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Tempo para ser mãe Tempo é conceito abstrato, podíamos trocar a palavra nesse contexto por “atenção”, “disposição”, “consciência”. Falar em “tempo para ser mãe” não é falar em horas cumpridas, em bater cartão na entrada e saída da função. A arte de estar presente é talvez das mais difíceis de serem alcançadas, e na maternidade não é diferente, sobretudo levando em conta os tempos atuais onde se faz tudo ao mesmo tempo agora, e tenta-se abraçar todos os papéis possíveis, às vezes por necessidade, outras por vaidade; outras por destino ou desatenção. Cabe às mães refletirem sobre como desempenham esse papel de formar cidadãos do mundo; cabe a todos refletirem sobre a importância da mãe na sociedade, e cada vez mais favorecer esse contato primordial que precisa ser facilitado, estimulado, protegido, enaltecido, valorizado. As mães são pilares do mundo, mas pilares também precisam de uma base de apoio forte.
e x p e d i e n t e Cadernos, uma publicação Página3. Edição Mães, maio 2012, Balneário Camboriú. Jornalista Responsável: Caroline Cezar Também disponível em: www.pagina3.com.br.
Reprodução
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Em busca do equilíbrio perdido Juarez Furtado é médico, pediatra, homeopata, e trabalha com base na antroposofia, que vê o ser humano de forma ampla e integrada. Ele fala um pouquinho sobre o “tempo se ser mãe” hoje em dia. P - O senhor acha que existe uma distorção ou confusão no desempenhar do papel materno hoje em dia? Infelizmente, e digo isso pelas nossas crianças e filhos, a mulher, a partir da década de 70, foi convidada pela indústria a calçar calças e arregaçar as mangas fora de casa. Nesse momento o tempo de convívio e participação materna na vida dos pequenos reduziu e muito. Nossas crianças saíram perdendo, sendo translocados às creches e escolas, antes de um período natural e ideal de convívio familiar. Passados os anos as mulheres come-
çaram a observar, vendo nossos filhos crescerem com diversos conflitos sentimentais e comportamentais, que mostra o quanto danosa foi essa “saída do lar”. Iniciou-se ali um conflito maternal, e papéis estao precisando serem revistos. P - É mais difícil vivenciar esse “tempo pra ser mãe” nos nossos tempos, em que as mulheres desempenham inúmeros papéis simultaneamente? As “mulheres POLVOS”, cheias de “braços” tentando alcançar tudo que as envolve, têm adoecido e muito. Não só fisicamente, mas emocionalmente. P - Que sintomas ou consequências se apresentam devido a essas “multifunções” e esse “tempo corrido”?
túrbios hormonais (tireóide, diabetes) vêm sendo observados também.
Tanto na criança, quanto nas mães e na sociedade de forma geral? Ansiedades e depressões (pela frustração do papel nao cumprido) são os achados mais comuns nesse momento. Enxaquecas, dis-
P- Como o senhor acha que poderia ser conquistado o mínimo de equilíbrio entre essas funções? O equilíbrio é difícil de ser alcançado, porém não impossível; pois o mundo ao redor da mulher (sociedade) “trata” de cobrar os movimentos que ela mesmo construiu na história das conquistas e emancipações. Importante é haver um diálogo bom com o parceiro (marido), deixando claro que as questões econômicas não serão mais importantes que o estar em casa com seus filhos (que no início de vida aprendem exclusivamente,
através da imitação, tendo ela, A MÃE, como a melhor modelo. E não a atendente da creche ou professora da escola, sem desmerecer as profissões. P - Existem dicas práticas para essa conciliação de papéis? Como pode-se melhorar? O diálogo com o parceiro... é o que de melhor pode ser consquistado, deixando claro os papéis possíveis que ela poderá assumir. Trabalhos corporais e mentais (ginásticas, yoga, meditações, uma boa alimentação), ajudam a construir essa mamãe... melhor possível a seu filhote. Temos que ter em FOCO eles, nossos filhos. A base materna, educativa e afetiva é o que dará o alicerce ao adulto de amanhã.
