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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Quinta-feira, 05-03-2015 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

Ricardo Salgado teve “actos de gestão danosa” e desobedeceu ao supervisor Granadeiro: "Não foi a PT que fez cair o BES, foi o BES que fez cair a PT"

Acha que tem gripe? Talvez não tenha, só acontece duas vezes por década Detidos da “Operação Areeiro” ouvidos esta quinta-feira

INEM vai às escolas ensinar a salvar vidas

Sócrates acusa Passos de estar "próximo da miséria moral"

BCP e BPI juntos? Tradição ou 12 perguntas e 12 segurança? respostas População decide futuro da calçada em Campolide

FERNANDO J. REGATEIRO

Cuidados Continuados de saúde no domicílio

Portugueses querem ajudar a levar internet a todo o mundo. Com drones


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Ricardo Salgado teve “actos de gestão danosa” e desobedeceu ao supervisor

O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, desobedeceu ao Banco de Portugal e terá praticado actos de gestão danosa, segundo conclusões da auditoria forense ordenada pelo Banco de Portugal já depois da separação do BES em “banco mau” e Novo Banco. A gestão de Salgado terá desobedecido ao governador Carlos Costa mais de 20 vezes e apenas num semestre, segundo a auditoria ordenada pelo supervisor que o “Jornal de Negócios” está a divulgar. Os auditores encontraram pelo menos 21 actos de desobediência a deliberações do Banco de Portugal a regras de mercado ou às próprias regras das empresas do Grupo Espírito Santo. Estão em causa actos praticados pelas administrações do BES e do Espírito Santo Financial Group, lideradas por Ricardo Salgado. Vinte e uma desobediências entre Dezembro de 2013 e Julho de 2014, um período de pouco mais de seis meses. E o que é que foi desrespeitado? Precisamente as medidas que o Banco de Portugal queria implementar para isolar o BES e a área financeira do grupo do risco de contágio aos problemas que vinham sendo detectados noutros ramos do Grupo Espirito Santo. Os auditores consideram que terão sido praticados actos de gestão danosa com dolo e que terão sido concedidos financiamentos a administradores e a empresas do Grupo Espírito Santo sem cumprir as regras. O Banco de Portugal já terá enviado um resumo à comissão parlamentar de inquérito que investiga o colapso do BES. Na opinião do jurista Rogério Alves, a auditoria agora conhecida à gestão do BES pode desencadear um processo judicial. [Notícia actualiada às 8h30 com a opinião de Rogério Alves]

IRS. Uma aplicação para ajudar a preencher (e a poupar) Deco lança aplicação gratuita para orientar os contribuintes sobre a forma mais vantajosa de pagar impostos.

Ilustração: RR/Freepik.com

Para ajudar os contribuintes a preencher a declaração de IRS, a Deco (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor) lançou um programa de computador com ligação ao Portal das Finanças. A entrega da declaração de IRS pode ser feita através da aplicação. A IRS sem Custo é uma aplicação gratuita que se propõe trocar por miúdos a tarefa de entregar a declaração anual de impostos. "Quisemos expurgar da aplicação todos os termos que não são compreensíveis para o contribuinte médio. Se eu lhe disser que tenho uma mais-valia mobiliária, quantos contribuintes sabem o que isto é? Não é mais do que vender uma casa", explica o fiscalista da Deco Ernesto Pinto. A Deco garante que a plataforma é segura, rápida e vai ajudar os contribuintes a descobrir a forma mais vantajosa de pagar os seus impostos. Esta ferramenta só funciona com os sistemas operativos Windows XP, Vista, Windows 7, Windows 8 e 8.1. Guardo a factura ou deito o papel no lixo? Tire as suas dúvidas sobre o novo IRS


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Fusão BPI-BCP. Carlos Tavares diz não ser "normal" CMVM saber pelos media Isabel dos Santos, segunda maior accionista do BPI, propôs fusão entre o BPI e o BCP. Carlos Tavares soube pela comunicação social. E não gostou.

BCP e BPI juntos? 12 perguntas e 12 respostas O que propõe Isabel dos Santos? Quais seriam as consequências desta operação? Haveria despedimentos e encerramento de balcões? Saiba tudo.

Foto: Lusa Por João Carlos Malta

Foto: RR

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disse esta quarta-feira não achar "normal" que a informação sobre a proposta de fusão entre o BPI e o BCP tenha chegado primeiro aos media que ao supervisor. Questionado sobre o assunto, à margem da sua audição na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, Carlos Tavares afirmou: "Não acho normal". O presidente da CMVM escusou-se a fazer mais comentários sobre o tema. Na segunda-feira, o "Expresso" online noticiou que a empresária angolana Isabel dos Santos, segunda maior accionista do BPI, através da empresa Santoro, iria propor que se iniciassem conversações entre o BPI e o BCP - onde a Sonangol detém a maior posição accionista - com vista a uma fusão. Na sequência desta notícia, a CMVM pediu esclarecimentos a Isabel dos Santos sobre o assunto. Na terça-feira, tanto o BPI como o BCP confirmaram que tinham recebido uma carta da empresária angolana, em nome da Santoro Finance, a propor uma fusão entre os dois bancos portugueses.

O ano de 2015 ainda mal arrancou, mas já deu para perceber que os próximos meses vão mudar a face à banca nacional. O tiro de partida foi dado pelos espanhóis do CaixaBank com uma proposta para assumir o controlo do BPI. Na segunda-feira, foi a vez do contra-ataque de Isabel dos Santos que propõe a fusão entre BCP e BPI e criar assim o maior banco privado em Portugal, Angola, Moçambique e ter uma posição de relevo na Polónia. Pelo meio, há o Novo Banco, que emergiu dos destroços do BES e no qual o BPI já disse que está formalmente interessado. Mas, tal como o presidente do CaixaBank anunciou esta terça-feira, "o jogo ainda agora começou". As dúvidas são muitas. O possível redesenho do xadrez do sistema financeiro nacional em 12 perguntas e respostas. O que propõe Isabel dos Santos? A filha do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, é a segunda maior accionista do BPI e, através da empresa Santoro (segundo maior accionista do banco liderado por Fernando Ulrich), deu o pontapé de saída nas conversações entre o BPI e o BCP com vista a uma fusão. O objectivo de Isabel dos Santos será o de travar a OPA (oferta pública de aquisição) em curso ao BPI com uma proposta que seja mais atractiva para os accionistas. Uma fonte ligada ao sistema financeiro, que pede para não ser identificada por ter negócios com os dois bancos, diz acreditar, em declarações à Renascença, que Isabel dos Santos está a usar esta estratégia para aumentar o preço oferecido pelos espanhóis do CaixaBank na oferta inicial lançada há poucos dias. O preço por acção oferecido pelos espanhóis na OPA foi argumento para esta operação?


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Sim. Esta terça-feira o porta-voz da empresária angolana, em carta enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM ), reconheceu que a desilusão face ao valor proposta pelos espanhóis. "Gostaríamos de reafirmar o entendimento da Santoro [empresa de Isabel dos Santos] que a oferta do CaixaBank não reflecte correctamente o valor da instituição, por si só, nem o seu potencial de crescimento e não partilha com os accionistas do BPI o adequado valor das anunciadas sinergias", diz Mário Silva. Segundo a angolana, os 1,329 euros que os catalães do CaixaBank oferecem não representam as sinergias obtidas com a compra do BPI. Quais seriam as consequências desta operação? A criação de um superbanco. Seria a maior instituição financeira privada em termos de activos em Portugal. Juntos, BCP e BPI valeriam 119 mil milhões de euros, 20% acima do que vale a Caixa (100 mil milhões de euros). Em termos consolidados, no que ao crédito diz respeito, daria origem ao maior banco português com 155,3 mil milhões de euros. Em depósitos só seria suplantado pela Caixa. Isabel dos Santos rotulou a iniciativa com um slogan: "Estamos a devolver o sentimento da ambição ao sistema financeiro português". O banco poderia ser líder nos mercados português, angolano e moçambicano e ter uma posição importante na Polónia. Quem seriam os maiores accionistas do futuro banco? Os accionistas angolanos. Juntos ficariam com 21% do capital, que resulta da ponderação das participações da Sonangol no BCP e de Isabel dos Santos no BPI. Quem tem de aprovar esta operação? O Governo, a Comissão Europeia e os accionistas. O "sim" das duas instâncias políticas advém de o banco liderado por Nuno Amado ainda beneficiar de uma ajuda de Estado no valor de três mil milhões de euros. Mas, independentemente do apoio político, serão os accionistas a validar ou recusar a operação. Segundo os estatutos do BCP e do BPI, é obrigatório que 75% dos accionistas representados em assembleia-geral dêem luz verde ao negócio. Se na OPA ao BPI os espanhóis precisam do apoio de Isabel dos Santos para concretizar a operação, na fusão agora proposta o CaixaBank teria de dar o aval. Haveria despedimentos e encerramento de balcões? Esse é o maior receio de alguns analistas, que consideram o cenário provável. Actualmente, os dois bancos somam 13.730 funcionários, ainda assim menos 1.128 do que no ano anterior. Somados os dois bancos têm 1.344 balcões. Aliás, Isabel dos Santos já disse que um dos objectivos da fusão seria libertar "valor muito significativo através de captação de sinergias, quer no desenvolvimento de negócio, quer na optimização da capacidade instalada em Portugal, Angola e Moçambique, com minimização de custos sociais e económicos". Qual seria a capitalização bolsista? Seria criada a quarta maior cotada da bolsa nacional com um valor de 6.500 milhões de euros. É a primeira vez que se pensa em unir BCP e BPI? Esta é a terceira vez que a fusão entre BPI e BCP

