CIESP OESTE - Setembro/Outubro de 2008

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CIESP Oeste avanรงa em novas parcerias bem sucedidas como as do SENAI com a CPTM


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editorial

CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO DIRETORIA DISTRITAL DA ZONA OESTE Rua Pio XI, 500 – Alto da Lapa CEP 05060-000 – São Paulo – SP Tel. (11) 3641-0988 | Fax (11) 3641-1330 Email: atendimento@ciespoeste.org.br Site: www.ciespoeste.org.br Diretor Titular Fábio Paulo Ferreira Vice - Diretores João Henrique Martin José Antonio Gregório Conselheiros Titulares Carlos José Silva Bittencourt Hélio de Jesus Thomas Barbosa Duckworth Rodolfo Inácio Vieira Filho Sebastião Aparecido Alves de Carvalho Odila Sene Guandalini César Rabay Chehab Romolo Ciuffo Edson Amati Hélio Mauser Carlos Begliomini Accácio de Jesus Pedro Amati Jorge Luiz Izar Givaldo de Oliveira Pinto Junior Paulo Antonini Alcebíades de Mendonça Athayde Marco Antonio Afonso da Mota Conselheiros Suplentes Boaventura Florentim Sérgio Vezzani Blanca Margarita Toro de Sasso César Valentin Zanchet Urbano José Ferreira José Antonio Urea José Rubens Radomysler Delfim da Silva Ferreiro Ronaldo Amâncio Góz Gerente CIESP Oeste Laura Gonçalves Revista Ciesp Oeste Projeto, Edição e Comercialização: Página Editora Ltda. Redação e Publicidade: Rua Marco Aurélio, 780. Vila Romana. Telfax: (011) 3874-5533. E-mail: paginaeditorial@uol.com.br. Diretor: Ubirajara de Oliveira. Textos: Eduardo Fiora e Lúcia Helena Oliveira. Fotografia: Alexandre Virgílio, Julia Braga e Tiago De Carli. Produção de anúncios: Alcir Gomes. Publicidade: Marisa Pernicone, Patrícia Segura, Rosana Braccialli. Impressão: Arvato do Brasil Gráfica. Tiragem: 3 mil exemplares.

Ações concretas

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fortalecimento da indústria a partir da defesa dos interesses dos empresários do setor requer esforços contínuos por parte do sistema FIESP-CIESP. Ciente disso, o CIESP Oeste

passa a priorizar ações que levem o empresariado da região a mergulhar concretamente na realidade de diferentes cenários públicos locais e até mesmo nacionais, de modo a colocá-lo em contato com uma dinâmica que surpreende tanto em relação a potenciais desconhecidos quanto a problemáticas que precisam ser superadas. Esse modelo de ação, além de trazer aos nossos associados um leque importante de informações, possibilita que, no âmbito corporativo do ambiente industrial, sejam abertos debates em busca de soluções via parcerias com os três níveis da administração pública: federal, estadual e municipal. Exemplos dessa proposta são as visitas que realizamos à Amazônia e aos bastidores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Trabalhar em prol da indústria da região Oeste da capital e área metropolitana vizinha significa, também, estar atento às inovações da Tecnologia da Informação (TI). Fruto dessa opção é a construção do grande portal de negócios on-line do CIESP

Oeste que, a partir do final de setembro, marcará uma nova era no relacionamento dos associados com seus fornecedores. Vale ressaltar, também, o empenho da Distrital Oeste em firmar com empresas do comércio e prestação de serviços novos e atraentes convênios, com vantagens significativas para quem está filiado à entidade. É esse o panorama que procuramos mostrar nesta edição bimestral da revista CIESP Oeste. Fábio Paulo Ferreira Diretor-Titular CIESP Oeste CIESP OESTE • 3


ações

Realidade sobre trilhos Em visita à CPTM, associados do CIESP Oeste conhecem as melhorias previstas para as linhas que cobrem a região e as cidades vizinhas. Entre elas estão a redução do intervalo entre os trens e a utilização de composições mais longas.

