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EDIÇÃO PDF Quinta-feira, 18-06-2015 Edição às 08h30

Directora Graça Franco Editor Raul Santos

Acidente com autocarro em Albufeira faz três mortos Eurogrupo reúne-se no Luxemburgo com crise da Grécia na agenda “A ecologia tem seguramente uma dimensão religiosa”

Greve no IPO do Porto deve afectar consultas e cirurgias programadas O Prémio Camões Doenças da saúde encontrou Hélia Correia a escrever FERNANDO J. REGATEIRO

Iniciativa “Pelo Direito a Nascer” pode não ser discutida nesta legislatura

Waterloo. Napoleão "morreu" há 200 anos

Igreja do milagre da multiplicação dos pães incendiada em Israel


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Acidente com autocarro em Albufeira faz três mortos Vítimas são de nacionalidade holandesa e tinham acabado de chegar ao Algarve para passar férias.

do autocarro turístico, remete esclarecimentos para mais tarde, mas confirma que a viatura envolvida no acidente faz parte da frota da empresa - que aluga autocarros turísticos no Algarve e pertence à Barraqueiro transportes. [Actualizado às 8h27]

“A ecologia tem seguramente uma dimensão religiosa” O padre Vítor Melícias, superior dos franciscanos em Portugal, ajuda a enquadrar a encíclica do Papa Francisco sobre ecologia e a entender a visão teológica franciscana que poderá ter servido de base ao texto.

Três pessoas morreram e 31 ficaram feridas num acidente no Algarve, ao fim da noite de quarta-feira, envolvendo um autocarro de passageiros que transportava 33 turistas holandeses acabados de chegar ao país para passar féiras em Albufeira. Para além dos três mortos, a protecção civil confirma que todos os outros passageiros, incluindo os restantes 30 turistas e o condutor português ficaram feridos, três deles em estado grave. Dois helicópteros do INEM foram accionados e no terreno estiveram 156 operacionais (entre bombeiros, médicos e enfermeiros) e dezenas de ambulâncias, tendo sido montado um hospital de campanha. O acidente na A22 (Via do Infante) ocorreu às 23h02 na zona de Paderne, no sentido Sagres - Faro, por causas ainda desconhecidas. O autocarro despistou-se e caiu numa ribanceira para uma estrada secundária. Todos os feridos foram já encaminhados para os hospitais de Faro e Portimão, confirmou à Renascença o comandante operacional distrital de Faro, Vaz Pinto. Um dos feridos foi de helicóptero para o São José, em Lisboa. Entretanto, o trânsito na Via do Infante esteve cortado várias horas mas já foi reaberto nos dois sentidos. A circulação já se faz com normalidade uma vez que a viatura acidentada já foi, entrentanto, retirada do local. O autocarro que se despistou na quarta-feira na Via do Infante, no Algarve, provocando a morte a três turistas holandeses, foi retirado às 07:00 da ravina onde tinha caído, disse uma fonte da GNR de Albufeira (Faro). "O autocarro foi retirado do local cerca das 7h00. No local encontram-se ainda elementos da concessionária da autoestrada para avaliar as infraestruturas", disse à agência Lusa uma fonte do destacamento de trânsito da GNR de Albufeira, distrito de Faro. A mesma fonte adiantou que o trânsito estava às 7h30 a "fazer-se com normalidade". Contactada pela Renascença a Frota Azul, proprietária

São Francisco de Assis terá servido de inspiração para a encíclica do Papa Francisco. Foto: DR Por Filipe d’Avillez

Logo pela escolha do seu nome, em homenagem a São Francisco de Assis, o Papa Francisco deu a entender que as questões ambientais iriam merecer algum destaque durante o seu pontificado. A Renascença falou com o superior dos franciscanos em Portugal, o padre Vítor Melícias, para melhor compreender a razão pela qual um líder religioso se dedica a assuntos de ecologia e conhecer algumas das bases teológicas próprias da tradição franciscana neste aspecto. Tendemos a pensar na ecologia como um problema científico, de sustentabilidade, mas é também uma questão moral e religiosa? A ecologia é um problema humano e portanto atinge todas as dimensões do ser humano. Exige da parte do ser humano uma atitude emocional, de inteligência, do coração, económica e até uma atitude política. Enquanto cuidado geral da casa, podemos dizer que a ecologia é uma ciência ou uma arte, uma forma de comportamento, uma atitude do ser humano e como tal pode ter, e seguramente tem, uma dimensão religiosa, uma dimensão ética e moral, uma dimensão de economia e política. Há dois tipos fundamentalmente de ecologia. O relacionamento do ser humano com a natureza toda pode ser por interesse ou pode ser por respeito, por


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amor, uma ecologia de fraternidade, do tipo franciscano e cristão. Normalmente confunde-se a primeira com científica, mas científicas podem ser as duas. Segundo a perspectiva franciscana o homem deve respeitar todos os seres como seus irmãos. Tudo tem a mesma origem, o mesmo pai, a mesma fonte. Portanto, sendo tudo irmão, todos os seres humanos devem não só respeitar os outros seres mas toda a criação, em função da dignidade própria de cada coisa. Isto é uma ecologia de fraternidade, podemos mesmo dizer de respeito pela dignidade das coisas e do seu criador, daquele que é o Pai. E a visão do interesse? É a ideia de que é preciso preservar todas as coisas da natureza, porque podem fazer falta ao homem. Não se deve desperdiçar os recursos porque depois vem a fazer falta para as gerações seguintes. Às vezes até se dá um argumento equívoco de solidariedade com as gerações que vêm depois de nós. Isto é, atende-se a tudo o que é criado, não como respeito pela dignidade própria do nosso irmão, mas como um recurso que o ser humano desperdiça ou não. É preciso ultrapassar esta visão, que aliás tem alguma fundamentação bíblica do Génesis, a ideia de que o homem recebeu de Deus todas as coisas, é o dono, pode dominar sobre todas as coisas e portanto pode usá-las, tudo foi criado para o homem. É uma visão completamente errada, completamente contrária. Cuidar da natureza não é um acto de egoísmo humano em defesa de bens que possam vir a faltar, é uma atitude de respeito por quem merece esse mesmo respeito em função da sua dignidade. Quando o Papa escolheu o nome Francisco, e se tornou claro que era em referência a São Francisco, estava já a dar sinais de que esta ia ser uma das suas prioridades? Ele mesmo referiu mais tarde que era São Francisco de Assis, no respeito por tudo aquilo que é excluído, que é menor, aquilo que é pobre, pobreza económica, material, espiritual, até pobreza relacional. A atitude que o Papa Francisco assumiu como motor da sua opção de nome é uma atitude exactamente de respeito pela natureza, não deixar estragar, não poluir, tratar bem aqueles que são marginalizados, postos de parte, descartados, e muitas vezes – o próprio Papa tem dito isso – o homem descarta a natureza, usa e abusa dela, e parece que agora nesta encíclica dirá mesmo: “Tenham cuidado, porque Deus perdoa sempre, o homem perdoa às vezes, mas a natureza não perdoa nunca”. O homem não pode descartar e utilizar os bens da natureza como se fossem coisas secundárias e que são apenas criadas para seu uso, para seu proveito, para seu prazer. O Papa Francisco, mais uma vez, manifesta o seu cuidado pelos pobres, não apenas os pobres materiais mas pelos pobres espirituais, os marginalizados, pelos excluídos, incluindo a natureza que o outro São Francisco chamava “nossa mãe e nossa irmã”. Diz que o modelo do Génesis é errado, mas é um modelo bíblico. Há outro modelo bíblico que sustenta a sua posição? A ideia bíblica do próprio Cristo que apresenta Deus como Pai. Aliás São Francisco assume essa mesma teologia, a teologia franciscana não é uma teologia de

Deus Criador, é uma teologia de Deus Pai e todo o Novo Testamento é pelo menos uma mensagem de respeito pelo outro, por tudo aquilo que é criado. Não aparece Jesus Cristo nem os apóstolos nem os cristãos a dizerem à maneira bíblica usem tudo, estraguem tudo, façam tudo porque tudo está à vossa disposição. Não, tudo é para Deus, tudo é de Deus e tudo através do homem é para louvor ao próprio Deus, senhor e Pai. E mais, esta encíclica, esta mensagem tão urgente para a humanidade, do respeito ecológico, vem agora contextualizada em mensagem de misericórdia, extremamente urgente. O relacionamento do ser humano com os outros seres humanos todos, apesar das crenças, religiões, etnias e situações, é também uma relação para todas as criaturas, com misericórdia, isto é, com coração bondoso. Aquilo que deve ser o motor do relacionamento do ser humano é a misericórdia. Há um sínodo da família, cuja segunda parte se realiza em Outubro. A família actual, moderna, tem problemas tremendos que têm de ser enfrentados com grande coragem, mas sobretudo com grande coragem assente na misericórdia, no amor, na compreensão para a diversidade das situações tão complexas que os seres humanos têm e que as famílias têm e que as opções culturais na evolução vão tendo. Portanto juntar isso mesmo, o sentido da fraternidade universal, da ecologia e o motor da misericórdia é uma mensagem extraordinariamente humana, cristã, franciscana, diria mesmo, à Papa Francisco. Sabemos que há igrejas e instituições que já dão o exemplo em termos de responsabilidade ecológica. O que é que a Igreja pode fazer mais? A Igreja pode fazer mais, e aliás as diversas confissões cristãs, podem fazer mais sendo exactamente profetas da fraternidade que ligam o ser humano a todas as criaturas e do respeito que todos merecem pela sua dignidade congénita, pela sua dignidade de natureza, dignidade natural. A Igreja o que pode fazer é, aos seus fiéis, aos membros das diversas comunidades, mentalizá-las para isto, o amor a Deus realiza-se não apenas no amor aos seres humanos mas no amor a todas as criaturas e é o primeiro de todos os mandamentos, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. E o próximo não são só os seres humanos, são todas as criaturas, os animais as plantas, o ar, o sol, a luz, tudo aquilo que Deus criou, que constitui a grande casa cósmica.


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Eurogrupo reúne-se no Luxemburgo com crise da Grécia na agenda A Europa está numa corrida contra o tempo para tentar evitar que a Grécia entre em incumprimento e a eventualidade de o país sair do euro.

