


Algumas coisas no Brasil têm movimentos consagrados. Todo carnaval chove, por exemplo. Mas esse ano exageraram muito e ainda assim a regra se cumpriu. O Brasil começa depois do carnaval, já não é firmeza, como gostam de dizer os mais jovens. Lá atrás, os cautelosos, diziam que a Semana Santa talvez fosse mais adequado, hoje diante da patinação geral não há precisão desse movimento. Então sem começo, sem fim, vamos batendo ponto na escuridão.
O sonho de uma nação generosa, moderna e justa, não pode ter desaparecido do nosso horizonte do dia pra noite. Como atravessar esse mar de dificuldades sem uma bandeira grande a sinalizar o rumo. É claro que em algum canto tudo isso se guardou com medo da ação predatória da estupidez desses dias. Penso que devemos criar as condições políticas para voltarmos a acreditar no modelo de sociedade que sonhamos.
Sei que alguns fenômenos novos são complicadores. Como sempre a internet trouxe um mar de outros atores para o debate social, pro-
vocando uma tempestade de fake news. O mundo tenta barrar o estrago da desinformação, mas ao contrário se expande geometricamente. Também como consequência, a direita obscurantista entra no jogo, e como gosta de dizer Gabeira, não voltará a garrafa de onde surgiu. Puxa! Como está difícil, pensam vocês. Devemos desconfiar do que é fácil, digo eu. Vamos juntos.
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Seja a imagem de uma pessoa, uma paisagem, formas abstratas em cores ou em preto e branco, o olhar sensível do fotógrafo, é o diferencial. Uma galeria especializada em foto é uma das atrações da Vila.
Eduardo El Kobbi é fotógrafo e dono da galeria que leva seu nome. Com uma carreira com mais de 30 anos, se tornou referência no mercado publicitário. Teve agência publicidade, fotografou para cinema e dirigiu documentários. Um deles, sobre a própria família que veio do Egito. “Levei meus pais e parentes. Muita emoção e até reclamavam por eu filmar e fotografar o tempo todo”.
Fotografar faz parte da vida de Kobbi desde jovem. “Muitos fotógrafos me ensinaram sobre fotografia”. Aliás, Kobbi fotografa o tempo todo. “Tenho quase 200 mil imagens armazenadas neste celular”, faz questão de mostrar.
“A Kobbi Gallery é muito além de uma galeria virtual. Ela é o sentimento e o que eterniza humanidades, paisagens e emoções”. Usa a tecnologia tanto ao fotografar e ao imprimir as imagens em papéis especiais para fineart, a exemplo da consagrada marca alemã, Hahnemühle. Além disso, utiliza equipamentos de última geração para impressões pigmentadas (fine art) e eco solvente. A sua obra é produzida com a excelência de materiais aplicados por museus e exposições, garantindo durabilidade por cerca de três séculos. Oferece diversas opções de suportes e acabamentos resistentes, como o metacrilato, clearglass, bem como canvas e papéis especiais. O
melhor da fine art para levar beleza e nas paredes de uma casa a um sofisticado escritório, com obras autorais e exclusivas.
Kobbi explica a opção pela Vila Madalena. “Já tive estúdios por aqui. Conta que nos finais de semana recebe um bom público que aproveita a visita ao Beco do Batman, ao lado para ver as exposições da galeria. Kobbi destaca que os visitantes estrangeiros são os que mais compram as fotos que ele clicou ou dos fotógrafos que ele representa.
