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EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco

Segunda-feira, 22-12-2014 Edição às 08h30

Editor Raul Santos

Combustíveis voltam a baixar esta segunda-feira Programa de troca de seringas vai ser retomado

Metro de Lisboa parado pela oitava vez este ano

CONVERSAS CRUZADAS

“Governo não vai conseguir privatizar a TAP”, diz Daniel Bessa Múltiplos atropelamentos fazem 11 feridos em França

Vulcão de Cabo Verde volta a fazer Mediatização da corrupção afecta estragos percepção do público, mas não o voto

Instituições recusam ajudar sem-abrigo há menos de cinco anos no Luxemburgo

Papa nomeia Lance irregular dá Cardeal Jeantrês pontos ao Louis Tauran novo Benfica camerlengo da Igreja

EM NOME DA LEI


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Segunda-feira, 22-12-2014

Combustíveis voltam a baixar esta segunda-feira

Metro de Lisboa parado pela oitava vez este ano

A redução retoma valores de 2009, mas, a partir de 1 de Janeiro, os preços vão subir, por causa da fiscalidade verde.

Com uma adesão rondar os 100%, segundo dados do sindicato, a greve de trabalhadores do metro levou ao encerramento de todas as estações esta segunda-feira.

Foto: DR

O preço dos combustíveis volta a baixar esta segundafeira, devendo cair para o valor mais baixo desde Dezembro de 2009, altura em que o gasóleo custava, em média, 1,045 euros/litro e a gasolina 1,283 euros/litro. A redução estimada é de, pelo menos, três cêntimos por litro, na sequência da continuada queda das cotações do petróleo que bateu mínimos de cinco anos. Até ao final do ano, poderá ser possível ver o preço do litro do gasóleo descer abaixo de um euro, mas, a partir de 1 de Janeiro, os preços voltam a subir, no quadro da fiscalidade verde prevista no Orçamento do Estado. Na origem desta previsão está o actual excesso de produção com origem nos Estados Unidos, além do arrefecimento económico nos mercados emergentes, na Europa e no Japão, que deverão continuar a provocar uma procura mais baixa por esta matériaprima.

Foto: Tiago Petinga/Lusa

A adesão dos trabalhadores à greve do Metropolitano de Lisboa ronda os 100%, encontrando-se as portas das estações encerradas desde as 23h15 de domingo. "Os trabalhadores estão a aderir massivamente e não há comboios a circular", disse Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans). O Metropolitano de Lisboa encerrou às 23h15 de domingo, mantendo-se a circulação suspensa até às 06h30 de terça-feira devido à greve dos trabalhadores "em defesa do serviço público de qualidade" “Infelizmente o metropolitano tem parado quase todos os dias por problemas de falta de pessoal e deficiências na manutenção, é também conta essa situação que os trabalhadores estão a lutar”, afirmou. Com esta greve, os trabalhadores do metro protestam ainda “contra as péssimas condições de trabalho em que se encontram, em defesa da empresa pública, prestando um serviço social às populações, contra a redução do número de trabalhadores sobretudo nas áreas operacionais”. A paralisação desta segunda-feira é a oitava realizada pelos trabalhadores do metro em 2014, considerando greves totais e greves parciais. Devido à greve, a rodoviária Carris vai reforçar o número de autocarros nos trajectos servidos pelas carreiras 726 (Sapadores-Pontinha), 736 (Cais do SodréOdivelas), 744 (Marquês de Pombal-Moscavide) e 746 (Marquês de Pombal-Estação da Damaia), que coincidem com eixos servidos pelo metro, acrescentou o Metropolitano, em comunicado. A greve foi convocada por várias organizações sindicais, nomeadamente a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.


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Microsoft espera cenário mais positivo para Portugal em 2015 João Couto diz que já há indicadores favoráveis. O director-geral da Microsoft Portugal, João Couto, considera que o cenário económico português deverá ser mais positivo em 2015 do que este ano, embora ainda moderado, e apontou que já há indicadores favoráveis. Questionado pela Lusa sobre qual é expectativa relativamente à economia portuguesa no próximo ano, João Couto disse: "A nossa visão é positiva". Isto porque "há um conjunto de indicadores que parecem convergir para um cenário positivo, mas moderado", afirmou, salientando que espera que 2015 será um ano melhor do que 2014. "A parte da internacionalização e da exportação está a acelerar nos sectores tradicionais. As grandes empresas que estavam internacionalizadas estão a aumentar" a sua posição no exterior, adiantou. Deu como exemplo as empresas de sectores tradicionais como o calçado, têxtil, mobiliário ou vinhos, que começam a ter "algum dinamismo". Além disso, "há toda uma categoria dos novos negócios na área de serviços a surgir numa perspectiva global", como é o caso da área de jogos, onde "começamos a ter aqui uma indústria de jogos significativa que dão cartas a nível internacional, que estão a surgir já nesta economia digital", apontou. As tecnológicas portuguesas Glose, CARM ou Arqueonautas são alguns dos exemplos de empresas que estão a marcar presença no espaço internacional. "Do lado da internacionalização vai haver um efeito de estímulo mais positivo que em 2014, que foi de arranque", considerou João Couto, que disse acreditar que o consumo interno melhore, "não só pela desaceleração do desemprego", mas também sob o efeito da expansão internacional das empresas. Também "a questão do petróleo vai ter um impacto positivo na economia, pela estabilização do preço", acrescentou. Por estes factores, João Couto considerou que "vai haver um cenário macroeconómico relativamente positivo, um bocadinho em linha com aquilo que o Governo estima para 2015". Relativamente ao impacto na Microsoft Portugal, o director-geral considera que será igualmente positivo. "Estamos a verificar que as empresas, que passaram cinco, seis, sete anos em que cortaram de forma muito significativa nos investimentos em tecnologias, estão agora a chegar a um ciclo de reinvestimento para modernizar as operações, reconquistar eficiência, competitividade no mercado global e suportar os seus ciclos de internacionalização", explicou. "Estamos a sentir uma maior abertura das empresas portuguesas no investimento, queremos que as empresas liderem na 'cloud' [nuvem] na economia

digital que está surgir", disse. Questionado se as eleições legislativas que irão ocorrer no próximo ano poderão afectar o cenário económico, João Couto admitiu que podem surgir atrasos em certas decisões, mas que o impacto será maior no sector público. "Acho que vai atrasar um bocadinho algumas decisões, principalmente no sector público", afirmou. A crise económica teve "um efeito muito benéfico" da mesma no sector privado, já que obrigou ao "desmame da dependência" do sector público". Isto porque o privado "percebeu que não pode viver tão dependente e isso talvez tenha sido o efeito mais positivo da nossa crise", comentou. "O impacto das eleições no sector privado vai ser mais reduzido", concluiu. EM NOME DA LEI

Mediatização da corrupção afecta percepção do público, mas não o voto Este sábado o programa Em Nome da Lei discutiu a mediatização da corrupção política e como ela influencia a percepção do público sobre o fenómeno. O último Eurobarómetro revelou que cerca de 90% dos portugueses acredita que a corrupção é generalizada. Em 2011, 2.258 pessoas foram constituídas arguidas por suspeita de crimes de corrupção, peculato e branqueamento de capitais, mas apenas 100 foram detidas. Neste momento há apenas 14 condenados por estes crimes nas cadeias portuguesas. Entre os últimos casos mais mediáticos de corrupção contam-se os do BES, Vistos Gold (Operação Labirinto) e o caso Sócrates, que se vêm juntar aos do Freeport, BPN, Face Oculta e Submarinos. Mas se a sucessão de casos de corrupção política tem um efeito de descrédito dos políticos e das instituições, não tem influência na hora do voto, segundo mostra um estudo interuniversitário feito no período entre 2005 e 2012,durante o qual se sucederam os casos Freeport, Submarinos, BPN e Face Oculta. “As imagens [dos casos de corrupção] têm reflexo nos barómetros políticos, mas simultaneamente – tendo em conta as eleições – as figuras da democracia implicadas nos casos, são reeleitas”, conta Isabel Férin, a coordenadora do estudo. Em termos de justiça, a mediatização dos casos é, na maioria das vezes, prejudicial à eficácia da investigação. Carlos Preces Ferreira, procurador do caso Face Oculta, diz mesmo que é uma ideia absurda que fugas de informação de processos em segredo de Justiça tenham origem no Ministério Público, porque seria actuar contra o seu próprio interesse.


