EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Segunda-feira, 08-06-2015 Edição às 08h30
Editor Raul Santos
“Socorro está mesmo em causa”, dizem trabalhadores do INEM Menos de 300 euros/mês são as “condições únicas” dadas aos médicos aposentados Vem aí o mau tempo de Verão
Papa diz que foi a Sarajevo para encorajar a reconciliação
Votos contados. Erdogan vai ter de negociar para ter maioria
Luxemburgo diz “não” ao voto dos imigrantes nas legislativas
Mais de cinco mil migrantes salvos durante o fim-desemana
Barbot garante trabalho para empregados afectados pelo incêndio de sábado
MANUEL PINTO
Dois desafios de um estudo da ERC
VIDEOJOGOS
Spectrum de volta. A máquina dos anos 80 que transforma som em jogos
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Papa diz que foi a Sarajevo para encorajar a reconciliação Após a oração do Angelus, este domingo, Francisco sublinhou que a reconciliação depois de um conflito é um processo cansativo e difícil, mas possível.
Vem aí o mau tempo de Verão As temperaturas são altas, mas vão começar a descer. A chuva pode ser forte e acompanhada de trovoada. Ao mesmo tempo, há 34 concelhos com risco muito elevado de incêndio.
Por Aura Miguel, em Roma
O Papa Francisco recordou esta manhã em Roma a sua viagem de um dia a Sarajevo, realizada no sábado. Aos presentes na Praça de São Pedro e a todos os que seguiam pela televisão, o Papa explicou as razões que o levaram a querer visitar a Bósnia. Francisco insiste que foi na qualidade de “peregrino da paz e da esperança”. “Sarajevo é uma cidade-símbolo. Durante séculos foi um lugar de convivência de povos e religiões, ao ponto de ser chamada ‘Jerusalém do Ocidente’. No passado recente tornou-se símbolo das destruições da guerra. Agora está em curso um belo processo de reconciliação e foi sobretudo por isso que lá fui: para encorajar esta caminhada de convivência pacífica entre as diversas populações; um caminho cansativo e difícil, mas possível! Estão a fazê-lo bem.” Durante a reflexão sobre o Evangelho do dia, o Papa recordou que em muitos países, como é o caso de Portugal, a Igreja assinala este domingo a solenidade do Corpo de Deus. “Que a festa do Corpo de Deus inspire e alimente sempre mais em cada um de nós o desejo e o empenho por uma sociedade acolhedora e solidária”, pediu. “Confiemos estes desejos ao coração da Virgem Maria, mulher eucarística. Que ela suscite em todos a alegria de participar na Santa Missa, sobretudo no dia de domingo e a coragem alegre de testemunhar a infinita caridade de Cristo”, concluiu Francisco.
Calor a diminuir, chuva e trovoada. É assim esta semana. Foto: DR
A previsão de chuva por vezes forte levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a colocar 12 distritos do continente e o grupo oriental dos Açores sob aviso amarelo esta segunda-feira. Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Vila Real, Bragança, Viseu, Leiria, Guarda, Coimbra, Castelo Branco e Santarém são os distritos abrangidos pelo aviso e onde a chuva pode vir acompanhada de trovoada. O aviso amarelo, o terceiro mais grave numa escala de quatro, termina às 21h00 no continente e às 16h00 no grupo oriental dos Açores (ilhas de São Miguel e Santa Maria). O aviso amarelo é emitido pelo IPMA quando há risco para determinadas actividades que dependem do estado do tempo. Esta segunda-feira, no continente, o céu vai apresentar-se muito nublado e vai haver condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes de granizo e acompanhados de trovoada, em especial durante a tarde. Está também previsto vento fraco, soprando moderado, de leste no Algarve até ao fim da manhã, e de noroeste na costa ocidental a sul do cabo Raso durante a tarde. Nas terras altas prevê-se vento moderado de nordeste até ao meio da manhã e para o fim do dia. A previsão aponta ainda para pequena descida da temperatura máxima na região sul e subida da mínima no litoral da região centro. Assim, as temperaturas vão oscilar, em Lisboa entre 21 e 33 graus, no Porto entre 17 e 29, em Vila Real e Viseu entre 19 e 32, em Bragança entre 16 e 32, na Guarda entre 18 e 30, em Castelo Branco entre 21 e 35, em Portalegre entre 24 e 36, em Coimbra entre 18 e 33, em Évora entre 16 e 35, em Beja entre 19 e 35 e em Faro entre 22 e 27. Semana fresca As temperaturas vão descer aos poucos ao longo da
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semana, devido a uma depressão que vai causar alguma instabilidade nos próximos dias. O céu nublado e os aguaceiros com trovoada e granizo vão manter-se na terça e quarta-feira, pelo que o IPMA avisa que o aviso amarelo poderá prolongar-se. A partir de quarta-feira, a tendência é para as condições de instabilidade diminuírem um pouco, mas a temperatura máxima vai descer “na ordem dos dois ou três graus por dia” até sexta-feira, segundo o meteorologista Ricardo Tavares. Risco de incêndio em 34 concelhos Trinta e quatro concelhos de doze distritos de Portugal continental apresentam risco muito elevado de incêndio esta segunda-feira. O distrito com mais concelhos debaixo de aviso é Santarém, com oito. Segue-se Viseu (sete) e Guarda (seis). Aveiro, Porto, Vila Real e Bragança têm dois concelhos onde o risco de incêndio é muito elevado e Faro, Évora, Beja, Castelo Branco e Viana do Castelo apenas um. O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, variando entre reduzido e máximo. O cálculo é feito com base nos valores observados às 13h00 de cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas. No domingo, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) registou 121 incêndios, que foram combatidos por 1.586 operacionais, com o apoio de 429 veículos.
Menos de 300 euros/mês são as “condições únicas” dadas aos médicos aposentados Porque o Estado precisa deles, o ministro da Saúde decidiu chamar os médicos já reformados ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). O objectivo é garantir médico de família a toda a população até ao fim da legislatura. Mas a proposta é vista como “uma afronta”.
"Afronta", "humilhação" e "ofensa". A reacção à proposta do Governo. Foto: DR Por André Rodrigues
O acréscimo na folha de vencimento dos médicos aposentados que optem por regressar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) é de menos de 300 euros por mês. Foi esta a última proposta do Ministério da Saúde. “Até é ofensiva. Não faz sentido propor a alguém que venha trabalhar a tempo inteiro para receber um terço do ordenado. Até porque as pessoas que se aposentaram precocemente tê-lo-ão feito com alguma revolta”, reage o presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira. “Por outro lado, muitos colegas que se aposentaram precocemente e foram altamente penalizados encontraram maneiras de compensar essa aposentação precoce com actividade clínica noutros locais que não o SNS”, acrescenta à Renascença. O Governo fixou o objectivo de contratar até 400 clínicos aposentados para garantir médico de família a toda a população até ao fim da legislatura. Nestas condições, diz Miguel Guimarães, presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Médicos, não é um objectivo realista. “É uma afronta o ministro precisar deles e vir oferecer um vencimento que nem sequer chega a ser um vencimento. É mais uma pequena compensação. E isto é humilhante. Daí eu não acreditar que o senhor ministro da Saúde vá ter êxito com esta medida”, afirma.
