CamboriĂş 129anos abril de 2013
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Camboriú129anos
E D I T O R I A L
Resgatar para abraçar o futuro Trânsito intenso em horários de pico, construção civil em ebulição e forte especulação. Muitos dos que vivenciam hoje a rotina de Camboriú, pouco sabem sobre a história dessa cidade que já foi referência em muitos setores no Estado. Fala-se do agora, mas o ontem parece ter ficado na lembrança dos antigos moradores, registros bibliográficos, fotos e atas históricas de pouco acesso. Imóveis de arquitetura rebuscada ou que carregavam história em suas fachadas, como a antiga prefeitura – hoje são só luz e sombra em fotografias perdidas. Nomes dos colonos que fizeram a história da Vila Garcia viraram apenas placas de ruas que os novos nem imaginam quem sejam. Depois de uma época de dificuldades intensas causadas por tropeços da história, tanto mudou e nos últimos anos de forma tão intensa, que a velocidade do progresso acabou criando uma distância ainda maior entre um município e suas raízes. Resquícios da atmosfera de Vila ainda sobrevivem em comércios com sobrenome das famílias tradicionais, no ritmo lento da Praça das Figueiras em final de tarde e no estilo camboriuense de viver. Mas param por aí. A cidade e os filhos da terra hoje encaram um conflito da perspectiva do novo com um leve pesar. Aceitam os recentes moradores, mas com um aperto, como se isso representasse o prelúdio do fim da tradição. De fato, se a história não ganhar espaço, se esvairá, com ou sem progresso. Por isso, em comemoração aos 129 anos de Camboriú, o Página 3 resolveu mergulhar na história e para isso teve colaboração de filhos da terra e da pesquisa de José Angelo Rebelo, que gentilmente cedeu material e seu tempo para ajudar a embasar este caderno. Afinal, quando os de hoje entendem o ontem, guardam o legado com carinho e não sentem culpa ou medo de abraçar o futuro.
E X P E D I E N T E Caderno especial Camboriú 129 anos é uma produção do jornal Página 3. Endereço: Rua 2448, 360 - Balneário Camboriú - SC Fone: (47) 3367-3333 | site: www.pagina3.com.br Email: jornal@pagina3.com.br Jornalista Responsável: Daniele Sisnandes (dani@pagina3.com.br) Diagramação: Fabiane Diniz (fabiane@pagina3.com.br) Comercial: Rogério Matheus (mag@pagina3.com.br)
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Camboriú 129 anos de história
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Conforme dados do historiador Isaque de Borba Corrêa, a história da formação de Camboriú começou a se formar muito antes de sua emancipação de Itajaí.
A
colonização em Camboriú aconteceu na segunda década do século XIX, com Baltazar Pinto Corrêa, natural da Freguesia de Lamego, no norte de Portugal. Inicialmente ele veio para Porto
Belo. Provavelmente chegou aqui em 1821. Ele requereu uma carta sesmaria para ocupar uma gleba de terra e iniciar um povoamento ao qual, segundo o historiador José Boiteux, deu o nome de Freguesia do Bom Sucesso.
Ele recebeu a carta de sesmaria no dia 26 de setembro de 1826, depois de anos de espera. Essa colonização iniciou no Canto Norte da Praia, localidade hoje conhecida como “Bairro da Barra”, onde foi criado o município de Camboriú.
Camboriú pertenceu inicialmente ao território de Porto Belo, e integrou mais tarde o território de Itajaí, até a data de sua emancipação, através da Lei n º 1.076, de 5 de abril de 1884. A instalação do município ocorreu em 15 de janeiro de 1885. A
Barra era a sede do município, mas com a promessa da agricultura a “Vila Garcia” , hoje cidade de Camboriú, começou a ganhar força, seu interior foi povoado e a Vila passa a ser o centro administrativo em 1890.
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Os golpes na economia e a depressão Reprodução
Segundo o pesquisador e escritor do livro “Sem História Não Dá- E assim se fez Camboriú”, José Angelo Rebelo, para entender a trajetória econômica de Camboriú é essencial abordar as três fatos de relevância que culminaram no início da década de 70 e acabaram levando a cidade a um período de grandes dificuldades.
O
município se destacava pelo extrativismo de pedras, como mármore e granito, mas os problemas ambientais levaram praticamente ao fim dessa prática.