MÃE QUE BOM SERIA SE POR ESQUECIMENTO DEUS LHE TIVESSE FEITO ETERNA... SE UMA LEVE BRISA TOCAR EM SEU ROSTO NÃO SE ASSUSTE É A NOSSA GRATIDÃO QUE LHE BEIJA... QUANTO MAIS SE DESCOBRE MAIS SE GOSTA. Av. Atlântica, 580 Balneário Camboriú - SC (47) 33601943 / 33675182 ENTREGAMOS EM DOMICÍLIO ESTACIONAMENTO COM MANOBRISTA ALMOÇO A R$. 26,00 POR PESSOA DE TERÇA A SEXTA.
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“É preciso priorizar o tempo com os filhos” Com larga experiência com crianças e adultos a psicóloga Cristina Freitag vê que de forma geral os pais de hoje, os jovens de hoje, estão voltados muito para fora, para a parte financeira, os bens materiais, e deixando coisas essenciais, como a educação dos filhos e a presença no lar a segundo plano. “O discurso predominante é priorizar o trabalho e quando eu tiver sucesso, uma boa casa, uma boa TV, um bom carro na garagem, quando tiver tudo certinho eu vou ter mais tempo para os filhos, mas esse tempo nunca vai chegar, porque isso não acaba nunca. E quando mais os filhos precisam deles, que é a formação básica, o essencial, eles não estão lá. Não se recupera mais isso”, alerta Cristina, sobre a necessidade urgente de se inverter as prioridades.
“Ter, ter, ter, um carro maravilhoso, uma casa maravilhosa, e dentro crianças vazias, sem caráter e educação?” Ela explica que de zero aos sete anos a criança é como uma “esponja”, absorve tudo que vai formar o seu entendimento mais básico do mundo, os modelos, é quando “aprende a ser gente”. O tempo de fazer a carreira precisa ser adiado até
Animalia
ela receber tudo que precisa dos pais. “Hoje as pessoas estão com 40, 50 anos e super ativas profissionalmente, então realmente é melhor adiar essa carreira por uns 10 anos, ou pelo menos trabalhar por meio período, do que sacrificar essa convivência para ter, ter e ter: um carro maravilhoso, uma casa maravilhosa, e dentro crianças vazias, sem caráter, sem educação. Qual o maior patrimônio nosso, não são os filhos que a gente gera, o que a gente vai deixar pro mundo?”, indaga Cristina. A psicóloga ressalta que não é só ter tempo disponível, mas usar proveitosamente esse tempo para relacionar-se de forma sincera e tranquila com
“O tempo de fazer a carreira precisa ser adiado até a criança receber tudo que precisa”. os filhos, “ter umas boas horas de qualidade: ir à praia, jogar bola, brincar, cachorro, promover coisas simples, e claro, por limite, corrigir. Hoje a gente vê adolescentes completamente perdidos, sem noção de limite, de respeito, estuprando as colegas na escola, batendo na mãe. Isso não tem nenhum sentido, mas é um sintoma de uma sociedade doente”.
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Cristina afirma que ser homem hoje em difícil também é difícil, porque cobra-se muito deles; mas ser mulher é um completo desafio. “Se sai para trabalhar fica culpada porque deixa os filhos, se fica em casa com os filhos fica culpada porque não trabalha, a culpa é uma constante e e essa equação não está com resultados satisfatórios”. Ela acha que para começar a melhorar essa situação é preciso entender que a mulher é quem nutre o lar: isso não quer dizer cuidar sozinha dos afazeres domésticos e dos cuidados com as crianças, “lar” abrange algo a mais, e ela é o pilar desse “algo a mais”. “Mas ao invés de exercer essa função
“Se sai para trabalhar fica culpada porque deixa os filhos, se fica em casa fica culpada porque não trabalha”. ela pega o filho de três meses, tira do peito e larga na creche, sai para o trabalho de manhã e volta à noite e tira da criança todo esse espaço, esse direito de ter a mãe por perto para ganhar um sanduíche, um carinho ou uma bronca. Nas escolas as crianças também são submetidas a toda uma rotina de fazer, fazer, fazer para mostrar resultados, então temos algo de muito grave acontecendo aí não temos?” Cristina afirma que existe toda uma cobrança da sociedade para que isso aconteça, mas é preciso despertar a consciência de que não precisa ser assim. “O marido também já se acostumou a dividir tudo, não é mais o provedor da família, mas a mulher, em quantas ela se divide para isso? Ela é mãe, dona de casa, tem que ser boa amante, social, ir a eventos, ter um corpo lindo, educar bem os filhos, ter dinheiro, ter posses, é meio complexo... É preciso muito diálogo, inverter os valores, ter menos, gerar um novo conceito junto ao parceiro, junto às pessoas que a rodeiam para criar esse tempo, esse espaço para os filhos... Precisamos ter outra qualidade de sociedade, de pessoas”.
