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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Quarta-feira, 11-02-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

“Um doente não pode depender dos humores de um administrador” REPORTAGEM MULTIMÉDIA

Cruz Vermelha. Para lá da guerra Base das Lajes. Mota Amaral aconselha calma nas negociações Ucrânia. Guerra e mortos em dia de cimeira de paz

Há assistência religiosa nos hospitais, mas nem todos os doentes são informados

Grécia tenta convencer ministros europeus das Finanças

Ministério Público recolhe dados sobre portugueses implicados na “Swiss Leaks”

“BES Angola emprestou 800 milhões a irmã de José Eduardo dos Santos”

ISABEL CAPELOA GIL

Nostalgia do fim

Vaticano publica guia para homilias sem "improvisações"


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REPORTAGEM MULTIMÉDIA

Cruz Vermelha. Para lá da guerra A Cruz Vermelha está em Portugal há 150 anos.

Por Dina Soares e Catarina Santos

Uma mãe que perdeu o rasto da filha quando fugiu da mutilação genital, presos que tentam desenhar horizontes para lá dos muros, idosos que não se reformam de viver. Estas são histórias de gente cuja vida mudou por causa da Cruz Vermelha Portuguesa, que completa 150 anos de presença em Portugal. Veja a reportagem multimédia no site da Renascença.

“Um doente não pode depender dos humores de um administrador” Nas contas de Pedro Nunes, antigo bastonário da Ordem dos Médicos, só 60% dos médicos estão a fazer serviço de urgência, o que é manifestamente insuficiente. Por Raquel Abecasis

Pedro Nunes, administrador do centro hospitalar do Algarve e ex-bastonário da Ordem dos Médicos defende que Portugal deve encontrar uma forma consensual de racionalizar os gastos em saúde. Para este médico, o pior de tudo “é serem tomadas decisões caso a caso”, sem que haja um critério transparente. Pedro Nunes alerta mesmo para o risco de “acontecer que a discricionariedade vá ao ponto de o conselho de administração do Algarve dizer sim ou dizer não a um medicamento, o de Évora dizer sim ou dizer não, e o do Porto dizer sim ou dizer não.” Em entrevista ao programa "Terça à Noite", da Renascença, Pedro Nunes atribui a responsabilidade do caos nas urgências à reforma hospitalar feita por

Correia de Campos, afirmando que: “Houve excesso de expectativa em relação aos cuidados de saúde primários de se substituírem às urgências dos hospitais, mas não se pode imaginar que pelo facto de existirem os doentes deixam de ir aos serviços de urgência.” O ex-bastonário acrescenta ainda que: “Os médicos de família, por essa reforma, ficaram isentos de contribuir para a resolução do problema da urgência nacional.” Nas contas de Pedro Nunes só 60% dos médicos estão a fazer serviço de urgência, o que é manifestamente insuficiente. Pedro Nunes garante que a crise não veio prejudicar no essencial o Serviço Nacional de Saúde, porque a maioria dos cortes incidiu nos funcionários e não nos cuidados aos doentes.

Base das Lajes. Mota Amaral aconselha calma nas negociações Agendada para esta quarta-feira a 33ª reunião da comissão bilateral. Portugal e Estados Unidos debatem o impacto da retirada de cerca de 500 militares e civis norte-americanos da base da ilha Terceira.

Por André Rodrigues e João Cunha

O clima de tensão por causa dos cortes na base das Lajes deve ficar à porta da cimeira bilateral entre Portugal e Estados Unidos, desta quarta-feira. O conselho parte do antigo presidente do Governo regional açoriano, João Bosco Mota Amaral em declarações à Renascença. Os Estados Unidos “são um país amigo e, até, aliado” de Portugal, lembra Mora Amaral, em declarações à Renascença, defendendo que as conversações devem ter lugar “num clima de bom entendimento e não de tensão”. Para Mota Amaral, “a revisão dos termos do acordo que rege as facilidades concedidas aos Estados Unidos não é uma pretensão agressiva, é uma posição razoável, porque, se agora os dados são outros, também as facilidades são outras.” “Isso deve ser tudo objecto de diálogo e espero uma


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conclusão satisfatória, sobretudo tendo em conta os interesses portugueses e os interesses muito particulares da Região Autónoma dos Açores”, sublinha o também antigo presidente da Assembleia da República. Portugal e Estados Unidos debatem, esta quarta-feira, o impacto da retirada de cerca de 500 militares e civis norte-americanos da base das Lajes, na ilha Terceira, reunião em que participa o líder do governo regional, Vasco Cordeiro. Espera-se que nesta 33.ª reunião da comissão bilateral as autoridades norte-americanas comuniquem os termos exactos da redução da presença na base das Lajes. O impacto da debandada americana Há um mês, a administração norte-americana anunciou a redução gradual do seu contingente militar e dos trabalhadores portugueses nas Lajes. De 650 civis e militares para 165 e de 900 para 400 trabalhadores portugueses ao longo deste ano. Mas estes números estarão ainda em discussão. Contudo, as contas já foram feitas: o impacto da decisão norte-americana na região está estimado na perda de 1.500 postos de trabalho na Terceira e uma redução em mais de 6% do PIB da ilha. Vasco Cordeiro, o presidente do Governo Regional dos Açores, apresentou ao Governo um plano de revitalização económica da Terceira, em que defende o financiamento norte-americano de um programa de apoio estrutural à ilha de 167 milhões de euros anuais durante 15 anos. Para Portugal, a base das Lajes, para além da função militar, assume a responsabilidade pelo controlo das águas territoriais portuguesas e possui um Centro coordenador de Busca e Salvamento. A importância estratégica e militar dos Açores sempre foi apetecível. O arquipélago foi cobiçado por alemães e ingleses no início da Segunda Guerra Mundial, altura em que Salazar permitiu que a marinha alemã utilizasse as ilhas para reabastecer os seus famosos submarinos u-boat. Em 1943 foram os ingleses a utilizar as Lajes para ali estacionar um contingente militar e aviões da Royal Air Force. As forças militares de Churchill passaram a garantir a segurança dos seus corredores de transporte de mercadorias, que nos dois primeiros anos do conflito eram alvos fáceis dos submarinos germânicos. Ainda antes do final do conflito, os norte-americanos também começaram a utilizar a base das Lajes. Num cenário de Guerra Fria, estabeleceram uma base permanente na Ilha Terceira. E com o fim da Guerra Fria lá continuaram. Reabasteceram nas Lajes os aviões enviados para a Guerra do Golfo em 1991, para o Afeganistão em 2001 ou para a segunda invasão do Iraque em 2003. E terão até utilizado as Lajes como plataforma para os voos secretos da CIA que transportavam suspeitos de terrorismo em direcção a Guantánamo, em Cuba.

Grécia tenta convencer ministros europeus das Finanças Não há expectativa de decisões de fundo no primeiro encontro de Yanis Varoufakis com os homólogos da zona euro.

Varoufakis vai a Bruxelas "nem como `yes man` nem como `no man`, apenas como um cidadão europeu". Foto: Michael Kappeler/EPA

Os ministros das Finanças da zona euro reúnem-se, esta quarta-feira, em Bruxelas, para discutir as propostas do novo Governo da Grécia. O ministro grego, Yanis Varoufakis, vai apresentar aos seus homólogos europeus o plano do seu governo para renegociar os termos de pagamento da dívida e reduzir a dose de austeridade. Há intensos contactos entre Bruxelas e Atenas. Na terça-feira à tarde, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e o presidente da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker, conversaram ao telefone. A Comissão Europeia está a trabalhar num único cenário, o de manter firmemente a Grécia na moeda única. O Eurogrupo extraordinário, convocado na semana passada, realiza-se na véspera de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), que ficará marcada pelas mudanças operadas na Grécia, com a subida ao Governo do partido antiausteridade Syriza, de Alexis Tsipras, que pretende renegociar com os seus parceiros uma "solução viável" para a Grécia. As reuniões foram antecedidas por uma digressão dos novos governantes gregos por diversas capitais europeias, tendo tanto Varoufakis como Tsipras viajado pela Europa para tentar recolher apoios antes dos primeiros grandes "frente a frente", que terão lugar esta semana em Bruxelas. Varoufakis, que hoje se estreia no "palco" do fórum de ministros das Finanças da zona euro, depois de uma primeira reunião, em Atenas, com o respectivo presidente, Jeroen Dijsselbloem, que terminou de forma algo abrupta, disse, na segunda-feira, que está "consciente do dever" do Governo grego de encontrar "uma solução" com os parceiros europeus, mas respeitando a exigência dos gregos de "não recuar" nos compromissos eleitorais.


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O ministro das Finanças - que se dirigiu pela primeira vez ao parlamento no decurso do debate do programa de política geral do Governo - assegurou que não iria a Bruxelas "nem como `yes man` nem como `no man`, apenas como um cidadão europeu", sublinhando que "o interesse de um europeu médio e de um grego médio" se confundem. Poucos esperam decisões de fundo, esta quarta-feira ou mesmo amanhã, apesar da urgência de um compromisso, uma vez que o programa de assistência à Grécia termina no final do corrente mês. "As expectativas para que haja um acordo final" no Eurogrupo desta quarta-feira ou na cimeira europeia de quinta-feira, "são baixas", sublinhou na terça-feira uma porta-voz da Comissão Europeia. A reunião do Eurogrupo, no qual Portugal estará representado pela ministra Maria Luís Albuquerque, tem início marcado para as 17h30 locais (16h30 de Lisboa).

Em declarações à Renascença, Bernardo Pires de Lima alerta para os perigos do envolvimento oficial da Rússia no conflito ucraniano, sobretudo depois de os Estados Unidos terem manifestado a intenção de fornecer armamento ao exército de Kiev. ISABEL CAPELOA GIL

Nostalgia do fim Port Bou, porto da esperança, é também o porto final do mais famoso habitante do seu pequeno cemitério municipal: o pensador judeu alemão Walter Benjamin.

Ucrânia. Guerra e mortos em dia de cimeira de paz Ataque de rebeldes pró-russos, nas imediações da cidade estratégica de Debaltseve, matou 19 soldados ucranianos e feriu outros 78.