Corte do café Camboriú já foi maior produtor de café de Santa Catarina, mas foi vítima de uma política de proteção aos grandes produtores e teve a cultura extinta, por
ordem do próprio governo. “Em 71, o Governo paga pra cortar o café de todo lugar onde havia pequenas produções para diminuir a oferta, para que os grandes produtores nacionais tivessem preço melhor. Dois anos depois o café brotou, e daria muito café, mas o Governo pagou de novo para cortar. Aí as torrefações fecharam, todos foram embora”, conta o pesquisador.
A BR-101 Os mais jovens ou novos moradores talvez não saibam, mas por dentro de Camboriú passava o traçado da BR-101, pelo antigo trajeto do Morro do Encano. No início da década de
70, a rodovia foi aberta aonde é até hoje, e todo o tráfego e movimento trazido por ela ao centro de Camboriú se perdeu. “Passou tudo por fora: compradores, vendedores, gente que dormia nas pensões, gente que
passava lá e almoçava”, destaca. Esses fatores, aliados ao fato do desmembramento de Balneário Camboriú em 1964 levaram a cidade a uma estagnação econômica forte, que se refletiu por muitos anos seguintes
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A necessidade de preservar a história O pesquisador José Angelo Rebelo, que escreveu dois livros sobre a história e um sobre suas memórias da velha Camboriú revela como foi difícil conseguir dados que ajudem a remontar a trajetória da formação do município.
“
Quando estava no primário, jamais alguém, alguma professora (embora boas), jamais alguém disse quem era Benjamin Vieira, a principal rua do colégio, quem era Antonio Maria (a rua do lado), quem foi Getúlio Vargas (a rua de trás), Gustavo Richard (a rua da entrada). Quando comecei a pesquisa em 95, não tinha a internet, foi tudo na base do revira folha”, comenta. Ele revela que uma vez foi à antiga Câmara de Vereadores
e encontrou dezenas de documentos e atas históricas em um local sem cuidado algum. “Vi uma porção de papel, eu abri e tinha cheiro de mofo, perguntei para a secretária e ela contou que eram atas da Câmara, atas históricas! Entrei e comecei a catar. Lá estavam os livros da Câmara escritos a mão, do tempo do meu trisavô, documentos de 1887”, exclamou. A compilação de dados seguiu por cartórios e bibliotecas, inclusive de outros municípios
que continham exemplares de jornais da época. “Também tive o auxílio de moradores antigos como dona Isaura Bernardes que já morreu e me ajudou muito”. Para Rebelo, a necessidade de buscar as raízes falou mais alto, mas infelizmente, muitos desses documentos são inacessíveis para a maioria das pessoas e filhos da terra, que mesmo em um novo tempo, deveriam também carregar o legado de tanta história.
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Um passeio pelo centro de Camboriú Fotos Reprodução
A professora Onete Ramos Garcia, filha de família tradicional de Camboriú, mora até hoje no centro da cidade, onde cresceu e viu muita coisa mudar. Nasceu na Lauro Muller, e vive hoje na Rua Teonilia Francisca Simas Ramos, via ao lado da Caixa, que leva o nome de sua mãe. mente boletins com as condições do rio via telegrama para as capitais. Pelo Correio, ele se informava do que acontecia fora dali lendo jornais e quase que previa “um dia vamos ver quem fala no rádio”.
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“Na praça havia ao lado direito na Rua Gustavo Richard o bar do seu Bento Gordo, era um bar snooker. Tinha a venda do seu Abdon, a venda do seu Antonico, a casa do seu Zuzu, um senhor muito ilustre de Camboriú”, lembra como se passeasse pelo centro em sua memória.
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caçula de uma família de cinco filhos lembra com orgulho do pai, Pedro Francisco Ramos, que era responsável pela estação meteorológica da cidade e enviava diaria-
“Tinha a casa da dona Evelina Vieira, que é filha do Coronel Benjamin Vieira. Já pegando a rua coronel Benjamin Vieira, tínhamos o bar na época era do seu Joaquim Vieira, a casa do seu José Bernardes. Tínhamos o hotel da dona Cacilda, que foi demolido e era a Pastelaria Camboriú. Tínhamos o Cine Camboriú, é tínhamos cinema”, lista.