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“É uma afronta o ministro precisar deles e vir oferecer um vencimento que nem sequer chega a ser um vencimento. É mais uma pequena compensação. E isto é humilhante. Daí eu não acreditar que o senhor ministro da Saúde vá ter êxito com esta medida”, afirma. O diploma que estabelece as regras para a contratação de 400 médicos aposentados foi publicado em Diário da República há menos de um mês. Os profissionais alertam contudo que não é assim que se resolve o problema da falta de médicos no SNS. A ideia proposta original de ir buscar de volta médicos aposentados foi avançada em 2010, pela então ministra Ana Jorge: os clínicos regressavam ao trabalho por um máximo de três anos e ganhavam a totalidade do vencimento à data da aposentação, mantendo os descontos. A reforma ficava congelada, mas ao fim dos três anos os médicos recuperavam o valor que recebiam antes de se reformarem. Em Abril deste ano, o ministro Paulo Macedo retomou a ideia, com novas regras: os médicos aposentados mantêm o direito à pensão, mas recebem até um terço do ordenado base. Por exemplo, um médico que faça 40 horas semanais por 3.000 euros base só recebe 1.000 e sobre esses são descontados os impostos. Fica com pouco menos de 700 euros para acrescentar à reforma. Por outro lado, o novo diploma prevê a celebração de contratos de trabalho a tempo parcial e nestes casos a compensação não vai muito além dos 200 euros. Em Maio, Paulo Macedo garantia que “o Estado está a fazer um esforço adicional para dar uma melhor remuneração aos médicos, porque precisa” deles. E considerou que as condições por si propostas são “únicas”. “Não há mais nenhum português que seja convidado pelo Estado a ter estas condições de remuneração”, justificou aos jornalistas.
“Socorro está mesmo em causa”, dizem trabalhadores do INEM Os funcionários fazem vigília. Há 40% das ambulâncias paradas em Lisboa.
A comissão de trabalhadores do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não compreende como pode o INEM garantir que os cuidados médicos não vão ficar em causa com a greve dos técnicos que se recusam a fazer horas extraordinárias. Rui Gonçalves responde assim à letra ao INEM que, nesta altura, tem já paradas seis das 17 ambulâncias em Lisboa. “Se as ambulâncias de Lisboa são 17 e estão a trabalhar 40% em trabalho extraordinário e se o INEM admite que esses 40% não são importantes – que não põem o socorro em causa – então a minha pergunta é: por que é que elas estavam abertas em trabalho extraordinário?” O porta-voz da comissão de trabalhadores acrescenta: “Como é que há falta de recursos humanos e para colmatar essa falta de recursos humanos exige-se mais um sacrifício, que se tem pedido, de 40% em Lisboa? Se há esta necessidade é porque os meios fazem falta e são necessários ao socorro à população. Se não estão a trabalhar só há uma conclusão a tirar: o socorro está mesmo em causa”. A partir da meia-noite, os trabalhadores do INEM realizam uma vigília contra aquilo que consideram ser a degradação das suas condições de trabalho. A vigília terá lugar frente à sede do instituto em Lisboa.
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Mais de uma centena de interessados nas Pousadas da Juventude Governo decidiu conceder a rede a privados ou a autarquias e espera um encaixe mínimo de 2,8 milhões de euros. A Pousada de Lisboa é a mais cobiçada. Há mais de uma centena de interessados na concessão das Pousadas da Juventude, incluindo investidores internacionais. O prazo para apresentação de propostas termina esta segunda-feira à meia-noite. Em causa estão 14 das 40 pousadas em funcionamento. “É um bom indicador”, admite à Renascença o presidente da Movijovem, que gere a rede de pousadas. Ricardo Araújo ressalva que é preciso agora ver qual dos interessados apresenta uma proposta realista e se mostra “efectivamente capaz” de gerir uma pousada. O presidente da Movijovem garante que a missão das Pousadas da Juventude se mantém e que o caderno de encargos tem critérios apertados. Quanto a preços, é “a Movijovem [que] estabelece a tabela de preços máxima a praticar por estas Pousadas, mesmo sendo concessionadas”. O concurso é feito pousada a pousada e a de Lisboa é a mais cobiçada, devido aos resultados positivos que apresenta. A decisão de conceder a gestão das pousadas a privados ou autarquias foi tomada pelo Governo depois de ter desistido da liquidação da rede e apesar dos resultados positivos dos últimos três anos, à custa de muitos cortes na despesa e também do número de trabalhadores. Foi assim possível reduzir o passivo de 16 milhões de euros para um valor abaixo dos 10 milhões. A Movijovem espera, com a concessão, um encaixe mínimo de dois milhões e 800 mil euros e máximo de quatro milhões e 300 mil. Até ao final do ano, o Governo espera concessionar um total de 25 Pousadas da Juventude.
MANUEL PINTO
Dois desafios de um estudo da ERC É certo que os media ditos tradicionais, particularmente a TV, continuam a ser a principal fonte de informação sobre a actualidade. Contudo, as redes sociais emergem já, no estudo da ERC, como a principal fonte de informação dos portugueses utilizadores da internet, tendo ultrapassado os meios impressos.
