CIESP OESTE - Maio/Junho de 2010

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editorial

CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO DIRETORIA DISTRITAL OESTE Rua Pio XI, 500 – Alto da Lapa CEP 05060-000 – São Paulo – SP Tel. (11) 2894-9606 Email: atendimento@ciespoeste.org.br Site: www.ciespoeste.org.br Diretor Titular Fábio Paulo Ferreira Vice - Diretores João Henrique Martin José Antonio Gregório Conselheiros Titulares Carlos José Silva Bittencourt Hélio de Jesus Thomas Barbosa Duckworth Rodolfo Inácio Vieira Filho Sebastião Aparecido Alves de Carvalho Odila Sene Guandalini César Rabay Chehab Romolo Ciuffo Edson Amati Hélio Mauser Carlos Begliomini Accácio de Jesus Pedro Amati Jorge Luiz Izar Givaldo de Oliveira Pinto Junior Paulo Antonini Alcebíades de Mendonça Athayde Marco Antonio Afonso da Mota Conselheiros Suplentes Boaventura Florentim Sérgio Vezzani Blanca Margarita Toro de Sasso César Valentin Zanchet Urbano José Ferreira José Antonio Urea José Rubens Radomysler Delfim da Silva Ferreiro Ronaldo Amâncio Góz Gerente CIESP Oeste Laura Gonçalves

A cota que falta

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pesar dos entraves criados por uma legislação trabalhista opressora, a indústria segue sua vocação social como pólo gerador de emprego e renda. Nessa missão, acreditamos que as oportu-

nidades devam ser dadas igualmente a todas as pessoas, independente de raça, religião ou do fato dela possuir algum tipo de necessidade especial que a limite física ou mentalmente. Nesse sentido, estamos totalmente de acordo com a existência da Lei de Cotas, pelo senso de justiça nela implícito. Num país com 14,5% de portadores de deficiência, é imperativo que as indústrias sejam estimuladas a contratar esse contingente, que tem muito a contribuir dentro do setor produtivo. Falta, no entanto, tocar numa questão crucial: ainda há mais vagas disponíveis nas indústrias para cumprir a Lei de Cotas do que candidatos aptos a preenchê-las. E o motivo disso é a falta de qualificação desse contingente. A indústria quer contratar, mas não pode se dar ao luxo de ter em seus quadros figuras meramente decorativas, que estão lá apenas para que alcancemos a meta imposta pela legislação. Isso seria prejudicial às empresas e, com certeza, extremamente frustrante para os empregados. É preciso, antes de mais nada, que o governo facilite o acesso à educação aos portadores de deficiência. Por outro lado, as empresas necessitam de orientação para fazer as adaptações necessárias no ambiente de trabalho, tornando-o adequado às necessidades deles. É nesse sentido que a Distrital vem trabalhando - dando oportunidade aos nossos associados de conhecer o trabalho de entidades como o SENAI Itu, referência na qualificação de

Revista Ciesp Oeste Projeto, Edição e Comercialização: Página Editora Ltda. Redação e Publicidade: Rua Marco Aurélio, 780. Vila Romana. Telfax: (011) 3874-5533. E-mail: paginaeditorial@uol.com.br. Diretor: Ubirajara de Oliveira. Textos: Lúcia Helena Oliveira. Fotografia: Letícia Lovo, Thiago Liberatore e Tiago De Carli. Editoração Eletrônica: Kátia Fortes, Leandra Sant’Anna, Priscila Saviello e Thiago Alan Neiva. Publicidade: Rosana Braccialli e Silvana Luz. Impressão: Arvato do Brasil Gráfica. Tiragem: 3 mil exemplares.

Maio/Junho •2010

deficientes, e fazendo parcerias com empresas de vários segmentos que possam nos ajudar a trabalhar dentro da Lei de Cotas. O desafio é grande, mas acreditamos que todos possam ganhar com esse esforço.

Fábio Paulo Ferreira Diretor-Titular CIESP Oeste CIESP OESTE • 3


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Além da cota Para as empresas, contratar portadores de deficiência é mais do que uma obrigação legal e deve ser encarado como algo feito para agregar valor ao negócio, o que significa mais investimento em qualificação profissional e na adaptação dos ambientes físicos e equipamentos.

