EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Terça-feira, 14-07-2015 Edição às 08h30
Editor Carla Caixinha
"Vieram a Portugal aos saldos e Passos Coelho foi o caseiro" Banco de Portugal rejeita solução para lesados do BES
Professores alertam: Correcção do exame de português mostra falhas graves Inquérito conclui que "não existe qualquer lista VIP" na ASAE Tsipras não Passos quer a acredita no acordo maioria absoluta. que assinou "PS aprendeu pouco com erros do passado" Em 2030, as peças Lego poderão ser feitas de milho
Crise aumentou número de bebés nascidos com baixo peso
Bispos Seixal aberto aos portugueses curiosos esta recebidos pelo Papa em Setembro quarta-feira BENFICA
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Terça-feira, 14-07-2015
"Vieram a Portugal aos saldos e Passos Coelho foi o caseiro" Candidato presidencial Paulo Morais convida Tsipras a ver as consequências da austeridade em Portugal e promete estratégia global de combate à corrupção a começar pelo Parlamento.
O candidato presidencial Paulo Morais critica as privatizações a “preço de saldo” dos últimos anos e convida o primeiro-ministro grego a visitar Portugal para ver os resultados "trágicos" do programa da troika. “Acho que o primeiro-ministro grego devia vir a Portugal ver as consequências negativas do plano de austeridade que foi aplicado cá e que agora querem replicar na Grécia, afirma Paulo Morais em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença. Para o antigo vice-presidente e vereador da Câmara do Porto, “os últimos dez anos foram trágicos sob o ponto de vista económico para o tecido produtivo português e para a economia dos próximos 50 anos”. Primeiro, argumenta, “as parcerias público-privadas de José Sócrates e mais um conjunto de negócios levaram o país à bancarrota”. Aproveitando esse situação, acusa, “um conjunto de grupos económicos, essencialmente europeus, vieram a Portugal aos saldos e Passos Coelho foi o caseiro que vendeu a retalho o pouco que restava no Estado português”. Mas o actual Governo tinha alternativa? Paulo Morais responde “claro que sim”, porque foi “muito além” do que a troika pedia para as metas das privatizações. Na sua opinião, “Passos Coelho e os seus amigos criaram em Portugal uma nova estrutura de poder económico à custa das privatizações, sem qualquer sentido estratégico” e dá o exemplo dos CTT. Paulo Morais apresenta-se como um candidato “contra-regime”, define-se como um “socialdemocrata moderno” e o combate à corrupção é uma das suas principais bandeiras. “Combate à corrupção tem de começar no Parlamento” Se for eleito Presidente da República nas eleições de Janeiro do próximo ano, promete que o seu primeiro acto será convocar o Parlamento para “definir uma estratégia global de combate à corrupção”, que passa por redefinir o regime de incompatibilidades dos
deputados. “Essa estratégia tem de começar no próprio Parlamento. Não podemos permitir mais que várias dezenas deputados sejam, simultaneamente, administradores, directores ou consultores de empresas que têm grandes negócios com o Estado”, defende o vice-presidente da associação Transparência e integridade, com mandato suspenso. Presidentes “manietados” por partidos e poder económico Nesta entrevista à Renascença, Paulo Morais considera que Cavaco Silva e os outros presidentes não cumpriram a Constituição, porque estavam manietados pelos partidos e interesses que os colocaram no lugar. “Este Presidente, e eventualmente os anteriores, permite que um conjunto de princípios de valores constitucionais seja violado porque os presidentes, por via dos apoios partidários e dos financiamentos das suas campanhas, quando chegam à Presidência estão muito manietados. É difícil um Presidente de um partido, com campanha financiada por um fundo de investimento imobiliário, depois enfrentar esses interesses”, atira o candidato a Belém. Paulo Morais diz que, para ser completamente independente, não tem nem quer o apoio de qualquer partido. Garante que vai fazer uma “campanha low cost”, sem “outdoors, caravanas e jotas” atrás de si pelo país. Tenciona gastar cerca de 200 mil euros, que espera recuperar através da subvenção dos votos que conseguir.
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Professores alertam: Correcção do exame de português mostra falhas graves Os alunos que se sujeitaram ao exame têm até esta quarta-feira para requerer a consulta da prova para efeitos de reapreciação da nota.
efeitos de reapreciação da nota.
Passos quer a maioria absoluta. "PS aprendeu pouco com erros do passado" Programa eleitoral socialista tem medidas "arriscadas" e "irrealistas" do ponto de vista económico, afirma primeiro-ministro. Corte de 600 milhões nas pensões depende das negociações com o PS.
Foto: DR Por João Cunha
Houve falhas graves na correcção do exame de português do 12º ano, de acordo com a recém-formada Associação Nacional de Professores de Português (ANPP). A associação garante que o processo de classificação das provas não salvaguarda, com rigor, a equidade entre alunos, porque nem todos os professores classificadores tiveram acesso à mesma informação. Ao jornal “Público”, a ANPP diz ter recebido relatos de dúvidas que os docentes classificadores tiveram durante o processo de classificação dos exames, bem como as dificuldades em obter esclarecimentos sobre essas dúvidas. A situação potencia alguma desigualdade na classificação dos alunos que vão aceder aos mesmos cursos com notas deste exame. Esclarece ainda a associação que para muitos dos docentes, a classificação nos exames foi a primeira experiência enquanto professores-classificadores, e que não tiveram qualquer reunião de preparação. Daí a dificuldade em aplicar os critérios de classificação da prova. O Instituto de Avaliação Educativa, responsável pela bolsa de professores classificadores, não exclui alguns problemas, mas garante que se tal aconteceu, não foi com os seus classificadores, que receberam atempadamente informação sobre os critérios de classificação. À bolsa de professores classificadores, com mais de seis mil docentes, foram acrescentados este ano mais seis mil professores que não terão recebido formação específica para aplicar os referidos critérios, diz o “Público”. Os alunos que se sujeitaram ao exame de português têm até hoje para requerer a consulta da prova para
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa Por Ricardo Vieira
Portugal precisa de estabilidade política e de um Governo com maioria absoluta nos próximos anos, afirma o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho em entrevista à SIC. A poucos meses das legislativas, Passos Coelho diz ter procurado “criar condições para ter uma solução credível do ponto de vista eleitoral” e defende que “é preferível que haja um vencedor inequívoco nas próximas eleições”. Mas não revela se vai apresentar a demissão do PSD em caso de derrota. “Garantimos a estabilidade política nos últimos anos. num país onde nunca um governo de coligação tinha cumprido o mandato. Oferecemos, entre PSD e CDS, a possibilidade de ter uma maioria estável. O PS pelo contrário não tem hoje nenhuma perspectiva de coligação à esquerda e recusa uma coligação à direita." Para o líder do PSD, “o Partido Socialista aprendeu muito pouco com os erros do passado” e apresentou um programa eleitoral com medidas "arriscadas" e "irrealistas" do ponto de vista económico, porque baseia a recuperação no consumo e no crescimento da procura interna. Em 2009, no governo de José Sócrates, a “estratégia foi essa”, “mas foi sol de pouca dura” e depois o país teve que implementar medidas de austeridade, argumenta Passos Coelho. “Não podemos ser imprudentes”, adverte. Passos Coelho garante que “não há nenhuma divisão entre PSD e CDS” em relação ao programa eleitoral que, no essencial, vai reflectir o Programa de Estabilidade