Na voragem dos fluxos noticiosos, um acontecimento faz rapidamente esquecer o anterior. Daí que não se tenha prestado talvez a devida atenção, pelo menos do ponto de vista da análise e aprofundamento, a um estudo recente da ERC, Entidade Reguladora para a Comunicação Social, sobre a relação entre os públicos e os consumos de notícias. Do meu ponto de vista o dado que mais chama a atenção não é o facto de Portugal ter 33% de pessoas maiores de 15 anos que continuam a não ter acesso à internet, certamente situadas nos escalões etários mais elevados. Isso já o INE nos tem vindo a dizer (sem que tiremos daí as conclusões que seriam necessárias) . O que não sabíamos, por exemplo, é que, dos utilizadores da internet, 69% acompanham as notícias da imprensa através do Facebook. É certo que os media ditos tradicionais, particularmente a TV, continuam a ser a principal fonte de informação sobre a actualidade. Contudo, as redes sociais emergem já, no estudo da ERC, como a principal fonte de informação dos portugueses utilizadores da internet, tendo ultrapassado os meios impressos. O papel dos jornais e revistas, através dos seus sítios na web, tornou-se, porém, muito relevante: o seu peso como fonte de consulta de notícias é, na internet, muito superior ao peso que tem o suporte papel. Contudo, a percentagem de pessoas dispostas a pagar por essa informação é, em geral, irrisória, o que deixa as empresas do sector perante um dilema terrivel: percebem que têm de investir cada vez mais no online, mas não veem como pagar as contas no fim do mês. Enfim, nos limites desta crónica, deixo duas chaves de leitura da muita informação disponibilizada pelo estudo (anunciado como de periodicidade anual). Cruzando os dados publicados, podem detetar-se
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sinais de um fosso informativo entre os que têm dinheiro para pagar informação relevante mas de acesso fechado e os que têm de contentar-se com as migalhas noticiosas (que nem sempre primam pela relevância pública) que circulam pelas redes sociais. Por outro lado, este novo quadro emergente faz crescer a urgência de promover, na educação formal e fora dela, formas de literacia informativa e noticiosa que permitam acompanhar criticamente as mudanças em curso.
Passagem de Sócrates para domiciliária “tem lado bom e outro menos bom” para o PS
Portas diz que Portugal arrisca voltar à bancarrota com o PS Paulo Portas diz que, “para criar emprego, é preciso descer o IRC”, para atrair investimento e criar postos de trabalho, mas “o PS é contra”, e “dar estabilidade às leis laborais”, mas o “PS hesita”.
Comentador acrescenta que Sócrates "tem de optar entre a estratégia estritamente jurídica e a estratégia política. Paulo Portas questiona compromisso do PS para criar postos de trabalho. Foto: DR.
O comentador Marcelo Rebelo de Sousa considera que a eventual passagem de José Sócrates da medida de coacção prisão preventiva para obrigação de permanência na residência tem um "lado bom e outro menos bom" para o PS. No seu habitual espaço na TVI, Marcelo diz que, por um lado, "é bom para o PS" porque "na cabeça das pessoas" fica a ideia de que se José Sócrates está a passar de prisão preventiva para domiciliária "não há uma matéria de fundo tão grave quanto parecia haver". No entanto, por outro lado, a mudança na medida de coacção tem um lado "menos bom": "Estando em Lisboa as romagens deixam de ser em Évora" e isso pode transformar-se em "ruído político" para o secretário-geral António Costa. Em relação à própria estratégia do ex-primeiroministro, Marcelo acrescenta que Sócrates "tem de optar entre a estratégia estritamente jurídica e a estratégia política". O advogado de José Sócrates, João Araújo, já disse que o Ministério Público propõe a mudança de medida de coacção.
O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, diz que com o PS o país corre o risco de voltar à bancarrota e questiona a forma como os socialistas pretendem criar emprego. Em declarações feitas este domingo, nos Açores, Paulo Portas recorda que nos últimos quatro anos o Governo PSD/CDS “não só foi obrigado a tratar da bancarrota”, como conseguiu mudar “o ciclo económico” e hoje o país está a crescer acima da zona euro, tem as “exportações a bomba”" e o “investimento a disparar”, há cada vez maior criação de emprego e, sobretudo, “confiança” na economia. “Se assim é, por que é que eu hei de correr o risco de voltar atrás e de voltar ao problema com o Partido Socialista?”, questionou, durante uma intervenção no encerramento do IX Congresso Regional do CDSPP/Açores, na Madalena, ilha do Pico. O também vice-primeiro-ministro sublinhou que, em quatro anos, Portugal, governado pela coligação PSD/CDS-PP, acabou o programa da “troika” “no primeiro momento possível”, sem pedir “mais dinheiro” ou “mais tempo”, sem segundo resgate ou programa cautelar, alcançou um défice inferior a 3%, pelo que deixou de ter sanções europeias devido às contas públicas, e até vai antecipar a amortização do empréstimo concedido pelo FMI. “Antecipamos o pagamento do empréstimo ao FMI pela simples razão de que nós hoje conseguimos financiamento nos mercados a uma taxa de juro bem melhor do que aquela que os socialistas negociaram com o FMI. Há melhor maneira de aplicar o dinheiro, por exemplo, na saúde, na educação ou na segurança social”, afirmou.
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Paulo Portas referiu-se ainda a declarações de sábado do secretário-geral do PS, António Costa, sobre o emprego. “O líder do Partido Socialista dizia que fará tudo ou nada pela criação de emprego e eu subscrevo inteiramente. Vamos é perguntar como”, afirmou. Portas disse que, “para criar emprego, é preciso descer o IRC”, para atrair investimento e criar postos de trabalho, mas “o PS é contra”, e “dar estabilidade às leis laborais”, mas o “PS hesita”. “Nós sabemos para onde queremos ir. Para criar emprego, é preciso ter confiança no país, país de contas certas. Com o Partido Socialista, há sempre o risco das contas deixarem de ser certas. Eu acho que nós conseguiremos criar bastante mais postos de trabalho porque atraímos mais confiança, mais investimento e, portanto, mais criação de riqueza e de postos de trabalho”, acrescentou.
2015 vai ser um ano de crescimento, mas... Álvaro Santos diz que os anos de grande investimento na construção não voltam e Carvalho da Silva critica o Governo por ter desincentivado, durante anos, os portugueses a qualificarem-se. O economista Álvaro Santos Almeida acredita que o ano de 2015 vai ser dos melhores da última década. Segundo o economista, “2015 vai ser um dos melhores anos, senão o melhor, da última década em termos de crescimento”, mas isso ainda não é suficiente para afastar as nuvens em Portugal, ressalva. A afirmação foi feita no programa Conversas Cruzadas, da Renascença. O economista diz, no entanto que o investimento vai continuar a ser um problema porque “o investimento tem problemas: O primeiro é que tradicionalmente em Portugal 60% do investimento e na construção e isso não vai voltar, nem o crédito à habitação”. Ja Carvalho da Silva sublinha, no mesmo programa, os problemas de desertificação e do grande volume de emigração nos últimos anos como factores de impedimento ao crescimento. A qualificação e a uma solução para a Segurança Social são outras duas questões levantadas. Carvalho da Silva acusa ainda o governo de agora vir falar de qualificação, “quando nos últimos anos fez tudo para desincentivar os portugueses a qualificaremse”. Conversas Cruzadas é um programa da Renascença, que é transmitido aos domingos, depois do noticiário das 12h.