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“Tempo de qualidade é diferente de quantidade” Caroline Cezar
Mãe de três meninas, a professora de yoga Rô Pacheco trabalha fora, cuida de casa e assume tudo sozinha. Ela ressalta a individualidade de cada caso, diz que não existe uma fórmula perfeita, mas acha que tudo passa pela presença integral no papel que se exerce, seja em 5 minutos ou durante um longo tempo. “Não é todo dia que temos esse tempo, mas até quando não estou ali percebo o retorno de viver intensamente quando estou com elas, porque elas me deixam recado, o diálogo, o afeto, não se interrompe com a ausência, o registro é feito”. Um tempo com qualidade é diferente de um tempo de quantidade, tem mães que às vezes passam o dia com os filhos, mas não conseguem estar ali. Ela teve as meninas em tempos diferentes: Ananda tem quase 16, Ariadne quase 15 e Maria - “que veio pra juntar todo mundo”- quase 4, e Rô chama atenção para esse ponto importante: é preciso perceber que um filho nunca é igual ao outro, por mais que tenham idades parecidas eles não têm as mesmas necessidades, por isso é fundamental, para as mães de irmãos, que se consiga por vezes individualizar esse tempo de vez em quando, que se possa haver uma dedicação exclusiva também a cada um deles. “Não só o carinho muda, mas também as formas de correção, o castigo, porque é importante que se diga isso, o tempo para estar junto é também tempo para corrigir, pontuar, conhecer as individualidades de cada filho, as habilidades, as tendências, as dores, valorizar as diferenças, perceber o que precisa ser trabalhado”, coloca Rô, ressaltando um ponto fundamental, que muitas vezes se perde: estar junto não significa apenas brincar, fazer festa, levar para passear. Estar junto é o tempo para conhecer e dar a direção, ajudar na cons-
“A nossa natureza grita dentro da gente, mas quem está se dando o trabalho de buscar isso, de se escutar?” trução do sujeito, até se tornar uma “mãe desnecessária”. “É ajudar o seu filho a se livrar de você, tornar-se um adulto livre e maduro, que vai te amar sempre, mas que sabe andar com as próprias pernas”. Rô acha que existe um preconceito na forma de olhar as mães que assumem os filhos sozinhas, e que o debate deveria ser ampliado. “Fala-se tanto em aborto, briga-se para legalizar, enquanto que as mães sozinhas ainda sofrem um preconceito, enquanto que deviam ser valorizadas, honradas; penso que isso devia ser olhado de forma diferente”.
Ela acha que hoje o papel da mulher de forma geral está muito confuso e o de mãe caminha junto com os os outros nessa confusão, mas pensa que na vida tudo é aprendizado. “Acho que a gente se desconectou um pouco da nossa ancestralidade, das mães antigas, das avós, de aprender com elas... às vezes uma coisa que está na perdida na relação com o filho já vem lá de trás, não se sabe, cada um é um, o fato é que falta essa roda de mulheres, falta esse resgate do feminino. A nossa natureza grita dentro da gente, mas quem está se dando o trabalho de buscar isso, de se escutar, se conhecer... quais são nossas prioridades?”, lança ela, com exatidão.
