EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Terça-feira, 24-03-2015 Edição às 08h30
Editor Raul Santos
Morais Sarmento: "Portugal é o faroeste no acesso a dados pessoais sensíveis" O seu NIB pode estar a pagar as contas de outra pessoa
Fisco mantém silêncio de quatro meses sobre ausência de facturas no Galp Frota Luta contra a tuberculose vai para as cidades
"Uma afronta". Clientes lesados do BES não aceitam perder dinheiro
Revista "Orpheu". Há cem anos, começava uma revolução na literatura portuguesa
Portugueses distinguidos por investigação sobre Alzheimer
Cavaco tem "grande coincidência de pontos de vista" com iniciativa Direito a Nascer
MARIA DO ROSÁRIO CARNEIRO
Cem por Cento Família
Desejo satisfeito. Papa recebe pizza durante percurso em Nápoles
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O seu NIB pode estar a pagar as contas de outra pessoa Fique atento ao seu extracto bancário. Os bancos deixaram de ser parte activa nas autorizações e nem sempre é necessário verificar que o NIB indicado pertence a quem o fornece.
Mais do que nunca, importa verificar extractos bancários com rigor. Foto: DR
Há quem esteja a pagar contas utilizando um número de identificação bancária (NIB) que não é seu. Margarida Henriques é uma das lesadas. Descobriu que a associação desportiva de que faz parte andava a pagar uma conta, por débito directo, que não tinha autorizado. “Havia três movimentos que não estavam identificados com nenhuma transacção que nós tivéssemos feito nem com nenhuma autorização de débito”, começa por explicar à Renascença. “Os três movimentos somam praticamente 100 euros”, adianta. Descobriu o que se passava na delegação da empresa que estava a fazer a cobrança: “Era um senhor de Cascais, que tinha dado o nosso NIB para fazer o débito directo do serviço que ele estava a usufruir da MEO”. O banco recusou qualquer responsabilidade. Limitouse a explicar que o problema decorre da harmonização bancária na União Europeia. Desde Agosto do ano passado, as Autorização de Débito Directo são concedidas pelo devedor directamente ao credor, sem interferência da entidade bancária. “Qualquer pessoa chega à internet, tira um NIB, põe aquele NIB como seu e a entidade credora não tem nada que ateste que aquele NIB é da pessoa”, contesta Margarida Henriques. “A partir daqui, tudo pode acontecer”, lamenta. Contactado pela Renascença, o Banco de Portugal confirma as alterações à lei. Há sete meses que as autorizações de débitos directos são um acordo celebrado exclusivamente entre quem presta o serviço e quem o paga. Em caso de ilícito, denuncie A jurista Carla Varela, da associação de defesa do consumidor Deco, não tem dúvidas de que a utilização abusiva dos dados de outra pessoa consubstancia um
ilícito criminal e deixa alguns conselhos para quem seja vítima de tal acto. A primeira coisa a fazer é “denunciar automaticamente junto da instituição de crédito em causa” a situação. “Poderá em simultâneo, e até numa caixa multibanco, cancelar essa ordem de débito com efeitos imediatos e, uma vez apurada a situação em concreto, denunciar ao Banco de Portugal”, continua. Além disso, “e junto da instituição de crédito, solicitar o reembolso das quantias indevidamente debitadas, uma vez que não existe um contrato acessório – que neste caso seria com uma empresa de telecomunicações – subscrito pelo titular da conta, que não autorizou qualquer débito em conta”. E porque prevenir é melhor do que remediar, a jurista da Deco lembra que os consumidores também têm a responsabilidade de “não facultar de forma nenhuma, os dados bancários”. “A primeira cautela é a protecção desses dados”, sublinha, considerando também que os bancos e as empresas prestadoras de serviços devem exigir comprovativos e a assinatura dos clientes para procederem aos débitos.
Morais Sarmento: "Portugal é o faroeste no acesso a dados pessoais sensíveis" Os comentadores do "Falar Claro", da Renascença, debateram a polémica em torno da "lista VIP" de contribuintes. Morais Sarmento diz que os sistemas do Fisco não dão garantias. Vera Jardim fala num “terramoto” na condução política do processo. Por José Pedro Frazão
O antigo ministro da Presidência Nuno Morais Sarmento considera que o caso da “lista VIP” de contribuintes mostra que “em matéria de acesso a dados pessoais sensíveis, Portugal é o faroeste”. O jurista, que foi membro da Comissão Nacional de Protecção de Dados nos anos 90, constata que “a nossa administração fiscal não tem um sistema que garanta a todos os cidadãos que os seus dados apenas são consultados na estrita medida que isso seja necessário ao cumprimento das obrigações de cada cidadão. Aquilo que nós constatamos – e esta é que é a questão de fundo – é que o sistema não tem uma solução para isso. Não oferece uma garantia para todos os cidadãos”. O tema foi debatido no "Falar Claro", habitual programa de actualidade política da Renascença, com Nuno Morais Sarmento e Vera Jardim. O comentador social-democrata ressalva que é inaceitável que um conjunto de cidadãos, por ter mais
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notoriedade, tenha menos direito que os outros. Garantindo não saber que solução estava a ser preparada, Sarmento admite um “tratamento especial” relativamente aos contribuintes que, por terem sido alvo de “um número anormal acessos” nos últimos seis meses, apresentam um “risco de violação de privacidade”. O comentador “não se choca” com a possibilidade de um alerta automático durante os seis meses seguintes quando acontecem consultas a esses registos. “Isto é violar algo? Não”. “Há crime” Os dois antigos ministros, ambos advogados, divergem sobre a natureza criminal dos factos noticiados. “Poderei ter visto mal. Mas do que eu vi, só há crime quando há divulgação”, observa Vera Jardim. Já Morais Sarmento detecta o crime de “acesso indevido a dados pelos funcionários”, algo que Vera Jardim penaliza apenas como uma falta disciplinar. “Há crime. Mas espero que não seja isso a que António Costa se está a referir, senão parece que ele é o ‘Torquemada’ da administração fiscal. Violação das suas obrigações profissionais e, portanto, do seu estatuto, dá uma falta disciplinar. A violação da minha privacidade por esse funcionário é um crime”, garante o comentador social-democrata. Governo reagiu mal Vera Jardim ataca a forma como o Executivo conduziu politicamente este processo. “Já não é um desastre, é um autêntico terramoto político. Porque vai de negação em negação e depois vai atirar, como de costume, as culpas para o director-geral ou para o subdirector”, acrescenta o antigo ministro da Justiça. O socialista insiste que não pede demissões de governantes. Mas aponta o dedo a Paulo Núncio. “Há uma hierarquia dentro do Estado. Há a administração e há quem dirige politicamente a administração. Nesta hierarquia, a senhora Ministra das Finanças é naturalmente o ponto mais alto. Nem falo nisso. Mas falo do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que não sabia de nada do que se passava na sua casa”, critica o militante do PS. Morais Sarmento concorda com problemas na gestão política do caso. “Na minha opinião, o Governo reage mal de entrada, ao que parece, por erróneas informações. Estava ainda o Governo condicionado pela questão da Segurança Social que envolvia o Primeiro-Ministro, surgiu este caso. O Governo, que tem ainda pouca ‘frente politica’, não pegou nisto como deve ser”, remata o antigo ministro do PSD.
Porque falhou a YDreams? As explicações de António Câmara António Câmara quis lutar com a Tom Tom e destronar o iPhone. A luta agora é pela sobrevivência da empresa, que discute o seu futuro com 180 credores.
Foto: DR Por João Carlos Malta
Pensou grande, quis ser grande, mas o crescimento está a ter dores. Muitas. A YDreams, que chegou a ser considerada a empresa mais inovadora do país, está agora a discutir o futuro com 180 credores. A Renascença consultou o Processo Especial de Revitalização (PER), em que o presidente da empresa, António Câmara, explica quais os motivos que levaram a empresa a falhar e as razões porque acredita que é viável. A estratégia, a gestão e a conjuntura prejudicaram uma "empresa que estava à frente do seu tempo". O pioneirismo da empresa, que tem sede na Costa da Caparica, era a dois níveis, segundo a própria escreve no PER: os mapas e serviços baseados em localização e os jogos baseados em localização. No início do milénio, a YDreams batia-se taco a taco no desenvolvimento de tecnologia com empresas como a Tom Tom e a Navetch (actual Foursquare). A primeira factura agora 2,3 mil milhões de euros e a segunda 500 milhões de euros. Nessa altura, tudo eram louvores e elogios. Em 2007, António Câmara foi galardoado com o Prémio Pessoa. A tecnológica nacional, que tem como maior accionista o Grupo Espírito Santo (através de uma capital de risco da ES Ventures), nunca passou das dezenas de milhões de euros, e actualmente tem às costas uma dívida de 18 milhões de euros que põe o futuro em risco, que levou à entrada de um PER no Tribunal do Barreiro no fim do ano passado. Avisos antigos A situação não é nova. Já havia avisos que vinham do passado. Nos relatórios às contas do grupo que conta com nove empresas, relativos aos anos de 2011 e 2012,a auditora francesa Mazars escreve que "os prejuízos
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anuais da sociedade-mãe absorveram a totalidade do capital social sendo os capitais próprios negativos pelo que a continuidade das operações depende do apoio continuado dos accionistas. A reconstituição dos capitais próprios é imprescindível". Também em 2011, começam a surgir os primeiros sinais com rumores de problemas na empresa. Alguns trabalhadores a reclamar salários em atraso. Mas, publicamente, aparece a notícia da entrada da YDreams na Bolsa de Frankfurt. Os últimos cinco anos foram deteriorando a saúde da empresa, até que, em Novembro deste ano, António Câmara, Edmundo Nabais Nobre e José Miguel Remédio, três dos fundadores da empresa e que figuram entre os principais accionistas, reúnem-se na margem Sul do Tejo. Analisam a situação económica e financeira, fazem estimativas de negócio para 2014 e consultam o accionista principal, representado através da capital de risco ESV II, do grupo que entretanto se desmoronou, e chegam a uma conclusão: há que negociar com os credores para evitar o fim da empresa. Do olimpo à dívida O que levou a este ponto? As explicações de António Câmara aos credores, inscritas no PER, começam por reconhecer falhas a nível da gestão. O professor universitário assume que "não dispôs do talento de gestão necessário para converter a superioridade tecnológica em resultados no mercado". Segue-se no argumentário o Portugal periférico. "A localização da empresa em Portugal impediu-a ainda de beneficiar de ecossistemas estruturados de negócios de tecnologia como são Amesterdão (Tom Tom) ou Silicon Valley (Foursquare)", explica a empresa. Câmara e a sua equipa de gestão admitem falhas na organização e na estratégia delineada. O "sistema organizacional não permitiu que emergissem 'campeões' disponíveis para liderarem unidades de negócio focadas nestas oportunidades", reconhece. A forma como a empresa atacou o mercado levou à aposta em projectos pagos, que sempre tiveram prioridade sobre o desenvolvimento de produtos, mais morosos e em que as receitas são incertas. Houve uma excepção: a área de jogos em que fez um investimento considerável no desenvolvimento. Podia ter sido o início de uma nova era. Não foi. "O facto de os resultados dessa aposta terem sido negativos reforçou a preferência pelos serviços seguros, em detrimento dos produtos arriscados", sublinha a YDreams no PER. Foto: YDreams Conta que houve o falhanço de expectativas que não teve a adequada resposta. A conjuntura também não ajudou. Estávamos em 2009 e as expectativas de vendas chegaram a ser de 20 milhões de euros. Estava tudo contratado e adjudicado. Principal cliente: o Estado. Tudo certo? Não, tudo errado. A crise vem e dos 20 milhões muito pouco chega. Mas, entretanto, já tinha havido um "crescimento exponencial da equipa orientada para a venda e prestação de serviços". A anulação da maioria dos projectos incluídos neste conjunto de projectos públicos teve uma consequência imediata: um decréscimo no volume de vendas de aproximadamente 45%. E outra que daí decorreu: no
final de 2010, a YDreams está uma situação de incumprimento com o Estado, e com a banca. Mais: a crise obrigou a empresa, que tem ou teve como clientes ou parceiros empresas como a Adidas, CocaCola, Microsoft, L'Oréal, Carrefour, Sonae e Intel, a reduzir o número de trabalhadores de 150 no final de 2009 para 100 trabalhadores no final do ano seguinte. Para diminuir o peso da dívida e capitalizar as diferentes unidades de negócio, a YDreams lançou um ambicioso plano de vendas de activos e angariação de investimento. No entanto, reconhecem, isso não aconteceu ao mesmo tempo que se deu um agravamento crescente da situação financeira da YDreams. A situação, segundo a tecnológica, "põe em risco a sobrevivência da empresa" devido à pressão de credores e a exposição a potenciais processos judiciais por incumprimento de compromissos. Neste momento, esses processos entre trabalhadores e Estado somam já 22 acções judiciais. Frase-resumo: "Nos últimos cinco anos, a YDreams sofreu com uma crise devastadora que o país tem atravessado". Os relatórios de contas da empresa presentes neste PER mostram que em 2010, 2011 e 2012, foram todos anos com resultados negativos que variaram entre prejuízos que vão desde os 1,6 milhões e os 2,5 milhões de euros. A Renascença tentou que António Câmara comentasse estas questões. Por e-mail, o empresário respondeu que não podia emitir outro comentário que não o seguinte: "[Transmitir] a confiança absoluta que tenho na resolução da situação". Armas para o futuro A tecnológica afirma que continua a ser "uma empresa líder nos serviços baseados na localização (location based services), realidade aumentada, electrónica impressa e robótica". No portefólio apresenta ainda "soluções em mais de 700 projectos, para mais de 50 empresas em mais de 25 países", em mercados como a publicidade, retalho, educação e entretenimento. Um projecto da YDreams em Xangai, China. Foto: YDreams Os prémios internacionais são mais que muitos e as distinções nacionais tiveram o apogeu com a nomeação como empresa mais "inovadora de Portugal em 2009". E depois há o nome. Com créditos firmados. O reconhecimento internacional é planetário com citações em jornais internacionais como o "New York Times", o "Financial Times", o "Guardian", o "Libération", ou blogues como o Mashable ou o Cool Hunting. A CNN, a Fox e a CNBC Europe são outros meios em que a YDreams emergiu. Na argumentação da empresa para convencer os credores promete-se que a liderança tecnológica da YDreams pode traduzir-se no comando global do mercado de "Internet of things" (Internet das coisas), estimado pela Cisco em 13,3 mil milhões de euros. Mas há uma condição: "Para o atingir tem de ultrapassar a difícil situação económica em que se encontra, e para isso decidiu candidatar-se a um PER". A tecnológica revela ainda que há projectos que podem relançar a empresa como o "World as a Browser"
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(mundo como um navegador de internet), que permite partilhas nas redes sociais através de botões existentes em qualquer superfície ou suporte físico, como autocolantes, posters ou etiquetas. E há ainda uma estratégia diferente: a internacionalização é a nova ambição, com o Brasil a aparecer como destino primordial do novo GPS de negócios da empresa. A YDreams já encetou contactos com os principais credores e avança que receptividade "tem sido muito razoável", pelo que é expectável a obtenção de acordo com dois terços dos credores, tal como o PER obriga para que tenha sucesso. Aí se verá se o homem que chegou a dizer em entrevista ao "Jornal de Negócios", em 2008, que ele "e a maior parte das pessoas na YDreams" acharam que iam "ter um sucesso estrondoso a nível global" verá aumentada a sua realidade actual. Na mesma entrevista disse: "Na YDreams sinto a responsabilidade de sermos bem-sucedidos e constituirmos um exemplo que ajude o país em geral". Há sete anos garantia que aguenta muito bem o falhanço. "Se falhar, vou dar aulas de ténis para o Estádio Nacional com um balde de bolas".