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Visita ao Centro de Formação Profissional da CPTM-Senai incluiu palestra sobre investimentos e passagem pela sala de simulação de operações

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m dos principais problemas da região metropo­litana de São Paulo, o transporte coletivo é assunto que preocupa os empresários da indústria. Exatamente por isso foi escolhido pela diretoria do CIESP Oeste como o primeiro de uma série de temas sobre os quais eles terão a oportunidade de se informar melhor. A proposta da Distrital é promover uma imersão dos associados na realidade da cidade, abrindo portas para que eles conheçam a situação atual, as soluções previstas e as formas de contribuir para melhorar as condições de vida e trabalho sob diversos aspectos. Além do transporte público, temas como educação, saúde e meio-ambiente farão par-

te da pauta de assuntos a serem trabalhados. O ponto de partida dessa imersão foi uma visita ao Centro de Formação Profissional da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, localizado na Vila Leopoldina, que incluiu um passeio por uma das linhas que cobre a região Oeste da cidade, ligando Osasco ao bairro do Grajaú, na Zona Sul. Considerado referência na formação de mão-de-obra para o setor ferroviário, o centro tem uma parceria com o SENAI-SP, oferecendo cursos de capacitação técnica e gerencial na área e treinando profissionais para trabalhar tanto na própria CPTM quanto em outras empresas de diversos segmentos.


Fotos: Fernando Lopes

“É uma iniciativa pioneira que nasceu em 1943, nas antigas oficinas da São Paulo Railway (SPR)”, diz o diretor do Centro de Operações Ivan Aparecido de Souza Moreno. “Já a parceria com o SENAI data de 1961 e tem sido fundamental para dotar o centro de recursos de primeira linha” Parceria Público-Privada A existência de uma escola de formação profissional de primeira linha, no entanto, não garante a total eficiência do sistema de transporte sobre trilhos oferecido pela CPTM. De acordo com o próprio diretor do centro, há muito ainda a se fazer para melhorar os serviços prestados aos usuários. A boa notícia é que existe, hoje, a real perspectiva de transformar, a curto prazo, o transporte via trem metropolitano em uma das melhores opções de locomoção para quem mora ou trabalha na região Oeste de São Paulo. Isso porque, por meio de uma Parceria Público Privada – PPP, já

Viagem monitorada possibiltou visão mais ampla do dinamismo da CPTM que investe em composições mais longas transportando mais passageiros/hora

sacramentada pelo governo, as linhas 8 e 9 da CPTM, que cobrem os bairros dessa área da cidade, chegando até importantes municípios vizinhos, como Itapevi e Osasco, receberão, até 2011, investimentos da ordem de R$ 10 bilhões. Os recursos serão utilizados na reforma e construção de novas estações, modernização dos trens, melhoria das vias férreas e da sinalização, além de controle e segurança de tráfego.”A previsão é de que, em 2012, as duas linhas estejam atendendo a cerca de 3,3 milhões de passageiros, número significativamente superior aos 1,8 milhão atendidos atualmente”, informa o gerente de operações José Carlos Ganzarolli. Na linha 8 – que liga a estação Júlio Prestes, no centro da Capital, a Itapevi, na Grande São Paulo -, a reforma das estações, trará benefícios como maior oferta de lugares/hora/sentido que passará de 20 mil para 34 mil. O ramal

transporta 387 mil passageiros diariamente.  Já a linha 9, que liga Osasco ao bairro do Grajaú (Zona Sul) teve aumentada a oferta de lugares em 12% no pico da manhã.