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esde que foi criada, em 1991, a chamada Lei de Cotas (nº 8213/1991) tem sido o principal instrumento para inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Basta dizer que, de lá para cá, o total de empregados portadores de alguma necessidade especial no Estado de São Paulo saltou de um número pífio – perto de 600 funcionários – para algo em torno de 110 mil, de acordo com dados da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo. De acordo com a lei, regulamentada em 1999, empresas com 100 ou mais empregados são obrigadas a contratar pessoas com deficiência em uma cota que varia de 2% a 5% do total de funcionários. Para quem não cumpre a meta, a multa é salgada: vai de R$ 1.200 a R$ 120 mil. Ninguém discute que, num país com 27 milhões de indivíduos portadores de algum tipo de dificuldade física ou mental – o que representa 14,5% de nossa população -, a necessidade de se buscar uma política séria e eficiente de inclusão é algo prioritário. A existência de uma legislação específica sobre o assunto abriu caminho para que a indústria de São Paulo começasse a enxergar esse quociente de 4 • CIESP OESTE

pessoas como uma força de trabalho que tem muito a contribuir em todas as áreas do segmento produtivo. A FIESP, por exemplo, passou a incluir em seu Programa de Identificação do Capital Humano na Indústria – realizado em parceria com o CIESP, SENAI, Centro Paula Souza e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – o chamado Projeto Sou Capaz. Por meio dele, está sendo criado um banco de dados de trabalhadores portadores de deficiência para que sejam identificados e aproveitados nas empresas associadas. No CIESP Oeste, o assunto está continuamente em pauta. A Distrital tem promovido encontros entre associados e conveniados e buscado dar subsídios para orientá-los sobre a melhor forma de aproveitar a Lei de Cotas em benefício próprio e dos empregados. “Não dá para achar que a indústria pode se prestar a fazer caridade. Nós queremos, sim, contratar portadores de necessidades especiais, mas é preciso dar a eles, antes de mais nada, condições para que realizem um trabalho eficiente, que agregue valor à empresa”, diz o diretor-titular do CIESP Oeste, Fábio Ferreira. “Não faz sentido contratar deficientes ape-


Desafios A falta de qualificação aparece como a principal barreira no que diz respeito à inclusão de pessoas portadoras de deficiência física ou mental no mercado de trabalho. E, nesse sentido, o próprio Estado é quem acaba dificultando o processo. Ao mesmo

Foto: Divulgação

nas para cumprir a lei, sem que eles estejam qualificados e sem que as indústrias sejam orientadas sobre as adaptações físicas a serem realizadas e as formas de identificar as atividades que cada funcionário com necessidade especial pode desempenhar”. Iniciativas desse tipo estão ajudando a indústria paulista a reduzir a defasagem ainda existente nas contratações para cumprir a Lei de Cotas. Atualmente, há cerca de 257 mil vagas de emprego a serem preenchidas por pessoas com deficiência no Estado, das quais o setor é responsável por 31%, ou 80.800 postos. A indústria, no entanto, emprega hoje apenas algo em torno de 35 mil profissionais nessas condições. Ou seja, há ainda um longo caminho a se percorrer.

No SENAI Itu, comissão do CIESP Oeste pôde conhecer de que forma os portadores de deficiência são qualificados para atuar nos mais diversos setores da indústria.

tempo em que cria a obrigatoriedade de manter esse contingente empregado, não acaba com absurdos como a Lei da Terminalidade, pela qual os deficientes mentais só têm estudo garantido até o final do Ensino Fundamental. Ou seja, não podem pleitear uma vaga na faculdade. “A dificuldade de acesso à educação, além, é claro, do preconceito que ainda existe contra quem tem qualquer tipo de anomalia física ou intelectual, é o que impede que um maior número de pessoas com essas características ingresse no mercado de trabalho e seja produtiva”, afirma Ana Maria Pereira dos Santos, integrante do Fórum de Pessoas com Deficiência. Aqueles que conseguem transpor a barreira e obter o tão sonhado

canudo ainda passam por uma outra, digamos, seleção. Segundo dados da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), há no Brasil uma preferência pela contratação de pessoas com tipos específicos de deficiência. O maior contingente empregado (47,5%) é de deficientes físicos, seguindo-se deficientes auditivos (32,5%) e reabilitados (8,4%). Já os deficientes intelectuais e visuais têm índices de apenas 5,8% e 4,7%, respectivamente. A interpretação desses números não tem mistério: no País, ainda é mais fácil para um deficiente conseguir emprego se sua contratação significar o mínimo de investimento para a empresa no que diz respeito às adaptações do espaço