Leste da Ucrânia em estado de guerra. Foto: Vladimir Vladimirov/EPA (arquivo)

Pelo menos 19 soldados ucranianos morreram no leste da Ucrânia, esta quarta-feira de manhã, dia em que está prevista uma cimeira de paz. O ataque dos rebeldes pró-russos, nas imediações da cidade estratégica de Debaltseve, também provocou 78 feridos entre os militares de Kiev. Noutro incidente registado esta quarta-feira, pelo menos duas pessoas morreram na sequência de um bombardeamento que atingiu uma estação de autocarros em Donetsk. A violência no leste da Ucrânia sobe de tom no dia em que está prevista uma cimeira de paz, em Minsk, a capital da Bielorrússia, que deverá juntar representantes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França. Bernardo Pires de Lima, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), tem expectativas reduzidas quanto a este encontro.

Estou em Port Bou, na fronteira a leste entre a Espanha e França. Um espaço de passagem, onde a beleza da enseada, do ‘porto dos bois’, como era conhecido pelos povos celtibéricos, contrasta com a rudeza da montanha que a enquadra. Port Bou é uma pequena cidade de veraneio, popularizada nas primeiras décadas do século XX, com a moda da ‘ida a banhos’, e que cresceu entalada entre o mar e a montanha como lugar de passagem de viajantes, contrabandistas, exilados das guerras do século que passou. Mas foi sobretudo durante o período tremendo da Segunda Guerra Mundial, que o povoado atingiu notoriedade como ponto de passagem dos fugitivos da Alemanha nazi. Port Bou tornava-se assim o porto de esperança para muitos refugiados judeus que optavam pela fronteira leste para tentar chegar a Espanha e depois seguir para Lisboa ou para Barcelona, onde organizações humanitárias os ajudavam a embarcar para os Estados Unidos ou para a Palestina. Port Bou, porto da esperança, é também o porto final do mais famoso habitante do seu pequeno cemitério municipal: o pensador judeu alemão Walter Benjamin. A 26 de setembro de 1940, após uma difícil passagem a pé das montanhas entre a França e Espanha, Benjamin chega a Port Bou, fugindo do campo onde as autoridades francesas o haviam internado. Exausto e sofrendo do coração, aloja-se no hotel Fonda de Francia, consternado com a ameaça do regresso a França, comunicada pela polícia espanhola. As condições que levaram nessa noite de setembro o filósofo do Livro das Passagens a sacrificar a vida são até hoje um mistério, oscilando entre a tese provável do suicídio e a do assassinato, que o realizador argentino David Mauas insinua em Quem matou Walter Benjamin? (2005). O cemitério municipal, onde a memória do filósofo é


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celebrada, situa-se na escarpa sul da enseada, debruçado sobre o mar turquesa do Mediterrâneo. Ao lado, o memorial do artista israelita Dani Karavan escava uma escada dentro de um túnel de ferro que perfura a parede rochosa, abrindo-se no final à transparência luminosa do vidro que impede a queda no abismo e revela o jogo das vagas do mar azul e límpido. A placidez calma do local não deixa de refletir um grande sofrimento. À luz do sul e perante a beleza avassaladora do mediterrâneo, nesse lugar que Hannah Arendt considerou o mais belo do mundo na visita que faz ao cemitério pouco depois da morte do filósofo, vislumbrou-se para Benjamin e outros como ele apenas a negritude do fim. Um fim, afinal, que também foi uma certa forma de libertação.

Surtos psicóticos. Doentes sem remédio que subiu 348% Infarmed rejeitou a revisão urgente de preço solicitada pelo laboratório. Os doentes psiquiátricos vão deixar de contar com uma injecção para casos urgentes, como surtos psicóticos. O Infarmed suspendeu a venda após o laboratório ter pedido uma revisão urgente do preço. O laboratório, que vende a Olanzapina, propôs um aumento de 348%, ou seja, o medicamento passava de cerca de cinco euros para mais de 21. O pedido foi rejeitado e a Lilly decidiu suspender a sua venda em Portugal e noutros países da União Europeia. A Autoridade Nacional do Medicamento informa que o medicamento continua disponível na forma de comprimidos. Os doentes com esquizofrenia e bipolares vão deixar de ter acesso a um medicamento injectável, segundo noticia o “Diário de Notícias”. A psiquiatra Inês Cunha, do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, refere que este "é um retrocesso de 30 anos na psiquiatria de urgência". A Renascença contactou o laboratório, mas ainda não obteve qualquer esclarecimento. [notícia actualizada às 15h00]

Transporte gratuito para mais doentes Medida anunciada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Dia Mundial do Doente, que se assinala esta quarta-feira.

Foto: João Cunha/RR

A isenção do pagamento do transporte para os doentes transplantados ou insuficientes renais crónicos que façam diálise ou hemodiálise vai deixar de depender de prova de insuficiência económica e da prescrição médica. O anúncio foi feito esta quarta-feira, em comunicado, pelo Ministério da Saúde, que assinala o Dia Mundial do Doente com a alteração da "portaria sobre o transporte de doentes não urgentes", alargando isenções e a garantia de alguns encargos. A isenção é também alargada aos doentes com paralisia cerebral e com situações neurológicas que resultem em limitação motora. A alteração do diploma, anunciada terça-feira, tem por objectivo "alargar aos utentes com paralisia cerebral e situações neurológicas, que resultem em limitação motora, a isenção de pagamento dos encargos com o transporte necessário à realização dos cuidados de saúde determinados pela sua condição clínica", segundo o Ministério. "Para os doentes transplantados e insuficientes renais crónicos que realizem diálise peritoneal ou hemodiálise domiciliária, o Serviço Nacional de Saúde passa igualmente a assegurar os encargos de transportes, independentemente do número de deslocações mensais", sublinha-se no documento divulgado terça-feira pelo Ministério da Saúde. "Para todas estas situações, a isenção deixa de depender, como até agora, da insuficiência económica e da prescrição médica", acrescenta o texto hoje divulgado. O comunicado divulgado terça-feira destaca ainda a descida da mortalidade infantil em Portugal no ano passado. De acordo com os números já divulgados pela Direcção-Geral de Saúde (DGS), no passado mês de Janeiro, registou-se "uma taxa de mortalidade infantil a descer para 2,85 por mil nados vivos", em 2014. No ano passado, em Portugal, verificaram-se 238 mortes infantis, até ao primeiro ano de vida, o valor mais baixo de sempre em números absolutos, quando


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as estimativas apontavam para a existência de 83.511 nascimentos nesse ano. Segundo os dados do sistema de informação dos certificados de óbito (SICO), esta é a segunda melhor taxa de mortalidade, tendo a mais baixa - 2,53 - sido registada em 2010, ano em que o número absoluto de mortes, no primeiro ano de vida, foi 256, mas o número de nascimentos foi de 101.381. O Ministério da Saúde destacou ainda a aprovação na terça-feira do Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020, no âmbito da Estratégia Nacional para a Qualidade da Saúde. Globalmente, este Plano tem por objectivo garantir a maior segurança possível dos doentes, evitando incidentes, que na maioria dos casos surgem ligados a defeitos organizacionais e não à competência técnica dos profissionais, segundo o documento publicado hoje em Diário da República.

Há assistência religiosa nos hospitais, mas nem todos os doentes são informados No Dia Mundial do Doente, o coordenador nacional dos capelães hospitalares lembra que a assistência espiritual e religiosa é um direito dos pacientes.

Foto: DR Por Ana Lisboa

O coordenador nacional dos capelães hospitalares, padre Fernando Sampaio, diz que nem todos os doentes internados são informados de que existe a assistência religiosa nos hospitais. Em declarações à Renascença, Fernando Sampaio diz que há mesmo casos em que se pode falar de má prática profissional: “Muitas vezes, há bloqueamentos das informações. Às vezes, são os doentes que pedem e as informações são bloqueadas. Os doentes perguntam e dizem que não. Graças a Deus, não são muitos os profissionais a fazer isso, mas ainda há quem faça e isso é má prática profissional. Porque a boa prática profissional tem em atenção o doente todo,

na sua dimensão física, psicológica, espiritual e existencial.” Para o coordenador nacional dos capelães hospitalares, o facto de uma pessoa estar internada num hospital, “não deve impedir a sua vivência religiosa" e é por isso que existe este serviço de assistência espiritual e religiosa, para que os doentes ou familiares o solicitem. O coordenador dos capelães hospitalares sublinha que “as pessoas não podem estar à espera, têm de pedir e têm de exigir, têm direito", sendo que, "para os cristãos, não é apenas um direito, mas também é um dever”. Os capelães têm "também a obrigação de passar pelos doentes" e são muitos "os que se manifestam e dizem ‘ainda bem que veio, eu estava ansioso que passasse’”. Os pedidos dos doentes são os mais variados: muitos querem só conversar, outros rezar, há quem peça para receber a comunhão e há, até ,quem se tenha casado e baptizado no hospital. O Dia Mundial do Doente assinala-se esta quarta-feira.

Hepatite C. Médicos do Mundo contestam exclusividade da patente do Sofosbuvir É primeira vez na Europa que uma ONG recorre a esta medida para melhorar o acesso dos doentes aos medicamentos. Este antiviral tem uma taxa de cura superior a 90%. A Médicos do Mundo apresentou um recurso contra a patente do medicamento Sofosbuvir, para a hepatite C, concedida pelo Instituto Europeu de Patentes, considerando que o laboratório pratica "preços exorbitantes" e que deve ser aberta a concorrência. Em comunicado, a organização não-governamental (ONG) anuncia que apresentou este recurso legal, através do qual a validade de uma patente pode ser contestada, que se for bem-sucedido "irá incentivar a concorrência de versões genéricas do Sofosbuvir", um antiviral usado no tratamento da hepatite C e que tem uma taxa de cura superior a 90%. "A oposição a uma patente é um recurso que já foi utilizado pela sociedade civil na Índia e Brasil para conseguir a revogação de uma patente concedida de forma indevida e a disponibilização de versões genéricas", explica Olivier Maguet, do conselho da organização, acrescentando que estes "recursos levaram a uma descida considerável no custo dos tratamentos e ao acesso dos doentes que de outra forma não teriam a oportunidade.". Esta é a primeira vez na Europa que uma ONG recorre a esta medida para melhorar o acesso dos doentes aos medicamentos. Há vários meses que a organização Médicos do


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Mundo, em conjunto com outras organizações, vem alertando para os problemas colocados pelo custo dos novos tratamentos para a hepatite C e do sofosbuvir em particular. "O laboratório farmacêutico Gilead detém o monopólio do Sofosbuvir e está a comercializar este tratamento de 12 semanas a um preço exorbitante - 41 mil euros em França e 44 mil euros no Reino Unido - impedindo assim que muitas pessoas tenham acesso ao medicamento", sublinha. De 43 mil euros para 89 euros? Em Portugal, o Ministério da Saúde chegou, no final da semana passada, a acordo com o laboratório para fornecer o tratamento gratuitamente aos doentes, mas os custos para o SNS não foram revelados, embora a Gilead tenha começado por pedir valores superiores a 43 mil euros por um tratamento de 12 semanas. A organização alega que, apesar de a utilização do Sofosbuvir no tratamento da hepatite C representar um enorme avanço terapêutico, a molécula em si, que resulta do trabalho de investigadores públicos e privados, não é suficientemente inovadora para garantir uma patente. Assim, decidiu apresentar a sua contestação, afirmando que "existe um abuso por parte da Gilead ao impor preços que não são sustentáveis aos sistemas de saúde". Se for aceite, o medicamento pode começar a ser produzido em versões genéricas a um preço de apenas 101 dólares (cerca de 89 euros). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam entre 130 a 150 milhões de doentes crónicos de hepatite C em todo o mundo. Na União Europeia poderão estar infectadas entre 7,3 a 8,8 milhões de pessoas. Segundo a organização, em Portugal, onde o medicamento deverá ter um custo superior a 42 mil euros - 100 mil euros contabilizando todo o tratamento necessário -, estão registados nos hospitais mais de 13 mil doentes com hepatite C, estimando-se no entanto que o número de infectados seja de cerca de 100 mil. Anualmente a infecção mata cerca de mil pessoas.