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“A fuga de informação vai descredibilizar ou desacreditar a investigação e vai por outro lado descentrar a discussão, passando a centrá-la no acessório e não no essencial. Por outro lado vai ‘tropedear’ a própria investigação, porque vai veicular meias verdades ou mentiras convenientes que vão deturpar a verdade processual”, considera. O procurador do Processo Face Oculta lembra que apenas 10% dos 750 mil inquéritos-crime estão sujeitos a segredo de Justiça. Uma proporção que se inverte nos casos de corrupção, explica Preces Ferreira, porque a natureza deste tipo de crimes – mais sofisticados e difíceis de investigar – assim o obriga. Carlos Preces Ferreira considera também que a percepção dos portugueses revelada no último Eurbarómetro não corresponde à realidade, ou seja, a corrupção não é um fenómeno generalizado em Portugal, mas também “não é correcto” afirmar que ela não existe. “É evidente que existe e que as chifras negras no fenómeno da corrupção atingem proporções mais elevadas do que noutro tipo de criminalidade e estaremos mais próximos da realidade se dissermos que a corrupção tem vindo a crescer nos últimos anos”, diz. Uma percepção errada, influenciada pela mediatização dos casos. É por isso necessário que os portugueses tenham um juízo crítico sobre a informação que lêem, ouvem, e vêem na comunicação social, adverte o advogado Luís Fábrica, criticando “a manipulação” noticiosa. “Se as pessoas não fizerem um juízo critico, podem ficar com ideias claramente deformadas em relação àquilo que se está a passar na prática”, avisa. Já o juiz do Tribunal da Relação de Lisboa, Eurico Reis, diz que há órgãos que são mais propícios à “intoxicação social” do que outros, e que divulgam “pura-maledicência” junto com os restantes conteúdos informativos. A solução, considera, não passa pelos órgãos de comunicação social mas sim pela criação de mecanismos políticos: “mais importante do que fazer folclore com os processos, é criar mecanismos que impeçam o enriquecimento ilícito das pessoas que vão para os cargos públicos”. Declarações ao programa da Renascença Em Nome da Lei que este sábado debate a mediatização do fenómeno da corrupção política.

CONVERSAS CRUZADAS

“Governo não vai conseguir privatizar a TAP”, diz Daniel Bessa “Pode haver vontade, não sei se há tempo” afirma o antigo ministro da Economia para quem “há no governo gente sem vontade de privatizar a TAP”. Silva Peneda, presidente do CES, questiona legalidade da requisição civil na greve do fim de ano. Por José Bastos

O economista Daniel Bessa diz que “o Governo não vai conseguir privatizar a TAP. Acho sinceramente. O momento já não é o melhor, estamos muito no fim da legislatura”. O antigo ministro da Economia justifica a opinião, no "Conversas Cruzadas", da Renascença, com razões técnicas e políticas. “Primeiro há questões operacionais, porque um processo destes exige muito tempo. Não sei se há tempo. Pode haver vontade, não sei se há tempo. O ministro da Economia tem a vontade. O governo todo não sei se tem a vontade”, refere Daniel Bessa. “O ministro da Economia [Pires de Lima] tem vontade. O primeiro-ministro [Passos Coelho] parece ter. Mas há no Governo gente que manifestamente não tem. Mas mesmo que tenha não sei se há tempo. Depois, evidentemente, os potenciais compradores olham para isto e a vontade não deve ser muito. Já os passageiros escolhem outra companhia”, observa o antigo titular do ministério chave nesta privatização, o da Economia. Mas quem, afinal, não tem vontade? Daniel Bessa não aponta o dedo. “Não estou a visar ninguém. Já tenho idade suficientemente para não me meter em mais trabalhos que os estritamente indispensáveis. Não me vou meter aqui em mais confusões. Está à vista de toda a gente”. Esta semana o socialista Jorge Coelho – enquanto ministro tutelou a TAP – disse-se no programa "Quadratura do Circulo", da SIC Notícias, convencido que o Presidente da República não irá promulgar o diploma de autorização do processo de privatização e que “na coligação não há acordo sobre a questão”. Coelho referia-se a declarações de Paulo Portas que pediu “prudência” na questão da TAP. “O PP nunca esteve de acordo com a privatização”, defendeu na SIC Notícias o actual comentador. Já Daniel Bessa identifica o calendário eleitoral como um dos factores a atrasar o processo. “Veja-se que no caso do senhor Germán Efromovich, em 2012, a TAP só não foi vendida porque, na hora, o senhor não apresentou garantias bancárias. Porque a TAP estava então vendida. As condições seriam muito diferentes destas? Não me parece. Na altura ninguém protestou”, faz notar. “Se formos ao caderno de encargos e às condições nem o PS, nem os sindicatos tiveram


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alguma coisa a dizer. Porquê? Cheirava menos a eleições, agora já cheira bastante”, indica Daniel Bessa. Silva Peneda: “Este processo devia ter sido negociado com calma e tempo” José da Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social (CES), também partilha reservas quanto à privatização da TAP nos limites da actual legislatura. “Eu tenho muitas dúvidas. Face ao que se está a passar não posso deixar de concordar com o Daniel Bessa”, diz o economista. “Este processo de privatização devia ter sido negociado com calma e com tempo. E houve muito tempo para o fazer. A preocupação mais delicada seria a da negociação com os sindicatos, porque podem ser um factor a levar a que potenciais compradores não estejam interessados neste tipo de situação”, admite Silva Peneda. E o calendário eleitoral? “Proximidade de eleições é um factor que pesa. Esta oscilação do PS – já foi a favor e agora é contra – decorre claramente de se estar à porta de eleições. É um argumento que pesa, porque a sete ou oito meses de eleições e perante a escassez de tempo disponível este é um argumento a considerar no debate”, refere o presidente do orgão constitucional de consulta e concertação. “O ‘porquê tanta pressa?’ (NRD: pergunta de António José Seguro) pode surgir como uma linha de argumentação de peso. Porque não se pode esperar um pouco mais e criar uma atmosfera mais pacífica, mais favorável, para a privatização?”, questiona Silva Peneda. Mas é essa a posição do presidente do CES? “A minha posição aqui não é relevante. Limito-me a constatar que, de facto, não vai ser nada fácil para o governo conseguir concretizar a privatização da TAP até ao final da Legislatura”, reafirma Silva Peneda. Silva Peneda: “Requisição civil só no dia 27” Interpretações jurídicas opostas dividem opiniões no caso da requisição civil decretada para a TAP, antes ainda do tribunal arbitral definir serviços mínimos. O primeiro-ministro diz que a “decisão cumpre a lei”, mas o presidente do CES mostra reservas. Silva Peneda, antigo ministro do Emprego, que a 13 de Fevereiro de 1990 assinou a portaria 114-A/90 de requisição civil aos controladores aéreos, questiona a forma como o processo é conduzido em 2014. Peneda defende que nem Governo nem sindicatos ficam bem na fotografia. “Lembro dessa requisição civil que assinei em 1990. Mas o que queria dizer é que hoje eu não poderia fazer aquela requisição civil nos termos em que foi feita”. “Se estou de acordo sobre a má escolha dos sindicatos face à data – sobretudo isso – nós não podemos deixar de olhar para os fundamentos de natureza legal”, afirma. “Em 2003 com a revisão do Código do Trabalho houve uma alteração fundamental na regulamentação da requisição civil. É que no artigo 541, nº3, a requisição civil só pode ser accionada se os sindicatos não cumprirem os serviços mínimos”, explica. “Este ponto não existia dantes. É, portanto, um pressuposto novo. E o Supremo Tribunal Administrativo já produziu dois acórdãos por unanimidade que deixa tudo isto muito clarinho. Cito um deles, de 26 de Junho de 2008: ‘O Governo só pode lançar mão da requisição civil depois de instalada a greve e de constatar que, efectivamente, os serviços

mínimos não estão a ser assegurados. Não constituindo, por isso, fundamento da mesma a ameaça dos seus promotores de que os não iriam cumprir, ou, independentemente desta ameaça, da presunção fundada em outros factores de que os mesmos não iriam ser assegurados'. Por outro lado, a requisição civil só pode ser decretada quando se conheça a verdadeira dimensão dos efeitos da greve e daí resulte a constatação de que os serviços mínimos não estão a ser assegurados.’ Fim de citação.” Silva Peneda diz que “no Conselho Económico e Social está-se a tratar, neste momento, da definição dos serviços mínimos. Não sei qual vai ser a decisão do Tribunal Arbitral. É um tribunal autónomo que normalmente funciona muito bem e rápido no CES. Segundo a lei, a decisão terá de surgir 48 horas antes do início da greve (dia 27)”. “Portanto é preciso saber que serviços mínimos irão ser decretados e depois, no dia 27 às 0 horas e 5 minutos, saber se os serviços mínimos estão a ser cumpridos ou não. Na minha leitura, só nesse momento, de acordo com a legislação vigente, é que pode ser decretada a requisição civil”, refere o presidente do Conselho Economico e Social. Silva Peneda lembra que está a basear a sua interpretação "numa alteração que foi feita em 2003 no Código de Trabalho. Um ponto que não existia antes. Lembro-me perfeitamente e também fui reler essa questão na requisição civil que assinei em 1991: tinha a ver com fundamentos de segurança aérea em greves de controladores que se repetiam, donde havia um problema de segurança mais geral. Mas quero sublinhar que esta alteração de 2003 no Código de Trabalho – consensual na Concertação Social – condiciona a requisição civil face ao quadro legal anterior. Dir-me-ão, ‘o Conselho de Ministros’ introduz aqui um elemento preventivo e se verificados os pressupostos não precisa de reunir de novo... eu não sei se será assim: se primeiro os pressupostos têm de ser verificados e o Conselho de Ministros actuar a seguir”. “Tenho quase a certeza de que este ponto irá fazer correr muita tinta, porque há aqui um problema de natureza jurídica que, na minha interpretação, é muito claro. Bem ou mal é assim que está na lei”, faz notar. “Na requisição civil é decisiva a observação desta componente do cumprimento da lei. Não sei se vão ser accionadas providências cautelares e todo o tipo de outras questões, mas não é nada pacífica a forma como tudo foi decidido no Conselho de Ministros da última quinta-feira”, conclui Silva Peneda.