"Uma afronta". Clientes lesados do BES não aceitam perder dinheiro Banco de Portugal e Novo Banco ultimam uma proposta para compensar os investidores em papel comercial do Grupo Espírito Santo.
Protesto dos clientes lesados do BES. Foto: Steven Governo/Lusa Por Susana Madureira Martins
Os clientes lesados com a compra de papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) rejeitam a possibilidade de receberem apenas metade do seu dinheiro aplicado. Ricardo Seabra, da Associação dos Clientes Bancários Lesados do BES, avisa que quaisquer negociações com o Novo Banco têm que passar pelo reembolso total do dinheiro. “Se as propostas forem neste âmbito, com 50% de capital perdido, nós achamos, literalmente, uma afronta”, afirma Ricardo Seabra, em declarações à
Renascença. O Banco de Portugal e o Novo Banco estão a ultimar uma proposta para compensar os investidores em papel comercial do GES, que pode passar pela devolução de metade do dinheiro aplicado num depósito a dez anos. “Não vamos aceitar, de todo, este tipo de perda de capital e consideramos que está cada vez mais difícil lidar com o autismo destes responsáveis. Estas pessoas não admitem os erros e não os tentam resolver. Não aceitaremos nunca propostas inferiores ao ressarcimento total das nossas poupanças. Estamos dispostos a negociar a longo prazo, mas nunca perdendo capital”, diz Ricardo Seabra. Se as negociações com o Novo Banco passarem por uma proposta de reembolsar apenas metade, os clientes lesados do BES prometem formas de luta que ainda não foram usadas pela associação. “Vamos continuar com a nossa luta, com as nossas armas, com as manifestações. Se for necessário, vamos sugerir e convidar todas as pessoas a retirar todo o dinheiro que tenham no Novo Banco num só dia, estamos dispostos a apresentar várias armas que até à data não temos feito, mas não aceitamos este comportamento das entidades responsáveis”, avisa Ricardo Seabra. Esta terça-feira o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, estará no Parlamento, na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES. O jornal “Expresso” diz que estão a ser feitos esforços para que uma eventual solução seja anunciada antes da audição do governador. A associação de Clientes Bancários Lesados do BES espera que os deputados peçam explicações ao supervisor sobre estas negociações. O “Expresso” escreve na edição online que as perdas podem ser de 40 ou 50% do capital investido, e que o dinheiro recuperado será colocado num depósito a prazo a 10 anos ou, em alternativa, em obrigações do Novo Banco com uma taxa anual de 5%, mas também por um período de dez anos. REPORTAGEM - Eles não querem ficar soterrados nas ruínas do BES
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Fisco mantém silêncio de quatro meses sobre ausência de facturas no Galp Frota Há quatro meses, a Renascença revelou que que a petrolífera não passa, há 15 anos, facturas aos trabalhadores que usaram o Galp Frota. Os trabalhadores quiseram saber se havia evasão fiscal, mas esbarraram na falta de resposta. Acusam o fisco de desprezo e ligam o caso à lista VIP.
Depois da polémica em torno da lista VIP, da qual Brigas Afonso foi um dos actores principais, Hélder Guerreiro considera que a falta de resposta do antigo director-geral da AT "é curiosa". "Não estamos a fazer uma ligação directa, mas foi a realidade que se encarregou de fazer essa ligação", argumenta. "Há uma negligência. Se é propositada ou não, não nos cabe avaliar." A Galp está a ser protegida pelo Fisco? "Não vamos ser nós a dizer isso. Limitamo-nos a descrever uma situação que o enquadramento político encaminha para uma resposta. Mas não seremos nós a dar essa resposta", aponta. Meses de análise técnica A Galp justificou aos trabalhadores a ausência de factura com as características específicas deste benefício porque "os sistemas informáticos que o suportam não estavam preparados para a emissão de facturas". A situação configura uma "violação do código do IVA", disse, em Novembro, à Renascença o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro. Em Julho de 2014, a administração garantia "a questão está a ser tecnicamente analisada no sentido de tentar encontrar uma solução que não implique a suspensão deste benefício". Até ao momento, segundo os trabalhadores, a Galp não fez nenhuma alteração no programa. Perante a falta de respostas, a Comissão de Trabalhadores enviou nova missiva há duas semanas à Inspecção-Geral de Finanças, da qual também aguardam resposta. MARIA DO ROSÁRIO CARNEIRO
Foto: DR Por João Carlos Malta
Foram 15 anos a efectuar vendas sem emitir facturas aos trabalhadores da Galp que punham combustível usando o cartão Galp Frota, a que agora acrescem quatro meses, desde que o caso foi dado conhecer à Autoridade Tributária (AT) e revelado pela Renascença. Os trabalhadores queriam saber se havia a prática de um crime de evasão fiscal, mas ainda não lhes foi dada nenhuma resposta. O coordenador da Comissão de Trabalhadores da Petrogal, Hélder Guerreiro, fala à Renascença com indignação. "Há um desprezo, há um fechar de olhos a um problema que existe. Não havendo respostas, concluímos que foi desvalorizado por uma Autoridade Tributária que devia estar atenta a todos os problemas do género", critica. A 4 de Novembro, os trabalhadores da Galp enviaram uma carta ao então director-geral da AT, António Brigas Afonso, que agora saiu da estrutura, devido à polémica em torno da lista de "contribuintes VIP". Na missiva, os trabalhadores relatavam que, no acto da aquisição dos combustíveis, é passado ao trabalhador um talão em que apenas é registado o quantitativo em litros do produto adquirido. Ou seja: não é emitida uma factura ao consumidor. "Vários trabalhadores suscitaram junto da Comissão Central de Trabalhadores a questão da não facturação daqueles consumos, em seu nome e com o seu NIF", lê-se na carta. "Negligência"
Cem por Cento Família A adopção é um processo difícil em Portugal. Apesar das sucessivas alterações legislativas ao instituto da adopção que procuraram, entre outros aspectos, clarificar, simplificar e agilizar o processo, a verdade é que este continua lento. Há cerca de oito meses, foi constituída a associação “Cem por Cento Família”, composta por pessoas que acreditam que a adopção é um direito das crianças privadas da sua família natural a encontrarem famílias que as acolham e que lhes permitam por essa via realizarem o direito a ter família. Tem por objectivo apoiar pais adoptivos e candidatos a pais adoptivos. A adopção é um processo difícil em Portugal. Apesar das sucessivas alterações legislativas ao instituto da adopção que procuraram, entre outros aspectos, clarificar, simplificar e agilizar o processo, a verdade é que este continua lento. Incompreensivelmente, e já depois de declarada a sua adoptabilidade, as crianças permanecem demasiado tempo nas instituições. Por outro lado, a selecção dos candidatos a pais é um processo complexo e longa a espera para a atribuição da criança que irão adoptar. Período difícil, de acordo com os testemunhos daqueles que passaram ou estão a
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passar por este procedimento. Cheio de dúvidas, com muita angústia, intrusão e solidão. Alguns dos membros desta associação são pais adoptivos ou pessoas que aguardam a selecção pelos serviços competentes para serem considerados aptos para adoptar, ou pessoas que, tendo sido consideradas competentes, aguardam que lhes seja confiada um filho. Têm uma experiência que querem partilhar, um apoio que querem proporcionar a todos aqueles que iniciam o processo ou se encontram aguardando. É uma iniciativa da sociedade civil, expressão de um forte espírito de cidadania, manifestação de uma clara convicção de que a solidariedade e a entreajuda são valores fundamentais e factores decisivos na construção da sociedade e na realização da inclusão. É uma associação que, pela acção conjugada de convicções e saberes, se propõe desenvolver capacidade para melhor intervir no apoio a novas famílias, mas também numa acção militante para a concretização mais efectiva e célere do direito à família.
Cavaco tem "grande coincidência de pontos de vista" com iniciativa Direito a Nascer Representantes de iniciativa que pede a revisão da lei do aborto foram recebidos pelo Presidente da República. Há uma “grande coincidência de pontos de vista” com o Presidente da República, afirmaram os representantes da iniciativa pelo Direito a Nascer no final de uma audiência com Cavaco Silva. Depois de há pouco mais de um mês terem entregue à Presidente da Assembleia, Assunção Esteves, 48 mil assinaturas a pedir a revisão da lei do aborto, os promotores da iniciativa deram esta segunda-feira mais um passo na sua luta. “Eu acho que há uma coincidência de pontos de vista, donde me parece que estamos a ir num sentido que é desejado por muita gente na sociedade portuguesa”, disse Braga de Cruz no final da audiência. “O senhor Presidente recordou que, há precisamente oito anos, enviou uma mensagem ao Parlamento em que chamava à atenção para muitos dos aspectos que nos movem com preocupação agora. Detectámos que há uma grande coincidência de pontos de vista entre a nossa iniciativa e as preocupações já então expressas pelo senhor Presidente”, sublinhou o antigo reitor da Universidade Católica e um dos quatro membros da comissão promotora da iniciativa pelo Direito a Nascer. Oito anos depois do referendo que liberalizou o aborto, Braga da Cruz considera que o assunto não está encerrado e que, perante os desafios colocados ao país pela baixa natalidade, este é um contributo válido. Depois do encontro com o Presidente da República, a
comissão promotora da iniciativa pelo Direito a Nascer quer reunir-se com cada um dos grupos parlamentares, de preferência durante a actual legislatura. A iniciativa pelo Direito a Nascer defende uma revisão da regulamentação da lei do aborto e maior protecção da maternidade e paternidade, com vista a favorecer a natalidade.