EUNICE LOURENÇO
Conspirações e coincidências José Sócrates vai estar ali ao virar de cada esquina da campanha e pode entrar em cada cabine de voto. Por Eunice Lourenço
Este sábado, no Coliseu, António Costa falou de Guterres, recordou os Estados Gerais e disse que tinha tudo valido a pena. Antes, Ferro Rodrigues tinha dito que o PS quer falar do futuro, mas não tem medo de falar do passado e, com isso, levantou o Coliseu em aplausos e gritos de "PS! PS!". E ao longo da noite de sexta e do dia de sábado as várias referências a Mariano Gago ou a medidas emblemáticas como o Simplex ou o programa Novas Oportunidades foram saudadas com palmas. Na Convenção do PS, José Sócrates já não foi o elefante na sala que tinha sido no congresso de Novembro, realizado uma semana depois da detenção do primeiro-ministro no aeroporto de Lisboa. Mas foi um fantasma, um fantasma que todos tentaram ignorar, mas que voltou a ganhar corpo e a ensombrar ainda mais o PS e a atropelar António Costa assim que a Convenção terminou. A Convenção, que deveria ter sido o momento alto do lançamento do programa eleitoral do PS ,acabou abafada pela notícia da proposta de revisão da medida de coacção de José Sócrates. Os noticiários da oito da noite não abriram com a convenção do PS, nem com a prioridade que Costa promete dar ao emprego, nem com a polémica sobre a descida das contribuições para a segurança social, nem com as muitas promessas de aumento do rendimento; abriram com a notícia: Sócrates pode ir para casa, o Ministério Público propõe a alteração da medida de coacção de prisão preventiva para prisão domiciliária. Se a culpa deste timing é do Ministério Público ou do próprio Sócrates, isso cada um pode, por agora, escolher a teoria da conspiração ou do acaso que mais lhe agradar. Pode ser muito injusto, mas por muito que António Costa se esforce, Sócrates vai estar ali ao virar de cada esquina da campanha e pode entrar em cada cabine de voto. É um fantasma, não conhece os limites do espaço, pode aparecer quando menos se espera, quando já não se espera. Sócrates em casa pode fragilizar o PS? Talvez, tal como Sócrates na prisão fragiliza o PS, tal como Sócrates ser acusado de algum dos crimes pelos quais está indiciado fragiliza e até como uma súbita ilibação de todas as suspeitas pode fragilizar. Não há forma de o PS não ser afectado pelo que se passa ou passará com José Sócrates. O ex-primeiroministro faz parte da herança, do passado, do presente e do futuro do PS. E mais vale lidar com essa realidade do que tentar ignorá-la. Por isso, para lá de qualquer teoria da conspiração, foi arriscar demasiado marcar uma convenção para três dias antes do fim do prazo da revisão da pena do antigo primeiro-ministro.
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É a vida, como diria o outro primeiro-ministro socialista que António Costa preferiu lembrar no Coliseu. Mas a vida é o que fazemos dela.
Governo quer Comissões de Protecção de Crianças mais profissionais Mota Soares explica o que vai mudar nos organismos que estão na linha de fogo sempre que é revelado mais um caso de um criança negligenciada ou abusada. Por Marina Pimentel
O Governo quer Comissões de Protecção de Crianças e Jovens mais profissionalizadas, com autonomia financeira e mais competências. A proposta de diploma do Conselho de Ministros foi aprovada na generalidade esta sexta-feira pela Assembleia da República. Nesta edição do “Em Nome da Lei” o ministro Mota Soares explica o que vai mudar nos organismos que estão na linha de fogo sempre que é revelado mais um caso de um criança negligenciada ou abusada. “Queremos passar a ter comissões mais profissionalizadas, é muito importante que o presidente de uma comissão o faça a tempo inteiro, de forma dedicada. As comissões têm de ser interdisciplinares, têm de ter técnicos de várias áreas e é por isso que não se justifica que todos esses técnicos estejam a tempo inteiro, mas é importante que o presidente esteja”, diz. “Mas também é importante que do ponto de vista da comissão nacional, que queremos que seja de promoção dos direitos dos jovens, e não só de protecção, passe a ter uma autonomia no seu financiamento, um orçamento próprio e passe a reforçar as suas competências.” As declarações foram feitas ao programa da Renascença “Em Nome da Lei”, que este sábado debate as alterações legislativas em matéria de protecção de crianças e jovens em risco e do regime da adopção. O Em Nome da Lei é transmitido aos sábados depois do noticiário das 12h.
Explosão em posto de electricidade faz um morto em Lisboa Não foram ainda avançadas causas para a explosão. Um homem entre os 40 e os 50 anos morreu, em
Lisboa, na sequência de uma explosão num posto de transformação subterrâneo de electricidade em Lisboa, disse à Lusa fonte dos sapadores bombeiros. Segundo a mesma fonte, o alerta foi dado aos Sapadores de Bombeiros às 22h05 minutos quando a explosão provocou um apagão na zona. O sinistro ocorreu na Avenida António Serpa, junto ao número 23, disse a mesma fonte. Não foram ainda avançadas causas para a explosão. No local estão elementos dos Sapadores Bombeiros de Lisboa, da Polícia de Segurança Pública, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e seis viaturas, referiu.
Rajada de 62 km/hora. Vento forte foi “fenómeno local e temporário” Fenómeno ocorreu em Lisboa e Tróia, durante a tarde de domingo. A instabilidade do tempo, com previsão de aguaceiros e trovoadas, está a provocar alguns “fenómenos locais e temporários” de vento com rajadas muito fortes. Alguns relatos chegaram ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera de situações registadas em Lisboa e Tróia. Isso mesmo confirmou à Renascença a meteorologista Cristina Simões. A contabilização total ainda não foi feita, mas registouse, pelo menos, uma rajada de 62 quilómetros/hora. Estes fenómenos podem voltar a acontecer, mas são sempre temporários e muito localizados.
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Barbot garante trabalho para empregados afectados pelo incêndio de sábado
Corpo de Deus. "Sois Cristo continuado, sois eucaristia viva para a vida do mundo"
O incêndio obriga a interromper a produção na fábrica de Laborim, em Vila Nova de Gaia.
Cardeal Patriarca de Lisboa presidiu à procissão do Corpo de Deus.