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apresentado em Bruxelas. "Queremos uma recuperação da economia liderada pelas exportações, e não à custa do nosso mercado interno. Criação de emprego, sobretudo aumento do investimento e não de mais consumo. Vamos remover gradualmente as medidas de austeridade", salientou. Programa da troika “não era cumprível”. “As contas estavam mal feitas” Acusado de mentir pela oposição durante o recente debate do Estado da Nação e pelos resultados de uma sondagem, Passos Coelho tentou explicar porque foi obrigado a deixar cair promessas eleitorais. O primeiro-ministro afirma que o programa original da troika, de 2011, “não era cumprível”, porque “as contas estavam mal feitas”. E acrescenta: “E não fui eu que as fiz”, referindo-se às metas para o défice orçamental que eram mais exigentes em relação às previsões da altura. O líder social-democrata diz que havia duas alternativas: Ou pedia um segundo programa de resgate e “hoje estaríamos como a Grécia” ou ia dar “tudo por tudo, independentemente do que disse na campanha”, para alterar as condições do programa. “Se não o tivéssemos feito, a troika ainda cá estava e estaríamos como a Grécia”, acredita. Cortes nas pensões? Depende das negociações com o PS Nesta entrevista à SIC, Passos Coelho reiterou que a sustentabilidade da Segurança Social e a decisão sobre novos cortes em pensões e reformas dependerá de um diálogo com o PS. “Não estamos à espera disso e os 600 milhões que identificámos no Programa de Estabilidade não têm que ver, necessariamente, com cortes de pensões. Isso depende daquilo que for a negociação que nós queremos ter com o PS nessa matéria.” Em relação à devolução da sobretaxa de IRS, reafirma que o Governo vai “remover” a sobretaxa de IRS e os cortes salariais da Função Pública nos próximos quatro anos, bem como continuar a política de baixar o IRS das empresas para atrair investimento e criar emprego. "Posição da Alemanha não era de ameaça à Grécia" Passos Coelho admite que a saída da Grécia da zona euro teria “consequências pouco previsíveis” e espera “sinceramente” que esse cenário já esteja afastado com o acordo alcançado na segunda-feira de madrugada, em Bruxelas. As negociações para o terceiro resgate foram muito difíceis e chegou a estar em cima da mesa a possibilidade de um “Grexit” temporário, por sugestão da Alemanha. O primeiro-ministro esteve na cimeira da zona euro e considera que “a posição da Alemanha não era de ameaça à Grécia”. “Era uma questão de discutir todas as possibilidades com o Governo grego, que poderia ter interesse em sair do euro temporariamente para aplicar outras políticas”, argumenta. Questionado se vai continuar a tentar "colar" o PS ao Syriza - o partido que lidera a coligação de Governo na Grécia -, Passos Coelho nega que seja essa a estratégia, mas admite que os socialistas portugueses "têm vindo a mudar muitas vezes de opinião sobre o que se tem passado na Grécia" e não têm "uma posição linear". A concluir a entrevista, o primeiro-ministro disse que
não vai "confundir discurso político" e só falará das eleições presidenciais depois das legislativas. "Não iremos fazer nenhuma escolha até lá", rematou. PRESIDENCIAIS
"Sempre que um socialista está feliz, nós estamos todos mais felizes" Líder do PS, parco em comentários a sondagem que dá 25% a Maria de Belém, afirma que "portugueses gostaram sempre dos Presidentes apoiados pelo PS".
Foto: Joana Bourgard/RR
“Sempre que um socialista está feliz, nós estamos todos mais felizes”, disse o líder do partido, António Costa, sobre um estudo de opinião que atribuiu 25% das preferências a Maria de Belém Roseira para uma candidatura presidencial à esquerda. A antiga ministra da Saúde e ex-presidente do Partido Socialista será a primeira suplente da lista de candidatos a deputados por Lisboa. A escolha foi da própria, disse esta terça-feira aos jornalistas o líder do PS que evitou comentar o estudo de opinião que atribui à deputada socialista 25% de preferências para uma candidatura presidencial à esquerda, dizendo apenas que “sempre que um socialista está feliz, nós estamos todos mais felizes”. António Costa prosseguiu dizendo que “há sempre muitas teorias sobre as eleições presidenciais, os ovos no cesto, isto e aquilo, mas só há um dado certo: sempre que foi eleito um Presidente apoiado pelo PS, os portugueses gostaram sempre desse Presidente, deixaram sempre mandatos que nos deixaram orgulhosos”. Em declarações à Renascença, na segunda-feira, Maria de Belém Roseira disse que os resultados da sondagem são “interessantes” e admitiu que tem sido questionada sobre uma candidatura a Belém. "Acho que é uma sondagem interessante uma vez que eu não me afirmei como candidata. O resultado é interessante. Mas isso não altera a minha resposta de que agora é o tempo das legislativas e haverá um momento para as presidenciais", disse Maria de Belém
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no programa "Falar Claro". "Não posso esconder que tem havido muitas pessoas que, cruzando-se comigo ou enviando e-mails, colocam essa questão [candidatura presidencial]. E agora alguém entendeu colocar o meu nome nas sondagens, tendo aparecido essa percentagem tão elevada", sublinhou Maria de Belém.
Banco de Portugal rejeita solução para lesados do BES Proposta avançada pela CMVM "não se afigura viável", argumenta a instituição liderada pelo governador Carlos Costa.
Foto: Hugo Delgado/Lusa
O Banco de Portugal considera que a proposta da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para a resolução do problema do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) "não se afigura viável". "Não se afigura viável a proposta apresentada pela CMVM", lê-se num esclarecimento do Banco de Portugal, referindo que esta posição foi transmitida na segunda-feira ao presidente da comissão do mercado. Na mesma nota, o Banco de Portugal sublinha, "mais uma vez, que, nos termos da medida de resolução aplicada ao BES, o Novo Banco não tem qualquer responsabilidade própria decorrente da comercialização pelo BES de dívida emitida por empresas" do GES. Segundo o regulador, liderado por Carlos Costa, a operação de troca sugerida pela CMVM - e que foi aplaudida pela Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial - "só seria viável se fosse executada em condições tais que dela não resultassem danos patrimoniais para o Novo Banco, ou porque o valor oferecido pelo Novo Banco não ultrapassasse o valor intrínseco dos títulos, ou porque a troca fosse feita em conjunção com outras transacções das quais resultasse um benefício compensatório para o Novo Banco suficiente para cobrir uma eventual diferença". "Sem o cumprimento destas condições, o Novo Banco estaria a praticar actos lesivos dos interesses da instituição, dos seus credores e do seu accionista, com impacto negativo imediato nos seus capitais próprios e na sua situação de solvabilidade", adverte o Banco de
Portugal, notando que "tais actos seriam incompatíveis com as finalidades da medida de resolução e colocariam obstáculos jurídicos inultrapassáveis". Por outro lado, o Banco de Portugal adianta que, "admitindo-se que o valor intrínseco dos títulos de dívida da ESI e da Rio Forte possa ser, em geral, muitíssimo reduzido, conclui-se que uma solução nos termos apresentados pela CMVM não poderia aproximar-se das pretensões e expectativas que têm sido manifestadas pelos investidores afectados, nem conduziria aos resultados que a CMVM pretenderia alcançar quanto à recuperação do capital investido". "Acresce que, sendo o Novo Banco uma instituição de crédito significativa para efeitos do Mecanismo Único de Supervisão, os efeitos prudenciais de uma eventual transacção teriam em qualquer caso de ser apreciados pelo Banco Central Europeu, na qualidade de autoridade de supervisão prudencial do Novo Banco", refere o esclarecimento. A CMVM entende que a resolução do problema do papel comercial do GES deve passar por uma troca, promovida pelo Novo Banco, desses títulos por dívida subordinada do banco. "Temos trabalhado em muitas soluções. A única alternativa que eu vejo é fazer um apelo (e fizemo-lo ontem [segunda-feira] ao Novo Banco) para encontrar uma solução comercial", disse hoje o presidente do supervisor do mercado de capitais, Carlos Tavares, no parlamento. Segundo o líder da CMVM, esta solução visa acautelar a "cobertura do risco reputacional" do Novo Banco, "seja no quadro da resolução ou depois da resolução" e que "tenha o menor impacto possível" sobre os capitais da entidade presidida por Eduardo Stock da Cunha. Carlos Tavares reforçou que a hipótese lançada "salvaguarda a liquidez do Novo Banco", uma vez que não obriga a um reembolso total e imediato das quantias investidas pelos subscritores de papel comercial da Espírito Santo International (ESI) e da Rioforte, ambas `holdings` do GES. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
A semana de Obama O acordo com o Irão tem contra ele o governo de Israel e dos republicanos que dominam o Congresso de Washington.
