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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Sexta-feira, 26-06-2015 Edição às 08h30

Editor Carla Caixinha

Europa vai acolher 60 mil refugiados. “Um esforço modesto” Especialista: Lei de apostas online terá dificuldades em atingir objectivos António Costa: Redução da TSU será obrigatória

Martin Schulz: Saída da Grécia contagiaria outros países do euro Toyota e Nissan Metro. Oitava recolhem mais de greve do ano três milhões de condiciona Lisboa carros por problemas no airbag Há cinco anos que não se vendiam tantas casas em Portugal

JOGOS EUROPEUS

FORA DA CAIXA

"Só é bom para a construção civil". António Vitorino arrasa muro entre Hungria e Sérvia LISBOA

Ouro de Baku dá Festival ao Largo "sensação dedicado a novas fantástica" a Telma gerações e com duas estreias mundiais


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Europa vai acolher 60 mil refugiados. “Um esforço modesto” As quotas são voluntárias e a Hungria diz que plano acordado é absurdo. Os 28 mostram-se fragmentados sobre o problema dos migrantes do Norte de África e do Médio Oriente que chegam à Europa.

António Costa: Redução da TSU será obrigatória Líder socialista garante, no entanto, que não haverá penalizações. Em entrevista à SIC, falou ainda de maioria absoluta, de pensões, de Sócrates, da TAP e da Grécia.

Foto: Lusa

Migrantes aguardam, em Calais, para saltar para um camião que ali passe. Foto: Etienne Laurent/EPA

Os chefes de Estado e de Governo dos 28 aceitaram, esta sexta-feira de madrugada e após longas horas de discussão, repartir um total de 60.000 refugiados, nos próximos dois anos. As quotas dos países são voluntárias e não aceitam a obrigatoriedade na distribuição das pessoas. Os 60 mil refugiados dividem-se em 40 mil dentro da Europa – aqueles que precisam de protecção internacional e que se encontram, sobretudo, em Itália e na Grécia – e 20 mil que estão em campos de refugiados fora da União Europeia. “Para dizer a verdade, e tendo em conta o drama dos refugiados, dar nova vida a 60 mil pessoas, podemos dizer que é um esforço modesto e gastar horas para chegar a um acordo sobre este sistema prova que a Europa não está à altura das ambições que proclama”, criticou o presidente da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker, no final da reunião. A chanceler alemã, Angela Merkel, confirma que o debate foi “intenso” e descreveu a crise dos refugiados como “o maior desafio a que assistiu na Europa enquanto chanceler”. O acolhimento de migrantes foi a principal decisão do primeiro dia de trabalhos do Conselho Europeu, que começou na quinta-feira e acabou por ser dominado pela situação na Grécia. Sobre este assunto, os líderes europeus consideram que o acordo é urgente e pedem que a crise se resolva na reunião de sábado do Eurogrupo. Até lá, o Governo grego e as instituições devem continuar a trabalhar para abrir caminho para um acordo.

O secretário-geral do PS garante que a redução das contribuições para a Segurança Social será obrigatória. Ou seja, cada trabalhador não pode escolher se desconta menos durante quatro anos. No entanto, a redução nas contribuições não terá efeitos nas pensões. Em entrevista à SIC, António Costa referiu que se os socialistas forem Governo a taxa social única (TSU) dos trabalhadores vai mesmo baixar. Já em relação à TSU das empresas o líder socialista considera fundamental “diversificar as fontes de financiamento”, mas lembra que a descida da TSU “não pode ser isolada das outras medidas”. Garante ainda António Costa que o “efeito negativo da TSU no conjunto dos quatro anos é largamente compensado”. Sobre a Segurança Social, o secretário-geral do PS lembra que “o grande rombo resulta do aumento do desemprego”. “Não vamos mexer na lei das reformas e vamos manter factor de sustentabilidade [criado em 2007]", assegura. António Costa reafirma que o PS vai “alterar os escalões do IRS” - “quem tiver maior capacidade contributiva vai pagar mais” – e repor o Complemento Social Idosos, Rendimento Social de Inserção e o Abono de Família. Sondagens não preocupam Costa. E o caso Sócrates? Depois de reafirmar que “o país precisa que o PS vença as eleições e com maioria absoluta”, o líder socialista garante não estar preocupado com os resultados das sondagens e reafirma que está disponível para “dialogar” com todos – porque o país necessita de compromissos – mesmo que tenha maioria. “À nossa esquerda, à excepção do Livre, estão a fazer concurso para saber qual é mais anti-PS”, acrescenta. Chegando ao Governo, “a questão central é o emprego, sem emprego não haverá crescimento e coesão social”, reafirma Costa. “É preciso haver um relançamento da economia para devolver às famílias


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rendimento” e “mudar esta página da austeridade”. À pergunta da SIC sobre José Sócrates e se o seu relacionamento com o ex-primeiro-ministro se tinha alterado, António Costa preferiu não responder mas disse que “quem exerce funções públicas tem de saber distinguir esfera pública da privada” e que a “separação de poderes é estruturante”. “Aquilo que como secretário-geral do PS me cumpre fazer é aquilo que acho adequado institucionalmente fazer e é estabelecer uma regra muito clara de separação entre aquilo que é o domínio da política, que cabe ao PS, e aquilo que é o domínio da justiça, que cabe às instituições judiciárias, mesmo com tudo o que isso me possa doer – ou não – na esfera privada”, refere. Em relação à TAP, o líder socialista repete que foi seguida a “estratégia errada” e que o partido vai tudo fazer para alterar o contrato, se for possível. Costa lembra que a companhia aérea é central para a soberania nacional. No caso grego, o líder socialista lembra que “não há ninguém responsável a não ser o nosso Governo que não entenda que a saída da Grécia é gravíssima e imprevisível”.

Especialista: Lei de apostas online terá dificuldades em atingir objectivos Lei, que entra em vigor no domingo, terá dificuldades em fazer aquilo a que se propõe: combater a fraude e a dependência. O alerta é do fundador do site "Miúdos Seguros na Net".

Foto: DR Por Dina Soares

A partir deste domingo, os jogos online de fortuna e azar passam a ser regulamentados em Portugal. A lei, aprovada em Abril, tem como objectivo proteger os jogadores, particularmente os menores, de fenómenos como a fraude e a dependência. Para Tito de Morais, fundador do site "Miúdos Seguros na Net", o objectivo está, contudo, longe de estar garantido. "A lei determina, por exemplo, que é proibido

fazer publicidade a este tipo de jogos a menos de 250 metros das escolas. Como é que isso é possível quando se trata de publicidade online?", questiona. Nesta, como em muitas outras situações, a tecnologia vai sempre mais avançada do que o processo legislativo e há sempre formas de contornar as proibições, afirma o especialista. É o caso dos artigos que proíbem o registo de menores em sites de apostas e de jogos de azar. "A lei determina que seja feito o cruzamento de dados, mas é sempre possível mentir relativamente à idade e usar os cartões de crédito do pai ou da mãe para fazer apostas", sublinha Tito de Morais. A lei que entra em vigor no domingo surge na sequência de uma recomendação recentemente apresentada pela Comissão Europeia, destinada a enquadrar a legislação dos diferentes países da União Europeia para o jogo e apostas online. Segundo a Comissão Europeia, só em 2012, esta actividade gerou receitas superiores a 10 mil milhões de euros e envolveu perto de sete milhões de jogadores. Em toda a Europa, entre 0,2% e 0,3% da população adulta sofre de problemas relacionados com o jogo. Falta auto-regulação e educação Na opinião deste activista pela protecção das crianças face às novas tecnologias, "podemos aprovar toda a legislação do mundo, mas se não se apostar na autoregulação, ela será sempre ineficaz". Enquanto o lucro for o único objectivo deste tipo de sites, será impossível barrar o acesso aos mais novos, lamenta Tito de Morais. "Estes sites têm especial interesse em agarrar os mais novos que vão ser os grandes apostadores de amanhã." Além disso, a lei que entra em vigor no domingo visa apenas as apostas e os jogos de fortuna e azar, deixando de fora os jogos online onde há comércio, aquisição de bens digitais e outros tipos de pagamento. É por isso que, além dos aspectos regulamentares, Tito de Morais defende a aposta na educação, "abordada apenas de forma muito vaga nesta lei". Para começar, considera importante promover acções de esclarecimento para que os pais saibam como podem bloquear o acesso a este sites e à publicidade relativa a jogos e apostas. "O papel dos pais é essencial e só eles poderão garantir que os seus filhos não entram neste mundo de fortuna e azar."