Portugueses distinguidos por investigação sobre Alzheimer Investigadores vão desenvolver em laboratório a doença e "usar o modelo para validar os mecanismos da doença e novas terapêuticas". Cientistas da Universidade Nova de Lisboa (UNL) propõem-se desenvolver em laboratório a doença de Alzheimer, recorrendo a técnicas de reprogramação genética de células humanas. O projecto foi distinguido com o Prémio de Investigação Santander Totta/UNL. Cláudia Almeida, investigadora do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da UNL e coordenadora da equipa, explicou à agência Lusa que o trabalho visa, numa primeira fase, "transformar neurónios normais" humanos em "neurónios em risco de desenvolver a doença" e "usar o modelo para validar os mecanismos da doença e novas terapêuticas". Nos neurónios normais criados serão colocadas "alterações dos genes que estão relacionadas com a doença de Alzheimer, conferindo risco de desenvolvimento da doença" neurodegenerativa, na sua fase tardia, a que ocorre após os 65 anos. A investigadora esclareceu que o grupo pretende "recapitular as principais características da doença", nomeadamente ver se há alterações no biomarcador beta amiloide, o principal constituinte das placas de amiloide observadas no cérebro de pessoas com Alzheimer. O projecto de investigação conta, também, com a colaboração da cientista Catarina Brito, especialista em culturas 3D da Unidade de Tecnologia de Células Animais do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier e do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, da UNL. O Prémio de Investigação Santander Totta/UNL, no valor de 25 mil euros, será entregue, a 22 de Abril, na reitoria da universidade, de acordo com uma nota da organização. A distinção resulta da colaboração entre a UNL e a instituição bancária, que concede o montante, e visa premiar a investigação nas áreas das ciências da vida, ciências sociais e humanas, ciências exactas e engenharias.
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Luta contra a tuberculose vai para as cidades Há razões para satisfação: nunca em Portugal foi tão baixo o número de novos casos. A estratégia para o futuro é divulgada esta terça-feira. O director do programa nacional para a tuberculose, António Diniz, diz à Renascença que a prevenção da tuberculose vai ter de apostar, daqui em diante, nos centros urbanos. Sem querer revelar a estratégia que vai ser divulgada esta terça-feira, Dia Mundial de Combate à Tuberculose, António Diniz avança que “os novos casos de tuberculose têm uma distribuição irregular”, o que vai levar a “recentrar” a prevenção “num conjunto mais reduzido de regiões, nomeadamente urbanas, nas quais a maior concentração de casos de tuberculose se verifica”. “Se conseguirmos obter uma redução do número de casos significativa, implicará uma mudança novamente significativa ao nível de todo o país”, sublinha. Hoje, há menos de 20 casos de tuberculose por cada 100 mil habitantes. É o número mais reduzido de sempre em Portugal. O director do programa nacional diz que o país ultrapassou o marco que o separava dos melhores. Mas continua, contudo, a ser preocupante a percentagem de tuberculose entre os doentes com VIH. Não aumentou, mas mantém-se em níveis muito elevados. “Essa vai ser outra das nossas preocupações”, afirma António Diniz. Há duas semanas, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, realçou na Renascença o facto de a redução significativa dos casos de tuberculose acontecer “depois de um período extremamente difícil” para o país.
Líder do PS "indiferente" a candidatura de Henrique Neto a Belém António Costa soube da notícia pela rádio e não faz comentários. O secretário-geral do PS recusa a fazer comentários sobre uma eventual candidatura a Presidente da República do antigo deputado socialista Henrique Neto, dizendo que soube dela pela rádio e que lhe é "indiferente".
António Costa falava aos jornalistas após ter discursado no encerramento de uma conferência sobre qualificações, que se realizou no Museu de História Natural e da Ciência em Lisboa. "Não sei se há candidatura. Não tenho comentários a fazer", disse, depois de ser questionado se, enquanto líder do PS, não teme uma dispersão de votos à esquerda nas próximas eleições presidenciais no início de 2016. Questionado se foi informado previamente por Henrique Neto sobre a sua possível entrada na corrida a Belém, o secretário-geral do PS contrapôs: "Não falou e nem tinha naturalmente de falar, era o que faltava". "Soube pela rádio. É-me indiferente. Não tenho nenhum comentário a fazer", adiantou António Costa ainda em referência a uma possível candidatura do empresário do distrito de Leiria às próximas eleições presidenciais. Os jornais “Diário de Notícias” e “i” noticiaram esta segunda-feira que o empresário Henrique Neto, antigo deputado do PS, anunciará a sua candidatura presidencial na quarta-feira à tarde, no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.
Roupa e brinquedos dominam produtos perigosos retirados do mercado China é o principal país de origem dos produtos considerados perigosos, sendo responsável por 64% das notificações, segundo o relatório anual do sistema europeu de alerta rápido.
Foto: DR
Cerca de 2.500 produtos foram retirados do mercado da União Europeia em 2014 por serem potencialmente perigosos para os consumidores, tendo brinquedos e peças de vestuário sido os artigos mais apreendidos. O número total de notificações foi de 2.435, o que representa um aumento de 3% face a 2013, continuando a China a ser, de forma destacada, o principal país de origem dos produtos considerados perigosos, sendo responsável por 64% das notificações (percentagem idêntica à do ano anterior), segundo o
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relatório anual do sistema europeu de alerta rápido da Comissão Europeia. Em 2014, os brinquedos (28%) e o vestuário, os têxteis e os artigos de moda (23%) foram as principais categorias de produtos objecto de medidas correctivas, apontando o relatório que entre os riscos mais frequentemente notificados causados por estes produtos contam-se o risco de lesões, os riscos químicos e o risco de asfixia. Os riscos químicos mais frequentes notificados em 2014 referiam-se a produtos como o calçado e os artigos de couro (por exemplo, o crómio VI, uma substância que irrita a pele), os brinquedos e os artigos de puericultura (por exemplo, os amaciadores do plástico, que podem causar problemas de fertilidade), e a bijutaria (por exemplo, metais pesados nocivos). Hungria lidera lista de notificações Já quanto aos Estados-membros da UE onde se registaram mais notificações, a Hungria encabeça a lista (291), seguida de Alemanha (273) e Espanha (272), enquanto Portugal registou 36 notificações (contra 30 em 2013). "Todos os produtos na Europa têm de ser seguros para os nossos cidadãos. Os produtos potencialmente perigosos devem ser retirados do mercado o mais depressa possível. Foi essa a razão por que se criou o sistema de alerta rápido. Ao longo dos anos, este sistema tem-se revelado muito eficaz para garantir a segurança dos consumidores europeus. Trata-se de um exemplo muito pragmático de cooperação da UE em benefício dos nossos cidadãos", comentou a comissária responsável pelos Consumidores, Vera Jourova. A Comissão indicou ainda que o "site" do sistema de alerta rápido atraiu cerca de dois milhões de visitantes em 2014, sustentando o executivo comunitário que, "graças às novas ferramentas de pesquisa, os consumidores e as empresas podem informar-se melhor sobre os produtos perigosos notificados e retirados do mercado".
DECO
Portugueses desperdiçam comida porque não sabem ler os prazos de validade “Consumir até” ou “preferencialmente até” não significa a mesma coisa, alerta a associação de defesa do consumidor.
Portugueses aproveitam as promoções, mas deitam muita comida boa fora. Foto: DR
Os consumidores desperdiçam muitos alimentos, que deitam para o lixo ainda em condições de serem consumidos. A conclusão é da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor - Deco, depois de ter feito um inquérito sobre os hábitos de consumo de bens alimentares. “Fomos surpreendidos por um enorme desperdício e tem muito a ver com algum desconhecimento relativamente à diferença entre as designações ‘consumir até’ ou ‘consumir preferencialmente antes de’ uma determinada data. O que notámos no nosso estudo é que as pessoas entendiam que estas duas expressões valiam o mesmo”, diz à Renascença Bruno Santos, daquela associação. O preço e as promoções determinam a escolha do local para fazer as compras, mas a poupança esvai-se quando se desperdiça muitos alimentos com o prazo de validade a terminar. Bruno Santos dá exemplos de alimentos que não é preciso deitar no lixo mal seja ultrapassada a data de validade: massas e cafés. “Pelo cheiro ou pela textura [é fácil verificar] se ainda se encontram em condições de poderem ser consumidos vencido o prazo”, explica. Com base nas respostas do inquérito, a Deco conclui que a maior parte dos portugueses, quando vai às compras, procura alimentos saudáveis e seis em cada 10 têm o cuidado de ler os rótulos – sobretudo, as mulheres.
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Terça-feira, 24-03-2015
Quico, o cão que fareja a corrupção na Madeira A iniciativa é de Jardim, José Carlos Jardim, o candidato do MAS às eleições madeirenses. Porque a corrupção cheira "mal".
MADEIRA
PND faz campanha de ambulância, porque "há urgência em curar a Madeira do vírus jardinista" Carro de campanha do Partido Nova Democracia também quer "tratar da saúde" ao candidato do PSD, Miguel Albuquerque, que lidera as sondagens.
Quico e o seu dono, uma dupla na estrada Por Maria João Costa
Tem quatro patas, muito pêlo e chama-se Quico. Não ladra, mas fareja. Um cão São Bernardo de três anos participa activamente da campanha eleitoral madeirense ao lado do cabeça-de-lista do Movimento Alternativa Socialista (MAS). Porquê? José Carlos Jardim, o candidato, explica: "Todos aqueles que são corruptos e que ajudam as grandes empresas a fugir aos impostos cheiram mal, deitam um cheiro nauseabundo. Pegámos no nosso cachorro, o Quico, e fomos à procura do cheiro nauseabundo da corrupção". Para "espanto" de José Carlos Jardim, Quico "levou-os" a um edifício onde há várias "empresas-fantasma" ligadas ao "offshore" da Madeira. Depois de pôr Quico no carro de campanha a descansar, depois de ser limpo com toalhitas, José Carlos Jardim diz que o quadrúpede "não irá para a Assembleia porque infelizmente tem lá cachorros a mais". O MAS integra na sua lista João Luís Fernandes, cantoneiro de profissão, uma figura conhecida e que responde à alcunha "Meias". "Se um dia formos governo, serei eu a assumir essas responsabilidades. Mas é o sétimo na lista e queremos o Meias, como carinhosamente lhe chamamos, na Assembleia para mostrar a esses engravatados mal cheirosos que o que é preciso na Assembleia é gente honesta, gente decente", diz. Além da corrupção, o MAS quer combater o desemprego e a subida dos impostos na Madeira. Concorrem às eleições de domingo 11 listas: oito partidos (PSD, CDS, BE, JPP, PNR, MAS, PND e PCTP/MRPP) e três coligações, Mudança (PS/PTP/MPT/PAN), CDU (PCP/PEV) e a Plataforma de Cidadãos (PPM/PDA).
