-feira, Cristina Sá Carvalho conduziu-nos, magistralmente, para o espaço da “Revolução da Ternura”, do Papa Francisco, quando, com Gilligan, nos fez presente o modo como as mulheres se orientam, por uma “moral das relações


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interpessoais, da compaixão e do cuidado, uma perspetiva afiliativa e colaborativa das relações humanas, progredindo do egoísmo para a responsabilidade, numa lógica de interdependência.” Assim motivado, mergulhei de novo no Evangelii Gaudium do Papa Francisco. Aqui, uma vida moral é mais do que uma ética estóica, mais do que uma mera filosofia prática ou um catálogo de pecados e erros. Aqui, uma vida moral é socialmente muito exigente, porque obriga o cidadão à caridade, a pensar-se para além de si, à responsabilidade de sair de “si” para procurar o bem do outro, a comprometer-se com o bem do outro e com o amor. Ora, o compromisso de cada homem com o outro homem e com a busca do bem comum é, em substância, a razão primeira da acção política. O que remete também para Séneca, quando defendia que o homem, como ser social, tem o dever de participar na vida política, sendo essa participação um imperativo moral e obrigação que decorre da sua própria existência. E para Péricles, quando olhava para o homem que não participava na vida pública da sua cidade como um inútil e, mais do que inútil, como um ser “perigoso”. Obrigado, Cristina Sá Carvalho. De há tempo a esta parte que procurava regressar às razões que assistem a intervenção política entendida como compromisso com “o outro”.

Acordo Ortográfico é obrigatório, mas não há sanções para o incumprimento Apesar de passar a ser obrigatória, a partir desta quarta-feira, a utilização do Acordo Ortográfico, não estão previstas sanções jurídicas em caso de incumprimento, com a óbvia excepção do universo escolar. Juristas dividem-se entre a defesa e naturalidade da evolução da língua e a “inconstitucionalidade” do novo acordo.

A eficácia da obrigatoriedade verifica-se no sistema de ensino, onde a “sanção” é a penalização do aluno por erros ortográficos, o que já acontecia com a anterior grafia. Foto: DR Por Cristina Branco

A aplicação plena do Acordo Ortográfico (AO) significa que existe uma forma oficial de escrever o português em cada um dos países que ratificou o documento, que terá de ser respeitada em todos os domínios do Estado. É obrigatória a aplicação das normas em todos os serviços, organismos e entidades tuteladas pelo Governo, bem como no Diário da República e em todo o sistema de ensino. Todavia, apesar desta obrigatoriedade, não estão previstas sanções jurídicas directas em caso de não cumprimento. “Uma das perguntas que as pessoas se colocam é se somos todos obrigados, a partir de agora, a escrever de acordo com a nova grafia. Eu tenderia a distinguir aqui o que é o mundo dos poderes públicos, em que a ortografia se torna obrigatória, e o mundo dos poderes privados ou da sociedade, em que os cidadãos são livres de optar entre a escrita nova e a escrita anterior”, diz à Renascença Bacelar Gouveia, professor de Direito na Universidade Nova de Lisboa. O especialista sublinha que “a grande questão que se coloca é que este tratado, mesmo impondo o dever de se escrever de uma certa forma, não prevê depois nenhuma sanção para quem não o faça. Mesmo nos poderes públicos, não existe propriamente um incumprimento. O que pode acontecer é um documento oficial não ser aceite se tiver erros à luz das novas regras e ter de voltar a ser redigido”. A aplicação mais evidente da obrigatoriedade é no


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sistema de ensino onde a “sanção” é a penalização do aluno por erros ortográficos, o que já acontecia com a anterior grafia. Bacelar Gouveia manifesta-se favorável ao AO, tendo já adoptado a nova grafia. O professor considera que, “dentro de uma ou duas gerações, as questões polémicas do novo acordo morrem por si, uma vez as novas gerações serão as dominantes e escreverão com a nova ortografia que já é ensinada nas escolas”. É inconstitucional, defendem opositores Várias vozes se levantaram contra o AO, ao longo dos últimos anos, tendo surgido várias petições e outras iniciativas em defesa da sua suspensão. Ivo Miguel Barroso, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi uma das personalidades a contestar a sua aplicação, que considera “inconstitucional”, começando pela data que determina o fim do período de transição, que termina, segundo o Governo, esta quarta-feira. O jurista defende que o AO não se torna obrigatório a partir de 13 de Maio de 2015, mas sim a partir de 22 de Setembro de 2016. “O prazo de transição de seis anos (uma reserva ao Tratado do AO90) não pode ser contado a partir da data do depósito, mas sim da data de publicação do depósito em Diário da República e o início do prazo de transição só sucedeu em 17 de Setembro de 2010", defende o jurista, em declarações à Renascença. Para além desta leitura, Barroso considera a imposição total do AO90 inconstitucional a vários títulos: “É organicamente inconstitucional por falta de competência de o Estado regulamentar a ortografia. Mas há outras inconstitucionalidades, designadamente a proibição do Estado estabelecer directrizes políticas, ideológicas ou estéticas para a cultura e para a educação”. O jurista acrescenta, ainda, que “há uma violação da liberdade geral de acção, do património cultural da língua portuguesa e do valor da estabilidade ortográfica”.

OPINIÃO DE IVO MIGUEL BARROSO

As sanções disciplinares aplicam-se ao AO90 Há um equívoco no argumento da ausência de dimensão punitiva por parte da "implementação" do "acordês".

Por Ivo Miguel Barroso, jurista

Alguns defensores do "Acordo Ortográfico" de 1990 (AO90) e mesmo outras pessoas veiculam a ideia segundo a qual a inserção do Tratado na ordem jurídica interna, bem como a antecipação do prazo de transição por parte da Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011 (RCM) não causariam problemas de maior, pois não teria uma dimensão punitiva. Discordamos frontalmente, porque não corresponde à verdade. Com efeito, os entes administrativos estão (pretensamente) a "aplicar" o AO90. Daí que, nos documentos oficiais e não só, esses entes obriguem à "aplicação" do "acordês". Portanto, há um equívoco no argumento da ausência de dimensão punitiva por parte da "implementação" do "acordês". A regulamentação do AO90, a RCM n.º 8/2011 impôs o "acordês" às escolas (públicas, particulares e cooperativas - n.º 3), portanto mesmo a ensinandos não alfabetizados; bem como à Administração Pública (n.º 1); e ainda a grande parte de entidades públicas, devido ao n.º 2, que impôs o AO90 nos actos publicados em "Diário da República". Há, pois, uma potencial dimensão coercitiva, até mesmo punitiva, subjacente à obrigatoriedade de aplicação do "acordês", mesmo durante o prazo de transição, para a sociedade civil. Como é sabido, o final do prazo de transição foi largamente antecipado para os órgãos do Estado-administração e, mais latamente, de todo o Estado-colectividade; e inclui mesmo, no âmbito do sistema de ensino, as escolas particulares e privadas (n.º 3.º da RCM). Por exemplo, um funcionário público, um Professor de uma escola pública, vê-se constrangido a seguir o AO90; pois a isso é obrigado pelos seus superiores hierárquicos, pelo Ministério da Educação, pelo temor que tem relação à desobediência, por os manuais escolares estarem progressivamente "acordizados"; e


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por os seus alunos irem ser avaliados, em termos ortográficos, nos exames do ano lectivo de 2013/2014, segundo o "acordês" (que muitos dos próprios Professores e avaliadores não sabem "aplicar"). Mesmo muitos particulares, leigos em Direito e mesmo versados em Direito, têm pensado que escrever em "acordês" é vinculativo. A potencial dimensão coercitiva, até mesmo punitiva, subjacente à obrigatoriedade de aplicação do "acordês" Uma vez que, como se sabe, as infracções disciplinares não obedecem a uma tipicidade taxativa, ao contrário das normas que prevêem crimes, basta inculcar a obrigatoriedade do AO90 (designadamente através da RCM), para potencialmente haver sanções ou, pelo menos, a tentativa de aplicação das mesmas por parte do operador disciplinar. Isso sucede no campo do Direito disciplinar da Função Pública (com regras especiais para os dos magistrados do Ministério Público ) (já quanto aos Magistrados judiciais, é mais duvidoso que possa existir um ilícito disciplinar). Também é possível que haja uma dimensão punitiva no seio de particulares (designadamente empresas dos sectores particular e cooperativo), nas relações jurídicolaborais privadas. Basta pensar que os particulares podem considerar obrigatória a "aplicação" do AO90. Existem casos documentados sobre isso. Portanto, é falso que o AO90 não seja obrigatório, em virtude da RCM ou, em alternativa, obrigatório "de facto", devido à interpretação errónea que as instituições públicas fizeram da RCM e do exemplo dado pelo Governo-administrador, de mandar "aplicar" o AO90 no domínio da comunicação social, entre outros socialmente relevantes. Mesmo antes do final do prazo de transição, essa susceptibilidade de existência de sanções pode existir: por exemplo, em exames escritos das escolas públicas, particulares e cooperativas ou em exames para acesso a profissão; na relação jurídica administrativa de vínculo com a função pública. Já na relação jurídica disciplinar dos juízes julga-se que não é possível existir sujeição a responsabilidade disciplinar. O exposto é aplicável ao sector público, em particular aos funcionários públicos (que, devido ao vínculo, não deixam de ser titulares do direito à língua portuguesa costumeira, nem da liberdade de expressão escrita); às publicações no "Diário da República".