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Metro. Oitava greve do ano condiciona Lisboa

Martin Schulz: Saída da Grécia contagiaria outros países do euro

Circulação está suspensa desde quinta-feira às 23h20, estando previsto que seja retomada às 6h30 de sábado. Não há serviços mínimos decretados, mas a Carris reforçou algumas das carreiras.

Presidente do Parlamento Europeu acredita num acordo entre Atenas e os credores nos próximos dias.

Foto Julien Warnand/EPA

Foto: Lusa

As estações do Metropolitano de Lisboa estão fechadas esta sexta-feira devido a uma greve de 24 horas. Os trabalhadores protestam contra a subconcessão e reestruturação da empresa. A circulação de comboios do Metropolitano de Lisboa foi suspensa na quinta-feira às 23h20, estando previsto que seja retomada às 6h30 de sábado. A greve, a oitava realizada este ano, pretende protestar contra a subconcessão da empresa, já atribuída pelo Governo à empresa espanhola Avanza, e contra a prevista dispensa de trabalhadores. O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) não decretou serviços mínimos para a circulação de composições. Em contrapartida, o acórdão obrigou os trabalhadores a assegurarem os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações. O tribunal justifica a decisão com o facto de existirem em Lisboa meios de transporte alternativos ao Metropolitano e de não haver coincidência de outras greves nos transportes na mesma área geográfica. A rodoviária Carris anunciou o reforço de algumas das carreiras de autocarros entre as 6h30 e as 21h00 de hoje, nomeadamente a 726 (Sapadores - Pontinha Centro), a 736 (Cais do Sodré - Odivelas, Bairro Dr. Lima Pimentel), a 744 (Marquês de Pombal - Moscavide, Quinta das Laranjeiras) e a 746 (Marquês de Pombal Estação Damaia). O Governo atribuiu, na sexta-feira passada, a subconcessão do Metropolitano de Lisboa (assim como da rodoviária Carris) ao grupo espanhol de transportes urbanos Avanza, cuja assinatura do contrato tem como data de referência 15 de julho.

O presidente do Parlamento Europeu acredita que uma saída da Grécia do Euro acabaria por contagiar Portugal, Espanha e Itália. Numa entrevista ao canal público de televisão ARD, Martin Schulz disse estar convencido que será alcançado um acordo que permita manter Atenas na moeda única. No entanto, Schulz admite que tal acordo possa ainda levar alguns dias. Questionado sobre os efeitos de uma saída da Grécia - o chamado “Grexit” - Martin Schulz avisou que a razão acabará por prevalecer podendo demorar um ou dois dias. É precisamente o tempo que separa de mais uma reunião do Eurogupo, a quinta em 10 dias. Os ministros das Finanças do Euro voltam a sentar-se à mesa no sábado para tentar fechar um acordo que permita à Grécia receber a última parcela do actual programa de ajuda externa, no valor de 7,5 mil milhões de euros. Atenas arrisca a entrar em bancarrota já no final do mês, quando tem um reembolso a fazer ao FMI de mil e 500 milhões de euros.


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JOÃO FERREIRA DO AMARAL

Há trinta anos Tudo o que fez o êxito da CEE desapareceu com a União Europeia. A igualdade entre os estados, a não concentração excessiva de funções nas instituições comunitárias, a preservação de alternativas, a aceitação do princípio de que todos os estados devem estar bem na União, tudo isso foi eliminado.

euro. Sair do euro deve ser motivo de esperança, não de medo. O que deveríamos ter temido era a moeda única. Quando uma instituição só se mantém porque há medo da mudança, a História demonstra que o seu fim está para breve e que a correspondente desagregação não irá ser bonita de se ver. JOSÉ LUÍS RAMOS PINHEIRO

Grécia: vacina ou epidemia? É impossível não reconhecer a irresponsabilidade dos gregos, quer no modo como (se) governaram no passado, quer agora, no modo negligente como continuam a brincar com o fogo.

Há trinta anos entrámos na Comunidade Económica Europeia. Mas não entrámos há trinta anos na União Europeia. E não é só porque a CEE mudou de nome. Na verdade, a União Europeia é algo de diferente. Claramente para pior, para muito pior. Tudo o que fez o êxito da CEE (e das outras comunidades europeias) desapareceu com a União Europeia. A igualdade entre os estados, a não concentração excessiva de funções nas instituições comunitárias, a preservação de alternativas, em particular na política económica, a aceitação do princípio de que todos os estados devem estar bem na União, tudo isso foi eliminado. Hoje, a União é um espaço político centralizado até ao absurdo, em que tirando os estados de maior dimensão, os outros nenhum poder têm, onde há estados, em cada vez em maior número, que estão mal na União, onde o poder da Alemanha é avassalador, onde as alternativas democráticas não existem na política económica e social, onde a Comissão Europeia viola todos os dias os tratados ao representar os estados credores contra os devedores, onde a única razão da manutenção desta pindérica união está no medo do que sucederá se se desagregar. Por culpa da União, o caso grego (e não é o único) é insolúvel. Ao mesmo tempo, o Reino Unido está decidido a sair da União se não puder conter administrativamente a emigração - o que vai contra um dos princípios essenciais da integração europeia. Este descalabro foi causado em grande parte pelo avanço (melhor se diria pelo recuo) para a moeda única. A união monetária é um gigantesco fiasco. Não cumpriu nenhum dos objectivos para que supostamente tinha sido criada, deu um poder ilegítimo à Alemanha, gerou tensões dramáticas na União e, também ela, só se mantém pelo medo do desconhecido. Medo muito acenado pelos federalistas que no entanto se esqueceram de nos alertar para o desconhecido que, na altura, representou a criação do

Em 1975, Henry Kissinger defendia que pouco havia a fazer por Portugal. A democracia estava condenada e era quase certo que Portugal se transformaria numa espécie de Cuba da Europa. Em plena guerra fria, o célebre secretário de Estado norte-americano via, apesar de tudo, um efeito positivo num regime autoritário comunista em Lisboa: o efeito vacina. Com os olhos postos no que então se passaria em Portugal, os europeus acabariam por se convencer que a ideologia marxista-leninista era inimiga da democracia e adversária do progresso. Um Portugal vermelho desempenharia, afinal, o inestimável papel de tampão ao avanço comunista na europa ocidental. Os portugueses não estiveram pelos ajustes e não se renderam à inevitabilidade de verem o seu país transformado numa Cuba europeia, mas sozinhos teriam tido ainda mais dificuldade em consolidar a democracia. Entre outros, valeu a Portugal o firme apoio dos democratas-cristãos e dos socialdemocratas alemães. Foi difícil, mas valeu a pena. Quarenta anos depois, sou tentado a pensar que na Europa – e no FMI – haverá quem esteja convencido que a queda da Grécia deve funcionar como a vacina europeia para defender, não a democracia, mas o euro. Ironia da História: neste caso, são os americanos a recear uma queda aparatosa da Grécia, pelo desequilíbrio geoestratégico que daí possa resultar. Claro que é impossível não reconhecer a irresponsabilidade dos gregos, quer no modo como (se) governaram no passado, quer agora, no modo


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negligente como continuam a brincar com o fogo. De facto, só nas últimas horas surgiram propostas gregas razoavelmente credíveis. Os alemães – decisivos em 1975 ao combaterem o determinismo de Kissinger que via Lisboa como a vacina vermelha da Europa - têm novamente a chave na mão. Se deixarem cair a Grécia, em vez de uma vacina pode sair-lhes – a eles e a todos nós - uma verdadeira epidemia. PAUL KRUGMAN

Nobel arrasa credores. Querem um final "desastroso" para a crise grega? O que "estão a fazer", "estão a gozar connosco?". A atitude dos credores motiva palavras duras de Paul Krugman.