aparece como uma probabilidade. A primeira foi em 2006, quando o BCP lançou uma OPA sobre o banco liderado por Fernando Ulrich. Nove anos depois deverá haver uma nova proposta para fundir as duas instituições. Há nove anos, no lançamento da OPA sobre o BPI, o BCP ofereceu 5,70 euros por acção, o que representou na altura um prémio de 19% face à cotação de então. Um valor muito superior aos 1,329 euros agora oferecidos pelo CaixaBank. O que diz a gestão do BCP? Em comunicado ao regulador do mercado de capitais, o BCP defende que, "havendo interesse do Banco BPI, a comissão executiva do BCP manifesta a sua disponibilidade para analisar a referida operação, com respeito pelo circunstancialismo regulamentar aplicável". E o Governo? Mantém uma postura vigilante, sem se pronunciar até esta altura. A independência da gestão do BPI está em causa? Sim e não. Isabel dos Santos deixa a possibilidade no ar: "Temos as maiores reservas à adopção de qualquer projecto que, não salvaguardando a independência de gestão do Banco BPI, implique a sua consolidação numa estrutura internacional, ainda que ibérica, como se pretende fazer com a anunciada oferta pública de aquisição". Os espanhós rejeitam a teoria. "Não posso deixar de repetir uma mensagem de confiança na actual gestão do BPI. Queremos que no futuro continue assim, com o apoio do CaixaBank no desenvolvimento de sinergias. Mas com identidade própria e acções separadas na bolsa Euronext de Lisboa", afirmou o administrador executivo do banco espanhol, Gonzalo Gortazar. Como é que esta operação afectará a venda do Novo Banco? A OPA dos espanhóis do CaixaBank ao BPI deixaria a instituição bem posicionada para atacar a compra do Novo Banco. Mas se for a proposta de Isabel dos Santos for avante deixaria cair a hipótese do ex-BES, concentrando as energias nos mercados onde o BPI e o BCP já têm interesses.

Granadeiro: "Não foi a PT que fez cair o BES, foi o BES que fez cair a PT" "Sinto que fui injustiçado", diz o expresidente da PT. "Isto que aconteceu foi o pior que podia acontecer à minha carreira. Liquidou a minha carreira." O ex-presidente da Portugal Telecom (PT) Henrique Granadeiro admitiu a sua mágoa com os acontecimentos que levaram à queda da operadora, após aplicar 900 milhões de euros em dívida do Grupo Espírito Santo (GES), dono do Banco Espírito Santo


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(BES). "Não foi a PT que fez cair o BES, foi o BES que fez cair a PT", lançou Granadeiro durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES. "Isto que aconteceu foi o pior que podia acontecer à minha carreira. Liquidou a minha carreira", reconheceu. E realçou: "Sinto que fui injustiçado. Alguém tinha que me dar sinais". Granadeiro apontou o dedo aos dois exadministradores do BES que também tinham assento no Conselho de Administração da PT, devido à posição accionista que era detida pelo banco então liderado por Ricardo Salgado na operadora. "O dr. Joaquim Goes e o dr. Morais Pires não cumpriram a sua obrigação de lealdade para comigo, já que eram administradores do BES na PT. Estou magoado. Ou mais do que isso", vincou. FERNANDO J. REGATEIRO

Cuidados Continuados de saúde no domicílio Tendo em consideração o aumento da esperança de vida em Portugal e o envelhecimento da população, com crescimento das doenças crónicas, os Cuidados Continuados são ainda uma resposta necessária para reduzir os custos dos cuidados hospitalares, por via da redução da demora média dos internamentos e do número de episódios de urgência, de reinternamentos e de consultas. A criação, em 2006, da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, para “promover a autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação, e reinserção familiar e social”, é um marco relevante da evolução da prestação de cuidados de saúde em Portugal. As tipologias oferecidas de Convalescença, Média Duração, Longa Duração, Cuidados Paliativos e Cuidados Domiciliários e a sua integração no sistema hospitalar e de cuidados de saúde primários e a articulação com a Segurança Social, dão mais coerência e continuidade ao sistema de cuidados de saúde, adequando a prestação à complexidade da doença, aos níveis de dependência e fragilidade do doente em função da fase de evolução da doença e à evolução da estrutura social e familiar. Tendo em consideração o aumento da esperança de vida em Portugal e o envelhecimento da população, com crescimento das doenças crónicas, os Cuidados Continuados são ainda uma resposta necessária para reduzir os custos dos cuidados hospitalares, por via da redução da demora média dos internamentos e do número de episódios de urgência, de reinternamentos e de consultas.

Os Cuidados Continuados representam uma resposta, mas também um caminho humanizado destinado a dar vida aos anos que têm vindo a ser ganhos à vida, com o aumento da longevidade. E, desde logo, com o forte envolvimento e responsabilização das famílias, podendo integrar membros do agregado familiar como cuidadores no domicílio. Mas também com convalescenças em ambiente extra-hospitalar, a reabilitação, a estabilização e promoção da autonomia do doentes, a prestação de cuidados diferenciados de natureza paliativa no domicílio, a assistência com dignidade na morte. Trouxeram ainda outros desafios, como sejam a constituição de equipas multidisciplinares e multiprofissionais, a exigência de formação específica e a articulação cuidada e atempada entre os diferentes níveis de cuidados de saúde, nomeadamente na referenciação dos doentes. Para terminar, relevem-se as virtudes dos Cuidados Domiciliários. Estando comprovado que a grande maioria dos doentes prefere convalescer e ser cuidada em sua casa, que os cuidados de saúde no domicílio trazem uma redução significativa dos custos com ganhos adicionais para o doente e que podem gerar um reforço dos meios de vida da família com a retribuição de um familiar cuidador, e sendo certo que mais de 90% das pessoas morrem de doença prolongada e não de causas agudas, está na hora de mudar de paradigma – porque a cama do doente trata melhor do que a cama hospitalar! PS: Felicito, na pessoa do seu presidente, Dr. Pedro Pinto, a iniciativa da Câmara de Comércio Luso-BelgaLuxemburguesa, pelo debate que promoveu ontem, 4 de Março, em Lisboa, sobre “Doentes e Cuidados domiciliários Integrados: em casa ou em internamento?” FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

A cultura do BPI Honestidade e competência, evitando escândalos que afectaram outros bancos, tem sido cultura do BPI. Mas dificilmente poderá continuar isolado.

Por Francisco Sarsfield Cabral

Em Outubro de 1981 surgia em Portugal a primeira instituição financeira privada desde as nacionalizações de 1975: a Sociedade Portuguesa de Investimentos. Uma iniciativa de Artur Santos Silva (ASS), um homem


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pessoal e familiarmente ligado ao Porto. Para criar a SPI, que em 1985 se transformou em banco (o BPI), ASS abdicou dos lugares de topo que havia desempenhado em Lisboa (secretário de Estado do Tesouro e vice-governador do Banco de Portugal) e regressou ao Porto. Algo pouco frequente então e ainda hoje. ASS instalou no BPI uma cultura empresarial própria, que até hoje se manteve. Uma cultura de honestidade e competência, evitando ao BPI escândalos que afectaram outros bancos. O último e o mais grave desses escândalos foi o do BES-GES. Curiosamente, em 2000, o BPI acordou uma fusão com o BES, fusão felizmente abortada, em boa parte porque as culturas das duas instituições eram muito diferentes. A dimensão do BPI dificilmente lhe permitiria continuar isolado. Várias hipóteses se colocam agora, mas o mais importante é que não se dissolva a cultura empresarial do BPI.