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Fotos: Letícia Lovo

físico e dos equipamentos necessários para receber esse funcionário. Mas esse quadro aos poucos está mudando, graças a iniciativas como a da Escola SENAI “Ítalo Bologna”, de Itu, referência nacional na capacitação de pessoas com necessidades especiais. A unidade atua nas três pontas dessa cadeia – ou seja, qualificação de portadores de deficiência, treinamento de professores e assessoria às empresas – realizando, já há 10 anos, um projeto em parceria com indústrias em todo o Estado e que tem o aval do Ministério Público. “Desenvolvemos todo o know-how para qualificar essas pessoas a exercer diversas atividades industriais, incluindo a adaptação de equipamentos, que podem ser transportados e instalados em qualquer empresa”, explica o diretor da unidade, Helvécio Siqueira de Oliveira. A assessoria prestada pelo SENAI Itu abrange desde a criação de um cronograma de atividades para a

Era office-boy na Sodexo quando sofri um acidente. Recebi apoio da empresa, que me deu condições de voltar ao trabalho” Guilherme Leite, assistente de MKT.

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inclusão de portadores de necessidades especiais na empresa até a identificação dos postos de trabalho adequados a cada caso e o estudo da população apta a ser incluída na região em que a empresa está localizada. Esse trabalho foi conhecido recentemente por uma comissão do CIESP Oeste – formada por representantes de escolas, como o Colégio Graphein e o Grupo Flamingo, escritório de advocacia e da Secretaria Municipal de Governo de São Paulo -, que visitou o SENAI Itu com o objetivo de levar a experiência do centro às empresas filiadas. Em todo o Estado, não faltam casos bem sucedidos de empresas que apostaram na inclusão. A Sodexo Motivation Solutions, líder mundial em soluções para qualidade de vida, é um deles. “Faz parte da política de todo o grupo Sodexo respeitar as diferenças de cada funcionário”, diz o diretor de Recursos

Sou paraplégica desde os dois anos. Sempre batalhei e aqui na Sodexo sou feliz, pois meu talento é reconhecido” Heloísa Silva, assessora do Depto. Jurídico.

Foto: Divulgação

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Thiago Zanon, da Sodexo Motivation Solutions, afirma que a política da empresa é respeitar as diferenças dos funcionários, aproveitando seus talentos.

Humanos, Thiago Zanon. A sede da empresa, em Alphaville, está totalmente adaptada para facilitar a locomoção e o trabalho dos funcionários com necessidades especiais. A política de inclusão é amplamente difundida em todos os setores. Hoje a Sodexo Motivation Solutions tem cerca de 20 portadores de necessidades especiais em seu quadro, número acima da cota exigida pela lei. “Todos eles estão na empresa porque agregam valor e porque acreditamos na capacidade deles”, afirma Zanon.

Minha deficiência auditiva não é problema aqui na Sodexo. Tenho as mesmas oportunidades que todos os funcionários” Karen Bucara, do Depto. de RH.


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negócios

Faça seu guanxi Para os empresários chineses, manter uma boa rede de relacionamentos é a base para garantir o sucesso de um negócio. Por isso, se você está pensando em desbravar o mercado chinês, não se esqueça de cultivar seu networking também do outro lado do mundo.