O panorama na Grécia vai-se agravando com a possibilidade da entrada em incumprimento. Foto: Patrick Pleul/EPA

Os ministros das Finanças do euro reúnem-se esta quinta-feira no Luxemburgo para um Eurogrupo completamente focado na Grécia, mas sem um acordo à vista sobre o programa de resgate do país, que poderá estar à beira do incumprimento. A menos de duas semanas de expirar o programa de assistência financeira a Atenas, ainda não há acordo entre a Grécia e os credores sobre as medidas a executar pelo país que permitam desbloquear os 7,2 mil milhões de euros da última tranche do programa de resgate. Sem acordo, o país – com os cofres públicos praticamente sem dinheiro – fica à beira do incumprimento e mesmo de uma saída da zona euro. A Grécia tem de pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até final de Junho. Em Julho e Agosto, tem ainda de amortizar 6.700 milhões de euros de dívida ao Banco Central Europeu (BCE). Apesar de o cenário de “default” parecer estar cada vez mais perto e de a Grécia e os parceiros europeus e credores (representados por Comissão Europeia, FMI e BCE) estarem cada vez mais crispados, deverá assistirse por estes dias a um último esforço, com negociações técnicas paradas à espera dos desenvolvimentos políticos. Fala-se mesmo de uma cimeira extraordinária de líderes europeus – a 19 (zona euro) ou a 28 (o conjunto da UE) – para desbloquear um acordo, se neste Eurogrupo não houver avanços. Desde Fevereiro – quando o programa de resgate foi estendido até Junho - que se arrasta o processo de negociações entre Atenas e os credores sobre as reformas a adoptar pelo país. Pelo meio, houve mudanças na equipa de negociadores, mensagens contraditórias, confrontos, fugas de informação, muita

crispação e, sobretudo, poucos avanços. As reformas que mais afastam Atenas e credores têm que ver com cortes nas pensões, sobretudo nos complementos das reformas mais baixas, e subidas no IVA (imposto sobre o consumo, especialmente nos medicamentos e electricidade). No excedente orçamental primário (diferença entre as receitas e despesas das contas públicas, excluindo os juros) há um entendimento no valor a alcançar, mas é preciso concordar nas medidas para lá chegar. O Governo grego quer ainda uma estratégia para lidar com a elevada dívida do país, o que poderia ser feito através de uma nova reestruturação da dívida, que na Europa parece ser tema tabu. Além do que um eventual incumprimento da Grécia significa para o país, há ainda a questão do contágio a outros Estados-membros da zona euro. Apesar de vários líderes europeus tentarem desvalorizar este risco, o presidente do BCE, Mario Draghi, admitiu na segunda-feira que é impossível "especular" sobre essas consequências a médio e longo prazo, já que se entraria "em águas desconhecidas". O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, garantiu por seu lado que Portugal está em condições para enfrentar, até final do ano, qualquer volatilidade nos mercados externos causada pela situação da Grécia", afirmando que "se alguma coisa de mais grave acontecer com a Grécia, Portugal não cai a seguir". Portugal estará representado neste Eurogrupo pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

Regras das escolas. Não há atrasos, garante o ministro da Educação Nuno Crato explica que a proposta ainda está em discussão. No ano passado, o diploma foi publicado a 26 de Maio. O ministro da Educação, Nuno Carto, não considera que haja atrasos na publicação das regras das escolas para o próximo ano lectivo. A denúncia tinha sido feita pelos directores escolares. Nuno Crato explica que a proposta ainda está em discussão e prevê mais horas para a gestão das escolas. O ministro não reconhece atrasos na publicação do despacho da organização do ano lectivo, reiterando que está para breve. No ano passado, o diploma foi publicado a 26 de Maio.


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Exames nacionais. Falhar cada vez melhor Esta quinta-feira há exame de Física e Química A, um dos mais desafiantes para os alunos do secundário. A Renascença visitou duas escolas de Lisboa para ver como se preparam alunos e professores para esta primeira fase de provas.

Foto: RR Por Matilde Torres Pereira

Já dizia o dramaturgo irlandês Samuel Beckett: "Falhar, falhar de novo, falhar melhor". Podia bem ser o mote para as centenas de alunos do ensino secundário que se sentam esta semana frente aos enunciados dos exames nacionais de Português, Matemática, Biologia ou Física e Química. No caso desta última disciplina, é requisito obrigatório para o ingresso no curso de Medicina e são poucos os que não tremem face à avaliação nesta matéria. E é caso para isso, já que Física e Química A – cujo exame é esta quinta-feira – tem produzido consistentemente resultados nacionais abaixo dos 10 valores, obrigando muitos alunos a repetir o exame, por vezes ano após ano, ou a repensar o percurso universitário. Leia a reportagem integral no site da Renascença.

FERNANDO J. REGATEIRO

Doenças da saúde Há, notoriamente, falta de camas de cuidados continuados. E, também aqui, não foram cumpridas as promessas de crescimento feitas pelo Governo. Mas, tenha-se presente que não será viável, nem muito menos desejável, que a grande maioria das necessidades de camas para cuidados continuados seja resolvida com camas institucionais.

Os últimos documentos publicados sobre a saúde em Portugal vieram levantar várias perplexidades. Falarei de duas. Uma deles tem a ver com a redução consistente de consultas nos Cuidados de Saúde Primários (CSP). Diz o Relatório de Primavera do Observatório Português de Saúde que se tem registado “uma diminuição constante do número de consultas nos CSP desde 2008” e que, em Portugal, “o número de consultas médicas per capita e por ano é muito inferior à média da OCDE”. Em contrapartida, o número de consultas externas realizadas em hospitais públicos, “tem aumentado consistentemente”. Aliás, o Ministério da Saúde, quando fala de melhorias, refere exactamente o crescimento do número de consultas hospitalares, incluindo as primeiras consultas, a par de um aumento consistente da procura de serviços de urgência. Face a este cenário, temos mesmo uma grave “doença da saúde” que já não se resolve com mezinhas! Uma das causas maiores resulta do retardamento introduzido, pelo actual Governo, na mudança de paradigma iniciada em 2005 - um paradigma que assenta na centralidade dos Cuidados de Saúde Primários e do Médico de Família, através da criação de Unidades de Saúde Familiares (USFs). A falta de entusiasmo tem consequências graves para os portugueses, como seja o facto de continuarmos com mais de um milhão de cidadãos sem Médico de Família (13% nas contas do Governo). Com o orçamento da saúde em queda e sem aumento dos cuidados de saúde de proximidade, não se estranhe a busca de cuidados nas urgências (sempre abertas) e nas consultas hospitalares. Se temos menos para gastar, deveríamos gastar melhor o que temos! O que não é o caso. Quanto a camas de internamento, o panorama não é melhor. Um número elevado de doentes continua a permanecer longos períodos de tempo nos hospitais, quando deveria ser seguido na Rede de Cuidados Continuados, com particular relevo para os Cuidados Domiciliários. Há, notoriamente, falta de camas de cuidados continuados. E, também aqui, não foram cumpridas as promessas de crescimento feitas pelo Governo. Mas, tenha-se presente que não será viável, nem muito menos desejável, que a grande maioria das necessidades de camas para cuidados continuados seja resolvida com camas institucionais. Genericamente, as pessoas dependentes e que necessitem de permanecer acamadas sentir-se-ão melhor em sua casa do que em ambiente estranho e, quantas vezes, severamente agressivo. Com uma exigência: que seja assegurado um seguimento adequado, nas suas diversas vertentes – médica, de enfermagem e de apoio, neste último aspecto com a valorização dos cuidadores informais, familiares ou outros. As camas de cuidados continuados, em particular na sua vertente domiciliária, custam menos e servem melhor as necessidades dos doentes. Também aqui é necessário outro fôlego!


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Mais uma noite ao relento à espera de colonoscopia Governo já reconheceu a existência de um problema e diz ter intenções de o resolver, mas as filas continuam à porta das clínicas na zona de Lisboa.

Greve no IPO do Porto deve afectar consultas e cirurgias programadas Médicos insistem que não podem garantir a segurança dos doentes quando alguns dos funcionários trabalham até 30 horas seguidas.

Fila para fazer colonoscopias na Amadora. Foto: João Cunha/RR

Continua a confusão na zona de Lisboa para efectuar colonoscopias com anestesia. Esta manhã à porta de uma clínica na Reboleira, na Amadora, estavam já uma centena de pessoas à espera de conseguir fazer o exame, sendo que alguns chegaram ao local ao fim da tarde de quarta-feira, para garantir que conseguiriam ser atendidos esta quintafeira de manhã. O Ministério da Saúde já reconheceu que existe falta de especialistas na zona de Lisboa para fazer colonoscopias e admite rever os valores a pagar aos privados que prestam este serviço ao Estado, mas o problema continua por resolver.

Médicos dizem-se preocupados com a segurança dos utentes. Foto: IPO/Porto

Os médicos do IPO do Porto estão em greve contra o não cumprimento dos tempos de descanso compensatório. A paralisação de 48 horas deverá afectar sobretudo as consultas e cirurgias programadas. Joana Bordalo e Sá, médica do Instituto Português de Oncologia, admite que em causa está sobretudo a segurança do trabalho do corpo clinico e em ultima analise a segurança dos utentes. “Acha que algum cidadão português se sentiria confortável se visse a sua mãe ou um dos filhos a ser tratado ou operado por um médico que está de serviço há 30 horas consecutivas?”, questiona. “Não conseguimos garantir a segurança dos doentes após tantas horas de trabalho, é impossível”, insiste a médica do IPO do Porto

Auditoria do Tribunal de Contas deixa críticas ao Ministério da Saúde Não foram acolhidas recomendações dirigidas aos Ministérios de Paulo Macedo e Maria Luís Albuquerque com vista à recapitalização do Serviço Nacional de Saúde. Os ministros da Saúde e das Finanças foram alvo de um “puxão de orelhas” do Tribunal de Contas.