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Uma residência, o velho Cine e a pastelaria que se foram, na Rua Benjamim Vieira
Dona Onete segue relembrando uma a uma, as casas e seus moradores e conta que naquela época, o comércio de Camboriú era bastante forte, com suas vendas e secos e molhados. Isso era fundamentado no fato de todo o trânsito que hoje circula pela BR-101, passava pelo centro de Camboriú antes da abertura da rodovia. “As ruas não eram pavimentadas, mas todo o transito que hoje passa pela BR-101, passava por aqui, então todas as linhas de trânsito passavam por aqui também. Depois da saída do trânsito para a BR-101, Camboriú ficou estagnada. As famílias foram saindo do interior, procurando outras regiões, muitos foram pra Joinville, Blumenau, Brusque, Itajaí”, revela Dona Onete.
Rua Lauro Muller, ex-Sete de Setembro, em Camboriú
Jovens em frente à Igreja Matriz. Ao fundo, a extinta pastelaria
Há mais de duas décadas acompanhando o desenvolvimento deste município centenário.
Parabéns Camboriú :)
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O ontem X o presente Depois que Camboriú perdeu a efervescência do movimento de veículos que agora optavam pela BR-101, a cidade sofreu bastante para retomar o fôlego.
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professora Onete Ramos Garcia, que acompanhou muitas das mudanças, credita essa retomada à coragem de políticos, como o ex-prefeito Andrônico Pereira. Segundo Onete, Pereira era um homem de visão, arrojado e
Fotos Reprodução
Sem considerar seu valor histórico, a antiga prefeitura, que era um marco pela arquitetura, foi derrubada para a construção de um novo prédio.
deu início a uma série de prefeitos mais engajados com a cidade. “De uns 10 anos pra cá, eu acho que Camboriú explodiu. Camboriú não é mais o Camboriú. É um bem, mas ao mesmo tempo tira um pouquinho da privacidade. As pessoas que vêm de fora são bem-vindas, mas a gente
perdeu o contato com os nativos, hoje em dia quando encontra alguém de Camboriú fala “olha o fulano”. Onete sente que o progresso trouxe para a antiga Vila Garcia certa distância entre os nativos. “Às vezes eu vou ao cemitério e vejo “nossa, fulano já morreu?” antigamente a gente sabia quem
morria porque batia o sino, eram poucas pessoas. E hoje às vezes acontece de morrer vizinhos da gente e a gente não sabe, a distância aumentou bastante”, destaca. A igreja e o contato com os pais em reuniões escolares também tinham papel fundamental nessa proximidade, coisas que muda-
ram um pouco nos dias de hoje. “Antigamente conhecia quem morava em Caetés, Vila Conceição, no Braço, Rio Pequeno, principalmente eu porque eu dava aula e conhecia essas pessoas que vinham dos bairros, havia as reuniões com professores e pais, havia mais contato”, completa.
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Um marco na educação de Camboriú O Grupo Escolar Professor José Arantes foi criado em 1927. É o mais antigo e o maior colégio de Camboriú até hoje. Por ali passaram milhares de camboriuenses e filhos de outras terras
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egundo José Angelo Rebelo, no livro Sem História Não Dá – E Assim Se Fez Camboriú, o terreno onde está instalada a escola foi comprado pelo município de dois proprietários: Antônio Maria de Souza e outro de dona Vergínia Laux Pereira. Os terrenos foram repassados ao Estado, em troca da construção do Grupo Escolar, em 1935. O primeiro diretor, presente no dia da inauguração foi o professor Otto de Souza Dreher, substituído em seguida por Mário Goeldner Oliveira.
ligado à Escola Paulista de Formação para o magistério que tinha como parceiro o Orestes Quimarães e que teria vindo para Santa Catarina a fim de participar da reforma do ensino catarinense em 1911, pois quase todos seus filhos nasceram em Florianópolis.
A Unidade Escolar recebeu seu nome como Patrono pelo Decreto nº 2017 de 19 de janeiro de 1927, do Governador Adolfo Konder, quando organizou as Escolas Reunidas, passando a chamar-se Grupo Escolar de 1ª e 2ª classe dependendo do número de alunos.
O patrono O patrono da escola nasceu em 05 de janeiro de 1841, em Recife, Pernambuco e faleceu em Florianópolis, em 1918. Segundo dados do grupo escolar, sabe-se que José Arantes era
O Grupo Escolar José Arantes
Operários durante a construçao do Colégio, em 1934.