Foto: Letícia Lovo

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Osni Nobre, da Global Connections: “A China não é apenas uma fábrica de produtos de R$ 1,99, basta estar preparado que você acha seu parceiro ideal”.

iante da realidade inconteste de que o mundo inteiro está fazendo negócios com a China, resta a você, empresário brasileiro, curvar-se ao fato e centrar foco em duas questões básicas: quando sua empresa vai se juntar ao time e quem será seu parceiro do lado de lá da Grande Muralha. Porque, está claro, ignorar o mercado chinês é, hoje, algo fora de questão e um grande erro estratégico. Não está convencido? Então avalie esses números: a China, hoje, importa U$ 1 trilhão. Abriga em seu território mais de 280 mil empresas estrangeiras e tem uma infraestrutura invejável, com 1.200 portos e 110 mil quilômetros de ferrovias, além de estar em quinto lugar no mundo em número de aeroportos.

Posto isso, caso entenda que agora é o momento de lançar sua empresa nessa empreitada ou se já fez uma primeira experiência mas não foi bem sucedido, tenha em vista que esse não é um caminho fácil e, portanto, exige grande preparo. “A China é ainda um mercado desconhecido para nós e a maneira de os chineses fazerem negócio é muito diferente da nossa, por isso é preciso ir com calma”, diz o consultor Osni Nobre, diretor-executivo da Global Connections, empresa especializada em projetos de internacionalização. Nobre esteve recentemente na sede da Distrital Oeste, onde realizou uma palestra para mostrar aos empresários como minimizar os riscos ao investir

Desde 1959 ajudando a preservar o seu patrimônio

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Fotos: Divulgação

no mercado chinês. O evento foi o primeiro de uma série que a Regional pretende organizar sobre o assunto e que deverá culminar com uma missão empresarial à China, programada para a segunda quinzena de agosto. “O objetivo da viagem é que o grupo visite uma feira, muito provavelmente na área de máquinas e equipamentos, e aproveite para conhecer empresários chineses, finalizando a estada com um passeio pela Expo Xangai, a maior exposição mundial de todos os tempos”, adianta Valéria Martinez, do China Trade Center, responsável pela missão. Para Osni Nobre, a palavra de ordem, antes de se lançar em busca de um parceiro chinês, é planejar. O ponto de partida é pesquisar dentro de sua área de interesse, acessando relatórios setoriais, e visitando feiras na China. “Ao contatar um fornecedor, exija as especificações do produto e

A China já é fornecedora de países do primeiro mundo há muito tempo e, por isso, ao contrário da imagem que ainda temos, tem tecnologia e mão de obra qualificadas.

dos processos envolvidos na produção, para evitar surpresas ao receber sua encomenda”, indica o consultor. “Uma boa medida é pagar por uma auditoria na fábrica de seu parceiro potencial, serviço que custa, em média, apenas U$ 300”. Fazer a lição de casa também pressupõe ter um projeto bem elaborado e detalhado dos objetivos de sua empresa, o que ajuda a esclarecer as coisas para a outra parte. Nesse projeto, não

CUSTOS DE LÁ PARA CÁ TRANSPORTE AÉREO: U$ 5 a 6 por quilo, sendo a encomenda entregue no prazo médio de 48 horas. TRANSPORTE MARÍTIMO: U$ 0,02 a U$ 0,03 por quilo, com prazo de entrega variando de 22 a 38 dias, dependendo se a viagem envolve escala ou não.

se esqueça de pensar na China como base para investir em pesquisa e desenvolvimento. “Ao contrário da imagem que ainda temos, os chineses não são bons apenas em fazer bugigangas de R$ 1,99. Eles têm tecnologia avançada, além de mão de obra bem qualificada”, lembra Nobre. Segundo o consultor, o objetivo do empresário chinês é agradar seu cliente. Traduzindo: se você quer o produto baratinho, ele vai te dar exatamente o que você quer, mas não adianta reclamar da qualidade depois. “Em muitos casos, os chineses até incluem uma quantidade de itens maior do que a especificada, para substituir as peças com defeito”, diz Nobre. Mas, ressalta: “gentilezas a parte, achar que negócio da China existe é pura ilusão”.