Detidos da “Operação Areeiro” ouvidos esta quinta-feira Entre os cinco detidos, estão dois dirigentes da Segurança Social de Lisboa. Os dois dirigentes do Centro Distrital de Lisboa do Instituto da Segurança Social (ISS), um advogado e dois técnicos oficiais de contas, detidos por alegada emissão de certidões sobre regularidade contributiva, serão ouvidos na quinta-feira. Segundo fonte judicial, o primeiro interrogatório aos detidos na "Operação Areeiro", terá início na parte da manhã, após o qual serão aplicadas as medidas de coacção. Mediante contrapartidas financeiras, os funcionários do Centro Distrital de Lisboa do ISS concediam a empresas tratamento de favor relativamente às respectivas contribuições para a Segurança Social e emitiam certidões que atestavam falsamente a regularidade contributiva. A "Operação Areeiro" levou à realização de cerca de 70 buscas - domiciliárias e não domiciliárias - tendo sido apreendido diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa em investigação. A investigação foi dirigida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, coadjuvada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária.

Ministério Público pede justiça para “gang do multibanco” Grupo terá feito pelo menos 22 multibancos no norte do país. O Ministério Público (MP) pede justiça para os nove suspeitos de rebentar 22 multibancos no Norte do país com explosivos, entre 2011 e 2012, de onde levaram 400 mil euros, considerando o crime de "gravidade extrema". "O rebentamento de terminais de multibanco com explosivos é gravíssimo e as consequências, mediante a sua localização, podiam ter dimensões muito superiores", afirmou a procuradora do MP, no Tribunal de Matosinhos. Os arguidos, seis em prisão preventiva e três em prisão domiciliária, com idades entre os 24 e 61 anos, ficaram conhecidos como o "gangue dos multibancos" e estão acusados pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e simples, falsificação de documentos, uso de armas ilegais e explosão prevista. Para rebentar as máquinas, os suspeitos usavam fios eléctricos, lâmpadas e pilhas e actuavam sempre de madrugada. O modo de actuar era sempre igual: os alegados assaltantes forçavam a abertura da saída de notas da máquina, introduziam aí um cabo condutor de gás e ligavam fios eléctricos a uma bateria (pilhas), provocando a explosão. O "gangue dos multibancos" agia quase sempre após o abastecimento das máquinas com dinheiro e escolhiam aquelas sem sistemas de videovigilância, alarmes de intrusão e colocadas em zonas pouco movimentadas. Depois de retirado o dinheiro, os assaltantes fugiam e abandonavam os componentes da máquina em campos agrícolas, caminhos ou rios, enquanto os instrumentos usados nos crimes eram colocados em sacos desportivos e deixados em locais isolados. Entre si, os arguidos comunicavam com telemóveis de baixo custo que, após os crimes, eram destruídos e abandonados. Já para se deslocarem, usavam estradas secundárias para evitar as portagens. A acusação refere que "actuavam de forma uniforme, aplicando conhecimentos adquiridos". Segundo o testemunho de um inspector da Polícia Judiciária (PJ), em audiência de julgamento, após a detenção dos arguidos houve apenas a explosão de um multibanco com recurso a estes materiais e "modo de actuar". Dois dos advogados de defesa pediram a absolvição dos arguidos por não se provarem os factos. As alegações finais deste processo com dez mil páginas continuam no dia 11 de Março, pelas 14h30.


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Tragédia do Meco. Familiares vão recorrer do arquivamento Pai de João Gouveia, único sobrevivente da tragédia, diz que esta era a única decisão possível.

Foto: José Sena Goulão/Lusa

As famílias dos seis jovens que morreram no Meco vão recorrer depois de conhecida a decisão do Tribunal de Setúbal, que conclui que não foi cometido qualquer crime na noite de 15 de Dezembro de 2013. João Gouveia, o único sobrevivente da tragédia do Meco, não vai ser julgado e o caso será arquivado. Vasco Parente Ribeiro, advogado das famílias dos jovens, diz que vão recorrer e explica porquê: "Como é evidente, os pais entendem que devem recorrer, e, como advogado, tenho de respeitar essa decisão e entendo que existe motivo para isso". "Vamos continuar a lutar. Esta decisão, ao contrário do que parece, não nos surpreende, porque foi anunciada quando ainda a instrução estava aberta. Já o senhor procurador do processo dava uma entrevista ao 'Expresso', no dia 10 de Outubro, onde afirmava que iria processar os pais e o advogado depois da decisão do senhor juiz de instrução. Isto diz tudo”, critica Vasco Parente Ribeiro. Já o pai de João Gouveia, único sobrevivente da tragédia que envolveu alunos da Universidade Lusófona, diz que esta era a única decisão possível. "A decisão vem confirmar a realidade dos factos. A paz tem de ser construída. Foi muito massacrado ao longo de muitos meses por uma realidade ficcionada, a paz tem de ser reconstruída progressivamente. Respeitemos aqueles que faleceram e deixemos quem sobreviveu reconstruir a sua vida", afirmou. A decisão foi revelada esta quarta-feira pelo juiz de Instrução do Tribunal de Setúbal, concluindo que não foi cometido qualquer crime na noite de 15 de Dezembro de 2013.

Cáritas pede ajuda para ajudar Peditório visa angariar fundos para poder dar resposta ao número crescente de famílias carenciadas que recorrem à Cáritas. Por Ana Lisboa

Começa esta quinta-feira, e decorre até domingo, o peditório da Cáritas, iniciativa inserida no âmbito da Semana Nacional da instituição. A angariação de fundos serve para manter o apoio a milhares de pessoas que pedem ajuda para comer e pagar as suas despesas e ajudar algumas Cáritas diocesanas que já não têm outros recursos financeiros. O presidente da instituição, Eugénio Fonseca, revela que estão sempre a chegar pedidos “para pagar as rendas de casa, a electricidade que as pessoas têm em dívida, as propinas para jovens que estão a estudar no ensino universitário e que os pais ficaram desempregados”, entre outros. Além do peditório, o ofertório das missas do próximo fim-de-semana reverte para a Cáritas Portuguesa. No ano passado, a Cáritas nacional registou mais de 21 mil novos casos de pessoas em situação de pobreza, o que representa um aumento de 15,4% face a 2013. Os números são do Núcleo de Observação Social, segundo o qual a Cáritas apoiou mais de 160 mil pessoas carenciadas em 2014. O número de famílias apoiadas subiu 19%. O mesmo documento revela ainda que a falta de trabalho, os baixos rendimentos e o consequente endividamento são as principais causas dos pedidos de ajuda à instituição.

Fisco levanta penhora a alimentos doados a associação de solidariedade do Porto Em causa está uma dívida da Associação Coração da Cidade, do Porto, de quase cinco mil euros respeitante à falta de pagamento de portagens. Por Henrique Cunha

Depois da polémica, o Fisco levantou a penhora a alimentos doados à Associação Coração da Cidade, que ajuda carenciados na cidade do Porto. "O Serviço de Finanças do Porto determinou hoje [quarta-feira] o levantamento da referida penhora realizada nos termos da lei, após ter confirmado com a respectiva associação que a mercadoria em causa se destina à realização do fim de utilidade pública que