A exposição “Gente do Mundo”, são imagens em grande formato clicadas pelo Kobbi em diversas viagens que fez pelo mundo. Muitas delas foram feitas com filme analógico “onde a granulação é um detalhe que valoriza a imagem e hoje, se fotografa com tecnologia digital”. Neste trabalho autoral Kobbi registrou com sensibilidade pessoas e cenas na África, Ásia, Brasil e outros lugares. “É o meu trabalho autoral e estou me dedicando cada vez mais”, A galeria além das fotos expostas, tem imagens de natureza no acervo. Até o final de março, o público pode ver as imagens da fotógrafa Dani Tranchesi com “Mirabilândia” e as imagens de insetos em “Gigantes por natureza”, do fotógrafo Anderson Nielsen, brasileiro radicado em Portugal. Em 6 de abril as imagens de indígenas do fotógrafo Renato Soares em “A antopologia da beleza”, fica aberta até final de maio. Todas as exposições têm entrada grátis.
Além da possibilidade de poder adquirir uma cópia assinada e certificada, a galeria dispõem de ótimas opções de pre-
sentes com o tema fotografia. Cópias, objetos e livros de vários fotógrafos brasileiros, inclusive do Kobbi.
O espaço se propõe a promover encontros, palestras e conversas com fotógrafos conhecidos e amigos de longa data do fotógrafo. Com simpatia, Kobbi faz questão de dar as boas-vindas aos visitantes que entram na galeria. (GA)
Kobbi Photogallery
Travessa Afonso, 22 (ao lado do Beco do Batman) Telefone 99629-9390
@kobbi.gallery
www.kobbigallery.com
São irracionais mas quem tem um bicho de estimação, seja
cão, gato ou outro qualquer, precisa cuidar bem dele. Eles são fiéis e preenchem nossas vidas com muito carinho.
Uma nova loja dedicada a esses pequenos seres, a Kasa Pet Store Banho e Tosa, foi inaugurada no mês passado. Quem comanda a empresa é o casal e donos da cadelinha Rubi, José Carlos e Lilian Pereira. “Sempre tive bichos em minha vida”, conta Lilian, “galinhas, patos no quintal da minha casa. O José Carlos parece que tem um ‘imã’ que atrai os bichos. Se vê um animal perdido na rua, não pensa duas vezes em socorrê-lo”.
O número de pessoas que possuem animais tem crescido. E mais ainda durante o período mais grave da pandemia. Cachorros ainda são maioria mas o número de gatos revela que os bichanos estão ganhando terreno. Uma das justificativas é que o gato,
por ser mais independente não precisa sair para passear na rua diariamente, como os simpáticos cachorros. Mas seja cão ou gato, todos precisam de muita atenção e cuidar da saúde deles é uma forma dos donos retribuírem o amor que eles dão e é preciso que que estejam saudáveis. Vacinas, exames periódicos, ração de boa qualidade, são cuidados gerais que eles merecem para ter uma vida saudável.
A ideia do Kasa surgiu meses atrás quando o local onde funcionou uma loja de calçados foi desocupada por conta da pandemia. O casal de donos, Lilian e José Carlos, decidiu empreender em um negócio que tivesse relação com eles. Lilian conta que foi corretora de seguros por muitos anos e só parou
quando precisou se dedicar à mãe que precisava de cuidados e faleceu. “Queria retomar a vida profissional mas achei melhor buscar novos horizontes. Com o apoio de amigos e da família, optamos pelo pet store. Mas não queríamos mais um pet e sim um espaço onde os clientes podem encontrar além de produtos, guias, casinhas e outros itens, e serviços como banho e tosa. Assim, surgiu o Kasa”, conta a empresária.
Além dos donos, principalmente Lilian que está mais presente, a família também participa e colabora no negócio. O genro é quem gerencia o pet e a filha dá expediente aos sábados. “É a nossa casa e por isso escolhemos o nome Kasa”, justifica.
Antes de abrir a loja, o imóvel passou por uma reforma geral que o deixou moderno e funcional. Logo que se entra estão as prateleiras organizadas com os diversos produtos. Circular pela loja é descobrir um mundo de produtos voltados para esses nossos amigos. Caminhas de vários tamanhos, roupinhas para todas as ocasiões para deixá-los na moda animal e assim personalizar cada um deles. As rações, tanto para cães e gatos, são de marcas de qualidade com variedade que cada animal precisa consumir de acordo com a sua idade, sejam filhotes ou mais idosos. Xampús, brinquedos, guias, perfumes, fraldas, tapetes higiênicos e muito mais.