Por Maria João Costa
Na campanha para as eleições do próximo fim-desemana na Madeira, há quem recorra a um cão para farejar a corrupção e há quem utilize uma ambulância para salvar o arquipélago. É o caso do Partido Nova Democracia (PND). Depois do carro funerário que marcou a campanha presidencial de José Manuel Coelho, é uma ambulância decorada a rigor que dá boleia ao PND na actual corrida para o parlamento regional. "Temos aqui o PND urgência. Há urgência do PND curar a região do vírus jardinista. Temos um tratamento de choque contra os corruptos. Somos um partido que luta contra os grandes grupos económicos. Descontaminamos também albuquerquistas. No fundo, isto é uma metáfora para dizer às pessoas que a Madeira precisa de tratamento urgente", afirma o candidato Gil Canha. Nestas urgências móveis trata-se também da “saúde” a Miguel Albuquerque, o candidato do PSD, que lidera as sondagens. “O Dr. Miguel Albuquerque, ao contrário do que as pessoas pensam, fez sempre parte do regime. Miguel Albuquerque e o PSD é uma serpente que mudou de pele”, acusa Gil Canha. Apostado em combater a dívida da Madeira, o candidato do PND procura ainda outros remédios para a saúde do arquipélago. Não conhece todos os “fármacos”, mas a quem se cruza com a ambulância do Partido Nova Democracia deixa um pedido: “Vote PND e salve o doente”.
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Terça-feira, 24-03-2015
Há alunos que ainda não recuperaram aulas perdidas no início do ano lectivo Depois dos erros na colocação de professores, as aulas de recuperação vão prolongar-se, em algumas escolas, pelo terceiro período.
Foto: Tiago Petinga/Lusa Por Fátima Casanova
Há alunos que ainda não recuperaram todas as aulas perdidas no início do ano lectivo e vão continuar a receber apoio durante o terceiro período. Por causa dos erros na colocação de professores que envolveram a polémica bolsa de contratação de escola, milhares de alunos começaram as aulas várias semanas mais tarde. As escolas definiram planos de recuperação. Muitas delas precisam de recuperar dois meses de atraso, uma tarefa que no agrupamento de Cinfães ainda vai prolongar-se por todo o mês de Abril. O director Manuel Pereira, que também é responsável pela Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), garante que os alunos vão ter todas as aulas em falta, mas isso não significa que não saiam prejudicados de todo este processo. “Teoricamente, os alunos vão ter as horas previstas em todas as disciplinas. A verdade é que não é possível em sete fazer aquilo se devia fazer em nove meses ou, se se fizer, é de forma mais apressada. Há sempre algum prejuízo para os alunos”, admite Manuel Pereira. Cerca de 300 alunos do terceiro ciclo do agrupamento de escolas de Cinfães vão prosseguir com aulas de recuperação depois das férias da Páscoa. O mesmo vai acontecer no agrupamento de escolas Costa Matos, em Gaia, adianta o director Filinto Lima, dirigente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). No agrupamento de Carcavelos, as aulas de recuperação chegaram ao fim para as mais de dez turmas, mas o director Adelino Calado avisa o Ministério da Educação que os atrasos na colocação de professores não podem repetir-se. Contactada pela Renascença, fonte do Ministério da Educação garante que a preparação do próximo ano
lectivo está a decorrer sem sobressaltos e, em breve, haverá novidades.
Aí estão as férias da Páscoa. Como ocupar os miúdos? É uma inquietação para muitas famílias. As férias da Páscoa podem ser aproveitadas para actividades alternativas ou para recuperar atrasos nos conhecimentos. As escolas interromperam as suas actividades lectivas durante duas semanas, mas os pais, em muitos casos, continuam a ter de se apresentar ao serviço. Para muitas famílias este é um tempo de inquietação e de despesas extra. A Renascença dá conta de algumas soluções para este problema. No Porto, por exemplo, há oficinas das férias da Páscoa, na Fundação de Serralves. Também há quem aproveite esta época para apostar no estudo acompanhado de alunos que estão a ter dificuldades. Nota: Se consulta esta página num dispositivo móvel, as reportagens áudio podem não estar disponíveis
Viagens de finalistas. Operação "Spring break" fiscalizou 182 autocarros GNR reforçou a fiscalização, entre sextafeira e domingo, nas fronteiras de Vilar Formoso, Caia e Vila Real de Santo António.
Foto: DR
A GNR fiscalizou 182 autocarros e apreendeu 4,98 gramas de haxixe durante a operação realizada no fimde-semana, nas principais fronteiras terrestes, junto dos jovens que se deslocaram para Espanha em viagens de finalistas. A GNR reforçou a fiscalização, entre sexta-feira e
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domingo, nas fronteiras de Vilar Formoso, Caia e Vila Real de Santo António, numa acção realizada em conjunto com a Guardia Civil espanhola. A operação, denominada "Spring break", visou "prevenir a adopção de comportamentos de risco" por parte da população jovem que se desloca nesta altura do ano para o sul de Espanha e Catalunha. Os militares da Guarda Nacional Republicana fiscalizaram 182 veículos pesados de passageiros e apreenderam 4,98 gramas de haxixe. Em comunicado, a GNR refere ainda que as acções de sensibilização realizadas nas escolas pelos militares da Escola Segura "terão sido um factor determinante para uma maior consciencialização dos riscos inerentes ao consumo de estupefacientes".
Viagens de Páscoa. Portugueses preferem Londres e Paris Estudo do motor de busca Trivago indica que, este ano, os portugueses voltaram a procurar países estrangeiros como destino nas férias desta época.
destinos nacionais mais procurados. Lisboa surge em décimo primeiro lugar na lista dos 15 destinos europeus. No cimo da tabela, volta a estar Londres. Os portugueses são dos que menos gastam na estadia, atrás de britânicos, franceses, italianos, espanhóis e dos suíços e noruegueses que são os que apresentam maior disponibilidade financeira.
Crime no fisco, disse ele Neste noticiário: Morais Sarmento diz que há crime de violação da privacidade por parte de funcionários do fisco; há quem esteja a pagar contas não autorizadas por débito directo; clientes lesados do BES poderão receber apenas metade do dinheiro; Câmara de Lisboa retira proposta de isenções para Benfica; mulheres são as mais afectadas pelos empregos que não garantem subsistência. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
O perigo mora em França O partido de extrema-direita ficou aquém do que a sua líder, Marine Le Pen, esperava, mas deixou de ser um partido marginal. E a sua campanha foi financiada por um banco russo, próximo de Putin.
Foto: DR Por Teresa Almeida
Mais portugueses vão aproveitar as férias da Páscoa para viajar e muitos optam pelo estrangeiro como destino. Para o período entre 2 e 5 de Abril, Londres e Paris são os destinos mais procurados. As informações foram recolhidas pelo motor de busca de hotéis Trivago, que é consultado por mais de 80 milhões de visitantes, todos os meses. Às capitais britânica e francesa, seguem-se Albufeira, Barcelona e Amesterdão, que fecham o "top 5" das preferências portuguesas para esta época do ano. O estudo da Trivago recorda que, no ano passado, por esta altura, os portugueses escolhiam não sair do país, tendo como destinos preferenciais Lisboa e Albufeira. Para os que ficam por cá gastam, em média, em Albufeira, 70 euros por noite, enquanto Lisboa regista uma média de 105 euros por noite. Funchal é o destino mais caro, em Portugal, durante as festividades pascais. Já para os estrangeiros, Lisboa, Porto e Albufeira são os
Por Francisco Sarsfield Cabral
A queda dos grandes partidos tradicionais na Europa não se acelerou tanto como muitos receavam nas eleições de domingo na Andaluzia e em França. Na Andaluzia, uma autonomia maioritariamente socialista desde há muito, o PSOE obteve os mesmo número de deputados regionais (47) do que em 2012. O Podemos elegeu 15, menos do que esperava.
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Terça-feira, 24-03-2015
O PP de Rajoy foi o grande derrotado, mas a subida fulgurante do Podemos parece em vias de inversão – porque a economia espanhola recupera e porque os resultados do Syriza na Grécia não são animadores. Nas eleições locais francesas o partido de extremadireita de Marine Le Pen também ficou aquém do que ela esperava. A direita de Sarkozy teve mais votos e o Partido Socialista quedou-se num modesto terceiro lugar. Do mal o menos, decerto, mas a Frente Nacional de Marine Le Pen já não é um partido marginal. Embora mais civilizada do que o pai (o que lhe traz votos), Marine é xenófoba e racista, anti-imigrantes e anti-UE (e não apenas anti-euro) e apoia Putin. Um banco russo, próximo de Putin contribuiu para financiar a campanha de Le Pen. Não augura um futuro tranquilizador.
Só a mudança travará os extremismos A pré-guerra já está no discurso, porque começa a estar nas “ ideias”. É importante travá-la, ainda aí.
No próximo domingo, talvez Sarkozi consiga a almejada vitória das Departamentais francesas, “essencial à alternância”, mas, ao consegui-la, arriscase a ganhar apenas uma batalha sem garantir que, daqui a alguns meses, não perderá a guerra contra o chamado “nacionalismo de exclusão”. Para esta vitória de Pirro, conta com a ajuda já anunciada do PS de Hollande (que não hesitou em apelar ao voto na UMP sempre que isso se mostre essencial à derrota de Marine Le Pen). O ex-Presidente francês, que recusa pagar ao PS na mesma moeda sempre que este enfrentar sozinho a Frente Nacional, mostra, no entanto e até aqui, que está muito longe de perceber o verdadeiro filme. O problema não se resume em assegurar o rotativismo do centrão francês, que tanto o anima no regresso à política activa. O perigo está na incapacidade de os partidos que o constituem impedirem a fuga do eleitorado que procura políticas diferentes e exige efectiva mudança. É esse eleitorado abandonado, desiludido e descontente que está literalmente a ser empurrado para os extremos. Não apenas em França,
mas também ali. Marine não conseguiu os 30% nem o primeiro lugar, garantido pelas sondagens. Mas conseguiu (com candidatos quase totalmente desconhecidos) o seu melhor resultado de sempre. Uns 25,7% que a colocam como segundo maior partido (à frente dos 21% conseguidos pelo PS, no Governo, e a escassos três pontos da coligação de direita da UMP). Pior, em muitos casos: Marine consegue à primeira volta a vitória imediata em vários cantões, com resultados a rondar os 30%, e fica dez pontos acima das eleições de 2011. Qualquer vitória nas “Departamentais”, correspondentes às autárquicas francesas, é um trunfo adicional para a subida em flecha do partido. Marine tem conseguido que a gestão autárquica dos seus poucos eleitos se paute por um inegável sucesso popular, com idosos e jovens numa aliança improvável a louvarem a gestão próxima e participada dos seus novíssimos autarcas. Limpar cidades e aumentar a segurança das ruas pode melhorar rapidamente o seu score eleitoral e Marine sabe-o como ninguém. Como também sabe que tem de descolar do passado quase fascista do pai. A entrevista dada ao Expresso, desta semana, é paradigmática desse cuidado (na preocupação expressa contra o crescente antisemitismo e na cuidadosa recusa de tudo o que possa ser visto como islamofobia). Ninguém de bom senso defende a “guetização” dos imigrantes muçulmanos e as suas supostas reivindicações do direito a impor a sharia em França. Ora, quando o limite é colocado aí e se exibem os apoios de múltiplas comunidades de emigrantes integradas, como a portuguesa, fica difícil acusá-la de xenófoba radical. Marine faz, aliás, questão de dizer que não se vê à direita da direita. “Não sou por menos Estado, não sou por mais privatizações. Não sou pelo ultraliberalismo. Não sou por essas leis de mercado que eu considero deverem ser controladas porque, caso contrário, conduzem ao esclavagismo,” enfatiza mesmo, tentando provar que “ não é de esquerda nem de direita”, mas apenas “patriota” e até pode ser vista como “de extrema-esquerda para Sarkozi e de extrema-direita para Hollande. Neste discurso fica evidente a multiplicidade de pontos de contacto entre a FN e uma série de partidos de extrema-esquerda (do Syriza ao Podemos espanhol, que vai já ocupar, depois das eleições deste fim de semana, 15% dos lugares disponíveis no Parlamento da Andaluzia). Convergem no discurso anti-euro, antiausteridade, pró-nacionalização da banca, antiglobalização, anti-poderes difusos da alta finança, antitroika, anti euro-burocracia-europeia, e mesmo “anticasta” (essa formulação comum a toda a contestação da promiscuidade entre política e interesses dos ditos partidos do sistema). Para perceber melhor o que pode estar em causa, vale a pena ler hoje João Carlos Espada, no Público, com a sua análise da entrevista de Marine ao Expresso centrada na desconstrução da visão da Europa como “uma prisão “, em que Durão Barroso não seria mais do que o “ chefe dos guardas prisionais” e Merkel a “directora” rodeada de lideres europeus reduzidos à qualidade de “perfeitos da União”, que, em vez de defenderem os interesses dos respectivos povos,
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“recebem ordem e as executam”. O professor vê mais longe notando: "Para as famílias políticas democráticas, o critério de representatividade é a eleição em liberdade. Para as famílias políticas não democráticas, o critério de representatividade reside na ‘defesa dos direitos do povo’ - de que essas famílias são os verdadeiros intérpretes, e que em regra interpretam como um interesse uno”. E porque “ as ideias têm consequências” observa que o único país elogiado pela líder da Frente Nacional é a Rússia de Putin, para concluir, as ideias da “ velha esquerda e da velha direita autoritárias da década de 30” reaparecem hoje “ na linguagem do Syriza , na Grécia e da Frente Nacional em França”. Vale a pena parar para pensar não em como garantir alternância mas em como promover a necessária mudança essencial à preservação da própria Democracia. A pré-guerra já está no discurso, porque começa a estar nas “ ideias”. É importante travá-la, ainda aí.