CPTM em números · 6 linhas em operação · 261 KM de linhas férreas · 22 municípios atendidos · 89 estações · 1.850.000 passageiros atendidos/dia · 6.184 empregados · Serviços oferecidos aos usuários: Acessa São Paulo (inclusão digital); bicicletário; embarque preferencial de idosos, gestantes e pessoas com deficiência física; estacionamento

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associados

Made in Brazil... na China Ao completar 50 anos, a metalúrgica paulista JotaeMe Fitafer coloca em prática um agressivo plano estratégico, o que leva o gerente geral Osvaldo Vicini a articular investimentos em tecnologia e capacitação de mão-de-obra.

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ara nós brasileiros, acostumados a ler nas etiquetas de grande parte dos produtos que consumimos o selo “Made in China” , o título acima pode surpreender. A boa notícia é que ele não está equivocado: de acordo com o último levantamento da Câmara de Comércio Brasil-China, o saldo da balança comercial entre os dois países está positivo para o nosso lado e é cada vez maior o número de empresas nacionais que conseguem conquistar um lugar ao sol no cobiçado mercado chinês. Uma das que comemoram o

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feito é a JotaeMe Fitafer, indústria metalúrgica com sede em Franco da Rocha (SP). Ela acaba de fechar contrato com um grande fabricante do setor automobilístico recém-instalado na China para exportar componentes de autopeças. Para chegar lá, o investimento em qualidade, marca registrada da empresa em seus 50 anos de atuação, foi fundamental. “Nossas peças tiveram a melhor avaliação entre as muitas analisadas pelos chineses em visita a diversas empresas de várias partes do mundo”, explica o gerente geral Osvaldo


Fotos: Tiago De Carli

Vicini. “Fechar um grande contrato de exportação em um momento em que o real está supervalorizado é um feito a ser destacado”, comemora. Ao completar seu cinqüentenário, a JotaeMe Fitafer procura guardar ainda “um suspiro de empresa familiar, mas com um forte ar de profissionalismo”, como gosta de descrever Vicini. Fundada pelo imigrante

Funcionários recebem mais de 100 horas de treinamento por ano e trabalham em um ambiente que impressiona pela organização e limpeza.

alemão Jacob Martin, que veio para o Brasil em 1920 trazendo na bagagem um profundo conhecimento de mecânica, a metalúrgica nasceu produzindo arruelas, peças de aço normalmente usadas para auxiliar na fixação de parafusos. Inclusão social

Qualidade das peças produzidas pela JotaeMe Fitafer já são reconhecidas no Brasil e, agora, conquistam o exigente mercado chinês.

Passado meio século, o número de itens fabricados pela JotaeMe saltou para 1.200. Ela fabrica 50 milhões de peças por mês, para todos os tipos de segmentos: de autopeças a eletroeletrônicos, passando pela moda e estética. “É essa diversidade de

produção e de setores atendidos que nos garante o equilíbrio”, diz Vicini. “Se um ou outro segmento vai mal, isso não chega a afetar a empresa”. Localizada em uma área de 55 mil metros quadrados em Franco da Rocha, município da Grande São Paulo, a JotaeMe emprega 350 funcionários, alguns deles contratados via parceria firmada com o Hospital Psiquiátrico da cidade. Por meio desse trabalho social, vários internos em tratamento no hospital são conduzidos diariamente à empresa, em veículos da metalúrgica, para trabalhar em setores como o de limpeza.

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Franco da Rocha: cidade aberta para o progresso

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Muito bem localizada dentro da região metropolitana de São Paulo - próxima de dois aeroportos (Guarulhos e Viracopos), interligada por importantes rodovias (Fernão Dias e Anhanguera-Bandeirantes) e bem servida por transporte coletivo – a cidade de Franco da Rocha trabalha, hoje, para se tornar um pólo industrial e de serviços. O município passa por um processo de revitalização da região central, que visa melhorar a “cara” da cidade, e investe na qualificação da mão- de-obra local, por meio de parcerias com o SEBRAE e FIESPCIESP, além de uma moderna Escola Técnica Paula Souza, que proporcionam cursos e treinamentos para a população. Qualificar cada vez mais a mão-deobra local, mobilizar o empresariado e diversos segmentos em prol da melhoria da imagem do município, no sentido de