Programa de troca de seringas vai ser retomado A novidade foi deixada por Paulo Macedo à agência Lusa. O programa de troca de seringas, suspenso desde 2012, vai ser retomado em Janeiro, começando pelo distrito


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de Setúbal, anunciou o ministro da Saúde. "Começaremos de forma progressiva a partir do início do ano, em Setúbal, depois, progressivamente, Lisboa, até atingir todo o país", explicou Paulo Macedo à agência Lusa. Também em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional de Farmácias, Paulo Duarte, precisou que ainda em Janeiro o programa de troca de seringas será estendido ao distrito de Lisboa. "Acreditamos que, em três ou quatro meses, poderemos ter todos os distritos envolvidos", disse o responsável.

Instituições recusam ajudar sem-abrigo há menos de cinco anos no Luxemburgo As novas regras do Ministério da Família e da Integração do Luxemburgo já levaram a Caritas a ter de recusar vários portugueses e há mesmo casos de emigrantes que foram obrigados a sair. A situação dos portugueses que vivem nas ruas do Luxemburgo agravou-se no último ano, com as instituições que acolhem os sem-abrigo a recusarem estrangeiros que estejam há menos de cinco anos no país, disse à Lusa fonte da Caritas. A directiva vem do Ministério da Família do Luxemburgo, que financia o "Foyer Ulysse", um abrigo na capital luxemburguesa com capacidade para 65 pessoas, gerido pela ONG católica. "Enquanto a percentagem de portugueses a viver nas ruas aumenta, o número no `foyer` diminui, por causa das limitações de financiamento impostas pelo Ministério da Família", disse à Lusa Ute Heinz, da direcção da Caritas, durante uma ceia de Natal para os sem-abrigo organizada pela Associação Cultural e Humanitária da Bairrada no Luxemburgo, no sábado. As novas regras do Ministério da Família e da Integração já levaram a Caritas a ter de recusar vários portugueses, e há mesmo casos de emigrantes que foram obrigados a sair. "Este ano deixámos de ter autorização para aceitar pessoas que não tenham uma autorização de residência permanente no país, ou seja, os que vivem no Luxemburgo há menos de cinco anos, quando antes bastavam três meses. Por esta razão, o número de portugueses que podemos acolher aqui diminuiu, e já tivemos de recusar alguns casos", disse Ute Heinz. Um dos portugueses obrigados a abandonar a instituição vivia há 21 anos no Luxemburgo, mas não conseguiu fazer prova de residência para obter a autorização necessária para continuar no abrigo, contou à Lusa a directora do `Foyer Ulysse`, Martine Drauer. "Estas regras foram criadas para combater o chamado `turismo social`, mas já tivemos de recusar ou pôr fora pessoas que precisavam realmente da nossa ajuda, e não estamos nada contentes", disse a responsável.

Sem tecto e endereço, fica mais difícil encontrar emprego e conseguir refazer a vida, explicou a técnica social Diana Pereira, ao serviço da Caritas. "Se ficam desempregados e deixam de poder pagar a renda, acabam sem morada, e sem ela perdem todos os direitos sociais. Além de o alojamento ser muito caro, sem morada não podem fazer nada, porque até para arranjar emprego é preciso ter um endereço. É um efeito bola de neve", sublinhou. O Governo luxemburguês organiza alojamento temporário para os sem-abrigo durante o inverno, mas a partir de 31 de Março, "só os que têm autorização de residência permanente são acolhidos", disse uma responsável da Caritas. Augusto Gomes, de 57 anos, foi um dos portugueses a quem a instituição recusou cama. O emigrante de origem guineense, a viver há 26 anos em Portugal, veio para o Luxemburgo a convite de um amigo português, em Junho deste ano, depois de ter ficado desempregado, mas quando chegou, ficou a dormir na rua. Desde então, só conseguiu trabalho durante dois meses, e o que paga por um quarto leva-lhe a maior parte das economias. "Estou num quarto com duas camas, cada um a pagar 450 euros por mês, só dormida. Nem uma peúga posso lavar". A agravar a situação, o português não conseguiu reconhecer o diploma de condutor-manobrador exigido pelas agências de trabalho temporário, e teve de pagar do seu bolso um curso de formação adicional. No Foyer da Caritas, pode almoçar gratuitamente em troca de pequenos serviços, como lavar a louça ou ajudar na cozinha, e apesar de não viver na instituição, foi um dos convidados para a ceia de Natal organizada por uma associação portuguesa. Cerca de 17% dos sem-abrigo no albergue da Caritas são portugueses, segundo dados da organização. Muitos sofrem de alcoolismo e de problemas mentais, e há "situações terríveis", garante o psiquiatra português João Tavares, que presta assistência na instituição. "A constelação de problemas é muito difícil: os problemas sociais, a exclusão, incluindo cultural, a distância da família e do país, o que origina outros problemas, como a depressão ou problemas psiquiátricos mais graves, incluindo psicoses", disse o médico. A Associação Cultural e Humanitária da Bairrada no Luxemburgo (ACHBL) organizou no sábado a oitava ceia para os sem-abrigo, a que não faltaram os pratos natalícios portugueses, incluindo bacalhau. "Queremos mostrar que a associação existe não só para os portugueses, mas também para atender outras pessoas de várias nacionalidades no Luxemburgo", disse o presidente da ACHBL, Rogério de Oliveira.


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Misericórdia de Paris ajuda emigrantes portugueses a quem "a sorte não sorriu" A Santa Casa de Paris reuniu cerca de três mil toneladas de alimentos para ajudar famílias de emigrantes portugueses em dificuldades. Cerca de 160 famílias portuguesas residentes na região parisiense vão contar com a ajuda da Santa Casa da Misericórdia de Paris que estima ter conseguido mais de três toneladas de produtos alimentares durante a campanha de Natal deste ano. Aqueles que recorrem ao apoio da instituição são tanto residentes de longa data a quem "a sorte não sorriu", como "pessoas que acabam de chegar a França", conta à agência Lusa Abílio Lopes, Vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paris, durante a operação de triagem dos bens, no sábado. "Neste últimos três anos, ou mais, tem havido um aumento de pedidos de pessoas que precisam [de ajuda]. A maior parte são portugueses que acabaram de chegar", acrescentou o responsável. A mesma constatação é feita por José Afonso, presidente da Associação Franco-Portuguesa de Puteaux, nos arredores de Paris, onde foram armazenadas as caixas com os bens alimentares reunidos por mais de uma dezena de associações portuguesas. "Encontramos muita gente que vem à procura de trabalho e alojamento. Temos ajudado muita gente, mas não conseguimos ajudá-los a todos. Por isso, a Santa Casa da Misericórdia está a fazer um grande trabalho e não podíamos deixar de colaborar com a Santa Casa que é o último refúgio que os portugueses têm agora aqui em França", declarou José Afonso. Pobreza envergonhada A Associação Franco-Portuguesa de Puteaux nasceu há quase dez anos e tem acompanhado a chegada de uma nova vaga de emigrantes, havendo muitos que "precisam de ajuda mas não se mostram", acrescentou José Afonso, apelando a quem conhecer casos de portugueses em dificuldades para contactarem a Misericórdia de Paris. O problema é que existe "uma pobreza envergonhada", continuou Abílio Lopes, explicando que "o português prefere viver no seu cantinho sem dar a conhecer as suas dificuldades do que se mostrar e dizer que realmente tem necessidade [de ajuda]". O outro vice-provedor da Santa Casa, José Barros, alerta os portugueses que estejam a pensar emigrar para as dificuldades que vão encontrar. "As dificuldades aqui são também muito grandes para encontrar trabalho, para encontrar casa. Se vierem sem um endereço de um familiar ou amigo que os possa acolher - pelo menos nos primeiros tempos - é um risco sair de uma situação de dificuldade para outra que vão encontrar também".

A Santa Casa da Misericórdia de Paris nasceu a 13 de Junho de 1994 e tem actualmente mais de 300 voluntários, de acordo com José Barros, não tendo conseguido alcançar a meta dos mil associados - o objectivo anunciado no vigésimo aniversário da instituição.