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Uma auditoria, do organismo liderado por Guilherme d’Oliveira Martins, revela que não foram acolhidas recomendações dirigidas aos Ministérios de Paulo Macedo e Maria Luís Albuquerque com vista à recapitalização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nem sequer foi elaborado um plano que garanta a sua sustentabilidade a médio e longo prazo. O documento agora divulgado indica que em 2013 a despesa total do SNS foi de 8,3 mil milhões de euros, menos 18% do que no ano anterior e menos 6% face a 2011. O Tribunal de Contas identificou o pagamento de uma dívida bancária de 19,3 milhões de euros através do orçamento do Serviço Nacional de Saúde, em 2013, o qual reduziu os recursos destinados à produção de cuidados de saúde. De acordo com uma auditoria de seguimento das recomendações formuladas no Relatório da auditoria orientada à consolidação de contas e análise à situação económico-financeira do SNS 2011, o valor em questão destinava-se ao pagamento total da dívida bancária de um Agrupamento Complementar de Empresas (Somos Compras, ACE). Os 19,3 milhões de euros foram consignados ao pagamento da dívida bancária acumulada do Somos Compras, ACE, um Agrupamento Complementar de Empresas criado em 2007 sem capital social, para implementar e operar uma estrutura partilhada de aquisição de bens e serviços e de logística, Os centros hospitalares de Lisboa (Lisboa Norte, Lisboa Central e Lisboa Ocidental) detinham uma participação de nove por cento (três por cento cada) e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) uma participação de 91%. A dívida foi adquirida pelos centros hospitalares Lisboa Norte, Lisboa Central e Lisboa Ocidental. Segundo o TdC, em 2013 "a despesa do SNS com a aquisição de serviços de saúde a unidades de saúde do setor empresarial do Estado inclui encargos não decorrentes de contratos programa, no total de 19,3 milhões de euros". "O registo contabilístico dos 19,3 milhões de euros dilui este montante nas verbas destinadas à aquisição de cuidados de saúde, impossibilitando, desta forma, a sua identificação como verba destinada ao pagamento de uma dívida bancária derivada de participações financeiras num Agrupamento Complementar de Empresas" (Somos Compras), lê-se no relatório. De acordo com a auditoria, "o pagamento de 100 por cento" desta dívida bancária pelos três centros hospitalares de Lisboa, "consubstanciou uma solução financeiramente equivalente a um «empréstimo» de longo prazo, utilizando como intermediários os três centros hospitalares de Lisboa, ao SUCH". Para o TdC, a Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS) "incorreu num erro material de contabilização e incumpriu o princípio da especificação, comprometendo o rigor e a transparência da despesa da ACSS e do SNS" ao contabilizar os 19,3 milhões de euros na rúbrica da aquisição de serviços de saúde e patrimonialmente na conta relativa aos fornecimentos e serviços externos (subcontratos, outros contratos, hospitais Entidades Públicas Empresariais), que é a rubrica utilizada pela ACSS para o registo dos adiantamentos aos hospitais

do Sector Público Empresarial. O TdC refere que, em 2015, com a execução de um despacho da Secretária de Estado do Tesouro e do secretário de Estado da Saúde, "repor-se-á no Orçamento do SNS a verba que havia sido utilizada, em Dezembro de 2013, no pagamento de uma dívida bancária dissociada da actividade operacional dos hospitais, indo ao encontro das observações manifestadas durante o processo de auditoria".

Iniciativa “Pelo Direito a Nascer” pode não ser discutida nesta legislatura O Parlamento diz que há risco de a proposta de lei não ser votada na especialidade e por isso caducar. A solução é fazer um requerimento para que o processo seja retomado na próxima legislatura.

Parlamento vai propor que a votação passe para a próxima legislatura. Foto: Lusa Por Susana Madureira Martins

A iniciativa legislativa de cidadãos “Pelo Direito a Nascer”, que visa fazer alterações à lei do aborto e que está em fase de apreciação no Parlamento, poderá passar para a próxima legislatura, uma vez que não há garantias de que possa vir a ser votada ainda nesta. É o próprio Parlamento, pela voz do seu presidente em exercício, que recomenda ao grupo de cidadãos que apresentou a medida que faça um requerimento para que ela passe para a próxima legislatura. Guilherme Silva, que assume a presidência da Assembleia quando Assunção Esteves está fora do país, vai agora contactar a comissão representativa de cidadãos que deu origem à iniciativa, explicando que se o diploma não for votado nesta sessão legislativa há a possibilidade de não caducar e poder passar para a próxima. A questão é que o calendário parlamentar está a começar a ficar apertado e no caso de a votação na generalidade acontecer não há garantia de ser agendada a votação final global. Se nas próximas


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semanas acontecer a primeira votação e não acontecer a segunda, o processo caduca e tem de ser retomado outra vez, ou seja, com nova recolha de assinaturas, nova entrada da iniciativa na Assembleia da República e nova discussão. Guilherme Silva irá explicar aos cidadãos proponentes que a hipótese que têm de não deixar cair o processo é que façam um requerimento na próxima legislatura a pedir que a iniciativa seja discutida e que vale mais isto do que não ter a garantia de ser feita a votação final global ainda nesta sessão. Em reacção, a Plataforma pelo Direito a Nascer diz que só pode haver algum equivoco. Isilda Pegado diz que esta proposta do Parlamento contraria as determinações recentes da própria presidente da Assembleia da República. Isilda Pegado acrescenta que a plataforma vai insistir para que a iniciativa suba a plenário, alegando que isso é o que diz a lei.

PS quer encurtar num mês o processo eleitoral Socialistas querem o projecto de lei aprovado a tempo das eleições legislativas que se realizarão em Setembro ou em Outubro deste ano.

Foto: Lusa Por Susana Madureira Martins

Em final de legislatura, o PS quer mudar as regras da lei eleitoral para a Assembleia da República. Os socialistas acabam de apresentar um projecto de lei que encurta os prazos legais nas eleições para o Parlamento e querem que o texto entre em vigor a tempo das legislativas deste ano. “Todo o processo eleitoral, desde o seu nascimento, que é quando o Presidente da República marca as eleições, até ao final, que é quando é publicado no Diário da República, o resultado das eleições e os deputados eleitos, pelas regras actuais pode levar até 80 dias”, afirma o deputado socialista. O PS pretende encurtar as regras e ganhar com isso pelo menos um mês: “Pelas novas regras que propomos aqui pode demorar até 50 dias, isso significa encurtar num mês o processo eleitoral”. Nesta conferência de imprensa no Parlamento os

socialistas apresentaram também um outro projecto de lei que altera a lei do sistema de informações da República Portuguesa. Clarificando a organização do registo de interesses, os agentes do SIRP devem apresentar o registo ao secretário-geral do sistema e os directores dos serviços devem apresentar o registo ao conselho de fiscalização, órgão que controla a idoneidade dos dirigentes destes serviços.

Nova greve de metro de Lisboa. Adesão próxima dos 100% Circulação será reposta sexta-feira, às 6h30. É a sétima paralisação do metro desde o início do ano. A greve desta quinta-feira de 24 horas dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa estava, às 7h00, com uma adesão a rondar os 100%, encontrando-se as estações encerradas, disse à agência Lusa uma fonte sindical. "A adesão à greve dos trabalhadores do Metro ronda os níveis das paralisações anteriores, ou seja, perto dos 100%, disse à agência Lusa Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS). As estações do Metropolitano de Lisboa encerraram às 23h20 de quinta-feira devido à greve de 24 horas em protesto contra a subconcessão da empresa e contra a prevista dispensa de trabalhadores. De acordo com Anabela Carvalheira, os níveis de adesão dizem respeito aos trabalhadores da parte operacional da empresa que deveriam ter entrado ao serviço às 23h00 de quarta-feira e às 5h30 de quintafeira. "Estamos a falar de maquinistas, operadores comerciais, chefias, inspectores, encarregados e os trabalhadores da parte oficinal", adiantou. Em comunicado, fonte do Metropolitano de Lisboa informou que a circulação estará suspensa entre as 23h20 de quarta-feira e as 6h30 de sexta-feira devido à greve. A transportadora informou que a Carris reforçou algumas das carreiras de autocarros que coincidem com os eixos servidos pelo Metro, entre as 6h30 e as 21h00 desta quinta-feira. As linhas que vão contar com reforço do número de autocarros em circulação são a 726 (Sapadores Pontinha Centro), a 736 (Cais do Sodré - Odivelas -Bairro Dr. Lima Pimentel), a 744 (Marquês de Pombal Moscavide - Quinta Laranjeiras) e a 746 (Marquês de Pombal - Estação Damaia). O Governo aprovou a 26 de Fevereiro a subconcessão do Metro e da Carris e, na segunda-feira, revelou que cinco candidatos apresentaram propostas, das quais três são conjuntas às duas empresas. As empresas interessadas no Metropolitano são a transportadora parisiense RATP (Régie Autonome des Transports Parisiens) e a também francesa Transdev,


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além da britânica National Express e da espanhola Avanza. Em declarações à Lusa, no início de Junho, o presidente da Transportes de Lisboa, Rui Loureiro, revelou que os contratos das subconcessões do Metropolitano de Lisboa e da Carris devem ser assinados a partir de 15 de Julho.

“Este é o momento dos acusadores”, diz advogado de Salgado

Mais de 800 quilos de haxixe apreendidos no Algarve As autoridades detiveram também três pessoas.

Novas buscas a residências e propriedades de ex-administradores do Grupo Espírito Santo. Proença de Carvalho garante que o tempo da defesa chegará. O advogado de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, confirmou o fim das buscas ao antigo líder do BES. Esta quarta-feira ficou marcada por novas buscas a residências e propriedades de exadministradores do Grupo Espírito Santo. "A diligência já terminou. O dr. Ricardo Salgado e eu próprio acompanhámos a diligência. Este é o momento dos acusadores, do juiz de instrução criminal, do Ministério Público que efectuam as diligências que entendem ser necessárias. O momento da defesa também chegará e a defesa não deixará de exercer todos os seus direitos dentro daquilo que é o estado de direito e as regras", disse em declarações captadas pela SIC Notícias. Ao que a Renascença apurou, Ricardo Salgado, José Manuel Espírito Santo e Amílcar Morais Pires foram os visados pelas diligências levadas a cabo pelo Ministério Público e Polícia Judiciária. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, das cinco buscas realizadas ao universo Espírito Santo não resultou qualquer detido. Estas diligências têm como objectivo prosseguir a estratégia de arresto de bens que a investigação iniciou em Maio.

A Polícia Judiciária e a GNR anunciaram a apreensão de 855 quilos de haxixe no Algarve. A droga, distribuída por 28 fardos, estava escondida no casco de uma embarcação semi-rígida que, por sua vez, estava a ser transportada por um camião de matrícula espanhola. As autoridades portuguesas acreditam que o haxixe pertença a uma rede de tráfico espanhola, que trouxe a embarcação de sete metros até ao porto de pesca da Quarteira e se preparava agora para fazer o transporte por via terrestre para o país vizinho. Para além dos 855 quilos de haxixe foram ainda apreendidos o camião, três outros veículos, 2.300 euros em dinheiro e detidos três homens (dois espanhóis e um arménio, com idades entre os 20 e os 42 anos).