Ministério Público recolhe dados sobre portugueses implicados na “Swiss Leaks” A Procuradoria-geral sublinha que, “até ao momento, não foi recebida de autoridades estrangeiras qualquer lista ou informação específica sobre a questão”. O Ministério Público está a “acompanhar a situação” e a recolher “todos os elementos” relacionados com a denúncia que inclui uma lista de clientes portugueses do banco suíço HSBC que alegadamente ocultaram fortunas ao fisco.

“O Ministério Público está a acompanhar a situação, recolhendo todos os elementos que estão ao seu alcance quer aqueles que têm vindo a público, que os elementos que, eventualmente, possam resultar de processos pendentes”, referiu a Procuradoria-Geral da República (PGR) à agência Lusa. A PGR sublinha porém, que, “até ao momento, não foi recebida de autoridades estrangeiras qualquer lista ou informação específica sobre a questão”. O esclarecimento da PGR surge no seguimento do chamado caso SwissLeaks, em que foi divulgado uma lista de clientes portugueses do HBSC que, através do banco suíco, terão ocultado avultadas somas de dinheiro (nalguns casos na ordem dos muitos milhões de euros) às autoridades tributárias do país de origem.

“BES Angola emprestou 800 milhões a irmã de José Eduardo dos Santos” Marta dos Santos é uma das devedoras a quem o BES Angola “perdeu o rasto”, garante Paulo Morais, da Associação Transparência e Integridade. A Associação Transparência e Integridade assegura que não é difícil perceber quem são os destinatários dos empréstimos concedidos pelo BES Angola, e a que o banco alegadamente perdeu o rasto. Esta terça-feira, Rui Guerra, o ex-Presidente do BES Angola, disse aos deputados da comissão parlamentar que investiga o caso BES, que o banco não foi capaz de identificar os beneficiários de muitos dos empréstimos concedidos pela instituição e que estes já estavam em incumprimento antes de o Estado angolano conceder uma garantia. Em causa podem estar mais de 5,7 mil milhões de euros. Mas Paulo Morais, vice-presidente da Associação Transparência e Integridade, contesta os argumentos de Rui Guerra e acrescenta que tem documentos capazes de contrariar o ex-banqueiro. “Nessa lista de empréstimos estava, à cabeça, a Marta dos Santos, irmã do presidente José Eduardo dos Santos, que teve um crédito de 800 milhões de dólares, para desenvolver em Talatona um projecto imobiliário, curiosamente em parceria com o empresário português José Guilherme, o tal que deu os 14 milhões a Ricardo Salgado.” “Só no Comité Central do MPLA houve todo um conjunto de personalidades, como Roberto de Almeida, Maria Mambo Café e Ferreira Pinto, entre outros, que receberam 10 milhões de dólares para desenvolver os projectos que bem entendessem, sem terem de prestar quaisquer garantias ao banco”, acrescenta. Investimentos em Portugal feitos com dinheiro do BES Paulo Morais diz à Renascença que muitos dos


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investimentos angolanos em Portugal foram feitos com esse dinheiro emprestado pelo BES Angola: “Há um aspecto ainda mais perverso. Muitos dos investimentos que a elite angolana fez em Portugal, que foram vendidos como sendo dinheiro angolano que vinha para Portugal, de facto não era. Era dinheiro dos depositantes do BES, disponibilizada à elite angolana para adquirir em Portugal propriedades, imobiliário. Os próprios filhos de José Eduardo dos Santos têm uma propriedade em Aveiras de Cima, que adquiriram com crédito do BES, mas isto multiplicouse por todo o país.” Paulo Morais lamenta que nada esteja a ser feito em Portugal em relação a esta situação: “O que é incompreensível é como o Estado português não faz exercer os seus direitos, desde logo confiscando as propriedades compradas com este tipo de empréstimos. Relativamente aos empréstimos utilizados em território angolano, é evidente que a situação é mais difícil, mas dadas as óptimas relações que existem entre os dois Governos, teria de haver uma manobra diplomática para recuperar esses milhares de milhões de euros, que neste momento representam um prejuízo no BES e no Novo Banco, e que teriam de ser recuperados”, diz Paulo Morais. O Vice-Presidente da associação Transparência e Integridade considera pouco plausível o argumento do ex-presidente do BESA, que diz não ser possível identificar os destinatários dos empréstimos concedidos pelo banco. Em causa podem estar mais de 5,7 mil milhões de euros que o BESA nunca recuperou.

“Investimento arrebitou” em 2014 e 2015 pode ser melhor, diz Portas Portas mostra-se confiante em relação ao futuro: “A economia portuguesa está a recuperar e a crescer. Gradualmente, é certo, mas de forma sustentada”, afirmou.

2014 foi bom, 2015 pode ser melhor, considera Portas. Foto: Lusa

O vice-primeiro-ministro sublinhou esta terça-feira que o investimento em Portugal começou em 2014 a dar “sinais de arrebitar”, com um crescimento superior

a três por cento, e vaticinou que 2015 pode ser um ano económico “efectivamente melhor”. “O ano económico de 2015, salvo alguma circunstância exterior fora do controlo, pode ser um ano efectivamente melhor do que o de 2014, tal como 2014 foi melhor do que 2013”, referiu Paulo Portas. O governante, que falava em Famalicão, no encerramento de um seminário sobre o novo quadro comunitário de apoio, aludiu ao crescimento do investimento como um dos principais sinais da recuperação da economia portuguesa. Referiu que o investimento foi o “indicador mais crítico” da economia do país na última década, mas vincou que em 2014 “começou a dar sinais de arrebitar”, a “dar sinais de vida a sério”. “A economia portuguesa está a recuperar e a crescer. Gradualmente, é certo, mas de forma sustentada”, afirmou. Portas aludiu ainda ao crescimento, que em 2014 terá sido “à volta de 1%” e que em 2015, segundo as expectativas revistas em alta, será de 1,6%. O vice-primeiro-ministro enfatizou ainda os números das exportações, capítulo em que Portugal teve em 2014 o seu “melhor ano de sempre”, com um valor total de 48 mil milhões de euros, contra os 37 mil milhões de 2010. Isto, frisou, ao mesmo tempo que as importações se mantiveram praticamente iguais. Face a estes números, criticou “alguns espíritos” que demonstram “um défice de entusiasmo” em relação às exportações e um “superavit” de preocupação com as importações. A descida da taxa de desemprego e a subida do consumo foram outros factores enumerados por Paulo Portas para sublinhar que “a economia portuguesa está a responder bem” aos “anos de chumbo” que teve de enfrentar.

Desempregados há três meses já podem acumular subsídio com salário O valor do salário bruto auferido tem que ser inferior ao valor do subsídio de desemprego. Os desempregados inscritos nos centros de emprego há pelo menos três meses podem acumular parte do subsídio de desempego com um salário, que pode ser reclamado quando for mais baixo do que a prestação social. De acordo com uma portaria que entra em vigor esta quarta-feira, o Governo vem agora alterar as regras do diploma já em vigor que permite a acumulação de parte do subsídio de desemprego com um salário, permitindo que este apoio seja reclamado por desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) há três meses, contra os anteriores seis meses. A partir de agora, a acumulação de parte do subsídio de desemprego com um salário pode ser reclamada


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sempre que o salário for mais baixo do que a prestação social. A portaria tem efeitos retroactivos a contratos assinados desde 1 de Janeiro deste ano. Com as novas regras, podem reclamar este apoio os desempregados subsidiados que estejam inscritos no IEFP há pelo menos três meses - até hoje era de seis meses-, que aceitem uma oferta de emprego ou que encontrem um trabalho em que a retribuição bruta seja inferior ao subsídio de desemprego e que, no momento em que assinam o contrato, ainda tivessem direito a beneficiar do subsídio por um período de três meses, que até agora era de seis meses. Ainda de acordo com a portaria, também os desempregados com 45 anos estão abrangidos desde que estejam inscritos no IEFP há três meses ou menos. Os contratos abrangidos têm de ter uma duração mínima de três meses, não podem ser celebrados com um empregador que tenha despedido o beneficiário e têm de cumprir a lei no que diz respeito ao salário mínimo e à contratação colectiva, ressalva o executivo. Quanto ao apoio financeiro, este permanece inalterado face ao diploma já em vigor: 50% do valor da prestação de desemprego durante os primeiros seis meses de concessão, até ao limite de 500 euros; 25% do valor do subsídio de desemprego, durante os seis meses seguintes, até ao limite de 250 euros. Este apoio financeiro pode ser atribuído até um máximo de 12 meses, não podendo ultrapassar o período remanescente de subsídio. O apoio também será atribuído sempre que esteja em causa um contrato a prazo com menos de 12 meses, desde que esse contrato seja convertido num contrato sem termo. Relativamente às implicações deste apoio na duração do subsídio de desempego, e à semelhança das regras em vigor, o período de atribuição do apoio desconta ao período remanescente do subsídio de desemprego. No entanto, a nova portaria determina que o período em que se acumula salário e subsídio conta como prazo de garantia, ou seja, como período de descontos para uma futura situação de desemprego, apesar de não contar para calcular a duração do subsídio nem o valor deste. A medida pode ser acumulável com outras, nomeadamente, com a medida Estímulo Emprego que prevê apoios financeiros às empresas que façam novas contratações - e com as isenções de descontos para a Segurança Social, destinadas a empresas que contratem jovens à procura de primeiro emprego ou desempregados de longa duração.