Andaluzia. Candidata do PSOE vai "governar sozinha" sem coligações "Os andaluzes falaram claro nas urnas", disse a vencedora das eleições de domingo. O PSOE ganhou as eleições autonómicas naquela região. A vencedora das eleições na Andaluzia, a cabeça de lista do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) Susana Díaz, declarou que governará num governo minoritário, porque goza "de uma estabilidade que não tinha antes", quando estava em coligação com a Izquierda Unida. Numa entrevista à rádio Cadena Ser, esta segundafeira, Susana Díaz recordou que na anterior legislatura "esteve permanentemente sujeita" às decisões do seu parceiro de coligação, os comunistas da Izquierda Unida (IU), e sem a legitimidade de ter ganho nas urnas. Nas eleições de 2012, o PSOE não foi o partido mais votado (foi o PP andaluz), mas conseguiu formar Governo graças a uma coligação com a IU, o que permitiu continuar o registo de 33 anos seguidos de governação PSOE na maior e mais populosa região de Espanha. Por outro lado, Susana Díaz também não tinha sido a candidata em 2012 para presidente da Junta da Andaluzia, tendo sucedido ao eleito José Antonio Griñán, que se afastou devido aos casos de corrupção no PSOE Andaluzia). "Os andaluzes falaram claro nas urnas", disse a vencedora das eleições de domingo, afirmando que "agora mesmo há uma ampla maioria do PSOE" no parlamento andaluz. Durante a campanha, Susana Díaz tinha fechado a possibilidade de fazer coligações com todos os
partidos, à excepção do Ciudadanos, que na noite das eleições disse que não formaria Governo, mas deixou a porta aberta a acordos de governação. Nesta entrevista à Cadena Ser afirmou que, "apenas se o Podemos se unir ao PP ou todos se juntarem contra o Governo", poderão bloquear as suas medidas. Reafirmou que vai cumprir a legislatura até ao fim, na Andaluzia (respondendo assim aos analistas que dizem que a dirigente andaluza quer disputar a liderança nacional do PSOE a Pedro Sánchez). PSOE elege 47 deputados O PSOE da Andaluzia ganhou as eleições autonómicas naquela região, conseguindo eleger 47 deputados (o que não lhe dá maioria absoluta), mas com os partidos emergentes Podemos (15 deputados) e Ciudadanos (9) a entrar com forte representação no parlamento andaluz. Susana Díaz conseguiu igualar o resultado obtido nas eleições de 2012 (apesar de o PSOE ter tido menos votos) e foi o único partido que aguentou a ascensão dos emergentes. O grande perdedor da noite foi o PP andaluz (com Juan Manuel Moreno à frente da lista), que conseguiu apenas 33 deputados (ou seja, perdendo 17 assentos face aos 50 das eleições de 2012). O PP perdeu votos para todos os partidos, sobretudo para os emergentes Podemos e Ciudadanos, que se apresentaram pela primeira vez a votos na Andaluzia. O Podemos, partido de Pablo Iglesias, com Teresa Rodríguez à frente na Andaluzia, elegeu 15 deputados, o Ciudadanos de Albert Rivera (com Juan Marín na Andaluzia) teve uma votação que lhe dá 9 deputados no parlamento regional andaluz. O resultado dos emergentes é ainda mais significativo uma vez que a Andaluzia é uma região conservadora, nacionalista e tradicionalmente de esquerda (o PSOE ganha aqui desde 1982).
Há divergências, mas Alemanha tem "apetite" para cooperar com a Grécia Nem os gregos são "preguiçosos" nem os alemães são culpados de "todos os males", disse Tsipras no final do seu primeiro encontro a sós com Merkel. Por Ricardo Vieira
Há “apetite pela cooperação”, mas ainda subsistem divergências, afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, no final de uma reunião com o primeiroministro grego, Alexis Tsipras. Foi o primeiro encontro a sós dos dois líderes. Merkel disse aos jornalistas, em conferência de imprensa realizada em Berlim, que "as conversações com a Grécia vão continuar", numa altura em que o
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governo de Atenas está a ficar sem dinheiro para fazer face aos seus compromissos. A Alemanha deseja que a Grécia seja "forte do ponto de vista económico" e reduza a elevada taxa de desemprego, mas deve implementar reformas estruturais e ter finanças sólidas, sublinhou Merkel. A chanceler alemã declarou que as novas reformas propostas por Atenas vão ser avaliadas pelos ministros das Finanças da Zona Euro e não apenas pela Alemanha. Em declarações ao lado do primeiro-ministro grego, a chanceler garantiu que olha para todos os parceiros europeus da mesma maneira. “Apesar de sermos 80 milhões na Alemanha e de sermos a maior economia da União Europeia, esta Europa é baseada no princípio de que cada país é igualmente importante, independentemente do número de residentes”, afirmou Merkel. Fim dos estereótipos A reunião desta segunda-feira, em Berlim, foi o primeiro encontro a sós entre a chanceler alemã e o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que garantiu não ter ido Berlim pedir dinheiro. Tsipras deseja um novo começo nas relações conturbadas entre a Grécia e a Alemanha. Apelou ao fim dos estereótipos de que os gregos são "preguiçosos" e os alemães responsáveis pela crise da dívida e por "todos os males". Foto: EPA Questionado por um jornalista, Tsipras considera que a capa da revista alemã "Der Spiegel" em que Merkel aparece numa fotomontagem ao lado de oficiais nazis junto à Acrópole de Atenas é uma "provocação injusta". Num reparo ao seu ministro da Justiça, Tsipras garantiu que a Grécia não pretende apreender nem leiloar propriedade alemã como forma de reparação pela ocupação durante a II Guerra Mundial. "Por favor, vamos deixar estes fantasmas do passado para trás. A Alemanha democrática de hoje nada tem a ver com a Alemanha do Terceiro Reich", frisou. Merkel considera que a questão das indemnizações de guerra está encerrada (tanto em termos políticos como legais), mas reconheceu o sofrimento grego durante a II Guerra Mundial. [Notícia actualizada às 19h41]
Médicos Sem Fronteiras: "Meses e vidas perderam-se" na lenta resposta ao ébola Um ano depois do início da epidemia, mais de dez mil pessoas morreram e cerca de 25.000 foram infectadas pelo vírus.
Foto: EPA
Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) criticam a lenta resposta da comunidade internacional no combate ao ébola, num relatório que descreve os "horrores indescritíveis" que a agência humanitária presenciou durante o trabalho contra a doença. Um ano depois do início da epidemia de ébola, mais de dez mil pessoas morreram e cerca de 25.000 foram infectadas pelo vírus, que foi identificado pela primeira vez na zona ocidental de África, principalmente na Guiné, na Libéria e na Serra Leoa. Para os MSF, "meses e vidas perderam-se" porque a Organização Mundial de Saúde (OMS), que "é responsável por liderar emergências de saúde globais e que detém o conhecimento para controlar o surto", falhou em responder de forma rápida e adequada. O relatório acusa a Rede Global de Alerta e Resposta da OMS (GOARN, na sigla em inglês) de ignorar os pedidos de ajuda desesperados dos técnicos em Junho. "Lembro-me de enfatizar que tínhamos a hipótese de parar a epidemia na Libéria se a ajuda fosse enviada naquela altura", afirmou Marie-Christine Ferir, coordenadora de emergência dos MSF. "Foi no início do surto e ainda havia tempo. O pedido de ajuda foi ouvido mas não foram tomadas medidas", lembrou. A OMS não definiu um centro regional para coordenação da resposta médica até Julho, altura em que já tinha surgido uma segunda onda da epidemia. Maior programa de formação na história "Todos os elementos que levaram ao reaparecimento do surto em Junho também estavam presentes em Março, mas a análise, o reconhecimento e a vontade de assumir responsabilidades para responder de forma robusta não estavam lá", refere o relatório.
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Por outro lado, os MSF recordam que dispunham de apenas 40 pessoas com experiência com ébola quando o surto começou: "Não conseguíamos estar em todo o lado ao mesmo tempo, nem devia ser o nosso papel assumir uma resposta sozinhos", afirmou Brice de le Vingne, director de operações da MSF. Foi apenas quando um médico norte-americano e uma enfermeira espanhola foram diagnosticados com ébola que o mundo acordou para a ameaça do vírus, considera a agência humanitária no relatório divulgado esta segunda-feira. Contactada pela agência noticiosa France Press (AFP), a OMS não quis comentar o relatório. Os MSF também culpam os governos da Guiné e da Serra Leoa por recusarem admitir a escala da epidemia, afirmando que colocaram "obstáculos desnecessários" no caminho das equipas dos MSF. A crise levou ao maior programa de formação na história da agência, com 1.300 técnicos internacionais e 4.000 locais mobilizados.
Activista angolano não espera qualquer ajuda do Governo português Rafael Marques começa a ser julgado em Luanda. É acusado de "denúncia caluniosa" por ter exposto, no livro "Diamantes de Sangue", casos de alegados abusos dos direitos humanos ocorridos na região diamantífera da Lunda-Norte.
direitos humanos na região diamantífera da LundaNorte, em Angola. Os queixosos são sete generais, liderados pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, conhecido como `Kopelipa`, e os representantes de duas empresas diamantíferas. A secção portuguesa da Amnistia Internacional lançou uma petição em que apela ao Governo português para interceder junto do executivo de Luanda para que seja retirada a acusação contra o jornalista angolano Rafael Marques. "Ajude-nos a apelar ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que encorajem o Governo de Angola a retirar a acusação contra Rafael Marques", refere a petição divulgada através da página oficial da Amnistia Internacional na internet. A organização considera que o também activista está a ser alvo de perseguição "por exercer o seu direito à liberdade de expressão protegido pelo direito internacional", acrescenta a Amnistia Internacional. "Rafael Marques tem sido repetidamente perseguido por responsáveis do Governo de Angola, e está agora a ser alvo de acusação pelo simples exercício do seu direito à liberdade de expressão, reconhecido e garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, e pelos Artigos 40 e 44 da Constituição de Angola, assim como por outros instrumentos jurídicos dos quais Angola é signatária, incluindo a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos", diz o texto da petição. Entretanto, o livro "Diamantes de Sangue" vai ficar esta segunda-feira disponível na Internet, em solidariedade com o autor, disse à agência Lusa a responsável pela editora. "Desta forma, os angolanos - que não têm acesso ao livro - podem consultá-lo gratuitamente a partir de hoje", disse à Lusa, Bárbara Bulhosa, da editora Tinta da China.
Mais um jihadista luso-descendente terá morrido em combate O jornalista angolano Rafael Marques não espera qualquer ajuda do Governo português, referindo-se à petição que a Amnistia Internacional lançou sobre o seu julgamento, que começa na terça-feira em Luanda. "É uma iniciativa da secção portuguesa da Amnistia Internacional que muito agradeço, mas todos sabemos qual é o papel do Governo português sobre Angola. É de total harmonia com os interesses corruptos e autoritários deste regime", disse à agência Lusa Rafael Marques. O jornalista e activista angolano foi acusado de "denúncia caluniosa", por ter exposto no livro "Diamantes de Sangue" alegados abusos contra os
Abu Al-Faruq de 15 anos, tem nacionalidade luso-argelina, e saiu de Portugal em Junho do ano passado. Um luso-argelino terá sido morto na Síria, ao serviço do autodenominado Estado Islâmico. A informação está a ser divulgada nas redes sociais, mas ainda não foi confirmada pelas autoridades portuguesas. A notícia começou por ser divulgada pela revista “Sábado”, com base em informação veiculada na internet por fontes ligadas aos terroristas. Abu Al-Faruq, de 15 anos, tem dupla nacionalidade e terá saído de Portugal em Junho do ano passado.