O incêndio obrigou a Barbot a distribuir os trabalhadores entre outas fábricas. Foto: Lusa
A administração da empresa Tintas Barbot disse este domingo que as produções da unidade de Laborim, em Vila Nova de Gaia, que, no sábado, foi parcialmente destruída por um incêndio vão ser distribuídas por outras unidades do grupo. Em comunicado, a empresa esclarece que “os trabalhadores desta unidade começam a laborar amanhã, segunda-feira, às 08h00, uma parte na unidade de produção principal de produção da Barbot, em Canelas, e outra parte permanece na área da fábrica que não foi afectada pelo fogo”. “A operação será assim retomada normalmente, sem afectar a produção”, sublinha a administração. Acrescenta que a unidade da Barbot de Laborim representa 6% da produção da Barbot Portugal e 3% da produção total do grupo. O alerta para um incêndio industrial numa das três unidades que a Tintas Barbot tem em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, foi dado às 16h20 de sábado. Às 18h05, o incêndio foi dado como dominado pelo comandante dos Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia, Salvador Almeida, e cerca das 20h00 dado como extinto.
O Cardeal Patriarca de Lisboa saudou os portugueses no final na procissão do Corpo de Deus. A procissão percorreu várias ruas da capital, este domingo, com partida e chegada ao largo da Sé. Foi justamente na bênção aos lisboetas que D. Manuel Clemente saudou os fiéis. “Quero saudar-vos, a vós, Corpo de Cristo, presente aqui nesta cidade de Lisboa, que sois os cristãos e as cristãs que vos tornais no diaa-dia das famílias, das empresas, das escolas e também muitos outros lugares, dos hospitais às prisões, às ruas, aos becos, onde for. Sois Cristo continuado, sois eucaristia viva para a vida do mundo”, disse. No calendário litúrgico da Igreja Católica, a festa do Corpo de Deus foi na quinta-feira, mas a solenidade passou a ser assinalada no domingo seguinte, desde que o dia deixou de ser feriado, em 2013. A suspensão tem um prazo: 2017. A origem da solenidade do Corpo de Deus é muito antiga, remontando ao século XIII. Trata-se de uma festa que pretende celebrar o sacramento da Eucaristia. O cónego Luís Carvalho, vigário coordenador da cidade de Lisboa, explica a Renascença que o significado do Dia do Corpo de Deus passa por "valorizar o sacramento da Eurcaristia". "A vida cristã é feita sobretudo desta consciência da presença de Jesus, como alguém que está vivo na nossa vida", sublinha. A festa do Corpo de Deus foi assinalada em todo o país, com as tradicionais procissões solenes em várias localidades. Foi o caso de Lisboa, onde é das manifestações públicas de fé mais antigas e participadas. E foram muitos os cristãos que voltaram a marcar presença. O dia começou com uma Eucaristia celebrada pelo Cardeal Patriarca, D. Manuel Clemente, na Sé de Lisboa. Seguiu-se a adoração do Santíssimo Sacramento e depois a Solene Procissão do Corpo de Deus que encheu várias ruas da baixa da cidade. Veja AQUI a fotogaleria da procissão de Lisboa.
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AURA MIGUEL
Como um bálsamo para as feridas Balanço da visita de Francisco a Sarajevo.
estes dois países. Quanto ao futuro (leia-se, próximas viagens europeias), logo se vê!”.
Mais de cinco mil migrantes salvos durante o fim-desemana A maioria dos imigrantes viajava da Líbia.
Por Aura Miguel
Mal saímos do avião papal, três helicópteros militares, com soldados atiradores debruçados de metralhadora apontada para a pista, sobrevoaram por cima de nós, em círculos de baixa altitude. Numa terra tão martirizada por uma guerra étnico-religiosa e com feridas ainda abertas desde a guerra nos anos 90, os cuidados reforçaram-se para assegurar a protecção de um visitante tão ilustre. De facto, no percurso do aeroporto até ao centro da cidade, vê-se um ou outro cemitério e alguns edifícios ainda guardam as marcas da guerra. Marcas físicas e não só. “Esperamos ter aprendido as lições do passado recente e que, à nossa frente, se abra um tempo novo de compreensão, reconciliação e colaboração”, disse o responsável sérvio em funções da presidência tripartida da Bósnia Herzegovina. Francisco condenou todo o tipo de “barbárie que usa as diferenças como pretexto para o ódio e a violência”. E ao falar de paz, fez votos para que “cada um, no seu contexto, construa, pratique a paz” e “respeite as diferenças”, para que “o conjunto das diferentes vozes formem um canto harmonioso e não gritos fanáticos de ódio”. Como um pai que vem dar apoio e consolar, Francisco não se limitou a falar; também teve tempo para ouvir. Ouviu as alegres canções de um coro misto de crianças cristãs e muçulmanas de Sbrenicza – um dos locais a poucos km de Sarajevo onde, há 20 anos, a violência dos massacres envolveu ortodoxos e muçulmanos. E comoveu-se com os testemunhos de dois sacerdotes e uma religiosa vítimas do horror da guerra. Presos, torturados e ameaçados de morte, entre 1992 e 1993, estes “mártires vivos” hoje tudo perdoaram. Um deles, pároco em Banja Luka, agradeceu ao Papa as suas palavras de paz e consolação, com lágrimas nos olhos: “Estou convencido de que a sua visita e a sua palavra são como um bálsamo para as feridas de muitos nesta terra. Obrigado por ter vindo despertar a semente da bondade no coração de muitos que praticaram o mal.” No regresso a Roma, em conversa com os jornalistas, Francisco esclareceu a sua preferência: “São tão europeus como os outros; tal como os albaneses. Não integram a União Europeia, mas são Europa, por isso, decidi começar as minhas visitas a este continente por
Embarcações da Guarda-costeira italiana e de várias nacionalidades resgataram 2.371 migrantes quando estes tentavam alcançar a Europa provenientes do norte de África, informou a Guarda Costeira em Roma. Com esta operação de salvamento ascendem a 5.851 as pessoas salvas durante o fim-de-semana, acrescentou a mesma fonte. As operações de salvamento incidiram sobre 15 embarcações - doze lanchas pneumáticas e três barcaças - que navegavam à distância de entre 45 a 50 milhas (entre 83 a 92 quilómetros) da costa da Líbia, referiram. Nas operações de salvamento deste domingo intervieram uma embarcação da marinha britânica, uma da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras e unidades do dispositivo Frontex da União Europeia, nomeadamente do Reino Unido, Suécia, Espanha e Itália. Às primeiras horas deste domingo, a Guarda Costeira tinha já anunciado o resgate de 3.480 imigrantes em 15 operações, em que participaram embarcações italianas e de outras nacionalidades. Neste caso, os imigrantes viajavam em nove barcaças e seis lanchas pneumáticas e a Guarda Costeira recebeu pedidos de auxílio através de um telefone satélite.
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Votos contados. Erdogan vai ter de negociar para ter maioria Doze anos depois, o AKP não tem maioria absoluta e falta saber se vai tentar entenderse com algum outro partido.