Bruxelas favorável ao pedido de reembolso apresentado por Portugal Ministra das Finanças enviou ao FMI uma proposta de pagamento antecipado de 14 mil milhões de euros do empréstimo em mais do que uma prestação e num prazo máximo de dois anos e meio. O plano de reembolso antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentado por Portugal está já a ser avaliado pelas instituições europeias, merecendo à partida o aval da Comissão Europeia. A confirmação foi feita pela porta-voz responsável pelo Emprego, Crescimento, Investimento, União Económica e Monetária e Semestre Europeu. O mesmo terá que ser avaliado pelos Estadosmembros, pois é necessário que os membros renunciem a uma cláusula nos contratos de empréstimos que prevê que reembolsos antecipados tenham que ser proporcionais entre todos os credores (e Portugal só tenciona pagar mais cedo os empréstimos do FMI). "Embora a decisão de conceder um abandono (da cláusula) caiba aos Estados-membros, a Comissão terá uma opinião favorável relativamente a medidas que possam melhorar a sustentabilidade das finanças públicas de Portugal", disse à agência Lusa Annika Breidthardt. A porta-voz acrescentou que o plano de reembolso apresentado por Portugal, que prevê a devolução de 14 mil milhões de euros ao FMI num prazo máximo de dois anos e meio, "está neste momento a ser avaliado pelas instituições da UE envolvidas no processo". Fontes europeias confirmaram à Lusa que o assunto está na agenda da próxima reunião ordinária do Eurogrupo, de 16 de Fevereiro, em Bruxelas. O desfecho mais provável será o lançamento do processo de aprovação para um abandono geral da cláusula, que deve ser feito por todos os Estadosmembros implicados, de acordo com procedimentos nacionais. As mesmas fontes explicaram à Lusa que o plano de reembolso não precisa ainda os montantes exactos das ‘tranches’, que serão definidas também de acordo com as condições de mercado. O plano do Ministério das Finanças propõe a devolução de "14 mil milhões de euros num prazo máximo de dois anos e meio”. Caso este plano seja aprovado, isto significa que Portugal vai devolver mais de metade do crédito devido à instituição liderada por Christine Lagarde em dois anos e meio, uma vez que o Fundo emprestou 27,38 mil milhões de euros, de acordo com a versão mais recente do calendário de amortização da dívida directa do Estado da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), de Janeiro. A 21 de Janeiro, a ministra das Finanças, Maria Luís


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Albuquerque, já tinha anunciado no Parlamento que Portugal vai proceder ao pagamento antecipado do empréstimo contraído ao FMI durante o resgate financeiro do país, uma vez que o Estado acumulou "um montante de reservas de liquidez muito significativo" que permite "enfrentar com muita tranquilidade" eventuais dificuldades futuras.

António Costa: Antecipar pagamento ao FMI é uma forma de renegociação da dívida Portugal quer antecipar pagamento de 14 mil milhões e poupar 200 milhões em juros. Para o líder do PS, "isto é simplesmente renegociar dívida, não é reduzir o nosso endividamento".

Internacional (FMI) apresentado por Portugal está já a ser avaliado pelas instituições europeias, merecendo à partida o aval da Comissão Europeia. O plano do Ministério das Finanças propõe a devolução de "14 mil milhões de euros num prazo máximo de dois anos e meio”. Caso este plano seja aprovado, isto significa que Portugal vai devolver mais de metade do crédito devido à instituição liderada por Christine Lagarde em dois anos e meio, uma vez que o Fundo emprestou 27,38 mil milhões de euros, de acordo com a versão mais recente do calendário de amortização da dívida directa do Estado da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), de Janeiro. A 21 de Janeiro, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, já tinha anunciado no Parlamento que Portugal vai proceder ao pagamento antecipado do empréstimo contraído ao FMI durante o resgate financeiro do país, uma vez que o Estado acumulou "um montante de reservas de liquidez muito significativo" que permite "enfrentar com muita tranquilidade" eventuais dificuldades futuras.

Governo processa Cimpor por falta de licença para descarregar 'petcoke' O pó potencialmente perigoso (usado como combustível barato) estava a ser descarregado a céu aberto no porto de Aveiro.

Foto: Lusa

O líder do PS considera boa a estratégia de antecipação do pagamento de parte do empréstimo da “troika” para poupar cerca de 200 milhões em juros. Mas para António Costa isto é uma forma de renegociação da dívida. "O que o Governo acaba de fazer é uma renegociação da dívida. É trocar uma dívida que tinha o juro mais elevado, por uma dívida nova com juro mais baixo. Isto é simplesmente renegociar dívida, não é reduzir o nosso endividamento", considera. Para ilustrar a sua opinião, o secretário-geral socialista usa como exemplo um agregado: "Se uma família tiver um empréstimo à habitação muito elevado, se tem oportunidade de mudar para um empréstimo, num outro banco, com uma nova taxa de juro, naturalmente que renegoceia e muda de banco e mantém o seu empréstimo com uma taxa de juro menor. O essencial para a família, claro que poupou em juros, em encargos e ganhou em liquidez, mas o fundamental continua a ser o mesmo: tem ou não o rendimento para sustentar esse pagamento?" O plano de reembolso antecipado ao Fundo Monetário

O ministro do Ambiente tem a decorrer um processo contra-ordenacional contra a Cimpor devido à falta de licenciamento para descarregar 'petcoke', um pó potencialmente perigoso, no porto de Aveiro. Respondendo ao BE, em sede de comissão parlamentar, o governante referiu que o processo surgiu na sequência de investigações de denúncias da população. Apesar de se ter avançado para um pedido de licenciamento, "isso não isenta a empresa de responsabilidades, que não podia desenvolver a actividade sem o licenciamento", afirmou Jorge Moreira da Silva. O ministro acrescentou que as recentes avaliações à qualidade do ar em Aveiro "não levantam preocupações", voltando, porém, a referir que a cimenteira "não está isenta de responsabilidades" e que o porto de Aveiro tem um "papel decisivo". No início do mês, o Bloco de Esquerda tinha pedido explicações sobre as descargas de 'petcoke', a céu aberto, nos portos de Aveiro, Sines e Setúbal, sem que a legislação portuguesa, ao contrário de outros países, obrigue ao seu confinamento, pelos impactos na saúde. "Como é que é possível as populações estarem sem o Estado do seu lado, a defender a qualidade de vida, como é possível que uma empresa como a Cimpor tenha uma actividade perigosa sem licenciamento, e como é que é possível que a


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legislação em Portugal permita que o petcoke possa ser descarregado em espaço aberto?", disse na altura o deputado bloquista Pedro Filipe Soares. Existem estudos, citados pelo BE, segundo os quais o 'petcoke' pode ter impactos na saúde, designadamente nas vias respiratórias, e pode ser potenciador do cancro no pulmão. Em 2013 a Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos passou a rejeitar todos os pedidos de licenciamento para uso do 'petcoke' como combustível barato. Segundo o site da agência, as partículas “podem afectar o coração, os pulmões e causar sérios problemas de saúde” quando inaladas. GRAÇA FRANCO

O FMI tinha razão? Se um pequeno aumento do consumo privado e da actividade nos serviços já se traduz neste disparo do défice da balança de mercadorias, onde vamos parar quando a retoma se consolidar?

2. É verdade que o efeito de paragem da refinaria da Galp justifica boa parte da desaceleração registada no crescimento das exportações, mas mesmo sem combustíveis as exportações subiram apenas 4,3% enquanto as importações aumentavam 6%, invertendo a tendência de desagravamento do défice. Além disso o peso da Autoeuropa continua a pesar demasiado na balança e o abrandamento das economias europeias traduziu-se em menores vendas de automóveis. 3. Por último, a economia está ainda praticamente estagnada e o aumento das importações tenderá a ser cada vez maior à medida que se reforce a dinâmica do investimento. Se um pequeno aumento do consumo privado e da actividade nos serviços já se traduz neste disparo do défice da balança de mercadorias, onde vamos parar quando a retoma se consolidar?

Ensino Superior. Governo quer limitar número de alunos Proposta de nova fórmula de financiamento do ensino superior foi apresentada ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.

Há cerca de um ano, o FMI alertava, num dos seus relatórios de acompanhamento, para a falta de sustentabilidade dos ganhos conseguidos em matéria de défice comercial, chamando a atenção para um perfil exportador ainda demasiado dependente dos combustíveis (ou seja de uma única empresa (GALP) e da laboração das respectivas refinarias) e de uma contracção das importações resultante da queda da procura. Os dados esta semana, revelados pelo INE, para o total do ano de 2014 parecem dar-lhe razão e não podem ser subestimados. Ainda não estão disponíveis os dados para a exportação de serviços onde o Turismo (o nosso sector exportador por excelência) teve o ano passado um desempenho excepcional. Por isso é cedo para falar em desastre e são manifestamente exageradas as notícias que dão como certo o regresso ao défice comercial. Mas não se podem ignorar os factores de preocupação. 1. O efeito positivo da esperada desvalorização do euro, que ajudará a embaratecer “artificialmente” o preço dos nossos produtos quando vendidos para fora da Europa, pode facilmente ser contrariado pela estagnação ou queda dos mercados de destino de muitas das nossas “novas” empresas exportadoras. O Brasil está a braços com uma seca que ameaça travar-lhe o crescimento e Angola, que é já o nosso quarto maior mercado, está literalmente à beira do colapso.