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aquela entidade prossegue", diz Paula Cordeiro, assessora do Ministério das Finanças, em resposta por escrito enviada à Renascença. "Esta decisão do Serviço de Finanças do Porto já foi comunicada à associação", afirma a mesma fonte. A Autoridade Tributária e Aduaneira penhorou alimentos doados à Associação Coração da Cidade, avançou esta quarta-feira a RTP. Em causa estava uma dívida de 4.800 euros relacionada com o pagamento de portagens nas antigas SCUT. Antes do levantamento da penhora, a presidente da associação, La Salette Santos, garantiu à Renascença que a associação não tinha como pagar aquela verba e criticou a opção do Fisco de penhorar alimentos doados para serem distribuídos por quem precisa. "São alimentos perecíveis. As coisas chegam e nós temos de as distribuir às pessoas. Como é que vamos ficar fiéis depositários do pão, do leite, dos iogurtes, de tudo aquilo que se estraga no dia a seguir?", disse. A associação dá apoio a cerca de 580 famílias da cidade. A penhora foi conhecida no dia 23 de Fevereiro, mas La Salette Santos garantiu que não vai pagar a dívida. "Quero ir a tribunal e quero que me digam quem é que é responsável pelos crimes de fome no nosso país. Nós estamos ali todos os dias com pessoas que trabalham, que trabalharam, que não têm como viver, nem como sobreviver", afirmou. "Não são pessoas que não pagaram à Segurança Social cinco anos seguidos. São pessoas que pagaram sempre à Segurança Social, que conheciam a lei, que eram obrigadas a conhecer a lei, não tinham amnésia e foram motivadas por um futuro melhor", rematou, aludindo ao caso das falhas de pagamento à Segurança Social por parte de Pedro Passos Coelho. [Notícia actualizada às 17h35. A penhora foi levantada, informou o Ministério das Finanças à Renascença]

A polémica relacionada com a falta de pagamento à Segurança Social por parte de Pedro Passos Coelho durante cinco anos chegou a Espanha. O jornal “El Mundo” aproveita a visita do primeiroministro a Madrid para olhar para o caso e relembrar o que o primeiro-ministro português disse esta quartafeira, em Portugal. “El primer ministro portugués, Passos Coelho, creía que era una 'opción' pagar la Seguridad Social”, lê-se no título da notícia. Na tradução: "o primeiro-ministro português, Passos Coelho, acreditava que era “opcional” pagar a Segurança Social". O jornal lembra ainda a declaração do primeiroministro de que não ocupa o cargo para enriquecer, naquilo que o "El Mundo" considera ser uma indirecta ao caso de José Sócrates.

Sócrates acusa Passos de estar "próximo da miséria moral" Nova carta escrita em Évora pelo antigo governante socialista. O tópico é o discurso de Passos Coelho nas jornadas do PSD.

“Caso Passos Coelho” chegou a Espanha O jornal lembra ainda a declaração do primeiro-ministro de que não ocupa o cargo para enriquecer, naquilo que o "El Mundo" considera ser uma alusãoao caso de José Sócrates.

imagem retirada do "El Mundo"

O ex-primeiro-ministro José Sócrates acusa o seu sucessor na chefia do Governo, Pedro Passos Coelho, de estar "próximo da miséria moral", ao criticar o discurso deste no encerramento das jornadas parlamentares do PSD. A acusação de Sócrates foi feita em mais uma carta escrita no estabelecimento prisional de Évora, onde está detido desde Novembro por suspeita de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, e entregue quarta-feira à TSF e ao Diário de Notícias pelos seus advogados. Na carta, José Sócrates refere que Pedro Passos Coelho "não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito, antes revela o carácter dele e o quanto está próximo da miséria moral". No discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PSD, proferido terça-feira no Porto, o primeiro-ministro afirmou nunca ter usado o cargo para "enriquecer, para prestar favores ou para viver fora das suas possibilidades".


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Na resposta, José Sócrates classificou as declarações de Pedro Passos Coelho como um "momento desesperado face às acusações de incumprimento de obrigações contributivas". "Esta forma de fazer política diz tudo sobre quem a utiliza", considerou também o ex-líder do PS na carta. Sócrates acusou também Passos Coelho de ter feito um "cobarde ataque pessoal" e de usar o seu processo como arma de luta de política. O ex-dirigente socialista sustentou que o primeiroministro tentou, com o discurso, condicionar o resultado das próximas eleições, considerando ter ficado demonstrado aos "olhos dos portugueses" que o processo que o envolve tem contornos políticos. José Sócrates reafirmou que não enriqueceu, nem beneficiou ninguém, enquanto foi primeiro-ministro. "Em vez de atirar lama para cima dos outros, faria melhor em explicar aos portugueses se ele próprio cumpriu ou não cumpriu a lei", concluiu José Sócrates.

Noruega, Islândia e Liechtenstein dão nove milhões à saúde portuguesa

Novembro, mas o programa decorre até 2016, com o financiamento dos três países doadores do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (2009-2014) a ser atribuído ao abrigo de um memorando de entendimento assinado, em 2012, com Portugal. O programa Iniciativas de Saúde Pública prevê também a realização de um inquérito nacional, com exame físico, a 4.200 utentes do Serviço Nacional de Saúde, entre os 25 e os 74 anos, e que está a cargo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Acha que tem gripe? Talvez não tenha, só acontece duas vezes por década Uma equipa de investigadores do Imperial College de Londres estudou os fenómenos da prevalência e disseminação da gripe e chegou à conclusão de que em média um adulto só tem gripe duas vezes por década.

Nutrição, saúde mental, prevenção e tratamento de doenças transmissíveis e uso dos sistemas de informação de saúde são os sectores mais beneficiados. Um dos projectos pretende criar um sistema de vigilância para a tuberculose na população de risco. Vinte e cinco projectos portugueses para a promoção da saúde pública, de hospitais, universidades e organizações não-governamentais, vão receber financiamento da Noruega, da Islândia e do Liechtenstein. O anúncio foi feito esta quarta-feira. Os três países vão doar nove milhões de euros, no âmbito do programa Iniciativas de Saúde Pública, destinado a dez estados europeus, incluindo Portugal. Um comité de selecção escolheu os projectos aprovados, que visam a redução das desigualdades entre utentes no domínio da nutrição e a melhoria dos serviços de saúde mental, da prevenção e do tratamento de doenças transmissíveis e do uso dos sistemas de informação de saúde. Um dos 25 projectos seleccionados é do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e pretende criar um sistema de vigilância para a tuberculose na população de risco. Outro, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, propõe-se avaliar o desempenho do Programa Nacional para a Saúde Mental e conceber um novo modelo de financiamento e de organização. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que divulgou o número de projectos nacionais aprovados, é a entidade que gere o programa em Portugal. O processo de candidaturas terminou em

Imagem: Pixabay

Em média, os adultos apenas têm gripe duas vezes por década, segundo um grupo de cientistas do Imperial College de Londres. A descoberta sugere que a maior parte dos casos de tosse e constipações, que atinge milhões de pessoas e as deixa sem poder trabalhar, se deve outros problemas. Esta descoberta, segundo os responsáveis pela investigação, pode levar a que compreendamos melhor como é que esta doença se espalha. Pode ainda haver progressos no sentido de perceber quem está mais em risco e como desenvolver e implementar as vacinas. "Nos adultos, descobrimos que a predominância da infecção e é muito menos comum do que as pessoas pensam. Na infância e na adolescência, é mais normal, se calhar porque interagimos mais com outras pessoas", diz Steve Riley, do Imperial College de Londres. A equipa analisou amostras de sangue de voluntários do Sul da China, procurando os níveis de anticorpos contra nove tipos diferentes de gripe que estiveram activas entre 1968 e 2009. Quanto mais velho, menos gripes


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As conclusões levam a crer que as crianças, em média, têm gripe todos os anos, mas que a doença se torna menos comum com a idade. A gripe pode muitas vezes ser causada por outros vírus, explicam os investigadores, o que se pode tornar enganador para as pessoas perceberem se têm ou não gripe realmente. Para calcular a frequência da gripe, a equipa, que incluiu investigadores britânicos, norte-americanos e chineses, desenvolveu um modelo matemático de como a imunidade em relação à gripe vai variando durante o período de vida mediante as pessoas vão encontrando diferentes tipos de vírus. Estas descobertas, publicadas no jornal "PLOS Biology", podem ajudar os investigadores e os farmacêuticos a prever as mutações do vírus no futuro, mas também ajudar a perceber como a imunidade histórica a certos tipos de gripe influencia a configuração futura das vacinas e a sua eficácia.

lectivo.

"O que fizemos com este estudo foi analisar como é que a imunidade é construída", disse o investigador Adam Kucharski. "Isto ajuda-nos a tentar compreender a predisposição da população como um todo e perceber como é que os novos tipos de gripe se disseminam na população", explica.

A presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), Ana Sezudo, considera "estranho" que o Ministério da Educação reconheça hoje a existência, no ensino especial, de problemas que há muito são denunciados. "É estranho que, depois de tantas denúncias feitas à APD e a outras entidades - principalmente nos dois últimos anos lectivos, que foram caóticos para os alunos do ensino especial -apontando para estas falhas, elas sejam só agora reconhecidas pelo próprio ministério", diz a presidente da associação à Renascença. Ana Sezudo foca-se, contudo, noutro ponto: "Que medidas vai o ministério tomar daqui para a frente?". A responsável sublinha que deve ser feita "uma avaliação real daquilo que tem sido o ensino especial e o ensino inclusivo em Portugal". "O ensino inclusivo, na nossa opinião, não tem existido", desabafa, sublinhando que "uma das causas para este decrescer do ensino inclusivo é falta de técnicos, de professores e de assistentes operacionais é a causa economicista, a falta de verbas". Numa altura em que o ano lectivo está a meio, Ana Sezudo manifesta o desejo de que estas questões estejam resolvidas no início do próximo ano lectivo. "Já no início deste ano lectivo, seria expectável que a situação não se verificasse. No entanto aconteceu e de forma ainda mais grave", afirma. "Tendo em conta que o ministério reconhece todas essas dificuldades, acho que poderá ainda haver tempo de colmatar algumas situações, nomeadamente na contratação de mais técnicos, professores, terapeutas, fisioterapeutas e de assistentes operacionais, que são essenciais. É também necessário dar formação a estes técnicos que acompanham as crianças, tanto na sala de aula como em todo o ambiente escolar", reforça a presidente da APD.

INEM vai às escolas ensinar a salvar vidas “Todos nós devemos ser capazes de tomar as primeiras atitudes de emergência” e, para isso, “é preciso aproximar este conhecimento do cidadão”, defende o presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica. Alunos, professores e funcionários das escolas vão ter formação em suporte básico de vida. Nesta quintafeira, é assinado em Lisboa um protocolo de colaboração entre o INEM e a Direcção-Geral da Educação. O objectivo é transmitir as noções básicas de emergência a toda a população. “É todos nós no país sermos de tomar as primeiras atitudes de emergência. Todos nós sermos capazes de ligar 112, de determinar uma situação grave e, em face de uma paragem cardiorespiratória, ser capaz de fazer as primeiras manobras que podem salvar vidas”, explica o presidente do INEM, Paulo Amado Campos. “Para isso, é preciso aproximar este conhecimento do cidadão e a única forma que temos de o fazer é em massa nas nossas camadas jovens”, adianta. A formação em suporte básico de vida vai ser dada a alunos do terceiro ciclo do ensino básico como actividade extra curricular. Mas antes aprendem os professores e funcionários, numa formação que arranca ainda neste segundo período de aulas. Os alunos começam a aprender as primeiras noções de suporte básico de vida só mais lá para o final do ano

Ensino especial. Associação estranha relatório do Ministério da Educação Tutela é criticada por só agora reconhecer falhas há muito denunciadas. A Associação Portuguesa de Deficientes quer tudo resolvido na abertura do próximo ano lectivo.


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Tradição ou segurança? População decide futuro da calçada em Campolide

Incêndio no Carregado provoca prejuízos de milhões, mas empregos estão garantidos

Cerca de 15 mil pessoas recenseadas na freguesia vão decidir entre a reabilitação do piso existente ou a sua substituição.

Foi a segunda vez em seis meses que a fábrica da Dura Automotive Portugal foi atingida pelo fogo. Judiciária e peritos das seguradoras estão a investigar.

Por Ana Rodrigues

Os habitantes da Junta de Freguesia de Campolide, em Lisboa, vão decidir se querem manter a calçada portuguesa nos passeios ou substituir por outro material mais seguro. Está em curso um referendo que termina quinta-feira. As 15 mil pessoas recenseadas na freguesia podem votar até às 22h00, de dia 4 de Março. Amanha à noite já se saberá como vão ficar os passeios de Campolide depois das obras de requalificação. Uma obra que vai custar 300 mil euros. Em causa está “uma opção entre a segurança e a tradição”, segundo presidente da Junta de Freguesia de Campolide. O objectivo é a reabilitação da calçada e a segurança da circulação pedonal nas ruas da freguesia de Campolide. André Couto sublinha que ali reside “uma população muito envelhecida. E muitas vezes basta um idoso cair, como acontece com frequência, para ser condenado a uma clausura para o resto da sua vida. Sabemos que se partirmos uma perna aos 80 anos dificilmente recuperamos a qualidade de vida que tínhamos antes”. “Quer seja uma opção, quer seja a outra, o valor da intervenção será sempre o mesmo: são 150 mil euros em 2015 e 150 mil euros em 2016. É o que será protocolado com a Câmara de Lisboa”, disse o autarca de Campolide. O presidente da junta está satisfeito com o debate e a participação da população neste processo. “As pessoas sentiram que esta era uma nova forma de participação democrática, de partilha de decisão, que faz sentido em decisões estratégicas como esta, que vão muito para além do período de um mandato e que influenciam décadas de vida”. Em 2012, os moradores foram chamados a decidir que destino dar a um terreno baldio, escolhendo entre um parque de estacionamento e um jardim. Mas foi este último a recolher a aprovação.

A Dura Automotive Portugal revelou ter tido um prejuízo acima dos sete milhões de euros na sequência do incêndio na fábrica do Carregado, mas garantiu que os postos de trabalho estão todos salvaguardados. Paulo Pacheco, director da fábrica de componentes para automóveis do Carregado, disse à agência Lusa que a empresa vai manter os 280 postos de trabalho, apesar do incêndio ocorrido na terça-feira à noite que destruiu por completo um dos dois pavilhões, onde trabalhavam 110 pessoas. Em alternativa ao despedimento, o responsável adiantou que vai "aproveitar para dar férias e horas por gozar a alguns trabalhadores", enquanto outros vão ser transferidos para as secções que laboram no outro pavilhão que a fábrica tem no Carregado, concelho de Alenquer. "A fábrica não vai parar. O pavilhão 01 já está a trabalhar normalmente", disse, adiantando que a empresa tenciona mudar "rapidamente" para as novas instalações que estão a ser construídas dentro do complexo industrial do Grupo Salvador Caetano, de modo a minimizar eventuais efeitos do incêndio na produção. Numa primeira avaliação aos estragos, uma vez que os peritos continuam no local a fazer esse levantamento, Paulo Pacheco afirmou que os prejuízos estão "acima dos sete ou oito milhões de euros no mínimo". O incêndio destruiu de forma parcial também a Caetano Coatings, outra fábrica de componentes para automóveis, situada no mesmo complexo industrial. A administração desta empresa remeteu para mais tarde possíveis esclarecimentos, mas o presidente da câmara de Alenquer, Pedro Folgado, disse hoje que, em contacto com a administração, recebeu a informação de que os postos de trabalho também seriam mantidos. Segundo o autarca, as duas fábricas empregam cerca de 600 trabalhadores. Autoeuropa obrigada a alterar produção A Autoeuropa, em Palmela, vai ser obrigada a alterar a sua produção diária de automóveis devido ao incêndio na fábrica de componentes automóveis Dura Automotive. Em comunicado, a empresa refere que, "como medida preventiva, e de modo a minimizar o impacto na actividade da Volkswagen Autoeuropa, foi alterado o 'mix' diário de produção, de forma a produzir em maior quantidade os modelos Eos e Scirocco, menos impactados com esta situação". Um problema numa máquina da secção de pinturas da


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fábrica Caetano Coatings terá causado o incêndio cerca das 19h20 de terça-feira, sendo o curto-circuito uma das possíveis causas apontadas. Houve registo de oito feridos ligeiros, incluindo três bombeiros. Devido ao material inflamável, o incêndio alastrou à fábrica Dura Automotive Portugal, destruindo por completo as secções de montagem e de pintura de ambas. No interior de ambas, estavam 120 trabalhadores, que conseguiram sair a tempo. Esta foi a segunda vez em seis meses que a fábrica da Dura Automotive Portugal, no Carregado, foi atingida pelo fogo. Além dos peritos das seguradoras, encontram-se no local também inspectores da Polícia Judiciária a investigar as causas do incêndio.

Força aérea portuguesa recebe prémio internacional “Pumas” já salvaram mais de 2.500 vidas, um trabalho reconhecido agora pela Associação Internacional de Helicópteros.

Portas quer duplicar turistas alemães em Portugal "Apenas 1% dos turistas alemães que fazem férias no estrangeiro escolhem Portugal", justificou o vice-primeiro-ministro, de visita à Feira Internacional de Turismo de Berlim.