A semana não podia ter começado melhor para Obama. Conseguiu que a Grécia não saísse da Zona
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Terça-feira, 14-07-2015
Euro. E após 12 anos de negociações foi fechado um acordo realmente histórico sobre as instalações nucleares do Irão. Nada garante que o pré-acordo de um novo resgate à Grécia evite, a prazo, a saída deste país do euro e, mais grave, a desintegração da moeda única – no limite, o fim da UE. O acordo com o Irão tem contra ele o governo de Israel e dos republicanos que dominam o Congresso de Washington (Obama diz que vetará qualquer deliberação do Congresso que dificulte a concretização deste acordo). E há a desconfiança da Arábia Saudita e de outros países sunitas da zona, que temem o reforço internacional do xiita Irão. Mas este reforço poderá contribuir para a luta contra o “Estado Islâmico”. Obama tem de convencer a opinião pública americana de que será eficaz a vigilância às instalações nucleares iranianas, não permitindo batotas. Por isso as sanções económicas ao Irão apenas gradualmente serão levantadas, regressando se Teerão falhar os compromissos assumidos.
Inquérito conclui que "não existe qualquer lista VIP" na ASAE A suspeita foi levantada em Junho. A Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE) falava em tratamento diferenciado.
Foto: Lusa
A secretária-geral do Ministério da Economia concluiu que "não existe qualquer lista VIP" na Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Do inquérito foram emitidas três recomendações de melhoria ao funcionamento desta entidade. As conclusões constam de um inquérito instaurado pelo ministro da Economia, após a Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE) ter denunciado, em Junho, situações em que os inspectores foram proibidos de fiscalizar determinados agentes económicos e em que as brigadas receberam ordens para abandonar os locais que estavam a inspeccionar. O inquérito realizado pela secretária-geral do Ministério
da Economia (ME), a que agência Lusa teve acesso, concluiu que não ficou provado "a existência de qualquer mecanismo que implique um tratamento diferenciado na actuação da ASAE relativamente a qualquer pessoa ou organização". Foi também concluído que existem algumas práticas que devem ser corrigidas, designadamente quanto ao planeamento das acções de fiscalização e à sua articulação com a de outros organismos congéneres e que, por vezes, actuam em simultâneo com a ASAE. Recomendações a ter em conta Do inquérito foram emitidas três recomendações de melhoria ao funcionamento da ASAE, não tendo resultado proposta de "qualquer sanção disciplinar por inexistência de factos que o justifiquem". A ASAE deve proceder "a reajustamentos de inspecções apenas quando motivos ponderosos de interesse público o aconselhem, acautelando a sua missão fundamental de fiscalização e prevenção do cumprimento da legislação reguladora do exercício das actividades económicas, nomeadamente no sector alimentar". Deve também "desenvolver um planeamento prévio e eficaz, acautelando situações de eventual conflito de competências e deveres" para se evitar situações como as que ocorreram em feiras de Portalegre e Beja, em que foram retiradas brigadas que se encontravam em serviço por estarem a ser visitados por um membro do Governo. Esta recomendação surge no seguimento da alegação da ASF-ASAE, em que foram mandadas retirar as brigadas que se encontravam a trabalhar, no âmbito de uma operação planeada, na "32ª Ovibeja" e na "XV Feira de Doçaria Conventual e Tradicional de Portalegre", uma vez que os certames estavam a ser visitados por membros do Governo. É pedido para a ASAE "estabelecer orientações claras e concretas, que sejam assimiladas por todos os trabalhadores, quanto à actuação a seguir em certames onde seja previsível que possam vir a estar presentes elementos dos órgãos de soberania ou outra altas individualidades".
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Governo promete diploma para levantar suspensão dos vistos "gold" Vistos estão suspensos desde o início do mês por ordem do SEF, na sequência de uma lei que entrou em vigor a 1 de Julho e que criou um vazio legal.
euros. "Está a provocar impacto muito negativo no país e nos processos em curso. Em média estavam a ser atribuídos 80 vistos 'gold', se cada um tinha um valor mínimo de 500 mil euros, eram 40 milhões de euros por mês", contabiliza. Segundo dados oficiais, desde 2012 até 30 de Junho foram concedidas 2.420 Autorizações de Residência para Actividade de Investimento (conhecidos por vistos "gold"). A maioria foi destinada a cidadãos chineses, num total de 1950. Estes processos representam um investimento em Portugal próximo de 1.500 milhões de euros.
Oceanário de Lisboa sai hoje das mãos do Estado Negócio permite ao Estado um encaixe financeiro de cerca de 114 milhões de euros durante 30 anos da concessão.
Foto: Lusa
O Ministério da Administração Interna (MAI) garante à Renascença que será publicado em breve o "diploma regulador", que irá permitir levantar a suspensão na emissão de vistos "gold". Estes vistos estão suspensos desde o início do mês por ordem do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, na sequência de uma lei que entrou em vigor a 1 de Julho e que criou um vazio legal. Fonte oficial do MAI disse à Renascença que o problema será resolvido em breve. A suspensão dos vistos "gold" está a levantar um coro de críticas, sobretudo junto dos promotores imobiliários, que reclamam que o país está a perder milhões de euros com esta suspensão. O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, garante que a torneira da atribuição de vistos "gold" se tem vindo a fechar ao longo dos últimos meses. "Acho lamentável que isto aconteça no momento em que o país estava com uma perspectiva tão grande na captação de investimento estrangeiro. O imobiliário tem ajudado imenso à recuperação da economia", frisa o dirigente da associação que representa as empresas imobiliárias em Portugal. Segundo Luís Lima, há cerca de dois meses que a associação fez um comunicado em que dizia que "o programa estava parado". "Prova disso é que em Abril se concederam 80 vistos e em Maio seis", enfatiza. Em Junho, segundo a APEMIP, foram concedidos "30 e tal" vistos gold. Menos 40 milhões de euros por mês Quem já fez contas à vida foi a Associação Portuguesa de Resorts. O director executivo desta associação, Pedro Fontainhas, calcula que por cada mês de suspensão o país perde, no mínimo, 40 milhões de
Foto: Matilde Torres Pereira/RR
O Oceanário de Lisboa passa esta quarta-feira das mãos do Estado para a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, do grupo Jerónimo Martins, entidade que venceu o concurso internacional. Este negócio permite ao Estado um encaixe financeiro de cerca de 114 milhões de euros durante 30 anos da concessão: 11 milhões de euros vão ser recebidos já este ano e o restante até 2045. A Sociedade comprometeu-se ainda a gastar também cerca de 110 milhões de euros para novas actividades do oceanário, como a conservação dos oceanos. A assinatura do contrato de venda será feita pelo ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, Jorge Moreira da Silva, e pelo administrador da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, José Soares dos Santos. O equipamento, localizado no Parque das Nações, é um dos activos que o Governo escolheu alienar ou concessionar para ajudar a reduzir a dívida da Parque Expo, sociedade criada a propósito da Expo 98 e actualmente em liquidação, depois de o executivo ter anunciado em 2011 a sua extinção. No início deste mês, José Soares dos Santos disse que o projecto que a Sociedade pretende desenvolver "é de interesse vital para o país, contribuindo para o seu
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desenvolvimento e a sua afirmação no mundo". Além da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, concorreram à concessão o grupo espanhol Aspro Parks (proprietário do parque de diversões aquáticas Aqualand, em Alcantarilha, no Algarve, entre outros parques europeus), a empresa portuguesa Mundo Aquático (gestora do parque algarvio Zoomarine), o grupo francês Compagnie des Alps (administrador de mais de uma dezena de parques de lazer, museus e áreas de esqui) e a espanhola Parques Reunidos, que gere 56 parques na Europa, nos Estados Unidos da América e na Argentina.
