EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco
Terça-feira, 16-06-2015 Edição às 08h30
Editor Raul Santos
Portugueses pagam cada vez mais para aceder à Saúde Procuram-se candidatos a director do Fisco
Vera Jardim. Venda da TAP fechada até às eleições "não será fácil de reverter pelo PS"
Francisco dá força de encíclica à preocupação da Igreja com o ambiente Preço do gás natural no mercado regulado baixa em Julho
"Total suspensão" dos vistos gold preocupa construção e imobiliário
Temporal afectou mais de 400 hectares de culturas no Douro
Militares na reserva chamados a vigiar recreios das escolas
LUÍS ANTÓNIO SANTOS
Mas o Papa também fala do ambiente?
Arcebispo acusado de abusos sexuais de menores vai ser julgado no Vaticano
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Portugueses pagam cada vez mais para aceder à Saúde Relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde conclui que Portugal ficou mais “doente” depois da intervenção da “troika”. Pela positiva, destaque para a baixa do preço dos medicamentos.
mental tem em avançar. Fecharam-se hospitais psiquiátricos e não se criaram as correspondentes respostas. Portugal é o país da União Europeia que menos investe na saúde mental, apesar de ter das mais altas taxas do mundo. Medicamentos mais baixos… Segundo o relatório do OPSS, o aumento da taxa de genéricos facilitou o acesso a medicamentos mais baratos, mas a revisão de algumas comparticipações não foi benéfica para os utentes. Por exemplo, avança o director do Centro de Investigação em Ciências e Tecnologias da Saúde, a revisão das comparticipações acabou por prejudicar os medicamentos anti-psicóticos. “Essa alteração está a sair mais cara às pessoas e, não só faz com que paguem mais, como faz com que deixem de os tomar de acordo com a prescrição”, sublinha, em declarações à Renascença. De acordo com o Relatório de Primavera, as medidas de contenção de custos levaram a uma súbita diminuição global de consumo de anti-psicóticos estatisticamente significativa. [Notícia actualizada às 8h00 com novos dados e sons]
Foto: Lusa Por Anabela Góis
Apesar de estarem mais pobres, os portugueses pagam cada vez mais pela sua saúde. As chamadas despesas “out-of-pocket” – aquelas que cada um dos utentes paga – têm vindo a aumentar. A conclusão consta do relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) – o primeiro a ser apresentado depois do programa de ajustamento. Segundo o director do Centro de Investigação em Ciências e Tecnologias da Saúde, Manuel Lopes, a percentagem que “nos sai do bolso” aumentou por via das taxas moderadoras, da diminuição das consultas nos cuidados primários, dos transportes e da alteração das despesas dedutíveis no IRS. Portugal subiu, assim, do sexto para o quarto lugar na lista de países da OCDE com maiores pagamentos “out-of-pocket”. Estado gasta cada vez menos Portugal tem uma das mais baixas despesas em saúde por habitante da União Europeia, conclui o mesmo relatório. O documento indica uma diminuição constante do número de consultas nos cuidados primários, desde 2008, e uma contínua redução de camas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), enquanto no privado elas aumentam. Na rede de cuidados continuados, as camas estão longe de ser suficientes para as necessidades, mas o pior é que as equipas que prestam cuidados domiciliários continuam a estar subocupadas. A situação verifica-se em todo o país, mas é mais grave no Centro, onde a referenciação para este tipo de apoio a doentes ronda os 40%. O Relatório de Primavera adverte ainda para a dificuldade que a rede nacional de cuidados de saúde
Vera Jardim. Venda da TAP fechada até às eleições "não será fácil de reverter pelo PS" O antigo ministro da Justiça considera que Bruxelas pode dar o pontapé de saída na reversão do processo na avaliação da privatização. No programa Falar Claro, o exdeputado do CDS Diogo Feio rebate acusações de secretismo no processo. Por José Pedro Frazão
José Vera Jardim considera que se a privatização da TAP estiver concluída por altura das eleições, caso o PS ganhe as legislativas, o negócio “não vai ser fácil de reverter. Isso depois já custa dinheiro, é mais difícil”. No programa "Falar Claro", na Edição da Noite da Renascença, o antigo ministro da Justiça admite que o negócio “pode desde logo ser reversível se a Comissão Europeia chegar à conclusão que não estão dadas as condições de Direito europeu para a aquisição da TAP por este consórcio. Desde logo aí este negócio é reversível, não apenas pela acção do PS”. “Há uma série de entidades, designadamente Bruxelas tem que se pronunciar sobre se efectivamente estão dadas as condições. Tem que haver uma maioria de capital europeu e não só. Pode haver uma maioria de capital nominal, mas eu não sei que acordos há entre accionistas privados. O Governo diz que isso está
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assegurado mas eu não conheço os documentos”, observa o socialista que diz não saber o que consta da cláusula de reversão. Diogo Feio responde que “os contratos exigem evidentemente um conjunto de conversas entre as partes. E na altura certa, não tenho dúvidas, o contrato será conhecido. Já temos os critérios da decisão. Já temos um conjunto muito grande de coordenadas. Portanto, qual é a pressa?” O centrista recusa discutir o que fará o PS nesta matéria. “Porque na minha opinião o PS não vai fazer nada pois não vai ganhar as eleições”, ressalva o centrista. Vera Jardim confessa não ficar “aliviado” com a venda da TAP, numa referência à expressão usada pelo Presidente da República sobre a privatização da companhia aérea portuguesa. “Fico com grandes perplexidades”, acentua o socialista na Renascença. Quem vai mesmo mandar na TAP? O antigo deputado do PS e actual provedor das agências de viagem deixa várias interrogações sobre a privatização da TAP. “Quem é que irá mandar nas grandes decisões estratégicas da TAP? Nessas decisões estão envolvidas as rotas onde há perdas, algo que o Governo diz que estão asseguradas não sei em que termos. São rotas de interesse estratégico para o país mas que trazem perdas. É o caso da Guiné-Bissau, para onde a TAP não voa agora, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe. Isto estará devidamente assegurado?”, questiona Vera Jardim. Já o antigo deputado do CDS considera “ estranho que se diga que há um secretismo muito grande e criticar um conjunto de coordenadas deste acordo”, dando dois critérios de avaliação como exemplo. “ A questão do hub - não só de Lisboa, mas Porto e Faro – passou para segundo critério. A questão das rotas está também dentro do acordo”, responde Diogo Feio. “Quem é que vai mandar realmente na TAP? Esse problema ainda está em aberto. Estamos longe ainda de terminar o processo de privatização”, insiste Vera Jardim. Para o centrista Diogo Feio, “é perfeitamente possível que os privados possam juntar duas coisas: a defesa dos interesses estratégicos com uma gestão eficiente da empresa. Nesse plano há um tributo que se deve dar a Humberto Pedrosa, porque é um português que vai arriscar na sua vertente negocial na TAP”. TAP, milhões e Jorge Jesus Vera Jardim insiste na proposta socialista de privatização parcial da TAP, com maioria do capital para o Estado. Apenas não acredita nas virtualidades de uma dispersão do capital em bolsa. “Seria muito difícil. É muito difícil colocar uma companhia na situação da TAP [sem ser] ao fim de alguns anos. São precisas várias condições que têm a ver com o seu balanço e com a oferta que possa haver para pôr a empresa na bolsa”, diz Vera Jardim. A manutenção de uma maioria de 51% do capital no Estado não faria sentido, contrapõe o antigo eurodeputado Diogo Feio. “ O que é que ganharia um qualquer privado, não tendo a maioria de uma empresa como a TAP, com as dificuldades imensas que a TAP tem, em comprar sem ter grande poder de decisão,
deixando a maioria para o Estado? Não me parece que fosse exequível”, argumenta o advogado que milita no CDS. Diogo Feio responde aqueles que dizem que a TAP foi vendida pelo equivalente a metade do contrato de Jorge Jesus para defender o Sporting por três épocas, no valor de 18 milhões de euros. “Só que Jesus, quando foi contratado, não vinha com capitais próprios negativos atrás”, responde Feio. Vera Jardim arrisca a dizer que por pouco a TAP não foi vendida a preço (ainda mais) simbólico. “ Estes dez milhões de euros apareceram para não aparecer apenas um euro. Porque apareceria um euro? Porque a TAP tem a situação que tem. As medidas que imediatamente são visíveis não podiam ser feitas com o Estado com maioria na TAP? Não poderia vender aviões? Não poderia reestruturar a dívida junto da banca? Estamos a ver que a TAP vai vender aviões antigos para fazer alugueres, leasings de aviões mais modernos, com menos consumos, que possam ser mais competitivos. É preciso um privado para o fazer?”, questiona o antigo dirigente do PS.