O partido islamita AKP perdeu a maioria absoluta no Parlamento, nove pontos e 71 deputados, quando estão contabilizados todos os votos das legislativas. De acordo com os dados apresentados pela televisão NTV, citada pela agência EFE, o partido AKP, do Presidente Recep Tayyip Erdogan obteve 40,8% dos votos, enquanto os sociais-democratas CHP ficaram com 25,1%, os nacionalistas MHP 16,4% e o partido prócurdo HDP com 12,9%. Com estes dados, significa que no Parlamento de Ancara o AKP fica com 255 assentos parlamentares (elegeu 326 em 2011), o CHP com 133 (135 em 2011), o MHP com 82 (53 em 2011) e o HDP com 80 (36 deputados independentes em 2011). O partido de Recep Tayyip Erdogan e do primeiroministro Ahmet Davutoglu, apesar de ter ganho as eleições, não vai conseguir governar sozinho ao fim de 12 anos de maioria absoluta. A participação nestas eleições, consideradas como determinantes para o futuro democrático deste país euro-asiático, foi de 86% entre os 54 milhões de turcos com direito a voto.
Luxemburgo diz “não” ao voto dos imigrantes nas legislativas O primeiro-ministro luxemburguês reconheceu a derrota do Governo no referendo deste domingo.
O "não" ao direito de voto dos imigrantes nas legislativas venceu de forma esmagadora o referendo que se realizou este domingo, no Luxemburgo, com 78% dos votos. A questão contemplava apenas o direito de votar e não de ser eleito, mas houve partidários do "não" que temiam a formação de partidos de estrangeiros e mesmo a eleição de um primeiro-ministro português. Alguns partidários do "não" também receavam que o alargamento do direito de voto aos estrangeiros levasse a que "se passasse a falar português nas escolas", uma das objecções invocadas durante um debate com o primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel. O "não" venceu nas três questões sobre as quais os luxemburgueses foram chamados a pronunciar-se, com 78,2% no caso do voto dos estrangeiros, 69,9% para a proposta de limitação de mandatos ministeriais e 80,8% contra a abertura das eleições aos maiores de 16 anos. O primeiro-ministro luxemburguês reconheceu a derrota do Governo nas três questões. "A mensagem é clara e foi bem percebida", disse Xavier Bettel numa breve alocução, prometendo que o Executivo vai respeitar os resultados.
Atenas pressionada a fazer reformas Encontro de Obama e Merkel à margem do G7 voltou a ter a Grécia como tema principal.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã Angela Merkel concordam que a Grécia deve fazer reformas. Os dois líderes reuniram-se à margem da cimeira do G7, que está a decorrer na Alemanha. Obama e Merkel pedem reformas para que a Grécia possa regressar ao crescimento sustentável de longo prazo. Isto numa altura em que está em contagem decrescente o processo para encontrar uma solução que evite a bancarrota do Governo grego. Barack Obama e Angela Merkel também sublinharam as boas relações entre os Estados Unidos e a Alemanha. Na conferência de imprensa conjunta, Obama falou dos temas em foco na cimeira do G7. “Durante os próximos dois dias, em Scholss Elmau, vamos falar sobre o nosso futuro em comum. Uma economia
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global que crie empregos e oportunidades, manter uma União Europeia forte e próspera, criar parcerias comerciais do outro lado do Atlântico, fazer frente à agressão da Rússia na Ucrânia, combater ameaças de extremismo violento às alterações climáticas”, disse. Antes do encontro, também falou o presidente da Comissão Europeia. Sobre a Grécia diz que está a perder a paciência. Jean-Claude Juncker criticou o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras que considerou absurdas as propostas em cima da mesa dos credores. Na quarta-feira, em Bruxelas, devem ser retomadas as negociações para evitar a bancarrota na Grécia.
Deutsche Bank desde 2013. Na reunião anual do Deutsche Bank no mês passado, os dois gestores enfrentaram a ira dos accionistas sobre a série de escândalos e a baixa rendibilidade do banco, sendo que a instituição financeira, até agora, não conseguiu cumprir as metas de lucro para este ano. O Deutsche Bank, que emprega mais de 98 mil pessoas e tem um produto bancário de cerca de 32 mil milhões euros, está dividido entre as suas ambições na banca de investimento e a sua já histórica rede doméstica de banca de retalho.
Presidentes do Deutsche Bank demitem-se
VIDEOJOGOS
Banco recebeu uma multa recorde de 2,2 mil milhões de euros pelo seu envolvimento no escândalo de manipulação de taxas de juros. O Deutsche Bank anunciou a renúncia de um dos seus presidentes executivos, Anshu Jain, numa altura em que o banco enfrenta uma onda de escândalos, sem conseguir cumprir as metas de lucro para este ano. Anshu Jain vai renunciar no final de Junho, enquanto Juergen Fitschen, o outro presidente, pretende ficar no cargo até depois da reunião anual de accionistas do Deutsche Bank, marcada para maio de 2016. Os dois presidentes executivos estão no cargo desde 2012 e os seus mandatos terminam em Março de 2017, referiu o banco alemão em comunicado. O Deutsche Bank disse que nomeou um membro do conselho fiscal, John Cryan, de 54 anos, para assumir em Julho o cargo de Anshu Jain para, mais tarde, se tornar o único presidente executivo após a saída de Juergen Fitschen. O maior banco da Alemanha está atolado em cerca de 6.000 diferentes casos de litígio e recebeu uma multa recorde de 2,2 mil milhões de euros pelo seu envolvimento no escândalo de manipulação de taxas de juros. Em meados de Maio, o banco confirmou que tinha aberto uma investigação interna na sua divisão de investimento na Rússia, devido a acusações saídas na imprensa alemã que falavam de uma possível lavagem de dinheiro. A Bloomberg relatou o caso que envolveu cerca de seis mil milhões de dólares (cerca de 5,3 mil milhões de euros), em transacções ao longo de quatro anos. No seu comunicado, o Deutsche Bank não disse por que Anshu Jain, de 52 anos, e Juergen Fitschen, de 66 anos, se demitiram, mas, por outro lado, elogiou os dois gestores. "A decisão de se demitirem demonstra de forma impressionante a sua atitude de colocar os interesses do banco à frente da sua própria carreira", disse o comunicado. John Cryan, o novo homem forte do banco alemão, foi anteriormente director financeiro do banco suíço UBS, entre 2008 e 2011, e está no conselho fiscal do
Spectrum de volta. A máquina dos anos 80 que transforma som em jogos sabe o que é um ZX Spectrum? O pioneiro dos computadores pessoais dos anos 80 está de volta, numa versão adaptada aos dias de hoje - um comando que se liga à televisão e permite jogar os mesmo jogos de há 30 anos. A nova consola nasceu num projecto de angariação de fundos pela internet e as primeiras 1000 unidades esgotaram em menos de dois dias. Veja a reportagem no site da Renascença.