Foto: EPA

O Nobel da Economia Paul Krugman afirmou esta quinta-feira que se a Grécia sair do euro será porque os credores, pelo menos o FMI, pretendem que assim seja. Num artigo de opinião publicado no "New York Times", intitulado "A quebrar a Grécia", Paul Krugman diz que não queria entrar no "teatro de batalha" entre Atenas e os credores, mas que perante as negociações em Bruxelas considerou que "devia dizer algo". "O que é que os credores, em especial o Fundo Monetário Internacional (FMI), pensam que estão a fazer?", interroga o economista, iniciando assim um artigo muito duro para com a postura dos credores internacionais da Grécia. A reunião do Eurogrupo desta quinta-feira voltou a terminar sem acordo. Para Krugman, as negociações deviam centrar-se em metas de excedente primário e num alívio da dívida, de modo a evitar "futuras crises sem fim" do país. O Nobel critica que os credores tenham rejeitado várias das propostas gregas. "O Governo grego tinha concordado com essas metas, de facto muito elevadas, tendo em conta que teriam um enorme excedente orçamental primário se a economia não estivesse tão deprimida. Mas os credores continuam a rejeitar as propostas gregas, considerando que se baseiam demasiado em impostos e não o suficiente no corte da despesa. Continuamos, assim, a

ditar política interna", afirma Paul Krugman. "Estão a gozar connosco?" O Nobel da Economia critica ainda a justificação dada pelas instituições internacionais – Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e FMI – para a oposição ao aumento de impostos, que é o impacto que essas medidas terão na economia. "Estão a gozar connosco? As pessoas que falharam redondamente em ver os impactos negativos que a austeridade teve estão agora a ensinar-nos sobre crescimento?", questiona. Considerando que o FMI tem criticado a "impossibilidade de lidar com o Syriza", partido do Governo grego, Paul Krugman deixa ainda um conselho: "Já não estamos no liceu", critica. "Neste momento, são os credores, muito mais do que os gregos, que estão a encolher os postes da baliza. O que é que está a acontecer? O objectivo é partir o Syriza? É forçar a Grécia para um incumprimento presumivelmente desastroso?", questiona o economista. Para Paul Krugman, este é o momento para deixar de falar de um "acidente grego" ("Graccident"), porque, defende, "se a Grécia sair do euro [Grexit], será porque os credores, pelo menos o FMI, querem que isso aconteça".


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FORA DA CAIXA

"Só é bom para a construção civil". António Vitorino arrasa muro entre Hungria e Sérvia É muro de quatro metros de altura e 110 quilómetros! Os planos da Hungria para conter a entrada de migrantes que vêm dos Balcãs e a decisão da Nato de reforçar meios militares no leste da Europa junto à Rússia são comentados por António Vitorino e Pedro Santana Lopes.

Por José Pedro Frazão

Chama-se Viktor Orban, vem do centro-direita e já é um dos mais polémicos governantes europeus da actualidade. Depois dos debates sobre a reintrodução da pena de morte e a limitação da liberdade de imprensa, o primeiro-ministro húngaro quis suspender a aplicação de um regulamento europeu sobre pedidos de asilo e planeia mesmo a construção de um muro na fronteira com a Sérvia. O antigo comissário europeu, António Vitorino, considera estas medidas insanas e surreais." Um muro de quatro metros de altura e 110 quilómetros! Não sei se é mania das grandezas, de fazer uma nova muralha da China, que seria agora a ‘muralha da Hungria’, ironiza o antigo ministro socialista, mordaz na sua crítica. " Esta ideia é fabulosa. No mundo em que vivemos, a ideia de que um muro pára [um fluxo de pessoas] e então com 110 quilómetros, percebe-se do ponto de vista económico. É uma ajuda fundamental à indústria da construção civil", graceja. Vitorino lembra que a fronteira mais bem guardada do mundo, com os meios mais sofisticados - "não é um murete" - na fronteira entre México e Estados Unidos, não impede a entrada de 12 milhões de imigrantes. O comentador socialista reconhece ainda assim que a Hungria está sujeita a uma grande pressão de fluxos migratórios. "Há uma activação da rota dos Balcãs, com um aumento de 800 por cento de entradas face a 2012. Viktor Orban, se fosse racional, olhava para a União

Europeia e dizia: ‘ desculpem, isto vem da Sérvia, da República do Montenegro, Albânia, Kosovo e da Antiga República da Macedónia. São países que estão com acordo de associação com a União Europeia ou mesmo a negociar a adesão à União Europeia. Portanto façam favor de exercerem a vossa influência para impedir que esses países continuem a desaguar aqui na Hungria’. Isto era o que ele devia ter feito e não fez. Mandou suspender as regras e obviamente os alemães franziram o sobrolho. As pessoas que passam na Hungria normalmente não ficam na Hungria. É muito fácil virem para o centro da Europa e portanto Bruxelas colocou a questão", explica Vitorino no debate com Pedro Santana Lopes. O antigo primeiro-ministro diz que a generalidade dos discursos mais significativos de Orban são "altamente preocupantes" e apontam no sentido de querer " levar o país para caminhos incompatíveis com a cultura e a civilização em que estamos". Para o social-democrata que liderou o Governo português entre 2004 e 2005, há que observar com atenção o que se seguirá nos próximos tempos. "Penso que é mais um ingrediente a juntar à instabilidade nesta zona oriental da Europa. E a instabilidade que circunda a Hungria também ajudará Viktor Orban a ir explorando a seu bel-prazer os seus impulsos demagógicos e populistas", sustenta Santana Lopes. Regresso de uma certa "Guerra Fria" Na cortina de países que se situam na fronteira com a Rússia, prepara-se a instalação de novos dispositivos militares da NATO. A Aliança Atlântica anunciou um reforço de meios que leva para 40 mil o número de soldados naquela região da Europa, com recurso a uma força de reacção em 48 horas de 5 mil homens. "É obviamente um sinal muito claro a Moscovo de que não se poupa na capacidade operacional. Sinal que é dado simultaneamente a Moscovo mas também aos países mais próximos da fronteira com a Rússia, que são membros da Nato e da União Europeia e se sentem mais intranquilos. Desde há vários anos que países como a Polónia ou como os estados do Báltico (Estónia, Letónia, Lituânia) têm sido muito reivindicativos sobre os sinais do lado ocidental, designadamente dos Estados Unidos, de que a garantia da sua integralidade territorial está assegurada", observa António Vitorino no programa Fora da Caixa. Já Santana Lopes considera que "essa intranquilidade, a par das sanções à Rússia, com as respostas de Putin e o anúncio recente em relação aos mísseis, tudo faz parte de uma “salada” - não russa mas de facto com muitos ingredientes russos- que permite antecipar que isto não vai ficar por aqui, nestas medidas pretensamente dissuasoras de qualquer iniciativa bélica de cariz expansionista, por parte da Rússia em relação a territórios que já dominou". O antigo primeiro-ministro admite que tudo isto tem já cheiro a uma certa "guerra fria, ainda tímida, mas concreta com sabor de guerra fria", com atitudes que vimos doutros tempos "que esperávamos que já tivessem passado. Mas não vão passar". Nesse quadro, Santana Lopes remata dizendo que aquilo que se passa na União Europeia "tem um significado politico ainda maior", numa referência implícita à crise com Grécia na Zona Euro.