Portugueses, franceses, espanhóis e britânicos. Os cinco que querem a Carris e a Metro de Lisboa Cinco candidatos apresentaram propostas para as subconcessões do Metropolitano de Lisboa e da Carris, das quais três são conjuntas às duas empresas.
Foto: Lusa
Os cinco candidatos às subconcessões do Metropolitano de Lisboa e da Carris são portugueses, franceses, espanhóis e britânicos, adiantou esta segunda-feira o Ministério da Economia. Cinco candidatos apresentaram propostas para as subconcessões do Metropolitano de Lisboa e da Carris, das quais três são conjuntas às duas empresas, revelou o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio
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Monteiro. Apresentaram uma proposta conjunta para a subconcessão das duas empresas a transportadora parisiense RATP (Régie Autonome des Transports Parisiens), a britânica National Express e a espanhola Avanza. Na Carris estão interessados ainda a Barraqueiro – cujo dono, Humberto Pedrosa, faz parte do consórcio que recentemente venceu o concurso para a privatização da TAP – em conjunto a TCC (Transports Ciutat Comtal), que integra o consórcio que venceu o concurso público para a subconcessão da STCP, transportes públicos do Porto. Para a gestão do Metro de Lisboa candidatou-se ainda a francesa Transdev. "Temos um processo competitivo como o Governo esperava e agora é preciso que a empresa e o próprio júri façam todos os procedimentos que se seguem, no sentido de podermos rapidamente tomar uma decisão", disse Sérgio Monteiro, sem acrescentar pormenores, à margem da "Conferência Portugal-Timor Leste", na Assembleia da República. Em declarações à Lusa, no início de Junho, o presidente da Transportes de Lisboa, Rui Loureiro, revelou que os contratos das subconcessões do Metropolitano de Lisboa e da Carris devem estar assinados a partir de 15 de Julho. De fora desta subconcessão fica a Carristur, empresa dedicada ao turismo detida pela Carris. O Governo aprovou a 26 de Fevereiro a subconcessão do Metro e da Carris e, em Março, foi publicado em Diário da República o anúncio do concurso público internacional. A 5 de Maio, a Câmara de Lisboa informou que o Tribunal Administrativo de Lisboa aceitou as providências cautelares interpostas pelo município contra a subconcessão das duas empresas públicas, suspendendo os concursos. Num comunicado divulgado no mesmo dia, o gabinete do secretário de Estados das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações anunciou que a Carris e o Metropolitano entregaram no Tribunal Administrativo uma "resolução fundamentada" no interesse público que travou a suspensão dos concursos.
paralisação devem começar a fazer-se sentir quartafeira à noite, uma vez que os Os trabalhadores dos serviços nocturnos iniciam o seu período de greve às 23h30 de quarta-feira. "Esta luta tem também o objectivo de lutar contra a reestruturação interna que está a ser feita, que vai originar a extinção de postos de trabalho e que assenta no objectivo de criar uma estrutura para uma empresa única que não existe", esclareceu a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans). A decisão do tribunal arbitral, divulgada na página daquele organismo na Internet, prevê que "não são fixados quaisquer serviços mínimos relativamente à circulação de composições". Em contrapartida, o acórdão obriga os trabalhadores a assegurarem os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações. O tribunal justifica a decisão com o facto de existirem em Lisboa meios de transporte alternativos ao Metropolitano e de não haver coincidência de outras greves nos transportes na mesma área geográfica. LUÍS ANTÓNIO SANTOS
Mas o Papa também fala do ambiente? O incómodo que vai provocar esta incursão começou já a ser visível; Stephen Moore, um conhecido economista católico norteamericano, disse, há dias, que o Papa é “um completo desastre” e que “integra um movimento Verde radical que é, na sua essência, anti-cristão, anti-pessoas e antiprogresso”.
Greve no metro de Lisboa sem serviços mínimos Os efeitos da paralisação devem começar a fazer-se sentir quarta-feira à noite e quintafeira todo o dia. O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) anunciou esta segunda-feira que não decretou serviços mínimos para a circulação de comboios do Metropolitano de Lisboa na greve de 24 horas agendada para a próxima quinta-feira. Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa marcaram uma greve de 24 horas contra a subconcessão da empresa para o dia 18 de Junho. Os efeitos da
Escutando, há dias, um programa da BBC Radio 4, elaborado pelo famoso jornalista britânico, Eduard Stourton, sob o tema genérico “Será o Papa um comunista?”, um dos intervenientes dizia, a dado passo: “Se pensam que pode ser comunista pelo que disse até agora, esperem até ouvir o que ele vai dizer sobre o ambiente”. Confesso que fiquei interessado. Por um lado, porque, à semelhança do que concluiu o jornalista britânico no excelente programa, me parece demasiado simplista tentar encostar todo um percurso de vida e toda uma proposta desafiadora a formulações necessariamente
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restritivas; o programa termina dizendo que o Papa Francisco está distante do comunismo mas move-se num espaço de crítica aberta a um entendimento da sociedade em que a desigualdade se tornou normal e em que os mais frágeis são culpabilizados pela vida que levam. Por outro, porque se percebe na incursão de um Papa neste território, o potencial para afrontar algumas das forças mais poderosas do planeta - as grandes corporações financeiras, energéticas, agrícolas e as organizações e políticos que assumem a defesa de uma existência humana em contínuo crescimento (como acontece até com algumas universidades na órbita da influência da Igreja Católica). Antecipando a encíclica a divulgar na quinta-feira, o presidente do Conselho Pontifício do Vaticano, o cardeal Peter Turkson, disse que o Papa vai centrar-se naquilo que considera ser um ‘ataque à Criação’: “Parte do mundo vive na pobreza, apesar da abundância que existe, enquanto uma elite privilegiada controla a maioria da riqueza e consome a maioria dos recursos”. O texto (que teve por base um processo de consultas muito alargado) deverá, certamente, constituir parte da argumentação que o Papa vai levar aos Estados Unidos, em Setembro próximo, onde se tornará no primeiro líder da Igreja Católica a falar no Congresso. O incómodo que vai provocar esta incursão começou já a ser visível; Stephen Moore, um conhecido economista católico norte-americano, disse, há dias, que o Papa é “um completo desastre” e que “integra um movimento Verde radical que é, na sua essência, anticristão, anti-pessoas e anti-progresso”. Imagina-se que isto seja apenas um sinal. Mas imagina-se, também, que para o Papa Francisco não seja mais do que a confirmação de que valerá a pena insistir. Teremos, assim, na quinta-feira, mais uma peça de um ‘puzzle de desassossego’, de um desafio em permanência, que o líder da Igreja Católica lança não apenas aos seus fiéis e não apenas aos cristãos mas à Humanidade como um todo, sobretudo à que viveu e vive os benefícios da prosperidade e do progresso. (Luís António Santos escreve quinzenalmente, às segundas-feiras. Esta semana, excepcionalemnte, o artigo é publicado na terça-feira)