Da ratificação ao mistério. O acordo ortográfico nos outros países lusófonos No Brasil, a aplicação do acordo passa a ser obrigatória a partir de Janeiro do próximo ano, mas os jornais, as revistas e os livros já utilizam a nova ortografia. Na Guiné é raro quem saiba do que se trata.

Foto: Freepik Por Manuela Pires

Portugal é o primeiro país a aplicar o novo acordo ortográfico, com o Brasil a esperar até Janeiro de 2016. Os dois países estabeleceram moratórias para a aplicação do acordo. Já Angola e Moçambique ainda nem o ratificaram e na Guiné, segundo os professores contactados pela Renascença, ninguém sabe de nada. Em Angola o governo continua sem se pronunciar sobre a ratificação final do acordo ortográfico, mas o ministro angolano da Educação garante que está a trabalhar no tema e que no momento devido tomará uma decisão. Em Maputo, a situação é diferente. O governo assinou o acordo há três anos, mas agora cabe ao parlamento ratificar o documento. Mas ainda não há qualquer data marcada e há quem critique a demora do processo, alegando que os editores moçambicanos querem exportar para outros países e não o podem fazer. No Brasil, a aplicação do acordo passa a ser obrigatória a partir de Janeiro do próximo ano, mas os jornais, as revistas e os livros já utilizam a nova ortografia. No país sul-americano as diferenças são maiores porque há uma mudança na forma como os brasileiros pronunciam as palavras. A comissão de educação do senado brasileiro admite sugerir alterações ao acordo, mas sem pôr em causa a entrada em vigor em 2016. Na Guiné, o acordo foi ratificado, mas, segundo os professores de língua portuguesa, o assunto ainda é um mistério e ninguém sabe de nada. As novas regras nunca foram divulgadas. Já em Cabo Verde o período experimental termina em


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Outubro, mas há já departamentos da administração pública e alguns jornais "online" que usam o novo acordo ortográfico. Em São Tomé e em Timor-Leste o acordo também já foi ratificado, mas no caso de Timor há ainda muito trabalho pela frente –primeiro é preciso expandir a língua portuguesa por todo o país e cultivar a leitura.

Portuguesa cria novo método de diagnóstico do cancro oral O "Blue Stain" permite aos dentistas um diagnóstico precoce quase imediato, avaliando se determinada lesão tem risco de evoluir para cancro. Uma jovem investigadora de Castelo de Paiva desenvolveu um novo método de diagnóstico do cancro oral, a partir da colheita de células. Esta inovação que já recebeu dois prémios e está a ser avaliada pelo Infarmed para comercialização. O "Blue Stain" permite aos dentistas um diagnóstico precoce quase imediato, avaliando se determinada lesão tem risco de evoluir para cancro, explicou Paula Melo, de 29 anos, à agência Lusa. A investigadora licenciada em anatomia patológica e a fazer o doutoramento em patologia e genética molecular na Universidade do Porto frisou que a nova técnica é muito menos invasiva e mais rápida para os doentes do que os métodos atuais baseados em biópsias. "Além da rapidez não é necessário pessoal técnico para processar a amostra", explicou. O desenvolvimento tecnológico foi premiado em 2014 pela Associação Nacional de Jovens Empresários. Mais recentemente, foi distinguido, em Coimbra, com o prémio "Arrisca C", de 22.500 euros, um concurso que reconhece os projectos inovadores na perspectiva de negócio. Para Paula Melo, os dois prémios são o corolário do trabalho que tem desenvolvido em colaboração com o médico-dentista Fernando Ferreira. "É a prova de que se trata de um projecto credível e que tem despertado grande interesse da comunidade científica", comentou. Se a avaliação do “Blue Stain” foi positiva por parte do Infarmed, a investigadora espera que o dispositivo médico possa ser colocado, em breve, nos mercados nacional e internacional. Acrescentou que o método tem despertado grande interesse na comunidade científica, com um investimento de investigadores privados, já concretizado, superior a 200.000 euros.

Governo recua na criação de novas Unidades de Saúde Familiar O ano passado abriu apenas metade das unidades previstas e para este ainda não foi definido nenhum objectivo. O Governo recuou na criação de novas Unidades de Saúde Familiar (USF). A denúncia é do presidente da Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar. De acordo com o “Jornal de Notícias”, que cita números da Administração Central dos Sistemas de Saúde, até ao início deste mês apenas uma USF entrou em funcionamento, apesar de haver 50 candidaturas activas para esse efeito. Em declarações à Renascença, o presidente da direcção da Associação Nacional acusa o executivo de travar uma reforma essencial para a eficiência do sistema de saúde. “O que nós temos em relação a 2014 é um despacho que definia 50 unidades: Só abriram 25. Em relação a 2015, o despacho ainda não foi publicado”, diz Bernardo VIllas-Boas, acrescentando não compreender “como é que os Ministérios da Saúde e das Finanças definem um objectivo que não cumprem e se atrasam desta forma inacreditável na definição de objectivos para uma área crucial”. A Renascença já remeteu um pedido de esclarecimentos ao Ministério da Saúde, mas até agora sem resposta.


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Um em cada três professores portugueses à beira de esgotamento Turmas muitos grandes e estudantes mal comportados são duas das causas que provocam stress nos docentes, que se queixam dos baixos salários, das condições de trabalho precárias, do peso da burocracia e da pressão de tempo para o desempenho das tarefas.

Professores do secundário apresentam valores mais elevados de stress. Foto: DR

Um em cada três professores portugueses sofre de elevados níveis de stress e 37% têm problemas de voz. O alerta é da Federação Nacional de Educação (FNE), que vai lançar uma campanha e exigir que o stress seja considerado doença profissional. Duas investigadoras da Unidade de Investigação em Psicologia e Saúde, do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), inquiriram 800 docentes portugueses e descobriram que 30% tinham níveis elevados de burnout (estado de esgotamento físico e mental provocado pela vida profissional). Os resultados da investigação, que ainda não terminou, foram agora divulgados FNE, que sublinhou a "relação directa entre o elevado nível de burnout e os baixos níveis de satisfação no trabalho". As investigadoras do ISPA perceberam que a idade, o tipo de contrato, a experiência profissional e o tipo de ensino têm influência nos níveis de stress: os professores mais velhos têm níveis de burnout superiores assim como os que dão aulas no secundário. "Os professores do secundário apresentam valores mais elevados de stress, exaustão emocional e maior falta de reconhecimento profissional", recorda a FNE, sublinhando que as mulheres também são mais afectadas. No mesmo sentido, os docentes responsáveis por alunos com necessidades educativas especiais também sofrem mais de ansiedade, burnout e preocupações profissionais. Turmas muitos grandes e com muitos alunos e

estudantes mal comportados são duas das causas que provocam stress nos docentes, que se queixam dos baixos salários, das condições de trabalho precárias, da grande exigência de tarefas burocráticas, pressão de tempo para o desempenho das tarefas e as exigências na relação com alunos e pais. Problemas de voz Um outro estudo realizado pelo Sindicato de Professores da Zona Norte (SPZN) revelou uma elevada prevalência de problemas de voz: 37% têm uma perturbação vocal profissional, sendo que a grande maioria dos docentes (85%) nunca teve qualquer treino vocal durante o seu percurso profissional, segundo o rastreio de voz feito a 325 professores, educadores e formadores, realizado durante a Campanha Defende a Tua Voz, pelo SPZN. A FNE lança esta semana uma campanha de saúde para alertar os profissionais da educação para o impacto do stress, dos problemas da voz e das lesões músculo-esqueléticas, com sessões de esclarecimento e debate que começam na sexta-feira, em Ponta Delgada, e vão prolongar-se nos próximos meses em várias cidades do país. A Federação planeia ainda intervir junto do Governo, no sentido de verem criados mecanismos de protecção destes trabalhadores.

Ministério Público abre inquérito a agressão de jovem na Figueira O vídeo de 13 minutos, divulgado na terçafeira no Facebook, tornou-se viral com mais de meio milhão de visualizações, suscitando centenas de insultos e comentários de repúdio e apelos à intervenção das autoridades.