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ara nós brasileiros, acostumados a ler nas etiquetas de grande parte dos produtos que consumimos o selo “Made in China” , o título acima pode surpreender. A boa notícia é que ele não está equivocado: de acordo com o último levantamento da Câmara de Comércio Brasil-China, o saldo da balança comercial entre os dois países está positivo para o nosso lado e é cada vez maior o número de empresas nacionais que conseguem conquistar um lugar ao sol no cobiçado mercado chinês. Uma das que comemoram o feito é a JotaeMe Fitafer, indústria

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ser cada vez mais atraente para novos investidores e empreendedores, são os grandes desafios para o desenvolvimento da cidade, segundo o diretor de Desenvolvimento Econômico e Emprego do município, Arthur Galhano. Para tanto, a administração municipal tem investido muito na formação de bases sólidas ou equipamentos públicos que atraiam ainda mais as indústrias e comércio para a região. “Hoje temos aproximadamente 150 indústrias instaladas em quatro pólos industriais localizados na cidade, além de grandes redes varejistas, como Casas Bahia,Pernambucanas, Eletro, Marabraz e Ponto Frio”, diz Galhano. “Mas o município tem potencial para dobrar o número de indústrias e movimentar ainda mais o comércio que hoje representa por volta de 38% do PIB local”.

metalúrgica com sede em Franco da Rocha (SP).

Perfil · Empresa: JotaeMe Fitafer · Ano de fundação: 1958 · Composição do capital: 100% nacional · Área construída: 32 mil m2 · Produção: 50 milhões de peças por mês, para todos os tipos de segmentos: de autopeças a eletroeletrônicos, passando pela moda e estética. · Endereço: Rua Miguel Segundo Lerussi, 53, Parque Industrial – Franco da Rocha · Telefone.: (11) 4443-1100 · Site: www.jmfitafer.com.br


Relato de uma viagem de empresários e executivos ligados ao CIESP Oeste e CIESP Norte para conhecer de perto uma das regiões mais cobiçadas do planeta

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especial

“Apresentação” Um mergulho na realidade distante de um Brasil desconhecido pela maioria de seus habitantes que nem imaginam o tamanho e o valor das reservas naturais do solo e subsolo do seu País. Um relato detalhado e ao mesmo tempo didático de como esse imenso território (5 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a uma Europa inteira, exceto a Rússia) é fragilmente protegido pelo governo federal e, ao mesmo tempo, fortemente cobiçado por interesses internacionais. Foi esse o conteúdo da viagem informativa organizada pelo Comando Militar da Amazônia (CMA) que convidou um grupo de empresários e executivos ligados ao CIESP Oeste e CIESP Norte para conhecer de perto a região, que hoje é o centro de um intenso e caloroso debate sobre soberania nacional e ameaça de invasão branca. Tanto em Manaus, onde foram recebidos pelo comandante do CMA, general Augusto Heleno Ribeiro, como em São Paulo - onde o CIESP, FIESP e outras entidades corporativas promoveram um seminário sobre o tema, que contou com a participação do ex-comandante do CMA e hoje na reserva, general Luiz Gonzaga Lessa – os empresários puderam ter uma clara idéia dos problemas que o Exército brasileiro enfrenta na sua missão constitucional de defender a soberania do território nacional.

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Um território rico Revista CIESP Oeste lança série de encartes especiais para abordar a polêmica questão da soberania da Amazônia, uma área repleta de recursos naturais no solo e subsolo e que vem sendo objeto da cobiça e interesses internacionais.