Procuram-se candidatos a director do Fisco Comissão de Recrutamento vai repetir concurso. Júri não encontrou três candidatos com mérito.<BR>
Foto: Lusa
A Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CReSAP) não encontrou três candidatos com mérito entre os 20 que se candidataram a director-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira. Ao concurso para director-geral candidataram-se 20 pessoas, mas "concluído todo o processo, o júri não encontrou três candidatos com mérito" e, por isso, "o concurso terá de ser repetido", disse à agência Lusa fonte oficial da Comissão de Recrutamento. "A CReSAP informou hoje o membro do Governo [o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio] do resultado do concurso, pelo que o aviso de abertura do concurso terá de ser repetido, para se dar oportunidade para encontrar três candidatos com mérito", disse a mesma fonte. Em Dezembro de 2011, com a publicação da lei 64/2011, os concursos para cargos de direcção da Administração Pública passaram a ser conduzidos pela CReSAP, que tem de apresentar um conjunto de três candidatos, que o júri conclui serem os melhores para o cargo, para que o membro do Governo (da área) escolha o novo dirigente. A mesma lei define que, caso não seja encontrado esse grupo de três candidatos, "a Comissão deve proceder à repetição de aviso de abertura referente ao mesmo procedimento concursal". Depois da demissão do anterior director-geral, António Brigas Afonso, na sequência do caso da "lista VIP", o Governo nomeou no final de Março a então directora da Direcção de Finanças de Lisboa, Helena Borges, para assumir em substituição a liderança da AT e solicitou a abertura do concurso para aquele cargo. A lei determina que a substituição cessa "passados 90 dias sobre a data da vacatura do lugar, salvo se estiver em curso procedimento tendente à designação de novo titular". Lei obriga a que sejam apresentados três candidatos Entre os candidatos estará, segundo noticiou o "Diário
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Económico", Helena Borges, o que não quer dizer que não tenha mérito para o cargo, uma vez que a CReSAP até pode ter encontrado apenas um candidato com mérito neste concurso, mas a lei obriga a que sejam apresentados três candidatos e, por isso, o procedimento volta ao início, levando agora mais cerca de "um mês e meio, dois meses" para concluir o processo de escolha do novo director-geral do Fisco. Esta é a segunda vez que a CReSAP repete o concurso para o cargo de director-geral da AT por não ter encontrado três candidatos com mérito para o lugar, reiniciando o processo. Em Maio do ano passado, o processo decorreu para substituir o então homem forte do Fisco, Azevedo Pereira, e teve de ser repetido também porque a CReSAP não encontrou três candidatos com mérito. Também nessa altura, Helena Borges apresentou a sua candidatura (segundo confirmou o presidente da CReSAP à comunicação social), mas acabou por não constar da lista final que foi entregue ao Governo e que levou à escolha de António Brigas Afonso para o cargo. Ainda na sequência do caso da "lista VIP", também apresentou demissão o subdiretor-geral da área da Justiça Tributária e Aduaneira, sendo que neste caso a CReSAP já apresentou ao Governo três nomes para o cargo: Acácio Carvalhal Costa, Ana Cristina de Oliveira Carmona Bicho e Joaquim Manuel Pombo Alves.
Crédito ao consumo recupera terreno perdido e pode "sobreaquecer" economia em 2016 É o aviso do economista João Duque. O crédito ao consumo aumentou quase 31% em Abril em relação ao mesmo mês de 2014.
Ilustração: Freepik
O crédito ao consumo parece estar a regressar em força a Portugal. No comparativo entre Abril deste ano e o de 2014, entraram mais 403 milhões de euros na economia através do financiamento pessoal, revelam dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP). O economista João Duque alerta para os
perigos da insustentabilidade do fenómeno. Os números divulgados pelo BdP mostram que há áreas em que o fenómeno é mais evidente do que em outras. O crédito automóvel foi o que registou maior número de novos contratos: subiu mais de 72% comparando com o mesmo mês do ano passado. Já o crédito pessoal para despesas com o lar cresceu mais de 33%. Entre as razões que justificam estes números para João Duque, investigador do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), estão a "maior confiança e maior facilidade de acesso ao dinheiro". "Em primeiro lugar, há um efectivo aumento de algum rendimento disponível e não havia oportunidade de todo de haver aumento do consumo não fosse muito dele financiado. De outro lado, há alguma expectativa de melhoria que leva as famílias a que encarem o financiamento para bens de consumo", disse à Renascença João Duque. O economista lembra que a confiança dos consumidores deve ser balizada pelo equilíbrio entre as políticas para o consumo e as vocacionadas para a promoção do emprego. O que, segundo João Duque, não se verifica. "Há um risco quando as políticas para o consumo não têm o mesmo tipo de garantias que a promoção do emprego. Corremos o risco de entrarmos um sobreaquecimento com reflexos negativos no espaço de um ano", remata.
"Total suspensão" dos vistos gold preocupa construção e imobiliário Confederação do sector pede explicações ao Governo. A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) está preocupada com o que apelida de paragem total na atribuição de vistos gold. Em comunicado, a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário cita dados oficiais de Maio e pede uma clarificação da situação. Os registos mostram que foram concedidas seis autorizações de residência, num total de quatro milhões de euros, valor que compara com os 54 milhões registados em Abril. A CPCI "questiona os motivos que justificam esta total suspensão", nomeadamente se Portugal "deixou de ser atractivo para os investidores estrangeiros" ou se "os investidores se mantêm" e o que existe são "questões de ordem burocrática". “Após terem sido superadas as questões levantadas pela ‘Operação Labirinto’, depois de ter sido aprovado o aperfeiçoamento e alargamento do regime legal, esta nova situação é incompreensível, tendo em conta a importância estratégica deste programa”, sublinha a confederação. Desde que entrou em vigor, o programa de vistos
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gold foi responsável pela captação de cerca de 1,5 mil milhões de euros de investimento estrangeiro, do qual 1,3 mil milhões, ou seja, 95% foi aplicado no sector do imobiliário.
para as tarifas de gás natural de 50 milhões de euros relativos à Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético (CESE)", lê-se no comunicado da ERSE, reclamada pelo Governo à Galp Energia.
Preço do gás natural no mercado regulado baixa em Julho
Temporal afectou mais de 400 hectares de culturas no Douro
Diminuição do preço do petróleo no último trimestre de 2014 ajuda a explicar queda dos preços, que também se verifica na indústria.
Algumas vinhas registaram perdas de 80%, segundo a Direcção Regional de Agricultura.