O Ministério Público abriu um inquérito tutelar educativo aos agressores menores de 16 anos no caso ocorrido na Figueira da Foz. Quanto aos maiores de 16 anos, está a investigar as agressões e divulgação das imagens. O esclarecimento, da Procuradoria-geral da República adiantou à agência Lusa, surge após a divulgação de


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com um vídeo que mostra duas adolescentes a agredir um rapaz, na Figueira da Foz, durante cerca de 13 minutos, perante a passividade de outros jovens. O vídeo já foi visualizado por quase um milhão de pessoas, cerca de 12 horas após a sua divulgação, e suscitou centenas de insultos e comentários de repúdio. Entretanto, a presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Figueira da Foz disse que esta entidade vai averiguar os acontecimentos. Apesar de ter sido agora divulgado com a informação de que as agressões aconteceram num estabelecimento de ensino da Figueira da Foz, o vídeo terá sido filmado há cerca de um ano, não numa escola, mas na via pública, junto a um complexo residencial do chamado Bairro Novo, zona turística da cidade. Envolve pelo menos cinco raparigas e um rapaz, para além da vítima, outro rapaz, hoje com 17 anos. Os envolvidos nas agressões, alunos de vários estabelecimentos de ensino da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, foram, na sequência da divulgação do vídeo, quase de imediato identificados no Facebook e alvo de insultos. Parte deles apagou as suas páginas nesta rede social. Uma especialista em educação parental pede mais atenção á sociedade para os casos de agressão entre menores. Uma reflexão de Filomena Gaspar, professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, a propósito do caso do adolescente agredido por raparigas na Figueira da Foz. Esta especialista, entrevistada pela Renascença, pede também atenção não só ao jovem agredido, mas também às adolescentes envolvidas no caso.

Um comprimido para combater a corrupção? Está aí o “Probitas” Tem 4 mg de honestidade, 1 de rigor e 0,2 de transparência. A ideia do 7º ano do Externato de Braga valeu a distinção no concurso de imagens do Conselho para a Prevenção da Corrupção. Por Isabel Pacheco

“Probitas” é um “comprimido” criado pelos alunos do Externato Infante Dom Henrique de Braga. Uma ideia que tem tudo para revolucionar o combate à corrupção. “Probitas forte tem quatro miligramas de honestidade, mais um de rigor, mais 0,2 de transparência. Isto foi feito no laboratório 'Veritás', contém 16 pastilhas e é muito forte”. A prescrição, explica à Renascença Gonçalo Lopes, é aconselhada em caso de sintomas de corrupção. Situações como o “peso na consciência”, simplifica o colega de turma, Gonçalo Gomes: “Quando uma pessoa comete um acto de corrupção e está com peso na consciência começa a doer partes do corpo, por

exemplo, doí as costas por roubar e, então, criamos um medicamento que é o 'Probitas' que cura os actos de corrupção”. A ideia está na origem de um vídeo assinado pela turma D do 7º ano do Externato de Braga que valeu a distinção no concurso de imagens contra a corrupção pelo Conselho para a Prevenção da Corrupção. Uma espécie de televenda. “Como a tema era a corrupção tivemos a ideia de brincar um bocadinho com a ideia de reclames com medicamentos”, explica Bárbara Peixoto. Uma medicação anti-corrupção que, apesar do vídeo de televenda, está apenas disponível na imaginação destes 30 alunos.

Ex-dirigentes do BPP condenados a pagar quase 4,5 milhões de euros O anúncio foi feito esta quarta-feira pela CMVM na sequência do processo de contraordenação relativa ao caso BPP.

Foto: Lusa

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) condenou João Rendeiro e outros antigos responsáveis do Banco Privado Português (BPP) ao pagamento total de quase 4,5 milhões de euros. O anúncio foi feito esta quarta-feira pela CMVM na sequência do processo de contra-ordenação relativa ao caso BPP. João Rendeiro, ex-presidente do banco, foi condenado a pagar um milhão de euros, ficando ainda com inibição de funções durante cinco anos. Os restantes arguidos enfrentam igualmente coimas pesadas - entre os 100 mil e os 700 mil euros - e impedimento de exercício de funções. Cinco dos arguidos avançaram, contudo, com a impugnação judicial da decisão.


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Candidato ao Conselho Económico e Social não discute austeridade, mas a intensidade Luís Filipe Pereira esteve esta quarta-feira a responder às questões dos deputados na Assembleia da República.

"Acho que o Governo apontou na direcção certa, mas às vezes há diferença entre fazer as coisas certas e fazer as coisas bem". Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

O candidato à presidência do Conselho Económico e Social (CES) Luís Filipe Pereira considera que o Governo seguiu o caminho certo com as medidas de austeridade aplicadas nos últimos anos, embora a intensidade das mesmas possa ser discutível. "Acho que o Governo apontou na direcção certa, mas às vezes há diferença entre fazer as coisas certas e fazer as coisas bem", disse Luís Filipe Pereira durante uma audição parlamentar, em resposta a um deputado comunista. O deputado do PCP, David Costa, defendeu a importância de se perceber o pensamento do candidato à presidência do CES e perguntou-lhe qual era a sua posição relativamente às medidas de austeridade aplicadas pelo actual Governo, nomeadamente cortes salariais e de pensões, no trabalho extraordinário e alterações na legislação laboral de modo a facilitar os despedimentos. O ex-ministro da Saúde considerou que as medidas aplicadas foram necessárias para ultrapassar os problemas financeiros que o país atravessava, mas admitiu que criaram piores condições de vida para as pessoas. "Podemos discutir a intensidade das medidas que o Governo aplicou, mas a direcção não podia ser outra" disse Luís Filipe Pereira, sublinhando que aquelas medidas "dolorosas" eram necessárias para no "futuro" aumentar a competitividade e o crescimento económico do país. O candidato à presidência do CES afirmou também que ainda existem reformas de fundo "que têm de ser completadas", nomeadamente a reforma do Estado. O deputado socialista Nuno Sá defendeu que o CES

deve ser um espaço de reflexão da sociedade portuguesa e questionou, neste âmbito, Luís Filipe Pereira sobre questões como o desemprego, salário mínimo nacional e a segurança social. Nuno Sá lembrou que, tendo em conta o actual contexto político, a aproximação do final da legislatura, a eleição para a presidência do CES equivale a uma eleição para um mandato de seis meses. O candidato indigitado pela maioria parlamentar disse que tem consciência que o mandato se esgotará com a legislatura, mas que aceitou pela importância que reconhece ao CES. Os partidos da maioria parlamentar, PSD e CDS, elogiaram o currículo do candidato e colocaram-lhe algumas questões sobre a actualidade económica e social, nomeadamente o desemprego e o salário mínimo. Luís Filipe Pereira reconheceu a importância de se fazer um esforço para se aumentarem os salários mais baixos, mas lembrou que as empresas só conseguem criar emprego se forem competitivas. "Tem de haver bom senso", sublinhou o também antigo secretário de Estado da Segurança Social, no final dos anos 80. Luís Filipe Pereira compareceu na Assembleia da República para uma audição em sede de comissão parlamentar dado que o seu nome foi proposto pelo PSD para presidente do Conselho Económico e Social (CES). A eleição do presidente do Conselho Económico e Social pelo parlamento exige uma maioria de dois terços e está marcada para sexta-feira. O mandato do presidente do CES tem a duração da legislatura da Assembleia da República pelo que o novo titular do cargo assumirá funções durante cerca de cinco meses. . O futuro presidente do CES vai substituir Silva Peneda, que no início do mês foi para Bruxelas como conselheiro especial do presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker.