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Este jovem será filho de Abu Juwayria al-Burtuqali, um suposto comandante cuja morte também foi anunciada pelo Estado Islâmico no início deste mês. "Portughali" morreu num atentado suicida, em Kobani, junto à fronteira com a Turquia. A Renascença contactou o Governo português, mas até ao momento não obteve resposta. A confirmar-se a notícia, esta será a quinta morte de cidadãos com nacionalidade portuguesas anunciadas pelos terroristas. O termo "Portughali" significa português em árabe. É comum os jihadistas adoptaram como apelido a referência geográfica aos seus países de origem. Normalmente, porém, os combatentes e simpatizantes portugueses utilizam o termo "al-Andalusi", ou uma variante, utilizando portanto o nome dado à Península Ibérica durante a ocupação árabe. O que é o Estado Islâmico?
diz o responsável pelo departamento dos jovens. Mas a aventura espiritual não fica por aqui. "Dali partimos para Monsaraz, mas a pé. São cerca de seis quilómetros, numa espécie de peregrinação. Lá teremos a Eucaristia por volta das quatro e meia da manhã. Depois, regressamos a Évora onde fazemos o envio dos jovens às suas paróquias". O tema "Felizes os puros de coração porque verão a Deus" dá sentido à jornada, que quer ser também de preparação para o encontro mundial dos jovens com o Papa no próximo ano. "O próprio Papa na mensagem que deixou aos jovens fala-nos deste desejo de felicidade. E este é um desejo que é inerente a todo o ser humano. E esta é a mensagem de Jesus: se queres ser feliz deixa tudo e segue-me. Mas deixa tudo o que não te deixa ser feliz. É uma mensagem que continua a ser actual e desafiante para os jovens de hoje", sublinha o sacerdote.
Jovens de Évora fazem "directa com Deus"
"Caminho da Luz" está em Portugal
Oração, música na "Cristoteca" e uma caminhada marcam a jornada diocesana "All Night Long".
Foto: Joana Bourgard/RR Por Rosário Silva
É uma verdadeira "directa com Deus", como diz o padre Fernando Lopes. Chama-se "All Night Long" e é orquestrada pelo Departamento da Pastoral Juvenil para assinalar o Dia da Juventude na Arquidiocese de Évora. Tudo começa na noite de sexta-feira, 27 de Março, às 21h30, na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora (Salesianos) em Évora, e termina pelas 9h00 do dia 28. "Iniciamos a nossa actividade na igreja dos Salesianos com uma oração que vai ser preparada pelas equipas de jovens de Nossa Senhora. Queremos colocar todos os movimentos juvenis da nossa diocese a participarem neste encontro", explica o padre Fernando Lopes. Depois da oração, por volta "da meia-noite e meia", a noite segue para o Campinho onde haverá uma "Cristoteca" animada por um DJ. "Oferecemos música de inspiração cristã para os jovens perceberem que também se podem divertir com Cristo no meio deles",
Iniciativa leva a vários países o cajado de peregrina de Santa Teresa D'Ávila. Por Ana Lisboa
Está em Portugal o "Caminho da Luz", no âmbito do 5º centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus ou Teresa D'Ávila, como também é conhecida. Desde 15 de Outubro que a iniciativa tem levado a vários países o cajado de peregrina da religiosa e reformadora da Ordem dos Carmelitas Descalços. O bastão também passou pelo Vaticano, onde foi abençoado pelo Papa Francisco. No domingo esteve na Basílica da Estrela, em Lisboa, e esta tarde chega a Fátima. Amanhã vai para o Porto. Na quarta e quinta-feira estará em Braga, de onde se despede de partida para Ávila, terra-natal de Santa Teresa de Jesus. O programa detalhado pode ser consultado na internet, no "site" das Carmelitas. Esta iniciativa é uma homenagem ao seu espírito missionário que a fez fundar conventos por toda a Espanha.
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Serviço Jesuíta aos Refugiados dá formação a imigrantes desempregados
Calouste Gulbenkian.
Projecto “Capacitação 4Job” pretende preparar jovens para se integrarem no mercado de trabalho.
O Papa pediu, o Papa tem. Pizeiro Enzo Cacialli explorou vários tipos de queijo na iguaria. "Dei-lhe a pizza e ele, a sorrir, disse 'obrigado'", contou.
Por Ana Lisboa
Inverter um ciclo de pobreza, dando formação e experiência laboral a quem não tem emprego é o objectivo este projecto “Capacitação 4Job”, do Serviço Jesuíta aos Refugiados. Projecto vai habilitar 45 jovens imigrantes entre os 18 e os 30 anos para poderem integrar-se no mercado de trabalho. Com uma larga experiência na integração profissional de imigrantes, o Serviço Jesuíta pretende dar ferramentas a este grupo para que possa inverter a situação de pobreza e de vulnerabilidade em que se encontra. Daí que a selecção dos jovens tenha em consideração uma série de factores de risco. André Costa Jorge, director do Serviço Jesuíta aos Refugiados, explicou à Renascença que se procura “seleccionar aqueles que reúnem um conjunto de condições em termos de perfil, mas também os que estão em situação mais vulnerável, isto é, aqueles que têm maior necessidade e têm menos rede e menos apoio social. Todos estavam desempregados e manifestavam potencial e competências básicas que lhes permitiam apostar nestas pessoas de forma que elas invertessem um ciclo de exclusão.” Até Abril de 2016, três grupos de 15 jovens vão passar por várias fases. Um primeiro já está em contexto de trabalho e um segundo está prestes a iniciar a formação naquela que é a parte teórica, em que “aprendem um conjunto de ferramentas de valorização pessoal e de conhecimento da realidade da empregabilidade” e ainda “um conjunto de comportamentos que os habilitam a ter uma atitude mais correcta para o contexto laboral.” Segue-se a experiência no mercado de trabalho graças a um parceiro que é o Grupo Jerónimo Martins. André Costa Jorge adianta que “de acordo com o perfil dos jovens, as pessoas vão desempenhar funções em vários serviços disponíveis, seja na reposição, seja nas cozinhas, seja noutra actividade qualquer de acordo com as necessidades do empregador.” O objectivo é que estes jovens possam conseguir “uma empregabilidade de 100% concretamente no Grupo Jerónimo Martins.” Mas quem não conseguir isso, também não perdeu nada, antes pelo contrário, “ganharam competências e poderão concorrer para outras oportunidades de emprego que possam surgir no futuro.” “Capacitação 4Job” é um projecto enquadrado no Programa Cidadania Activa e é gerido pela Fundação
Desejo satisfeito. Papa recebe pizza durante percurso em Nápoles
Durante uma visita a Nápoles, Francisco recebeu um presente comestível. O dono de uma pizzaria conseguiu passar o cordão de segurança e entregar uma pizza ao Papa, quando este fazia um percurso pela cidade no papamóvel. No sábado, o pizeiro Enzo Cacialli quis satisfazer uma vontade do Papa que afirmou, numa entrevista recente, que um dos seus maiores desejos era poder sair do Vaticano e ir comer uma pizza, sem que ninguém o reconhecesse. "Dei-lhe a pizza e ele a sorrir disse 'obrigado'", descreveu Cacialli à estação CNN. "Ainda é difícil acreditar que consegui", confessou o pizeiro. "Oferecer ao Papa uma pizza que fiz com as minhas próprias mãos é algo muito emotivo. É complicado expressar o quanto este gesto significa para mim, pois ele é um homem que amamos e valorizamos – uma pessoa bonita cheia de humanidade". A pizza de massa fina dizia "O Papa" e tinha por ingredientes vários tipos de queijo e tomate cereja amarelo. Formavam um padrão de cores alusivo ao Vaticano. Enzo Cacialli conseguiu assim manter uma tradição na família, uma vez que o seu pai já tinha feito chegar uma pizza a mãos famosas, neste caso a Bill Clinton, em 1994, aquando uma visita do ex-Presidente norteamericano a Nápoles.
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Revista "Orpheu". Há cem anos, começava uma revolução na literatura portuguesa Publicação de vanguarda reuniu criadores como Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Santa-Rita Pintor e Almada Negreiros.
Um congresso internacional, leituras, exposições e performances vão assinalar o centenário da revista “Orpheu”, um publicação de vanguarda que revolucionou a literatura em Portugal. Almada Negreiros comparou-a a uma "bofetada no gosto público". O Congresso Internacional do Centenário do Orpheu arranca esta quarta-feira, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa. Os trabalhos vão decorrer até sexta-feira. No sábado, no Centro Cultural de Belém, vão realizar-se diferentes mesas redondas e a conferência de encerramento, pelo ensaísta Eduardo Lourenço, o autor de "Fernando, rei da nossa Baviera". Para o catedrático Arnaldo Saraiva, que abre este congresso internacional, a "Orpheu foi uma ruptura na cultura portuguesa - mais do que uma revista, foi um movimento que se tornou memorável e, tal como disse Fernando Pessoa, apesar de extinto, [o movimento] tornou-se inextinguível". A revista Orpheu teve dois números publicados, o primeiro, em finais de Março de 1915, e o outro, em Julho desse ano, mas Saraiva defende que se deve também considerar o terceiro número, que ficou pronto, mas não foi publicado, por dificuldades financeiras. Este terceiro volume saiu a público anos mais tarde, em 1984, com edição de Arnaldo Saraiva, através da extinta editora Ática. A Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, vai também assinalar o centenário da “Orpheu”, a partir desta quarta-feira, com um programa aberto ao público, de carácter transversal, com artes plásticas, performances e leituras. A celebração abrirá com a inauguração da exposição de Pedro Proença, "Os testamentos de Orpheu". O artista plástico vai mostrar pinturas, cartazes e esculturas com textos, colagens e pequenos ensaios. A partir de sábado, e até 25 de Abril, a Casa Fernando
Pessoa levará a revista “Orpheu” aos cafés de Lisboa, através de actores e textos que evocam o espírito do grupo de fundadores e colaboradores. Em parceria com o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, será realizada uma exposição itinerante intitulada "Nós, os de Orpheu", que circulará internacionalmente na rede do instituto, assim como, no espaço nacional, na rede escolar e na rede de bibliotecas. A exposição “Os caminhos de Orpheu” é inaugurada esta quarta-feira, na Biblioteca Nacional, em Lisboa. Comissariada pelo escritor Richard Zenith, a mostra apresenta originais de Fernando Pessoa, Mário de SáCarneiro e outros colaboradores, cartas, publicações da época e obras de artes plásticas de Almada-Negreiros, Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza Cardoso. A revista Orpheu foi uma publicação de vanguarda em Portugal, que reuniu criadores como Fernando Pessoa (1888-1935), Mário de Sá Carneiro (1890-1916), SantaRita Pintor (1889-1919) e Almada Negreiros (1893-1970), que a definiu como "uma bofetada no gosto público".
GNR regressam aos álbuns com "Caixa Negra" Disco é editado por uma editora independente, criada pela banda de Rui Reininho.