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Dia das Mães
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“Meu tempo depende do tempo dela” Arquivo pessoal
Nome: Maila Reis Zétola Idade: 31 anos Mãe desde: 11 de junho de 2011, quando Martina foi concebida. Profissão: Publicitária
quem opta por uma cesárea, mas acredito que o “tempo para ser mãe” também inclui essa escolha, onde voce respeita o tempo do seu filho para querer nascer. Há um incentivo do governo em diminuir o numero de cesáreas no Brasil, hoje um dos recordistas. Minha gestação e parto foram maravilhosos. Meu trabalho de parto efetivo super rápido, durou 5 horas, tive contrações fortes e intensas, mas bem suportáveis, nem cheguei a cogitar a analgesia. Desde que Martina nasceu em 11 de março, meu tempo é pra ela. No intervalo das mamadas é que organizo meu tempo para fazer minhas coisas, ajei-
tar a casa, cozinhar, fazer compras... dá até para fazer a unha, hehe. Com ela, estou aprendendo a ser menos egoísta, pois agora meu tempo depende do tempo dela. Está sendo mais simples e mais complexo do que eu imaginava, e passando muito rápido, por isso quero aproveitar cada minuto. Como tenho meu próprio negócio, e eu e meu marido trabalhamos juntos, fico inteirada das situações e acabo me envolvendo, mas nada que interfira no meu tempo com a Martina. É claro que em breve voltarei a trabalhar como antes, mas ainda assim, sempre terei tempo para ser mãe, mulher,
empresária e todos os papéis que a gente assume ao longo do dia. Como disse um cliente/amigo estes dias para mim ao telefone: “tem hora para tudo, agora é o teu momento de ser mãe”. Estou bem consciente disso, e este tempo que estou dedicando para minha filha vai estreitar nossos laços, quero passar a ela segurança, amor e confiança. Minha dedicação é no intuito de ensiná-la os valores a tornar-se pessoa de bem, alguém transformadora e muito melhor que seus pais. E então acredito que o ‘tempo para ser mãe’ dura a maternidade toda!!”
Mãe é uma palavra mágica que move todos os corações. Afinal Dia das Mães é todos os dias. &CIA
“Eu comecei a desacelerar quando me descobri grávida. A gente vive muito freneticamente, apesar de que nunca fui daquelas que dizem precisar de 48h. Sempre consegui organizar meu tempo, mas durante a gestação passei a dar prioridades a mim e a Martina, então meu “tempo para ser mãe” começou aí. Continuei a praticar yoga, melhorei minha alimentação e busquei muitas informações. A idéia inicial era o parto domiciliar, mas o valor ficou acima do que esperávamos. Sabíamos apenas que queríamos um parto normal o mais natural e humanizado possível, e neste momento vimos a necessidade de ter uma doula. Dificil foi achar um obstetra humanizado. Não achei, e neste sentido BC perde feio para Brusque e Florianopolis, onde encontramos além de muitas doulas, equipe que realiza parto domiciliar, obstetra e hospital humanizado, com salas preparadas para parto na água inclusive. Busquei muitas informações pois queria estar com a mente tranquila durante toda a gestação e trabalho de parto. Hoje o parto normal virou um ato cirúrgico e não mais um evento fisiológico, onde a mulher é a protagonista da história. Não consigo entender por que hoje as mulheres nem cogitam em ter um parto normal. Criou-se um terrorismo em relação à dor sentida, mas isso é muito relativo e depende como vc lida com a dor. Eu acredito que a maternidade começa aí, e que esta visão está completamente distorcida. Não que seja menos mãe
LENZ & CIA FÁBRICA DE PLACAS Balneário Camboriú: Rua 2.350, nº 1.287 - Tel: 47 3367.3542 Camboriú: Rua Hercílio Zuchi, nº 159 - Tel: 47 3365.5166 Itajaí: Av. Sete de Setembro, nº 695 - Tel: 47 3349.4935 Itapema: Rua 216, nº 177 - Tel: 47 3268.4870 Balneário Piçarras: Rod. SC 414, nº 56 - Tel: 47 3347.1106
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“Já começa com a escolha do parto” Nome: Carolina Martins Langowski Idade: 33 anos Mãe desde: janeiro 2012 Profissão: professora de yoga e hoteleira
Sim, sempre foi um projeto, mas sempre distante, nunca acreditava ser o momento certo.