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Sexta-feira, 26-06-2015

Há cinco anos que não se vendiam tantas casas em Portugal Explicação está no crescimento do investimento estrangeiro e no facto de o mercado imobiliário constituir um refúgio para os investidores.

Foto: DR Por José Carlos Silva

Há cinco anos que não se vendiam tantas casas em Portugal, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre Janeiro e Março, foram vendidas 25 mil habitações, o valor mais elevado desde 2010. A explicação está no crescimento do investimento estrangeiro e no facto de o mercado imobiliário constituir um refúgio para os investidores, explica o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima. "Tem a ver, essencialmente, com o investimento estrangeiro e com o clima de confiança que criou ao próprio mercado interno", diz à Renascença. O INE adianta que estão a vender-se mais casas usadas do que novas. Para Luís Lima, é perfeitamente compreensível porque o mercado da construção estagnou. Passou de mais de 100 mil casas construídas em 2001 para cerca de quatro a cinco mil no ano passado. Mas a venda de casas usadas, sublinha o presidente da APEMIP, favorece a compra de novas, mediante o recurso à banca. Luís Lima adverte que o ambiente de maior confiança que se vive pode a qualquer momento acabar. "O mercado está tão instável. Nós ainda temos alguma doença, ainda não estamos curados. De repente, pode haver um problema no sector financeiro, na Grécia, pode ser pouco atractivo aos bancos continuar a emprestar dinheiro, e tudo muda", conclui o presidente da APEMIP.

Novo subsídio de renda pode chegar a 42 mil famílias Conselho de Ministros aprovou apoio ao arrendamento que será atribuído pelos serviços da Segurança Social. O subsídio de renda para inquilinos idosos ou com carência financeira foi aprovado esta quinta-feira, em Conselho de Ministros. O Governo estima que 42 mil famílias possam beneficiar deste apoio social. A medida será aplicada após o período transitório de cinco anos, previsto na lei do arrendamento urbano de 2012, que limitou o aumento dos valores de rendas para pessoas com rendimentos inferiores a cinco retribuições mínimas nacionais garantidas. Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, o subsídio poderá ser para um "arrendamento em vigor, o qual permitirá aos arrendatários manter o contrato de arrendamento e a sua residência actual, ou, em alternativa, um subsídio para um novo contrato de arrendamento". O subsídio suportará a diferença entre a "nova renda e a renda que pode ser suportada pelo arrendatário, com base no seu rendimento". No regime especial foram incluídos arrendatários com idade igual ou superior a 65 anos, uma deficiência com incapacidade igual ou superior a 60% ou com carência financeira. Quanto custa o novo subsídio O ministro do Ordenamento do Território perspectivou que 42 mil agregados familiares irão receber subsídio de renda e que o pico do impacto orçamental acontecerá em 2019, com 51 milhões de euros. Na conferência de imprensa realizada no final do Conselho de Ministros, Jorge Moreira da Silva referiu que a aplicação deverá ser residual em 2017, ou seja no ano em que termina o período transitório de cinco anos que limitou os aumentos de renda para idosos, pessoas com deficiência e com carência económica. Com o apuramento do número de beneficiários e do impacto orçamental da medida, o Governo estimou que a factura média desta medida seja de 28 milhões de euros no período entre 2017 e 2031. Como exemplo, o ministro indicou o caso de um casal com um filho, com rendimentos de 2.000 euros, com uma renda no regime transitório de 509 euros. Face a um valor de mercado de 700 euros, esta família irá receber um subsídio de renda de 190 euros. O ministro da Presidência e do Conselho de Ministro, Luís Marques Guedes, esclarece que a medida não pode ser imposta pelos proprietários aos inquilinos. O subsídio será atribuído pelos serviços da Segurança Social.


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Receita fiscal aumentou, mas despesa do Estado cresceu ainda mais O défice das Administrações Públicas aumentou 108 milhões de euros até Maio, quando comparado com o período homólogo. Está agora nos 1.098 milhões.

Foto: Mário Cruz/Lusa Por Eunice Lourenço

A receita fiscal cresceu 4%, mas o aumento da despesa foi maior e chegou a um crescimento homólogo de 4,4% até Maio, segundo os dados publicados esta quinta-feira pela Direcção-Geral do Orçamento, organismo tutelado pelo Ministério das Finanças. Os dados da execução orçamental do último mês mostram uma deterioração do défice das administrações públicas em mais de 100 milhões de euros e é agora de 1.098 milhões de euros. Segundo o comunicado do Ministério das Finanças, as despesas com pessoal tiveram um aumento de 2,3% devido a alteração da política salarial. Os maiores aumentos da despesa foram, contudo, nos encargos com juros – um crescimento de 24% que o Governo justifica com a concentração de pagamentos em Fevereiro e Abril. Já as despesas de investimento aumentaram 285 milhões de euros, sobretudo justificados pelos encargos com as subconcessões rodoviárias, as parcerias público-privadas (PPP). A aquisição de bens e serviços registou um crescimento de 4,7%, justificado com a evolução das despesas no sector da saúde. Já no plano da receita, até Maio, foram cobrados mais 590 milhões de euros do que em Maio de 2014. A receita do IVA cresceu quase 8% – o dobro da taxa de crescimento da receita fiscal. Estes dados, na óptica do Governo, mostram a recuperação da actividade económica e a eficácia das medidas de combate à fraude e evasão fiscal.

Oficiais alertam para "degradação" das instituições militares Grupo reuniu-se num jantar em Lisboa e contou com uma mensagem de apoio do antigo Presidente da República Ramalho Eanes. Dezenas de oficiais das Forças Armadas alertam para a degradação das instituições militares. Reunidos esta quinta-feira num jantar em Lisboa, os militares subscreveram um documento com as preocupações que agora vão entregar ao Presidente da República, chefes militares e aos representantes dos grupos parlamentares. O ex-chefe do Estado-Maior da Armada Melo Gomes diz que o documento reuniu a unanimidade presentes. "Consideramos ser um dever inadiável trazer a público estas posições porque para os militares o dever de lealdade para com o poder legítimo não deve, nem pode, sobrepor-se ao dever de fidelidade para com a instituição militar e para com o país", lê-se na declaração final. Exortam "todos os responsáveis no âmbito da Defesa Nacional e das Forças Armadas" a impedir "que a gravidade se torne irreversível e possa pôr em perigo a solidez e a estabilidade" para garantir "missões de soberania, face a possíveis cenários de grande incerteza". Na declaração, salientam que o Governo tira "partido de forma iníqua do sentido do dever, disciplina e profissionalismo dos militares" para um "repetido anúncio" de "clima de satisfação e tranquilidade que só na aparência existe". O ministro da Defesa Nacional desvalorizou o encontro, após um Conselho de Ministros que aprovou 12 diplomas, incluindo novas leis orgânicas e dos vários ramos, bem como uma actualização do regime remuneratório dos militares, além do já publicado e contestado novo Estatuto dos Militares. José Pedro Aguiar-Branco considerou que os oficiais "sempre estiveram contra" a reforma realizada no sector e que "é a democracia a funcionar". Diversos ex-chefes dos Estados-Maiores dos três ramos das Forças Armadas marcaram presença Loureiro dos Santos, Pinto Ramalho ou Melo Gomes -, entre outras altas patentes como o general Mourato Nunes ou o coronel Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, num jantar que contou com uma mensagem de apoio do general e antigo presidente da República Ramalho Eanes.