Paulo Portas no stand de Portugal da Feira de Turismo de Berlim. Foto: Rainer Jensen/EPA

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, quer duplicar o número de turistas alemães que procuram Portugal para passar férias. Numa visita à Feira Internacional de Turismo de Berlim, Portas assumiu esta meta, considerando que todo o investimento que for feito nesse sentido valerá a pena. “Apenas 1% dos turistas alemães que fazem férias no estrangeiro escolhem Portugal. Se nós conseguirmos duplicar esse objectivo atraímos uma percentagem significativa de novos turistas ao nosso país”, disse Portas. A Alemanha é o segundo mercado gerador de turistas e a quota de Portugal tem subido nos últimos dois anos, tendo atingido os 900 mil visitantes em 2014.

Foto: Força Aérea

A esquadra 751 da Força Aérea Portuguesa vai receber esta quarta-feira nos Estados Unidos um prémio internacional de serviço humanitário. Com muitas horas de missões de busca e salvamento, os “Puma” já salvaram mais de 2.500 vidas, um trabalho reconhecido agora pela Associação Internacional de Helicópteros (AIH), com a entrega de um dos mais importantes prémios internacionais. No comunicado sobre a atribuição do prémio, a AIH refere que os militares da Força Aérea têm uma área de responsabilidade que abrange aproximadamente um terço do Atlântico Norte e que a maior operação executada - sem reabastecimento - durou mais de sete horas, num trajecto superior a 1340 quilómetros. "Apesar de Portugal ser geograficamente um dos países mais pequenos na Europa, tem uma longa história de relação com o mar. A esquadra 751 da Força Aérea Portuguesa prossegue essa tradição náutica na actualidade, através das operações de busca e salvamento", pode ler-se. Segundo a Força Aérea Portuguesa, em declarações à Renascença, a esquadra vai estar representada na cerimónia na Flórida por três elementos da tripulação.


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Portugueses querem ajudar a levar internet a todo o mundo. Com drones Empresa portuguesa Tekever integra consórcio europeu que quer levar a internet a locais sem rede com a ajuda de aviões não tripulados.

do Reino Unido, uma empresa de engenharia de comunicações italiana e um operador espanhol de rede wi-fi, este último para garantir que a tecnologia testada possa ser, eventualmente, comercializada.

Reembolso antecipado ao FMI poupa 700 milhões a Portugal Contas mais recentes são da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública. Governo anunciou reembolso em Março de seis mil milhões dos 14 mil milhões previstos em dois anos e meio. O reembolso antecipado do empréstimo ao FMI pode representar para Portugal uma poupança máxima de 700 milhões de euros, ou seja, mais 200 milhões que a última estimativa que foi apresentada há duas semanas pela Comissão Europeia.

Drones. Eles estão em quase todo o lado. Foto: Wikimedia Commons

Um consórcio europeu, que inclui universidades e empresas, pretende levar a internet a locais sem rede, usando aviões não tripulados (“drones”) equipados com tecnologia de comunicação sem fios, um projecto no valor de três milhões de euros a desenvolver até 2018. "Há sítios no mundo que, por uma razão ou por outra, temporária ou permanentemente, não têm infraestrutura. E a infra-estrutura não tem, necessariamente, de ser fixa. Pode ser este tipo de tecnologia a fornecer comunicações a uma determinada zona", assinalou à Lusa Ricardo Mendes, presidente da multinacional portuguesa Tekever, que integra o consórcio, e que tem a seu cargo a concepção dos “drones”. O uso de tecnologias móveis e "wireless" em "drones" pode ser útil para as populações de zonas rurais que não têm cobertura de rede de telemóvel ou internet, mas também para os habitantes ou equipas de segurança e da protecção civil que tenham ficado privados temporariamente de comunicações, num cenário de catástrofe como um sismo. Na prática, esclareceu Ricardo Mendes, "alguns dos pontos da rede" de comunicações "são aviões", em vez de postes. Caberá à Tekever conceber a "arquitectura" das comunicações e dos “drones”. Serão testados vários tipos de “drones“ – há os que voam durante 15 minutos e os que estão no ar seis meses, exemplificou o presidente da empresa. O consórcio, que reúne nove parceiros, terá ainda de estudar o sistema que irá gerir a rede, nomeadamente o funcionamento dos “drones”. O projecto, a concretizar em três anos, é financiado pelo programa da União Europeia Horizonte 2020, destinado a apoiar a inovação e a ciência. Do consórcio fazem parte, além da Tekever, unidades de investigação portuguesas, universidades da Grécia e

As contas mais recentes são da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), e foram reveladas pela presidente da instituição, que foi ouvida no parlamento na comissão de orçamento, finanças e administração pública. Cristina Casalinho adiantou que, só este ano, o reembolso previsto irá permitir uma poupança de 100 milhões de euros. "As poupanças são significativas e no cúmulo podem ser na ordem dos 700 milhões para o montante total", de 14 mil milhões de euros, disse. Na semana passada, a ministra das Finanças disse que Portugal reembolsará em Março seis mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) dos 14 mil milhões previstos em dois anos e meio. Esta manhã, no parlamento, Cristina Casalinho adiantou que o Estado vai emitir mais quatro mil milhões de euros este ano do que inicialmente previsto e reduzir a “almofada financeira” em dois mil milhões de euros para reembolsar o FMI. Na última actualização da estratégia de financiamento da dívida pública, de Janeiro, o IGCP antecipou que as necessidades líquidas de financiamento do Estado serão de 11,2 mil milhões de euros em 2015 e que a reserva financeira no final do ano será de 10,2 mil milhões, prevendo-se ainda serem precisos 11 mil milhões de euros para financiar o Estado em 2016.


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Juncker nega “plano diabólico” para derrubar Tsipras

Embaixador norteamericano atacado em Seul

Em Madrid, juntaram-se Passos, Rajoy e Hollande ao presidente da Comissão Europeia.

Mark Lippert levou uma facada na cara e foi transportado ao hospital.

Por Paulo Ribeiro Pinto

O presidente da Comissão Europeia tentou travar a polémica entre Portugal, Espanha e Grécia. JeanClaude Juncker garante que se houvesse algum “plano diabólico” de Lisboa e Madrid para derrubar o Governo de Atenas, ele próprio o teria travado. “Eu não vi no decorrer das últimas semanas que Portugal e Espanha tivessem um plano diabólico que consistiria em fazer cair o Governo do senhor Tsipras. Se tivesse tido a impressão de que Mariano [Rajoy] e Pedro [Passos Coelho] alimentavam esse detestável plano eu teria agido, mas o que há são boas intenções por isso eu não fiz nada”, disse. Mariano Rajoy confessou não ter gostado das declarações de Alexis Tsipras e reafirma que as decisões tomadas no Eurogrupo foram unânimes. "Não houve nem mais nem menos exigências, ou seja, Espanha tomou a mesma decisão que todos os outros, é uma decisão que pretende que a Grécia cresça, que tenha emprego e que cumpra os seus compromissos. O único problema que houve aqui foi, enfim, uma acusação que eu, pelo menos, não gostei, de que o Governo português e o Governo espanhol quisessem mudar o Governo grego. Isso sinceramente é despropositado", referiu. E porque foi em Madrid que nasceu a ideia de um eventual terceiro resgate à Grécia, que poderia ser de um valor entre 30 e 50 mil milhões, foi o primeiroministro português a lembrar que são os países que pedem a ajuda financeira. O presidente do Governo espanhol lembrou ainda que é preciso respeitar a dignidade do povo grego e que a Europa está cá para ajudar.

O embaixador norte-americano na Coreia do Sul foi atacado por um homem. Mark Lippert foi atingido por uma faca na cara quando participava num fórum público na capital. A notícia foi confirmada à Reuters por fonte policial e por testemunhas no local. O embaixador Mark Lippert, de 42 anos, participava num pequeno-almoço em Seul quando um homem o atacou. Lippert foi pelo seu pé até à viatura que o transportou ao hospital. Os ferimentos não são graves, confirmou já a Casa Branca. A polícia não deu mais informações sobre o atacante. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já ligou ao embaixador Mark Lippert para lhe desejar rápidas melhoras.