Além de produtos, o Kasa tem banho e tosa e em muito breve, veterinário. Para cuidar dos bichinhos, profissionais experientes. Podem, de acordo com a localização, buscar e levar os animais para o banho e tosa, com toda a segurança e cuidados. O espaço do
banho é bem equipado e conta com água com filtro de ozônio para os banhos.
O Kasa abre de segunda a sábado e tem estacionamento na porta. (GA)
Kasa Pet Store Banho e Tosa
Rua Heitor Penteado, 1.820, Sumarezinho
Telefone 93761-6968 e 99221-9239 (Whats)
@kasapetstore
Dedicada chef de cozinha abriu na Vila
Madalena o Cicci Restaurante com proposta de uma culinária mediterrânea com pratos clássicos e novas e criativas interpretações.
A história de Tatiana Nassar Cicci mescla artes e culinária. Formada na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Tati, como é mais conhecida, decidiu, em 2004, ir em “busca da minha paixão pela gastronomia” e foi estudar em Barcelona na Escuela Superior de Hostelaria de Barcelona. Depois de anos na Catalunha, decidiu que “era hora de conhecer o mundo através da gastronomia e parti para a Ásia”. Desde então a chef Tati informa ter visitado 57 países nos 5 continentes. Em todos
eles, “buscava conhecer a gastronomia local, os mercados, os produtos típicos e aprender mais!” Esses anos de experiência itinerante se revelam na sua culinária, afirma.
Em 2016 voltou ao Brasil e abriu o restaurante Rosa dos Ventos, na praia de Garopaba (SC). No ano passado, decidiu fechar o restaurante e voltou para São Paulo para abrir um novo restaurante. Depois de procurar alguns imóveis pela cidade, Tati teve a felicidade de encontrar um espaço
com as características que procurava, na Vila Madalena. “A Vila Madalena para mim sempre foi um lugar especial. Quando jovem, sempre circulava por aqui com os amigos. Poder abrir aqui o Cicci é muito legal para mim”, relata.
O Cicci tem um espaço aconchegante e tem o toque dos sócios Tati e Felipe Neves, amigo de longa data e responsável pela administração da casa enquanto Tati se concentra nos comes e bebes. “A minha cozinha é clássica e moderna. Gosto dos clássicos mas gosto de dar meu toque. Isso significa que os pratos têm influência da França, Espanha, Itália, Líbano (por conta da origem da família) e também, por que não, Brasil com ênfase aos produtos regionais”. Tati faz questão de citar a sua mãe, Yola Nassar Cicci, “por me ensinar o que só ela poderia ensinar”, mas não deixa de agradecer ao pai Silvio e as irmãs, “pelo incentivo na minha trajetória profissional como chef”.
Para compor o cardápio, Tati diz que “busco sempre servir os produtos mais frescos e da estação que o mercado ofe-
rece. Abasteço minha cozinha na Ceagesp e nos mercados de Pinheiros e da Lapa, além de fornecedores de confiança”. Sugestões como o mignon ao molho de cogumelos, risotos e massas - spaghetti a Cicci, pescados - salmão a Suzette, frutos do mar - paella de frutos do mar estão no cardápio do Cicci Restaurante. Há também um cardápio para as crianças. E oferece almoço executivo de segunda a sexta, das 12 às 17h. Atende pelo iFood.