Netflix chega a Portugal em Outubro Presente em mais de 50 países, este serviço conta com mais de 62 milhões de utilizadores e oferece mais de 100 milhões de horas de programas de TV e filmes por dia. A Netflix, serviço de televisão através da Internet, chega a Portugal em Outubro, prometendo uma grande variedade de séries e filmes a um preço “muito acessível”, anunciou este sábado a empresa norteamericana. Em comunicado, a Netflix informou que, por um preço base, que ainda não está definido para o mercado português, os assinantes podem assistir sempre que quiserem, a qualquer hora, em qualquer lugar e em quase todos os ecrãs ligados à Internet a uma grande variedade de programas de entretenimento, sobretudo séries e filmes. Presente em mais de 50 países, este serviço de televisão através da Internet conta com mais de 62 milhões de utilizadores, e oferece mais de 100 milhões de horas de programas de TV e filmes por dia, incluindo séries originais, documentários e longasmetragens, adianta a empresa sediada em
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Silicon Valley. Os utilizadores podem assinar um mês de teste gratuito e cancelar o serviço em qualquer momento, refere. A Netflix estará disponível em televisões inteligentes, tablets, smartphones, computadores, descodificadores e numa gama de consolas de jogos.
Descobertas múmias com mais de 2500 anos Escavações foram feitas no Egipto. Uma equipa de arqueólogos egípcios descobriu seis sepulturas, com múmias datadas de há mais de 2.500 anos, na localidade meridional de Assuão, informou o ministro egípcio de Antiguidades, Mamdouh al Damati. As sepulturas foram encontradas em escavações realizadas nos arredores do mausoléu de Agha Khan III - líder espiritual dos muçulmanos ismaelitas -, na ribeira oeste do rio Nilo, na cidade de Assuão, explicou o ministro num comunicado. Os sepulcros datam da XXVI dinastia (654-525 a.C.), pertencente ao Período Tardio (724-343 a.C.). As múmias encontravam-se dentro de sarcófagos de pedra e madeira, junto ao quais estavam as estátuas de barro, que representam os quatro filhos do deus Hórus, e um conjunto de amuletos e estatuetas de madeira dessa divindade, representada como um falcão. Al Damati salientou a importância da descoberta porque, como observou, é a primeira vez que se encontram tumbas do Período Tardio nesta zona, que tem túmulos que datam dos Impérios Antigos, Médio e Novo. O director-geral de Antiguidades da cidade egípcia, Nasr Salama, disse, numa nota, que a maioria desses túmulos começa com uma escadaria que conduz à entrada principal da sepultura, cujo interior está dividido em três ou quatro câmaras sem inscrições. Indicou ainda que o tipo de escavação das sepulturas é diferente do que é usado nas outras descobertas na mesma área, que eram escavadas na rocha da montanha, já que estas seis foram encontradas no cume da meseta montanhosa.
Conhecer a história para perceber o défice de glória do Sporting Bruno de Carvalho criticou duramente os seus antecessores na direcção do Sporting Clube de Portugal, este sábado, num discurso proferido em Alenquer.
Bruno de Carvalho quer que a glória regresse a Alvalade
Bruno de Carvalho anunciou este domingo um novo ciclo para levar o Sporting à glória do passado. Num discurso em Alenquer, esta tarde, o presidente do Sporting reafirmou o momento de viragem, sem nunca referir quer Marco Silva, quer Jorge Jesus. “Na passada sexta-feira anunciei o início de um novo ciclo no Sporting Clube de Portugal, um ciclo que se deseja de ambição e de glória”, afirma Bruno de Carvalho. “Para se iniciar um novo ciclo é preciso entender o passado, perceber porque é que um clube com a nossa grandeza chegou a um presente com um défice de glória pouco condizente com um clube que se quer afirmar como sendo tão grande como os melhores da Europa.” “As verdades têm de ser ditas, e a sua compreensão permite-nos preparar o futuro, não cometendo os mesmos erros”, considerou. Durante o seu discurso Bruno de Carvalho lançou várias acusações aos anteriores dirigentes, descrevendo-os como elitistas que transforaram o Sporting num clube perdedor.
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REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Bruno, sempre Bruno
Maré cheia continua
Manchetes iguais nos jornais Record e O Jogo, edição Sul. "Bruno arrasa notáveis" é o título escolhido pelos dois diários. Na edição Norte, o FC Porto em destaque. "Carrillo e Jiménez na agenda", diz o jornal. Trata-se de um argentino, do Estudiantes, e de um mexicano sem espaço no Atlético de Madrid. Sobre o Benfica, o título do Record é "Alerta na Luz". De acordo com o diário da Cofina, há receios "pelos segredos que Jesus leva para o rival". Ficada no Benfica está a primeira página de A Bola. "Semana de vitória" é o título que mostra o treinador do Vitória de Guimarães como sucessor de Jesus. Ainda em A Bola, entrevista a Artur Moraes. O guardaredes confessa que ainda sonha com o golo de Kelvin "todas as noites".
Depois de ter justificado publicamente o despedimento de Marco Silva através de um comunicado bastante inócuo, o presidente do Sporting reagiu aos críticos em termos pouco encomiásticos e contundentes, deixando bem claro quem é o presidente do Clube. Jorge Jesus, esse, está de férias, descansado.