Parabéns Camboriú São 129 anos De alegrias, conquistas e Belezas naturais 05 de abril Aniversário de Camboriú Presidente do diretório do PSDB de Camboriú-SC
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A luta pela vida no campo
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O arroz sempre esteve nas raízes da história de Camboriú, mas as dificuldades da vida na lavoura, falta de apoio e variações do mercado foram minando o espírito dos colonos e muitos deixaram a zona rural da cidade.
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amílias inteiras acabaram saindo de localidades onde antigamente se formavam pequenos vilarejos. Plantar ficou para alguns poucos corajosos que assistem seus filhos deixarem a roça em busca de melhores condições na cidade. O rizicultor Antônio Carlos Gardini, 58 anos, continua o trabalho do pai, na lavoura de arroz da localidade dos Alemães, no interior da Estrada Geral do Braço. Apesar de contar com a tecnologia das máquinas, seus quatro filhos já vivem de empregos na cidade e tampouco seus netos devem se aproximar do campo.
“É trabalho, mas a gente é acostumado a trabalhar né? Antes a gente só trabalhava com animal, mas o maquinário ajuda muito. Se hoje eu ficasse com a minha família aqui, nós não sobreviveríamos da lavoura, a sorte foi que eles foram saindo e arrumando emprego fora”, comentou. Ele relata que naquela região viviam famílias grandes, com mais de 15 filhos e todos se conheciam. “Nós não conhecíamos o centro, a gente ia no Salão do Gustavo, mas isso quando a gente era moço. Não tinha condições de sair, não tinha nem uma bicicleta pra
andar. Pra ir na igreja era 3km a pé, descalço ainda porque não tinha nem um sapato pra botar no pé”. Parentes e amigos foram dei-
O progresso de Camboriú é uma alegria para todos. A Baumetal sente orgulho em fazer parte há 19 anos dessa história.
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xando a lavoura. Não venderam as terras, mas pouco se planta por lá. Apesar disso, ele tem uma certeza. “Não penso, nem nunca pensei em sair daqui. Na verdade eu nem saio daqui, só
Camboriú Nós fazemos parte da sua história.
pra fazer os serviços ou pra passear no domingo. Não me dou bem por aí, isso aqui é minha vida, nunca trabalhei uma hora fora de empregado pra ninguém”, concluiu.
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Igreja Católica, renovação e fé A fé e a religião estiveram presentes na história da fundação do município desde o tempo de colonização da Barra
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Igreja Católica, através de seus padres e franciscanos atuantes, esteve muito próxima de decisões políticas e determinantes como, por exemplo, em 1849 quando a Assembléia Legislativa consultou um pároco, o Padre José Maria da Costa Rebelo, de Porto Belo, sobre o pedido de elevar a povoação de Camboriú ao nível de freguesia. O Padre sinalizou positivamente e assim foi feito. Mas não foi só isso. Em tempos de dificuldades,
Reprodução
A instalação da Igreja Presbiteriana em Camboriú iniciou por volta de 1905
a força da Igreja serviu de alento para muitos camboriuenses, que encontraram na fé, um alicerce. Ainda hoje é significativa e muito atuante a comunidade católica na cidade, tanto no centro com a Renovação Carismática Católica da Igreja Matriz, como nas comunidades católicas dos bairros. A festa do Divino Espírito Santo, de origem portuguesa, é outro marco do catolicismo em Camboriú, quando celebrações são feitas por dias através de cortejos, missas e festejos. Nesta época, os devo-
A centenária Igreja Presbiteriana
Q tos enfeitam as fachadas das casas para receber a bandeira do Divino.
uando um camboriuense, Cypriano João da Silva, se interessou por artigos sobre Protestantismo no jornal “O Mensageiro”, escrito pelo Pb. Antonio Lopes Serrão, da Igreja Presbiteriana de São Francisco do Sul. Cypriano começou a se corresponder com o presbítero, foi evangelizado e é considerado o primeiro
presbiteriano da cidade. Apesar da pressão contrária da Igreja Católica, evangelizadores vieram para Camboriú e aqui encontraram grande receptividade, com reuniões atraindo centenas de pessoas da região. Após alguns anos, mais precisamente no dia 27 de setembro de 1909,
é organizada a “Igreja Presbiteriana de Camboriú”, já com 53 membros comungantes e 57 menores batizados, tendo como seu primeiro pastor presidente o Rev. George Anderson Landes. Apesar da pressão, o crescimento do evangelismo presbiteriano seguia forte e se espalhou por vários lugares da região.