Seca. Água pode faltar e chegar a Portugal com menos qualidade De acordo com o último boletim climatológico mensal do IPMA (até 31 Maio), mais de metade do país (53,4%) está em seca severa. Portugal pode vir a lidar com falta de água e a que chega terá menos qualidade, o que vai obrigar a despesas extra. É o que estima hidrobiólogo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Adriano Bordalo e Sá. Em entrevista à Renascença, no Dia Mundial de Combate à Seca e Desertificação, este especialista lembra “que pouco tem chovido nestes primeiros seis


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meses do ano” o que pode trazer vários problemas. “Os espanhóis permitem que nos chegue ao território português menos água e essa água, o que tem acontecido nestes anos passados de seca, chega-nos com uma qualidade pior”, refere, acrescentando, no entanto, que a água que vai estar disponível vai ser boa, mas mais cara. “A água de origem poderá ser de pior qualidade e isso vai exigir a necessidade de tratar de uma forma mais exaustiva e isso significa mais custos. Mesmo que água na origem esteja contaminada a água nas torneiras vai estar boa, só que a um preço muito mais caro”, garante. Nestas declarações, Adriano Bordalo e Sá critica alguma passividade do poder político em torno das questões relacionadas com a seca. “Com estas alterações climáticas, temos de ser capazes de prever algumas dificuldades mas não tem sido dada essa prioridade pelos diferentes governos”, remata. De acordo com o último boletim climatológico mensal do IPMA (até 31 Maio), mais de metade do país (53,4%) está em seca severa.

Fundos europeus ajudaram a modernizar vinho português Produtores e Governo foram à Vinexpo, em Bordéus, promover o sector vinícola. Por Eunice Lourenço, em Bordéus

Os fundos comunitários foram uma importante ajuda para a modernização do sector da vinha e do vinho em Portugal. É o que dizem tanto o Governo como produtores presentes na Vinexpo, em Bordéus. Esta feira – que se realiza nos anos ímpares – tem este ano a presença de 80 empresas portuguesas que, até quinta-feira, dia 18, estão a mostrar e a tentar vender o seu melhor numa das maiores e mais prestigiadas feiras de vinho do mundo. Em Bordéus, uma das regiões, senão mesmo a região do mundo com mais nome e tradição no sector vinícola, o Governo português também quis mostrar a aposta neste sector que já exporta metade do que produz. A aposta agora é aumentar o valor das exportações, como disse o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, na visita que fez à feira. “Há quatro anos exportávamos pouco mais de 600 milhões de euros e vinho, hoje em dia exportamos 730 milhões de euros e é um objectivo absolutamente alcançável chegar aos 900 milhões. Portugal é o 9º fornecedor mundial e vinho e também pode subir uma ou duas posições se continuar a crescer como está a crescer”, afirmou Portas. O vice-primeiro-ministro fez questão de, mais uma vez, chamar a atenção para o trabalho do seu governo na execução dos fundos europeus. E salientou a sua importância para o sector do vinho. “Os investidores no sector do vinho investem, por ano, cerca de 100 milhões de euros. Uma parte desse

investimento é para exportar, outra parte é para renovar castas. Tivemos 100% de execução, não apenas do Proder, mas do Vitis, que é um programa essencial para a modernização do sector do vinho. Renovamos cerca de cinco mil hectares de castas por ano”, afirmou o vice-primeiro-ministro, para quem o vinho é um sector “muito moderno”. A acompanhar Paulo Portas esteve o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, que explicou que este sector tem aproveitado os fundos tanto para a modernização como para a divulgação. E espera que assim continue no próximo quadro comunitário de apoio, incluindo com candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural (PDR). “O vinho absorve cerca de 20% das verbas de apoios ao investimento, na modernização de adegas. E no próximo quadro vai continuar a acontecer o mesmo. O que tem acontecido no sector do vinho é que tem havido uma aposta muito grande na restruturação da vinha, mas também investimento nas adegas, com produtos inovadores. Quando vê aqui, por exemplo, Vinho do Porto Rosé, isso são inovações ”, afirmou José Diogo Albuquerque. Segundo o secretário de Estado da Agricultura, a produção tem aumentado e a área de vinha vai continuar a aumentar, mas é preciso ter cuidado a nível europeu para que o crescimento seja sustentado. Os produtores acompanham o discurso do Governo sobre a importância e a modernização do sector. E até há quem considere que a crise dos últimos anos foi “uma grande oportunidade”. É o caso de José Conceição, enólogo e director comercial da Quinta Vale d’Aldeia, que não tem dúvidas: a crise obrigou o sector do vinho a mexer-se, a melhorar e a internacionalizar-se. Depois de dar a provar a Paulo Portas uma das suas inovações – um espumante do Douro Superior – disse à Renascença que a crise foi uma oportunidade, mas avisa que é preciso continuar a apostar na qualidade e na imagem. Se o Douro já tem nome no mundo, outras regiões do país estão agora a criá-lo. É o caso de Lisboa e, nomeadamente, do Oeste. Sandra Tavares da Silva, que já coleccionou prémios como enóloga, está em Bordéus com vinhos de duas zonas: o Douro e Lisboa, mais concretamente Alenquer. Reconhece que é difícil entrar em mercados como francês, mas acha que o esforço feito nos últimos 20 anos mudou a imagem de Portugal. E contou-nos como é um dia numa feira como a Vinexpo onde considera que é fundamental Portugal estar presente. Do outro lado do espaço preparado pela ViniPortugal e onde estão agrupadas 44 das quase 80 empresas presentes nesta feira, está a Adega de Borba. José Braga está sentado à mesa a dar vinhos a provar a clientes belgas. Reconhece que consegue “fazer uns bons números” de exportações para França sobretudo graças às comunidades portuguesas. Vir a Bordéus vender vinhos portugueses é como ir jogar a casa do adversário, disse Paulo Portas na sua visita a esta feira. Mas também há portugueses que já trabalham há anos no coração do vinho francês. E até dão aulas. É o caso de Guilherme Martins, professor de enologia em Bordéus, que veio à feira confirmar que a sua Universidade de Trás os Montes e Alto Douro


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continua a dar bons frutos. Elogios ao vinho português na Vinexpo, uma das maiores feiras do sector e que foi visitada esta terçafeira por Paulo Portas. Durante cerca de duas horas, o vice-primeiro-ministro parou na grande maioria dos expositores portugueses. Provou vinho branco e tinto, licores e espumantes, vinho do Douro, do Dão, do Alentejo. Distribuiu cumprimentos, brindes e votos de bom negócio. A Vinexpo decorre em Bordéus entre 14 e 18 de Junho e é uma das maiores feiras do sector a nível mundial. Portugal está representado nesta feira pelo stand da ViniPortugal (que agrupa 44 empresas), e pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (que junta 27 empresas). Acrescente-se ainda mais uma dezena de empresas que participam a título individual.

EUA aceitam mais trabalhadores portugueses nas Lajes Processo de requalificação das infraestruturas vai ser suspenso e será analisada proposta do Congresso.

ficar, mas cujos postos de trabalho sejam extintos. Os EUA também aceitaram um aumento do número de trabalhadores portugueses que vão continuar a trabalhar nas Lajes, mas o número não é divulgado. Os últimos números conhecidos davam conta da intenção de dispensar cerca de 500 trabalhadores e manter 164 pessoas. A Renascença contactou o MNE para saber quantos trabalhadores agora poderão ficar, mas esse dado não é fornecido com o pretexto de que se trata de "negociações intensas e muito complicadas". O MNE português salienta ainda como muito positiva a suspensão do processo de reconfiguração das infraestruturas da base. Esse processo fica "suspenso até à clarificação das iniciativas de utilização alternativas propostas ao Departamento de Defesa pelo Congresso norte-americano". Ou seja, vai ser possível discutir usos alternativos da base das lajes, incluindo o estudo que tem vindo a ser desenvolvido pela Câmara dos Representantes, que pretende conter a redução de militares nas Lajes. Nesta sessão extraordinária ficou também acordado que será reforçada a componente técnico-ambiental deste processo "com o objectivo de melhor enquadrar as necessárias acções de descontaminação". E o Governo norte-americano, lê-se no comunicado, "reiterou a intenção de apoiar activamente o esforço de identificação de novas oportunidades económicas e de investimento na Ilha Terceira e no conjunto da Região Autónoma dos Açores".

O ambiente é uma questão religiosa. Palavras do Papa

Por Eunice Lourenço

Os Estados Unidos aceitam um aumento do número de trabalhadores portugueses que ficam na base militar das Lajes e a requalificação das infra-estruturas vai ficar suspensa até ser feita uma clarificação das alternativas propostas. São duas das decisões saídas da sessão extraordinária da comissão bilateral permanente entre Portugal e os Estado Unidos. A reunião decorreu esta terça-feira, em Washington, mas os resultados só foram dados a conhecer esta quarta-feira, por comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Segundo esse comunicado, "esta sessão extraordinária permitiu que se alcançassem alguns entendimentos com os EUA em matérias laborais, de infra-estruturas, ambientais e de mitigação socioeconómica". Entre esses entendimentos, está o compromisso dos EUA em permitir a rescisão por mútuo acordo a todos os trabalhadores que o desejem e assegurar as acções de formação e de requalificação necessárias à manutenção na base das Lajes dos que pretendam

Neste noticiário: é divulgada esta quintafeira a primeira encíclica escrita inteiramente pelo Papa Francisco e o tema é o ambiente; gregos saem à rua para reiterar que não querem mais austeridade; ataque contra comunidade negra nos EUA; acidente com autocarro no Algarve mata três pessoas; hoje não há metro em Lisboa. Por Teresa Abecasis


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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

A religião e o ambiente No caso do ambiente, os problemas éticos são óbvios. A poluição prejudica sobretudo as populações mais pobres.

“A religião deve deixar as questões do ambiente para os cientistas”; “a política económica não pode ser determinada pelo meu bispo ou pelo Papa”. Afirmações como estas multiplicaram-se, sobretudo nos EUA, nas vésperas da publicação da encíclica do Papa Francisco, que já se sabia ser crítica da falta de empenho do mundo actual na defesa do ambiente. E tais afirmações vieram da direita, incluindo da que se diz cristã. É curioso que alguma direita política queira remeter o cristianismo à sacristia ou, pelo menos, à mera esfera pessoal e privada, retirando-o do espaço público. Acontece ser essa uma bandeira do laicismo jacobino, de esquerda… Se fosse assim, não teria sentido existir na Igreja Católica uma doutrina social. Esta não contém receitas económicas ou políticas. Mas traça directrizes éticas, é teologia moral. No caso do ambiente, os problemas éticos são óbvios. A poluição prejudica sobretudo as populações mais pobres. E importa assegurar justiça entre gerações, sendo moralmente inaceitável deixar para futuros habitantes da terra o custo dos estragos ambientais causados no presente.