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negócios

Com o tema Better City, Better Life, a Expo Xangai, que acontece de 1º de maio a 31 de outubro, pretende chamar a atenção do mundo para a necessidade de promover a qualidade de vida nos centros urbanos. Trata-se de um mega evento com foco cultural, mas que abrirá espaço para se mostrar o que de melhor está sendo feito no mundo em termos de desenvolvimento urbano. Pegando carona nesse argumento, a cidade de São Paulo, graças à repercussão internacional do projeto “Cidade Limpa”, ganhou destaque na exposição, tendo sido escolhida, juntamente com Curitiba, para representar a América do Sul no espaço dedicado às melhores práticas urbanas. Assinado pelos cenógrafos Daniela Thomas e Felipe Tassara, o pavilhão de São Paulo procura mostrar a multiculturalidade e a pluralidade da metrópole, enfatizando a transformação da cidade com a Lei Cidade Limpa. Ao passear pelo estande, o visitante passa por uma experiência sensorial, usando o próprio corpo para perceber a mudança no visual da capital paulista com o projeto. Durante os seis meses da exposição, será apresentado um pouco do que é São Paulo. Estão previstos eventos culturais, exibição de vídeos, filmes e documentários, workshops, entre outras atrações. Haverá palestras sobre diversos temas, divulgação de projetos importantes para a capital paulista, como a reurbanização de favelas. O público também poderá saber como a maior cidade do hemisfério sul tem se 10 • CIESP OESTE

Foto: Divulgação

Expo Xangai

Inspirado no projeto Cidade Limpa, o pavilhão de São Paulo na Expo Xangai mostra a pluralidade e a multiculturalidade da metrópole.

modernizado e realizado melhorias em infra-estrutura para atrair novos investimentos e promover o desenvolvimento. Serão apresentadas ainda ações ligadas ao desenvolvimento urbano e social, além de iniciativas da prefeitura paulistana voltadas à preservação ambiental e ao combate às mudanças climáticas. Com a coordenação da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, a programação será organizada em parceria com as demais secretarias municipais e deverá contar com o apoio da iniciativa privada. São Paulo promoverá e participará de uma série de discussões de “cases” internacionais com outras cidades participantes. A ideia é que, durante os seis meses da exposição, representantes das administrações públicas, iniciativa privada e sociedade civil conheçam e discutam projetos, ações e as últimas novidades e tendências para melhorar a qualidade de vida nos aglomerados urbanos.


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associado

Sem ferrugem Há mais de 50 anos atuando na área de pinturas industrias e serviços de tratamento anticorrosivo, a Pinturas Ypiranga é reconhecida no mercado pela tecnologia de ponta e elevado padrão de qualidade, atendendo empresas de porte dos mais diversos setores.

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Foto: Divulgação

o dia-a-dia dos diretores da Pinturas Ypiranga, uma das mais conceituadas empresas nacionais do ramo de pinturas industriais e tratamentos anticorrosivos, é comum a solução de problemas, no mínimo, inusitados. Como o rol de clientes da Ypiranga inclui grandes players nas áreas petrolífera, aeronáutica, siderúrgica, de mineração e telecomunicações, a empresa geralmente é contratada

Uma das estratégias dos sócios foi a construção de uma nova sede, no bairro de Alto de Pinheiros, em São Paulo, e de um centro de distribuição na Via Anhanguera. 12 • CIESP OESTE

para serviços que envolvem uma logística prá lá de sofisticada. Em uma obra no Sul do País, por exemplo, foi preciso comprar um hotel para acomodar a equipe que trabalharia no projeto. “Essa acabou sendo a solução mais barata, pois não dispúnhamos de um local para construir um alojamento onde todos pudessem ficar”, lembra Antonio Gutierres, um dos sócios da Ypiranga. “No fim, o dinheiro investido foi recuperado com a venda do imóvel”. Quando a empresa é contratada para a recuperação ou pintura de antenas de transmissão, a preocupação com o treinamento do pessoal e a segurança é redobrada, já que o trabalho é feito em local com enorme concentração de ondas eletromagnéticas. Tudo isso envolve um planejamento minucioso a cada novo projeto e, para que a empreitada tenha êxito, o feeling dos sócios é fundamental. “Nossa experiência nos faz tomar decisões às vezes bastante arrojadas, necessárias para garantir a qualidade do serviço, os prazos estipulados e, por outro lado, minimizar nossos riscos, já que as obras das quais participamos são, na maioria das vezes, bastante complexas”, diz Gutierres.