Obama. Acordo reduz de dez para uma arma o potencial arsenal nuclear do Irão O Presidente dos EUA avisa os iranianos que as sanções voltam se não cumprirem o acordo. Irão diz que vai cumprir desde que a comunidade internacional também não viole o entendimento agora alcançado. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu esta terça-feira a mais-valia do acordo nuclear alcançado com os iranianos. E fê-lo em números: "O Irão tem nesta altura capacidade para fabricar mais de dez armas nucleares, mas com este acordo essa capacidade é reduzida para uma pequena fracção, que permite apenas construir uma única arma nuclear." O Irão e o Grupo 5+1 - os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha alcançaram esta terça-feira, em Viena, um acordo sobre o programa nuclear de Teerão. O documento, com mais de 80 páginas, foi assinado após 21 meses de negociações. Para que possa entrar em vigor, o Conselho de Segurança aprovar uma resolução a validar este acordo daqui a alguns dias. Há 12 anos que o programa nuclear de Teerão gera polémica e desentendimentos, tendo sido decretadas sanções económicas internacionais. Obama garantiu que o Irão vai tomar medidas para aplicar este acordo e que "em troca vão ser aliviadas as sanções que estavam em curso por causa do programa nuclear iraniano". No entanto, o Presidente dos Estados Unidos sublinhou que se os iranianos violarem o acordo "todas as sanções voltam a estar em vigor". "Portanto, há um claro incentivo ao Irão para cumprir o acordo, caso contrário haverá consequências reais", reiterou. Do lado iraniano, o Presidente, Hassan Rouhani, afirmou também esta terça-feira que o acordo abre uma nova página das relações entre o Irão e a comunidade internacional, interrompendo assim um
período de mal-entendidos marcado por duras sanções ao país. Num discurso em directo para a televisão, Rouhani disse que o Irão vai manter o compromisso se os outros países que assinaram o documento também o fizerem. Ainda assim, o Presidente iraniano mantém que o programa nuclear tinha apenas fundamentos pacifistas.
Crise aumentou número de bebés nascidos com baixo peso Em 2014, o número de crianças nascidas com baixo peso voltou a cair, mas as condições no Ministério da Saúde, diz o pediatra Ilídio Quelhas, retrocederam 20 anos.
Foto: DR
No auge da crise, foi registado em Portugal um aumento significativo dos bebés nascidos com baixo peso, ou seja, menos de 2,5 quilos. A relação directa é estabelecida por Ilídio Quelhas, coordenador da Unidade de Neonatologia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, uma das maiores maternidades do país. “Podemos dizer que, de uma forma consistente nos últimos quatro, cinco anos, temos um aumento significativo de recém-nascidos com baixo peso”, afirma. Na sua opinião pode-se “inferir que parte destes problemas está relacionado com os recursos económicos que os pais auferem. Eles não tem recursos para ter uma alimentação adequada, não vão às consultas porque não têm possibilidade, não respeitam a medicação, não tem também dinheiro para a comprar”, descreve Ílidio Quelhas. “Os dados nacionais referem cerca de 8% de recémnascidos com baixo peso. É uma tendência registada em todo o país”, garante o pediatra. Em 2014, o número de crianças nascidas com baixo peso voltou a cair, mas não se está perante a inversão da tendência registada entre 2007 e 2013. Nesse período ocorreu retrocesso de quase duas
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décadas. “Foram 20 anos em que estamos a assistir a condições, do ponto de vista de problemas no Ministério da Saúde.” A uma criança nascida com baixo peso podem estar associados, em alguns casos, problemas graves relacionados com a formação do feto, nomeadamente lesões cerebrais.
Lena alvo de nova investigação, agora por suspeitas de fraude em subsídios estatais
Centenas de alunos portugueses vão aprender mandarim Professores chineses vão ensinar em 21 escolas nacionais, a partir do próximo ano lectivo.
Ao que a Renascença apurou, as buscas desta terça-feira não estão relacionadas com a operação Marquês. Por Celso Paiva Sol com Redacção
A Polícia Judiciária deteve esta terça-feira duas pessoas e realizou buscas em empresas, escritórios de advogados e residências. Em causa estão suspeitas de fraudes na obtenção de subsídios do Estado, no valor de 15 milhões de euros. A operação envolve empresas portuguesas e espanholas. Ao que a Renascença apurou, as buscas desencadeadas esta terça-feira pela PJ levaram à detenção de duas pessoas, um administrador de uma empresa do grupo Lena, outro de uma empresa espanhola. O grupo de Leiria está também em investigação no âmbito da Operação Marquês, que envolve o exprimeiro-ministro José Sócrates. As buscas desta terçafeira não estão relacionadas com a Operação Marquês, sabe a Renascença. Foram realizadas 20 buscas no Alentejo, Grande Lisboa e Leiria. Segundo um comunicado da PJ, a investigação centrase "na actividade desenvolvida através de empresas portuguesas e espanholas", que obtiveram, de forma fraudulenta, "subsídios de elevados montantes". Os detidos, de 50 e 54 anos de idade, serão presentes às autoridades judiciárias competentes a fim de serem sujeitos a primeiro interrogatório judicial, refere a nota da PJ. A investigação prossegue no sentido de se apurar todo alcance das alegadas condutas criminosas, bem como os prejuízos causados ao Estado, que serão de "vários milhões de euros". O inquérito é dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal com a colaboração da Autoridade Tributária e Aduaneira. Noticía actualizada às 15h51
Foto: António Cotrim/Lusa
Quatrocentos alunos do ensino secundário de 21 escolas portuguesas vão começar a aprender mandarim no próximo ano lectivo, segundo o protocolo celebrado esta terça-feira entre o Ministério da Educação e o Instituto Confúcio da República Popular da China. Os professores serão chineses e vão contar com o apoio de oito instituições portuguesas de ensino superior para ensinar os estudantes do 10.º ano que queiram aderir ao projecto-piloto, que permite aprender mandarim como língua estrangeira. O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, o Embaixador da República Popular da China em Portugal, Huang Songfu, e representantes das cinco universidades e três institutos politécnicos envolvidos no processo assinaram, esta terça-feira, contratos para que em Setembro cerca de 400 alunos possam começar a aprender a língua. O mandarim é actualmente a língua mais falada em todo o mundo e uma das mais difíceis de aprender e, por isso, "um ano não é suficiente para a dominar", disse aos jornalistas Huang Songfu, no final da cerimónia no Teatro Thalia, em Lisboa. No entanto, o mandarim poderá revelar-se uma ajuda para estes jovens: os que "dominam bem a língua chinesa terão mais facilidade de manter contactos com amigos chineses", sublinhou Huang Songfu, lembrando que "a Língua é uma ponte muito importante de ligação entre dois povos". Noutros países europeus, os governos também celebraram protocolos semelhantes com o Instituto Confúcio, mas acabaram por suspender o acordo por considerarem que havia um controlo por parte do governo chinês sobre os alunos e matérias ensinadas. Questionado sobre esta polémica, Nuno Crato garantiu que "não há controlo absolutamente nenhum por parte do Governo". "Nós temos falado sobre isto e estes professores vêm ensinar mandarim", acrescentou Nuno Crato,
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explicando que as orientações curriculares estão a ser preparadas por um grupo de trabalho coordenado pela Direcção-Geral da Educação, que integra igualmente professores do ensino superior e secundário. O projecto-piloto deverá abranger 400 alunos do 10.º ano dos cursos Científico-Humanísticos, sendo que o número final de estabelecimentos de ensino estará dependente da quantidade de alunos matriculados na disciplina. Neste momento, está previsto o ensino da língua em duas escolas algarvias (Faro e Loulé), cinco escolas coordenadas pela Universidade de Aveiro (situadas em Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Coimbra e Aveiro), outros cinco estabelecimentos que serão coordenados pela Universidade de Lisboa (duas escolas em Lisboa e outras duas em Almada e uma em Vila Franca de Xira) e uma escola em Elvas que vai contar com a ajuda da Universidade de Évora. Haverá ainda outras três que vão contar com o apoio da Universidade do Minho (em Braga, Guimarães e Matosinhos), segundo dados do MEC. Os institutos politécnicos de Viseu e Castelo Branco (que vão trabalhar com uma escola de Viseu e outra de Castelo Branco, respectivamente) e o politécnico de Leiria, que irá dar apoio a três escolas de Leiria, Alcobaça e Marinha Grande, fazem parte da lista dos 21 estabelecimentos de ensino secundário que vão ter o mandarim como opção. Durante a cerimónia, que contou com a presença de responsáveis das escolas, assim como do secretário de Estado do Ensino e da Administração Escola, João Casanova de Almeida, e do secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, Fernando Egídio Reis, Nuno Crato disse ainda que espera ver o projecto alargado a mais escolas no próximo ano lectivo. RAQUEL ABECASIS
Uma Europa que já não se envergonha com os muros Ouvimos os líderes europeus indignados? Não. Alguma directiva europeia proibiu esta enormidade? Não.