Europa prepara-se para ter novo muro no seu território Hungria não quer proximidade com a Sérvia. A medida já foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Budapeste.

Peter Szijjarto, ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros. Foto: Tamas Kovacs/EPA

O governo húngaro quer fechar a fronteira com a Sérvia e prepara-se para construir um muro com quatro metros de altura. A medida foi anunciada esta quarta-feira pela diplomacia húngara e justificada pelo objectivo de tentar deter o fluxo de imigrantes ilegais. "A imigração é um dos problemas mais sérios que a União Europeia enfrenta actualmente", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, acrescentando que "os países da União Europeia estão à procura de uma solução mas a Hungria não pode esperar mais". Szijjarto fez referência aos 175 quilómetros de fronteira com a Sérvia que pode ser fechada com um muro de quatro metros de altura. "O Ministério da Administração Interna recebeu instruções para preparar isso", acrescentou.


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Ébola continua às portas da GuinéBissau Novos casos continuam a aparecer na Guiné-Conacri.

Chade proibiu uso da burca Decisão foi tomada depois de um atentado suicida que causou 33 mortos na segundafeira. O Chade proibiu o uso da burca, o manto que cobre o rosto e todo o corpo das mulheres. O país alega razões de segurança após o duplo atentado suicida que causou 33 mortos na segundafeira em N’djamena. O anúncio foi feito pelo primeiroministro chadiano Kalzeube Pahimi Deubet. “O uso da burca deve parar imediatamente a partir deste dia, não apenas em locais públicos e nas escolas, mas em todo o território”, afirmou Deubet. Este foi um dos primeiros ataques deste tipo na capital do país centro-africano, que tem estado na linha da frente da luta regional contra o grupo islâmico nigeriano.

Dois novos casos de ébola foram detectados na última semana na região da Guiné-Conacri que faz fronteira com o sul da Guiné-Bissau, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apesar de o vírus ter atingido os países vizinhos, a infecção não chegou à Guiné-Bissau. Os dois casos registados na prefeitura fronteiriça de Boké na última semana (entre 8 e 14 de Junho) surgiram de fontes de infecção desconhecidas, referese no relatório semanal sobre a epidemia de ébola. Um caso foi confirmado após a morte do portador do vírus, junto da localidade costeira de Kamsar. O outro caso foi relatado no centro de Boke e foi "a primeira vez que um caso foi detectado fora de Kamsar, desde que o actual grupo de infecções [no noroeste da Guiné-Conacri] foi relatado" na semana de 11 a 17 de Maio. De acordo com a OMS, este grupo terá tido origem numa cadeia de transmissão que partiu da capital do país, Conacri. É a quinta semana consecutiva em que há novos casos detectados na prefeitura de Boke. "A colaboração da população continua a ser um desafio nas prefeituras mais afectadas da Guiné, mas melhorou com a integração de antropólogos nas equipas de investigação dos casos", relata a organização. Segundo o relatório desta quinta-feira, há 251 pessoas a serem vigiadas na prefeitura de Boke, onde foram criados novos postos de vigilância sanitária e onde está em construção um centro de tratamento de ébola. A OMS, Médicos Sem Fronteiras e as autoridades da Guiné-Bissau reforçaram na última semana as acções públicas de sensibilização e a vigilância sanitária nas regiões do sul do país. O vírus ébola contaminou mais de 26 mil pessoas desde o início da epidemia, há 16 meses, das quais 10.823 morreram, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Igreja do milagre da multiplicação dos pães incendiada em Israel As autoridades israelitas desconfiam de acto criminoso, uma vez que nas paredes da igreja foi encontrado grafiti hebraico a denunciar a “adoração de ídolos”.

Igreja da Multiplicação dos Pães e dos Peixes, na Galileia. A igreja foi incendiada em Junho de 2015. Foto: DR

A igreja que assinala o local onde os cristãos acreditam que Jesus efectuou o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, junto ao Mar da Galileia, em Israel, ardeu durante a noite. As autoridades israelitas desconfiam de acto criminoso, uma vez que nas paredes da igreja foi encontrado grafiti hebraico a denunciar a “adoração de ídolos”. Segundo o porta-voz da polícia local, os bombeiros chegaram ao local por volta das 3h30 e conseguiram extinguir as chamas, mas a igreja ficou gravemente


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danificada tanto no interior como no exterior. A Igreja da Multiplicação dos Pães e dos Peixes, conhecida às vezes apenas como Igreja da Multiplicação, é um destino de peregrinação para muitos cristãos que visitam a Terra Santa.

Nove mortos em ataque racista a igreja na Carolina do Sul Um homem branco abriu fogo na histórica igreja afro-americana durante um reunião de estudo bíblico. O pastor da igreja está entre os mortos. Nove pessoas morreram num ataque a uma igreja na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Segundo a indicação das autoridades locais o ataque terá tido motivações racistas. Um homem branco entrou numa igreja descrita como sendo um marco histórico para a comunidade negra, abrindo fogo sobre os fiéis presentes e matando as nove vítimas, entre as quais se inclui o pastor Clementa Pickney. Às quartas-feiras à noite, segundo a CNN, a igreja costuma ter uma reunião de estudo bíblico. O homicida, que fugiu do local e ainda não foi localizado, ainda feriu mais uma pessoa, que está hospitalizada. “É incrível que na sociedade actual alguém entraria numa igreja quando as pessoas estão em oração e lhes tire a vida”, afirmou o chefe da polícia de Charleston, Gregory Mullen, em declarações à imprensa. A igreja em questão é a Emanuel African Methodist Episcopal Church, a mais antiga da comunhão Metodista Episcopal Africana de todo o sul dos Estados Unidos. Foi fundada em 1816 e os seus fundadores estiveram envolvidos na luta pelo fim da escravatura.

Chama-se CR7 e é a galáxia mais brilhante do Universo Pode ter dado "a primeira janela" para as estrelas de primeira geração, que nasceram quando o Universo estava a dar 'os primeiros passos'. Descoberta foi liderada por um português.

Esta impressão artística mostra a CR7. Imagem: M. Kornmesser/ESO

Uma equipa internacional de astrónomos, liderada pelo português David Sobral, anunciou esta quarta-feira a descoberta da galáxia mais brilhante dos primórdios do Universo e de sinais das primeiras estrelas, quando o Universo tinha 800 milhões de anos. A galáxia, baptizada com a sigla CR7, numa alusão à 'estrela' de futebol portuguesa Cristiano Ronaldo, está numa zona do céu chamada de Cosmos e é três vezes mais brilhante do que uma outra galáxia dos primeiros tempos do Universo, a Himiko, à qual, segundo David Sobral, pertencia o recorde de luminosidade. Só no campo da luz visível, a CR7 chega a ser cerca de um trilião (um milhão de um milhão de milhões) de vezes mais luminosa do que o Sol, salientou à Lusa o investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da Faculdade de Ciências de Lisboa. De acordo com David Sobral, a CR7, detectada entre várias galáxias muito distantes e brilhantes, pode ter dado "a primeira janela" para as estrelas de primeira geração, que nasceram quando o Universo estava a dar 'os primeiros passos' e com massa "cem a mil vezes" superior à do Sol, sendo, por isso, "extremamente quentes e luminosas, mas com um período de vida muito curto", em astronomia de dois milhões de anos. Estrelas "incrivelmente quentes" Para o astrónomo, que trabalha igualmente no Observatório de Leiden, na Holanda, a descoberta abre caminho "não só para as primeiras fontes de luz do Universo, mas também para as estrelas", que, "ao formarem pela primeira vez elementos pesados", como carbono, oxigénio e nitrogénio, "quando explodiram no final das suas vidas, como supernovas, permitiram a existência de vida", incluindo humana. "Detectámos uma fonte de luz de estrelas incrivelmente


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quentes, nunca antes observadas, fontes capazes de ionizar [separar] completamente não só os átomos de hidrogénio, mas também os de hélio, sem resultar um único vestígio, sinal, de elementos mais pesados, tal como o previsto para as primeiras estrelas", precisou, acrescentando que uma estrela de primeira geração "pode ser um a dez milhões de vezes mais brilhante do que o Sol". O investigador esclareceu que as primeiras estrelas terão sido formadas por hidrogénio, hélio e pequenos vestígios de lítio, materiais que resultaram do Big Bang, 'fogo-de-artifício' de partículas que marca as origens do Universo, que tem perto de 14 mil milhões de anos. Outro indício que a equipa de David Sobral verificou, provando a existência da primeira geração de estrelas, a População III, é que "a zona da galáxia CR7 mais brilhante, e com as primeiras estrelas, estava fisicamente separada das zonas ligeiramente mais normais, com estrelas um pouco mais normais", como o Sol. Galáxia vs. poeira O brilho da CR7, assinalou, é visível tal como as pessoas estão habituadas a ver quando olham para uma estrela, sendo proveniente de "estrelas extremamente jovens e do gás que está a ser aquecido e ionizado por uma fonte [de radiação] ultravioleta [não visível aos olhos] absolutamente impressionante". Por isso, sustentou o astrónomo, a WISE J224607.57052635.0, apresentada em Maio pela agência espacial norte-americana NASA como a galáxia mais brilhante do Universo, com luz equivalente a mais de 300 milhões de milhões de sóis, "não é de longe a mais luminosa". "O que é brilhante nessas fontes WISE, no infravermelho profundo, é a poeira aquecida por um buraco negro, não a galáxia em si, e esse brilho simplesmente não é visível aos nossos olhos", advogou, considerando, por isso, que "é enganador" compará-la ao Sol. David Sobral assinala até que, por estar em causa apenas poeira, a WISE J224607.57-052635.0 não é uma galáxia. A descoberta da sua equipa, publicada na revista Astrophysical Journal, foi feita graças a observações obtidas com os telescópios terrestres VLT, W.M. Keck e Subaru e espacial Hubble. Os astrónomos avaliaram uma área do céu, onde, nas palavras do cientista português, "cabem cerca de 40 luas cheias", sendo, portanto, "dez a 20 vezes maior do que a [área] dos maiores estudos feitos anteriormente" e "cerca de 20 mil vezes maior do que o famoso Hubble Ultra-Deep Field, o campo profundo, mas pequeno, que a maioria dos investigadores utiliza para encontrar galáxias ultra distantes". Tecnicamente, a CR7, que chega a ser quase 20 vezes mais quente do que a superfície do Sol, é a abreviatura de Cosmos (zona do céu onde a galáxia foi detectada) Redshift (desvio para o vermelho) de 7. Quanto maior o desvio para o vermelho (no espectro da luz) de uma galáxia, mais distante ela está. Neste caso, desvio para o vermelho de 7 significa que a CR7 está a 12,9 mil milhões de anos-luz da Terra. Da equipa de astrónomos fazem também parte Sérgio Santos, igualmente do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, e investigadores das

universidades de Califórnia (EUA), Genebra (Suíça) e Leiden (Holanda).