Foto: DR
As tarifas transitórias de gás natural descem 3,5% a partir de 1 de Julho para os clientes domésticos e pequenos comércios que se mantêm no mercado regulado, anunciou esta segunda-feira a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Neste escalão estão os consumidores finais que têm um consumo anual inferior ou igual a 10 mil metros cúbicos. Para os consumos acima de 10 mil metros cúbicos (pequena indústria) as tarifas caem 5%. Já os consumidores de média pressão (indústria) verão os preços cair 2,9% a partir de 1 de Julho, adiantou o regulador do mercado energético. Esta é a segunda actualização tarifária do gás natural. A primeira ocorreu a 1 de Maio, com uma descida de 3,9% face ao valor que tinha entrado em vigor em Julho de 2014 para os consumidores domésticos e pequenos comércios, de 6,5% para os consumos intermédios e de 9,4% para os consumos industriais. Já a tarifa social de venda a clientes finais dos comercializadores de último recurso, que vigora entre Julho de 2015 e Junho de 2016, terá uma descida de 7,3%. De acordo com a informação da entidade reguladora, a descida da factura do gás natural justifica-se por várias factores, nomeadamente a diminuição do preço do petróleo no último trimestre de 2014, a descida dos custos com os acessos às infra-estruturas reguladas (rede de distribuição do gás natural) e ainda a afectação da contribuição extraordinária sobre o sector energético (CESE) aos custos do sistema nacional de gás natural. "Outro factor com impacto significativo nas tarifas para o ano gás 2015-2016 refere-se à previsão de reversão
Mais de 400 hectares de vinha, pomares e hortas de sete concelhos da região do Douro foram afectados pela intempérie da semana passada, avança a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN). A chuva forte e granizo que caíram a 9 de Junho, ao final da tarde, danificaram sobretudo vinha, mas também plantações de maçãs, cerejas e hortícolas, bem como caminhos rurais e muros. A DRAPN procedeu ao levantamento dos estragos e, segundo o responsável pela instituição, Manuel Cardoso, a área total afectada "é superior a 400 hectares", sobretudo de vinha, mas também em plantações de maçãs, cerejas e hortícolas. O mau tempo afectou vinha sobretudo nos concelhos de Alijó, Murça e Sabrosa, no Douro norte, e as restantes plantações no Douro sul, em concelhos como Moimenta da Beira, Armamar, Sernancelhe e Tarouca. O director regional refere que os estragos foram muito localizados, mas muito intensos nos sítios afectados. "Temos vinhas com perdas de 80%, só que foram em zonas localizadas, por exemplo em um hectare ou meio hectare." Manuel Cardoso disse ainda que "muitos dos agricultores afectados aderiram aos seguros colectivos". "Não estamos perante as situações totalmente dramáticas que aconteceram há uns anos em que não havia um seguro", sustentou. No entanto, agricultores e autarcas reclamaram já apoios do Governo para colmatar os prejuízos causados pelo mau tempo. Manuel Cardoso frisa que o Ministério da Agricultura só vai tomar uma posição definitiva depois de um relatório final que será feito dentro de alguns dias e de uma segunda avaliação às parcelas afectadas.
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Militares na reserva chamados a vigiar recreios das escolas Os militares terão por missão vigiar os recreios e impedir agressões entre elementos da comunidade escolar.
"Fiscalizar e informar do estado de conservação das infra -estruturas e equipamentos da escola, sempre que verifique que o mesmo se encontra deteriorado, danificado ou a funcionar defeituosamente" é outra das missões referidas pelo Ministério.
"Exames acabam por legitimar abandono de certos alunos" Actual sistema desculpabiliza escola e professores, defendeu Paulo Chitas, autor do livro “A Escola”, num debate promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Foto: DR
Os militares das Forças Armadas na reserva vão fazer vigilância dentro das escolas, essencialmente nos recreios, com missões como impedir agressões entre elementos da comunidade escolar, explicou o Ministério da Educação e Ciência (MEC). O Conselho de Ministros aprovou, na passada quintafeira, alterações a um diploma que permitem agora o recrutamento de elementos das Forças Armadas na reserva para fazer vigilância nas zonas escolares. Estes militares deverão "assegurar as funções de vigilância relativas ao ambiente do espaço escolar, com especial incidência nos recreios e junto das imediações da vedação escolar", explicou à Lusa fonte do gabinete do MEC. Os militares na reserva vão fazer a segurança escolar no interior das escolas e terão funções complementares ao trabalho que é actualmente desenvolvido pela PSP, ou seja, "não se substituem ao do Programa Escola Segura, pelo contrário vêm complementá-lo". Os vigilantes serão colocados nos estabelecimentos escolares que, "devido à sua localização, população, dimensão e problemáticas associadas, necessitem dos mesmos para garantir a tranquilidade da comunidade escolar", acrescenta o ministério. As principais missões serão a de zelar pelo cumprimento dos regulamentos das escolas, "requerendo o auxílio de forças de segurança, sempre que for justificado". Sensibilizar os alunos para a conservação e gestão dos equipamentos das escolas e "impedir a prática de qualquer tipo de agressão, verbal ou física, entre os membros da comunidade escolar" são outras das tarefas atribuídas. O MEC sublinha ainda que as escolas poderão contar com os militares para "defender os direitos das crianças e jovens da escola onde prestam serviço, protegendoas de qualquer forma de abuso" e para detectar ilegalidades e infracções às regras da escola.
Os exames e o actual sistema de avaliação “acabam por legitimar o abandono de certos alunos” e desculpabilizam escola e professores. A ideia é defendida por Paulo Chitas, autor do livro “A Escola”. Ao longo desta semana, a Renascença vai transmitir, todos os dias depois das 19h00, o melhor dos debates que decorreram na Feira do Livro de Lisboa, no espaço da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Durante os últimos 15 dias, a Praça Azul foi palco de conversas à volta dos títulos editados pela Fundação. O primeiro foi sobre Educação. Trata-se do livro "A Escola", de Paulo Chitas. É a história de um projecto inovador que conseguiu reduzir o insucesso escolar numa escola em Estremoz. O debate com o autor do livro e com o presidente do Conselho Nacional de Educação, David Justino, foi acompanhado pela jornalista Manuela Pires. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
Abuso de direitos Temos assistido a um elevado número de greves e providências cautelares, que, no fundo, pouco adiantam às pretensões dos seus intervenientes.
Por Francisco Sarsfield Cabral
Estamos numa semana de greves nos transportes públicos (mais uma!), em Lisboa, contra as previstas privatizações. Toda a gente sabe que estas greves não
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vão travar qualquer privatização – pelo contrário, os utilizadores do Metro e da Carris, sobretudo os que pagaram um passe, anseiam pela privatização. É que, com ela, as greves diminuirão, como se viu quando a Rodoviária Nacional foi privatizada. Mas, politicamente, há que mostrar a força do PCP, através da CGTP, ainda que seja à custa dos utilizadores dos transportes colectivos. Outro abuso de um direito é o constante recurso a providências cautelares, para impedir medidas governamentais. Na grande maioria dos casos, a objecção a tais medidas não é jurídica, mas política. Ou seja, trata-se de matéria fora da alçada dos tribunais. Segundo o “Diário Económico”, a ministra da Justiça irá propor legislação que restrinja a possibilidade de uma sentença favorável à providência cautelar. Pode e deve discutir-se os termos dessa restrição. Mas que ela é necessária, até para prestígio da justiça, aí não restam dúvidas.
“Os empresários portugueses manifestam grande interesse na Bulgária” A balança comercial entre os dois países foi negativa em 2014, mas o Presidente da República quer reverter a tendência e levou mais de 20 empresas portuguesas a conhecer a Bulgária.