Foto: DR
Os GNR têm um álbum novo. "Caixa Negra", que assinala o regresso do grupo português às canções pop, foi editado esta segunda-feira por uma editora independente criada pela banda. Toli César Machado, Jorge Romão e Rui Reininho estão no Grupo Novo Rock (GNR) desde os anos 1980, há mais de 30 anos, e tentam agora adaptar-se ao mercado com este novo álbum. As dez canções de "Caixa Negra" são um regresso aos tempos antigos dos GNR, disse Toli César Machado à agência Lusa. Produzido por Mário Barreiros, o álbum tem nove originais - como "Cadeira eléctrica" e "Triste titan" - e uma versão de "Desnorteado", recuperado do disco "Defeitos especiais", de 1984. "É um bocadinho voltar ao início, com menos convidados, e retomamos o som dos GNR, aquelas marcas da banda, nas baterias, nas guitarras, um som
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mais limpo, com menos instrumentos", explica o músico. Os GNR já não editam um álbum de originais desde 2010, ano em que publicaram "Retropolitana". Em 2011 lançaram "Voos domésticos", em que revisitavam temas antigos. Depois disso, decidiram tomar as rédeas da banda e criaram o selo discográfico independente Indiefada, pelo qual sai "Caixa Negra", com distribuição da Sony Music. "Não estávamos contentes com as coisas como estavam e decidimos avançar. É uma coisa que já outras bandas fazem, isto da edição própria, até porque os discos cada vez se vendem menos. Nós demorámos um bocadinho, mas estamos a adaptar-nos ao mercado", afirma Toli César Machado. Para o director artístico, compositor e único membro que permanece desde a fundação, os GNR têm de explorar sobretudo a vertente ao vivo - "ainda temos muito gozo em tocar, pelo menos eu tenho" - e as novas formas de escuta e difusão de música, nomeadamente o "streaming" em serviços "online" como Spotify. Ao vivo, os GNR passam a contar, a partir de "Caixa Negra", com o baterista Samuel Palitos e o teclista Paulo Borges, como músicos convidados. Andy Torrence mantém-se nas guitarras.
por Binho Schaefer e a coordenação e produção musical é de Guto Graça Mello, produtor responsável por álbuns da artista como "Ciclo" (1983) e "As Canções que você fez p`ra mim" (1993). Este espectáculo, actualmente em digressão pelos palcos brasileiros, estreou em Fevereiro passado, no Rio de Janeiro. A cantora é acompanhada pelos músicos Jorge Helder (maestro e contrabaixo), João Carlos Coutinho (piano e acordeão), Paulo Dafilim (violas e violão), Pedro Franco (violão, bandolim e guitarra), Marcio Mallard (violoncelo), Pantico Rocha (bateria) e Marcelo Costa (percussão). Maria Bethânia estrou-se em 1965, no Teatro Opinião, em Copacabana, no Rio de Janeiro, num concerto em que partilhou o palco com Zé Keti e João do Vale.
Dias da Música abraçam o cinema "Luzes, Câmara... Música!" é o mote da edição deste ano dos Dias da Música em Belém, no CCB.
Maria Bethânia celebra 50 anos de carreira em Portugal Cantora brasileira tem dois concertos agendados para Maio. A cantora brasileira Maria Bethânia, a celebrar 50 anos de carreira, vem a Portugal, em Maio, apresentar o espectáculo "Abraçar e agradecer". A intérprete de "Jeito estúpido de te amar" actua no dia 24 de Maio no Coliseu do Porto e, no dia 27, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, apresentando o espectáculo do seu cinquentenário artístico, que conta com a direcção e cenografia de Bia Lessa, directora dos seus mais recentes espectáculos "Carta de amor", "Amor festa" e "Devoção e dentro do mar tem rio". "Maria Bethânia irá cantar músicas de todos os tempos e outras, compostas especialmente para ela nesta comemoração dos seus 50 anos de carreira, por Paulo César Pinheiro, Dorival Caymmi e Chico Cesar, que serão apresentadas pela primeira vez", afirma em comunicado a promotora portuguesa dos espectáculos. Maria Bethânia, de 68 anos, que em Junho receberá o Prémio da Música Brasileira e edita um novo livro, irá ler textos de Wally Salomão, Clarice Lispector e Carmem Oliveira, e "apresentar compositores novos e uma versão inédita [de uma canção] feita especialmente para si por Nelson Motta". Do alinhamento farão parte, entre outras, as canções do seu mais recente disco "Meus Quintais", como "Dindi", "Xavante", "Casa de Caboclo", e "Uma I ara", adianta a promotora. Nos palcos portugueses, o desenho de luz é assinado
Foto: Tiago Petinga/Lusa
O Dias da Música em Belém, que decorrem de 24 a 26 de Abril, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, são dedicados à música no cinema. "Luzes, Câmara... Música!" é o mote da edição deste ano, que apresenta um "leque variado de ofertas musicais, da música erudita ao jazz, do fado à música latino-americana e até aos grandes temas que, tendo sido apresentados no Cinema, se tornaram em verdadeiros fenómenos de popularidade", avança o CCB, em comunicado. A edição deste ano tem um concerto pré-inaugural pelo Alis Ubbo Ensemble, no dia 23, no Cinema S. Jorge, seguindo-se a exibição do filme "Around the world in 50 concerts" (2014), de Heddy Honigmann, no âmbito do Festival IndieLisboa. Durante os três dias, além dos concertos, a programação inclui oficinas, conferências e a exibição de filmes. Na sexta-feira, dia 24, realizam-se os "Mini-Dias da Música" com concertos de escolas para escolas, uma iniciativa que, no ano passado, juntou cerca de 600 alunos de música. Este ano, a OJ.com, a Orquestra de Jovens de alunos dos conservatórios, dirigida por Ernst Schelle,
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interpreta, no grande auditório do CCB, o "Poema sinfónico para flauta e orquestra", de Peter Benoit, e "Scheherazade", de Rimsky-Korsakov, sendo solista Beatriz da Silva Baião. Ainda no dia 24, às 21h30 realiza-se o concerto inaugural pela Orquestra Sinfónica Metropolitana, sob a direcção de Pedro Amaral, que interpretará peças de Richard Strauss e Sergei Rachmaninov, sendo solista a pianista Anna Fedorova. O CCB salienta ainda a importância da música na sétima arte, e cita o realizador Alfred Hitchcock, que trabalhou estreitamente com o compositor Bernard Herrmann, segundo o qual, no cinema, "a música, a música é o segredo". "Os próprios irmãos Lumière [inventores do cinema] estavam conscientes disso quando fizeram acompanhar as suas primeiras projeções por uma pequena orquestra, tal como viria a acontecer ao longo das primeiras décadas de exibição", realça o CCB, que refere ainda que o primeiro filme sonoro foi "O Cantor de Jazz" (1927). Em Portugal, o primeiro filme sonoro foi inspirado na vida da fadista Maria Severa, protagonizado por Dina Tereza, e que se estreou em 1931. O cartaz dos Dias da Música inclui, entre outros, a Big Band Júnior, o pianista Mário Laginha, a Camerata Atlântica, o violinista Bruno Monteiro, acompanhado pelo pianista João Paulo Santos, o Ensemble Darcos, os acordeonistas Gonçalo Pescada e Paulo Jorge Ferreira, o Grupo Vocal Olisipo, a meio-soprano Vivica Genaux e o pianista Pedro Burmester. Dos diferentes programas fazem parte composições de Bach, Ligeti, Handel, Vivaldi, Mozart, Beethoven, Schubert, Rossini, Liszt, Chopin, Wagner, Brahms, Tchaikovsky, Mahler, Richard Strauss ou Samuel Barber, todas elas associadas a sequências do cinema. Afirma o CCB, que o cinema fez "uma apropriação cada vez maior das obras intemporais da história da música, dando-lhes toda uma dimensão cénica, a ponto de muitas vezes sermos levados a esquecer o sentido original da obra". Os bilhetes para os Dias da Música em Belém estão à venda a partir de quinta-feira.
Os coches já se fizeram à estrada, rumo ao novo museu O primeiro a sair foi o landau do regicídio, onde seguia o rei D. Carlos quando foi morto. O novo museu abre portas a 23 de Maio, em Lisboa. Por Dina Soares e Joana Bourgard
Comissões municipais aprovam retirada de proposta de isenção ao Benfica Parecer vai ser enviado ao presidente da Câmara de Lisboa e a todo o executivo municipal.
As comissões de Finanças e de Urbanismo da Assembleia Municipal de Lisboa aprovaram esta segunda-feira, por unanimidade, que a Câmara de Lisboa retire a proposta para isentar o Benfica do pagamento de uma taxa e compensações urbanísticas. As conclusões do parecer conjunto foram votadas em separado, numa reunião na Assembleia Municipal, a pedido de alguns deputados. O documento da Comissão de Finanças, Património e Recursos Humanos e da Comissão de Ordenamento do Território, Urbanismo, Reabilitação Urbana, Habitação e Desenvolvimento Local teve como relatores os deputados Sérgio Azevedo (PSD) e Rui Paulo Figueiredo (PS). A conclusão na qual é defendida a retirada da proposta 54/2015, "com vista a uma nova formulação que incorpore inequivocamente os termos e objectivos descritos no presente parecer", bem como aquela em que ficou definido que o conteúdo do parecer "deverá ser imediatamente enviado ao presidente da Câmara de Lisboa e a todo o executivo municipal" foram as únicas, em seis pontos, a serem aprovadas por unanimidade. De acordo com a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, em causa está uma isenção de 4,6 milhões de euros em taxas e compensações urbanísticas ao Benfica. Mas o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, garante que o valor ronda os 1,8 milhões de euros.
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PRIMEIRA LIGA
Banho de bola não chegou a molhar "castores" Vitória de Setúbal 0-0 Paços de Ferreira. Inoperância ofensiva da equipa de Paulo Fonseca e jogo intenso dos sadinos. Conjunto de Bruno Ribeiro falhou na finalização, mas António Filipe também brilhou na baliza pacense.
89' - Substituição no Paços: sai Manuel José, entra Sérgio Oliveira. 88' - O Paços "acorda"! Cruzamento largo para Manuel José, que assiste Vasco Rocha, de primeira. Frederico Venâncio despacha a bola e impede o golo pacense. 85' - Substituição no Vitória: sai Advíncula, entra Dávila. 73' - Pelkas, por cima! Suk desvia a bola ao de leve, na área do Paços e o grego, solto ao segundo poste, atira por cima. 72' - O Vitória, caso não vença, vai vender muito caro o empate. Pelo menos uma mão cheia de clamorosas ocasiões de golo desperdiçadas... 71' - Ao ferro!!! Cabeceamento de François, na sequência de um canto. A bola bate caprichosamente na trave e António Filipe estava completamente batido... 70' - Amarelo para Hélder Cabral. 66' - Substituição no Vitória: sai Yann, entra Pelkas. 65' - Fase menos bonita do desafio. Muita agressividade, de parte a parte, nos lances divididos entre jogadores. 62' - Substituição no Paços: sai Diogo Rosado, entra Minhoca. 61' - Amarelo para Suk. Um minuto depois de ter entrado em campo. 60' - Substituição no Vitória de Setúbal: sai Rambé, entra Suk. 59' - Diogo Rosado vê o primeiro amarelo da partida. 57' - Substituição no Paços: entra Vasco Rocha, sai Jota. 56' - Incrível. Só dá Vitória. "ADN" do Paços de Paulo Fonseca completamente "pisado" pela dinâmica e intensidade sadinas... 52' - Uiiii!!! Yann ilude três adversários na área e remata, com a bola a sofrer um desvio providencial. Que ocasião de golo para o Vitória! 46' - Bruno Ribeiro e Paulo Fonseca não processam alterações aos respectivos figurinos iniciais. 21h04 - Reinício do desafio. Sai o Paços. ________________________________________________________
Vitória de Setúbal e Paços de Ferreira empataram sem golos, esta segunda-feira, na partida que encerrou a jornada 26 da Primeira Liga. O nulo penaliza o desperdício ofensivo da melhor equipa em campo. Os sadinos dispuseram de uma mão cheia de boas ocasiões, com Rambé, Zequinha, Paulo Tavares, Yann e Pelkas a falharem excelentes ocasiões de golo. Para além disso, o guarda-redes António Filipe brilhou na baliza contrária, revelando-se decisivo para a manutenção do 0-0, sobretudo na primeira metade. Na etapa final do desafio, o Paços "acordou" e chegou mesmo a ver um golo de Vasco Rocha anulado, aos 90', 20h48 - Final da primeira metade. por fora de jogo. Para além disso, foi uma noite 45' - 2' de compensação. desinspirada da equipa de Paulo Fonseca. 45' - Zequinha escapa a Fábio Cardoso, na linha de O Vitória sadino, comandado por Bruno Ribeiro, passa fundo e António Filipe sai dos postes para ceder canto. a somar 24 pontos e ultrapassa o Arouca, ascendendo Que exibição do guarda-redes dos "castores"! ao 15º lugar. Os setubalenses detêm agora cinco pontos 41' - Defesa a dois tempos de António Filipe, após de avanço face à zona de despromoção e continuam remate de Paulo Tavares. com uma margem de relativo conforto na corrida pela 24' - Paços "treme"! Pressão do Vitória, com Rambé e manutenção. Yann a perderem o controlo da bola perto da pequenaO Paços falha a possibilidade de aproximação ao área. António Filipe recolhe a bola perdida... quinto lugar. Os "castores" somam agora 37 pontos e 19' - A primeira ocasião clara de golo pertence ao isolam-se no sexto lugar, "descolando" de Rio Ave e Vitória. António Filipe foi herói. Belenenses. 18' - António Filipe! Grande defesa! Rambé isola-se, Recorde, em baixo, as principais incidências do após passar com relativa facilidade por Fábio Cardoso... desafio. perante o guardião, o avançado cabo-verdiano dispara _______________________________________________________________ cruzado e em força mas António Filipe defende com uma palmada e impede o 1-0! 21h54 - Final da partida, no Bonfim. 15' - Vitória começa a nivelar o encontro, que agora se 95' - Disparo de Pelkas, com a bola a sair por cima. disputa demasiadamente a meio-campo. Posse de bola 90' - 4' de descontos. confirma subida de produção dos sadinos: 52% contra 91' - GOLO ANULADO AO PAÇOS! Na sequência de um os 48% do Paços... canto, Vasco Rocha desviou de cabeça para o fundo da 10' - Bom arranque de jogo. Sinal "+" para o Paços de baliza de Raeder. Mas o jogador pacense estava em Ferreira, apesar de ambas as equipas ainda não terem posição de fora de jogo.