O mesmo cuidado aos pratos, Tati dá aos vinhos que serve em sua casa da Vila Madalena. Graças a uma parceria com uma importadora, o restaurante oferece aos clientes degustarem 7 rótulos entre rosés, brancos, tintos e espumantes por 65 reais. Além dos outros drinques da carta de bebidas
Além da boa comida e bebida, o Cicci oferece uma opção cultural que acontece nas noites de sexta-feira no espaço superior que pode ser um local ideal para eventos dos mais variados estilos - aniversário, lançamento de produtos, reuniões corporativas etc. O cardápio cultural é uma parceria com a Casa do Prazer. “São palestras, conversas informais sobre um tema pré-determinado e é uma forma de compartilhar informação e saber com leveza”. Toda a programação está disponível no Instagram do Cicci. (GA)
Rua Mourato Coelho, 1.343, Vila Madalena
Telefone 99990-1167 (Whats)
@ciccirestaurante
Aulas de piano e teclado
Erudito e popular, também em domicílio. Tels. 3816-1275 / WhatsApp
Reformas de estofados, sofás sob medida, capas, cadeiras, cortinas.
Rua Cunha Gago, 771 Pinheiros
Fone: 3032-8704
WhatsApp: 11 99617-1903
99235-7086 – Adriano. www.guiadavila.com.br
OBS: NÃO FAÇO MANUTENÇÃO
Quando eu nasci em Fevereiro, já chovia muito em São Paulo. Há mais de meio século vejo esta cidade ser pega de surpresa. Meus pais contavam que a cidade toda estava inundada no dia do meu rebento e que no Vale Anhangabaú havia gente circulando de canoas e botes. Que casas desabavam pelos morros do Bexiga e das encostas da Cantareira. Era água que caía sem piedade e a metrópole parecia boiar inteira. Talvez por isso eu seja do último dia de peixes e o primeiro dia de aquário, 19 de Fevereiro diria Omar Cardoso.
A televisão ainda engatinhava e as rádios davam de lavada notícias sobre as inundações e muita gente desabrigada. Governante nenhum queria fazer obras que não apareciam. Limpeza de bueiros, construções de galerias subterrâneas ou muros de contenção pela cidade. No litoral então, os mesmos motivos. Entrava ano, saía ano e nada acontecia. Apenas a população mais pobre que crescia se estendia sobre os morros. Toda vez que chove muito, como todos os verões anunciam ou até as águas de Março fechar o verão. Taí.
Nosso litoral norte desnorteado e em luto, como nos conta o historiador Thales Veiga, que no início da colonização a região era território dos índios Tupinambás e Guaianases que misturados com os europeus formam o povo mameluco. Enquanto que esta miscigenação no planalto deu origem a uma cultura própria,
a caipira, no litoral surgiu outra: a caiçara. Por sua vez, os caiçaras paulistas têm com a sua geografia local a Serra do Mar que encosta no mar, o que deixa poucas áreas planas isoladas. O meio do transporte era a canoa de voga que servia tanto para pescar e se locomover entre os povoados da região, cuja dieta era baseada em peixes e em gêneros como açúcar, banana e mandioca. Toda essa cultura manteve-se relativamente intocada até os anos 1970, quando o litoral norte, abriu estrada asfaltada pelo então governador Maluf, constrói a Rodovia Rio-Santos, uma viagem que demorava dias passou a ser feita em poucas horas. Os caiçaras perderam seu sustento, tudo passou a chegar de caminhão e muitos deles sem qualquer instrução, passaram a trabalhar na construção da estrada, dos condomínios e pousadas. A alta demanda da construção civil motivou a chegada de milhares de imigrantes, sobretudo do Nordeste, sem condições de comprarem uma casa no plano de beira-mar. Muitas áreas foram griladas e suas populações originais expulsas acabaram ocupando áreas de risco das encostas e beiras de rio.
Enquanto isso aqui em São Paulo, seguimos boiando. Seu nome Tupi Guarani originário, para quem não sabe, era PIRATININGA, que significa “peixe seco”, pois na vazante das águas morriam presos pelas margens do rio Anhangabaú, lá muito antes dos velhos carnavais de fevereiro e de minhas galochas paulistanas, sempre a tiracolo.