Fotos: Divulgação

A Pinturas Ypiranga é contratada por grandes empresas para realizar restaurações e pinturas em obras de porte, como navios e antenas de transmissão.

Funcionário da Ypiranga desde a década de 70, Gutierres e três outros colegas de trabalho também veteranos na empresa – Glenister Hilpert, Álvaro Ruiz e Marco Antonio da Motta - decidiram comprar o negócio do filho do fundador, após a morte do antigo dono. De lá para cá, o investimento, tanto em tecnologia quanto em treinamento de pessoal, para tocar a empresa foi grande. A Ypiranga adaptou-se às novas regras de mercado obtendo os certificados ISO e buscando formas de crescer de maneira sustentável. “Hoje, toda a sobra do material de pintura que utilizamos é enviada ao Rio de Janeiro para ser incinerada, minimizando os riscos de contami-

nação ambiental”, explica Maurício Hilpert. Ele faz parte da segunda geração dos novos sócios, que se prepara para assumir o negócio. A empresa também investiu na construção de uma nova sede, localizada no elegante bairro de City Boaçava, Zona Oeste de São Paulo, e de um moderno centro de distribuição que abrange uma área de 7 mil metros quadrados no início da Via Anhanguera. É lá que todo o material e os equipamentos usados nas obras é estocado e que é feita a manutenção nas máquinas, quando necessário. “A idéia de criar o CD foi otimizar os custos”, diz Hilpert. “Com ele, é possível controlar melhor o gasto com insumos, pois compramos em grande quantidade, com descontos, e distribuímos pelas diversas áreas. Como tudo sai do mesmo lugar, fica mais fácil controlar o estoque”.

Serviço Pinturas Ypiranga LTDA. Endereço: Av. Queiroz Filho, 435 São Paulo – SP Telefone: (11) 3022-7070 Site: www.pinturasypiranga.com.br

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evento

Inovação já! A busca de soluções para que São Paulo invista mais em P&D foi o propósito da 24ª Convenção Anual do CIESP, que reuniu empresários, governo e pesquisadores para falar sobre os desafios da inovação, entre eles financiamento, desenvolvimento de projetos e acesso à informação.

Fotos: Letícia Lovo

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Participantes do debate insistem que o maior investimento em inovação pode ser conseguido se houver mais sintonia entre as empresas e as universidades. 14 • CIESP OESTE

Estado de São Paulo investe 1,5% do PIB estadual em Pesquisa e Desenvolvimento. A taxa é maior que a média brasileira, de 1,2%, e nos coloca à frente de países vizinhos da América Latina e das outras nações do BRIC (Rússia, Índia e China). Mas a meta paulista é igualar seu desempenho ao dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, e aumentar essa porcentagem para 2,3 até 2020. Potencial para isso não falta. Como ficou claro nos debates promovidos durante a 24ª Convenção do CIESP, realizada no final de abril, nós já reunimos alguns dos principais requisitos para facilitar o acesso à inovação. Há leis de incentivo específicas sobre o assunto (Lei da Inovação e Lei do Bem) e linhas de crédito, fornecidas pelo BNDES, Finep e outros órgãos, que garantem o acesso aos recursos necessários para que os projetos sejam desenvolvidos. O desafio, agora, é encontrar formas de estimular as empresas a usufruírem desses requisitos. Pesquisa apresentada no evento pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da FIESP resume a realidade enfren-

tada hoje por esse segmento: nas chamadas públicas de subvenção econômica da Finep, com recursos a fundo perdido, a taxa de projetos aprovados em relação à demanda caiu de 13%, em 2006, para 10% no último ano. Além disso, as empresas de grande porte recebem a maior parte do financiamento destinado à inovação, cerca de 84% dos recursos disponibilizados nos últimos anos pela Finep e o BNDES. Para o presidente da FIESP e do CIESP, Paulo Skaf, investimentos em tecnologia podem fazer a diferença na competitividade global. “Os gastos com P&D precisam estar presentes na cultura empresarial, mas nossos investimentos na área ainda são acanhados em relação aos principais países do mundo”, ressaltou. Já que um dos principais entraves ao avanço do setor é a falta de sintonia entre empresa e universidade, o secretário de Estado do Desenvolvimento, Luciano Almeida, propôs a formação de “agentes tecnológicos”. “A idéia é que esses profissionais atuem como interlocutores entre a indústria e os centros de pesquisa “, explica ele, que também anunciou a criação de mais 14 parques tecnológicos no Estado.