Economia portuguesa cresce 1,4% Um crescimento animado com a queda do preço da energia e com o facto do país estar a comprar menos e a vender mais bens e serviços para outros países. Os números do Instituto Nacional de Estatística confirmam um crescimento em cadeia. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,4% nos primeiros três meses do ano, mas face ao primeiro trimestre de 2014, o crescimento foi de 1,4%. Um crescimento animado com a queda do preço da energia e com o facto do país estar a comprar menos e a vender mais bens e serviços para outros países, segundo a estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais. O ministro da Economia classificou como "muito


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positivo" o crescimento. "São indicadores muito positivos, que confirmam a trajectória sólida e segura que a economia portuguesa está a tomar", disse António Pires de Lima, durante a sua intervenção na conferência comemorativa do 80.º Aniversário da ICC - Câmara de Comércio Internacional. Já à margem do evento, o ministro frisou que esta "é a primeira vez em muitos anos que Portugal cresce em cadeia" [face ao trimestre anterior], lembrando que no primeiro trimestre de um ano as actividades turística e agrícola são menores. "No ano passado, tivemos um decréscimo de actividade de meio ponto e há dois anos não tivemos crescimento nenhum", disse, acrescentando que um crescimento de 1,4% em termos homólogos e de 0,4% em cadeia significa que o país está "num caminho bom, seguro, sólido e é importante proteger este caminho". Pires de Lima afirmou que a economia pode crescer claramente mais do que 1,6% este ano "se houver juízo por parte dos políticos e se as empresas continuarem a ter um comportamento excepcional nas exportações como está acontecer este ano". As estimativas do Governo apontam para um PIB de 1,6% este ano. Portugal saiu de três anos de recessão no ano passado, crescendo 0,9%. [notícia actualizada às 15h00]

Comida, álcool e cigarros estão a ficar mais caros Em Abril, a taxa de inflação subiu para 0,4%, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Os preços estão a subir, sobretudo na alimentação, álcool e tabaco, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em Abril, a taxa de inflação subiu para 0,4%, segundo o INE, num agravamento de mais de uma décima de ponto percentual, face ao registado no mês anterior. Os produtos alimentares, as bebidas, o álcool e o tabaco foram os que mais contribuíram para o aumento dos preços, mas também se registaram descidas acentuadas, nos transportes, vestuário e calçado. A inflação mensal subiu 0,3%, um abrandamento face aos 1,9% verificados em Março.

PSD e CDS-PP desistem de pôr unidade do Parlamento a analisar cenário do PS Proposta obteve a discordância do PS e dos restantes partidos da oposição, levando a maioria a desistir da mesma. O PSD e o CDS-PP decidiram retirar esta quarta-feira o requerimento que sugeria a análise pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) do cenário macroeconómico socialista, porque a proposta obteve a discordância do PS e dos restantes partidos da oposição. O deputado social-democrata Duarte Pacheco e a deputada democrata-cristã Cecília Meireles apresentaram, na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, um requerimento para a análise pela UTAO do cenário macroeconómico apresentado por um grupo de economistas a pedido do PS. Durante a apresentação do requerimento, Duarte Pacheco adiantou que a votação não seria forçada caso a proposta não tivesse o apoio do PS, porque, apesar de ter sido aprovada a análise pela UTAO, seria causada uma "situação pífia". "A UTAO seria incapaz de realizar o seu trabalho porque não disporia dos documentos fundamentais para a apreciação", disse o deputado do PSD. Da parte do PS, o deputado Vieira da Silva garantiu a oposição dos socialistas, por consideraram que as competências e funções da UTAO não se inserem nesta iniciativa, mas também pelos princípios de igualdade e imparcialidade em situação eleitoral previstos na Constituição. Nesse sentido, apontou Vieira da Silva, a haver escrutínio do cenário macroeconómico do PS, estaria implícito igual escrutínio sobre todas as propostas que todos os partidos apresentassem a eleições. Assim, concluiu, a proposta dos partidos que sustentam o Governo "fere o princípio da igualdade". O PCP também anunciou o seu voto contra, considerando que as propostas do PS ou de qualquer outro partido devem ser debatidas no campo político, "ao contrário do que a maioria tenta fazer, que é descentrar essa discussão, usando uma unidade técnica independente". Sobre o pedido de análise pela UTAO, o BE, pela voz de Pedro Filipe Soares, disse que ia "achincalhar" os técnicos, ao "atirar para a unidade a responsabilidade do confronto" com o PS, "violando assim aquilo para que a UTAO foi criada e definida".


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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

A recuperação continua Mas não serão passageiros estes factores positivos? Sim, mas menos do que muitos esperavam.

Por Francisco Sarsfield Cabral

A economia portuguesa cresceu no primeiro trimestre deste ano 1,4% face ao primeiro trimestre de 2014, acima da média da zona euro. Mais importante, porém, do que nos focarmos em mais ou menos uma décima é a confirmação de que prossegue e não abrandou (como alguns receavam) a tendência para a recuperação. Aquela subida não assentou apenas num aumento do consumo. Mais importante foi o bom crescimento das exportações (4%), com a desvalorização do euro, e a pequena descida das importações, graças sobretudo à queda do preço do petróleo. Mas não serão passageiros estes factores positivos? Sim, mas menos do que muitos esperavam. O preço do barril, que descera dramaticamente entre o Verão passado e Janeiro deste ano, sobe de novo desde há semanas. Mas não subirá muito mais, porque os produtores de petróleo de xisto nos EUA conseguiram sobreviver aos custos baixos e continuar a produzir, graças a avanços tecnológicos que reduziram custos. Quanto ao euro, também é razoável esperar que não valorize demasiado, pois a Reserva Federal dos EUA tem vindo a adiar a subida dos juros.

Portugal quer NATO na defesa do Mediterrâneo Em declarações à Renascença, Rui Machete explica que pretende que os países europeus e os seus aliados da organização transatlântica procurem soluções que não se concentrem só no Mediterrâneo. Por Celso Paiva Sol, enviado à Turquia

Portugal vai apresentar uma proposta para que a NATO

seja envolvida na defesa e segurança do Mediterrâneo, revelou à Renascença o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. No dia em que a Comissão Europeia apresentou o plano de acção com vista a travar a crise dos migrantes, Portugal diz que esse esforço deve incluir a NATO e vai avançar sozinho com uma proposta na cimeira de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO que decorre em Antalya, na Turquia. Rui Machete diz que o Governo português quer uma solução que olhe para lá do Mediterrâneo. "Há várias ideias que estão no ar. Pensamos, em primeiro lugar, que é importante olhar com outros olhos para o problema da segurança no Sul. Pensamos que a questão naval, da segurança marítima, assume uma grande importância não só no Mediterrâneo ,mas também no Atlântico, nomeadamente no Golfo da Guiné. Nesse sentido, vamos apresentar uma iniciativa no sentido de haver medidas de defesa e de segurança para esta região". A proposta portuguesa, que será apresentada esta quinta-feira de manhã, admite sinergias com a União Europeia, mas prevê que seja uma missão da NATO. Confrontado com a proposta de Bruxelas – que prevê uma força militar europeia no Mediterrâneo e uma nova política de quotas para a admissão de imigrantes, Rui Machete diz que é prematuro dar essas ideias como garantidas, porque os 28 ainda não foram todos ouvidos: "Vai ser um problema sempre complexo, estamos dispostos a colaborar em qualquer desses aspectos". "Há um problema internacional complexo no que diz respeito à destruição dos navios, no sentido em que isso carece de autorização das Nações Unidas, que provavelmente vai ser obtida, mas tudo isto passa pelas resoluções que vão ser tomadas, provavelmente na segunda-feira. É prematuro estar a fazer congeminações sobre algo que não temos a certeza que se vai realizar visto que nem todos os países concordam com todas as medidas." A questão das quotas, por exemplo, não é consensual. "Todos concordamos em haver maior solidariedade, em encontrar formas de salvar os migrantes e evitar estas situações trágicas que se têm registado, mas há países que se opõem firmemente à distribuição de quotas", explica o ministro, que adianta que está na natureza da União Europeia procurar que haja a concordância de todos os estados.


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ENTREVISTA

Acolhimento de refugiados "é uma questão de vontade política" Reino Unido, Irlanda e Dinamarca devem ficar de fora do sistema de quotas que Bruxelas pretende implementar. No dia em que é conhecido o plano estratégico europeu para as migrações, a Renascença entrevistou o director do Observatório das Migrações.