Por Raquel Abecasis
13 de Julho, dia em que a Europa e o mundo respiraram
de alívio porque afinal o “Grexit” foi substituído por um acordo, duro para os gregos, mas que permite manter a coesão da zona euro. No mesmo dia, um pouco mais a leste, a Hungria cumpria a promessa e começou a construir um muro com quatro metros de altura, ao longo de 175 quilómetros de fronteira com a Sérvia. Ouvimos os líderes europeus indignados? Não. Alguma directiva europeia proibiu esta enormidade? Não. Alguém pressionou o senhor Viktor Orbán, primeiroministro da Hungria nos conselhos europeus em que tem estado presente? Não. As perguntas podiam continuar e seriam muitas a demonstrar o estado de apatia e sonambulismo em que caminhamos para a “desconstrução” europeia. Uma Europa que vive obcecada com a economia e que despreza a democracia e a liberdade está condenada ao fracasso. Há 20 anos qualquer cidadão médio europeu percebia isto. Agora, ninguém entende. A Hungria está a construir um muro para se proteger da entrada de imigrantes que vêm dos Balcãs e entram no país através da fronteira com a Sérvia. Percebeu bem! A desfaçatez é tal, que nem se desculpa com os perigos de possíveis agressões do país vizinho, a Sérvia, que por sinal está em processo de adesão à União Europeia. O governo de extrema-direita do sr. Orban é tratado de igual para igual em Bruxelas pelos mesmos líderes europeus que defendem os palestinianos e vociferam contra Israel por causa do muro que o estado judeu construiu. Será que o sr. Juncker, a sra. Merkel, o sr. Hollande e o sr. Passos Coelho acham que o nosso muro é melhor do que o deles, só porque está a ser construído na Europa?
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Terça-feira, 14-07-2015
FMI defende carência de 30 anos para a dívida da Grécia Estudo do Fundo Monetário Internacional fala numa “deterioração dramática da sustentabilidade da dívida grega”.
Foto: Olivier Hoslet/EPA
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende para a Grécia um período de carência de 30 anos de todas as dívidas europeias. Num estudo secreto revelado esta terça-feira pela agência Reuters, a instituição liderada por Christine Lagarde fala numa "deterioração dramática da sustentabilidade da dívida grega". Os peritos do FMI admitem que a Grécia vai precisar de uma reestruturação da dívida muito superior ao equacionado pelos parceiros da zona euro. O documento considera que seria necessário conceder a Atenas um período de carência de 30 anos de todas as suas dívidas europeias, para além de um alargamento muito significativo dos prazos de pagamento. O estudo indica que a dívida da Grécia pode passar dos actuais 180% para os 200% do Produto Interno Bruto (PIB), em apenas dois anos. O relatório do FMI de sustentabilidade da dívida grega é conhecido na véspera de o Parlamento de Atenas votar as medidas acordadas na reunião do fim-de-semana do Eurogrupo. O ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, entregou no Parlamento de Atenas o pacote legislativo que vai ser submetido na quarta-feira aos deputados.
Tsipras não acredita no acordo que assinou Primeiro-ministro grego assume os seus erros e responsabilidades e pretende implementar o plano de reformas e austeridade nos próximos três anos. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, confessa ter assinado um acordo de resgate em que não acredita. Numa entrevista à televisão pública grega, Alexis Tsipras diz que assume os seus erros e responsabilidades e pretende implementar o plano de reformas e austeridade nos próximos três anos. "Assumo plenamente as minhas responsabilidades por erros e omissões e a responsabilidade de assinar um texto em que não acredito, mas sou obrigado a implementar", declarou o chefe do Governo de Atenas. Para o primeiro-ministro grego, "o que é importante neste momento é assegurar a segurança do país e da classe trabalhadora, para que ela não sofra uma catástrofe económica, e assegurar a segurança do sistema bancário e proteger as poupanças das pessoas". Alexis Tsipras admite, no entanto, que os bancos na Grécia podem permanecer fechados durante mais um mês. Considera que as limitações à movimentação de capitais e o encerramento dos bancos podem manterse até que o acordo com a zona euro esteja finalizado, o que ainda vai demorar algumas semanas. Alvo de críticas de vários quadrantes pelas cedências que fez à Europa para obter um novo programa de resgate, o chefe do Governo de Atenas deixa um recado aos "rebeldes" do seu próprio partido, o Syriza, que ameaçam votar contra as novas medidas de austeridade. "Não podemos permanecer dentro de uma bolha ideológica em tempos críticos. Quem pensar que pode ficar no seu trono coberto com os louros da pureza ideológica tem de prestar contas tanto ao povo grego como à História", declarou. Alexis Tsipras também não pouca os países do euro com posições mais inflexíveis em relação à Grécia: "Houve uma atitude vingativa por parte dos nossos parceiros por causa da nossa decisão de fazer um referendo para saber a opinião das pessoas", lamenta. [notícia actualizada às 02h21]
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Terça-feira, 14-07-2015
Em 2030, as peças Lego poderão ser feitas de milho Pode ser a primeira transformação da Lego desde 1963. Empresa procura reduzir a sua pegada ambiental.
Nunca vimos Plutão tão próximo. Um dia histórico para a Humanidade Após uma viagem que durou mais de nove anos e em que percorreu 4,8 mil milhões de km, a sonda New Horizons passou o mais perto de Plutão às 11h49 TMG (12h49 em Lisboa) em piloto automático.
Foto: DR
O fabricante de brinquedos Lego está à procura de um material ecológico para os seus famosos blocos de construção. A investigação deve levar 15 anos e pode pôr crianças de todo o mundo a brincar com peças feitas de resíduos biológicos, como o caule do milho. Esta pode ser a primeira transformação da Lego desde 1963, de acordo com o "The Wall Street Journal". Segundo o jornal, a empresa dinamarquesa está a formar uma equipa de cientistas para investigar uma base biológica que substitua o petróleo, actualmente utilizado na confecção dos brinquedos de plástico. Os blocos de construção são os principais responsáveis da pegada de carbono da empresa. "O prémio final seria que não fosse possível conseguir distinguir um tijolo de outro", afirmou ao WSJ Tim Guy Brooks, director sénior de sustentabilidade ambiental na Lego. Mas a tarefa é difícil, admite: as peças são pequenas e o seu fabrico exige uma grande precisão (até o som do bloco é importante). Um estudo da consultora Nielsen, citado pelo WSJ, indica que a maioria dos consumidores "online" não se importaria de pagar mais por produtos e serviços se isso tivesse um impacto positivo na sociedade e no ambiente. Brooks não descarta nenhuma possibilidade na busca de alternativas, mas a Lego prefere que o novo plástico derive de resíduos, como o caule do milho ou outros resíduos agrícolas que aparentemente não servem para outro propósito. "Esta é a coisa certa a fazer pela Lego – os combustíveis fósseis são uma recurso finito e nós sabemos disso", afirmou Brooks.