Campanha “Presentes Solidários” ajuda populações de países lusófonos É uma iniciativa da Fundação Fé e Cooperação que permite dar uma resposta concreta às necessidades mais prioritárias das populações, em áreas como a alimentação, saúde e educação. Por Ana Lisboa

Até 6 de Janeiro, Dia de Reis, decorre a campanha “Presentes Solidários” da Fundação Fé e Cooperação (FEC). A FEC volta, assim, a ajudar as comunidades mais carenciadas nos oito países lusófonos. Os presentes a oferecer são identificados pelos parceiros da Fundação que estão no terreno e que “nos fazem chegar estas informações e as carências das comunidades”, afirma Emanuel Oliveira, coordenador da campanha. Habitualmente “vão ao encontro de necessidades tanto na área da alimentação, na área da saúde, área da educação. Por exemplo, para Angola podemos oferecer uma ecografia, para uma mulher poder ter o mínimo de acompanhamento seguro na sua gravidez”. Para Cabo Verde, vão ser oferecidas galinhas e gaiolas, “que procura dar uma resposta muito concreta a necessidades de alimentação a famílias que ainda carecem destes bens tão essenciais”, explica este responsável. No total são 11 presentes. Oito deles têm um preço que varia entre os 6 e os 35 euros. Outros três são presentes de valor mais elevado, entre os 130 e os 350 euros. “Destinam-se àqueles grupos que se juntam para oferecer presentes em nome de uma empresa, em nome de uma turma, em nome de uma paróquia”, refere Emanuel Oliveira. A campanha tem como lema uma frase do Papa que diz “Para mudar o mundo, é preciso fazer bem a quem não tem possibilidade de retribuir”. A FEC acredita que esta iniciativa é uma resposta muito concreta ao desafio de Francisco. Quem quiser contribuir, “a forma mais simples e mais directa e onde se encontra mais informação sobre cada presente é através do site da campanha que é www.presentessolidarios.pt . Se tiver dificuldades pelo site, pode sempre entrar em contacto connosco pelo telefone 21 886 17 10 e encontrar alguém que o


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ajudará e explicará a campanha”.

Vulcão de Cabo Verde volta a fazer estragos Adega de vinho destruída este sábado. Uma adega destruída e o corte de uma estrada em Chã das Caldeiras são o resultado, este sábado, do avanço da lava que há quase um mês jorra ininterruptamente do vulcão da ilha do Fogo, em Cabo Verde, noticia a imprensa local. A frente de lava, que se dirige de Monte Saia para Ilhéu de Losna, destruiu, na madrugada, a adega de vinho do produtor Eduíno Lopes, que produz a marca "Sodade", e uma das principais propriedades de cultivo de videira em Chã das Caldeiras, disse o presidente do Serviço Nacional da Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) de Cabo Verde, Arlindo Lima, à agência Inforpress. A mesma fonte adiantou que a torrente cortou a via alternativa entre Cova Tina e Portela, já galgou a estrada em mais de 20 metros e continua a consumir campo de cultivo de feijão, mandioca, vinha e macieira, nesta que é uma das localidades de Chã das Caldeiras. Segundo o responsável, outras duas habitações que ainda estão intactas, nas proximidades da adega, também estão ameaçadas e poderão ser destruídas pela força da lava. Com a destruição da estrada, as pessoas que pretendem chegar a Portela ou a Bangaeira, as duas principais localidades de Chã das Caldeiras, consumidas na totalidade pelas lavas, terão de percorrer a pé o troço alternativo a partir de Ilhéu de Losna, fazendo mais de uma hora numa marcha mais acelerada. Quanto à frente de lava de Bangaeira, que se encaminhava em direcção a Fernão Gomes, com possibilidade de atingir a encosta do município dos Mosteiros, o presidente do SNPCB indicou que está estacionária há pelo menos quatro dias. Este sábado, o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, efectua a sua segunda visita à ilha do Fogo desde o início da erupção vulcânica. A ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, que tutela a área de solidariedade social e da família, também visita hoje a ilha, para se inteirar da situação. O vulcão da ilha do Fogo entrou em erupção no dia 23 de Novembro e, até agora, não provocou vítimas, tendo destruído Portela e Bangaeira, as duas povoações de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos da ilha.

Múltiplos atropelamentos fazem 11 feridos em França Ataque terá sido levado a cabo por um extremista islâmico que foi, entretanto, detido. Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas este domingo em Dijon, leste de França, depois de terem sido atropeladas por um automobilista que gritava em árabe 'Allahu Akbar' (Deus é grande). De acordo com a agência France Presse, dois dos feridos estão em estado grave. O autor do atropelamento foi detido pela polícia depois de ter atacado transeuntes em cinco locais diferentes. Citando testemunhas, a AFP refere que o automobilista terá dito que agia em nome das crianças da Palestina, mas desconhecem-se os motivos exactos do atropelamento. Na véspera deste ataque, a polícia abateu um homem que esfaqueou três agentes numa esquadra enquanto gritava palavras em árabe. A França está em estado de alerta devido a estes ataques alegadamente levados a cabo por extremistas islâmicos.

Obama. Ataque cibernético não é "acto de guerra", é "vandalismo" O presidente norte-americano voltou a apontar o dedo à Coreia do Norte e pondera até voltar a pôr a península na lista dos países que patrocinam o terrorismo.

Foto: Michael Reynolds/ EPA

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não considera que o ataque informático da Coreia do Norte


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contra a Sony tenha sido um “acto de guerra” mas sublinhou que Washington vai responder “proporcionalmente”. “Não acho que tenha sido um acto de guerra. Acho que foi um acto de ciber-vandalismo que saiu muito custoso, muito caro. Levamo-lo muito a sério. Vamos responder proporcionalmente”, disse Obama numa entrevista à estação televisiva CNN. A Casa Branca ainda está a estudar a forma de resposta ao ataque informático que provocou o cancelamento da estreia do filme satírico “X”, onde dois jornalistas norte-americanos (Seth Rogen e James Franco) assassinam o líder norte-coreano Kim Jong-un. Durante a entrevista Obama avançou que o seu Governo está a ponderar voltar a colocar a Coreia do Norte na lista dos países que patrocinam o terrorismo (da qual a península foi retirada há seis anos). Obama voltou a sublinhar que a Sony deveria ter consultado consigo primeiro antes de tomar alguma decisão. “Se criarmos um precedente em que um ditador doutro país pode interromper, através da cibernética, a distribuição de uma empresa ou o seu produto e, como consequência, nós começamos a censurar-nos a nós mesmos, isso é um problema”, acrescentou. Também o assunto de Cuba, nomeadamente da prisão de Guantanamo, foi referido durante o programa como um dos mais actuais e importantes. Sobre a prisão de alta segurança, que mereceu ao longo dos anos várias críticas internacionais e internas, Obama prometeu que vai fazer tudo o que poder para a encerrar. “Vou fazer tudo o que posso para fechá-la. É algo que continua a inspirar jiahdistas e extremistas à volta do mundo, o facto de estes homens ainda estarem detidos”, justificou. “É algo contrário aos nossos valores e é muito caro”, acrescentou. Na mesma entrevista Barack Obama mencionou ainda Putin, como alguém que não parece tê-lo “enrolado nem aos Estados Unidos da América”, referindo-se a algumas acusações de que o Presidente russo estava a conseguir manipular o ocidente.

de viagens entre as várias regiões do país e o controlo de encontros públicos. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou ao fim do preconceito contra os profissionais de saúde que trabalham contra o ébola, na sua primeira visita à Libéria e à Serra Leoa este sábado.

Egipto reabre fronteira com Gaza A fronteira de Rafah é, para além da fronteira com Israel, a única passagem de Gaza para o mundo exterior. O Egipto reabriu este domingo a fronteira de Rafah com a Faixa de Gaza pela primeira vez em dois meses. O Governo de Cairo ordenou o encerramento desta passagem para Gaza em Outubro, quando islamitas na cidade adjacente de Sinjai mataram 33 membros das forças de segurança do Estado. Rafah é a maior fronteira entre Gaza, onde vivem 1,8 milhões de palestinianos, e o mundo exterior, para além do limite com Israel, que controla a passagem, bloqueando muitas vezes o fornecimento de ajuda humanitária para dentro da Faixa. A fronteira vai estar aberta durante dois dias, apenas para viajantes que procurem entrar no Egipto, nomeadamente palestinianos doentes, egípcios e estudantes. GRAÇA FRANCO

Sei que estão em festa (lá), fico contente Tudo pode falhar? Pode. Há riscos? Há. Mas para os cubanos a festa de ontem prova que se abriu um nicho de esperança.