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aeronave militar que transportava a comitiva cruzou o espaço da Amazônia legal, envolvendo os Estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, além do Tocantins, Mato Grosso e o Oeste do Maranhão. O cenário, visto do alto, impressiona. São florestas e rios a perder de vista. De fato, a Bacia Amazônica tem a mais vasta superfície drenada do mundo. A região apresenta 23 mil km navegáveis e abriga 16% da água doce do planeta. É o maior potencial hidrelétrico total do país, apesar da baixa declividade do seu terreno. Só o Amazonas tem cerca de 7 mil afluentes. “E como ficamos nós, brasileiro, diante de tudo isso? Como ficamos politicamente, diplomaticamente e militarmente? Precisamos ver se somos fortes o suficiente para impor as nossas condições. O preço da água que vamos vender, por exemplo. Porque, sem dúvida, nós vamos vender água, muito mais valorizada que o petróleo”, alerta o general

Lessa. Tesouro da biodiversidade Se a Amazônia fosse somente água, já teria potencial suficiente para chamar a atenção internacional, afinal, não faltam fóruns globais pra a discussão de um tema ambiental de suma importância: o consumo da água como provável fator de desestabilização mundial. Mas a região não é apenas um tesouro genético imensurável. A floresta cobre 70% da região, perfazendo 75% das reservas brasileiras e 30% da mundial. “Estimam-se, para o conjunto, uma reserva madeireira de 50 bilhões de m3, com apenas 15 bilhões de m3 comerciáveis”, explica o general Lessa. A variedade vegetal na Amazônia mostra 200 espécies diferentes de árvores por hectare, 1.400 tipos de peixes, 1.300 tipos de pássaros e 300 tipos de mamíferos. É um ecossistema que detém cerca de 30% do estoque genético do mundo. Isso quer dizer


Fotos: Ubirajara de Oliveira

que 30% de todas as seqüências de DNA que a natureza combinou estão no Brasil. “Imaginem o que isso não significa em termos potenciais para a indústria mundial de produtos farmacêuticos, bioquímicos e agronômicos”, lembra o general Heleno. O avanço mundial da biotecnologia aplicada à agricultura faz com que os cientistas busquem sua matéria-prima no patrimônio genético de plantas e animais. Não é à toa, portanto, que a Amazônia esteja no centro das atenções das grandes corporações transnacionais. Riquezas minerais Na Amazônia há também um incontável potencial de riquezas minerais. Podemos dizer que lá se encontram todos os tipos de

General Heleno recebeu a comitiva do CIESP Oeste e CIESP Norte e revelou um quadro alarmante, que precisa ser discutido amplamente entre governo e sociedade.

Matas e rios guardam riquezas naturais. Cerca de 16% da água doce do planeta está na Amazonia, o que desperta a atenção das potencias globais.

minerais conhecidos, inclusive os chamados minerais raros. O nióbio, por exemplo, é um metal biocompatível, similar à platina e ao titânio, mas mais barato. O Brasil tem 95% das reservas mundiais desse metal localizadas na região da Cabeça do Cachorro, em torno de São Gabriel da Ca-

choeira, no Amazonas. O Brasil produz mais de 90% de todo o nióbio do mundo. Processado por técnicas modernas, ele pode ser usado em bocais para foguetes, fios-máquina para produção de parafusos, até próteses de ossos humanos, entre outras aplicações. Em 2005, a Alcoa, empresa

Palestra expôs cenário preocupante No primeiro dia da visita à região, as comitiva do CIESP Oeste e CIESP Norte conheceram as instalações do Comando Militar da Amazônia (CMA), onde foram recepcionados pelo comandante, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira .“Participamos de uma palestra de quatro horas com o general, que expôs em detalhes a complexa situação da demarcação de terras indígenas, a ingerência estrangeira na Amazônia e o difícil patrulhamento da área de fronteira, conta o diretor-titular do CIESP Oeste, Fábio Ferreira. “Depois da palestra participamos de um almoço no quartel”, acrescenta Ferreira. Localizado na Avenida do Expedicio-