A nova fórmula de financiamento do ensino superior "passa de uma lógica de financiamento directo para uma de compromissos e objectivos", estabelecendo, por exemplo, limites ideais de alunos por instituição. O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Cunha, explicou à agência Lusa que o documento apresentado, terça-feira, pelo secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, relativo à nova fórmula de financiamento do ensino superior, "passa de uma lógica de financiamento directo para uma lógica de compromissos e objectivos". "Esses objectivos devem ser atingidos, mas também não devem ser ultrapassados dentro de determinadas margens ou limites. Não se fixa um número, mas é apontado um valor ideal que uma determinada instituição devia ter", afirma o também reitor da Universidade do Minho. A título de exemplo, António Cunha explicou que o novo modelo de financiamento proposto pela tutela pode determinar, por exemplo, que uma instituição tenha como número ideal de alunos um total entre os


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19 mil e os 20 mil, e financiá-la também de acordo com esse número, havendo outros critérios a ser considerados. "Não quero pronunciar-me sobre isto de um modo mais específico. Estamos a falar de gamas de variação suficientemente largas para permitirem às universidades crescerem um bocadinho ou diminuírem um bocadinho, consoante os casos", declarou. António Cunha disse que é ainda "totalmente prematuro" fazer uma avaliação dos impactos do novo modelo e não quis adiantar mais pormenores sobre a proposta, mas, em Maio, quando apresentou os princípios pelos quais queria que o financiamento ao ensino superior passasse a ser feito, o secretário de Estado referiu critérios como a empregabilidade dos cursos e a produção científica das instituições, entre outros. O documento agora apresentado pelo Governo é, do ponto de vista do presidente do CRUP, "um trabalho muito sério, muito consistente, muito suportado por informação, mas que é complexo e extenso e que vai ter de ser analisado com muito cuidado". "É um documento que merecerá a nossa melhor atenção", acrescentou, referindo que o novo modelo está "em construção", que vai ser analisado "na sua lógica", mas também do ponto de vista dos números que contém, para "fazer a sua validação". Também o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, defendeu que o documento merece "uma avaliação muito profunda para ver todos os impactos das variáveis e critérios que estão no modelo". Joaquim Mourato disse que a proposta "vem no seguimento do que tinha sido apresentado em maio", mas trazendo "avanços". Não há qualquer data para que, quer universidades, quer politécnicos, se pronunciem junto do ministério relativamente à proposta agora conhecida, mas ambos os representantes dizem querer fazê-lo o mais breve possível. Em Julho, o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, adiantou que a última proposta conhecida até então apontava para que o financiamento continuasse centrado no número de alunos e que outros critérios a ser introduzidos no cálculo não tivessem um peso superior a 1%. "Aquilo que sabemos é que é intenção do secretário de Estado de manter a fórmula de financiamento centrada no número de alunos - fundamentalmente no número de alunos -, e depois ter pequeníssimas parcelas que permitam acrescentar ou diminuir algum financiamento, em função da produtividade científica e medidas de gestão", explicou Cruz Serra. O reitor da Universidade de Lisboa disse também que já havia a garantia, da parte de José Ferreira Gomes, de que, "fosse qual fosse o resultado, não haveria grandes variações de dotação de um ano para o outro".

Funcionários das escolas marcam greve para dia 20 Sindicato diz que em causa está "a destruição da escola pública, gratuita e universal, como está prevista na Constituição". Trabalhadores reivindicam "uma carreira valorizada" e a reposição das 35 horas. Os funcionários das escolas vão estar em greve no dia 20 para contestar a municipalização da educação e exigir a abertura de um concurso que integre os trabalhadores a exercer funções de carácter permanente. "A única responsabilidade desta greve é do Ministério da Educação, que tudo tem feito para que os trabalhadores das escolas estejam insatisfeitos", defenderam, em conferência de imprensa, em Lisboa, os dirigentes da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais. Para o sindicato, o que está em causa é uma questão política, "a destruição da escola pública, gratuita e universal, como está prevista na Constituição" da República. A descentralização de competências para as autarquias tem como fim a privatização e que assenta numa contradição. "É fundamentada com a aproximação às populações, mas foram encerradas centenas de escolas que estavam mais perto das famílias", afirmou o dirigente sindical Artur Sequeira. A responsabilidade pela crónica falta de pessoal nas escolas é atribuída pelos sindicatos deste sector a todos os governos dos últimos anos. Defendem, por isso, a abertura de concursos para que possam ser colocados nas escolas os funcionários necessários ao seu bom funcionamento. Mais uma vez, os sindicatos criticaram a contratação de pessoal a 3,20 euros à hora, através dos centros de emprego, sem experiência de trabalho com crianças, e que pode ser contratado "ao dia, à hora, à semana", durante o ano lectivo, o que "disfarça o desemprego e não resolve os problemas". Milhares em situação “ilegal” "Estes trabalhadores têm de ter contrato por tempo indeterminado e não a termo certo", sustentou Artur Sequeira. Os trabalhadores reivindicam "uma carreira valorizada" e a reposição das 35 horas de trabalho por semana, até porque algumas câmaras municipais já com responsabilidades na educação mantiveram este regime, o que causa discriminação entre funcionários, alegam. "Há de facto uma questão de selvajaria na gestão actualmente. A criação dos mega-agrupamentos foi o maior disparate", disse o dirigente: "Os trabalhadores são, de uma forma selvática, colocados em qualquer sítio". Com a greve, pretendem também "deixar uma mensagem" ao próximo Governo. "Queremos que os trabalhadores sejam contratados 12 meses por ano",


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defendeu Artur Sequeira, segundo o qual há escolas com mais trabalhadores precários do que efectivos. "Há milhares de trabalhadores nesta situação e isso é ilegal", acusou, perspectivando "uma grande greve" na próxima semana. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

Manuel de Lucena Em diversos textos evocativos de Manuel de Lucena foi justamente salientada a originalidade do seu pensamento e sobretudo a sua total liberdade. Acrescento duas outras qualidades: a honestidade intelectual e a sua frugalidade.

V+ INFORMAÇÃO

Cenário de guerra em dia de cimeira de paz Neste noticiário: Violência e mortos a marcar as primeiras horas de um dia decisivo para a paz na Ucrânia; reunião do Eurogrupo sobre a Grécia em clima de tensão; desempregados inscritos há pelo menos três meses no Centro de Emprego podem acumular subsídio e salário; antigo Bastonário da Ordem dos Médicos pede consenso sobre a racionalização dos gastos na saúde; Cruz Vermelha Portuguesa faz 150 anos. Por Edição de Marília Freitas

É difícil escrever sobre um amigo próximo. Por isso só hoje escrevo sobre Manuel de Lucena, que morreu no dia em que fazia 77 anos. A nossa amizade começou no final de 1956, na Faculdade de Direito de Lisboa e nunca foi interrompida, mesmo durante os 11 anos de exílio do Manuel, por razões políticas. Muita gente deu-se conta, agora, que se tratava de uma personalidade excepcional. Mas com pouca visibilidade – apenas aquela que lhe deram os seus livros de ciência política, as suas traduções, os seus artigos em jornais e revistas e a participação no programa da Renascença “Com Sal e Pimenta”, que eu moderava. Em diversos textos evocativos de Manuel de Lucena foi justamente salientada a originalidade do seu pensamento e sobretudo a sua total liberdade. Acrescento duas outras qualidades: a honestidade intelectual do Manuel (que o levava, por exemplo, a deslocações a terras do interior para confirmar dados sobre a extinção dos grémios da lavoura). E a sua frugalidade – era um autêntico “franciscano”, alheio a bens materiais e a toda a espécie de vaidades e honrarias. Um exemplo de vida.

Estratégia nacional de antiterrorismo vai esta semana a conselho de ministros Ministro Rui Machete revela que não há novidades penais significativas. Documento exige uma "política de prevenção, de sancionamento das práticas terroristas e de prevenção a longo prazo". O ministro dos Negócios Estrangeiros revela que a estratégia nacional de antiterrorismo deve ir, ainda esta semana, a conselho de ministros. O documento aposta sobretudo na prevenção de longo prazo e não terá novidades penais tão significativas, como noutros países. “Inclui várias medidas do ponto de vista penal, mas não inclui algumas medidas mais radicais em relação à tradição penal portuguesa, como têm sido adoptadas noutras países que estão a defrontar o mesmo problema”, disse Rui Machete, no Parlamento, esta terça-feira. O ministro explica que o documento exige uma “política de prevenção, de sancionamento das práticas terroristas e de prevenção a longo prazo, no sentido de instigar a luta ideológica nos países muçulmanos, que têm autoridade para afirmar de maneira clara, que a forma de viver a religião muçulmana não é a forma que o Estado Islâmico tem vindo a praticar”. O documento foi inspirado nas recomendações que tanto as Nações Unidas, como a União Europeia têm


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vindo a reforçar nos últimos meses, desde os recentes atentados em França. A estratégia tem cinco pilares cooperação, prevenção, detecção, perseguição e protecção - e prevê um agravamento penal para as actividades ligadas ao terrorismo.

Forças de segurança vão explicar a Cavaco necessidade de "reforço orçamental" Numa altura em que a ameaça terrorista põe o tema na agenda europeia, os orçamentos das forças de segurança portuguesas são reduzidos, criticam.

Foto: Lusa (arquivo) Por Celso Paiva Sol

Sem respostas satisfatórias do Governo, os sindicatos e associações que representam as forças de segurança pediram esta terça-feira uma audiência ao Presidente da República. A Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança (CCP) diz, em comunicado, que é um erro continuar a cortar nos orçamentos da segurança, numa altura em que a ameaça terrorista põe o tema na agenda europeia. A CCP, que congrega os sindicatos mais representativos da GNR, PSP, ASAE, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Guarda Prisional e Polícia Marítima, considera que "os orçamentos para as diversas forças e serviços de segurança podem colocar em causa o seu normal funcionamento com consequências graves para o país". "Os vários alertas da CCP em torno da necessidade de reforço orçamental nunca foram ouvidos", diz ainda o texto. "A necessidade do reforço orçamental e de uma política sustentada, na área da segurança interna, tem de ser uma realidade, como forma de garantir eficiência e evitar derivas securitárias", acrescenta.

Vem aí o maior Monstra de sempre Festival de Cinema de Animação de Lisboa decorre de 12 a 22 de Março. América Latina e estreias são alguns dos destaques.