Ébola mata 500 pessoas em três dias O vírus já matou mais de sete mil pessoas e causou quase vinte mil infectados. O número de mortes devido ao ébola subiu para 7.373, nos três países mais afectados na áfrica ocidental, segundo os últimos números da Organização Mundial de Saúde (OMS). Na Guiné, Libéria e Serra Leoa o vírus da febre hemorrágica infectou 19.031 pessoas, e, desde o último balanço de 17 de Dezembro, mais 500 pessoas morreram. O Governo da Serra Leoa, o país mais afectado com mais de oito mil casos, lançou uma grande operação para conter a epidemia. O presidente Ernest Bai Koromo anunciou a restrição

Por Graça Franco

Enquanto em Cuba o povo festejava na rua a chegada dos três espiões libertados pelos norte-americanos e sonhava com uma nova era nas relações económicas com os Estados Unidos (quem sabe talvez a Coca-Cola


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possa chegar finalmente às "tendas", para já não falar na prometida generalização da Internet com toda a mudança que isso significa de revolução nas comunicações), Obama começava a sofrer na pele a ousadia de ter tentado contrariar a tese da "inevitabilidade" da manutenção do embargo a Cuba, abrindo a porta aos riscos de um restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Pelo meio generalizavam-se os elogios ao papel essencial de Francisco como gerador da mudança. Mais uma vez, agora no segredo do seu trabalho diplomático, o Papa surpreendeu o mundo que acabou por ver os dois lados da barricada, Obama e Raul Castro a elogiar-lhe os préstimos na mudança gerida com magistral discrição. Não foi a primeira vez que a Igreja tentara forçar a abertura do regime de Havana, por um lado, e a flexibilidade da diplomacia norte-americana, por outro. Um esforço realizado em nome do povo de Cuba (onde o cristianismo resiste), e o grande mártir de mais de 50 anos de embargo económico. Em 98, o pragmatismo de João Paulo II, que, enquanto polaco conhecia bem o peso das ditaduras comunistas, levou-o à ilha. Foi na sequência da visita em que "Deus entrou em Havana" (como Manuel Vasquez Montalban deixou escrito para a posteridade), que não pararam mais os contactos para que a mudança fosse possível. Bento XVI, o Papa que viu cair o muro, não se furtou ao regresso a Cuba em 2012, contribuindo mais uma vez para uma nova brecha na muralha de gelo que isolava a ilha condenando o seu povo a uma pobreza endémica. Francisco, o Papa que veio da América, em certa medida já recolhe esses primeiros frutos mas, conhecendo como nenhum dos predecessores a situação da ilha não se furtará aos esforços finais para a alterar. Se há coisa que marca toda a pastoral deste Papa é, sem dúvida, o facto de nos ensinar a não desistir nunca de mudar o mundo para melhor. Ele ensina-nos a recusar ver o mal como uma inevitabilidade desistindo de o eliminar. E isto não se reduz à questão económica onde esse discurso da inevitabilidade do mal ameaça paralisar-nos, pouco a pouco, levando à desistência de buscas de soluções alternativas. Também se aplica à política (o caso da Terra Santa, abrindo caminho ao reconhecimento internacional do Estado da Palestina e a recente ida à Turquia são apenas exemplos). O segundo ensinamento de Francisco é o de que não podemos ficar tolhidos pelo medo de errar nem pelos riscos associados ao erro na nossa reputação. Francisco repete-nos que os acidentes são sempre possíveis, mas mais vale uma Igreja ou uma politica acidentada do que imobilizada. Passados dois dias, basta reler os artigos publicados em todo o mundo para ver como Obama assumiu com coragem esse desafio de ousar tomar a medida "errada". Os republicanos ameaçam fazê-lo esperar anos pela concessão do visto prévio para a simples nomeação do anunciado embaixador em Havana, para já não falar do facto de dominando o Senado (essencial para a nomeação do embaixador) e também a Câmara dos Representantes, terem a faca e o queijo na mão para bloquear no Congresso qualquer vaga hipótese de renegociação das leis do embargo. Tudo pode ficar assim em águas de bacalhau? Pode. E isso traduzir-se-á num balão de oxigénio para o

moribundo regime de Castro e numa humilhante derrota para os Estados Unidos, depois de 50 anos de insistência numa política diplomática apontada como única maneira susceptível de fazer dobrar a espinha à velha ditadura? Sim. Pior ainda, do lado democrata estão também muitos a juntar-se ao coro de criticas afirmando que Obama é, simplesmente, "o pior negociador externo" que alguma vez passou pela Sala Oval capaz de morder candidamente o anzol lançado pelas autoridades cubanas com a prisão do cidadão norte-americano cuja libertação (a troco dos três espiões cubanos que ontem voltaram a casa…) foi a causa próxima da reaproximação diplomática, longamente negociada em sete encontros secretos realizados no Canadá com mediação do Vaticano. Às críticas e ameaças dos republicanos (que a partir de Janeiro dominarão as duas câmaras) pelas vozes de Marco Rubio e Ted Cruz, ambos "presidenciáveis" e descendentes da comunidade cubana refugiada na Flórida, juntou-se ainda a voz indignada do governador do Estado e são apenas um pequeno sinal das dificuldades do futuro. Há uma dúzia de anos eu própria, integrada num grupo de jornalistas internacionais a participar num programa do German Marshal Found, fui testemunha, em Miami, do aceso debate e das preocupações e divisões da comunidade de segunda geração (cujo voto é essencial nas presidenciais norte-americanas) sobre o rumo certo a dar às relações entre os USA e a ilha. Não chegavam a acordo sobre nada quanto a medidas futuras, mas em dois pontos reinava total consenso: primeiro, o embargo era considerado um falhanço estrondoso da medida que acabara sobretudo a oferecer a Fidel o bode expiatório perfeito para toda a incompetência da ditadura instalada, perpetuando a dúvida sobre o verdadeiro agente do mal; segundo, a sua principal vítima nunca fora o regime de Fidel, mas o povo cubano condenado à pobreza e ao isolamento. Mais do que o ganhar e perder na cena internacional impôs-se a necessidade de pôr termo a esse martírio do povo. Foi isso que o Santo João Paulo II, Bento XVI e Francisco quiseram alterar. Tudo pode falhar? Pode. Há riscos? Há. O regime agonizante pode receber um balão de oxigénio sem que os cubanos vejam fim à vista à privação da liberdade? Talvez. Mas para os cubanos a festa de ontem prova que se abriu um nicho de esperança. A tal que Francisco não se cansa de dizer que não podem deixar que nos roubem. É em nome da esperança que é tempo do mundo celebrar esta quartafeira histórica ao som do repique de sinos de Havana, e do refrão do Chico (sei que estão em festa (lá)… fico contente).


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Sinagoga portuguesa em Amsterdão nomeada para Museu Europeu do Ano Não há instituições portuguesas entre os candidatos. Mas entre os nomeados está a sinagoga portuguesa e respectiva Biblioteca Ets Haim, construídas no século XVII.

Sinagoga portuguesa de Amesterdão. Foto: Leonard Freed

A sinagoga portuguesa de Amsterdão, na Holanda, construída no século XVII, está entre os 42 nomeados para o Prémio Museu Europeu do Ano 2015, organizado pelo Fórum Europeu de Museus do Conselho da Europa. De acordo com a informação do "site", foram recebidas candidaturas de 21 países, membros do Conselho da Europa e, do conjunto de propostas, o júri seleccionou 42 nomeados. O Prémio Museu Europeu do Ano (European Museum of the Year Award - EMYA, na sigla original) é anualmente atribuído na assembleia geral anual do Fórum Europeu de Museus, que em 2015 decorrerá em Maio, no Reino Unido. Entre os nomeados para o próximo ano está a sinagoga portuguesa e respectiva Biblioteca Ets Haim, localizadas no centro histórico da capital holandesa, construída pela Congregação Portuguesa Israelita de Amesterdão, composta por judeus de origem sefardita. O edifício foi projectado pelo arquitecto holandês Elias Bouman e a sinagoga foi inaugurada em Agosto de 1675. Na época, a Holanda foi um dos países onde se refugiram famílias de ascendência judaica fugidas de Portugal devido à perseguição da Igreja Católica, que pretendia convertê-los à força. A sinagoga portuguesa, uma das mais antigas do mundo, resistiu à II Guerra Mundial, devido à intervenção do Governo holandês, que a classificou como monumento nacional quando o conflito estava prestes a deflagrar. Entre os nomeados para Prémio Museu Europeu do Ano 2015 estão também o Museu Vorarlberg (Áustria), a

Torre Maiden (Azerbaijão), o Museu Marítimo Dinamarquês (Dinamarca), o Museu Forssa (Finlândia), o Museu das Civilizações Mediterrânicas Europeias (França), o Museu Kaufbeuren (Alemanha), o Museu Bizantino e Cristão (Grécia), o Vinseum - Culturas Vinícolas da Catalunha (Espanha), o Museu Watch Joux Valley (Suíça), o Museu Arqueológico de Aydin (Turquia) e o Museu Nacional do Futebol (Reino Unido). Este ano, o Museu da Inocência, em Istambul, na Turquia, foi o vencedor, entre 37 nomeados, grupo em que se encontravam dois museus portugueses: o Museu dos Transportes e Comunicações, no Porto, e o da Baleia, na Madeira. Crise trava portugueses? Contactado pela Lusa sobre as candidaturas nacionais, João Neto, director do Museu da Farmácia (Lisboa), que representa Portugal no fórum, em conjunto com Maria José Santos, directora do Museu Municipal de Penafiel, indicou que este ano não houve qualquer candidatura do país. "É com tristeza que soubemos não existir este ano nenhuma candidatura de Portugal, mas não é certamente por falta de qualidade, mas talvez devido à crise económica", lamentou, apontando que a proposta tem de surgir da própria entidade, e a inscrição é paga. Em 2013, o Museu Machado de Castro, em Coimbra, e o Museu da Comunidade da Concelhia da Batalha foram finalistas ao Prémio Museu Europeu do Ano, tendo o segundo conquistado o Prémio Kenneth Hudson do Fórum Europeu dos Museus. Criado em 1977 pelo Conselho da Europa, o Fórum Europeu dos Museus é uma organização transnacional que realiza várias iniciativas para melhorar a qualidade dos museus europeus.