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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

TAPar os olhos Quase se pode dizer que compensaria ao Estado português pagar para se livrar de 61% do capital da TAP.

Por Francisco Sarsfield Cabral

Escândalo: o Governo vendeu a TAP por apenas 10 milhões de euros, menos do que custa a transferência de um jogador de futebol de mediana qualidade! Afirmações deste género, feitas esta semana, revelam o grau de inconsciência de destacados opositores da privatização da maioria do capital da TAP. Esta empresa tem dívidas que atingem quase 1,5 mil milhões de euros – até se pode dizer que compensaria o Estado português pagar para se livrar de 61% do seu capital, que é largamente negativo. Por outro lado, porque terá desaparecido a Sabena e a KLM se terá juntado à Air France (para referir companhias de países de pequena dimensão, Bélgica e Holanda)? Porque as companhias de bandeira estão hoje apertadas numa tenaz: de um lado, as “low cost”, que ganham cada vez mais quota de mercado; do outro, o espectacular sucesso de companhias baseadas no Médio Oriente (como a Emirates) e na Turquia, graças ao seu posicionamento geográfico no tráfego América/Ásia/África. Não TAPem os olhos à realidade. A TAP já não tem os mercados protegidos das colónias…

Toyota e Nissan recolhem mais de três milhões de carros por problemas no airbag Problema detectado em Maio já levou à oficina 16 mil viaturas da Toyota. Nesta segunda fase devem ser analisados 29 mil automóveis. A Toyota e a Nissan, dois dos maiores fabricantes de

automóveis, vão recolher mais de três milhões de veículos em todo o mundo, devido a receios com a segurança motivados por defeitos nos airbags da empresa Takata. A informação foi lançada na quinta-feira. A Toyota Caetano Portugal explica que o problema foi detectado em Maio, altura em que a empresa começou a chamar aos concessionários os proprietários dos veículos. “No seguimento da expansão de viaturas envolvidas da Campanha de Serviço iniciada em 13 de Maio, a Toyota Caetano Portugal informa que vai abranger mais 29.304 unidades”, adianta a mesma fonte citada pela agência Lusa. Na primeira fase da campanha foram chamados às oficinas 16 mil automóveis. A Toyota Caetano Portugal esclarece ainda que se trata de uma medida de segurança, dado que, até ao momento não recebeu quaisquer queixas dos clientes relacionadas com problemas nos airbags. A Nissan também anunciou em Maio que iria chamar, em Portugal, 2.458 veículos para serem revistos. 50 milhões de viaturas recolhidas desde 2008 Em todo o mundo, a Toyota recolheu 2,86 milhões de veículos. São visados 24 modelos, produzidos entre Abril de 2003 e Dezembro de 2008, tocando em particular a Europa, num total de 1,73 milhões de viaturas recolhidas. Já a Nissan referiu, na quinta-feira, a retirada de 198.000 viaturas ao nível mundial, enquanto a Mitsubishi afirmou que vai recolher 120.000 veículos equipados com airbags com defeito, produzidos pelo também fornecedor japonês Takata. A 22 de Maio, três fabricantes de automóveis japoneses – Mitsubishi, Mazda e Fuji Heavy Industries – anunciaram que iriam recolher cerca de 710 mil viaturas equipadas com aqueles airbags. De acordo com um comunicado conjunto dos fabricantes de automóveis nipónicos, os airbags em causa podem rebentar quando sobre eles se exerce uma força excessiva, projectando peças metálicas no habitáculo dos automóveis. O defeito de fabrico foi detectado após a morte de seis pessoas que viajavam em veículos da Honda. Cerca de uma dúzia de fabricantes de automóveis recolheram, por isso, mais de 50 milhões de veículos no mundo desde 2008. Os primeiros fabricantes a avançar com a medida foram a Toyota e a Nissan, num total de 6,5 milhões de carros.


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Foz Tua. Obras colocam trabalhadores "em perigo de vida iminente e grave" Autoridade para as Condições do Trabalho mandou parar alguns dos trabalhos. Desde o início das obras já morreram cinco pessoas, uma "vergonha".

Foto: DR Por Celso Paiva Sol

Numa fiscalização surpresa efectuada esta quarta-feira às obras da barragem Foz Tua, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) encontrou dezenas de irregularidades, três delas consideradas tão graves que colocavam em risco a vida dos trabalhadores. A acção foi supervisionada pelo próprio inspector-geral da ACT, Pedro Pimenta Braz, que, em declarações à Renascença, promete intensificar as fiscalizações àquela obra. "[Os casos mais graves] Colocavam em perigo de vida iminente e grave. Consistiam em operações de betonagem em plataformas que não eram plataformas – trabalhadores a cerca de dois/três metros acima da quota do betão em cima de tábuas de madeira completamente soltas e, num exercício de grande equilibrismo, esses trabalhadores podiam cair para dentro do betão. Foram nessas três situações parados os trabalhos imediatamente para que a essas pessoas não lhes acontecesse nada mais sério", disse. Para além destes três casos foram ainda instaurados seis autos de notícia e apresentadas 45 notificações para a correcção de irregularidades. Cinco mortos é uma "vergonha" A barragem Foz Tua, propriedade da EDP, em construção desde 2011 no Rio Douro, na fronteira entre os distritos de Vila Real e Bragança, já tem um historial de cinco trabalhadores mortos, e isso, diz Pedro Pimenta Braz, é "inadmissível" para quem fiscaliza e uma "vergonha" para quem executa a obra. "Esta obra é, com o devido respeito por todos os presentes, uma preocupação para nós e os resultados – cinco mortos – é uma vergonha para os próprios

membros da obra e para a imagem do país. Isso é inadmissível para nós. Esta obra vai continuar a ser acompanhada pela ACT, mas, doravante, com maior intensidade para que possamos contribuir para que mais nenhuma tragédia se verifique", acrescenta. Nas obras da barragem Foz Tua trabalham cerca de mil trabalhadores ao serviço de quase 200 empresas.

“Nós, Cidadãos!” já é um partido Com a aceitação deste movimento passam a estar inscritos 22 partidos políticos no Tribunal Constitucional. Um dos fundadores do partido “Nós, Cidadãos!”, Pedro Quartin Graça, congratulou-se com a aprovação dos respectivos estatutos pelo Tribunal Constitucional (TC), indicando que a formação "pugnará pela existência de uma nova forma de fazer política em Portugal". "Regozijamo-nos por esta aprovação, naturalmente, e entendemos que o surgimento do Nós, Cidadãos! é uma lufada de ar fresco no actual quadro políticopartidário português, porque é um partido que se afirma desde logo como alternativo, que vai oferecer soluções alternativas aos portugueses, oferecer uma nova possibilidade de voto", disse Quartin Graça à Lusa. "Todas aquelas pessoas que não encontram nos actuais partidos políticos opções válidas - ou porque estão descontentes com aquilo que tem sido o funcionamento dos partidos, ou por outra razão podem, agora, encontrar no Nós, Cidadãos! uma alternativa de voto já nas próximas eleições legislativas, em Outubro", indicou. Pedro Quartin Graça, ex-deputado social-democrata e ex-presidente do MPT - Partido da Terra, sublinhou que a nova alternativa, que terá como sigla NC e um símbolo amarelo e negro, assenta "numa nova equipa e num conteúdo programático novo também" que os fundadores do partido pensam que "irá ao encontro dos anseios de um grupo muito alargado de portugueses". O NC está a concluir a discussão que tem vindo a fazer, nos últimos meses, do seu programa político, cujas linhas mestras serão apresentadas na próxima segunda-feira, 29 de Junho, num Encontro Cidadão que se realizará no Teatro do Bairro, em Lisboa. Em acórdãos de 23 de Junho, hoje divulgados, o TC aceitou a inscrição do "Nós, Cidadãos!" e deu 10 dias ao Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) para reformular o seu projecto de estatutos, que considerou ilegal. Contactado pela Lusa, um dos fundadores do PURP, António Mateus Dias, disse ter-se tratado de um lapso que já foi corrigido e que a nova foi entretanto enviada ao TC para aprovação. A ilegalidade apontada pelos juízes do Palácio Ratton prendia-se com o facto de o projecto de estatutos prever que os membros do Conselho de Jurisdição integrassem também o Conselho Nacional, um órgão de direcção política. António Mateus Dias explicou que "uma das alíneas,


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por lapso, foi parar ao outro órgão, portanto, estava repetida a composição". "Foi só retirar essa alínea que estava a mais -- e já corrigimos isso, hoje", precisou. Com a aceitação do NC como partido, passam a estar inscritos 22 partidos políticos no Tribunal Constitucional.