"Song of the sea", de Tomm Moore, é um dos filmes em antestreia

O Monstra - Festival de Cinema de Animação de Lisboa faz 15 anos em Março, com quase 500 filmes, uma homenagem ao cinema da América Latina, uma retrospectiva de um mestre japonês, clássicos da animação e a estreia de "A ovelha Choné". A programação foi apresentada na terça-feira, em Lisboa. O director Fernando Galrito fez saber que esta é a mais extensa programação dos 15 anos do festival, com secções que abrangem diferentes géneros e formatos de cinema, tudo em animação: competição de curtas e longas-metragens, filmes para crianças - a Monstrinha -, documentários e terror, além de exposições, encontros com artistas e "workshops". O Monstra decorrerá em Lisboa, de 12 a 22 de Março, centrado no Cinema São Jorge, mas com sessões também em Almada. Até Julho está previsto um périplo pelo Porto, por Coimbra, Portalegre, Santarém, Ponta Delgada, Gouveia e, no resto do ano, com sessões programadas em vários países. Todos os anos, o Monstra dedica parte da programação ao cinema de um país convidado, sendo este ano alargado a uma geografia mais ampla, a da América Latina, com filmes da Argentina, Cuba, México, Venezuela, Costa Rica ou Colômbia. Da extensa programação, destacam-se os filmes seleccionados para a competição de longasmetragens, entre os quais dois candidatos aos Óscares - "Song of the sea", de Tomm Moore, e "The tales of princess Kaguya", de Isao Takahata - e "A ovelha Choné", todos em antestreia. Mark Burton e Richard Starzak, realizadores de "A ovelha choné", a longa-metragem dos estúdios Aardman com as mesmas personagens da série televisiva para a infância, estarão em Lisboa a propósito da antestreia nacional do filme. O realizador japonês Isao Takahata não estará em Lisboa, mas será alvo de uma retrospectiva no já habitual programa dedicado ao Japão - serão exibidos quatro filmes do cineasta, assim como "The wind rises", o último filme de Hayao Miyazaki, e um documentário sobre os dois mestres da animação e


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sobre o trabalho nos estúdios Ghibli, que ambos fundaram. Curtas e Monstrinha A competição portuguesa de curtas-metragens vai apresentar os filmes "Fuligem", de David Doutel e Vasco Sá, "Foi o fio", de Patrícia Figueiredo, "Papel de natal", de José Miguel Ribeiro, e "Raquel Silvestre - A pastora", de Marina Palácio. Dos filmes referenciados como históricos, a Monstra recupera aquele que é considerado como uma das obras-primas da animação francesa, "O rei e o pássaro", de Paul Grimault, iniciado em 1948 e concluído em 1980. Um dos programas da Monstra que tem tido um crescimento gradual no festival é o Monstrinha, feito para os mais pequenos e em ambiente escolar. Este ano estão previstas 160 sessões de cinema para nove agrupamentos de escolas de Lisboa e Almada, abrangendo cerca de 80 mil alunos. Fazendo fé que a meteorologia vai ajudar a organização, o Monstra contará com cinema em versão "drive-in" num parque de estacionamento no Parque Mayer, no Jardim da Estrela e no Largo do Intendente e numa versão "cinema-mais-pequenodo-mundo", com sessões de 15 minutos para grupos de nove espectadores. Ao cinema juntam-se ainda exposições no Museu da Marioneta, Casa da América Latina, Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e Fábrica do Braço de Prata. Os 15 anos do Monstra serão ainda assinalados com o lançamento de um DVD com 15 filmes de animação para os mais novos, com uma exposição com os cartazes do festival e a exibição de telediscos feitos em cinema de animação.

Dois fotojornalistas portugueses entre os melhores do mundo José Sarmento Matos e Mário Cruz distinguidos em concurso patrocinado pela agência Magnum Photo.

Foto: Mário Cruz

Os fotojornalistas portugueses José Sarmento Matos e Mário Cruz estão entre os 30 vencedores de um concurso internacional de fotojornalismo, patrocinado

pela agência Magnum Photo, que dará direito a uma exposição no Reino Unido. Os vencedores do concurso internacional "30 Under 30", destinado a jovens fotojornalistas de todo o mundo com menos de 30 anos, que tenham documentado temas da sociedade, foram anunciados segunda-feira no site da rede internacional Ideas Tap, parceira desta iniciativa. O trabalho dos 30 vencedores estará exposto de 21 a 24 de Março, no "The Photography Show", em Birmingham, para profissionais do fotojornalismo, fotografia e da cultura. Além disso, os trabalhos serão divulgados nos sites da Magnum Photos e do The Photography Show e estarão nomeados para três prémios de escolha do público, que serão votados através das redes sociais. Mário Cruz, 27 anos, fotojornalista da agência Lusa, candidatou-se com um trabalho sobre a crise em Portugal. Retratou a realidade de quem vive em locais abandonados de Lisboa. José Sarmento Matos, 26 anos, é "freelancer". Concorreu com uma reportagem sobre pessoas que tentam ultrapassar traumas relacionados com violência. Este trabalho foi, segundo o fotojornalista, feito em parceria com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e deverá ser editado este ano em livro. Mário Cruz venceu em 2014 o prémio de fotojornalismo da Estação Imagem, com o trabalho "Cegueira recente". A reportagem "Roof", candidata a "30 Under 30", esteve em destaque no final do ano passado no jornal norteamericano “The New York Times”. José Sarmento Matos, que se reparte actualmente entre Lisboa e Londres, já teve trabalho publicado nos jornais “The Guardian”, “The Sunday Times”, “Público” e “Financial Times”, que o distinguiu recentemente por causa de um trabalho em Londres. Os vencedores foram escolhidos por um júri constituído pela fotojornalista Gemma Padley, o editor de fotografia da Financial Times Weekend Magazine, Josh Lustig, e pelos fotógrafos da Magnum Chris Steele-Perkins e Moises Saman.


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Geofísicos desbloqueiam mistérios do núcleo interno da Terra

Xiaodong Song. A investigação agora divulgada aponta para que o núcleo interno possa conter cristais de diferentes estados, que se formaram em condições distintas, e que o planeta Terra terá sofrido uma mudança dramática durante esse período. O núcleo interno da Terra, situado a cerca de 5.000 quilómetros debaixo da superfície terrestre, continua a crescer aproximadamente 0,5 milímetros por ano.

Nova teoria, divulgada pela revista britânica “Nature”, pode fornecer novas informações sobre a origem do planeta.

Adeus, Jon Stewart… Ao longo de mais de 15 anos à frente do “Daily Show”, Jon Stewart tornou-se um dos humoristas mais respeitados dos Estados Unidos.

Professor Xiaodong Song, responsável pela investigação. Foto: Universidade de Illinois

Uma equipa de cientistas chineses e norte-americanos desenvolveu uma investigação que sugere que o núcleo interno da Terra é uma região sólida composta por duas partes, teoria que pode fornecer novas informações sobre a origem do planeta. A investigação, divulgada esta terça-feira pela revista britânica “Nature”, foi desenvolvida por especialistas da Universidade de Illinois (Estados Unidos) e da Universidade de Nanjing (China). O grupo de geofísicos acredita que o núcleo interno da Terra tem outra zona diferente no centro, ou seja, o núcleo interno do planeta integra, ele próprio, um núcleo interno. Uma vez que não é possível uma observação directa do núcleo da Terra, os especialistas apoiaram a investigação numa nova técnica de detecção das ondas geradas pelos terramotos. A técnica permitiu analisar a forma como os ecos gerados pelos sismos mudam à medida que circulam dentro do planeta. Liderada por Xiaodong Song, professor da Universidade de Illinois, a equipa sugere que o núcleo interno da Terra, uma grande massa de ferro sólido cristalizado mais pequena do que a Lua, é composto por duas partes. Imagem: Universidade de Illinois Os dados das ondas sísmicas revelaram que os cristais de ferro da parte mais interna do núcleo estão alinhados em direcção este/oeste. Por sua vez, os cristais de ferro que estão no núcleo designado como "exterior" estão alinhados em direcção norte/sul, de forma vertical. "O facto de estarmos a descobrir diferentes estruturas em distintas regiões do núcleo interno poderá dizernos alguma coisa sobre a longa história da Terra. Poderá ser a chave para a evolução do planeta", afirmou

Jon Stewart. Foto: DR

O humorista Jon Stewart anunciou esta terça-feira que vai abandonar o programa “Daily Show”, do qual é pivot desde 1999, no final deste ano. Conhecido pelo seu sentido de humor e capacidade de sátira, Jon Stewart aproveitava a sua posição no “Daily Show” para troçar de tudo e todos, da esquerda à direita, sobretudo da política norte-americana. Mediante a escalada da oposição entre republicanos e democratas, Stewart organizou uma “Marcha para restaurar a sanidade”, em 2010. Já bem lançado no mundo da comédia americana, foi escolhido duas vezes como apresentador dos Oscars, em 2006 e 2008. Entre outros, o “Daily Show” lançou a carreira de Stephen Colbert. Colbert anunciou o fim do seu programa “The Colbert Report” recentemente. Agora é Jon Stewart que anuncia que vai sair do “Daily Show”, sem indicar quais os projectos futuros, nem quem o irá substituir.


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Libertado português raptado há uma semana em Moçambique A capital moçambicana voltou a ser palco de uma vaga de raptos nas últimas semanas, com três casos em poucos dias. Um cidadão português raptado em Maputo, a 2 de Fevereiro, foi libertado ao fim de quatro dias de cativeiro, confirmou fonte do Consulado Geral de Portugal na capital moçambicana. Trata-se de um homem de nacionalidade portuguesa, raptado na avenida Mao Tse Tung, no centro da capital de Moçambique, por homens armados que, antes, dominaram um polícia e um segurança, junto de um café movimentado. A vítima foi libertada na sexta-feira e encontra-se bem de saúde, adiantou à agência Lusa fonte do Consulado Geral de Portugal. Esta libertação seguiu-se à de uma portuguesa, que tinha sido levada por desconhecidos na quarta-feira, na avenida Julius Nyerere, onde se situa a presidência moçambicana, e que foi devolvida à família 24 horas depois. A capital moçambicana voltou a ser palco de uma vaga de raptos nas últimas semanas, com três casos em poucos dias, num momento em que o novo Governo, empossado em meados de Janeiro, prometeu dar prioridade ao combate à criminalidade organizada. A terceira vítima, raptada a 27 de Janeiro na avenida Karl Marx, também no centro de Maputo, também já foi resgatada, revelou na segunda-feira a Policia da República de Moçambique (PRM), no dia em que foram conhecidas dez detenções de suspeitos por esta nova de crime na capital do país. Os dez suspeitos alegadamente integrados em dois grupos foram exibidos na segunda-feira à imprensa pelas autoridades moçambicanas, tendo idades compreendidas entre os 24 e os 35 anos. Em declarações reproduzidas no diário “O País”, o porta-voz da PRM em Maputo, Pedro Cossa, admitiu mais detenções no âmbito das investigações em curso. "Mesmo depois da detenção destes grupos, sabemos que há ainda muito trabalho por fazer, sobretudo porque há outros membros foragidos", afirmou.