nário, no bairro Ponta Negra, em Manaus, a história do CMA remonta ao ano de 1956, com o então Grupamento de Elementos de Fronteira, em Belém do Pará, porta de entrada para a conquista da Amazônia e, hoje, ponto de partida para o seu desenvolvimento. Mudou-se para capital Manaus em 1969, sede atual. Com o passar dos anos, o Comando Militar da Amazônia cresceu de importância no cenário nacional e, hoje, engloba organizações militares de todas as armas e todos os serviços, participando do processo de consolidação da defesa do território nacional, protegendo mais de 11 mil Km de fronteiras com sete países sul-americanos, fator que impõe ao CMA preocupação constante com o treinamento do seu contingente, formado em grande parte por índios e mestiços.

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aeronave militar que transportava a comitiva cruzou o espaço da Amazônia legal, envolvendo os Estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, além do Tocantins, Mato Grosso e o Oeste do Maranhão. O cenário, visto do alto, impressiona. São florestas e rios a perder de vista. De fato, a Bacia Amazônica tem a mais vasta superfície drenada do mundo. A região apresenta 23 mil km navegáveis e abriga 16% da água doce do planeta. É o maior potencial hidrelétrico total do país, apesar da baixa declividade do seu terreno. Só o Amazonas tem cerca de 7 mil afluentes. “E como ficamos nós, brasileiro, diante de tudo isso? Como ficamos politicamente, diplomaticamente e militarmente? Precisamos ver se somos fortes o suficiente para impor as nossas condições. O preço da água que vamos vender, por exemplo. Porque, sem dúvida, nós vamos vender água, muito mais valorizada que o petróleo”, alerta o general Lessa. Tesouro da biodiversidade Se a Amazônia fosse somente água, já teria potencial suficiente para chamar a atenção internacional, afinal, não faltam fóruns globais pra a discussão de um tema ambiental de suma importância: o consumo da água como provável fator de desestabilização mundial. Mas a 12 • CIESP OESTE

Fotos: Ubirajara de Oliveira

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Membros da Comitiva do CIESP Jorge Izar, Fábio Ferreira e Mário Santos, recepcionados pelo Comando Militar em São Gabriel da Cachoeira.

região não é apenas um tesouro genético imensurável. A floresta cobre 70% da região, perfazendo 75% das reservas brasileiras e 30% da mundial. “Estimam-se, para o conjunto, uma reserva madeireira de 50 bilhões de m3, com apenas 15 bilhões de m3 comerciáveis”, explica o general Lessa. A variedade vegetal na Amazônia mostra 200 espécies diferentes de árvores por hectare, 1.400 tipos de peixes, 1.300 tipos de pássaros e 300 tipos de mamíferos. É um ecossistema que detém cerca de 30% do estoque genético do mundo. Isso quer dizer que 30% de todas as seqüências de DNA que a natureza combinou estão no Brasil. “Imaginem o que isso não significa em termos potenciais para a indústria mundial de produtos farmacêuticos, bioquímicos e agronômicos”, lembra o general Heleno. O avanço mundial da biotecnologia aplicada à agricultura faz com que os cientistas busquem sua matéria-prima no patrimônio genético de plantas e animais. Não é à toa, portanto, que a Amazônia esteja no centro das atenções das grandes corporações transnacionais.

“Na próxima edição, em novembro”

A demarcação das terras. O julgamento no Supremo Tribunal Federal repercute nacionalmente e também no exterior, com a ONU acompanhando de perto a decisão da Suprema Corte brasileira a respeito da fragmentação ou não das reservas indígenas. Para o Exército nacional, a demarcação contínua deve ser evitada. Os generais afirmam que boa parte dos índios da região Raposa Serra do Sol é favorável à demarcações em ilhas. Segundo os militares, esse modelo facilita a ação constitucional das Forças Armadas.