Saúde. País gasta menos, portugueses pagam mais Neste noticiário: os portugueses estão a pagar cada vez mais para aceder à saúde, diz o Observatório Português dos Sistemas de Saúde; mesmo se ganhar as eleições, o PS pode não ter margem para reverter o negócio da venda da TAP, defende Vera Jardim num debate com Diogo Feio onde o negócio foi comparado com a ida de Jorge Jesus para o Sporting; o medo dos gregos contado por uma jovem que se viu obrigada a abandonar o país; há mais um Bush na corrida à Casa Branca. Por Teresa Abecasis
Cavaco Silva visitou o Museu Nacional de História em Sófia. Foto: Tiago Petinga/Lusa Por Paula Caeiro Varela, na Bulgária
O Presidente da República preside esta terça-feira, ao lado do seu homólogo búlgaro, Rosen Plevneliev, ao Fórum Empresarial Bulgária-Portugal. Num mercado onde as exportações portuguesas estão longe de bombar, Cavaco Silva quer lançar novas oportunidades de negócio. “Os empresários portugueses manifestam um grande interesse em conhecer melhor as oportunidades de negócios na Bulgária e estou certo de que será possível aprofundar a cooperação em múltiplas áreas: no domínio do turismo, das energias renováveis, dos transportes, da aplicação das tecnologias digitais e a administração pública, uma área onde Portugal regista progressos muito assinaláveis”, afirmou. Em 2014, a balança comercial entre os dois países foi deficitária, com as importações da Bulgária a chegarem aos 110 milhões de euros e as exportações a ficarem nos 66 milhões. O fórum empresarial será ainda oportunidade para a criação da Câmara de Comércio Portugal-Bulgária. Esta terça-feira é o último dia da visita do Presidente da República a Sófia e da agenda faz parte um encontro com a presidente da Assembleia Nacional e com o primeiro-ministro búlgaro. Na comitiva, Cavaco Silva levou representantes de mais de 20 empresas portuguesas.
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Grécia não vai apresentar novas medidas ao Eurogrupo Ministro grego das Finanças está "disponível para, a todo o momento, encontrar uma solução compreensiva" com os credores internacionais.
"Gregos agem como se estivessem à beira da guerra" A Renascença falou com uma jovem grega obrigada a deixar o país para escapar à crise. Conta como os seus compatriotas vivem com medo num país onde o presente é duro e o futuro incerto.
Mais velhos vêem os jovens deixar a Grécia todos os dias. Foto: EPA Varoufakis não cede aos credores. Foto: Simela Pantzartzi/EPA Por Liliana Monteiro
A Grécia não vai apresentar uma nova lista de reformas na próxima reunião do Eurogrupo, marcada para quinta-feira. O anúncio foi feito pelo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, em entrevista ao jornal alemão “Bild”. A equipa de negociadores gregos está “disponível para, a todo o momento, encontrar uma solução compreensiva” com os seus parceiros europeus, sublinha Varoufakis. As negociações do último fim-de-semana falharam. Na reacção, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, exigiu que credores internacionais acabem com o que apelida de pilhagem levada a cabo nos últimos anos. "Só se pode ver uma intenção política na insistência dos credores em novos cortes nas pensões, após cinco anos de pilhagem ao abrigo dos planos de resgate", acusou o primeiro-ministro grego, num comunicado citado pelo jornal grego “Ton Syntakton”. Já o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, admite que é impossível prever as consequências a médio e longo prazo de um eventual incumprimento por parte da Grécia, já que se entraria "em águas desconhecidas". O Presidente da República, Cavaco Silva, ainda tem esperança de que a Grécia possa continuar no euro, mas lembra que na moeda única há regras e que ninguém pode deixar de as cumprir.
Fai Stepanova é uma jovem grega que optou por fazer vida fora do país, mas que acompanha o drama da família que vive em Atenas. Em entrevista à Renascença, fala numa vida difícil e mais cara de dia para dia. Os gregos vivem com medo. Vão tomando precauções porque não sabem como vai ser o futuro e porque receiam uma bancarrota. Restalhes acreditar neste novo governo que aos olhos da população parece estar a lutar pelo país. Como é viver, actualmente, em Atenas? Nesta altura a vida é muito difícil. As pessoas estão cansadas de toda esta situação da crise. Os gregos vivem com medo e andam stressados. É muito duro. As pessoas não têm muito dinheiro, os salários são baixos, têm medo de perder os empregos. Tentam ganhar dinheiro, mas está tudo muito caro, os preços subiram. Só se pensa em ter dinheiro para pagar as contas ao fim do mês: pagar a electricidade, a água, as coisas do dia a dia e, às vezes, não chega. As pessoas pensam em tirar dinheiro dos bancos? Sim, estive há duas semanas na Grécia e vi muita gente em pânico. As pessoas que têm economias de uma vida estão a ir aos bancos levantar tudo, porque têm medo de uma bancarrota e de ficarem sem nada. As pessoas não têm, nesta altura, confiança no sistema bancário. Quando surgem notícias sobre a possível saída do euro, como reage o povo grego? Obviamente que tem medo. Este novo Governo é diferente dos outros, está mais motivado, mas não está sempre alinhado com a Europa. O Governo entra muitas vezes em desacordo com a Europa. As pessoas têm pânico que um dia se atire a Grécia para fora da Europa. Como é que vêem a acção do Governo de Alexis
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Tsipras? Nos últimos 20, 30 anos houve tanta corrupção no país. Os gregos andavam tão desapontados com os últimos executivos que agora estão mais optimistas e pensam positivo porque este Governo é mais jovem, são pessoas diferentes, têm muita energia e parecem ser honestos, querem lutar mais pela Grécia do que por eles próprios. Eles trouxeram uma nova esperança para o futuro. Os gregos ainda acreditam nos políticos? Sim, no Tsipras e Varoufakis confiam, mas nos outros políticos não. Os gregos começaram já a abandonar o país? Sim, há muita gente que prefere sair do país. Tenho muita família que já emigrou. Principalmente as camadas jovens, porque não têm esperança e não têm trabalho e por isso saem. Mas depois há os mais velhos, esses já não partem, já não têm mais energia para sair do país. Então ficam na esperança de que as coisas mudem um dia. As pessoas começaram já a fazer reservas de comida porque não sabem como vai ser o dia amanhã? Sim, as pessoas agem como se estivessem num período antes da guerra. Predomina o medo e então compram muito arroz, massas e conservas, coisas que aguentam muito tempo na despensa. Começaram a juntar comida porque não sabem como vai ser o futuro. É uma jovem, vai ser mãe em breve e preferiu emigrar. Os jovens gregos pensam que é melhor viver noutros países da Europa? Eu vivo agora na Suíça, um país perfeito para trabalhar e criar a minha família. Há melhores condições de vida, ganhamos dinheiro para viver bem. Vejo o meu irmão que vive na Grécia, tem um salário de 400 euros por mês e vive assim de uma forma quase impossível.
Cientistas desenvolvem resposta ao letal "coronavírus" Anticorpo foi isolado por especialista chineses e norte-americanos e já foi testado em animais.