Ministra em modo amazona para promover cavalo Lusitano "Correu bem no passo e no trote, correu mal na passagem a galope", admitiu Assunção Cristas, na Feira do Cavalo de Ponte de Lima.

de Lima com "aromoterapia para acalmar o cavalo". Questionada pelos jornalistas, Assunção Cristas disse ainda que a aposta no turismo equestre em Ponte de Lima "vai ao encontro da estratégia nacional que o Governo está a traçar", com o apoio Associação do Turismo Equestre. "Temos fundos comunitários para apoiar [mas] precisamos que todos se mobilizem", afirmou. A IX Feira do Cavalo decorre até domingo, em Ponte de Lima, município que assume uma aposta crescente nas actividades equestres, tendo inaugurado recentemente o Espaço para a Equitação Espontânea. O evento, que conta com coudelarias nacionais e criadores de Espanha, Bélgica, França e Inglaterra, mantém uma forte incidência na vertente desportiva e do cartaz fazem parte as Olimpíadas de Equitação Adaptada, a taça de Portugal de `dressage`, um campeonato de horseball e o tradicional desfile de coudelarias. Além das actividades equestres - que, segundo o município, integram o concelho no circuito mundial -, o programa inclui animação musical. LISBOA

Festival ao Largo dedicado a novas gerações e com duas estreias mundiais Foto: Arménio Belo/Lusa

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, montou esta quinta-feira, em Ponte de Lima, um cavalo Lusitano para realçar o potencial e a importância da espécie, reconhecendo-a como um dos produtos de excelência do país. "Correu bem no passo e no trote, correu mal na passagem a galope. Não montando há 20 anos, o que isto quer dizer é que é preciso treinar muito para se poder fazer alguma coisa melhorar", afirmou Assunção Cristas depois de ter montado o "Tufo", um purosangue Lusitano de três anos na abertura IX Feira do Cavalo de Ponte de Lima. A ministra da Agricultura e do Mar afirmou que se trata de "um sinal do compromisso com o cavalo, um sinal da importância que é preciso dar ao Lusitano". "É um dos produtos de excelência da produção animal que pode fazer brilhar Portugal no mundo, mais do que já brilha", sustentou. Assunção Cristas adiantou que o sector "está a trabalhar muito, cada vez mais virado para a exportação, para a valorização do cavalo para os diferentes usos". A polivalência do cavalo Lusitano e do investimento nas diferentes fileiras a ele associadas estão, segundo a governante, "bem visíveis em Ponte de Lima", numa feira com "dimensão não só nacional, mas cada vez mais internacional. A ministra realçou "toda a dinâmica" já criada em torno do cavalo, como o vestuário, apontando como exemplo a roupa inovadora que envergou para montar em Ponte

Novidade da edição deste ano é a transmissão em directo para Évora e Santarém. O festival de música e dança decorre até 25 de Julho, à porta do Teatro Nacional de São Carlos.

Foto: Lusa

Sob a égide da juventude, o Festival ao Largo 2015, que começa no dia 3 de Julho, em Lisboa, quer dar o palco aos mais novos. Um programa ligeiro, leve, atractivo para o público”, conta à Renascença Adriano Jordão, da direcção da OPART, que gere o Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa. Logo no concerto de abertura, actua a solista Sofia Escobar, com direcção musical de Joana Carneiro. Será um concerto coral-sinfónico, que abrange os musicais “da Broadway ao Novo Mundo”.


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Da Irlanda e da Bélgica chegam orquestras jovens, que sobem ao palco nos dias 7 e 9. Além disso, a sétima edição do Ao Largo vai contar com duas estreias mundiais, marcadas para 10 de Julho. São elas “Diálogo com o Oriente” (espectáculo com direcção musical de Osvaldo Ferreira, em que será apresentada a Cycles de Nuno Côrte-Real) e a primeira cena da ópera “O Deus do Vulcão”, de Tiago Cabrita, que irá juntar o som do gamelão de Java com a orquestra e o coro do São Carlos. O festival conta ainda, a 15 de Julho, com uma noite dedicada aos Coros de Ópera, com árias de Wagner, Strauss ou Tchaikovsky e com a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana. Haverá ainda dança, com a Companhia Nacional de Bailado. Até 25 de Julho haverá homenagens a Elsa Saque, Álvaro Mata e Maria Cristina de Castro. O Festival ao Largo decorre à porta do Teatro Nacional de São Carlos. “Tenho pessoas que me dizem que nunca vieram ao São Carlos, porque acham que é elitista, que têm de se vestir bem. Quero dizer a estas pessoas que podem trazer os filhos, os bebés… se chorarem não faz mal, faz parte”, afirma Adriano Jordão. O programa termina a 25 de Julho e conta ainda com uma novidade: alguns concertos vão ser transmitidos pela RTP2 e serão exibidos em praças de Santarém e Évora.

Mandarim passa a ser língua de opção nas escolas

número de alunos matriculados na disciplina. As escolas podem, a título condicional, começar a aceitar matrículas na disciplina. As turmas de mandarim só podem abrir se tiverem um mínimo de 20 alunos, refere o diploma. O diploma agora publicado diz que as escolas interessadas têm até à próxima terça-feira para apresentar uma proposta à Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGestE) e que, depois, caberá aos serviços do MEC decidir quais os estabelecimentos que irão ter esta oferta. O projecto-piloto deverá ser implementado nas escolas "distribuídas pelas áreas geográficas correspondentes às unidades orgânicas desconcentradas de âmbito regional da DGestE", define o diploma. O despacho assinado por Nuno Crato acrescenta ainda que o projecto-piloto poderá ser alargado a partir do ano lectivo de 2016/2017.

"Obamacare" vai continuar a "salvar vidas americanas" Intenções da oposição conservadora de cortar no plano de saúde criado pelo Presidente Obama esbarraram no Supremo Tribunal.

O projecto para já é experimental e só passa à prática se forem constituídas turmas com um mínimo de 20 alunos.

Defensores do "Obamacare" saúdam decisão do tribunal. Foto: EPA

Foto: DR

Vai avançar no próximo ano lectivo um projecto-piloto de ensino do mandarim para os alunos do 10.º ano dos cursos científico-humanísticos. No despacho, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) revela que vai ser assinado um protocolo com o Instituto Confúcio, da República Popular da China, que vai disponibilizar professores chineses. As escolas secundárias que vão ter o mandarim como uma língua de opção já foram seleccionadas, mas o número final de estabelecimentos está dependente do

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos não deu razão aos opositores do “Obamacare” e mantém os subsídios federais que garantem um seguro de saúde a milhões de cidadãos norte-americanos. "Depois de mais de 50 votos no Congresso para revogar ou enfraquecer esta lei, depois de uma eleição presidencial baseada em parte em preservar ou revogar esta lei, depois de vários desafios a esta lei perante o Supremo Tribunal, o ‘Affordable Care Act’ está aqui para ficar", declarou o presidente Barack Obama, o pai da lei. Numa reacção nos jardins da Casa Branca, Obama disse não tem dúvidas de que o plano de saúde está a funcionar. “Mudou e, em alguns casos, salvou vidas americanas. Colocou este país num caminho mais inteligente e forte”, salientou o Presidente norte-americano. A decisão do Supremo Tribunal preserva os actuais


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moldes do “Obamacare”, programa que subsidia a aquisição de seguros de saúde por pessoas com baixos e médios rendimentos nos 50 estados do país. Se os juízes votassem em sentido contrário, pelo menos 6,4 milhões de norte-americanos, em 34 estados, perderia os subsídios que representam um custo mensal de 270 milhões de dólares para os cofres federais. Foi a segunda vez em três anos que o Supremo Tribunal rejeitou processos da oposição conservadora contra o plano de saúde “Obamacare”.