Rui Araújo indigitado primeiroministro timorense Xanana Gusmão enviou a sua carta de demissão ao Presidente da República, no início de Janeiro.

O Presidente da República timorense aceitou, esta terça-feira, a proposta do partido mais votado, o CNRT, que indigitou para o cargo de primeiro-ministro Rui Maria Araújo. "O Presidente da República aceitou a proposta do partido mais votado nas últimas eleições legislativas, o CNRT, que indigitou para o cargo de primeiro-ministro o Dr. Rui Maria Araújo", informou a presidência em comunicado. "O Presidente da República receberá nos próximos dias o primeiro-ministro indigitado para discutir a constituição do VI Governo Constitucional. O Governo será, de seguida, empossado pelo Presidente da República, previsivelmente, ainda durante esta semana", explica. No curto comunicado, de três parágrafos, a Presidência da República timorense recorda que se concluiu hoje a audição dos partidos com assento parlamentar sobre a indigitação do novo primeiro-ministro. Depois de reuniões com a Frente Mudança (FM) e com o Partido Democrático (PD), Taur Matan Ruak recebeu hoje uma delegação da Fretilin e do Congresso Nacional da Resistência Timorense (CNRT). Xanana Gusmão enviou a sua carta de demissão ao Presidente da República, no início de Janeiro. Este herói da resistência timorense começou por ser Presidente da República, em 2002, e só mais tarde foi eleito chefe do Governo.

Obama confirma morte de norteamericana refém do Estado Islâmico Kayla Mueller, de 26 anos, foi vítima dos ataques aéreos feitos pela Jordânia na Síria, no âmbito da ofensiva da coligação internacional. O presidente dos Estados Unidos confirmou a morte de Kayla Mueller, uma trabalhadora humanitária norteamericana, que estava refém do autodenominado Estado Islâmico na Síria. Sem se referir às circunstâncias da morte, Barack Obama garantiu que os Estados Unidos vão fazer tudo para “encontrar e levar à justiça os terroristas responsáveis”. Kayla Mueller, de 26 anos, foi feita refém em Agosto de 2013 - quando estava a colaborar com os Médicos Sem Fronteiras - e morreu na passada sexta-feira, vítima dos ataques aéreos feitos pela Jordânia na Síria, no âmbito da ofensiva da coligação internacional. Os seus familiares disseram estar de “coração partido” com a notícia, que foi fornecida pelos próprios terroristas. “Durante o fim-de-semana a família recebeu uma mensagem privada dos sequestradores do Estado Islâmico que continha informação adicional [sobre a morte de Kayla]”, disse Bernadette Meehan, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. “Quando a informação foi autenticada pelos serviços


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secretos, eles concluíram que Kayla tinha morrido”, confirmou. Mueller era a última refém norte-americana nas mãos dos jihadistas de que os Estados Unidos têm conhecimento. Os bombardeamentos feitos pela Jordânia foram uma retaliação pela morte de um outro refém, um piloto jordano que foi queimado vivo.

Afeganistão pode tornar-se um "bastião jihadista" Antigo agente da CIA adverte que os talibãs afegãos podem acolher os terroristas do Estado Islâmico. O Afeganistão corre o risco de se tornar um santuário para extremistas islâmicos, alerta um antigo agente da CIA, numa altura em que o Ocidente está a retirar as suas tropas e foca a sua atenção noutras partes do mundo. O país pode até tornar-se um porto de abrigo para os jiadistas do autoproclamado Estado Islâmico (EI), que actualmente guerras na Síria e no Iraque, afirma Robert Grenier. O antigo responsável pelo gabinete da CIA em Islamabad, no Paquistão, considera que o perigo de o Afeganistão se tornar um bastião dos jiadistas é ainda maior do que na altura dos ataques do 11 de Setembro, contra as Torres Gémeas e o Pentágono. Robert Grenier acaba de lançar o livro de memórias “88 Days to Kandahar", onde recorda a sua participação na operação para derrubar o regime talibã afegão, em 2001.

Retaliação yazidi. Minoria vinga-se de vizinhos árabes em Sinjar

Hussein, residente de uma das aldeias afectadas. "O objectivo deles é expulsar os árabes da área para que só permaneçam yazidis: eles querem mudar o mapa". Durante os ataques, os yazidis incendiaram casas e levaram os pertences, como electrodomésticos, carros e jóias, alegando que os mesmos lhes tinham sido roubados durante o ano passado. Numa altura em que os yazidis começam a voltar à sua região de origem no Norte do Iraque, várias valas comuns estão a ser descobertas com corpos que se pensam ser das vítimas da violência dos jihadistas, que controlaram a área desde Agosto até ao final do ano passado. Muitas pessoas foram mortas, outras capturadas e feitas escravas por militantes sunitas, que acreditam que os yazidis são devotos do diabo. A incursão jihadista conseguiu dividir as duas comunidades que coexistiram no mesmo local durante décadas. Os yazidis acreditam que muitos árabes de aldeias vizinhas participaram na “tentativa de genocídio”. Os residentes sunitas defendem-se admitindo que alguns árabes juntaram-se ao Estado Islâmico mas fugiram ou foram mortos quando as forças peshmergas curdas libertaram o monte Sinjar das mãos do Estado Islâmico. A religião yazidi é pré-cristã e mistura elementos de várias tradições religiosas, sobretudo o Zoroastrianismo, que já foi a religião maioritária na antiga Pérsia, mas com elementos do Islão e também do Cristianismo. Acreditam num Deus criador, mas consideram que ele colocou a Terra sob a guarda de sete anjos, o principal dos quais é Melek Taus, conhecido também como o Anjo Pavão. O que são os yazidis?

Vaticano publica guia para homilias sem "improvisações" Novo directório recorda que intervenção após o Evangelho está reservada a “ministros ordenados”.

Minoria religiosa acredita que os sunitas ajudaram os terroristas do Estado Islâmico nos ataques à região do Norte do Iraque. De volta ao monte Sinjar, no Norte do Iraque, após meses sob o controlo do autodenominado Estado Islâmico, alguns yazidis estão a vingar-se dos árabes residentes na região por suspeitarem que os sunitas ajudaram os jihadistas nos ataques àquela minoria religiosa a viver no Iraque. Várias fontes contaram à agência Reuters que, nas últimas duas semanas, grupos de yazidis armados revistaram quatro aldeias em Sinjar e mataram 21 árabes sunitas. Outros 17 estão desaparecidos. "Foi um acto de vingança", disse à Reuters Dhafer Ali

Novo documento recorda as regras básicas das homilias. Foto: Claudio Peri/EPA Por Ecclesia

A Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos (CCDDS), apresentou esta terça-feira um novo directório para ajudar sacerdotes e seminaristas a


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prepararem as suas homilias, pedindo que estas evitem a improvisação. “A homilia não pode ser improvisada, é preciso que quem a pronuncia saiba e reavive em si sem cessar a consciência do que a Igreja lhe pede”, declarou, em conferência de imprensa, o arcebispo inglês Arthur Roche, secretário do CCDDS, organismo da Santa Sé. O directório homilético pretende fornecer um conjunto de “linhas mestras” que ajudem a inspirar quer os membros do clero quer os futuros padres para o desempenho da sua missão. Nesse sentido, recomenda que a homilia seja preparada com estudo, não seja demasiado longa e se mostre atenta à actualidade e à vida da comunidade concreta em que é pronunciada. Articulado em duas partes, o documento debruça-se sobre “a natureza, a função e o contexto peculiar da homilia”, ao mesmo tempo que enuncia “as coordenadas metodológicas e de conteúdo que o sacerdote deve conhecer” e “levar em consideração ao preparar e pronunciar a homilia”. A obra vai ao encontro da preocupação manifestada pelo Papa Francisco acerca desta matéria, na sua exortação apostólica ‘A alegria do Evangelho’, onde refere que “a pregação dentro da liturgia requer uma séria avaliação por parte dos pastores”. O prefeito da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, cardeal Robert Sarah, disse aos jornalistas que a homilia exige “formação espiritual”, que vai para lá da "eloquência" ou da “técnica”, porque é preciso falar “daquilo que se vive”. Este responsável admitiu que, em relação à duração das homilias, há diferenças culturais, porque 10 ou 15 minutos de intervenção na Europa podem ser “muito” e na África podem ser insuficientes, embora o directório proponha como orientação de base uma maior brevidade. A homilia, que acontece durante a Missa, após a proclamação do Evangelho, está reservada aos “ministros ordenados” (bispos, sacerdotes e diáconos), como um “serviço litúrgico”, segundo “a fé da Igreja e não de forma pessoal”. “Frequentemente, para muitos fiéis, é precisamente o momento da homilia, tida como bela ou feia, interessante ou aborrecida, que decide a bondade de toda a celebração”, advertiu o cardeal Sarah. Após o Sínodo dos Bispos de 2008, dedicado à Palavra de Deus, o Papa Bento XVI sublinhou a necessidade de melhorar a qualidade das homilias, uma preocupação retomada por Francisco, seu sucessor.

Universidade de Trás-os-Montes quer ajudar o país a formar desportistas de topo O Centro de Estudos Olímpicos da UTAD, criado em parceria com o Comité Olímpico de Portugal, vai ajudar atletas de alto rendimento.