O Prémio Camões encontrou Hélia Correia a escrever Figura discreta da literatura portuguesa, que vive longe dos holofotes, a escritora Hélia Correia, venceu o Prémio Camões.

Por Maria João Costa

Quando o telefone tocou Hélia Correia deixou uma frase a meio. A notícia da atribuição do Prémio Camões apanhou a autora de 66 anos a escrever um novo romance. Está ainda a começar, explicou à Renascença. "Estou no máximo do meu isolamento", diz-nos. Mas quer ainda voltar à frase, depois desta entrevista, para lhe colocar um ponto final. A escritora de "Adoecer" explica-nos que a "frase está a reclamar com o desprezo a que foi votada". Hélia Correia é uma autora discreta da literatura portuguesa, pouco dada à atenção dos holofotes, mas nem por isso os júris dos prémios literários andam distraídos. Depois de já ter ganho prémios como o Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa (2013), o Vergílio Ferreira (2013) ou o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco da Associação Portuguesa de Escritores (2014) chega agora aquele que é o maior dos galardões da língua portuguesa. O Prémio que leva o novo do poeta Camões foi atribuído por unanimidade pelo júri constituído por Rita Marnoto, Pedro Mexia, Affonso Romano de Sant'Anna, António Carlos Secchin, Mia Couto e Inocência Mata. A chamada internacional foi atendida por acaso pela escritora que conta: "Eu não atendo nunca números que não estão na minha agenda, mas vi que era um número internacional e atendi porque supus que algum amigo estava algures a querer contactar comigo". Autora de obras como "A Terceira Miséria", Hélia Correia considera que não tem "carreira", explica mesmo que "não sou profissional da escrita" e conclui que a relação que tem com a escrita é de uma "paixão caprichosa, muito caprichosa". A escritora que não gosta de falar dos seus livros depois de escritos e que diz que em alguns casos "até os esqueço", considera que o Prémio Camões "exige prestígio, trabalho feito,


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afirmação" e por isso conclui: "não me passaria pela cabeça" vencê-lo. Muito inspirada na mitologia e no universo grego, Hélia Correia diz que "o verbo que se liga ao prémio «vencer» pressupõe que se esteve num combate ou batalha e cola-se à noção de sucesso", o que a repugna. A autora prefere pensar que foi eleita entre os seus pares e talvez por isso afirme que com este Prémio Camões apenas se altera em si "o estado de gratidão". O Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é reconhecido como o prémio de referência para a literatura de língua portuguesa e tem um valor pecuniário de 100 mil euros. Com a sua atribuição, é prestada anualmente uma homenagem a autores cuja obra contribua para a projecção e reconhecimento da literatura de língua portuguesa em todo o mundo.

Civilização “cuchicuchi” O livro “As crianças e família num Portugal em mudança” esteve no centro de mais um debate promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Por Manuela Pires

O mais recente ensaio da Fundação Francisco Manuel dos Santos, da autoria do pediatra Mário Cordeiro, “As crianças e família num Portugal em mudança”, foi o mote para mais um debate na Feira do Livro, de Lisboa. A civilização “cuchi-cuchi” foi a expressão do jornalista João Miguel Tavares, que apresentou o livro e lançou a conversa. O livro traça o perfil da situação da saúde e do bemestar da criança em Portugal, tendo por base vários indicadores. O novo paradigma da família, a taxa de natalidade, a vacinação e os estilos de vida, a evolução positiva quanto à taxa de mortalidade infantil são as boas notícias. Mas há outros aspectos que ainda é preciso melhorar. João Miguel Tavares diz que há um paradoxo infantil: “Temos uma preocupação excessiva com as crianças no espaço privado, e umam ignorância excessiva no espaço das políticas públicas, elas nunca surgem como uma prioridade para os políticos”. O jornalista refere ainda que a situação dos tribunais de família é dramática: “A justiça demora três anos a decidir se uma criança pode ser colocada numa lista e adopção”. A lentidão da justiça deixa indignado o jornalista João Miguel Tavares que até sugere à Fundação Francisco Manuel dos Santos um livro sobre o tema. O pediatra Mário Cordeiro aproveita a boleia e já que na mesa está António Araújo, o responsável pelas edições da Fundação Francisco Manuel dos Santos, sugere um livro sobre o que a escola está a fazer às crianças. Mário Cordeiro diz que a escola “continua a tratar as crianças de uma forma errada e ainda não se entendeu o que é que as crianças devem aprender”. “Eu sou contra “examinite” aguda, contra os rankings e os

quadros de excelência”, refere. Mas o pediatra Mário Cordeiro acrescenta ainda outros problemas que afectam as crianças dos nossos dias: o primeiro é “a desadequação dos ritmos do quotidiano sempre a correr para a escola e para as inúmeras actividades extracurriculares. O segundo problema é “a ‘ecranomania’. Sou a favor da tecnologia, mas sou frontalmente contra o abuso de qualquer coisa, até da alface”. O terceiro problema é “encontrar espaços de cidadania, temos de libertar as crianças”.

Joana Vasconcelos atribui bolsa a estudantes da Universidade de Évora Bolsa concedida pela fundação da artista destina-se a alunos com carências económicas. Por Rosário Silva

A Universidade de Évora (UE) terá, a partir do próximo ano lectivo (2015/2016), um novo apoio à sua Escola de Artes. A Fundação Joana Vasconcelos vai atribuir uma bolsa de estudo anual, de 500 euros, a um aluno deste estabelecimento de ensino superior. A artista plástica integra a partir de agora o grupo de mecenas que sustenta o Fundo de Apoio Social aos Estudantes da universidade de Évora. Criado em 2012, este fundo pretende apoiar alunos "em situação de carência económica de emergência e evitar que abandonem os estudos", diz a UE em comunicado. Os apoios são provenientes de empresas, fundações, bancos e entidades do terceiro sector. A Escola de Artes da Universidade de Évora integra os departamentos de Arquitectura, de Artes Visuais e Design, de Artes Cénicas e de Música.

Detidas cinco pessoas por venda ilegal de bilhetes Em causa estão bilhetes para o Alive, que decorre de 9 a 11 de Julho, no Passeio Marítimo de Algés. A ASAE deteve cinco pessoas que tinham bilhetes para o festival de música Alive à venda na Internet. As pessoas são suspeitas do crime de especulação. Os bilhetes têm um valor facial de 55 euros e estavam a ser vendidos por valores que podiam chegar aos 250


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euros. A ASAE adianta que, "no âmbito das suas competências como autoridade nacional de fiscalização do mercado, tem vindo a realizar várias acções de investigação/fiscalização da venda online de bilhetes para o festival". O Alive decorre de 9 a 11 de Julho, no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras.

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Olhos postos na "visita de estudo" de Jesus

SPORTING

Jesus esteve na Academia. "Há qualidade para trabalhar" Novo treinador dos leões visitou Alcochete e garante não ter discutido temas do plantel com o presidente Bruno de Carvalho.

Jorge Jesus visitou Academia de Alcochete [Foto: DR]

Jorge Jesus visitou a Academia Sporting pela primeira vez, enquanto treinador dos leões, esta quarta-feira. O técnico que acaba de se sagrar bicampeão nacional pelo Benfica passou oito horas no complexo verde e branco, em Alcochete. "Foi uma visita de estudo para conhecer as instalações porque não conhecia. Gostei do que vi. O Sporting tem sido pioneiro nas Academias. Há qualidade para trabalhar", afirmou "JJ", no lugar do passageiro da viatura em que seguia, à saída da Academia, negando que tenha já discutido com Bruno de Carvalho o "dossier" de contratações e dispensas do plantel que irá comandar. "Nada disso. Vim só para conhecer a Academia. Agora vou voltar com mais alguns elementos da equipa técnica para irmos conhecendo as instalações em conjunto", reagiu o técnico de 60 anos.

Jorge Jesus foi a Alcochete conhecer os cantos à casa e a visita faz manchete em dois dos desportivos nacionais. "Jesus acredita", destaca o Record, para sublinhar que o treinador ficou agradado com o que viu nas oito horas que passou nas instalações do Sporting. "Há qualidade para trabalhar", acrescenta A Bola, citando o treinador, que à saída explicou o evento como "uma visita de estudo". A manchete d'O Jogo é dedicada a uma possível contratação do FC Porto. "Via aberta para Carrillo", afirma o diário. O empresário de Guido Carrillo avançou ao jornal que há mais interessados no jogador. A boa notícia para os Dragões é que o Inter de Milão terá saído da corrida. "Venderemos pela melhor oferta", garantiu o agente do atleta do Estudiantes. Ainda no capítulo do mercado de transferências, A Bola diz que o "Milan insiste em Brahimi" e que o Benfica tem "Bernard em agenda". O Record avança que "Mayke é negociável" e aponta o lateral do Cruzeiro ao Benfica. O Jogo dá o topo da primeira página a Raúl Jimenez, que tem sido apontado também ao Benfica. "Quero sair e jogar mais", afirmou o jogador do Atlético de Madrid. Danilo continua a ser notícia neste mercado. O Jogo garante que 700 mil euros separam o jogador do Sporting, mas o Record garante que Antero Henrique foi à Suíça, onde jogou a selecção, para "atacar" Danilo e conduzi-lo ao Dragão. A classificação dos árbitros divulgada esta quarta-feira também é destacada. "Jorge Sousa foi o melhor e Marco Ferreira o pior", refere O Jogo. A fechar, dois feitos de atletas portugueses: A "Bala de prata para João Costa" e a vitória de Michelle Brito à número 7 mundial.


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RIBEIRO CRISTÓVÃO

Há alguma lógica? Um juiz internacional, merecedor de várias distinções nos últimos dois anos, aparece no último lugar da classificação, sujeito portanto à despromoção que o levará a dirigir, na próxima temporada, apenas desafios do Campeonato Nacional de Séniores.