Por Ribeiro Cristóvão
A discussão à volta da mudança de treinadores nos dois principais clubes de Lisboa continua a dar indícios de que tudo está muito longe de chegar ao fim. A cada momento surgem dados novos para sustentar as polémicas vindas da semana anterior, são muitos os desmentidos, do mesmo modo que há também algumas confirmações. Depois de ter vindo a público para, primeiro tentar justificar o despedimento de Marco Silva através de um comunicado bastante inócuo, o presidente do Sporting foi depois muito claro quando, em apenas dois minutos, tornou público aquilo que já se sabia, isto é, a contratação de Jorge Jesus por um período de três anos. Os números expressos nesse contrato, que Marques Mendes na televisão considerou “pornográficos”, continuaram a ser objecto de críticas muito aciduladas. Mas foi o despedimento de Marco Silva que fez subir o tom dessas críticas, com várias figuras afectas ao clube do leão a manifestarem-se contrárias à forma como esse desenlace se processou, culpando directamente Bruno de Carvalho por uma iniciativa considerada imoral. O presidente do Sporting reagiu de imediato e ontem mesmo aproveitou uma visita a Alenquer para se dirigir em termos pouco encomiásticos a antigos dirigentes, políticos e até a um Capitão de Abril. E fê-lo em termos contundentes, deixando bem à vista a ideia de que não vai deixar apenas para Jorge Jesus o protagonismo à frente do Clube. Jorge Jesus, de férias nos Estados Unidos enquanto não deita mãos ao trabalho está, no entanto, suficientemente tranquilo e confortável. É que o seu advogado, quando abandonou Alvalade, depois de ter confirmado o contrato entre o treinador e o Clube, era portador, além de dois cheques bem nutridos, de 36
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garantias bancárias condizentes com os 36 meses a que corresponde a sua ligação à nova entidade patronal. Sabendo certamente daquilo que havia sucedido a Marco Silva, ou seja o despedimento por justa causa, Jorge Jesus quis prevenir-se antes de ter de (eventualmente) remediar. Daqui se conclui que o presidente do Sporting aceitou todas as exigências que o seu novo treinador decidiu colocar em cima da mesa. MUNDIAL SUB-20
Portugal defronta Nova Zelândia nos oitavos A selecção conta só com vitórias na fase de grupos, mas a partir de agora é proibido falhar. A selecção nacional de sub-20 vai defrontar a Nova Zelândia nos oitavos de final, no campeonato do mundo da categoria que está a decorrer precisamente na Nova Zelândia. Portugal apurou-se para a fase seguinte no primeiro lugar do seu grupo, só com vitórias. O jogo dos oitavos de final está marcado para a próxima quinta-feira, às 8h30, hora de Portugal continental.
equipa principal. O Europeu sub-21 decorre de 17 a 30 de Junho na República Checa. Lista de convocados: Guarda-redes: Bruno Varela (Benfica), Daniel Fernandes (VFL Osnabruck) e José Sá (Marítimo) Defesas: João Cancelo (Valencia), Ricardo Esgaio (Académica), Frederico Venâncio (V. Setúbal), Paulo Oliveira (Sporting), Tobias Figueiredo (Sporting), Tiago Ilori (Bordéus), Raphael Guerreiro (Lorient) Médios: Rúben Neves (FC Porto), William Carvalho (Sporting), Tozé (Estoril), Sérgio Oliveira (P. Ferreira), Bernardo Silva (Monaco), João Mário (Sporting), Rafa (Sp. Braga), Iuri Medeiros (Arouca), Ricardo Pereira (FC Porto) e Ricardo Horta (Málaga) Avançados: Carlos Mané (Sporting), Gonçalo Paciência (FC Porto), Ivan Cavaleiro (Deportivo)
Dirigente da FIFA admite mudar mundiais de 2018 e 2022 Ainda não há provas de irregularidades, mas os casos estão a ser analisados.
Bruno Fernandes e Rúben Pinto fora do Euro Sub21 O Europeu sub-21 decorre de 17 a 30 de Junho na República Checa.
Os jogadores Bruno Fernandes e Rúben Pinto vão ficar fora do Euro 2015 de Esperanças. A lista final foi divulgada este domingo pela Federação Portuguesa de Futebol. Entre os 23 convocados de Rui Jorge para a selecção de sub-21 destaque para as presenças de William Carvalho e Bernardo Silva, que estão também convocados para a
Os escândalos na FIFA e a demissão do presidente Joseph Blatter podem ameaçar a realização dos Mundiais de futebol da Rússia e do Qatar em 2018 e 2022. Em causa está a possibilidade de existirem provas de que os dois países conquistaram a organização do Mundial de forma corrupta. A hipótese é admitida por Domenico Scala, presidente da comissão da auditoria da FIFA, em entrevista a um jornal alemão. No entanto, Scala esclarece que essas provas ainda não foram entregues. Joseph Blatter apresentou a demissão da presidência da FIFA, esta terça-feira, apenas quatro dias depois de ter sido reeleito para o quinto mandato consecutivo à frente dos destinos do organismo que lidera o futebol mundial. A renúncia foi apresentada numa conferência de imprensa, na sede da FIFA, em Zurique, na Suíça e surge na sequência do escândalo de corrupção que assolou a entidade, na semana passada.
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A renúncia foi apresentada numa conferência de imprensa, na sede da FIFA, em Zurique, na Suíça e surge na sequência do escândalo de corrupção que assolou a entidade, na semana passada. Sepp Blatter anunciou a realização de um congresso electivo extraordinário, a ter lugar entre Dezembro deste ano e Março de 2016 e que permitirá encontrar o seu sucessor na liderança da FIFA.
Wawrinka vence Roland Garros Suíço impede Djokovic de conquistar o Grand Slam.
Hamilton continua a somar triunfos na Fórmula 1 Pilotos da Mercedes fazem mais uma dobradinha, desta vez no Canadá.
O piloto britânico Lewis Hamilton (Mercedes) venceu o Grande Prémio do Canadá, sétima prova do Mundial de Fórmula 1, e aumentou a vantagem na liderança do campeonato. O campeão do mundo gastou 1:31.53,145 horas para cumprir as 70 voltas ao circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, menos 2,2 segundos do que o alemão Nico Rosberg (Mercedes) e 40,6 do que o finlandês Valtteri Bottas (Williams-Mercedes). Com o quarto triunfo esta temporada, Hamilton passou a somar 151 pontos, mais 17 do que Rosberg e 43 do que o alemão Sebastian Vettel (Ferrari), que este domingo foi quinto.
O tenista suíço Stanislas Wawrinka conquistou pela primeira vez o torneio de Roland Garros ao vencer na final o sérvio Novak Djokovic, número um mundial. Depois de ter vencido o Open da Austrália em 2014, Wawrinka ganhou pela segunda vez um 'major', batendo Djokovic, por 4-6, 6-4, 6-3, 6-4, ao fim de três horas e 12 minutos. Novak Djokovic procurava tornar-se no oitavo tenista a completar o 'Grand Slam' de carreira, mas continua a não conseguir juntar Roland Garros aos títulos em Open da Austrália, Wimbledon e Open dos Estados Unidos.
Mais de 54 quilómetros numa hora. Há novo recorde no ciclismo Bradley Wiggins é o homem mais rápido em cima de uma bicicleta.
O britânico Bradley Wiggins é o novo recordista da hora de ciclismo. O ciclista da Sky fez 54.526 quilómetros em 60 minutos. No velódromo de Londres, Wiggins bateu o anterior
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recorde que pertencia a Alex Dowsett que, no mês passado, tinha feito 52.937 quilómetros. Aos 35 anos, o ex-vencedor do Tour de França alcançou mais um marco importante na carreira, mas ficou longe do objectivo (55 quilómetros).
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