Cientistas da China e dos Estados Unidos anunciaram esta segunda-feira o desenvolvimento de um anticorpo
para o tratamento da Síndrome Respiratória do Médio Oriente, que nos últimos dias provocou a morte a 16 pessoas na Coreia do Sul. O anticorpo foi isolado por especialista da Universidade de Fundan, em Xangai, em conjunto com colegas do Instituto de Saúde dos Estados Unidos e as primeiras experiências em animais foram "muito efectivas", segundo a agência noticiosa Xinhua. Jiang Shibo, líder da equipa de investigadores de Fudan, referiu que o anticorpo, baptizado como "m336", pode neutralizar o vírus, também conhecido como "novo coronavírus", de forma mais eficaz que outros, especialmente quando com combinado com um tipo específico de polipéptido. Na China foi detectado um caso de Síndrome Respiratória do Médio Oriente. O paciente é um cidadão da Coreia de Sul que viaja em negócios. Dezenas de pessoas estiveram de quarentena por terem estado em contacto com o cidadão sul coreano. Desde que foi detectado o primeiro caso em 2012, na Arábia Saudita, cerca de 1.200 pessoas em 23 países foram contaminadas com o vírus e mais de 400 morreram.
Temperatura pode subir mais de quatro graus até ao fim do século Agência Internacional de Energia pede ao mundo mais empenho na luta contra as emissões de gases com efeito de estufa. A temperatura global pode subir 4,3 graus até ao fim do século e é preciso medidas mais audaciosas na redução das emissões de gases com efeito de estufa, alerta a Agência Internacional de Energia (AIE). Num relatório publicado antes da conferência do clima, marcada para Dezembro, em Paris, a AIE conclui que pode ser feito mais para atingir o objectivo de manter a subida média da temperatura global abaixo dos dois graus centígrados. Os compromissos actuais "terão um impacto positivo nas tendências energéticas futuras, mas ficarão aquém da necessária correcção para respeitar o objectivo dos dois graus", indica o relatório, apresentado em Londres. O estudo afirma que será registado um aumento médio da temperatura global em cerca de 2,6º até 2100, defendendo que o aumento pode subir até aos 4,3º nos países do hemisfério norte. "O sector energético deve desempenhar um papel crítico para que os esforços na redução das emissões [dos gases com efeito de estufa] tenham êxito. A produção e utilização de energia representa dois terços das emissões mundiais de gases com efeito de estufa" (GEE), disse a directora executiva da AIE, Marie van der Hoeven. O principal economista da agência, Fatih Birol, alertou que os desastres causados por condições
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meteorológicas adversas serão "cada vez mais frequentes" devido ao aumento da temperatura, com África a ser particularmente afectada, apesar de uma reduzida contribuição para o problema. Van der Hoeven sublinhou, por seu turno, "não haver tempo a perder", já que "o custo e a dificuldade das medidas atenuantes das emissões de gases com efeito de estufa aumentam todos os anos". Apesar do "crescente consenso entre os países de que chegou a altura de actuar", é necessária grande vigilância para garantir que os compromissos são adequados e mantidos, acrescentou. A AIE apresentou cinco medidas essenciais para controlar as emissões globais relacionadas com a produção e utilização de energia em 2020: melhorar a eficiência energética em sectores industriais fundamentais, reduzir o uso de centrais energéticas alimentadas a carvão, aumentar o investimento nas tecnologias de energia renovável, reduzir gradualmente os subsídios aos combustíveis fósseis e uma redução das emissões de gás metano na produção de petróleo e gás. "Esta etapa decisiva é possível se recorrermos apenas a políticas e tecnologias com provas dadas e sem alterar as perspectivas económicas e de desenvolvimento de nenhuma região", de acordo com a AIE. Os países estão a preparar um encontro crucial em Paris, a 21.ª conferência das partes (COP21), no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, sigla em inglês), que agrupa 195 nações. No início do ano, a UE aprovou formalmente as metas de redução de GEE para a conferência de Paris, incluindo uma redução de 40% nos GEE até 2030, relativamente aos níveis de 1990. Os Estados Unidos, responsáveis por 12% das emissões globais de GEE, anunciaram a intenção de reduzir os GEE entre 26 e 28% em 2025, relativamente aos níveis em 2005. A China, a segunda maior economia do mundo e responsável por 25% das emissões globais, definiu o pico das emissões de GEE para "cerca de 2030", mas não prometeu quaisquer reduções.
Arcebispo acusado de abusos sexuais de menores vai ser julgado no Vaticano Este é o primeiro caso em que um bispo acusado de abusos sexuais é julgado em tribunal por este crime. Os outros casos de bispos julgados neste âmbito envolvem acusações de encobrimento.
O ex-núncio, quando ainda em funções. Foto: DR Por Filipe d'Avillez
O arcebispo Józef Wesołowski, ex-núncio apostólico da Santa Sé na República Dominicana, vai ser julgado pelo tribunal do Vaticano, informou esta segunda-feira a sala de imprensa da Santa Sé. Este é o primeiro caso em que um bispo acusado de abusos sexuais de menores é julgado em tribunal por este crime. O arcebispo, de nacionalidade polaca, viu-se envolvido num escândalo de abusos sexuais de menores, em 2013 e saiu do país, onde era representante diplomático do Vaticano. Contudo, uma vez na Santa Sé, Wesołowski foi detido. Devido a questões de saúde, foi sujeito a prisão domiciliária enquanto decorria contra ele um processo canónico, que em primeira instância determinou a sua laicização, e um inquérito criminal, cujo resultado foi anunciado esta segunda-feira, confirmando a realização de um julgamento, que terá início a 11 de Julho. A nota emitida pela Santa Sé confirma que o Vaticano está a colaborar com as autoridades da República Dominicana, onde foram cometidos a maioria dos crimes de abuso contra menores. Para além desta acusação, o ex-núncio é também acusado de posse de pornografia infantil. O arcebispo, que tem 66 anos, arrisca uma pena de prisão de 12 anos caso seja condenado. Primeiro julgamento de um bispo Embora já tenha havido casos de bispos católicos julgados e até condenados por encobrir casos de abusos sexuais praticados por padres sob a sua jurisdição, esta é a primeira vez que um bispo é mesmo julgado pela prática deste tipo de abusos. Casos anteriores de bispos que admitiram ter abusado de
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menores não chegaram a ir a tribunal. Recentemente, o Papa Francisco ordenou a abertura de um tribunal com jurisdição para investigar e julgar casos de bispos acusados de encobrimento, mas tudo indica que Wesołowski vai ser julgado num tribunal normal da Santa Sé, uma vez que é acusado directamente de abusos. Um outro sacerdote polaco que trabalhava com o arcebispo na nunciatura, o padre Wojciech Gil, também é acusado dos mesmos crimes, mas encontra-se detido na Polónia, para onde viajou em 2013. As autoridades polacas e dominicanas estão também a colaborar no processo criminal contra ele.
TÉNIS DE MESA
Ouro! Portugal é campeão em Baku Mesa-tenistas lusos voltam a fazer história, conquistando a primeira medalha de ouro para Portugal nos primeiros Jogos Europeus. João Silva (triatlo) e Fernando Pimenta (canoagem) obtiveram a prata.
Bispos portugueses reflectem sobre a vida consagrada Arcebispo espanhol Jose Rodriguez Carballo vai dar o seu testemunho. Os bispos portugueses estão reunidos em Fátima, numas jornadas pastorais dedicadas à vida consagrada. O arcebispo espanhol Jose Rodriguez Carballo, secretário para a Congregação para os Estatutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, é um dos participantes do encontro que termina na quarta-feira. As jornadas estão divididas em vários painéis. Em destaque vão estar temas como a Teologia da vida consagrada ou a história da vida consagrada em Portugal, como avançou o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Barbosa. As jornadas decorrem até quarta-feira e incluem a habitual reunião mensal do conselho permanente da CEP, agendada para terça-feira à noite.