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PARABÉNS BELA CAMBORIÚ
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Gideões: de Camboriú para o mundo A história dos Gideões Missionários da Última Hora é mais recente, mas não menos significativa para Camboriú. Na década de 70, quando a cidade enfrentava um período de dificuldades, o pastor Cesino Bernardino assumiu a igreja em crise.
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árias casas, tanto no centro da cidade e interior, se transformaram em casas de orações e logo a fé dos crentes começava a se fortalecer e a igreja também. O pesquisador José Angelo Rebelo lembra que os Gideões tiveram um papel fundamental na retomada econômica de Camboriú. “A cidade estava perdendo a agência dos Correios e bancos, mas com o movimento de cartas e pes-
soas dos Gideões, Camboriú garantiu a permanência dessas instituições, inclusive com a abertura de novas agências”, comenta. No início da década de 80 o pastor realiza o primeiro Congresso e dá início a uma sucessão de encontros que em 2013 chega a sua 31ª edição. Hoje, milhares de pessoas de mais de 24 países tomam conta da cidade em quase um mês de cultos e efervescentes comércios.
Camboriú Camboriú 129anos anos 129
“Camboriú uma cidade feliz por natura”
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“Temos que focar nos macro problemas” Divulgação
Historicamente a cidade de Camboriú precisou enfrentar intensos altos e baixos. Entre as limitações financeiras às intempéries que assolaram seus moradores, muitos foram os desafios dos últimos tempos. Recentemente e como uma explosão, a cidade se tornou uma grande promessa, mas com isso, vieram os reflexos e demandas, ainda maiores. “O gestor tem os micro problemas que ouve todos os dias. Chove dá lama, faz sol dá poeira, mas temos que focar nos macro problemas e aí vamos falar de drenagem, pavimentação, iluminação, os grandes desafios”, admite a prefeita Luzia Coppi Mathias. Ela destaca que é importante lembrar os feitos já conquistados, mas há prioridades de conclusão como a reurbanização do Conde Vila Verde e a pavimentação do bairro Santa Regina.
Mobilidade Quando se fala em grandes desafios e prioridades, Luzia faz questão de falar sobre a mobilidade urbana. E isso se justifica. Quem circula todos os dias pelas principais avenidas da cidade, especialmente nos horários de pico, percebe que Camboriú cresceu e precisa de fluidez. Só para ter uma ideia, no último levantamento divulgado pelo Departamento de Trânsito de Santa Catarina, de fevereiro desse ano, a cidade
possuía quase 39,5 mil veículos (de todos os tipos). São 17 mil veículos a mais do que possuía a frota da cidade há cinco anos. “Por isso fomos buscar a duplicação da Avenida Santa Catarina. O acesso de Camboriú a Brusque e o acesso Camboriú a Itapema pelo antigo trajeto do Morro do Encano darão novas divisas para o município, principalmente quanto à mobilidade urbana e para as pessoas se locomoverem dentro do município com muito mais tranquilidade e mais segurança”, frisa a prefeita.
CAMBORIÚ,
seu crescimento e suas tradições são o nosso orgulho, PARABÉNS
À cidade de Camboriú que sempre nos acolheu com tanto carinho desejo um abraço eterno de gratidão.
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As grandes obras para o trânsito Abrir caminhos pode ser o que vai mudar de vez a história de Camboriú. Além do trânsito “doméstico”, os ônibus do turismo e os caminhões que abastecem o comércio e transportam para as indústrias encontram limitações de mobilidade. Mas a cidade já alinhava novos acessos que podem solucionar esses empecilhos e a previsão é que as obras iniciem dentro de dois anos.
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duplicação da Avenida Santa Catarina, segundo a prefeita Luzia Coppi Mathias é um dos maiores projetos. “Há recursos definidos de R$ 5,6 milhões para a duplicação da Avenida Santa Catarina”, revela a prefeita. A verba foi garantida recentemente, em viagem da gestora a Brasília, e está dentro de um pacote de R$ 18 milhões, advindos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Encano O trajeto do Morro do Encano, que dá acesso a Itapema, era usado antes da década de 70 como o antigo traçado da BR-101. Conforme a prefeita, em visita a Itajaí nesta semana, o governador Raimundo
Daniele Sisnandes
Colombo determinou a viabilidade do projeto.