Angola. O país mais mortal para as crianças "New York Times" mostra a realidade dos serviços de saúde de Angola, o país do mundo com um índice mais elevado de óbitos entre crianças. E liga os números devastadores à corrupção.

menores eram possíveis de prevenir e no texto introdutório da reportagem afirma que nunca mais poderá fazer outro trabalho igual naquele país africano. "Angola naturalmente não recebe bem os jornalistas. Demorei cinco anos até conseguir um visto para entrar em Angola, e depois desta reportagem duvido que mais alguma vez consiga entrar no país enquanto este regime estiver no poder", avança o jornalista. Ristof descreve que o que mais o impressionou foram os momentos que viveu "na Angola fora das cidades" em que as pessoas não têm acesso a médicos ou a dentistas. "É especialmente devastador ver crianças a sofrer por não terem tratamento médico e que não podem sequer ir à escola. Ou então conhecer uma mãe que já perdeu dez filhos, e isso é especialmente enfurecedor quando estamos a falar de um país tão rico", pode ler-se. Nicholas Kristof pediu entrevistas ao Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e à filha, Isabel dos Santos, mas ambos recusaram. Este é já o segundo trabalho que o jornalista publica sobre Angola este ano.

Morreu “o Vingador” Actor Patrick Macnee tinha 93 anos.

Foto: EPA

Tudo começa com uma mãe e uma avó que vêem morrer em frente aos seus olhos o seu menino. É José. O hospital é impecável, pelo menos nas infraestruturas e limpeza. Mas, como em tantos outros que mais à frente descobrimos na reportagem de dez minutos do "New York Times", faltam médicos e enfermeiros. Há 60 mil crianças que morrem todos os dias no mundo. Mas em nenhum país morrem mais crianças do que em Angola. "Ainda assim o governo decidiu cortar os custos com a saúde em 30%", alerta o jornalista Nicholas Kristof que, juntamente com Adam B. Ellick, assina o trabalho do jornal norte-americano. Os jornalistas do "New York Times" apontam a corrupção como o factor que espoleta esta tragédia humanitária em Angola e mostram imagens das festas do centro da capital Luanda em que Porsche e Jaguar são meio de transporte habituais e o champanhe é rei nos balcões dos bares. O jornal norte-americano descreve um país de muitas e profundas desigualdades, em que o petróleo e os diamantes deviam ser mais do que suficientes para evitar a morte de crianças. Kristof diz que a maior parte dos casos de morte de

Foto DR

O actor Patrick Macnee, que se tornou famoso com a série “Os Vingadores”, morreu esta quinta-feira na sua casa na Califórnia aos 93 anos. Macnee fez vários filmes mas ficará para sempre ligado à personagem “John Steed” que, sempre de chapéu de coco e guarda-chuva, combateu o crime e brilhou entre 1961 e 1969 sempre acompanhado por “Emma Peel” (Diana Rigg). A série teve tanto sucesso que ainda deu lugar a um filme em 1999, com Ralph Fiennes e Uma Thurman, respectivamente, como “John Steed” e “Emma Peel”. Patrick Macnee também apareceu em outras séries famosos como convidado: “Columbo”, “O Barco do Amor” ou “Crime, Disse Ela”, entre outras.


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RIBEIRO CRISTÓVÃO

Fazer a diferença Herdeiro de uma herança pesada, e a braços com tempos de maior contenção que limitam a contratação de jogadores, Rui Vitória chega ao Benfica depois de quatro anos de afectiva ligação ao Vitória.

Ouro de Baku dá "sensação fantástica" a Telma Judoca portuguesa comenta, em Bola Branca, a conquista do título na categoria de -57kg dos Jogos Europeus de Baku. "Quando as pessoas trabalham muito, as coisas acabam por ser fáceis."

Por Ribeiro Cristóvão

O treinador Rui Vitória teve ontem o seu primeiro dia de trabalho no Seixal, onde o espera um ano de intensa actividade na busca dos triunfos com os quais o Benfica ganhou uma relação de muita proximidade nos últimos anos, sob o comando de Jorge Jesus. A herança não é fácil e o novo técnico dos encarnados sabe disso, tanto mais que vai ter agora pela frente um quadro de dificuldades contra as quais o seu antecessor não teve de arrostar. No fundo, trata-se de um sinal dos novos tempos que vão obrigar o bi-campeão a rever alguns métodos seguidos até aqui. E, daí, o recurso à formação e a recusa de investir somas astronómicas na contratação de jogadores estrangeiros, um quadro que vai obrigar Rui Vitória à definição de estratégias especiais e apropriadas a essas circunstâncias. No meio de tudo isto, a massa associativa das águias dá mostras de alguma conformação, limitando-se a aguardar com enorme expectativa os primeiros resultados da sua equipa. E ao novo treinador tem chegado mesmo uma grande solidariedade, que veremos se não se desfaz ao primeiro resultado negativo. Do dia de ontem de Rui Vitória fica também uma nota muito importante, e que por isso merece um destaque muito especial. É que, depois dos trabalhos na Academia benfiquista, o técnico rumou a Guimarães onde tinha à sua espera muitos adeptos do Vitória, aos quais se juntou para uma refeição de despedida, depois de quatro anos de afectiva ligação. Quando todos nos recordamos das amargas e acidentadas despedidas de Jorge Jesus do Benfica e de Marco Silva do Sporting, embora por razões diferentes, é bom registar o que aconteceu na cidade do Fundador. Um bom motivo para podermos pensar que, afinal, ainda nem tudo parece perdido.

JOGOS EUROPEUS

A emoção de Telma Monteiro com ouro e hino de Portugal em Baku [Foto: EPA/Robert Ghement]

Telma Monteiro viveu uma "sensação fantástica", esta quinta-feira, ao conquistar a medalha de ouro na categoria de -57kg de judo feminino, nos Jogos Europeus de Baku, Azerbaijão. A judoca lusa, que garantiu a nona medalha da campanha portuguesa na primeira edição da competição, reconhece, em declarações a Bola Branca, que o trajecto rumo à final e ao título foi "muito duro", mas que o ouro arrecadado ajudou a superar todas as dificuldades. "Sabia que ia ser muito duro. É uma sensação fantástica ter ganho a medalha de ouro", afirma, num curto contacto telefónico a partir da capital azeri. Perante a húngara Hedvig Karakas, 11ª no "ranking", a número um do mundo triunfou, por "ippon", num combate relativamente célere e que durou apenas 1m49s. "Combate rápido? Quando as pessoas trabalham muito, as coisas acabam por ser fáceis", conclui Telma Monteiro. A presença de Telma na final garantiu, desde logo, a nona medalha para Portugal na primeira edição dos Jogos Europeus. No trajecto até ao ouro, a judoca do Benfica bateu a francesa Automne Pavia, nas meiasfinais. Antes, havia derrotado a sérvia Jovana Rogic e a holandesa Sanne Verhagen.