Foto: Opielok Offshore Carriers/EPA Por Marta Grosso

A Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira o seu plano para travar as tragédias no Mediterrâneo, do qual são conhecidas duas medidas: a distribuição por quotas de imigrantes pelos Estados-membros e as operações de combate ao tráfico de seres humanos. Conhecida é também a oposição de três países ao sistema de quotas – Reino Unido, Irlanda e Dinamarca, países que, tendo "direitos de participação em relação aos tratados, podem escolher se querem participar numa medida" sempre que ela recaia "em matérias de Justiça e Assuntos Internos", explica a Comissão. Na opinião do director do Observatório das Migrações, Gonçalo Saraiva Matias, existe aqui "uma dificuldade política séria", pois os números de refugiados em causa "não são, à luz da capacidade de integração europeia, por aí além excessivos". O "acolhimento destas pessoas" passa, portanto, "em primeira linha, pela demonstração de vontade política", defende. "Não é uma dificuldade jurídica. Depende, essencialmente, da criação de canais de migração legal e da concessão do estatuto de migrante àquelas pessoas que não possam ser consideradas como refugiados." Os que atravessam o Mediterrâneo são migrantes ou refugiados? Na verdade, as situações destas pessoas são muito diferentes. O Conselho Europeu, que se reuniu de urgência para debater este tema, referiu-se, sobretudo, a refugiados. Porque é verdade que muitas destas pessoas, procurando o estatuto de refugiados, terão direito a obtê-lo e obtendo esse estatuto terão direito à

protecção na UE. O problema, por outro lado, é que algumas dessas pessoas não se qualificam para o estatuto de refugiado e, portanto, vão ter uma dificuldade adicional, que é não conseguirem ser protegidos pelo direito nos países europeus. Como tal, eventualmente, serão repatriados mais tarde – e essa é, quanto a mim, também uma dificuldade, porque a UE não deve olhar para o problema apenas da perspectiva dos refugiados, mas encontrar também uma resposta para aqueles que não sejam qualificados como tal e que não passasse pelo repatriamento. Porque aí coloca-se a questão de mandar uma pessoa de volta para um país onde corre risco de vida… Exactamente. Essa é a questão do estatuto de refugiado e da protecção do asilo. Alguém que seja perseguido e corra risco de vida no seu país de origem, se lhe for atribuído o estatuto de refugiado, tem direito à protecção e a não ser repatriado. É um direito fundamental de quem se encontra protegido pelo asilo. O problema é que a muitas destas pessoas não será reconhecido esse estatuto e, não sendo, serão repatriados para as situações dramáticas de que fugiram. Como vê as recentes decisões da União Europeia? As decisões são em várias linhas. Há uma parte que é muito importante: o reforço das operações de salvamento e de controlo e patrulha. São exercidas através dos programas "Triton" e "Poseidon", geridos pela agência europeia Frontex. Isto parece-me importante de modo a evitar novas tragédias e perdas de vidas. Um outro domínio fundamental é o combate às redes de imigração ilegal. Não nos podemos esquecer que parte desta tragédia é potenciada pela existência destas redes, que retiram rendimentos às pessoas que se encontram já numa situação financeira terrível e exigem o pagamento por estas viagens em condições miseráveis. O que me parece menos conseguido e ainda a precisar de atenção é a parte que se refere ao acolhimento daqueles que são resgatados. Aí, a resposta é fundamentalmente no plano do asilo e dos refugiados, mas ainda insuficiente, porque não existe uma resposta para aqueles que não consigam a protecção do asilo. E quanto a Portugal? Conseguimos acolher mais gente? Portugal não está na primeira linha da bacia do Mediterrâneo, não está sob maior pressão migratória. Essa pressão está a ser exercida, sobretudo, sobre Itália e depois também sobre a Grécia e Espanha. Mas Portugal, como membro da União Europeia, está naturalmente comprometido com os esforços conjuntos nessa solução, participando nas operações de busca e salvamento, de controlo fronteiriço e no esforço de realojamento e recolocação interna, dentro da União Europeia. Se houver lugar a um esforço acrescido, também de acolhimento de imigrantes, penso que Portugal também deve participar nesse esforço. Recordo que Portugal é um país com uma tradição de bom acolhimento, o que é internacionalmente reconhecido. Portugal tem neste momento um saldo migratório


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negativo – isto é, saem mais pessoas do que entram. O país tem condições para receber pessoas. Evidentemente que este esforço tem de ser adequado à situação económica demográfica do país. Pensa que, sendo Itália, Espanha e Grécia os mais afectados por este fluxo de pessoas, a UE manterá o esforço e interesse em resolver esta questão? O Conselho Europeu anunciou pela voz do seu presidente, Donald Tusk, que todos os líderes europeus estavam empenhados neste esforço conjunto e num esforço de solidariedade em relação aos países que estão submetidos a uma maior pressão migratória. Julgo que, com mais ou menos empenho, a UE está em conjunto a enfrentar este problema. O que é feito das políticas europeias dedicadas a África para tentar conter um pouco este fluxo migratório? Essa política foi agora reforçada. Nas conclusões do Conselho Europeu está presente essa ideia de reforço de cooperação com os países de origem destes migrantes. E é uma cooperação a vários níveis, que passa pela questão financeira e também de informação e formação das pessoas. Mas penso que é utópico pensar que um esforço de cooperação da União Europeia vai eliminar estas assimetrias e colocar estes países numa linha de desenvolvimento que impeça, a curto prazo, estes movimentos migratórios. O que não quer dizer que não deva ser feito. A esse propósito, queria recordar que aqueles que chegam às costas do Mediterrâneo não são os mais pobres dos países de origem. São os têm recursos para sair. Os mais pobres nem sequer conseguem sair destes países. A situação humanitária vivida em alguns destes países é de facto dramática, o que faz pensar que estas políticas de imigração, sendo importantes, não vão resolver o problema a curto prazo. É por isso que diz no seu livro "As Migrações e a Cidadania" que é preciso repensar a relação entre imigração e cidadania? Sim, embora isso num plano já mais afastado. O problema da relação entre imigração e cidadania não se dá tanto no momento em que estas pessoas entram nos países, mas mais tarde. Estas pessoas, conseguindo entrar na União Europeia, desejavelmente por vias legais, vão contribuir para o crescimento e desenvolvimento da própria União Europeia – os nossos países têm sentido nos últimos anos as vantagens da imigração, da diversidade cultural, do empreendedorismo, etc.. Contribuindo para o crescimento e construção dos nossos países, é natural que estas pessoas sejam, mais tarde, integradas como cidadãos dos nossos países. Esta nova realidade de fluxos migratórios coloca desafios entre os Estados, nas relações internacionais? Sim, coloca, porque há evidentemente interesses divergentes entre os países de origem e de acolhimento de migrantes. Isso verifica-se há várias décadas e durante a negociação de uma célebre convenção sobre os trabalhadores migrantes. Por isso, é importante reforçar as relações diplomáticas, a cooperação entre países e aquilo que gosto de chamar "diplomacia migratória", que são as relações diplomáticas relacionadas com os movimentos de pessoas transfronteiriços, de modo a acautelar os interesses de todos num mundo global de crescentes

migrações de crescentes movimentos transfronteiriços de pessoas.

Toyota chama quase cinco milhões de carros à oficinas Envolvidos na inspecção extraordinária estão 35 modelos. Em causa estão problemas nos airbag.

Foto: DR

A Toyota Motor anunciou uma revisão extraordinária de 4.999.000 carros da marca em todo o mundo por problemas relacionados com os airbag fabricados pela empresa nipónica Takata. A maioria dos veículos que agora terão de ser revistos nas oficinas do fabricante foi vendida no Japão (1,35 milhões) na Europa (1,26 milhões). Nos Estados Unidos, o principal mercado da Toyota, serão chamados à revisão 637.000 carros. Envolvidos na inspecção extraordinária estarão 35 modelos de veículos fabricados entre Março de 2003 e Novembro de 2007.


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Trabalhistas com eleições em Setembro Ed Miliband demitiu-se após a pesada derrota nas eleições britânicas.

O partido Trabalhista britânico, derrotado nas eleições da semana passada, vai escolher um novo líder em Setembro. Ed Miliband renunciou ao cargo depois da vitória dos Conservadores, que vão governar o Reino Unido por mais cinco anos, desta vez com maioria absoluta. O antigo primeiro-ministro Tony Blair, que esteve em Downing Street durante uma década, já veio dizer que é preciso “redescobrir o coração” do partido Trabalhista. David Cameron renovou mandato e vai ser primeiroministro por mais cinco anos.

Excesso de velocidade pode ser “culpado” do descarrilamento nos EUA Acidente em Filadélfia fez sete mortos e mais de 200 feridos.

O descarrilamento de um comboio, esta terça-feira, em

Filadélfia, nos Estados Unidos, poderá ter ocorrido devido a excesso de velocidade, segundo dados preliminares divulgados pela autoridade que investiga o acidente. Na sua conta oficial na rede social Twitter, a Junta Nacional de Segurança no Transporte [NTSB, sigla em inglês], indica que os "dados preliminares" indicam que o comboio, que circulava entre Washington e Nova Iorque, ia a uma velocidade superior a 160 quilómetros por hora, o dobro daquela que é permitida no troço onde ocorreu o acidente, antes de descarrilar na noite de terça-feira. Sete vagões do comboio regional número 188 descarrilaram na zona de Port Richmond, na cidade de Filadélfia, no estado da Pensilvânia. Pelo menos sete pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas.