Papa nomeia Cardeal Jean-Louis Tauran novo camerlengo da Igreja Responsável francês sucede ao cardeal Tarcisio Bertone. O Papa nomeou este sábado como novo camerlengo da Igreja Católica o cardeal francês Dom Jean-Louis Tauran, de 71 anos, que foi responsável por anunciar publicamente o nome de Francisco, após o Conclave de 2013. O presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso sucede no cargo ao cardeal Tarcisio Bertone, que completou 80 anos no início deste mês e desempenhava estas funções desde 2007. O camerlengo tem duas responsabilidades essenciais: a administração dos bens e direitos temporais da Santa Sé, enquanto o Papa está em viagem e, a mais conhecida, a presidência do período de Sé Vacante, que se segue à morte ou renúncia do pontífice. Francisco nomeou ainda como vice-camerlengo Dom Giampiero Gloder, núncio apostólico que preside à


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Pontifícia Academia Eclesiástica, onde se preparam os diplomatas da Santa Sé.

Papa convida cristãos a abrir o coração a Cristo neste Natal

Bênção das grávidas. “Queremos celebrar e dar graças a Deus” Várias grávidas juntaram-se este sábado na Igreja dos Mártires em Lisboa.

“O dom precioso do Natal é a paz e Cristo é a nossa verdadeira paz. Cristo bate à porta dos nossos corações para dar-nos a paz, a paz de espírito. Abramos as portas a Cristo”, apelou Francisco no Vaticano. O Papa convidou este domingo no Vaticano, os cristãos a estarem atentos e a acolherem Cristo, quando ele bate à porta do coração. “Quantas vezes Jesus passa na nossa vida, e quantas vezes nos envia um anjo… e quantas não reparamos porque estamos tão preocupados e metidos nos nossos pensamentos, nos nossos negócios e até mesmo nestes dias, e nos nossos preparativos para o Natal, ao ponto de não dar por Ele, que passa e bate à porta do nosso coração a pedir acolhimento, a pedir um Sim, como o de Maria”, reflectiu Francisco perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro. O Papa apresentou o exemplo de Maria e José, capazes de “acolher com total abertura de espírito Jesus”, que vem trazer ao mundo “o dom da paz”. “O dom precioso do Natal é a paz e Cristo é a nossa verdadeira paz. Cristo bate à porta dos nossos corações para dar-nos a paz, a paz de espírito. Abramos as portas a Cristo”, apelou. Francisco explicou que só assim se pode viver um “Natal verdadeiramente cristão”: “livres de toda a mundanidade e prontos para acolher o Salvador, o Deus connosco.” Num espaço já decorado com a tradicional árvore e um presépio em tamanho real, Francisco explicou que quando se sente o desejo de “ser melhor” é “o Senhor que bate à porta” e faz sentir “o desejo de estar mais perto dos outros, de Deus”. “Se sentes isso, pára. É o Senhor que está aí. Vai rezar, talvez à Confissão, limpar um pouco… isso faz bem. Lembra-te: se sentes esta vontade de melhorar, é Ele que bate à porta, não o deixes ir embora”, referiu. Esta segunda-feira, o Papa vai promover o tradicional encontro de Natal com a Cúria Romana, a que quis acrescentar, em seguida, uma audiência especial na sala Paulo VI para todos os trabalhadores da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano, com os respectivos familiares. Na quarta-feira, a ‘Missa do Galo’, na véspera de Natal, vai iniciar-se às 21h30 locais (menos uma em Lisboa), na Basílica de São Pedro, e a bênção ‘Urbi et Orbi’, no dia 25, ao meio-dia de Roma, antecedida pela mensagem natalícia do Papa.

Bênção. Foto: José Sena Goulão/Lusa

O Patriarca de Lisboa presidiu este sábado à cerimónia da bênção das grávidas. É uma cerimónia que acontece todos os anos, na Igreja dos Mártires, no Chiado, desde o ano 2000. Sofia Guedes, da Associação Presépio na Cidade, é a organizadora. “Sempre que há uma grávida, sempre que vemos aqui uma família percebemos que a vida continua e é por isso que nós existimos. Cada vida é importante, cada vida é um mistério, cada vida é uma novidade. Todos somos importantes”, disse. Uma esperança renovada, em cada nova vida. Celebrar essa dádiva e agradece-la é o que leva os jovens casais nas vésperas de Natal à Igreja dos Mártires, em Lisboa. “Queremos partilhar, celebrar e dar graças a Deus por estarmos aqui, termos mais um bebé e estar tudo bem”, disse uma participante. E D. Manuel Clemente saudou a coragem de quem quer pôr mais uma vida num Mundo que passa por momentos tão difíceis. Mas cada nova gravidez é uma promessa de futuro, também para a Igreja. “Escutai com bondade as preces destas mães que confiadamente vos suplicam pela saúde dos seus filhos que vão nascer e concedei-lhes um parto feliz. Que os filhos destas mães, entrando pelo baptismo na comunidade cristã, venham a conhecer-vos e a amarvos, vos sirvam dedicadamente”, refere. A bênção das grávidas é uma cerimónia que faz parte do calendário do Advento e acontece pouco antes do Natal.


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FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

Macau e os casinos

Um golo ilegal e um golo anti-crise

Macau é hoje o maior centro de jogo do mundo, mas o seu futuro económico depende da capacidade para atrair turistas que não estejam apenas interessados em apostar.

Por Francisco Sarsfield Cabral

Há quinze anos o território de Macau foi integrado na administração da China. Também ali houve protestos reclamando mais democracia. Mas esses protestos foram muito menos expressivos do que os realizados em Hong Kong – aí a tradição democrática britânica tem peso, enquanto em Macau a secular administração portuguesa foi alheia a ideais democráticos durante a maior parte do tempo. Macau é hoje o maior centro de jogo do mundo. Mas as receitas dos casinos estão a baixar desde há meses, depois de Pequim anunciar que a polícia chinesa iria combater a entrada de dinheiro ilegal no território, no quadro da campanha anti-corrupção do Presidente da China. Ora em Macau as receitas não provenientes do jogo representam, quando muito, 10% das receitas totais, enquanto em Las Vegas valem 60%. Assim, o futuro económico de Macau depende da sua capacidade para atrair turistas que não estejam apenas interessados em apostar nos casinos. Para já, a Fitch prevê uma queda de 1% na economia deste território de meio milhão de habitantes. Não será fácil mudar uma economia assente em 80% no jogo.

A Bola junta Benfica e Sporting na mesma manchete: "Vizinhos sofredores". Sobre cada um dos jogos, o jornal escreve: "Águia irregular" e "Leão fez por ser feliz". O Record dá maiordestaque ao jogo do Sporting, com o título "Resposta com raça". Sobre o Benfica, lê-se: "Gaitán por linhas tortas". Idêntica é a abordagem de O Jogo, que titula: "Por linhas tortas", com a imagem de Gaitán a festejar o golo ferido de ilegalidade. Na edição Sul, O Jogo dá maior espaço ao Sporting e escreve: "Mané alivia tensão". Sobre o FC Porto, O Jogo escreve "Jackson abdica dos penaltis", o Record titula "Só Villas-Boas e Mourinho têm mais golos do que Lopetegui" e o diário A Bola garante: "Jackson recusa sair em Janeiro". RIBEIRO CRISTÓVÃO

Natal sem estrelas Os portistas deram o mote com um jogo desluzido; seguiu-se o Benfica, sem qualidade no embate com o último da classificação geral. Fechou a noite o Sporting, que venceu o Nacional, mas voltou a não deixar boa impressão.

Por Ribeiro Cristóvão

Futebol Clube do Porto, Benfica e Sporting saíram-se airosamente dos compromissos que tinham marcado


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para o fim-de-semana mas, em todos os casos, sem que as suas exibições tenham correspondido ao produto recolhido no final dos jogos que disputaram. A aproximação à quadra natalícia não parece ter sido, assim, um bom augúrio, e as despedidas do ano foram mesmo demasiado sombrias, sobretudo tendo em conta que os adversários que lhes coube defrontar nem sequer pareciam oferecer antecipadamente dificuldades intransponíveis. Os portistas deram o mote com um jogo desluzido, sobretudo na segunda parte, perante um adversário que não chegou a causar quaisquer embaraços. E, sendo assim, o desnível do resultado apresenta-se enganador e, até certo ponto, injustificado. É verdade que a derrota, uma semana antes frente ao rival Benfica, pode ter deixado feridas difíceis de sarar, mas nem isso justifica a baixa produção a que chegaram os dragões. Seguiu-se o Benfica que, ao invés, não deu seguimento à exibição conseguida na Cidade Invicta da qual recolheu tão preciosos resultados para uma classificação agora bem mais desafogada. As ausências de Luisão, Enzo e Sálvio não servem para justificar tudo o que ficou a faltar na qualidade que esteve à vista no embate com o último da classificação geral. Um pouco mais de sorte e, sobretudo, mais atenção da equipa de arbitragem, poderiam ter proporcionado ao Gil Vicente um desfecho mais agradável. Fechou a noite o Sporting, na Madeira, onde venceu o Nacional, mas voltando a não deixar boa impressão. Aqui, o resultado é justo, mas se o que ficou à vista pouco satisfez, o que parece escondido é bem mais motivo de preocupação para a família leonina. Ainda presente em quatro frentes, - Campeonato Nacional, Taça de Portugal, Liga Europa e Taça da Liga, o Sporting parece estar a bater-se com uma outra bem mais complicada. Daí que os associados e adeptos não consigam entender a razão daquilo que parece ser a relação complicada que se vive nos bastidores da equipa, e que não deixará de prejudicar ainda mais o seu rendimento a curto prazo.