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RUI VITÓRIA

"Há muito trabalho a fazer no Seixal" Dia agitado do novo treinador do Benfica. De manhã e à tarde, Seixal. À noite, jantar de homenagem em Guimarães e regresso, ainda hoje, ao Sul do país.

Sporting apresenta Jesus a 1 de Julho Leões abrem as portas do Estádio de Alvalade para recepção ao sucessor de Marco Silva, a partir das 17h30 da próxima quarta-feira.

Jorge Jesus será apresentado ao universo Sporting na tarde de 1 de Julho [Foto: DR] Rui Vitória com dia atarefado e interminável [Foto: slbenfica.pt]

O dia "1" de Rui Vitória como treinador do Benfica começou antes das 10h00 da manhã e prolonga-se até à noite desta quinta-feira, com o ribatejano de 45 anos a apresentar uma agenda preenchida. O sucessor de Jorge Jesus foi recebido, ao início da noite, na cidade de Guimarães, para ser homenageado num jantar de despedida promovido pelo Conselho Vitoriano, que juntou cerca de 80 pessoas. E foi neste evento que Rui Vitória proferiu a frase do dia: "É com gosto que estou aqui num jantar entre amigos e ainda hoje vou para o Seixal porque há muito trabalho a fazer", disse aos jornalistas, à entrada para o jantar, onde foi recebido de forma efusiva. Pelas 10h00 da manhã, Rui Vitória dava entrada no Centro de Estágio do Benfica, no Seixal, para iniciar aquele que seria um longo dia de trabalho.

O Sporting anunciou, esta quinta-feira, que irá apresentar oficialmente Jorge Jesus como novo treinador da equipa principal de futebol a 1 de Julho [próxima quarta-feira], no Estádio de Alvalade. Nesse dia arranca, precisamente, a pré-época dos leões. O técnico de 60 anos, que trocou o Benfica pelo rival lisboeta, será apresentado diante dos sócios e adeptos, a partir das 17h30. Às 18h00, surgirá na sala de imprensa do recinto verde e branco, para falar aos jornalistas. Após a cerimónia oficial de apresentação, em Alvalade, "JJ" marcará também presença na segunda edição da "Gala Honoris Sporting", que se realiza a partir das 21h30, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. RICARDO SOUSA

"FC Porto pode ganhar com dez ou 15 pontos de avanço" Ricardo Sousa antevê uma época de sucesso para o Dragão, argumentando que o clube nortenho, dos grandes foi o único que manteve o treinador e registou poucas mexidas. Antigo médio pendurou as botas e iniciou carreira de treinador na Sanjoanense. Por Pedro Azevedo

Formado no FC Porto, Ricardo Sousa teve uma ligação de cinco anos ao clube azul e branco (1997 a 2002), mas acabou por não ter oportunidades de Dragão ao peito. Em entrevista a Bola Branca, o médio-ofensivo, que na semana em que decidiu terminar a carreira de jogador, faz a antevisão do próximo campeonato.


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"O FC Porto parte em vantagem. Vai ter poucas mexidas e continua com o mesmo treinador e as mesmas ideias. Tem todas as condições para fugir aos adversários, fazer uma época à FC Porto e terminar com dez ou 15 pontos de avanço. Isso requer trabalho e Lopetegui não precisa de tempo para conhecer o campeonato português e fazer a rotatividade sem excessos", justifica. Ricardo Sousa projecta com elevada confiança a nova temporada e encontra explicações para o fracasso azul e branco na temporada que terminou. "Os pequenos erros ditaram a época. A rotatividade falhou da forma como o clube fez. E a derrota em casa com o Benfica marcou a temporada do FC Porto", refere. Na opinião do ex-jogador, "o Benfica foi um justo campeão e beneficiou com a eliminação precoce das competições europeias". Sobre a época do Sporting. Ricardo Sousa acha que este ainda não era o ano do leão. "Aprecio o que o clube vai fazendo com os jogadores da formação e a maneira como Marco Silva trabalhou e se impôs perante o presidente e o grupo. Mas ainda era cedo e o presidente deveria ter dado mais tempo ao treinador", considera. Jorge Jesus não chega No próximo campeonato, Ricardo Sousa não prevê melhorias em Alvalade. "Acontecerá o que sucedeu com o Marco Silva. O Sporting não vai ser um clube estável. Vai andar lá por cima porque Jorge Jesus a nível táctico é dos melhores, mas não vai vencer porque vai precisar de um ano de adaptação. Os sócios terão de dar tempo ao tempo. A contratação de Jorge Jesus não chega para o Sporting voltar aos títulos", sublinha. Já sobre o ingresso de Rui Vitória no Benfica, o exjogador destaca os méritos dos últimos quatro anos do treinador. "O trabalho que fez em Guimarães é impressionante". Fim da carreira de jogador Depois de uma carreira de 20 anos iniciada nos escalões jovens da Sanjoanense, Ricardo Sousa, de 36 anos, decidiu pendurar as botas. "Foi uma decisão ponderada. As pernas já não aguentavam o que a cabeça queria. Poucos dias depois recebi um convite da Sanjoanense para o cargo de treinador principal. Não estava à espera de começar tão cedo a minha carreira de treinador", confessa. Na carreira como jogador não é difícil Ricardo Sousa eleger o melhor momento. "Vencer a Taça por um clube pequeno, marcando o golo da vitória e tendo o pai como treinador, é irrepetível no futebol. Vamos ficar para sempre na história do Beira Mar. O que falhou no FC Porto Depois dessa conquista em 1999, Ricardo Sousa voltou ao FC porto mas não conseguiu triunfar. "Na altura era o verdadeiro Porto. Havia Rui Barros e Deco. Era difícil impor-me. Hoje seria mais fácil. Actualmente um jovem dá três pontapés na bola, faz dois golos e é vendido por 3 ou 4 milhões com 17 anos. Na altura, com 19 anos fiz 14 ou 15 golos e diziam que era jovem para apostar", lamenta. Olhando para um percurso de duas décadas como futebolista, Ricardo Sousa reconhece que passou ao lado de uma grande carreira. "Se tudo tivesse ocorrido mais tarde teria sido diferente. A oportunidade no FC Porto nunca aconteceu. Augurava muito mais pela

minha carreira. Fui considerado duas vezes o melhor jogador do campeonato. E o que falhou foi a minha real oportunidade no FC Porto nunca ter acontecido", lastima. A mágoa de não ter trabalhado com Mourinho O fugaz contacto com Mourinho quando saiu do FC Porto em 2002 é outra desilusão do ex-jogador. "A minha maior mágoa foi não ter trabalhado com Mourinho. Conversamos quando saí do FC Porto, mas praticamente não trabalhei com ele", recorda. Entre todos os jogadores com quem trabalhou, Ricardo Sousa realça os dois nomes que mais admirou. "Zahovic no FC Porto era estonteante. O outro jogador que me marcou pela positiva foi o defesa esquerdo alemão Michael Tarnat", declara. Ricardo Sousa vai estrear-se na próxima temporadas como treinador na Sanjoanense, clube onde se formou. O antigo médio-ofensivo transferiu-se para os juniores do FC Porto e foi sucessivamente emprestado a BeiraMar, Santa Clara e Belenenses. Representou, ainda, Boavista, Hannover, De Graafschap, Kickers Offenbach, Leiria, Drava (Eslovénia), Oliveirense, S. João Ver e Gafanha.

"Um esforço modesto" para acolher até 60 mil refugiados Neste noticiário: União Europeia vai repartir entre si 60 mil refugiados; Martin Schulz avisa que "Grexit" pode contagiar Itália, Espanha e Portugal; António Costa quer que redução das contribuições para a Segurança Social seja obrigatória; greve no metro de Lisboa; muçulmanos em Portugal também cumprem o Ramadão. Por Marília Freitas

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