Golpe de Estado no Burundi? Rebeldes controlam aeroporto Presidente está fora do país, mas estará a tentar voltar. O general do Burundi que terá lançado um golpe de Estado ordenou o encerramento do aeroporto e das fronteiras terrestres, quando o Presidente Pierre Nkurunziza tenta regressar ao país vindo da Tanzânia, de uma cimeira regional sobre a crise. "Ordenei o encerramento do aeroporto e fronteiras e peço a todos os cidadãos e às forças da ordem para se deslocarem para o aeroporto (da capital Bujumbura) para o proteger", declarou o general Godefroid Niyombare através da rádio privada RPA. Quando foi anunciada a destituição do presidente e a dissolução do governo, Pierre Nkurunziza encontravase em Dar es Salaam para participar na cimeira dos chefes de Estado da Comunidade da África Oriental (EAC na sigla em inglês - Burundi, Ruanda, Quénia, Tanzânia, Uganda) sobre a crise no seu país, que causou cerca de 20 mortos em pouco mais de duas semanas e levou dezenas de milhares de burundianos a fugirem para os países vizinhos. Os chefes de Estado da EAC condenaram "o golpe de Estado" anunciado pelo general Niyombare e, considerando não existirem "condições propícias" para eleições no Burundi, pediram "às autoridades burundianas para adiarem os escrutínios". O Burundi tem eleições legislativas e municipais marcadas para 26 de Maio e cuja campanha eleitoral começou no domingo, a que se seguem as presidenciais a 26 de Junho. A candidatura do Presidente Nkurunziza a um terceiro mandato (foi eleito em 2005 e 2010), considerado anticonstitucional pelos opositores, deu origem à onda de contestação. A presidência reagiu ao anúncio do golpe afirmando tratar-se de uma tentativa falhada e informando "a opinião pública nacional e internacional" de que os seus autores "estão a ser procurados por forças de defesa e segurança para que possam ser julgados".


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A agência France Presse, com jornalistas em Bujumbura, disse ser impossível saber no imediato quem controla o Burundi. Um oficial superior do grupo dos fiéis ao presidente Nkurunziza disse à AFP que estão a decorrer negociações com os militares golpistas. O objectivo é "encontrar uma solução que preserve os interesses nacionais", referiu a mesma fonte que não quis ser identificada, adiantando que as duas partes estão "de acordo para não derramar o sangue dos burundianos". "Todos concordamos que não haja um terceiro mandato", afirmou. "Falta determinar o modo de o fazer", acrescentou. O general Niyombare, antigo chefe do serviço de informações do Burundi, foi demitido em Fevereiro pelo chefe de Estado depois de o ter aconselhado a não se candidatar a um terceiro mandato.

Ex-CIA garante que ameaça da Al-Qaeda continua apesar da morte de Bin Laden No novo livro “A Grande Guerra do nosso Tempo”, Michael Morell analisa os esforços da CIA para tentar prevenir o próximo ataque terrorista.

Foto: EPA

Um ex-director da CIA, os serviços secretos norteamericanos, considera que apesar de a morte de Bin Laden, a Al-Qaeda está mais forte que nunca. O alerta é deixado no novo livro “A Grande Guerra do nosso Tempo”. Michael Morell, que foi 'número dois' da Central Intelligence Agency (CIA), afirma que não ficaria de todo surpreendido se o ramo do Iémen do grupo terrorista conseguisse deitar a baixo um voo de passageiros transatlântico, adverte no livro. Na sua opinião, a Al-Qaeda conseguiria facilmente destruir um voo comercial a circular entre Londres e Nova Iorque, por exemplo, em qualquer altura. O ex-CIA afirma estar “profundamente preocupado” com a probabilidade de os EUA "virem a ser alvo de ataques no seu solo novamente", acreditando também

que possa haver ataques ao estilo dos do Estado Islâmico. No livro, Michael Morell analisa os esforços da agência para tentar prevenir o próximo ataque terrorista. Morell, que se reformou em 2013, revela ainda como fez parte do “briefing” ao Presidente Obama antes da rusga que resultou na morte de Osama Bin Laden e como viajava com o Presidente Bush quando este soube a notícia dos ataques do 11 de Setembro. Agora, Morell é um dos colaboradores mais importantes da cadeia de notícias da CBS para assuntos de segurança e administração interna. Para já, o livro “A Grande Guerra do nosso Tempo” só foi publicado em território norte-americano.

Dezenas de xiitas paquistaneses assassinados no Paquistão Um grupo de cinco homens atingiu o autocarro com tiros de metralhadora, depois entrou e assassinou os sobreviventes desarmados. Por Filipe d’Avillez

Dezenas de xiitas foram massacrados esta quarta-feira de manhã no Paquistão, na cidade de Karachi. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico. Segundo testemunhas citadas pelo "The Guardian" o autocarro que transportava os trabalhadores foi atacado com rajadas de armas automáticas enquanto estava a atravessar as ruas congestionadas de Karachi. Depois, os terroristas entraram para o veículo e mataram quem ainda estava vivo, muitos com tiros à queima-roupa, na cabeça. Os xiitas, mais especificamente membros da facção ismaili do islão xiita, estavam a caminho do trabalho, num autocarro, quando foram atacados. As autoridades falam em 44 mortos. A violência contra xiitas e outras minorias religiosas é comum no Paquistão. Cristãos, hindus e outros nãomuçulmanos são frequentemente atacados, mas os extremistas têm pelos xiitas um ódio particular, considerando-os hereges.


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"Número 2" do Estado Islâmico dado como morto

Papa pede para se rezar Ave-Maria em português

Abu Alaa al-Afri foi nomeado para substituir o líder do grupo terrorista quando este ficou ferido num ataque, mas apenas esteve no poder durante cerca de um mês.

Francisco assinalou no Vaticano a memória das aparições de Fátima e rezou em silêncio junto a uma imagem de Nossa Senhora. <BR>

Foto: DR Por Filipe d’Avillez

O líder interino do autoproclamado Estado Islâmico foi morto esta quarta-feira, num ataque aéreo no Iraque, segundo o ministério da Defesa em Bagdad. Abu Alaa al-Afri era o número dois do grupo e assumiu o comando efectivo do grupo algumas semanas depois de o líder Abu Bakr al-Baghdadi ter ficado ferido noutro ataque, em Março. Não há muita informação fiável sobre o estado de saúde de Baghdadi, mas há indicações de que poderá ter ficado parcialmente paralisado devido a ferimentos na coluna. Ambos estes dados, a confirmarem-se, representam uma grande vitória para a coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, que tem atacado posições do grupo terrorista no Iraque e na Síria. Há apenas uma semana, no dia 5 de Maio, o Governo norte-americano anunciou uma recompensa de sete milhões de dólares, pouco mais de seis milhões de euros, por qualquer informação que levasse à captura ou morte de al-Afri. Quando começaram os ataques aéreos contra os jihadistas muitos criticaram dizendo que essa estratégia não seria eficiente. Entretanto forças terrestres, compostas por soldados iraquianos e milícias xiitas, curdas e cristãs, com o apoio logístico de forças de elite ocidentais, têm conseguido empurrar os militantes do Estado Islâmico para fora de algumas das mais importantes cidades conquistadas desde o Verão de 2014, enquanto os sucessivos ataques aéreos têm servido para enfraquecer e, aparentemente, decapitar a liderança dos fundamentalistas islâmicos. O Estado Islâmico continua a dominar a cidade de Mossul, a segunda maior do Iraque, mas mesmo aí há indícios de se ter criado uma resistência ao grupo e as forças iraquianas esperam tomar a cidade ainda em 2015.

O Papa pediu na audiência geral das quartas-feiras, no Vaticano, que se rezasse uma Ave-Maria em português. Francisco fez questão de lembrar que hoje é dia da Nossa Senhora de Fátima e convidou os peregrinos a manterem viva esta devoção. “Neste dia de Nossa Senhora de Fátima, convido-vos a multiplicar os gestos diários de veneração e imitação da Mãe de Deus. Confiai-Lhe tudo o que sois, tudo o que tendes e assim conseguireis ser um instrumento da misericórdia e ternura de Deus para os vossos familiares, vizinhos e amigos”, afirmou. “Agora, peço ao meu irmão português que, neste dia de Nossa Senhora de Fátima, reze em português uma AveMaria à Virgem, com todos em silêncio”, disse depois de saudar os peregrinos portugueses no Vaticano. Uma imagem de Nossa Senhora foi colocada na Praça de São Pedro para assinalar o 13 de Maio. Francisco deslocou-se para junto dela para rezar. O Papa voltou a referir-se ao 13 de Maio durante a tradicional saudação aos grupos de jovens, doentes e recém-casados. “Hoje é a memória litúrgica da Beata Virgem Maria de Fátima. Caros jovens, aprendei a cultivar a devoção à Mãe de Deus com a recitação diária do Rosário; caros doentes, senti Maria presente na hora da cruz; e vós, caros esposos, rezai-lhe para que não falte nunca na vossa casa o amor e o respeito recíproco”, apelou. No final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro, Francisco pediu ainda aos jovens para rezarem o terço todos os dias.