Brusque A abertura do acesso a Brusque, pela Limeira, é outra das bandeiras para a mobilidade da cidade e está mais adiantada. O projeto custou R$ 1,7 milhão e já foi licitado e a obra deve iniciar em breve, assim que o Governo do Estado liberar os recursos. A obra em si, custará em torno de R$ 30 milhões. “Camboriú tem muito a comemorar, tanto pelo que passou, que já reconstruímos a cidade duas vezes, tanto pelo presente com muitas realizações e muitas obras em andamento, assim como um futuro muito promissor, um futuro de uma grande cidade”, finaliza a gestora.
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Estudos apontam direção para o futuro do turismo
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O Colegiado de Turismo da Costa Verde & Mar da região da AMFRI realizou recentemente um levantamento de diversos dados regionais para auxiliar em futuras ações que possam alavancar o turismo desses municípios.
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m Camboriú, a maioria dos empreendimentos que responderam a pesquisa é de construções recentes. Dos que responderam, cinco foram classificados como pousada e apenas um como hotel três estrelas, o que demonstra que a cidade necessita de estabelecimentos que atendam a
um público de maior poder aquisitivo.
A prefeitura
pela prefeitura, realizada no ano passado pela Univali, que traçou um plano municipal de turismo.
A pesquisa também revelou que só a metade dos estabelecimentos tem investimentos previstos para o futuro. Apesar disso, a grande maioria dos empresários admitiu que não possui recursos próprios para estes investimentos.
“Ele apontou a necessidade de investimento em infraestrutura, essencialmente na melhoria das linhas telefônicas e dos acessos ao interior, já que nosso grande foco é o turismo rural”, explicou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Cícero Zucco informou que o município está empenhado em dar o suporte ao setor turístico, assim que possível. Ele revelou que além da pesquisa do Colegiado da AMFRI, o Desenvolvimento Econômico está focado em uma pesquisa encomendada
O secretário contou que as duas pesquisas se complementam e que o município já garantiu o acesso do Braço a Brusque, via Governo Estadual e vai buscar a pavimentação do centro aos Macacos junto ao Governo Federal. “O Ministério do Turismo abriu cadastro para convênios com objetivo de melhorar a infraestrutura e já estamos nos preparando para enviar o projeto”, adiantou.
Desoneração de empresas do setor deve ajudar Uma medida tomada recentemente pela prefeita de Camboriú, Luzia Coppi Mathias pode ser determinante para que os empresários do ramo do turismo consigam ‘uma folga’ para investirem em seus empreendimentos. Quatro decretos foram assinados pela prefeita para conceder incentivo ao turismo rural da cidade.
Com base na Lei Municipal n.º 978/1993, o incentivo terá vigência de cinco anos. “Durante este período os proprietários dos equipamentos turísticos terão uma redução da alíquota do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para um percentual mínimo permitido de 2%”, declarou Luzia. Todos os proprietários de
equipamentos turísticos podem receber o incentivo, mas para isso precisam se cadastrar na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, situada na Rua Joaquim Nunes, 285, Centro, um requerimento baseado na lei nº 978/1993 e a constituição da empresa. Logo após, uma Comissão de Turismo-Ecológico Rural deve visitar o local e estabelecer um parecer.
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Festa Rural: música e rodeio para marcar os 129 anos A Festa Rural, que acontece entre os dias 4 e 7 de abril, chega a sua 5ª edição com uma programação forrada de atrações musicais.
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lém das duplas e grupos musicais, a Equipe Cesar Paraná promove rodeios diários. A entrada é gratuita. Este ano o diferencial serão as provas de hipismo e as apresentações de MotoCross. Outra novidade será o local, que passa do centro da cidade para o antigo CTG da Rua Daniel Silvério, no bairro Cedro.
No dia 5, o show nacional ficará a cargo de Rick & Renner e dos Garotos
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Casamento coletivo acontece no dia 5 no ginásio Irineu Bornhausen
Shows A Festa Rural abre as portas no dia 4 com o show nacional de João Lucas & Marcelo, os responsáveis pelo hit “Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha”. Na mesma noite sobem ao palco: Hiago e Thiago e Natan e Duan.
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de Ouro. No dia 6, a atração nacional será a dupla Cristian e Cristiano. No dia 7, encerramento da festa, fazem shows: Hugo e Thiago e Marcos e Belutti.
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