Foto: NASA Por Carlos F. Oliveira
Pela primeira vez na história, uma sonda feita por humanos conseguiu passar perto, relativamente perto, o que em termos cósmicos se consideraria "passar a mão pelo pêlo", de Plutão, o mais famoso planeta-anão do sistema solar. O feito é extraordinário e os parabéns vão todos para os cientistas da NASA. Eles conseguiram encontrar-se com uma "pequena pedra gelada", com cerca de 2.400 quilómetros de diâmetro, a uma distância de quase 5 mil milhões de quilómetros de distância, mais de 9 anos no futuro. Sim, porque quando a sonda New Horizons foi lançada da Terra, a 19 de Janeiro de 2006, nem Plutão estava no local atual, nem a Terra estava no local actual, nem sequer o Sol (e sua família) estava no local atual. Os cientistas da NASA tiveram que calcular tudo praticamente ao "centímetro" em milhares de milhões de quilómetros e ao segundo em mais de nove anos, o que, convenhamos, é um pouco mais difícil de calcular do que combinar encontrar-me com alguém às 17h00 no café X (e mesmo assim, na nossa vida diária, atrasos de muitos segundos são frequentes, e nem sequer contamos com efeitos como rotação, precessão ou translação). Se dito assim, já nos parece assombrosamente admirável, imaginem ainda que esta sonda não foi direta a Plutão – ou melhor, ao ponto vazio no sistema solar quando ela foi lançada, mas que, nove anos e meio depois, lá estaria Plutão. Na verdade, ela recebeu assistência gravitacional de Júpiter. Em Fevereiro de 2007, a sonda, de acordo com o que tinha sido planeado para a missão, passou perto de Júpiter, de modo a receber assistência gravitacional.
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O que é isto? Provavelmente já viram em filmes de ficção científica: é quando uma nave passa perto de um grande corpo celeste, como um planeta ou uma estrela, e passa dentro de uma "janela" (intervalo) orbital que lhe permite não só corrigir a órbita (de tal forma que fique com o "caminho livre" em direção ao seu destino – neste caso, Plutão), mas sobretudo receber um impulso adicional, sem precisar de combustível extra (são as maravilhas da gravidade), para ter "força" suficiente para chegar ao destino na altura pretendida. Sem isto, a New Horizons nunca chegaria a Plutão, não só porque a direção seria diferente, mas até porque, supondo que a direção seria a mesma, chegaria ao ponto onde Plutão está neste momento com anos de atraso e por isso já não passaria perto dele. Claro que na ficção científica isto é fácil de fazer, basta carregar em alguns botões que supostamente fazem isso facilmente. Na vida real, a coisa é um pouco mais complicada, porque desvios que para nós, o comum dos mortais, nos parecem totalmente insignificantes, cientificamente atirariam a sonda para o vazio cósmico. É a matemática a dizer aos humanos: sem mim, não são nada. Neste momento podem estar a pensar: mas porque enviaram uma sonda tão lenta, que demora mais de nove anos a chegar ao seu destino e ainda precisa de "empurrões" gravitacionais para andar mais rápido? É uma excelente pergunta! E a resposta é surpreendente: esta foi a sonda com maior velocidade de escape (em relação à Terra) que alguma vez enviamos para o sistema solar exterior: 58.536 km/h. O problema do espaço, neste caso do sistema solar, é que é muito grande. E mesmo a velocidades enormíssimas, a sonda precisou de nove anos e meio para lá chegar. Na verdade, mesmo que a sonda viajasse à velocidadelimite da luz, mesmo assim demoraria mais de quatro horas a chegar a Plutão (como comparação, a luz do Sol demora oito minutos a chegar à Terra). Esta sonda é tão rápida que demorou somente nove horas a chegar à órbita lunar (lembremo-nos que as missões Apollo demoraram três dias para chegar lá). Neste momento, a sonda está a recolher dados, sobretudo da superfície de Plutão, da sua geologia e morfologia, e da composição da sua atmosfera. Infelizmente, ainda não é hoje que receberemos os dados. Por dois motivos: - porque a sonda não consegue receber e enviar os dados simultaneamente (dispenderia muita energia e espaço em disco, o que a colocaria em modo de segurança, como aconteceu há dias atrás); - porque, como expliquei atrás, vai levar tempo até que os dados nos cheguem devido à distância a que a sonda está. Mas amanhã, ou melhor, esta noite, durante esta madrugada em Portugal, estaremos todos bastante atentos aos dados que nos chegarão. Cientificamente, o maior interesse está nos dados geológicos e atmosféricos. Popularmente, o interesse irá estar nas fotografias de Plutão enviadas pela sonda. Por último, deixem-me referir que este é um fly-by. Ou seja: a sonda vai passar perto de Plutão, mas não vai ficar na sua órbita (para tal, teria que dispender bastante combustível, para travagens, mudanças de
órbita, etc., que não tem). Talvez daqui a 200 anos (devido à excêntrica órbita de Plutão) possamos ter uma sonda a orbitar Plutão. Em termos de New Horizons, passando pelo sistema plutoniano, ela vai agora embrenhar-se na escuridão do sistema solar exterior, como fizeram as duas Voyager e as duas Pioneer. Com sorte poderá ainda passar perto de três pequenos objetos da Cintura de Kuiper com o pouco combustível para ajustes de trajetória de órbita que ainda possui. Mas isso será somente para 2019. Finalmente, em 2047, deverá chegar à heliopausa, onde o vento solar passa a ter uma influência menor que o meio interestelar, onde já se encontra a Voyager 1 que partiu da Terra em 1977 – no entanto, a Voyager estará numa direcção diferente da New Horizons. Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico. É coordenador-geral do site AstroPT, um projecto de astronomia em Portugal. Escreve segundo o novo acordo ortográfico AURA MIGUEL
Não, não tomei coca! Na América Latina, indiferente aos riscos de aproveitamento político, Francisco cumpriu a mais longa viagem do seu pontificado.
Por Aura Miguel
Com um ritmo intenso e uma agenda de encontros variados, Francisco cumpriu a mais longa viagem do seu pontificado, ao Equador, Bolívia e Paraguai. A presença do Papa desdobrou-se em discursos oficiais, celebrações litúrgicas, encontros com jovens e com imensas multidões que participaram nas missas e encheram as ruas por onde passou. Indiferente aos riscos de aproveitamento político que estas visitas sempre trazem, Francisco não se perturbou quando, a seu lado, o Presidente Evo Morales ouviu o hino boliviano de punho erguido, nem quando este lhe ofereceu uma enorme foice e martelo com Cristo lá pregado. É que o Papa latino-americano (que não ficou chocado com o presente que recebeu) conhece bem estes contextos e sempre dialogou com eles. É o que explica o protagonismo de Francisco no encontro dos movimentos populares, com activistas sem terra e catadores de lixo, numa espécie de comício nunca dantes visto em visitas papais. Ou talvez me engane, pois também João Paulo II no
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Terça-feira, 14-07-2015
auge da Guerra Fria, apoiou o sindicato "Solidariedade" quando a Polónia estava sob a alçada soviética... Enfim, apesar das duas posições de dois Papas diferentes, em campos políticos opostos, para Francisco, o que ele próprio protagonizou na Bolívia de Morales "não foi um facto político, mas um facto catequético", e o que fez em terras do Equador, da Bolívia e do Paraguai, foi "dar aqueles povos a Doutrina Social da Igreja, que é a melhor resposta que tenho para dar". Em animada conversa com os jornalistas no avião papal, o voo de 13 horas entre Asunción e Roma deu tempo para tudo. O Papa, sorridente e em boa forma, esteve sempre de pé, respondendo durante uma hora às perguntas que lhe fizemos. Interrogado sobre qual o segredo para manter tão boa forma, apesar dos quase 79 anos de idade, Francisco deu uma gargalhada e respondeu: "Querem saber qual é a droga? (risos) Não, não tomei coca!"
Plataforma permite doar produtos agrícolas e combater o desperdício
plataforma Dar e Receber que já tem registadas mais de 4.200 instituições de solidariedade. "Aqui, as instituições podem procurar os agricultores que na sua região querem dar produtos agrícolas", mas também por "qualquer pessoa que tenha uma árvore no seu jardim" e queira doar frutos, detalhou Isabel Jonet, sublinhando que se pretende "criar uma dinâmica de luta contra o desperdício que é transversal a toda a sociedade". Ao ser colocada uma doação numa determinada região, todas as instituições locais são alertadas por email. O protocolo é assinado esta terça-feira. Os parceiros são a Entrajuda e a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, envolvendo ainda a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
Bispos portugueses recebidos pelo Papa em Setembro Visita "ad limina" ao Vaticano decorre entre 7 e 12 de Setembro.
Produtores vão poder doar os seus produtos a instituições de solidariedade.