Relatório da ONU alerta para a tentativa do EI entrar na Líbia Documento exorta comunidade internacional a ajudar o país a combater grupo terrorista. O autoproclamado Estado Islâmico (EI) vai “fazer tudo” para fortalecer a sua presença na Líbia e um pedido de ajuda por parte do país não deve ser subestimado, refere um alto responsável das Nações Unidas. O enviado especial da ONU, Bernadino Leon, deixou este alerta ao Conselho de Segurança numa altura em que vários grupos rivais estão a tentar controlar a Líbia desde que Muammar Khadafi foi deposto. “Não tenho dúvidas que grupos terroristas, como o Estado Islâmico, não vão parar perante nada no seu objectivo de jogar com as divisões políticas e consolidar a sua presença e influência na Líbia”, acrescentou Leon. Bernadino Leon reforça que a comunidade internacional deve estar pronta a apoiar a Líbia nos seus esforços na luta contra o terrorismo. A Fundação Quilliam, que se dedica ao estudo do terrorismo, revelou esta quarta-feira um documento do autodenominado Estado Islâmico sobre rotas e planos estratégicos daquele grupo extremista na Líbia. No documento, intitulado "Líbia: A porta de entrada estratégica para o Estado Islâmico", o grupo terrorista considera que os jihadistas têm que ir urgentemente para a Líbia, um país de grande importância do ponto


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de vista económico e que potencia a infiltração de operacionais na Europa.

Papa: Abandono dos idosos é "pecado mortal" Francisco contou um caso particular da sua experiência em Buenos Aires. "Oito meses sem ser visitado pelos filhos! Oito meses abandonado! A isto chama-se pecado mortal. Entendido?"

Guerra de números. Helena Roseta não "inventou" valores sobre isenção ao Benfica O Benfica pediu à autarquia de Lisboa uma isenção de taxas municipais no valor global de 4,6 milhões de euros.

Por Ângela Roque

Descartar e desprezar os idosos é um "pecado mortal", disse, esta quarta-feira, o Papa Francisco. Na audiência-geral desta quarta-feira, Francisco recordou que quando era arcebispo de Buenos Aires, na Argentina, costumava visitar lares de idosos, onde perguntava às pessoas se os familiares os acompanhavam. E, para mostrar que abandonar pais e avós é um "pecado mortal", aludiu a um caso particular em que a última visita dos filhos tinha acontecido no Natal, quando se estava já em Agosto. "Oito meses sem ser visitado pelos filhos! Oito meses abandonado! A isto chama-se pecado mortal. Entendido?", disse Francisco. O Papa lembrou que a Igreja não pode tolerar estas atitudes e desafiou os cristãos a cuidarem dos mais velhos. "Devemos despertar o sentimento coletivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça sentir ao idoso que este é parte activa da sua comunidade. Porque os idosos são homens e mulheres, pais e mães, dos quais recebemos muito", afirmou. "Todos nós, os idosos, somos algo frágeis; há alguns, no entanto, que são particularmente fracos, muitos estão sós a braços com a doença. Alguns dependem de cuidados indispensáveis e da atenção dos outros. Mas, por esse motivo, vamos dar um passo atrás? Vamos abandoná-los ao seu destino?", perguntou Francisco. O Papa defendeu que a qualidade de uma "civilização" se mede também pela forma como se respeitam os idosos porque disso também depende o futuro: "Uma sociedade sem proximidade, onde a gratuidade e o afecto desinteressado vão desaparecendo, mesmo para com os de fora da família, é uma sociedade perversa. A Igreja, fiel à palavra de Deus, não pode tolerar tais degenerações. Onde não são honrados os idosos não há futuro para os jovens." Esta foi uma primeira de duas catequeses que o Papa pretende dedicar aos idosos. A segunda terá lugar na audiência-geral da próxima semana.

Foto: Lusa

A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa garante "não ter inventado quaisquer números" quando apontou uma isenção de 4,6 milhões de euros em taxas e compensações urbanísticas ao Benfica. Em declarações à agência Lusa, Helena Roseta contestou, desta forma, as declarações do vereador do Urbanismo em Lisboa, Manuel Salgado, que avançou, na terça-feira, ser falso estar em discussão uma isenção de 4,6 milhões de euros ao clube encarnado por intervenções a realizar junto ao estádio da Luz. "Afirmou V. Ex.ª aos meios de comunicação social que `o vereador Manuel Salgado tem perfeita consciência de que a isenção de taxas e compensações urbanísticas [...] é de 4,6 milhões de euros e não de 1,8 milhões. A sua afirmação é falsa", diz Manuel Salgado, numa carta dirigida a Helena Roseta (eleita nas listas do PS) divulgada terça-feira no site da Assembleia Municipal "para amplo conhecimento dos deputados municipais, comunicação social e público". Helena Roseta reiterou esta quarta-feira "não ter inventado quaisquer números", lembrando que se limitou "a somar as parcelas incluídas nas informações dos serviços que constam do processo". É preciso "transparência" "Considero fundamental para a transparência de qualquer decisão que venha a ser tomada que se conheça o valor exacto do que está em causa. Pena é que os cálculos que o senhor vereador agora tornou públicos não tenham feito parte do processo nem da fundamentação da proposta enviados para decisão da Assembleia Municipal", disse a arquitecta. Helena Roseta relembrou a importância da correcção dos valores, uma vez que será sobre estes que a Assembleia Municipal irá decidir, embora a autarca


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continue a considerar que a "isenção solicitada não tem enquadramento legal e deve ser rejeitada pela Assembleia Municipal". A Câmara de Lisboa aprovou em Fevereiro passado uma proposta para submeter à Assembleia Municipal "a isenção do pagamento da Taxa TRIU [taxa pela realização, manutenção e reforço de infra-estruturas urbanísticas] e da compensação urbanística", solicitada pelo Benfica, por intervenções a realizar junto ao Estádio da Luz. Já na semana passada, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa defendeu que a isenção deve ser chumbada naquele órgão deliberativo "por força dos princípios da transparência e da legalidade". Num relatório enviado então aos grupos municipais, Helena Roseta refere que estão em causa cerca de 4,6 milhões euros, dos quais 2,6 milhões dizem respeito ao "montante da TRIU a liquidar pelo requerente" e o restante - cerca de dois milhões de euros - ao valor "total das compensações urbanísticas devidas".

Mário e André Martins; Avançados: Carrillo, Carlos Mané, Capel, Montero, Tanaka e Slimani. TAÇA DE PORTUGAL

Nacional motivado para defrontar o Sporting Basílio Marques, adjunto de Manuel Machado, considera que o Sporting vai apostar na Taça de Portugal, mas isso não retira ambição aos insulares. A 1ª mão da meia-final realiza-se esta quinta-feira, às 20h15. Jogo com relato na Renascença e acompanhamento em rr.sapo.pt.

SPORTING

Nani não está convocado Jonathan Silva, que ocupou o lugar de Jefferson nos dois últimos jogos, também não joga a 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Jogo com o Nacional é esta quinta-feira, às 20h15. Basílio Marques é adjunto de Manuel Machado

A ausência de Nani e o regresso de Jefferson são as notas de maior destaque na lista de convocados do Sporting para o jogo com o Nacional, a contar para a 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. O internacional português fica fora das opções, devido a fadiga muscular. O lateral brasileiro volta depois de ter sido perdoado pelo clube. Jonathan Silva que ocupou a vaga de Jefferson frente a Wolfsburgo e FC Porto sai dos eleitos. Carlos Mané, que falhou o clássico, está de volta aos eleitos. O desafio com o Nacional da Madeira é esta quinta-feira, às 20h15. Jogo com relato na Renascença e acompanhamento em rr.sapo.pt. Lista de convocados Guarda-redes: Rui Patrício e Marcelo Boeck; Defesas: Cédric, Miguel Lopes, Paulo Oliveira, Tobias Figueiredo, Naby Sarr e Jefferson; Médios: William Carvalho, Oriol Rosell, Adrien, João

Basílio Marques sabe que a Taça de Portugal é uma aposta do Sporting, mas isso "não tira a ambição de querer passar esta eliminatória”. O adjunto de Manuel Machado fez, esta quarta-feira, a antevisão do encontro da 1ª mão das meias-finais da Taça e sublinhou que o Nacional "tem boas possibilidades" de chegar ao Jamor. Basílio Marques refere que é fundamental “pensar apenas neste jogo, cujo resultado será fundamental para depois abordar a segunda parte de eliminatória daqui a um mês”. O Nacional reconhece o valor dos jogadores e treinador do Sporting, mas isso não desvia o clube do objectivo de chegar à final. “Os últimos jogos da nossa equipa dão-nos uma confiança alargada para defrontar o Sporting”, afirmou. Para este confronto Manuel Machado chamou Rui Correia, Nuno Campos e Christian. De fora ficam Miguel Rodrigues e Edgar Abreu. O encontro entre Sporting-Nacional da 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal, disputa-se esta quintafeira, no Estádio da Madeira, às 20h15. O jogo tem relato na Renascença e acompanhamento em rr.sapo.pt.