Lance irregular dá três pontos ao Benfica Benfica 1-0 Gil Vicente. Recorde os melhores momentos em rr.sapo.pt.

Por Carlos Calaveiras

- O Benfica venceu mas não convenceu. Os encarnados ganham ao último classificado por uma bola a zero, com um golo de Gaitan, numa lance irregular por fora de jogo de Maxi Pereira. Foi um mau jogo na Luz, com pouco futebol e poucas oportunidades. Um líder a pensar em férias e de serviços mínimos derrotou o lanterna vermelha por uma diferença mínima. 94'- Final (1-0) 92'- Cartão VERMELHO para Diogo Viana. Acumulação de Amarelo. Falta sobre Maxi Pereira. 90'- Três minutos de descontos. 88'- SUBSTITUIÇÃO. No Benfica sai Lima e entra Cristante. 87'- Remate de Paulinho, em jeito, defende Júlio César. 86'- Desmarcação de Diogo Viana e Marwan chega ligeiramente atrasado. 84'- SUBSTITUIÇÃO. No Gil Vicente sai Paulinho e entra Marwan. 83'- Contra-ataque do Gil Vicente às três tabelas e Gabriel na área a rematar por cima. 80'- OPORTUNIDADE. Mais uma "bomba" de fora da área, desta vez de Bebé, para defesa de Adriano e, na recarga, Derley atira por cima. 80'- Cartão AMARELO para Diogo Viana (Gil Vicente). Falta sobre Maxi Pereira. 74'- SUBSTITUIÇÃO. No Benfica sai Ola John e entra Derley. 72'- Cartão AMARELO para Paulinho (Gil Vicente). 72'- Cabeceamento de João Vilela e boa defesa de Júlio César. 71'- Cartão AMARELO para César (Benfica). Falta sobre Jander. 65'- SUBSTITUIÇÃO. No Benfica sai Jonas e entra Bebé. 63'- OPORTUNIDADE. Tremenda defesa de Adriano a grande remate de Talisca à entrada da área. No início da jogada houve show de Nico Gaitan. 61'- Sozinho contra o mundo, Talisca foi avançando,


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mas quando chegou ao remate saiu torto e sem força. 60'- Gaitan tira um adversário da frente, mas remata por cima. Lima ficou a pedir a bola. 59'- SUBSTITUIÇÃO. No Gil Vicente sai Luís Silva e entra Vítor Gonçalves. 57'- Bom remate de Jonas, em jeito, mas a bola sai ao lado. 56'- OPORTUNIDADE. Simy aparece isolado frente a Júlio César, mas é lento a rematar e César "rouba" o golo ao nigeriano e corta para canto. 53'- Passe a rasgar de Talisca para Lima, mas o avançado não domina. 50'- Maxi Pereira tenta desmarcar Jonas, mas Adriano chega primeiro. 49'- Ola John dá a Gaitan, mas o argentino não passa por todos os defesas que lhe aparecem à frente. 18h02: Segunda parte perante 40.219 espectadores. - O Benfica chega ao intervalo a vencer por uma bola a zero numa má primeira parte na Luz. O Gil Vicente começou melhor (10 minutos), mas os encarnados foram tomando conta do jogo, sem, no entanto, criar muito perigo. O golo surge em cima da meia hora, num lance irregular, por fora de jogo de Maxi. O árbitro João Capela cometeu muitos erros. 45'- Intervalo (1-0) 43'- Cartão AMARELO para Jander (Gil Vicente). Falta sobre Samaris. 40'- OPORTUNIDADE. Jonas quase marca de cabeça após um canto. 39'- Remate fraco e torto de Samaris. 36'- Cruzamento de Benito, mas Peks tira "o pão da boca" a Jonas. 34'- Remate de longe de Simy e ao lado. 29'- GOLO do BENFICA. Marca GAITAN na recarga a um remate de Maxi Pereira que atirou ao poste após desmarcação de Ola John. Mas, ATENÇÃO, no início da jogada, Maxi está fora de jogo. 23'- Livre directo de Lima, contra a barreira. 20'- OPORTUNIDADE. Talisca desmarca Jonas que remata contra Adriano que defende com o corpo. Bola para canto. 18'- Cartão AMARELO para Samaris (Benfica). Falta sobre Simy. 18'- Remate de Talisca contra Peks. 12'- "Bomba" de Talisca de muito longe, mas em jeito, deixa Adriano em dificuldades. Bola para canto. 11'- Cruzamento atrasado de Gaitan pela direita, mas Lima não chega no centro da área. 10'- Primeira iniciativa do Benfica começa com desmarcação de Talisca para Benito à esquerda e cruzamento com a defesa a cortar. 9'- Trivela de Diogo Viana desmarca Simy, mas Júlio César agarra. 8'- Cruzamento da direita por Gabriel e cabeceamento de Paulinho ao lado. 4'- Primeiro remate da partida é de Diogo Viana. Bola sai por cima, sem perigo. 17h01: Começa a partida na Luz. Sai o Benfica. Depois do triunfo no Dragão e da derrota para a Taça de Portugal, o Benfica volta a jogar na Luz para o campeonato. Tem de vencer se quiser manter os seus pontos de avanço sobre o FC Porto. Jorge Jesus tem vários jogadores ausentes, é obrigado a mexer no "11" habitual e coloca Talisca no lugar de Enzo Perez. Do

lado do Gil Vicente, último classificado, Simy joga na frente. Ficha do Jogo I Liga, Jornada 14 Estádio da Luz, Lisboa Árbitro: João Capela BENFICA TITULARES: Júlio César; Maxi Pereira, César, Jardel, Benito; Samaris, Talisca, Ola John e Gaitán; Jonas e Lima Suplentes: Artur Moraes, Lisandro Lopez, Cristante, Pizzi, Sulejmani, Bebé e Derley Treinador: Jorge Jesus GIL VICENTE TITULARES: Adriano; Gabriel, Pecks, Enza-Yamissi, Evaldo; João Vilela e Luís Silva; Diogo Viana, Paulinho, Jander; Simy Suplentes: Caleb, Gladstone, Marwan, Caetano, Leandro Pimenta, Vítor Gonçalves e Ricardinho Treinador: José Mota

Leão passa na Madeira Nacional 0-1 Sporting. Recorde os melhores momentos em rr.sapo.pt.

Por Carlos Calaveiras

- O Sporting venceu na Madeira (0-1) numa partida em que tiveram muito mais oportunidades de golo, mas falharam na concretização. O Nacional tentou na parte final chegar ao empate, mas não conseguiu. O golo do triufo foi apontado por Carlos Mané na segunda parte. Com este triunfo, os leões sobem na tabela e estão a um lugar do pódio. 95'- Final (0-1) 93'- Cartão AMARELO para Reginaldo (Nacional). Falta sobre Jonathan Silva. 90'- Quatro minutos de compensação. 88'- SUBSTITUIÇÃO. No Sporting sai João Mário e entra Heldon. 86'- OPORTUNIDADE. Lucas João desmarca Marco Matias que tenta o golo, mas choca com Rui Patrício. Guarda-redes dos leões fica queixoso. 85'- Remate de William Carvalho, forte, mas ao lado. 83'- Remate de Lucas João ligeiramente ao lado da baliza do Sporting. 80'- SUBSTITUIÇÃO. No Sporting sai Carlos Mané e entra Rossell.