Sim, isso realmente é bem importante, ela ainda tem só quatro meses mas já estou trabalhando com ela. Na pousada fico com ela o tempo todo no sling, assim facilita bastante. Os cursos de yoga retomo em julho, onde já distribuí os intervalos de aulas conforme as mamadas. Não consigo me imaginar vencendo a licença maternidade e tendo que deixar minha filha, deixar de amamentar pra trabalhar, isso seria horrível.
P - Teu trabalho permite uma certa flexibilidade de horários (literalmente falando rs), assim fica mais fácil essa conciliação de papéis?
P - Como você essa situação das mães que trabalham de maneira "tradicional" e têm que conciliar os horários e a rotina com esse exercício inin-
P - Carol, ser mãe sempre foi um projeto na tua vida?
terrupto da maternidade? Não sei como conseguem, são heroínas, mas acredito que tendo que se dedicar ao trabalho integral, quem acaba perdendo é a criança, acredito que trabalhar meio período no primeiro ano do bebê seria ideal. P - De modo geral, você acha que falta consciência sobre a importância da maternidade; das próprias mães, da sociedade, leis etc? Ou que o conceito tá distorcido? Com certeza, pra mim tudo começa com a parto, tive uma parto lindo, humanizado, na água, sem anestesia, sem corte, sem pontos, natural como deve
ser e toda mulher tem capacidade de fazer. Pra mim foi um samadhi esse momento. Mas o parto normal que as maternidades têm oferecido é cruel. A mulher fica isolada do marido e da familia, internada (como se estivesse doente) esperando o momento do nascimento, que muitas vezes é acelerado com ocitocina para facilitar o trabalho dos médicos. E ainda precisa ficar deitada, posição em que mais senti dor, para os médicos ficarem mais confortáveis. Acredito que a mulher têm o direito de ficar com o marido durante todo o tempo e se movimentar na hora do parto para melhorar seu con-
forto é essencial. Sem falar que o Brasil é um dos campeões em cesáreas sem indicação, "facilitando" a vida das mães e médicos marcando data e hora para arrancar o bebê da barriga. Se todos tivessem direito a um parto humanizado, as mulheres não optariam pela cesárea. P - Tem algumas dicas para melhorar o exercício da maternidade de maneira geral? Pra mim, tudo começa com a escolha do parto, um parto normal sem traumas libera muita ociticina, hormônio do amor, que ajuda na produção de leite, e ajuda a despertar esse amor incondicional que é ser mãe! Arquivo pessoal
Você mãe é a flor mais bela do jardim do meu coração
Camelódromo da Igreja Sta Inês
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“A maternidade não é unilateral” Arquivo pessoal
“Fiquei meio atrapalhada, correndo atrás de fralda, mamadeira, a casa cheia de gente querendo conhecer, aquela coisa... Só fui me sentir mãe nove dias depois, quando ela também me acolheu...” Depois de quatro anos de gestação, Silvia Cristina Bomm finalmente nasceu mãe da Juliana, que já está com dois dentinhos e 5 meses. O projeto de um filho veio junto com o casamento em 2003, e ao mesmo tempo que tentava engravidar biologicamente, Silvia entrou na fila da adoção, idéia assumida definitivamente em 2007. "Meu marido já era pai por adoção há 26 anos, então já tinha essa experiência, nós estávamos dispostos mas demora, já tinha essa consciência, porque desde o início se fala muito em paciência na fila da adoção, por isso os grupos terapêuticos".
“
Mãe é a amiga mais verdadeira que temos quando a dificuldade dura e repentinamente cai sobre nós; quando a adversidade toma o lugar da prosperidade; quando os amigos que se alegram conosco nos bons momentos nos abandonam; quando os problemas complicam-se ao nosso redor, ela ainda estará junto de nós, e se esforçará através de seus doces preceitos e conselhos para dissipar as nuvens de escuridão, e fazer com que a paz volte aos nossos corações”.