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RIBEIRO CRISTÓVÃO

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Prova de fogo

Dia de Sporting

As maiores expectativas recaem sobre o FC Porto e o Benfica, sabendo que todos os imprevistos são possíveis nesta altura do campeonato.

Por Ribeiro Cristóvão

À medida a que o campeonato se aproxima do fim (faltam agora “apenas” onze jornadas), torna-se cada vez mais difícil arriscar suposições sobre como irão decorrer os jogos de cada fim-de-semana, sobretudo das equipas instaladas nos dois lugares do topo da tabela. Por agora, temos a sempre imprevisível saída dos dragões até Braga, onde os espera uma equipa robustecida pelos últimos resultados e, mercê deles, a aproximação ao terceiro lugar, senhora de um futebol agressivo e muito consistente, e que já provocou na Pedreira fortes dores de cabeça ao Benfica. Pode mesmo dizer-se que no contexto do actual campeonato, tal como se encontra, este embate é tão decisivo para os portistas como o havia sido aquele em que defrontou o Sporting há menos de uma semana. A dúvida que agora se coloca, com toda a legitimidade, é se os comandados do espanhol Lopetegui vão encontrar na capital do Minho tantas facilidades como aquelas que os leões lhe ofereceram em bandeja dourada no estádio do Dragão. Acreditamos que não. E que somente um super-Porto poderá regressar a casa, após a noite de sexta-feira, disponível para assistir por entre a maior tranquilidade à deslocação do Benfica a Arouca dois dias depois. Numa escala menor, os encarnados também terão de precaver-se contra qualquer surpresa. É verdade que a equipa de Jorge Jesus passa por momentos de grande conforto, para o que contribui uma classificação desafogada, e tem dado provas suficientes de que não lhe falta capacidade para manter esse estatuto. Aguardam-se, pois, mais do que todas as outras, estas aventuras do duo da frente, na convicção de que todos os imprevistos são possíveis nesta altura do campeonato.

O Nacional-Sporting de logo à noite, para a Taça de Portugal e decisivo para os leões, coloca a equipa de Alvalade nas manchetes. "Marco promete o Jamor", lê-se na primeira página do Record, enquanto A Bola escreve: "A hora de Slimani". Em O Jogo, edição Sul, surge a imagem de William Carvalho e a informação: "William chega ao topo". O topo é o limite máximo do tecto salarial do Sporting. São, diz o jornal, "600 mil euros/ano brutos". Na edição principal de O Jogo, estão "As razões de Lopetegui". O diário nortenho explica "as opções por Marcano e Evandro no onze do FC Porto". Maxi Pereira está também nas primeiras páginas dos jornais de Lisboa, que avançam informações diferentes. "Besiktas aperta cerco a Maxi", diz o Record. Roma oferece contrato milionário", avança A Bola.


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TAÇA DO REI

Barcelona e Athletic Bilbao são os finalistas O Barcelona repetiu a vitória por 3-1 sobre o Villarreal e apurou-se para a final, onde vai defrontar a equipa basca, que foi ao terreno do Espanhol vencer por 2-0, depois de ter empatado a um golo na primeira mão.

O Barcelona confirmou o que já era esperado, apurando-se para a final da Taça do Rei. Depois da vitória frente na primeira mão das meiasfinais frente ao Villarreal por 3-1, a equipa catalã voltou a vencer com o mesmo resultado, mas desta vez no terreno do adversário. No Barcelona, Neymar marcou dois golos contra um de Luis Suarez. O tento do Villarreal foi obra de Jonathan dos Santos. Na outra meia-final houve uma meia-surpresa, com o Athetic de Bilbao a viajar até à Catalunha para vencer o Espanhol por 2-0, contrariando o empate a um golo da primeira mão. A final da Taça do Rei está marcado para o dia 30 de Maio.

Campeonato grego está de volta, mas sem público O Ministro do Desporto da Grécia revelou que a prova vai recomeçar, mas sem a presença de adeptos nas bancadas. Uma situação que se irá manter pelo menos até à próxima jornada.

O Governo tinha decidido suspender o campeonato por tempo indeterminado, devido aos incidentes que ocorreram na partida entre o Panathinaikos de Zeca, e o Olympiacos de Vítor Pereira. Depois de analisada a situação, Stavros Kontonis revelou que a prova está de volta, mas com as portas dos estádios fechadas ao público. "A decisão do governo é que os jogos do próximo fimde-semana se disputem à porta fechada, sendo a situação analisada novamente antes da próxima jornada", afirmou o vice-ministro do executivo grego. JORGE SILVÉRIO

Há 30 adeptos em Portugal que não entram nos estádios Interdição está a ser aplicada com eficácia, garante o coordenador dos Oficiais de Ligação aos Adeptos (OLA). Nesta época, os incidentes diminuíram e os clubes pagam menos multas. Trinta adeptos estão impedidos de entrar em estádios de futebol em Portugal. O dado é avançado, em entrevista à Renascença, pelo coordenador dos Oficiais de Ligação aos Adeptos OLA) do órgão de gestão e licenciamento de clubes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Jorge Silvéiro. O oficial de ligação aos adeptos é uma nova figura do futebol profissional que Silvério, no lugar de coordenação desde o Verão de 2012, considera "importante, do ponto da vista da segurança e do


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Quinta-feira, 05-03-2015

conforto". "Faz a ponto entre o clube e os adeptos", explica o dirigente com uma vasta experiência no futebol na área da psicologia no desporto. A UEFA obriga à existência do OLA aos clubes que estão nas provas europeias, mas "em Portugal, ainda não é obrigatório". Todavia, "os 18 clubes da I Liga já têm esta figura", revela Jorge Silvério, nesta entrevista a Bola Branca.Menos multas e menos incidentes Os benefícios dos clubes com o surgimento dos OLA estão à vista. "Ao longo de duas épocas e meia, dou como exemplo as multas por comportamento incorrecto dos adeptos. Baixaram em mais de 200 mil euros. Não se pode atribuir uma relação de causa efeito, mas muito dessa diminuição fica a dever-se ao trabalho dos oficiais de ligação aos adeptos", refere Jorge Silvério. A insegurança é uma das causas da diminuição de espectadores nos estádios, em muitos países. Em Portugal, "na época passada, houve um aumento ligeiro dos adeptos nos estádios. Na actual época, há um pouco menos, mas acredito que o público vai aumentar. É preciso que os clubes façam campanhas de família e de atrair público jovem", sublinha Silvério. O coordeandor dos OLA explica que "os incidentes relacionados com violência são muitos reduzidos em relação ao número total de jogos" e que "os episódios de violência têm diminuído". O FC Porto-Sporting foi uma boa propaganda para o tema segurança. "Um bom exemplo para o futuro e que pode ser importante para atrair mais público. Estiveram famílias no jogo e as pessoas puderam ver que é seguro ir ao futebol. É o sítio onde as pessoas estão mais seguras, porque há polícia e 'stewards'", sustenta.Legislação suficiente? As sanções para os prevaricadores nos estádios estão a ser aplicadas com eficácia e, na opinião de Jorge Silvério, "a legislação, apesar de precisar de retoques, é avançada". "A interdição de acesso aos estádios está a ser aplicada e o caminho tem de ser por aí. Nos outros países, a medida funciona de forma positiva. Tem eficácia porque 90% desses adeptos não voltam a cometer actos ilícitos", argumenta. Jorge Silvério releva que, neste momento ,em Portugal, "há três dezenas de pessoas estão impedidas de frequentar estádios de futebol". "São de todos os clubes, mas mais dos grandes", precisa, garantindo que "a medida está a funcionar com eficácia". A atitude dos dirigentes é igualmente importante para o comportamento dos adeptos nos estádios, porque gera fenómenos de "contágio". Jorge Silvério explica: "Quando há discursos mais agressivos, isso passa para os adeptos". "Em Portugal, na véspera dos jogos, sobretudo entre chamados grandes, tem havido bastante contenção dos dirigentes. E isso também explica a diminuição do número de incidentes. Há uma maior consciencialização. As declarações que eram feitas no passado prejudicavam o espectáculo e o negócio", afirma.

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