A selecção nacional de ténis de mesa venceu a medalha de ouro nos primeiros Jogos Europeus, em Baku, no Azerbaijão. Na final, Portugal bateu a França por 3-1, com João Geraldo a vencer Adrien Mattenet, por 3-0 (11-4, 12-10 e 11-9), no quarto jogo. Mattenet já havia sido derrotado por Tiago Apolónia no primeiro jogo, também por 3-0 (13-11, 11-9 e 11-6), vantagem aumentada por Marcos Freitas que se superiorizou a Simon Gauzy no segundo jogo por 3-2 (11-8, 10-12, 11-8, 9-11, 11-5). Portugal só "caiu" em pares. Apolónia e Geraldo perderam por 2-3 frente à dupla Lebesson/Gauzy. A equipa nacional da modalidade, que se tinha sagrado campeã europeia em Lisboa, conquista, deste modo, a primeira medalha de ouro para Portugal em Baku. João Silva (triatlo) e Fernando Pimenta (canoagem) obtiveram a prata.
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RIBEIRO CRISTÓVÃO
REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Jogos europeus
Vitória
Há novos heróis portugueses. Três jovens ganharam a medalha de ouro no Ténis de Mesa e merecem o reconhecimento de todos nós.
Foto: RR
Por Ribeiro Cristóvão
Escrevemos ontem neste espaço sobre os desempenhos das selecções de futebol nos mais recentes torneios internacionais ou a disputar dentro dias, dando o devido relevo às diversas participações, todas elas enriquecedoras do estatuto de que o nosso país já beneficia em todo o mundo. Não referimos, porque de um desafio particular se trata, o encontro de logo à noite, no qual a nossa equipa principal, desfalcada sobretudo de Cristiano Ronaldo, vai defrontar, em território helvético, igual formação da Itália. Trata-se de mero cumprimento do calendário acordado entre as partes e sob a égide da FIFA, e que, por isso, não tem um significado muito transcendente. Referência especial merecem hoje os Jogos Europeus, que decorrem em Baku, no Azerbaijão, e nos quais se pode falar já de presença relevante da representação portuguesa. Com efeito, depois de João Silva, no triatlo, e Fernando Pimenta, na canoagem, terem conquistado duas medalhas de prata, o dia de ontem ficou marcado por uma proeza invulgar numa modalidade a que raramente se dá transcendente importância. No Ténis de Mesa, três jovens, João Geraldo, Tiago Apolónia e Marco Freitas, conquistaram a medalha de ouro, o maior feito de sempre alcançado por tenistas portugueses, depois de a selecção portuguesa já se haver sagrado campeã europeia nos jogos realizados em Lisboa. Estes heróis, provenientes de Mirandela, Lisboa e Funchal, cidades onde iniciaram as suas carreiras, merecem o reconhecimento de todos nós. E o agradecimento que também aqui lhes queremos deixar. Obrigado!
"Temos homem!", proclama A Bola, ao lado da foto de Rui Vitória. O jornal historicamente ligado ao Benfica sublinha que o treinador "causou impacto muito positivo entre dirigentes". Ainda sobre o Benfica, o jornal do Bairro Alto adianta: "Maxi Pereira em semana decisiva". Rui Vitória está também na primeira página do diário Record, que cita o técnico: "Que a Supertaça chegue depressa". É também uma citação de Rui Vitória que está na manchete da edição Sul de O Jogo: "Formação? Não sou tolinho". Na edição Norte, lê-se: "FC Porto na corrida por Bartra". Ainda em O Jogo, sobre o Sporting, avança-se que "Bruno vai a Genebra pressionar Danilo". RUI VITÓRIA
"Darei a vida por este clube" Não promete títulos, está ansioso pela Supertaça e prevê um campeonato "muito difícil". As primeiras declarações de Rui Vitória na qualidade de treinador do Benfica. Não será preciso tanto, mas para as batalhas futebolísticas que se aproximam, Rui Vitória diz estar pronto para "dar a vida" pelo Benfica. O técnico ribatejano foi oficialmente apresentado esta segunda-feira, no Museu Cosme Damião, e abriu a apresentação a sublinhar o "prazer enorme" de estar no Benfica, clube que deixou há nove anos, depois de comandar os júniores. "Quero muito ganhar. Quero ganhar mais do que nunca", garantiu o técnico aos jornalistas, mas "não prometo títulos". Ainda assim, ao nível interno, Rui Vitória tem "um objectivo muito claro" de chegar ao tricampeonato e, ao nível europeu, assume a "vontade de fazer mais do que foi feito" até aqui. O primeiro embate oficial da época é já a 9 de agosto e frente ao Sporting, agora comandado por Jorge Jesus. Rui Vitória diz estar ansioso que chegue o jogo: "Que o tempo passe depressa", declarou.
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Sobre uma futura aposta na formação, o novo tecnico do Benfica quis esclarecer que "não vai mudar tudo". "Vamos incluir jogadores jovens nos seniores, mas pela competência que revelarem. "Não sou tonto", disse sobre a matéria. Rui Vitória mostra-se confiante na qualidade do plantel. "O grosso da equipa está definido. Estou convencido que podemos formar uma grande equipa", para um campeonato que Vitória prevê "muito difícil". GRÉCIA
Marco Silva muito perto do Olympiakos
FC PORTO
Antero Henrique na Argentina para contratar Carrillo Segundo o jornal "El Dia", a visita do dirigente portista a Avellaneda para falar com os dirigentes do Racing sobre Gustavo Bou é outro dos objectivos da deslocação.
Negociações entre campeão helénico e extreinador do Sporting, ao que Bola Branca apurou, encontram-se adiantadas.
Guido Carrillo na mira dos dragões. Foto: DR
Depois de Leonardo Jardim e Vítor Pereira, o clube grego prepara-se para contratar mais um treinador português, desta vez Marco Silva, que foi despedido do Sporting no passado dia 4. Os leões alegaram justa causa na rescisão de contrato com o treinador que ganhou a Taça de Portugal, interrompendo um jejum de títulos de sete anos do clube. Vítor Pereira foi campeão no Olympiakos e saiu para o Fenerbahce e agora os campeões helénicos desejam o jovem técnico. De acordo com as informações avançadas a partir de Atenas, pelo chefe de redacção do jornal "Sport Day", Jorge Macias, em serviço especial para a Bola Branca, as negociações encontram-se adiantadas. O Olympiakos só assinará contrato com Marco Silva no momento em que o conflito do treinador com o Sporting esteja resolvido. Marco Silva, de 37 anos, treinou Estoril-Praia e Sporting.
O administrador da SAD do FC Porto, Antero Henrique, está na Argentina para encontrar o sucessor de Jackson Martínez. A informação é avançada pela imprensa daquele país. Guido Carrillo, avançado do Estudiantes, poderá ser o alvo prioritário. Segundo o jornal "El Dia", a visita do dirigente portista a Avellaneda para falar com os dirigentes do Racing sobre Gustavo Bou é outro dos objectivos da deslocação.
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SELECÇÃO NACIONAL
Conte desvaloriza ausência de Ronaldo. "Há outros" Portugal e Itália jogam esta terça-feira, na Suiça, um encontro particular de preparação. CR7 foi um dos dispensados. O jogo, marcado para as 19h30, terá relato na Renascença e acompanhamento em rr.sapo.pt
Para a Easyjet, um paraíso grego fica no Norte de Portugal No Facebook, a companhia aérea põe a paradisíaca Cefalónia no Norte de Portugal. A gafe motivou dezenas de comentários.