Última visita ao Vaticano aconteceu em 2007. Foto: EPA Por Ângela Roque
Foto: DR
É mais uma forma de ajudar quem precisa e, neste caso, com os produtos agrícolas que sobram. A partir desta terça-feira, fica disponível uma plataforma digital que visa mobilizar a sociedade no sentido de combater o desperdício alimentar, ao mesmo tempo que se garante ajuda aos mais carenciados. Isabel Jonet, uma das promotoras da iniciativa e presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, explicou que o projecto surge no âmbito da plataforma Dar e Receber, com o objectivo de lutar contra o desperdício alimentar. "Pareceu-nos que seria oportuno desafiar os agricultores portugueses para que coloquem, num site todos os seus excedentes e todos os produtos agrícolas que não podem por alguma razão ser comercializados ou que não encontram no mercado um preço que compense a sua apanha", explicou. O nova secção "Produtos Agrícolas" vai estar alojada na
Os bispos portugueses ultimam os preparativos para a visita que em Setembro vão fazer ao Vaticano. Este foi um dos temas que dominou o conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que esteve reunido esta segunda-feira, em Fátima. A deslocação decorre entre 7 e 12 de Setembro. O momento central da visita, a audiência com o Papa, deve acontecer “logo no início”, explica o porta-voz da CEP. O padre Manuel Barbosa lembra que desde a última visita, há sete anos, os bispos portugueses têm estado a “repensar a Pastoral da Igreja em Portugal”. Um dos objectivos da deslocação deste ano é dar conta ao Papa Francisco das conclusões a que já chegaram. “Na última visita 'ad limina', em 2007, surgiu um processo em ritmo sinodal, o 'Repensar Juntos a Pastoral da Igreja em Portugal', que ainda está a decorrer e que envolveu todas as comunidades e dioceses. Isto para dizer que a visita vale em si mesma, mas tem uma preparação e sobretudo uma continuidade. E é por isso que na assembleia plenária de Novembro haverá um tempo longo para ver
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algumas propostas pastorais em conjunto, a partir desta visita”, disse o porta-voz da CEP. Congresso Eucarístico já tem data marcada A agenda da próxima assembleia plenária de Novembro e o arranque do Ano da Misericórdia, que terá início nesse mês, foram outros dos assuntos abordados na reunião desta terça-feira, em Fátima. Foi ainda apresentado o programa do IV Congresso Eucarístico Nacional, que vai realizar-se em Fátima, de 10 a 12 de Junho do próximo ano, com o tema “Viver a Eucaristia, Fonte de Misericórdia”. Esta é uma iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa que, para a sua organização e execução, conta com o apoio do Santuário de Fátima e do Secretariado Nacional do Apostolado de Oração (AO). No encontro desta terça-feira não foi abordada a crise na Grécia, mas, segundo o porta-voz da CEP, os bispos portugueses estão em sintonia com o que o Papa tem dito sobre esta matéria. Durante o voo de regresso a Roma, na segunda-feira, no final da visita à América Latina, Francisco defendeu que a Europa tem de encontrar “um caminho” para resolver o problema da Grécia e criar mecanismos de "vigilância” para que o mesmo não se repita noutros países.
Ampliação do Museu do Chiado abre com 70 obras portuguesas
acordos entretanto celebrados". Na última semana foram levantadas várias questões, que diferentes agentes do sector consideram ainda não totalmente esclarecidas, sobre a titularidade da colecção - inicialmente nas mãos da Direcção-Geral das Artes e, desde Fevereiro do ano passado, na Direcção-Geral do Património Cultural, tendo voltado às Artes, por revogação desse despacho - e também sobre os acordos assinados com várias entidades que detêm o depósito de diferentes peças, a maioria - cerca de 550 - no museu da Fundação de Serralves. IKER CASILLAS
"Quero deixar de ser notícia e passar a ser mais um na equipa" Casillas entusiasmado para começar a treinar no plantel dos azuis e brancos. Guarda-redes espanhol de 31 anos juntou-se à sua nova equipa, na Holanda e foi recebido de forma efusiva por Lopetegui.
Exposição marca a abertura de uma primeira fase do projecto de ampliação do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC-MC). A exposição "Narrativa de uma Colecção - Arte Portuguesa na Colecção da Secretaria de Estado da Cultura (1960-1990)", com 70 obras de artistas portugueses, é inaugurada esta quarta-feira no Museu do Chiado, em Lisboa, em instalações que foram do Governo Civil. A exposição marca a abertura de uma primeira fase do projecto de ampliação do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC-MC), que prevê a atribuição total de mais 3.300 metros quadrados. A ampliação do Museu do Chiado, ambicionada há mais de duas décadas pelos sucessivos directores que geriram este importante espaço museológico, concretizou-se na assinatura, em Fevereiro deste ano, de um protocolo entre a Secretaria de Estado da Cultura, o Ministério da Administração Interna (MAI) e o Ministério das Finanças, para cedência de parte do Convento de São Francisco. A exposição ficou envolta em polémica depois de o curador David Santos, há ano e meio director do Museu do Chiado, ter entrado em ruptura com a tutela, depois de ter sido revogado um despacho que afectava a chamada Colecção SEC à Direcção-Geral do Património Cultural, prevendo a "incorporação" da Colecção SEC no Museu do Chiado, "salvaguardando
Casillas já se juntou à sua nova equipa, na Holanda. Foto: EPA/José Coelho
Iker Casillas juntou-se ao plantel do FC Porto, ao princípio da noite desta terça-feira, em Horst, na Holanda, onde decorre o primeiro estágio de prétemporada dos azuis e brancos, mostrando-se ansioso para que o impacto mediático da sua transferência para os dragões se dissipe o quanto antes. "O que quero é esta tranquilidade, a rotina do dia-a-dia, sentir-me jogador. Quero deixar de ser notícia para me tornar em mais uma opção para a equipa", afirmou o guarda-redes espanhol de 31 anos, em declarações ao PortoCanal, ainda durante a viagem entre o aeroporto e a unidade hoteleira na qual os portistas estão instalados. Após um dia largo, que começou com exames médicos e assinatura de contrato, seguindo-se a visita ao Museu do FC Porto e a viagem para a Holanda, Casillas mostra-se "contente" por poder iniciar a nova etapa na carreira, deixando um desejo imediato: "Quero treinar. É o que quero, porque sou um futebolista". Lopetegui deu abraço a CasillasCasillas, que protagonizou a mais mediática e imponente contratação da história dos dragões, registou assim o
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primeiro contacto com os novos companheiros de equipa e com o treinador, sendo recebido de forma efusiva por Julen Lopetegui e pelos jogadores portistas. O técnico basco, inclusivamente, foi o primeiro a receber Casillas, à porta do hotel, brindando o reforço com um abraço. Na manhã de amanhã, o guardião realiza o primeiro treino como jogador do FC Porto. À tarde, os dragões realizam o primeiro teste de pré-época, frente ao Fortuna Sittard, equipa da Segunda Liga holandesa, a partir das 17h00. Compreensivelmente, Casillas não será opção do técnico basco.
Maxi Pereira já (quase) assume FC Porto Lateral-direito que acaba de terminar contrato com o Benfica já fala como dragão e vai à Invicta "definir tudo". "Nunca pensei que pudesse ter uma mudança tão grande", afirmou, em Montevideu, à partida para Portugal.