informe

Talento de mulher A diretora da JotaeMe Fitafer, Ana Maria Martin, mãe e empresária de sucesso, descreve, em homenagem ao Dia das Mães, os desafios da mulher de hoje, que, sem deixar de lado os compromissos do lar, ganha espaço mostrando sua eficiência no mercado de trabalho.

Foto: Divulgação

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Para Ana Maria Martin, diretora da JotaeMe Fitafer, a mulher tem determinação, coragem e persistência em suas ambições, mas não deixa de lado sua vida pessoal.

ós mulheres podemos dizer que somos vitoriosas mediante as nossas conquistas em todos os sentidos, principalmente sociais e profissionais. Temos muito ainda a almejar. Vencemos muitas batalhas, mas creio que a maior de todas é saber administrar nossas emoções e sentimentos, ou seja, alinhá-los com a razão e muitas vezes devemos ter atitudes que nos exigem impessoalidade, pois nossas tomadas de decisões devem sempre ser de muita responsabilidade e procuramos sempre reduzir nossa margem de erros. Não é diferente em nossa vida pessoal, principalmente quando somos mães. A grande diferença é que nem sempre conseguimos administrar essa função sem que nosso coração fale alto, mesmo quando é preciso agir com severidade. Nas organizações devemos sempre buscar a informação, o conhecimento e inovação, que é a garantia de diferencial no mercado de trabalho. Assim somos como mães, desejamos nos aprimorar, pois o o objetivo é que nossos filhos tenham um diferencial, não

só no mercado de trabalho, mas na vida. Que eles sejam melhores, não só profissionais, mas que evoluam e sejam mais humanos. Além de nossa formação acadêmica, nos transformamos em médicos, psicólogos, nutricionistas, educadoras, etc, para que assim também possamos minimizar nossos erros nas tomada de decisões. Portanto o que tenho a dizer é que nós mulheres temos determinação, coragem, persistência, nas nossas ambições, mas somos verdadeiras leoas com as nossas crias e digo ainda que elas sejam muitas vezes a razão e o objetivo pela qual lutamos e não esmorecemos diante de qualquer dificuldade e por elas podemos dizer que enfim, ganharemos a guerra e esse será o motivo porque tudo valeu, vale e valerá a pena.

Serviço JotaeMe Fitafer Endereço: Rua Miguel Segundo Lerussi, 53 – Parque Industrial Franco da Rocha – SP Telefone: (11) 4443-1100 Site: www.jmfitafer.com.br

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Inauguração no SESI Leopoldina Com a presença do presidente Paulo Skaf, o Centro de Atividades “Gastão Vidigal”, do SESI, inaugurou, dia 20/4, as novas instalações de seu prédio educacional. A área recebeu nove salas de aula, modernos laboratórios de química, biologia, física, ciência e tecnologia e teve as instalações esportivas ampliadas. Os recursos beneficiarão, diretamente, mais de 2,3 mil alunos. n

Ação Global Francisco Morato O SESI-SP e a Rede Globo, com o apoio da FIESP, realizou dia 17/4 uma edição do projeto Ação Global na cidade de Francisco Morato, região atendida pelo CIESP Oeste. A iniciativa envolveu várias frentes, como as áreas de saúde, orientação jurídica e serviços comunitários. Entre os benefícios, a população pôde tirar documentos, medir pressão arterial e receber informações sobre INSS e aluguel. n

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Foto: Arquivo

Foto: Letícia Lovo

Foto: Arquivo

aconteceu

Prêmio Mulher A gerente do CIESP Oeste, Laura Gonçalves, foi homenageada como “Destaque Profissional” com o Prêmio Mulher 2010, em evento realizado dia 29/4 na Assembléia Legislativa de São Paulo. “Foi uma honra receber esse prêmio, que valoriza o meu trabalho dentro da entidade”, diz Laura. Além dela, recebeu o prêmio a esteticista Lucia Pagliato, conveniada da Distrital. n


conveniado

Frutos da rede É cada vez maior o número de conveniados à Rede de Negócios da Distrital que fecham parcerias entre si para divulgar de forma conjunta seus produtos e serviços no mercado, ampliando, assim, as chances de fechar novos contratos e garantindo a difusão da rede no mercado.