Jorge Sousa é o melhor árbitro de 2015. Marco Ferreira desce Juiz da AF Porto, eleito pela Renascença igualmente como o melhor de 2014/15, no primeiro lugar da classificação do Conselho de Arbitragem. Juiz madeirense é último e desce de escalão. Lisboetas Duarte Gomes e Hugo Miguel garantem manutenção.

Por Ribeiro Cristóvão

A sempre polémica e discutível classificação dos árbitros de futebol foi ontem tornada pública tendo suscitado de imediato algumas reacções contundentes, que serão certamente ainda mais ampliadas nos dias que vão seguir-se. Tudo porque, de forma estranha e inédita, um juiz internacional, merecedor de várias distinções nos últimos dois anos, a maior das quais ter sido designado para dirigir a recente final da Taça de Portugal, aparece no último lugar da classificação, sujeito portanto à despromoção que o levará a dirigir, na próxima temporada, apenas desafios do Campeonato Nacional de Séniores. Trata-se do madeirense Marco Ferreira, tido como um árbitro a quem se augurava um futuro muito promissor pelas indicações que deixou após alguns clássicos, muito quentes, que foi chamado a dirigir quando alguns dos seus colegas preferiam escapar com o rabo à seringa entrando de férias não programadas. Esta despromoção acarreta, entretanto, uma outra e não menos desagradável incongruência. Marco Ferreira, promovido a árbitro internacional, nessa condição se vai manter até ao próximo dia 31 de Dezembro, como determinam os regulamentos da Fifa. E a pergunta é: como é que os doutos da arbitragem portuguesa vão resolver esta incómoda situação? Uma palavra também para o árbitro do ano, Jorge Sousa, merecedor de nota elevada pela irrepreensível época que foi capaz de protagonizar, com destaque para alguns desafios de grau de dificuldade muito elevado. Já mais difíceis de compreender são o terceiro lugar de Olegário Benquerença e a quarta posição atribuída a João Capela, classificações que suscitam muitas dúvidas quanto aos critérios seguidos pelos observadores encarregados de elaborar as mesmas. ARBITRAGEM

Jorge Sousa, da AF Porto, repete distinção de 2014 (Foto: DR)

Jorge Sousa (AF Porto) é o melhor árbitro de Primeira Categoria da temporada de 2014/15, surgindo no primeiro lugar da classificação divulgada, esta quartafeira, pelo Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). O juiz internacional, de 39 anos, natural de Lordelo, volta a ocupar, pela segunda época seguida, o posto cimeiro da arbitragem nacional, seguido de Artur Soares Dias (AF Porto) e Olegário Benquerença (AF Leiria), que encerram o pódio. Jorge Sousa, de resto, foi igualmente considerado o melhor juiz da última época para Bola Branca. Àrbitro da final da Taça recebe guia de marchaEm matéria de descidas, confirma-se a despromoção de outro árbitro internacional. O madeirense Marco Ferreira, de 38 anos, é o último classificado, depois de ter registado uma época atribulada, com inúmeras notas negativas e tem ainda pendente sobre si um processo disciplinar, por tentativa de coacção sobre um observador. Juntamente com Marco Ferreira - que dirigiu a final da Taça de Portugal, entre Sporting e Sporting de Braga descem ainda Jorge Tavares (AF Aveiro) e Rui Piteira Rodrigues (AF Lisboa). Já os lisboetas Hugo Miguel e Duarte Gomes, igualmente em risco de despromoção da Primeira Categoria, garantem a manutenção. No que diz respeito aos árbitros-assistentes, o portuense Bertino Miranda, o mais credenciado auxiliar dos últimos anos, em Portugal, acabou a época no primeiro lugar. Consulte, aqui, as classificações da arbitragem da época de 2014/15.


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Quinta-feira, 18-06-2015

SPORTING

FC PORTO

Fechado. Ingleses colocam Cédric no Southampton

Helton não quer mais duas épocas "a seco" no Dragão

"Sky Sports" adianta que o Sporting receberá 4,9 milhões de euros pelo lateral-direito, cujo contrato com os leões expirava dentro de um ano.

Veterano guarda-redes do FC Porto marcou presença numa iniciativa em Vila Nova de Gaia e comentou possibilidade de promoção a capitão principal dos dragões, com as saídas de Danilo e Jackson Martínez.

Cédric Soares poderá estar já transferido para o Southampton, de acordo com notícia avançada, na tarde desta quarta-feira, pela "Sky Sports". A prestigiada cadeia televisiva britânica assegura que o negócio entre os "saints" e o Sporting está consumado e que os leões deverão receber cerca de 4,9 milhões de euros pelo passe do lateral-direito internacional português. O interesse do emblema no qual actua José Fonte no defesa luso-alemão vinha crescendo nas últimas semanas, podendo estar agora concretizada a contratação. Cédric, que nesta última época não chegou a acordo com a SAD leonina para a renovação do vínculo que une ambas as partes, não deverá cumprir o ano que ainda restava no contrato com os verde e brancos.

Helton espera que a próxima época confirme um FC Porto de regresso aos títulos, depois de duas épocas "a seco" no Dragão. Uma situação que, nas 10 épocas que o guarda-redes brasileiro leva já de "dragão ao peito", não tinha ainda acontecido. "O primordial é trabalhar. Não tinha ainda acontecido nestes anos em que estou no FC Porto. Infelizmente aconteceu e esperamos que seja a única vez. Mas é para analisar e ver onde pecámos para que, a partir de agora, não volte a acontecer", salientou, esta quartafeira, na clínica "A baliza é tua", destinada a jovens guarda-redes e que decorre no campo do Canidelo, em Vila Nova de Gaia. Com as saídas de Danilo – já confirmada – e de Jackson Martínez – à espera de confirmação oficial – Helton é candidato natural a capitão principal do FC Porto. O guarda-redes está disponível para aceitar as funções de liderança do plantel, caso seja esse o entendimento do treinador basco Julen Lopetegui. "Teria todo o gosto, mas tenho de trabalhar no relvado para ter uma oportunidade. O treinador tem de ver se estou apto para isso e se é isso que quer", afirmou o veterano guarda-redes brasileiro dos dragões, Helton tem 37 anos e prepara-se para iniciar a sua 11ª temporada com a camisola azul e branca. Confrontado com a possibilidade de encerrar a carreira no FC Porto, o "goleiro" respondeu com uma nota de boa disposição. "Estou a pensar acabar a carreira aos 52 anos. Como fiz 37, estou muito longe...", atirou, por entre risos e gargalhadas.


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Quinta-feira, 18-06-2015

O guarda-redes que defendeu nove penaltis seguidos Entrevista Bola Branca. José Bizarro atingiu a insólita marca em 1997/98, na baliza do Ourense, durante o campeonato da Segunda Liga espanhola. 17 anos depois, o jogador reclama honras de "Guiness" por um registo sem paralelo no futebol profissional. O registo remonta à época desportiva de 1997-98. O guarda-redes português José Bizarro, antigo campeão do mundo de Sub-20, em Riade-89, defendeu, no campeonato da Segunda Liga espanhola, nove grandes penalidades seguidas, em diferentes jornadas, ao longo da temporada. A marca de José Bizarro não seguiu para o "Guiness" mas poderia figurar no livro dos recordes. Dificilmente um guarda-redes conseguirá igualar ou superar a proeza. "Acho que este recorde é imbatível. Um jornalista espanhol falou-me em enviar os dados para o 'Guiness' mas não me preocupei com isso. Estava apenas focado no meu contributo para os resultados da equipa", refere o antigo guarda-redes, em entrevista a Bola Branca. José Bizarro fez a formação no Leixões, FC Porto e Benfica. Como sénior, começou no Benfica em 1988. Ao longo da carreira de jogador, em Portugal, defendeu a baliza do Benfica, Leixões, Louletano, Ovarense, Marítimo, Rio Ave e Maia. Em Espanha jogou no Ourense e Leganés. Em 2006, Bizarro iniciou a carreira de treinador no Amares. Esta época, cumpriu o segundo ano no Coimbrões, no Campeonato Nacional de Seniores, a antiga II Divisão. Ficou em segundo lugar na série C de manutenção. O antigo guarda-redes tem a ambição de chegar ao principal campeonato português. "Ambiciono chegar à Primeira Liga. Mas cada ano que passa começo a acreditar menos. Este ano bati todos recordes do Coimbrões e os convites não surgem. Mas continuo a alimentar o sonho de chegar à Primeira Liga", reforça.

Paulo Sousa rescinde com o Basileia. Fiorentina deve ser próxima paragem Treinador português campeão suíço acerta saída do Basileia e deverá assinar pela equipa italiana.

O Basileia anunciou, esta quarta-feira, a rescisão de contrato com o treinador Paulo Sousa, de mútuo acordo. Anunciando o carácter "amigável" do fim da relação laboral com o português, o emblema suíço explica as razões para o sucedido. "Tendo em conta algumas diferenças de opinião em matérias relacionadas com o clube a dispensa do técnico para a temporada 2015/16 foi a solução encontrada", pode ler-se no comunicado emitido através do site do Basileia, que deseja "votos de sucesso para o futuro" de Paulo Sousa. O luso, de 44 anos, desbrava caminho, desta forma, para poder assinar pela Fiorentina. A imprensa italiana anuncia, hoje, que Paulo Sousa estará apenas a ultimar detalhes com o emblema "viola" para poder tornar-se no sucessor de Vincenzo Montella. Paulo Sousa chegará a Florença, ao que tudo indica, com dois títulos de campeão em duas temporadas: Maccabi Telavive, em 2014 e Basileia, este ano.


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CHILE

Vidal chora, pede desculpa e continua na Copa América Avançado e estrela da selecção chilena na Copa América protagonizou acidente de automóvel, com álcool no sangue.

Foi decretado um prazo de 120 dias para concluir a investigação.

Trampolim. Mais uma medalha na calha para Portugal Diogo Ganchinho apura-se para a final da categoria, nos Jogos Europeus de Baku, no Azerbaijão.