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testado devidamente a atenção dos dois guarda-redes. 1' - Bancadas despidas de público, no Estádio do Bonfim... 20h01 - Pontapé de saída, no Bonfim. Sai o Vitória. Ficha de Jogo Primeira Liga: 26ª JornadaEstádio do Bonfim, SetúbalÀrbitro: Rui Costa (AF Porto) Vitória de SetúbalLukas Raeder; Hélder Cabral, François, Frederico Venâncio e Pedro Queirós; Paulo Tavares, Yann e Schmidt; Zequinha, Rambé e Advíncula.Suplentes: Defendi, Ricardo Ferreira, Minhoca, Sérgio Oliveira, Edson Farias, Nélson Pedroso e Vasco Rocha.Treinador: Bruno Ribeiro. Paços de FerreiraAntónio Filipe; Rodrigo Galo, Ricardo, Fábio Cardoso e Hélder Lopes; Seri e Rúben Pinto; Manuel José, Diogo Rosado e Jota; Bruno Moreira.Suplentes: Miguel Lázaro, Miguel Pedro, Dávila, Pelkas, Suk, Miguel Lourenço e Ney Santos.Treinador: Paulo Fonseca. PRIMEIRA LIGA
Belenenses indignado com actuação da polícia no Bessa Em causa está o tratamento dado aos adeptos dos "azuis" do Restelo, antes do arranque do jogo com o Boavista. Leia o comunicado da Direcção do Belenenses.
A Direcção do Belenenses vai pedir "esclarecimentos urgentes" ao Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública (PSP) do Porto e ao Ministério da Administração Interna sobre acção das forças de autoridade no Estádio do Bessa, no passado domingo. Os responsáveis do Restelo alegam, através de comunicado, que cerca de uma centena dos seus adeptos foram impedidos de entrar no Bessa, antes do arranque do jogo com o Boavista, com "adereços que tivessem o símbolo" do emblema da cruz de Cristo. O Belenenses considera este facto uma "arbitrariedade intolerável à luz do Estado de Direito". Leia, em baixo, o comunicado enviado às redacções. "Após tomar conhecimento de factos ontem passados
no Estádio do Bessa e que classifica como graves, vem a Direcção do Clube de Futebol 'Os Belenenses' tomar a seguinte posição pública, considerando que: 1. Mais de uma centena de adeptos do Belenenses, incluindo crianças, foram ontem impedidos de entrar no sector que lhes estava destinado no Estádio do Bessa com adereços que tivessem o símbolo do Belenenses, fossem simples panos ou bandeiras sem o respectivo suporte; 2. Tal medida, aparentemente imposta pelo Comando Policial da Cidade do Porto, não tem qualquer base legal que a sustente e foi tomada sem que fosse dada qualquer explicação; 3. A Fúria Azul, mais do que uma claque no sentido vulgarmente utilizado, é um Núcleo Oficial do Clube de Futebol 'Os Belenenses' reconhecido como tal em Assembleia Geral do Clube, e também uma associação juvenil conforme publicação em Diário da República; 4. Factos deste tipo, ao arrepio de tudo o que as Leis da República determinam, acontecem com cada vez maior frequência em vários pontos do país - e até em Lisboa e no nosso próprio Estádio. Se este tipo de problemas relativamente a material da Fúria Azul é já habitual, a verdade é que no que respeita a adereços exclusivamente afectos ao Clube de Futebol 'Os Belenenses' é caso praticamente isolado, que só tem paralelo noutras deslocações - curiosamente - à cidade do Porto. Neste quadro, a Direcção do Clube de Futebol 'Os Belenenses' solicitará esclarecimentos urgentes sobre os factos ao Comando Distrital da PSP do Porto e ao Ministério da Administração Interna, ao mesmo tempo que apela às forças de segurança que, de uma vez por todas, definam o seu método de actuação de forma coerente e em respeito pela Lei, independentemente dos locais e das entidades em causa. Em paralelo, não pode a Direcção do Clube de Futebol 'Os Belenenses' deixar de agradecer, uma vez mais, aos muitos adeptos que acompanharam a equipa à cidade do Porto sujeitando-se a uma arbitrariedade que se nos afigura intolerável à luz do Estado de Direito".
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REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Revista da imprensa... sulamericana
Houve justiça
Brasileiros e uruguaios estão em destaque nas primeiras páginas dos diários desportivos. Em O Jogo, surge uma declaração de Neymar: "Danilo joga em qualquer equipa do mundo". Na edição Sul do jornal nortenho está em relevo um brasileiro do Sporting: "Ewerton é o primeiro reforço". No Record, o destaque é o mesmo. "Ewerton é para ficar", avança o jornal da Cofina, garantindo: "Sporting vai exercer direito de opção pelo central". Em A Bola, lê-se "Inseparáveis". Os inseparáveis são os benfiquistas Maxi Pereira e Jonathan, que "fortalecem amizade na selecção" do Uruguai. Ainda em A Bola, o Sporting, com o título "Diego Rubio convidado a renovar". Noutra frente, o Record avança que "Académica vai mostrar imagens e quer levar Sérgio [Conceição] a tribunal". Em O Jogo, contas do Benfica: "Oito pontos voaram sem Gaitán".
Foi justa a decisão de reduzir a pena de Fernando Santos. Mas a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto representa também um revés para duas entidades: o árbitro do encontro em causa e a Federação da Grécia.
Por Ribeiro Cristóvão
O seleccionador nacional Fernando Santos tomou ontem, finalmente, conhecimento da decisão do Tribunal Arbitral do Desporto sobre o recurso que interpusera relativamente ao castigo aplicado no decorrer do jogo Grécia-Costa Rica, quando era responsável pela selecção helénica. Porque sempre foi entendida como um claro exagero em relação aos actos praticados nessa altura, no Mundial de Futebol do Brasil, a redução do castigo, de forma tão substancial, acabou por não surpreender, antes foi reconhecida como um acto de justiça que prestigia sobretudo aqueles a quem incumbiu a tarefa de tomar a decisão final. Fernando Santos vai assim cumprir apenas dois jogos de suspensão, ficando com a pena suspensa por mais dois no decorrer dos próximos seis meses, o que se entende como uma medida razoável e não susceptível de criar grandes embaraços à Federação Portuguesa de Futebol. O seleccionador apenas estará ausente do banco nos jogos com a Sérvia e com a Arménia, podendo depois exercer funções, na plenitude, a partir de Setembro, altura em que Portugal vai ter de defrontar a Albânia e a Sérvia fora, e a Dinamarca num estádio português, na conclusão do apuramento que sempre pareceu perfeitamente ao nosso alcance. A decisão ontem tomada pelo TAD também significa um revés para duas entidades: para o árbitro, o australiano Ben William, que terá exagerado a descrição no seu relatório sobre as circunstâncias em que tudo se passou no Brasil durante o Mundial, e para a Federação da Grécia, que escamoteara a informação que deveria ter dado a Fernando Santos em tempo útil, para que, a partir daí, pudesse encetar uma fase de recurso destinada a atenuar a pena. Ultrapassado assim este caso, tudo voltou à normalidade: Fernando Santos vai poder exercer o seu cargo sem perturbações, e a Federação vê assim sanado um problema que, a ser de sinal contrário, lhe
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poderia ter trazido problemas acrescidos. Ou seja, tudo está bem quando acaba bem. QUALIFICAÇÃO EURO 2016
Selecção concentrada em Cascais Equipa das quinas arranca "operação Sérvia". Primeiro treino agendado para esta terçafeira, no Estoril.
Fernando Santos recebe Cristiano Ronaldo, em Cascais [Foto: FPF/Francisco Paraíso]
Os jogadores da Selecção Nacional concentraram-se numa unidade hoteleira de Cascais, na noite desta segunda-feira, assinalando o dia "zero" da preparação para o jogo frente à Sérvia, agendado para domingo e a contar para a fase de qualificação rumo ao Euro 2016. Dos 24 nomes convocados por Fernando Santos, apenas três falharam a primeira chamada. Vieirinha, do Wolfsburgo, Tiago, do Atlético Madrid e Danny, que actua no Zenit, foram autorizados pelos responsáveis federativos a chegar mais tarde ao local da concentração. Contudo, o trio juntar-se-à aos restantes 21 atletas ainda esta noite. Em sentido contrário, para além de Cristiano Ronaldo, capitão de equipa, também as principais novidades nas escolhas do seleccionador "AA" (Ventura, Hugo Almeida, Antunes, Eliseu e Coentrão) compareceram atempadamente no hotel. Na manhã de terça-feira, Fernando Santos inicia oficialmente os ensaios para a recepção aos sérvios. O primeiro treino da equipa das quinas está marcado para as 10h30, no Estádio António Coimbra da Mota, palco do desafio. Os primeiros 15 minutos da sessão serão abertos à comunicação social. Meia-hora antes do arranque do apronto, um jogador da Selecção falará aos jornalistas. Um triunfo frente à Sérvia garantirá a liderança do grupo, comandado pela Dinamarca, que soma sete pontos em quatro jogos [todos os outros têm apenas três], seguida de Portugal, a um ponto, e da Albânia a três. Sérvia e Arménia têm apenas um ponto. O Portugal-Sérvia arranca às 19h45 de domingo, no Estádio da Luz. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.
UEFA
Protestos contra arbitragem podem valer sanções Ameaça feita pela UEFA aos oito finalistas da Liga dos Campeões. Entidade que superintende o futebol europeu preocupada com crescente vaga de indisciplina para com os juízes.
A UEFA alerta as oito equipas dos quartos de final da Liga dos Campeões no sentido de evitar pressões sobre as equipas de arbitragem, prometendo sanções contra os prevaricadores. FC Porto, Bayern Munique, Barcelona, Atlético de Madrid, Real Madrid, Juventus, Mónaco e PSG estiveram reunidos na sede da entidade que tutela o futebol europeu, em Nyon, Suíça, ouvindo as advertências do ex-juiz Pierluigi Collina, líder do Comité de Arbitragem. A UEFA está preocupada com a crescente tendência de grupos de jogadores em torno dos árbitros após cada lance controverso, alguns deles com postura "agressiva". "É algo que não aceitamos nem podemos aceitar e somos bem claros quanto a isso. Também temos de proteger os árbitros e respeitá-los. Deve ser algo interiorizado pelos jogadores", vincou o secretáriogeral da UEFA, Gianni Infantino, durante uma conferência de imprensa inserida no Congresso do organismo, que decorre na Suíça. As recomendações chegaram depois de a UEFA punir o costa-marfinense Serge Aurirer, do PSG, por três jogos após "actos insultuosos" para com o árbitro na eliminatória com o Chelsea. O defesa não disputou o desafio da segunda mão, em Londres, com empate 2-2 (após prolongamento), mas fez comentários considerados impróprios na conta pessoal da rede social Facebook sobre o árbitro Bjorn Kuipers em relação à expulsão de Zlatan Ibrahimovic.
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