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negócios

Ao alcance do mouse CIESP Oeste apresenta aos associados o seu portal de negócios, que tem por objetivo facilitar a compra e venda de insumos e serviços com qualidade e segurança. Meta é inaugurar o sistema com cerca de 400 compradores.

Arquivo CIESP Oeste

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Fábio Ferreira, diretor-titular do CIESP Oeste (C), com a equipe da eOrbital e AS Computadores: sistema será inaugurado com evento na sede da Distrital em 25/9.

partir de 25/9 os associados do CIESP Oeste vão poder contar com uma ferramenta exclusiva on-line para compra e venda de insumos e serviços. O objetivo é possibilitar uma economia de 15 a 25% nos gastos que envolvem pesquisa de preços para aquisição dos mais diversos produtos necessários ao funcionamento de uma indústria, como material de escritório e informática, por exemplo. O sistema, desenvolvido pela eOrbital Telecom em parceria com a AS Computadores, oferece a compradores e fornecedores soluções para facilitar, de um lado, as cotações de preço e, de outro, a exposição das condições para a aquisição dos produtos. O Portal de Negócios CIESP Oeste difere dos serviços oferecidos hoje pelos sites de ecommerce, como Mercado Livre e Submarino, em um ponto crucial: é capaz de medir a qualidade

dos fornecedores e compradores cadastrados. “Quem não estiver dentro dos padrões considerados satisfatórios será excluído ”, explica o diretor comercial da eOrbital, Ricardo de Souza Stefanone. Vantagens na compra e venda Para quem comprar pelo sistema, uma das vantagens é a facilidade e transparência. O comprador divulga as especificações e quantidades dos produtos que deseja adquirir e direciona a lista a todos os fornecedores cadastrados ou apenas àqueles que quiser. Poderá visualizar as cotações recebidas por diversos parâmetros, como preço ou prazo de pagamento. Se não estiver satisfeito com o resultado, tem a opção de convidar os fornecedores a participar de um leilão on-line, no qual os preços são abertos. Já os fornecedores têm a chance de aumentar potencialmente suas vendas, pois contam com um cadastro de empresas com forte potencial comprador. CIESP OESTE • 13


seminário

É possível exportar Distrital Oeste organiza evento para mostrar a executivos das pequenas e médias empresas os melhores caminhos para atuar com sucesso no mercado externo. Seminário contou com a parceria do Sebrae-SP, IPT e Banco do Brasil.

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Ricardo Martins (E) e Fábio Ferreira, do CIESP: objetivo é dar subsídios para incentivar os associados que querem se inserir no mercado internacional.

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atual política de juros altos adotada pelo governo não tem sido empecilho para as exportações. De acordo com o diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior do CIESP, Ricardo Martins, o maior entrave ao engajamento das empresas, em especial das pequenas e médias, no comércio internacional é que os empresários ainda não encaram as ferramentas existentes hoje para acesso ao mercado externo como ponte para a exportação. “O CIESP tem toda a estrutura e profissionais gabaritados para dar o suporte a quem quer exportar”, diz.

Com o objetivo de informar quem quer se inserir no mercado internacional, a Distrital Oeste realizou, em 21 de agosto, o Seminário “Ferramentas de Acesso a Mercados”, que contou com a presença, como palestrantes, de especialistas do SEBRAE, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Banco do Brasil. Para os pequenos e médios empresários, a orientação de Claudete Garcia, especialista em comércio exterior do SEBRAE-SP, é que procurem se inserir no mercado internacional por via indireta, apoiando-se em comerciais expor-


IPT-USP e BB como parceiros Outra ferramenta interessante para quem está ingressando no mercado externo é o PROGEX, pograma de apoio tecnológico à exportação desenvolvido pelo IPT. “O PROGEX possibilita que, mediante a adequação técnica de produtos, a empresa amplie sua base exportadora, oferecendo mercadorias com maior conteúdo e valor agregado”, diz Ílio De Nardi Jr., responsável pela área no IPT.“Os produtos são adequados de acordo com as exigências de cada país relativas à qualida-

Fotos: Alexandre Virgilio

tadoras ou trading companies.