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78'- No seguimento do livre directo, não há perigo para a baliza de Rui Patrício. 77'- Cartão VERMELHO para Adrien. Segundo Amarelo. Falta sobre Willyan. 74'- SUBSTITUIÇÃO. No Nacional entra Reginaldo e sai Rondon. 73'- OPORTUNIDADE. Adrien isolado desperdiça frente a Gottardi. 71'- Remate de William Carvalho para defesa tranquila de Gottardi. 70'- Cartão AMARELO para Zainadine (Nacional). 64'- SUBSTITUIÇÃO: No Nacional sai Suk e entra Lucas João. 62'- OPORTUNIDADE. Remate de Carrillo à entrada da área e grande defesa de Gottardi. 59'- Arrancada de Willyan, mas o brasileiro falha último passe para Rondon. 55'- SUBSTITUIÇÃO. No Nacional sai Boubacar e entra Willyan. 53'- Cartão AMARELO para Miguel Rodrigues (Nacional). Falta sobre Slimani. 51'- GOLO do SPORTING. Marca CARLOS MANÉ na recarga a uma defesa incompleta de Gottardi após um canto e a um primeiro cabeceamento de Slimani (0-1) 49'- Agora é Jonathan Silva a ganhar um canto depois de desmarcação de William Carvalho. No seguimento do lance, Slimani cabeceia de cima para baixo e a bola passa sobre a baliza. 48'- Suk não passa por Paulo Oliveira na área dos leões. 20h20: Segunda parte. Sai o Sporting. - Aceita-se o empate ao intervalo, mas faltaram os golos no primeiro tempo. Ambas as equipas tiveram ocasiões, mas alguma superioridade para os leões. 47'- Intervalo (0-0) 46' OPORTUNIDADE. Após um canto, no segundo poste, Carlos Mané não consegue marcar. 45'- Dois minutos de compensação. 39'- Carrillo remata muito por cima. 39'- Árbitro perdoa segundo amarelo a Adrien. 36'- João Mário remata de longe. Gottardi defende à segunda. 34'- OPORTUNIDADE. Confusão na área insular e num ressalto a bola sobra para Slimani que remata por cima. 32'- Cartão AMARELO a João Aurélio (Nacional). Falta sobre João Mário. 31'- OPORTUNIDADE. Contra-ataque rápido do Nacional com Rondon a rematar cruzado. A bola sai ligeiramente ao lado da baliza de Rui Patrício. 30'- Cartão AMARELO para Adrien Silva (Sporting). 29'- OPORTUNIDADE. Cruzamento de Carrillo e Slimani a surgir frente à baliza e a rematar ligeiramente ao lado. 21'- Slimani tocado por Suk abre o sobrolho e necessita de assistência médica. 19'- João Mário a cabecear por cima, já na área, depois de boa jogada colectiva dos leões. 15'- Novo remate, agora de Suk, que recebeu uma bola "oferecida" por Adrien. 15'- Remate de Marçal ao lado. 10'- SUBSTITUIÇÃO. No Sporting sai André Martins e entra João Mário. 10'- André Martins está lesionado e vai ter que sair. Aquece João Mário. 9'- Responde o Sporting por Carlos Mané. Defende Gottardi.

8'- Primeiro remate da partida é de Rondon. Saiu cruzado e ligeiramente ao lado. 2'- Miguel Rodrigues lesiona-se e precisa de assistência médica. 19h15: Começa a partida. O Sporting entra em campo a 13 pontos do Benfica e precisa da vitória para se manter perto dos lugares da frente. Já o Nacional quer os três pontos para sair dos últimos lugares. Nos leões destaque para os regressos à titularidade de Cédric e André Martins. Ficha do Jogo I Liga, Jornada 14 Estádio da Madeira, no Funchal Árbitro: Duarte Gomes NACIONAL TITULARES: Gottardi, João Aurélio, Miguel Rodrigues, Zainadine e Marçal; Aly Ghazal, Boubacar e Gomaa; Rondon, Suk e Marco Matias Suplentes: Rui Silva, Rui Correia, Sequeira, Edgar Abreu, Willyam, Reginaldo e Lucas João Treinador: Manuel Machado SPORTING TITULARES: Rui Patrício, Cedric, Paulo Oliveira, Maurício e Jonathan Silva; William Carvalho, Adrien e André Martins; Carlos Mané, Slimani e Carrillo. Suplentes: Marcelo Boeck, Sarr, Jefferson, João Mário, Rosell, Heldon e Montero Treinador: Marco Silva FUTEBOL

Resultados e classificação à jornada 14 Jornada 14 da I Liga tem esta segunda-feira duas partidas.

Kleber marcou o golo do Estoril. Foto: Mário Cruz/Lusa

O Benfica e o Sporting ganharam este domingo pela margem mínima. Os encarnados tiveram dificuldades em passar pelo último classificado e os leões passaram na Madeira. O Estoril-Praia venceu o Vitória de Guimarães por 1-0, em jogo da 14ª jornada da prova. Um golo do avançado brasileiro Kléber, aos 74 minutos, foi o suficiente para os “canarinhos” conquistarem os três pontos.


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Destaque ainda para duas vitórias caseiras de aflitos (Arouca e Moreirense) e para um empate que deixa Paulo Sérgio e a Académica em maus lençóis. Resultados 14ª Jornada FC Porto 4-0 V. Setúbal [Quaresma, Jackson Martinez, Brahimi, Danilo] Estoril 1-0 V. Guimarães [Kléber] Arouca 1-0 Marítimo [Roberto] Moreirense 1-0 Boavista [André Simões] Académica 1-1 Penafiel [Ivanildo; Quiñones] Benfica 1-0 Gil Vicente [Gaitan] Nacional 0-1 Sporting [Carlos Mané] Sp. Braga - P. Ferreira (19h00, segunda-feira) Rio Ave - Belenenses (21h00, segunda-feira) Classificação 14ª Jornada 1- Benfica 37 pontos 2- FC Porto 31 3- V. Guimarães 28 4- Sporting 27 5- Sp Braga 25 (-1 jogo) 6- P. Ferreira 22 (-1 jogo) 7- Belenenses 21 (-1 jogo) 8- Moreirense 20 9- Rio Ave 19 (-1 jogo) 10- Estoril 18 11- Marítimo 16 12- Boavista 13 13- Nacional 12 14- Arouca 12 15- Penafiel 11 16- V. Setúbal 11 17- Académica 10 18- Gil Vicente 6 [actualizado, domingo, 23h45]

"Guardarei este momento num canto especial da minha vida" Cristiano Ronaldo recebeu este domingo a Medalha de Mérito, a mais alta condecoração da Região Autónoma, entregue a "pessoas de real mérito e que personifiquem exemplo para a sociedade".

Cristiano Ronaldo recebeu o prémio do presidente do Govenro regional, Alberto João Jardim. Foto: João Homem Gouveia/ Lusa

Cristiano Ronaldo recebeu este Domingo a medalha de Mérito da Região Autónoma da Madeira (RAM), um momento que o futebolista do Real Madrid, eleito melhor do mundo em 2013, viu como um privilégio. "Estou muito feliz, é algo que para mim diz muito, para a minha família e para as pessoas que gostam de mim. E é um privilégio enorme ser condecorado com esta medalha. O discurso não é o meu forte, sou melhor a jogar futebol. (...) Guardarei este momento num canto especial da minha vida", disse o internacional português. Natural da freguesia de Santo António, concelho do Funchal, na ilha da Madeira, Cristiano Ronaldo salientou também a importância de estar na sua terra natal: "É um orgulho estar novamente, aqui, na Madeira onde fui criado, onde tenho as minhas raízes e onde tenho a minha família", disse. Um dia depois de ter encerrado o ano com a conquista do Mundial de clubes em Marrocos, ao serviço do Real Madrid, o extremo luso recebeu a mais alta condecoração da RAM das mãos do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM). Miguel Mendonça considerou a cerimónia um "momento particularmente gratificante" para o parlamento receber Cristiano Ronaldo "porque é um madeirense do mundo, que corre mundo levando também o nome da Madeira e de Portugal aos mais recônditos espaços e pontos do globo", declarou. "O Ronaldo é um cidadão do mundo, é um cidadão que é ídolo de imensa gente e personalidades de cidadãos de todas as nacionalidades que cuidou do seu futuro e da sua profissão", acrescentou. "Mas é também exemplo de outras virtudes porque não


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se deixou fascinar pelo sucesso, aceitou o sucesso com naturalidade, não se deixou deslumbrar pelo sucesso, não se envaideceu, é um homem do povo e que veio do povo, saiu jovenzinho da sua terra, mas que levou a sua terra no seu coração", concluiu. A Medalha de Mérito, a mais alta condecoração da Região Autónoma, é entregue a "pessoas de real mérito e que personifiquem exemplo para a sociedade". O capitão da selecção portuguesa de futebol, Cristiano Ronaldo, também descerrou uma estátua, em sua homenagem, do escultor madeirense Ricardo Veloza. "Para mim, este é um momento especial, ter uma estátua ainda vivo em meu nome", disse o futebolista do Real Madrid antes de destapar a estátua que o imortaliza na cidade que o viu nascer em 1985, acrescentando "não ser apologista de que se façam homenagens quando as pessoas morrem". Cristiano Ronaldo salientou que estar homenagem lhe vai dar "mais motivação para continuar a fazer a [sua] caminhada" e "engrandecer o nome da Madeira". Na cerimónia, que começou pelas 12h00, estiveram os familiares de Cristiano Ronaldo, incluindo o filho, a mãe e os irmãos, além várias autoridades da Madeira civis e militares da região, como o representante da República, Ireneu Barreto, e os presidentes da Assembleia Legislativa da Madeira e do governo regional, Miguel Mendonça e Alberto João Jardim, respetivamente. 2014 positivo Cristiano Ronaldo terminou 2014 com o quarto título colectivo pelo Real Madrid, ao sagrar-se na noite de sábado campeão mundial de clubes, um troféu que já tinha ganhado, em 2008, ao serviço dos ingleses do Manchester United. Campeão europeu também com o clube espanhol, Cristiano Ronaldo somou este ano 61 golos, em 60 jogos, e uma série de recordes individuais, tornando-se o melhor marcador de uma só edição da Liga dos Campeões (17 golos). Cristiano Ronaldo, o argentino Lionel Messi e o alemão Manuel Neuer são os três nomeados para a Bola de Ouro de 2014, cujo vencedor será anunciado a 12 de Janeiro. [Notícia actualizada às 12:51]

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