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O que têm os investigadores, criadores e artistas para dizer à Igreja? Na quinta sessão do "Escutar a Cidade", que pretende ajudar a preparar o sínodo de Lisboa, participam a investigadora Maria Mota, o director artístico Tiago Rodrigues, a arquitecta Helena Roseta e o compositor e ensaísta António Pinho Vargas.

António Pinho Vargas não é crente, mas criou obras no campo da música sacra ou de inspiração religiosa. Foto: DR Por Ângela Roque

O que têm os investigadores, criadores e artistas a dizer à Igreja? Muito, dizem os organizadores do "Escutar a Cidade", que realiza mais um encontro de preparação para o sínodo diocesano de Lisboa, que terá lugar em 2016. A sessão de quinta-feira, que decorre no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, em Lisboa, entre as 19h00 e as 21h00, tem como tema "Ciência, Arte e Conhecimento" Este é já o quinto debate "Escutar a Cidade". Contará com a participação de Maria Mota (investigadora distinguida com o Prémio Pessoa pelo seu trabalho na área da maláia), Tiago Rodrigues (novo director artístico do Teatro Nacional D. Maria II), Helena Roseta (arquitecta) e António Pinho Vargas (compositor e ensaísta). Sobre o músico, António Marujo, da organização, sublinha que, não sendo crente, "tem criado recentemente várias obras no campo da música sacra, ou de inspiração religiosa", e que pode ajudar a reflectir sobre "como as questões da cultura, da música e da criação artística se podem relacionar com os nossos quotidianos e nos podem ajudar a ter vidas mais belas e mais justas em sociedade". Ciência, arte e conhecimento são "áreas fundamentais para a nossa vida, para a nossa organização social, para a nossa própria expressão enquanto pessoas, enquanto humanidade", diz Marujo. "A ciência e o conhecimento revelam o saber, a busca humana, até, quase poderíamos dizer, a busca dessa imagem de Deus que temos em nós, da capacidade de criar, às vezes, a partir do nada. E depois a arte como

afirmação da nossa própria transcendência, na beleza que nos faz espantar, que nos extasia, que nos apela também a sair de nós, a afirmar algo ainda maior do que nós." "Tínhamos de fazer destas áreas um dos temas desta iniciativa que pretende, exactamente, avaliar e fazer perspectiva do que a Igreja pode fazer para os próximos tempos aqui no Patriarcado", conclui o jornalista e organizador destes encontros. Falta abrir a Igreja António Marujo acredita que os convidados poderão ajudar a Igreja neste diálogo. "Tem havido nos últimos anos, em Portugal, uma maior aproximação, um melhor entendimento da grande área cultural que, poderemos dizer, abrange também a questão da ciência, o conhecimento, primeiro através da criação de um secretariado a isso dedicado, a Pastoral da Cultura, e depois da acção que esse Secretariado tem desenvolvido, de aproximação aos artistas, cientistas, gente da área do conhecimento, académicos, investigadores", diz. A ideia, sublinha, passa por "chamar essas pessoas para, no fundo, fazerem essa interpelação àquilo que a Igreja pode ser e fazer nesta área. Eu diria que um sinal menos positivo tem sido, talvez, uma certa incapacidade ainda latente de muitas comunidades da Igreja de saberem entender o valor e as potencialidades que esta aproximação ao conhecimento, à ciência e à arte pode ter para a própria acção pastoral".

"Anita" vai à editora… e vem de lá com um novo nome! Figura da literatura para crianças foi criada na Bélgica, em 1954, por Marcel Marlier e Gilbert Delahaye, e acarinhada por várias gerações de leitores.

Martine a Bailarina. Foto: Zero a Oito

A célebre personagem de livros infantis "Anita" está de regresso às livrarias portuguesas, desta vez com o seu nome original, "Martine". A decisão foi tomada por Simon Casterman, director financeiro e descendente do fundador da editora mãe dos livros "Martine", que quer atrair uma nova geração de leitores, mantendo a versão original do nome da


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personagem e introduzir uma nova tradução nos livros. A figura da literatura para crianças, conhecida como "Anita" em Portugal, foi criada na Bélgica em 1954 por Marcel Marlier e Gilbert Delahaye e foi acarinhada por várias gerações de leitores. A editora "Zero a Oito" é a editora responsável pela nova dinamização da colecção no mercado editorial português. Os primeiros dez livros de histórias já estão à venda por todo o país, estando planeado até ao fim do ano o lançamento de mais 16 volumes. O nome "Anita" fica para trás, mas as histórias, essas, continuam com o mesmo encanto de sempre. Talvez não saiba, mas os livros da "Anita" assinalam, este ano, 50 anos em Portugal.

RIBEIRO CRISTÓVÃO

Los blancos em branco O afastamento da Taça do Rei já abrira caminho para uma época marcada pela desilusão, mas havia ainda esperança. Contudo, os sinos haviam de voltar a repicar de forma lúgubre ontem à noite, assinalando a dolorosa despedida do Real Madrid da Liga dos Campeões.

Novidade. Primeiro Juve-Barça numa final da Champions Berlim vai assistir, a 6 de Junho, a uma decisão inédita da principal prova de clubes da Europa. Por Ribeiro Cristóvão

Estádio Olímpico de Berlim tem capacidade para 76 mil espectadores

Juventus e Barcelona vão protagonizar, esta temporada, uma final inédita da Liga dos Campeões. A 6 de Junho, no Estádio Olímpico de Berlim, os conjuntos italiano e espanhol vão disputar pela primeira vez o troféu máximo do futebol europeu. Os tetracampeões italianos chegaram à oitava final da Champions depois de afastar o Real Madrid, nas meias-finais. A "vecchia signora" não chegava a uma decisão deste género desde 2003, ano em que perdeu com o AC Milan, em Old Trafford. Os "blaugrana", por seu turno, apuraram-se para a oitava final da Liga Milionária do seu historial ao eliminar o Bayern Munique. A equipa da "cidade condal" não marcava presença numa final deste género desde 2011. Nesse ano, Messi e companhia, comandados por Pep Guardiola, bateram o Manchester United, no Estádio de Wembley, em Londres. A Juventus levantou o "caneco" em 1985 e 1996. O Barça conquistou a Liga dos Campeões em 1992, 2006, 2009 e 2011.

No curto espaço de cinco dias, o Real Madrid destruiu todos os sonhos que ainda lhe restavam. O afastamento da Taça do Rei já abrira caminho para uma época marcada pela desilusão, mas havia ainda dois objectivos possíveis de alcançar e que poderiam ajudar a salvar uma temporada já de si algo cinzenta. Um empate muito sofrido no Santiago Barnabéu frente a um Valência destemido, que lhe retirou a possibilidade de continuar a lutar pelo título de campeão espanhol, foi apenas o primeiro toque a rebate. Os sinos haviam no entanto de voltar a repicar de forma lúgubre ontem à noite, no mesmo cenário, assinalando a dolorosa despedida da Liga dos Campeões. Mesmo carregando uma pequena desvantagem trazida de Turim, o Real Madrid partiu com optimismo para o segundo round com a Juventus. E foi mesmo capaz de operar a reviravolta, com Cristiano Ronaldo a fazer, como sempre, de actor principal. Mas por aí se ficou. Bem organizada e acreditando sempre, a equipa italiana teve depois arte para chegar ao empate e, a partir daí, deixou bem claro que seria muito difícil uma segunda “remontada”. Teremos agora, na primeira semana de Junho, a final que poucos imaginavam, e para a qual a Juventus volta a partir como a menos favorita, um factor que pode voltar a funcionar em seu benefício. Em Madrid, sobram destroços de uma noite mal dormida. Agora, começa o tempo de afiar as facas, algumas já apontadas a diversas figuras merengues, com o treinador à cabeça. Ancelotti já foi dizendo que gostaria de continuar, mas reconhecendo que ficou tudo nas mãos dos dirigentes. Ainda no estádio, cedo começou a onda de contestação, e até o nome de José Mourinho foi chamado aos protestos.


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Aos dirigentes cabe agora enfrentar com coragem a crise que se desenha no horizonte, e pensar em decisões que se afiguram inevitáveis. Começaram a faltar as vitórias que alimentam as multidões e, assim, o Real Madrid vai, seguramente, passar por dias muito complicados. REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Chega Murillo. E vai Marco Silva...

SPORTING

Godinho admite ter pedido vigilância a jogadores Ex-presidente do Sporting prestou declarações em tribunal, no âmbito do "Caso Cardinal".