Foto: DR Por Olímpia Mairos

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a criar um Centro de Estudos Olímpicos para desenvolver a investigação científica que potencie a preparação desportiva, a avaliação do rendimento dos jovens e a formação de treinadores. Para o vice-reitor para a Ciência, Tecnologia e Inovação da UTAD, António Silva, o CIDESD-Olympics "trará benefícios directos para o desporto nacional". "Ajudamos o país e os atletas de alto rendimento desportivo e, por outro lado, o Comité Olímpico de Portugal reconhece o interlocutor de importância com massa crítica e com competência científica e intervenção técnica, como é o CIDESD. Toda a gente fica a ganhar e, fundamentalmente, ficam a ganhar os desportistas", explica António Silva. O Comité Olímpico de Portugal (COP) é um dos parceiros na criação do CIDESD-Olympics. De acordo com a academia, esta parceria visa "desenvolver investigação científica que potencie o processo de preparação desportiva", utilizando recursos humanos e tecnológicos de excelência, "criar e manter actualizada uma base de dados" que registe a evolução dos desportistas portugueses e permita "tomar decisões mais fundamentadas no processo de formação desportiva". O plano de actividades do CIDESD-Olympics contempla a criação de um serviço "online" com aplicações práticas da ciência desportiva e ainda a realização de sessões de promoção da ciência associada ao movimento olímpico nas universidades e nas escolas. Serão ainda promovidos vários 'workshops' de


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sessões de treino desportivo e de avaliação e controlo do rendimento desportivo e cursos e acções de complemento de formação de treinadores do Plano Nacional de Formação de Treinadores. O Centro de Estudos Olímpicos servirá também de apoio às actividades do programa nacional do Talentódromo Desportivo, criado no ano passado com o objectivo de acompanhar os talentos desportivos e os treinadores.

a exibir no nosso estádio, com qualidade e dinâmica", projectou, admitindo, a concluir, que o Benfica "tem a responsabilidade de vencer, porque é mais forte e joga no seu estádio". O Benfica-Vitória de Setúbal arranca às 19h45 de quarta-feira, no Estádio da Luz, com arbitragem do portuense Rui Costa. Jogo com informações na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.

TAÇA DA LIGA

BRUNO RIBEIRO

Jesus e a meia-final. "Benfica está bem e recomenda-se"

"Estamos a 90 minutos de sermos felizes"

Treinador do campeão nacional e detentor da Taça da Liga confiante para a recepção ao Vitória de Setúbal.

Treinador do Vitória de Setúbal projecta meia-final da Taça da Liga, frente ao Benfica.

Jorge Jesus apoiou-se no motivador empate tardio alcançado em Alvalade, diante do Sporting, para abordar o lançamento da meia-final da Taça da Liga, frente ao Vitória de Setúbal. "A equipa está bem e recomenda-se", atirou, em declarações à Benfica TV, esta terça-feira, naquela que foi a frase marcante da conversa do técnico dos campeões nacionais com o jornalista da televisão oficial do clube da Luz. "Viemos de um jogo com um resultado que não era aquilo que queríamos mas que nos agradou, relativamente à pontuação em que ficamos ao nosso concorrente", recordou Jesus, declarando a ambição do detentor do título em regressar a uma nova final da Taça da Liga. "Vai ser a primeira decisão do título. Queremos voltar a estar na final, sabendo que vamos ter pela frente um adversário que legitimamente ambiciona estar na final", salientou, prevendo a recepção a um Vitória de Setúbal "forte". "As equipas de menor nomeada têm na Taça da Liga e Taça de Portugal o objectivo de estar na final. Vamos apanhar um Vitória forte e que sabe que está a um jogo da final, mas nós também estamos. O Vitória, neste último período, está mais forte. Ainda não perdeu jogo nenhum com o Bruno Ribeiro. O Vitória vai estar super-motivado mas isso acontece com todas as equipas que jogam com o Benfica. Isso não é problema. Queremos jogar ao nível do que temos vindo

Convicção é um dos pontos fortes de Bruno Ribeiro. Respira a mística do histórico Vitória de Setúbal que, sob o seu comando, ainda não registou qualquer derrota. O adversário que se segue é o Benfica, para a meiafinal da Taça da Liga. E nem o facto de a partida se disputar na Luz anula a confiança inabalável que o técnico tem nos seus atletas. "Os jogadores sabem que é possível chegar à final e fazer história. Vamos tentar ganhar", afirmou Bruno Ribeiro, em conferência de imprensa. "Vencer na luz é complicado e esta época só o Sporting de Braga conseguiu, mas estamos a 90 minutos de sermos felizes. Temos muita ambição e garanto que não vamos levar o autocarro", assegurou o treinador dos sadinos. O Benfica-Vitória de Setúbal arranca às 19h45 de quarta-feira, no Estádio da Luz, com arbitragem do portuense Rui Costa. Jogo com informações na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.


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PRIMEIRA LIGA

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Sporting paga multa por "arremesso de objectos". Benfica não

Guerrilha à moda de Lisboa

Penalizações elevadas aos dois rivais de Lisboa, na sequência de mais um "derby" marcado por polémica. Leões pagam quase o dobro das multas que as águias.

Artur Moraes remove tocha do relvado de Alvalade

O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) divulgou, esta terça-feira, o mapa de castigos relativo à 20ª jornada da Primeira Liga, com destaque para as multas aplicadas a Sporting e Benfica, na sequência do polémico "derby" de Lisboa (1-1). Ao todo, os clubes terão de saldar mais de 16 mil euros em penalizações, devido, sobretudo, aos incidentes que envolveram adeptos, mas o Sporting acaba por ter de pagar quase o dobro da quantia imposta ao Benfica. No que diz respeito ao Sporting, o CD da FPF decidiu punir os leões com o pagamento de uma multa total de 10.520 euros, devido a "comportamento incorrecto do público" e "arremesso perigoso de objectos". Os responsáveis verde e brancos acusaram os adeptos encarnados de terem atirado tochas e um petardo para uma zona de apoiantes sportinguistas, mas o CD não sanciona o campeão nacional com o tal artigo que diz respeito ao "arremesso perigoso de objectos". Ao invés, o Benfica paga 5.738 euros por "comportamento incorrecto do público" e 306 euros por "atraso no início ou reinício do jogo". As águias poderão ainda ser obrigadas a pagar uma indemnização aos leões, em forma de reparação por alegados estragos feitos pelos seus adeptos no Estádio de Alvalade. Primeira Liga - 20ª JornadaJogadores castigados [um jogo de suspensão]Zequinha (Vitória de Setúbal) François (Vitória de Setúbal) Carlos Martins (Belenenses) André André (Vitória de Guimarães) Fernando Ferreira (Marítimo) Rúben Ferreira (Marítimo) Bruno Gallo (Marítimo) Ivan Balliu (Arouca) Beckeles (Boavista) Prince (Rio Ave) Seri (Paços de Ferreira)

"Nem comes nem bebes", lê-se na manchete de A Bola. O conflito Sporting/Benfica contém episódios como não incluir dirigentes do Benfica na lista de convidados para o jantar do dia do jogo. No Record, uma só palavra - "Rebentou" - enquadrada com uma fotografia de Bruno de Carvalho. Alheado do conflito a Sul, o nortenho O Jogo destaca: "Está aí o outro Herrera". O jornal analisa o rendimento do médio mexicano do FC Porto. Na edição Sul de O Jogo, anuncia-se "Cédric e Carrillo no mercado". O jornal avança que falharam as negociações para a renovação de contrato com estes dois jogadores do Sporting. Sobre a meia-final da Taça da Liga, A Bola avança: "Regresso de Rúben confirmado". RIBEIRO CRISTÓVÃO

Quo vadis, futebol? Infelizmente, o futebol está a gerar com frequência fenómenos deste tipo, que se não forem estancados a tempo poderão, a curto prazo, acarretar consigo males maiores e comprometer o futuro.

Os mais recentes desafios entre Sporting e Benfica têm sido pasto para chamas que ontem atingiram o seu ponto mais alto com o corte de relações entre as direcções dos dois clubes, a partir da iniciativa do


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presidente leonino Bruno de Carvalho. A sucessão de acontecimentos que esteve na origem deste final evitável é por demais conhecida e nem sequer merece voltar a figurar no elenco de tudo quanto se tornou relevante nos últimos sete dias. Houve provocações de ambos os lados, é certo, mas a mais visível foi sem dúvida aquela que envolveu a desgraçada morte de um adepto em pleno estádio nacional no decorrer da final da Taça de Portugal de 1996, provocada pelo arremesso de um very-light por um energúmeno da bancada adversária. Essa triste memória foi assim desrespeitada, como foi igualmente a de outras figuras de sinal contrário às quais é devido o mesmo respeito. Infelizmente, o futebol está a gerar com frequência fenómenos deste tipo, que se não forem estancados a tempo poderão, a curto prazo, acarretar consigo males maiores e comprometer o futuro. As reacções de um lado e de outro aconteceram a quente. Bruno de Carvalho, que já emitira um primeiro comunicado, ao tomar conhecimento da lamentável e desastrada intervenção do director de comunicação do Benfica decidiu oficializar o corte de relações, que há muito se sabiam não passarem de pura ficção. Perante este quadro, ocorre perguntar: para onde caminha o nosso futebol? Será que os seus principais responsáveis querem afastar do jogo o público que lhe tem sido fiel, mas que valoriza, acima disso, a sua própria segurança? Quem detém o poder (Federação, Liga,etc…), ainda não tomou posição relativamente a tudo isto, porquê? Serão os próprios detentores do negócio a querer matar a galinha dos ovos de ouro? Enfim, dúvidas que a todos assaltam numa altura em que se teme que a escalada que desabou nos últimos dias sobre o futebol português atinja proporções irremediáveis.

Rádios espanholas obrigadas a pagar 100 euros por jogo E o valor é inferior ao inicialmente pretendido pela Liga Espanhola e pelos próprios clubes.

terça-feira, a obrigatoriedade de pagamento, por parte das rádios nacionais, de 100 euros por cada jogo das Primeira e Segunda Ligas de futebol. A decisão, tomada após cerca de quatro anos de conflitos jurídicos entre a Liga Espanhola, os clubes e as emissoras, acaba por definir um valor que fica abaixo das pretensões dos emblemas. A Liga e os clubes pretendiam que as rádios pagassem, por época, cerca de 708 mil euros pelos direitos de transmissão das partidas da Primeira e Segunda Ligas. Agora, os órgãos de comunicação social radiofónicos terão "apenas" de pagar cerca de 80 mil euros pelo "pacote" dos dois campeonatos.

Euromilhões sem totalistas Jackpot previsto de 31 milhões para sexta.

Para sexta-feira há jackpot. Foto: DR

Ninguém acertou nos cinco números e duas estrelas do sorteio do Euromilhões desta terça-feira, pelo que na sexta-feira haverá jackpot, no valor estimado de 31 milhões de euros. Um apostador, de fora de Portugal, venceu o segundo prémio, no valor de quase um milhão de euros, e quatro pessoas, incluindo um português, conseguiram o terceiro prémio no valor de 83 mil euros. Os números do sorteio desta terça-feira são: 13, 17, 20, 30, 45 + 9, 10.

Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.

Um Barcelona-Real Madrid passará a custar 100 euros às rádios espanholas

A Audiência Nacional de Espanha determinou, esta


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