A todas às mães, essa é a nossa homenagem, Feliz dia das Mães.
Ao mesmo tempo que esperava Silvia tentava melhorar as chances biológicas de ter um filho, nunca descartando a idéia da adoção, "e se viessem juntos, iria cuidar dos dois". Ela tinha uma cirurgia no útero marcada para segunda-feira e na sexta anterior recebeu um telefonema do juiz, "chamando para conversar". Levou um susto, mas horas depois estava com sua filha no colo. Foi aquela correria para ir atrás de fraldas, mamadeira, leite e outros cuidados básicos para a recém nascida. "Eu tinha algumas coisas em casa, mas como estava esperando crianças de zero a dois anos, não tinha nada específico para um bebê tão pequeno.
Fiquei meio atrapalhada, a casa cheia de gente querendo conhecer, aquela coisa". Silvia disse que só se sentiu mãe depois de nove dias, quando Juliana ficou doentinha e teve que ficar internada uns dias no hospital. "Adoção e maternidade não são unilaterais, ali eu senti que ela me adotou, solicitou minha proteção, me acolheu e foi acolhida". Silvia acha que será um desafio voltar ao trabalho depois da Juliana, mas comemora que a licença na prefeitura, onde trabalha como jornalista, é de seis meses, "uma das poucas empresas que concedem esse tempo a mais, que é opcional"; e pretende emendar mais dois meses de férias, para ficar o máximo de tempo possível em casa nesse começo de vida. Ela pretende conciliar os papéis, mas ficar um período em casa para exercer a maternidade, tão desejada, e que será comemorada pela primeira vez nesse ano.
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“As leis têm que mudar, mas principalmente nossos valores” Arquivo pessoal
Ela adorou a gestação, mas idealizou um pouco diferente os primeiros meses da pequena Giovana, que nasceu há meio ano. Adelaine Zandonai achou que seria mais fácil, mas conta que sofreu com as adaptações. “Era muito hormônio, muita diferença na rotina e muita visita dizendo ‘faz isso, ‘faz aquilo’, eu não conseguia conhecer o meu bichinho”. Os primeiros 40 dias de vida da bebê foram os mais difíceis para ela, com o agravante que Giovana tinha refluxo e chorava muito.
Segunda etapa, a volta ao trabalho
alguma coisa. Sem falar que os bichinhos e chupetas passam de boca em boca, a Giovana vive gripada e doentinha”. A creche não abre antes das sete, e na semana que voltaria ao trabalho, Aderlaine recebeu a notícia que foi demitida. “Tenho certeza que fui demitida porque fui mãe, e tem algo muito errado na sociedade, porque a prefeitura, o governo não apóiam as mães. E quem não tem uma rede de amigos e família para ajudar? Só eu trabalho antes das sete?” Para completar, ela conta que quando foi buscar o FGTS no banco foi tragicômico, optou por ir a pé devido ao trânsito complicado, mas não deixaram de jeito nenhum que ela entrasse no banco com o carrinho de bebê. Também não tinha onde deixar o carrinho para entrar a pé. “Tá e o que eu faço”, perguntou para o guarda. “Se vira”, respondeu sem gentileza.