A imagem que confunde Portugal com a Grécia
O seleccionador italiano desvaloriza a ausência de Cristiano Ronaldo no encontro de preparação, entre Portugal e Itália, esta terça-feira em Genebra, na Suíça. António Conte, na projecção do desafio, garante ainda que a ideia é só uma: ganhar. Porque o técnico transalpino não gosta de perder, nem a "feijões". "As equipas fazem a própria gestão e todos os jogadores chegam ao final da temporada cansados. Mas, também, nenhuma equipa é composta por um único jogador, mesmo por Ronaldo, que é um fenómeno. Portugal tem outros grandes jogadores, de qualidade, e por isso vai ser um teste interessante", referiu Conte. "Odeio a palavra derrota. Odeio. Os meus jogadores sabem muito bem disso. Não vejo nenhuma diferença com uma partida oficial. Quero ganhar e quero que os meus jogadores sintam o mesmo", acrescentou.
O objectivo era promover no Facebook uma nova rota para o "glorioso paraíso" que é a ilha grega de Cefalónia, mas a companhia aérea Easyjet enganou-se e localizou-a no mapa de Portugal. A gafe motivou dezenas de comentários na página de Facebok da companhia de baixo custo, que, pelas 17h51, ainda mantinha o "post" feito ao início da tarde para promover a rota Manchester-Cefalónia. A situação levou mesmo a Easyjet Portugal a participar na torrente de comentários: "Por aqui não temos dúvidas de onde fica o melhor de Portugal… Visitem a nossa página em easyJet Portugal e fiquem também a conhecer tudo o que o nosso país tem para oferecer: as praias, a cultura, a gastronomia, as fantásticas ilhas e muito mais! Estamos à vossa espera". Não há má publicidade? Nem todos concordaram: "O primeiro-ministro Passos Coelho disse que Portugal não é a Grécia (…) Mas para a Easyjet é tudo a mesma coisa".
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Francisco dá força de encíclica à preocupação da Igreja com o ambiente Francisco publica esta quinta-feira a primeira encíclica de um Papa dedicada inteiramente ao ambiente. Mas há longos anos que os papas procuram mostrar que o cuidado com a Terra não é reserva de cientistas, mas tem implicações morais.
"Hoje, as questões relacionadas com o cuidado e a preservação do ambiente devem ter na devida consideração as problemáticas energéticas. De facto, o açambarcamento dos recursos energéticos não renováveis por parte de alguns Estados, grupos de poder e empresas constitui um grave impedimento para o desenvolvimento dos países pobres. Estes não têm os meios económicos para chegar às fontes energéticas não renováveis que existem, nem para financiar a pesquisa de fontes novas e alternativas." O texto continua, dizendo que "a monopolização dos recursos naturais, que em muitos casos se encontram precisamente nos países pobres, gera exploração e frequentes conflitos entre as nações e dentro das mesmas. E muitas vezes estes conflitos são travados precisamente no território de tais países, com um pesado balanço em termos de mortes, destruições e maior degradação". Bento XVI concluía: "A comunidade internacional tem o imperioso dever de encontrar as vias institucionais para regular a exploração dos recursos não renováveis, com a participação também dos países pobres, de modo a planificar em conjunto o futuro." João Paulo II preocupado com efeito de estufa Já antes, João Paulo II tinha reservado palavras fortes para estas questões.
Preocupação do Vaticano com o ambiente não é bem vista em alguns círculos. Foto: EPA Por Filipe d'Avillez
O muito aguardado documento do Papa Francisco sobre o ambiente e as alterações climáticas, que será publicada na quinta-feira com o título "Laudato Si", constitui a primeira vez que um pontífice dedica uma encíclica inteira a este assunto. Contudo, a preocupação de um Papa pelo ambiente não é novidade. Francisco está a dar apenas mais um passo (com a força reforçada de uma encíclica) numa longa tradição, que tem entre os seus protagonistas os papas João Paulo II e Bento XVI. Bento XVI, que mandou colocar painéis fotovoltaicos no Vaticano e comprometeu a Santa Sé ao objectivo de se tornar o primeiro estado europeu neutro no que diz respeito a emissões de carbono, chegou a ser apelidado de "Papa Verde". O Papa alemão revelou em várias ocasiões a sua preocupação com o ambiente, deixando claro que esta é uma causa inseparável de outros grandes temas de ordem moral. Bento XVI chegou mesmo a utilizar a expressão "ecologia humana", ligando o cuidado pelo meio ambiente ao cuidado pela natureza humana e fazendo a ligação à necessidade de se respeitar, tanto numa questão como na outra, pelo respeito pelo direito natural. Na encíclica "Caritas in Veritate", Bento XVI escrevia:
Na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1990, o Papa polaco dizia que "o gradual esgotamento da camada do ozono e o consequente 'efeito de estufa' que ele provoca já atingiram dimensões críticas, por causa da crescente difusão das indústrias, das grandes concentrações urbanas e dos consumos de energia. Resíduos industriais, gases produzidos por combustíveis fósseis, desflorestação imoderada, uso de alguns tipos de herbicidas, refrigerantes e propelentes, tudo isto, como se sabe, é nocivo para a atmosfera e para o ambiente." "Daí resultam múltiplas mudanças meteorológicas e atmosféricas, cujos efeitos vão desde os prejuízos para a saúde até à possível submersão, no futuro, de terras baixas", concluía o Papa. Contudo, também João Paulo II fazia depois a ligação para assuntos vistos como prioritários para a Igreja. "Mas o índice mais profundo e mais grave das implicações morais, inseridas na problemática ecológica, é constituído pela falta de respeito pela vida, como se pode verificar em muitos comportamentos." Desconfiança conservadora À luz destes exemplos históricos apenas se pode concluir que a preocupação ambiental de Francisco não é nova. Nova será, isso sim, a forma e a ênfase, para além da atenção mediática que as suas acções têm em comparação com a dos seus antecessores. Mas a insistência do Papa em entrar por temas ambientais não está a ser inteiramente pacífica. O facto de ter colaborado com instituições das Nações Unidas, uma organização com a qual a Igreja tem um historial
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complexo e que é vista como enorme desconfiança por facções mais conservadoras da Igreja, sobretudo em países como os Estados Unidos, e o seu entusiasmo por um tema que é visto frequentemente como uma causa de esquerda têm feito surgir várias críticas. Quando o Vaticano ajudou a organizar uma cimeira sobre o ambiente, em Roma, com a presença do secretário-geral da ONU, um grupo de cientistas que discordam das teorias das alterações climáticas fizeram uma contracimeira de protesto e acusaram o Papa de estar a dar crédito a teorias que, dizem, não foram ainda provadas. De igual modo, o político americano Rick Santorum, um católico conhecido pelas suas posições conservadoras em assuntos morais, disse que, embora ame muito o Papa, este devia deixar a ciência para os cientistas – esquecendo-se de que o Papa é licenciado e tem mestrado em química. Mas o que os Papas têm estado a fazer, pelo menos desde João Paulo II e com particular destaque para Bento XVI e agora Francisco, é exactamente sublinhar que questões como o cuidado pelo ambiente e os recursos naturais não são temas exclusivamente científicos, mas também profundamente morais. Isso será certamente realçado pelo Papa na sua encíclica "Laudato Si".
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