Durante o seminário, associados puderam tirar dúvidas e se informar sobre as ferramentas para exportação disponíveis para pequenas e médias empresas.

Balcão de Comércio Exterior, no qual as empresas podem fazer negócios com parceiros estrangeiros utilizando o site do Banco do Brasil.

de, custo, embalagem, design, certificação e normas técnicas”, explica. Já o Banco do Brasil oferece, além de diversas linhas de financiamento, programas e serviços específicos para quem quer se inserir no mercado externo. Um deles é o Exporta Mais, que presta assessoria completa às micro e pequenas empresas. O outro é o

Contatos IPT - tel: (11) 3767-4722 email: progex@ipt.br site: www.ipt.br SEBRAE-SP - tel: (11) 3177-4738 Email: claudeteg@sebraesp.com.br Site: www.sebraesp.com.br Banco do Brasil - tel: (11) 3491-3939 Email: age2841@bb.com.br Site: www.bb.com.br

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convênio

Julia Braga

A sede do CIESP Oeste, no Alto da Lapa, abrigará, periodicamente, uma “feira de negócios” que vai expor os produtos e serviços oferecidos por conveniados e associados da entidade. O objetivo é estreitar o relacionamento e incentivar o intercâmbio comercial entre as duas partes. “O CIESP deve ser, acima de tudo, um local para promover negócios e, por isso, vamos trabalhar para que todos que fazem parte da entidade possam encontrar, aqui, bons parceiros comerciais”, diz o diretor-titular do CIESP Oeste, Fábio Ferreira. No primeiro encontro, realizado em 18 de agosto, mais de 10 associados e conveniados expuseram seus produtos ou serviços durante um café da manhã. “É uma iniciativa muito importante, pois partiu das próprias empresas”, diz a diretora do Departamento de Relações Institucionais do CIESP Oeste, Cassiana Brito Nogueira, responsável pela organização da primeira edição da feira. “Pretendemos que esses encontros aconteçam uma vez por mês e reúnam um número cada vez maior de empresários”, ressalta.

Associados e conveniados se reúnem em café da manhã, que devem ser tornar periódicos, para promover intercâmbio comercial

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O amigo dos livros Com o apoio dos associados e conveniados do CIESP Oeste, Carlos Furlan, idealizador do projeto Revista Leia Mais, pretende difundir a leitura dentro das empresas. Ao atingir trabalhadores, iniciativa pretende chegar a familiares e amigos.

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revista Leia Mais, especializada na divulgação de lançamentos de livros, está passando por uma reformulação. Ao invés de circular apenas com anúncios de obras literárias terá também espaço para que empresas de qualquer ramo de atividade divulguem sua logomarca. Quem anunciar, receberá o selo “Empresa Amiga da Leitura”, que poderá ser usado como ferramenta de marketing. O diferencial do contrato de publicidade é que o total do valor pago pelo anúncio volta para a própria empresa na forma de livros. “A empresa escolhe os livros que quer dentro do catálogo oferecido pela Leia Mais e pode dar o destino que quiser a eles, como criar uma biblioteca ou premiar funcionários”, explica Carlos Furlan, diretor da Leia Mais. Como a Leia Mais é conveniada ao CIESP Oeste, todas as empresas ligadas à entidade terão condições especiais nos anúncios. Além disso, uma parte dos livros a que elas terão direito será

Tiago De Carli

Bons negócios à mesa

Do projeto de Carlos Furlan faz parte, além da revista, uma livraria em Perdizes. O sonho do jornalista é criar uma fundação de incentivo à leitura.

doada ao CIESP. A revista dará ao anunciante um espaço para que ele divulgue o destino dado aos livros.

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