Arturo Vidal pede desculpa e chora [Foto: EPA/Elvis González]

Arturo Vidal não vai ser dispensado da selecção do Chile, que se encontra a disputar a Copa América, devido ao aparatoso acidente de viação que protagonizou, na noite de terça-feira. O avançado da Juventus está seguro por parte de Jorge Sampaoli, seleccionador chileno e acabou por pedir desculpa, esta quarta-feira, em conferência de imprensa. "Arturo Vidal cometeu um erro que não é determinante para o excluir da selecção", explicou o treinador, ao lado de Arturo Vidal, que não evitou as lágrimas, na hora de comentar o delicado tema. "Quero agradecer a todas as pessoas que me apoiaram e pedir desculpa aos meus colegas de equipa, equipa técnica, dirigentes e a todo o país. Estou muito envergonhado com o que se passou. Custa-me muito falar. Falhei com toda a gente", afirmou Vidal, admitindo ter ingerido álcool antes da viagem de automóvel que redundou no acidente. Arturo Vidal foi o protagonista de um acidente automóvel, perto de Santiago do Chile, tendo destruído o Ferrari onde seguia na companhia da esposa. O acidente envolveu mais uma viatura. Os envolvidos tiveram apenas ferimentos ligeiros, mas Vidal acusou a presença de álcool no sangue. De acordo com a Fundação Emilia Silva Figueroa, defensora de vítimas de acidentes de viação e que dá o nome a uma lei recente e mais punitiva dos condutores apanhados com álcool, o jogador acusou 1,1 gramas de álcool por litro de sangue. A entidade defendeu mesmo que Vidal permanecesse em prisão preventiva até que seja concluída a investigação. Arturo Vidal ficou impedido de conduzir e foi-lhe decretada a apresentação mensal obrigatória no consulado do Chile, em Milão, na Itália. As medidas cautelares propostas pelo Ministério Público na sequência do acidente automóvel que envolveu o jogador foram contestadas pela defesa do chileno, mas foram aceites pelo juiz que o ouviu esta quarta-feira.

Diogo Ganchinho apurou-se, esta quarta-feira, para a final do trampolim nos Jogos Europeus de Baku, no Azerbaijão, candidatando-se a nova medalha para a comitiva lusa. O ginasta português qualificou-se ao registar a sétima melhor pontuação, nas meias-finais, enquanto o compatriota Ricardo Santos foi apenas 10º, falhando a passagem à final. A final do trampolim, que conta com seis ginastas a disputar as três medalhas em causa, arranca às 14h00 de domingo. Portugal já conta com seis medalhas conquistadas por atletas lusos nestes Jogos Europeus, depois do ouro do ténis de mesa por equipas e de Rui Bragança no taekwondo. Fernando Pimenta conquistou duas medalhas de prata na canoagem e João Silva também ficou com a prata no triatlo. Por fim, o atirador João Costa conquistou prata na final de pistola de ar. JOGOS EUROPEUS

João Costa acerta na prata E vão seis medalhas para Portugal. João Costa conquistou esta quarta-feira, em Baku, a medalha de prata em pistola de ar a 10 metros. João Costa conquistou, esta quarta-feira, a medalha de prata nos Jogos Europeus de Baku em pistola de ar a 10 metros. O atirador português ficou a três décimas do vencedor Damir Mikec, da Sérvia.


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Esta é a sexta medalha conquistada por atletas portugueses nos jogos que decorrem em Baku, depois do ouro do ténis de mesa por equipas e de Rui Bragança no taekwondo. Fernando Pimenta conquistou duas medalhas de prata na canoagem e João Silva também ficou com a prata no triatlo.

SEF identifica 32 futebolistas em situação ilegal

Waterloo. Napoleão "morreu" há 200 anos A 18 de Junho de 1815, o exército de Napoleão era dizimado nos campos de Waterloo, hoje território da Bélgica. Era o fim do Imperador, forçado a exilar-se numa ilha perdida a meio do Atlântico. No redesenho do mapa da Europa que então se fazia em Viena, a França imperial "não contou".

Esta é a terceira operação dos últimos meses. Sete atletas foram mesmo detidos. Por Celso Paiva Sol

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) voltou a fiscalizar clubes de futebol da zona Centro e voltou a encontrar jogadores estrangeiros em situação ilegal. Desta vez foram identificados 32, sendo que sete foram mesmo detidos porque já tinham sido notificados para deixar Portugal há mais de seis meses. Esta pode ser considerada a terceira fase de uma operação com que o SEF da região Centro quer combater a presença ilegal de jogadores nos vários escalões e divisões do futebol. Começou em Novembro do ano passado com a fiscalização a 60 clubes de seis distritos (Coimbra, Aveiro, Viseu, Leiria, Guarda e Castelo Branco) durante a qual foram detectados 157 ilegais. Eram maioritariamente brasileiros, com idades entre os 18 e os 25 anos. A operação continuou durante os seis meses seguintes com a vigilância de jogadores, clubes e empresários, e monitorizando quem cumpriu as notificações que tinham sido emitidas. Agora, durante o mês de Maio, os inspectores do SEF voltaram à carga procurando especificamente os clubes que nada tinham feito para regularizar a situação dos seus jogadores. Foram fiscalizados 22 clubes, metade dos quais do distrito de Coimbra. Para além de dezenas de processos administrativos, não só relativos à regularização processual dos jogadores mas também ao pagamento de contraordenações por parte dos clubes que os empregam, o SEF e o Ministério Público têm ainda em curso – só na região centro do país – seis inquéritos crime envolvendo clubes e empresários de futebol. Entre os arguidos já constituídos está um empresário estrangeiro e dois clubes, bem como os respectivos dirigentes.

Batalha de Waterloo, numa tela de Clément-Auguste Andrieux. Imagem: DR Por Redacção

A batalha de Waterloo, travada a 18 de Junho de 1815, naquela localidade hoje belga, teve por desfecho muito mais do que a vitória de uma coligação alargada, liderada pela Prússia e por Inglaterra, sobre a França. Ela representou o fim de Napoleão e da sua era. A tese é defendida em entrevista à Renascença por Jorge Adolfo Marques, professor de História no Instituo Politécnico de Viseu. O imperador ainda viveria mais seis anos, exilado em Santa Helena, um quase rochedo a meio do Atlântico, mas a derrota de há 200 anos constituiu a sua morte política definitiva. Em Waterloo, Napoleão tentou reverter a favor de França - e também do seu ego - as perdas da batalha da Rússia e à sua decisão de partir para a ofensiva não foi alheio, bem pelo contrário, o facto de as grandes potências estarem reunidas em Viena, numa conferência que procurava redesenhar as fronteiras internas da Europa. As decisões da reunião da capital austríaca, tomadas já sem que Napoleão "contasse", acabariam por vigorar quase um século, até à eclosão da I Guerra Mundial. O que levou à batalha de Waterloo? A batalha de Waterloo resulta de vários factores. Em primeiro lugar, do facto de Napoleão Bonaparte ter fugido da ilha de Elba. Napoleão estava lá desde que os aliados - Inglaterra, Prússia, Rússia e Áustria - o exilaram, na sequência da derrota francesa na Rússia, em 1812. Ele tinha sido colocado num sistema de quase prisão, mas conseguiu organizar umas centenas de soldados e reentrar em França, destronando o rei Luís XVIII. Deu-se, então, início ao período posteriormente designado por "governo dos 100 dias", o período em que Napoleão recuperou o poder e o título de imperador, entre os inícios de Abril e os dias da Batalha


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de Waterloo. Quem é que estava de cada um dos lados? De um lado, claro, estava o exército francês, liderado pelo próprio Napoleão Bonaparte, uma força que incorporou muitos veteranos das batalhas que tinha vencido enquanto imperador, desde o início do século até à derrota na campanha da Rússia. Do lado oposto, estava uma coligação, constituída por ingleses, prussianos, russos, belgas, holandeses, austríacos, no fundo, quase que o resto da Europa. Estavam coligados e acabaram por derrotá-lo. O que pretendia Napoleão com esse confronto? Pretendia, de alguma maneira, vingar-se da derrota sofrida na Rússia e, numa altura em que, no chamado Congresso de Viena, o mapa da Europa estava a ser redesenhado, recuperar território perdido pela França. No fundo, o que Napoleão pretendia era derrotar todos aqueles que eram os adversários de longa data, adversários de França, a começar pela Inglaterra, que era uma potência marítima e também já industrial. Por outro lado, no alvo de Napoleão estavam alemães, austríacos e russos, as grandes potências da Europa central. Napoleão tinha um propósito: atacar de forma muito rápida, nos meados do mês de Junho. Planeou ataques separados às forças prussianas e inglesas. Visou, primeiramente, o exército da Prússia, a sul da localidade de Waterloo, a 16 de Junho, conseguindo um aparente êxito. A para ele fatídica batalha de Waterloo dá-se dois dias depois, a 18, frente a um contingente liderado pelo Duque de Wellington. Porque perdeu essa segunda batalha, depois de ter feito recuar as forças lideradas pelos prussianos? A derrota de Napoleão deve-se, essencialmente, a dois factores. O primeiro é que ele não conseguiu derrotar, efectivamente, os tais dois exércitos separados. Ele consegue, num primeiro momento, afastar os prussianos, mas a 18, em Waterloo, além de enfrentar os ingleses, enfrenta também as forças da Prússia que regressam ao campo de batalha. Assim, o exército francês luta contra um exército muito maior - mais poderoso, muito mais numeroso. Por outro lado, o terreno. Naquela região da Europa, chove muito e assim aconteceu, dificultando a movimentação das tropas napoleónicas. A dado momento, Napoleão esperou que o terreno secasse, para poder investir em força, mas essa espera fez com que as tropas aliadas respondessem de uma forma maciça. Este erro de análise do Napoleão conduziu à sua derrota. Permitiu que os aliados se concentrassem e que resistissem, num primeiro momento, para, depois, derrotarem de forma concludente o exército francês. O que mudou na Europa com este desfecho? Esta derrota francesa representou, desde logo, o fim de Napoleão e do seu império. Foi o fim do período napoleónico. A força do exército francês já tinha sido profundamente diluída com a derrota na Rússia e Waterloo acabou por ser fatal. Mas temos de ter em consideração que esta batalha ocorre durante o Congresso de Viena, onde as várias potências europeias estavam a definir o novo quadro da Europa. A posição de fraqueza da França nessa negociação motiva a acção de Napoleão, mas a derrota em Waterloo representa a sua morte política. Ele abdica, é

preso e acaba, de novo, exilado, desta vez, bem longe, a meio do Oceano Atlântico, a mais de 20 mil quilómetros de França, na ilha de Santa Helena. É uma espécie de rochedo, onde Napoleão fica, com uns poucos de criados e pessoas que cuidavam da sua subsistência, até à sua morte, em 1821. Julga-se que foi assassinado, lentamente envenenado. Com Waterloo, a França napoleónica acabou. Em Viena, as delegações presentes continuam a discutir a nova política de relacionamentos dentro da Europa e o quadro político que definem vai, no essencial, manterse durante mais um século, até à I Guerra Mundial.

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.


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