“Era muito hormônio, muita diferença na rotina e muita visita dizendo ‘ faz isso, ‘ faz aquilo’, eu não conseguia conhecer o meu bichinho”
Adelaine é jornalista e sempre teve uma vida profissional bastante ativa. Trabalhava numa rádio e chegava às seis da manhã para iniciar a jornada, por isso quando engravidou conversou com o chefe, que disse que isso não seria problema. Com uma curta licença-maternidade de quatro meses mais 30 dias de férias conseguiu esticar o máximo o tempo em casa, já procurando uma creche para a filha. Viu algumas particulares, gostou de algumas, mas o valor -ela fala em R$ 800,00 meio período- era impraticável para sua folha de pagamento. Encontrou creches públicas, “e são completamente diferentes as estruturas”, mas diz que foi bem atendida, tudo certinho, com a única ressalva que na mesma sala ficavam mais de dez bebês da mesma idade de Giovana. “É humanamente impossível cuidar de tantos ao mesmo tempo, então um sempre vai estar chorando por
Refletindo sobre
Adelaine conta que os últimos acontecimentos a fizeram refletir um pouco sobre como se comporta a sociedade em relação às mães. “Senti as portas se fechando, é estranho, porque você está colocando um ser no mundo, era para ser o contrário”. Ela acha que as leis deveriam mudar, mas principalmente nossos valores. “Os pais trabalham dez horas por dia pra botar o filho no inglês, mas não conversam com ele em casa nem em português. Acredito que o mundo tá muito do jeito que tá porque não tem ninguém em casa cuidando da família, as crianças crescem sozinhas”, pontua.
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Mãe...
Por mais que o tempo passe e as estações se movam, ainda será minha estrela, a mais linda, a mais radiante... Será pra mim sempre bela, Sempre amiga.
Mãe (Cora Coralina)
Cria teus filhos, não os entregues à creche. Creche é fria, impessoal. Nunca será um lar para teu filho. Ele, pequenino, precisa de ti. Não o desligues da tua força maternal. Que pretendes, mulher? Independência, igualdade de condições... Empregos fora do lar? És superior àqueles que procuras imitar.
Tens o dom divino de ser mãe. Em ti está presente a humanidade. Mulher, não te deixes castrar. Serás um animal somente de prazer e às vezes nem mais isso. Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar. Tumultuada, fingindo ser o que não és. Roendo o teu osso negro da amargura.
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Renovadora e reveladora do mundo A humanidade se renova no teu ventre.
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Falta de tempo não, ausência de escolhas Divulgação
Caroline Cezar
Antigamente toda menina nascia mãe. Era o caminho natural, achar um bom partido, casar e gerar a prole, de preferência farta, numerosa. Não se discutia o assunto, e as qualidades de uma boa mulher passavam naturalmente pelos indicativos de que seria boa mãe: larga dos quadris, seios disponíveis para o bom alimento, saber tratar bem os meninos, cozinhar, lavar e passar. Também não havia grandes mistérios, uma vara de marmelo, um milho pra ajoelhar -só nos casos mais afoitos- e tudo resolvido, era menos diálogo e contestação por parte dos que nasciam. Obedecia-se. Avançamos uns séculos, e hoje, olha que lindo, as mulheres “ingressaram no mercado de trabalho, competem com os homens de igual pra igual, são talentosas, exercem qualquer função etc etc”. Com todo esse discurso eram para estar exultantes, mas parecem cada vez mais estressadas e confusas com a pilha de papéis que acumularam sobre sua cabeça. Querem trabalhar, querem ser mães, querem ser boas esposas, querem ser bonitas e gostosas, querem ter talento na cozinha e no mercado de ações, querem, querem, querem. Talvez devessem se perguntar um pouco sobre o que “não querem”. Vejo algumas mulheres que mais parecem uma máquina de sims, e que vão repetindo ações programadas em algum lugar do cérebro que às vezes não tem absolutamente nada a ver com elas, não lhes pertence. Mulheres totalmente independentes e executivas que seriam felicíssimas morando sozinhas, namorando,
trabalhando, mas acham que tem que casar, porque um dia alguém assim inventou que devia. Empresárias que amam fazer o que fazem e detestariam trocar fraldas, dar peito, fazer tarefa, aquela coisa toda, mas têm filhos, um, dois e três, porque casaram, e acham que tem que ter filhos, e tem que ser mais de um, porque-filho-único-fica-egoísta, e assim reza a cartilha. Que cartilha seria essa? Quando ela foi escrita? Em que contexto?