Foto: Divulgação

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Teixeira e Neri são parceiros tanto na divulgação do trabalho da Rede de Negócios da Distrital Oeste como na prestação de serviços da Golden Stern à Aeroportuária.

negócio de uma empresa de despacho aduaneiro e assessoria em comércio exterior pode não ter nada em comum com o de uma consultoria em assistência médica. Mas, na busca por novos clientes, ambas descobrem que unir esforços é uma idéia bastante lucrativa. O exemplo acima é protagonizado por dois membros da Rede de Negócios do CIESP Oeste. Depois de se conhecerem nas reuniões de conveniados, José Neri, diretor da Aeroportuária, e Ismael Teixeira, representante da Golden Stern, decidiram fechar uma parceria que tem por objetivo ampliar a divulgação da rede e levar os serviços prestados por ambos a cada novo potencial cliente contatado.

“Saímos com o material das duas empresas debaixo do braço e apresentamos sempre que surge uma possibilidade”, explica Teixeira. “Essa é, acima de tudo, uma grande oportunidade de divulgar a rede de negócios, mas que também reverte em benefícios para nossas empresas”, completa Neri. Os dois concordam que fazer parte de uma rede de empresas com o aval do CIESP é fundamental para abrir portas. “Por isso fazemos questão de divulgar esse trabalho da forma mais ostensiva possível”, afirma Ismael Teixeira, que também é responsável pela administração das apólices de seguro saúde da Aeroportuária.

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Mercado em alta?

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os últimos meses os positivismos inseridos nas informações econômicas solidificaram-se, ao ponto de não existir na mídia alguém

que relute em assumir o mote ”Cresce Brasil em 2010”. O mercado automotivo, que alavanca um alto consumo de componentes em sua cadeia produtiva, sendo um segmento de ocupação elevada de mão de

Foto: Tiago De Carli

artigo

Após mais de 50 anos produzindo carros no País, os fornecedores locais trabalham com a mesma excelência dos países desenvolvidos.”

obra, tem uma previsão de crescimento até 2015 de 5% ao ano, desta forma acumulando um crescimento invejável em torno de 28% neste período. A análise simplista é de um cenário perfeito para nos tornarmos um grande produtor e consumidor de veículos nos próximos anos. Porém, essa não é a realidade para os que fazem parte desse mercado. Ao enfrentarmos os meandros macroeconômicos presentes no Brasil, as práticas tributárias vigentes e os crescentes custos sobre a folha de pagamento, somos levados a concluir que esse crescimento não estará sendo patrocinado pelas empresas aqui instaladas. Após mais de 50 anos de produção de carros no Brasil, a base local de fornecedores há muito trabalha no estado da arte, com equipamentos, tecnologias e produtividade similares a de qualquer outro país desenvolvido. Todo este elenco de soluções deveria refletir em preços competitivos. No entanto, o empresariado local sofre forte concorrência pela ausência de uma política de desenvolvimento e fomento à produção local, por formas de tributação que visam somente arrecadação, e políticas de preços salutares na aquisição de matérias primas. Torna-se imperativo uma dinâmica econômica reversa da atual, um inventário de leis que busque dar guarida as empresas aqui instaladas. O mercado automotivo brasileiro poderá vir a crescer, porém as empresas aqui instaladas nacionais ou multinacionais pouco irão participar desse cenário de crescimento. Enfim, corremos o risco de tornar-nos um grande exportador de “commodities”, bem como um grande montador de veículos com altíssima participação de componentes e conjuntos importados. 22 • CIESP OESTE

Osvaldo Vicini Gerente Geral da JotaeMe Fitafer


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