Maxi Pereira, de 31 anos, prepara-se para voltar a agitar as águas do mercado português. Foto: DR
Não há volta a dar. Maxi Pereira está irremediavelmente na rota do FC Porto e já nem esconde o horizonte que o futuro lhe reserva. O lateral-direito, que acaba de terminar contrato com o Benfica, viaja esta terça-feira para a cidade Invicta, no sentido de "definir tudo" com os dragões, confirmando a forte "possibilidade" de trocar os bicampeões nacionais pelos rivais azuis e brancos. "Há a possibilidade de ir para o FC Porto. Vou viajar para Portugal e vamos ver o que sucede e se conseguimos definir tudo. Estou tranquilo e a pensar na família", afirmou o internacional uruguaio, de 31 anos, aos microfones da estação televisiva "Telemundo Canal 12", no aeroporto de Montevideu, à partida para Portugal. Apesar de se referir apenas a um cenário hipotético, a realidade é que Maxi aborda, desde já, o impacto da "mudança muito grande" que se prepara para registar, falando, claramente, como jogador portista. "Nunca pensei que pudesse ter uma mudança tão grande e que este momento chegasse a acontecer, mas o futebol é assim. Terminei o contrato com o Benfica e,
a partir do momento em que fui para a Copa América, soube logo que tudo era possível", confessou. Convidado a prever, então, as incidências da época desportiva de 2015/16, com FC Porto e Sporting a tentarem destronar o Benfica do poleiro do campeonato, Maxi Pereira não se resguardou. "Será um ano muito duro, porque o FC Porto não tem ganho campeonatos e o Sporting está a preparar-se muito bem. Será uma época muito difícil, espero que seja um bom campeonato e que aconteça o que tiver de acontecer", rematou. Maxi Pereira representou o Benfica nos últimos oito anos, tendo conquistado três títulos de campeão nacional. Agora, prepara-se para assinar um contrato de quatro épocas com os azuis e brancos. BENFICA
Seixal aberto aos curiosos esta quartafeira Rui Vitória abre portas do treino dos bicampeões nacionais, a partir das 17h00.
Treino aberto do bicampeão nacional às 17h00 de quarta-feira. Foto: slbenfica.pt
O plantel do Benfica vai realizar um treino à porta aberta, sem limitações temporais, na tarde de quartafeira, no centro de estágio do Seixal. A partir das 17h00, sócios e adeptos dos bicampeões nacionais, bem como os jornalistas poderão assistir ao apronto ministrado por Rui Vitória. A sessão antecederá a digressão das águias às Américas. Na sexta-feira, a comitiva benfiquista parte para o continente americano, no sentido de participar na International Champions Cup North America 2015.
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MERCADO
JOSÉ GOMES
Douglas. Sporting já terá acordo com o Dínamo
“Vai ser o campeonato mais equilibrado dos últimos 20 anos”
Fonte do clube de Moscovo adiantou o cenário à Agência Lusa. Faltará apenas acertar o entendimento dos leões com o central brasileiro de 27 anos.
Douglas, de 27 anos, perto de ser reforço de "JJ" no Sporting. Foto: DR
O Sporting terá chegado a acordo com o Dínamo de Moscovo para a transferência de Douglas, faltando apenas aos leões o entendimento com o defesa-central brasileiro, de 27 anos. A informação foi revelada esta segunda-feira à Agência Lusa por fonte do clube moscovita. O "gigante" brasileiro de 1m92, que também tem nacionalidade holandesa, era o primeiro nome da lista do novo treinador verde e branco, Jorge Jesus, para o eixo da defesa e há algumas semanas que o Sporting negoceia a sua transferência com o Dínamo de Moscovo. "Neste momento, já há acordo entre os dois clubes, mas tem de haver agora um entendimento entre o Sporting e o jogador para que a transferência se concretize", afirma a referida fonte. Cas o negócio se concretize, a SAD do Sporting prepara-se para pagar uma verba a rondar os dois milhões de euros ao Dínamo de Moscovo. Douglas em perfilDouglas Franco Teixeira transferiu-se para o Dínamo de Moscovo em 2013, depois de seis épocas ao serviço dos holandeses do Twente, nas quais realizou 162 jogos e apontou 15 golos. Antes de rumar ao futebol holandês, defendeu durante duas temporadas as cores do clube brasileiro Joinville, de Santa Catarina. O Sporting já tinha como prioridade para esta época a contratação de um defesa-central, mas a recente lesão de Ewerton, que vai estar afastado dos relvados por, pelo menos, três meses, acentuou essa necessidade, pelo que o acordo com Douglas pode ficar definido nas próximas horas.
Na luta pelo título, José Gomes antevê o maior equilíbrio dos últimos tempos. Benfica, FC Porto e Sporting partem em pé de igualdade para a nova época, na opinião do treinador do Al Taawon, da Arábia Saudita. A chegada de Jorge Jesus ao Sporting coloca a equipa leonina em pé de igualdade com Benfica e Porto na luta pelo título 2015/16. Uma ideia defendida por José Gomes, antigo adjunto de Jesualdo Ferreira, actual treinador do Al Taawon da Arábia Saudita. “Nunca nos últimos 20 anos os três grandes partiram de forma tão equilibrada. Mesmo no Sporting que tem ganho menos, a contratação de Jorge Jesus é de uma importância e valia tremendas”, refere em entrevista a Bola Branca. Ainda sobre Jorge Jesus, José Gomes aprova a opção de carreira do treinador. “Ficaram por ganhar provas internacionais, mas a imagem que deixou no Benfica é positiva. No Sporting, com a sede de títulos do clube, se o Jorge Jesus conseguir transformar essa dinâmica, ao nível da carreira, terá feito uma excelente aposta mesmo sem saber qual será o resultado do final da época”, considera. Numa análise à nova época, e comparando com a anterior, José Gomes assinala diferenças. “Quem vai para o Sporting é um treinador que conhece bem o campeonato português e o mesmo acontece com o treinador que vai para o Benfica. O FC Porto mantém o treinador”, observa José Gomes. O técnico sublinha que “apesar da realidade financeira do contrato de Rui Vitória ser inferior à de Jorge Jesus, os dirigentes do Benfica vão querer dar ao novo técnico todas as armas possíveis para que ele possa manter o clube nos resultados da época anterior”. FC Porto será mais forte José Gomes trabalhou no Benfica e no FC porto, como adjunto de Jesualdo Ferreira. Numa análise à nova época portista, o técnico português acha que a equipa estará mais forte e preparada. “O treinador percebe melhor o campeonato em que está e a cultura do clube e dos seus adversários. Lopetegui está agora mais identificado com a realidade e com os erros que cometeu no ano passado”, argumenta.
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UEFA
Domingos e Bruno Ribeiro "derrapam" na entrada da Champions Treinadores portugueses com resultados aquém do esperado, na primeira mão da segunda pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Confira os resultados.
Domingos Paciência, técnico do APOEL Nicósia. Foto: DR
Dois treinadores portugueses registaram resultados negativos, esta terça-feira, na primeira mão da segunda pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O APOEL Nicósia, comandado por Domingos Paciência, não foi além de um empate, ao passo que Bruno Ribeiro, ao leme do Ludogorets, acabou por ser derrotado logo na partida de estreia na equipa búlgara. Os cipriotas receberam os macedónios do Vardar e registaram um nulo. Os portugueses Nuno Morais e Mário Sérgio foram titulares no APOEL, bem como o são-tomense Luís Leal. Já o Ludogorets foi surpreendido, em casa, pelos moldavos do Milsami (0-1, com um golo de Antoniuc). Bruno Ribeiro não apostou no único compatriota que tem no plantel, o defesa Vitinha. As partidas de APOEL e Ludogorets, na segunda mão, estão agendadas para 21 de Julho. Jogadores: Filipe Oliveira vence pelo VideotonNo que diz respeito a jogadores lusos em acção nesta fase preliminar de acesso à Champions, destaque para Filipe Oliveira. O extremo foi titular no triunfo dos húngaros do Videoton sobre os galeses do TNS. Liga dos CampeõesSegunda pré-eliminatória primeira mãoResultados Terça-feira, 14 de Julho de 2015Ludogorets 0-1 OrheiHibs 2-1 Maccabi TelaviveMolde 5-0 PyunikSkenderbeu 4-1 CrusadersTNS 0-1 VideotonMaribor 1-0 AstanaTrencin 0-2 Steaua BucaresteVentspils 1-3 HJKAPOEL Nicósia 0-0 Vardar SkopjeMidtjylland 1-0 Lincoln Red ImpsPartizan 1-0 Dila GoriSarajevo 0-2 Lech PoznanQuarta-feira, 15 de Julho de 2015Qarabag-Rudar PljevljaMalmoe-Zalgiris VilniusBATE Borisov-DundalkCeltic-StjarnanDínamo Zagreb-Fola Esch
[notícia actualizada às 21h52]
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