Ninguém precisa ter filho, ninguém precisa casar, ninguém precisa casar pra ter filho, ninguém precisa ter filho pra casar, pode trabalhar, pode não trabalhar, pode ficar à toa, pode namorar com mulher, homem ou indefinidos, pode não namorar, pode andar pelado, virar punk, freira, pilotar avião, lutar boxe, ser açougueira, presidenta, guerrilheira. E PODE ser mãe. Do verbo poder, e não de um substantivo qualquer. Ser mãe é um papel riquíssimo para derivar da falta de escolha, do não-questionamento. Por isso dizem que as mães mais velhas -e elas estão esperando mais para ter filhos- são mais maduras. Porque com uma certa idade você já deve ter se perguntado alguma vez ao menos o que quer dessa vida. Não é uma menina boba que brinca de casinha e depois não sabe em que tapete vai enfiar tanto brinquedo. Dizem que é a falta de tempo que deixa as mulheres tão estressadas, mas arrisco que é a falta de escolha. O automático. Filho não é um cachorrinho que a gente enjoa e dá pro vizinho, filho é pra toda vida. E eles não pedem para nascer, mas muitas vezes fazem parte do sonho irreal e cor de rosa de uma memória infantil do lindo lar das princesas. Não é assim que acontece na prática. Quando você pare um filho está parindo uma mãe. Às vezes essa conta não fecha e o resultado vai ser sempre negativo. Na dúvida não tenha. E se nunca tiver essa dúvida, não tenha também. Feliz dia das mães a quem escolhe o que quer da vida, mesmo que não tenha filhos a caminho, e nem nos planos. Saber escolher é das melhores características de uma mãe que você pode nunca querer vir a ser. Caroline Cezar é mãe e curte uma dúvida.
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“Então, hoje eu não fiz...” Photo credit: Heath Robbins Photography
(via Facebook, autor desconhecido)
“Um homem chegou em casa do trabalho e encontrou seus 3 filhos do lado de fora, ainda de pijama, brincando na lama, com caixas de comida vazias e embalagens espalhadas pelo jardim. A porta do carro de sua esposa estava aberta, como também a porta de entrada da casa. Não havia nenhum sinal do cachorro. Entrando pela porta, ele encontrou uma confusão ainda maior. O abajur estava derrubado, o tapete encostado contra uma parede, na sala da frente a TV ligada em volume altíssimo no canal de desenhos animados e a sala de jantar repleta de brinquedos jogados e várias roupas espalhadas. Na cozinha, a pia cheia de louça, restos do café da manhã derramados em cima do balcão, a porta da geladeira aberta e a comida do cachorro espalhada pelo chão. Um vidro quebrado debaixo da mesa, e um pequeno monte de areia perto da porta traseira. Ele rapidamente subiu as escadas, pisando em brinquedos e mais pilhas de roupas, procurando sua esposa. Estava preocupado que ela poderia estar doente, ou que algo sério tivesse acontecido. Foi recebido com um pequeno rio de água que fazia seu caminho pela porta do banheiro afora. Quando ele olhou para dentro, encontrou toalhas molhadas, espuma de sabão e mais brinquedos espalhados pelo chão. Kilômetros de papel higiênico desenrolado e pasta de dente melecada no espelho e pelas paredes. Ele correu para o quarto, onde encontrou sua mulher ainda deitada na cama, de pijama, lendo um livro. Ela olhou para ele, sorriu e perguntou como havia sido seu dia. Ele olhou para ela confuso e perguntou: ‘O que aconteceu aqui hoje?’ Ela novamente sorriu e respondeu: ‘Você sabe como todos os dias quando você chega em casa do trabalho você me pergunta o que é que eu fico fazendo o dia todo? ‘’ Sim”, foi sua resposta incrédula .. Ela respondeu: ‘Então, hoje eu não fiz.”
A Joalheria e Ótica Loch homenageia as mães que são jóias raras e vivem em nossos corações. Feliz dia das Mães!!
MÃE
que continue irradiando este amor e esta alegria que você sempre nos ofereceu!
Cumprimentamos todas as mães do mundo em seu dia!
Círculo Argentino de Santa Catarina
Todo amor e carinho do mundo pra você mamãe
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