Godinho Lopes presidiu ao Sporting entre 2011 e 2013

"Benfica garante Murillo" lê-se na primeira página de A Bola. O mesmo assunto está na manchete da edição Sul de O Jogo: "Murillo até 2019". Na edição Norte, lê-se "Ataque às nomeações". O FC Porto contesta "os critérios e a actuação de alguns árbitros". No diário Record, destaque para umA entrevista a Sven-Goran ERriksson. O sueco fala do já anunciado bicampeonato: "Ficaria muito feliz por Jesus e pelo Benfica". De volta ao diário A Bola, no topo da página lê-se "Ponto final", entre os rostos de Marco Silva e Bruno de Carvalho. Já sobre o FC Porto, o diário do Bairro Alto avança: "Helton desejado mais um ano".

O antigo presidente do Sporting, Godinho Lopes, admitiu esta quarta-feira ter sido o responsável pelo pedido de um sistema de vigilância aos jogadores leoninos, durante o seu mandato e que acabou por ser gerido por Paulo Pereira Cristóvão. A revelação foi feita no Campus da Justiça, em Lisboa, durante o julgamento que envolve Pereira Cristóvão, ex-vice-presidente do Sporting, no âmbito do "Caso Cardinal". "Fui eu que encomendei a vigilância aos jogadores", atirou, perante o juiz, confessando não se recordar "de quem partiu a ideia" para uma tal medida. "Tanto pode ter sido minha, do Luís Duque ou do Paulo Pereira Cristóvão [à data vice-presidentes do Sporting]. Em vários aspectos fui ingénuo e não terei tratado do assunto com tranquilidade", considerou Godinho Lopes, que explicou ainda as razões que presidiram à contratação deste tipo de serviço de controlo de atletas. "Entendemos contratar esses serviços dado o número de jogadores jovens e estrangeiros que contratámos em 2011. Sentimos que era preciso enquadrá-los e ajudá-los. Desses serviços faziam parte vigilância a jogadores durante a noite para que não se deitassem tarde nem se metessem em bebidas. Era algo que já se fazia noutros clubes. Eu só entendi que devia formalizar esta actividade", esclareceu. Carlos Freitas diz que nada sabia. "Estranho muito"Ainda esta quarta-feira, Carlos Freitas, directordesportivo do Sporting no mandato de Godinho Lopes, afirmou desconhecer que o tal sistema de vigilância de jogadores havia sido colocado em prática. Godinho Lopes estranha. "Carlos Freitas disse que não tinha conhecimento destes serviços? É possível, mas estranho muito que não soubesse", comentou. Apesar de o julgamento incidir sobre o caso que envolveu o antigo árbitro-assistente José Cardinal, alvo de uma "emboscada" e chantagem da parte de Paulo


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Pereira Cristóvão, o tema da vigilância aos jogadores do Sporting tem assumido particular relevância, nas últimas semanas. PRIMEIRA LIGA

Vitória nega prémio chorudo por triunfo sobre o Benfica

FUTEBOL

Juniores. Título de campeão adiado para a última jornada Vitórias de FC Porto e Sporting reservam decisões para a derradeira ronda da fase de apuramento do campeão.

Direcção vimaranense classifica como "absolutamente falso" o dado revelado pelo diário "Correio da Manhã", esta quarta-feira.

O Vitória de Guimarães desmentiu, esta quarta-feira, que esteja previsto um prémio adicional a cada jogador do plantel, em caso de triunfo sobre o Benfica, no domingo, em jogo da 33ª jornada da Primeira Liga. Através de comunicado, a Direcção do emblema minhoto é clara na abordagem à notícia veiculada pela edição de hoje do diário "Correio da Manhã". "A SAD do Vitória Sport Clube vem por este meio desmentir e lamentar a notícia veiculada, esta quartafeira, dia 13 de Maio, pelo Correio da Manhã. É absolutamente falso que 'cada jogador do Vitória SC receberá um prémio de jogo a rondar os 10 mil euros', como se pode ler na ‘notícia’ publicada na edição de hoje", pode ler-se na referida nota. O Vitória sustenta que a referida notícia, que mereceu chamada de capa do "CM", "ofende o brio profissional dos atletas (...) bem como toda a restante estrutura do futebol profissional, que não precisa de motivações extras para disputar, em todos os jogos, os três pontos". O Benfica lidera a Primeira Liga, com mais três pontos do que o FC Porto, segundo classificado. Em caso de vitória em Guimarães, na penúltima ronda do campeonato, as águias sagram-se campeãs, pela segunda época consecutiva. O Vitória, por seu turno, é quinto na tabela, tendo já garantido esse posto como limiar mínimo. A equipa comandada por Rui Vitória tem ainda possibilidades de chegar ao quarto lugar, que por ora é pertença do Sporting de Braga.

A decisão quanto ao título de campeão de juniores foi adiada para a última jornada, em virtude das vitórias de FC Porto e Sporting. Os dragões bateram o Vitória de Guimarães (3-2), passando a somar 28 pontos, no primeiro lugar da fase de apuramento de campeão. Já os leões derrotaram o Rio Ave, por 3-1, cotando-se no segundo lugar, a três pontos dos azuis e brancos. Na última jornada, sábado, o FC Porto vai a Barcelos defrontar o Gil Vicente. O Sporting recebe o Benfica.


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ANDEBOL

FC Porto a uma vitória de novo título de campeão Triunfo sobre o Sporting, no segundo jogo da final dos "playoff" do Nacional de andebol. A vitória em Odivelas, no sábado, dará o sétimo campeonato consecutivo aos azuis e brancos.

O FC Porto venceu o Sporting (29-20), esta quarta-feira, no DragãoCaixa, naquele que foi o segundo jogo da final dos "playoff" do Nacional de andebol, ficando à distância de uma vitória de revalidar o título de campeão. Na primeira partida, igualmente no pavilhão dos azuis e brancos, a equipa de Ljubomir Obradovic bateu os leões por 36-33. Tal como nesse jogo, os dragões voltaram, hoje, a ser dominadores. O terceiro desafio da final disputa-se em Odivelas, a partir das 21h00 de sábado [16 de Maio]. Em caso de nova vitória, o FC Porto conquistará o sétimo título de campeão consecutivo. Para se manter na corrida pelo título, o Sporting terá agora de vencer os dois encontros em casa para forçar um quinto embate.

Na baliza aos 59. Eis Melo, o "Buffon da Guarda" É o terceiro atleta federado mais velho do país. Chega a ter dois jogos ao domingo. Este "Buffon" representa o Mileu Guarda Sport Clube e um clube de futsal de bancários reformados. Por Liliana Carona

Fernando António Guerra de Melo tem 59 anos e está no futebol por paixão. É o terceiro atleta federado mais velho do país, estando atrás, apenas por alguns dias, de dois “rivais” algarvios.

Melo, a quem, na cidade da Guarda e na região muitos chamam "Buffon", tem a particularidade de representar dois clubes: o Mileu Guarda Sport Clube e um clube de futsal de bancários reformados. Na época prestes a findar, Fernando Melo fez nove jogos de 90 minutos consecutivos. Cumpre religiosamente nos treinos que, no Mileu Guarda Sport Clube, são ministrados por Liberalino, o "Scolari" da Serra da Estrela. “É por paixão", explica à Renascença, quando questionado sobre o que o faz andar nesta vida. "Gosto de futebol, desde os 14 que jogo, nunca parei. O físico vai aguentando, também não tenho tendência para engordar”, justifica. Com 1,73 metros e 68 quilos, Melo ainda joga e muito. “Tenho alguma elasticidade, o corpo tem que aguentar até rebentar. Jogo futebol porque gosto, não ando à procura de records”, garante. "Buffon" Fernando Melo está sob o comando do luso-brasileiro Liberalino Almeida, de 63 anos. “Defino-o como um bom guarda-redes. Quem sabe nunca esquece. Defende bem, está cada vez melhor, às vezes chamo-o de 'Buffon'”. Armando Gil, de 75 anos, é o presidente do Núcleo das Velhas Guardas da Associação Cultural e Desportiva da Guarda e também ele elogia o desempenho do guardaredes Fernando Melo. “Chegou a fazer dois jogos, um de manhã, de futsal, e outro connosco, à tarde. Nós costumamos dizer que nem na Malhada da Sorda se faz em barro um atleta como este“, afirma. Longe dos grandes relvados, mas no estádio da sua vida, Fernando Melo sente-se em casa no Municipal da Guarda. São já 20 anos, sempre sem atrasos e sem faltar a aos treinos. "Não há cansaço que o vença?", perguntamos. Responde: “Estou mesmo cansado, mas vai valer a pena, amanhã, estarmos aqui outra vez”. E amanhã, depois e depois, Melo lá entrará no recinto dos treinos cumprindo o ritual de todos os jogos: benzer-se e tocar na relva. O Mileu Guarda Sport Clube está em 4º lugar na segunda divisão distrital. Sem salários, os jogadores recebem apenas 20 euros em caso de vitória.

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.


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