



Não sei se é falta de assunto ou não percebi a profundidade, mas o fato é que só se fala nesses tais cem dias. Esse ano de vinte e três, no seu centésimo dia, a mim não disse nada. O que é pior, o país inteiro ficou esperando a Semana Santa pra começar. Então a real é que não aconteceu nada pra ninguém, só expectativa.
Outro dia, num bate-papo sobre um assunto diverso, meu amigo, Di França disse que a visão de futuro influencia decisivamente o presente.
Talvez este seja o caminho para se entender por que dar importância aos cem dias. Na verdade é, o projeto de futuro desenhado nesse tempo, que de fato conta. Se é por aí, estamos saudando um sonho. Ou não!... Disse Celta ironizando. Para em seguida dizer; “Acho bom começar logo. A vida das pessoas é na realidade.”
Eu, no entanto, penso que estou passando por uma fase de observador. Como um canário na muda. Calado e matusquelando o mundo. Cada notícia do bem ou do mal entra nessa espécie de ruminação sem que gere nenhuma ação. Pra quem me conhece é estranho. Muito estranho. Espe-
ro que seja pra me fazer renascer.
E como não estou só no Brasil, pra renascermos todos.
P.S.: Mineiro se recuperou bem do boa noite cinderela.
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Foto da capa
Divulgação/Redes sociais
Por ocasião da Páscoa, artista da street-art, chef de cozinha, pastor e padre se uniram para oferecer um almoço para 120 pessoas em situação de vulnerabilidade.
O mais novo mural do artista Eduardo Kobra, Fraternidade, inaugurado em 9 de abril, chama a atenção de todos os que passam na rua Cardeal Arcoverde, em frente à Praça Benedito Calixto, em Pinheiros.
O mural que mede 62,7 m de extensão por 7,6 m, ocupa o muro da Paróquia São Paulo da Cruz, mais conhecida, como Igreja do Calvário. Foi neste lugar com o projeto Muros das Memórias, com cenas de uma São Paulo antiga que a carreira de Kobra deslanchou. Kobra começou pixando e grafitando pela cidade. Hoje, Kobra e seus imensos e coloridos murais estão espalhados pelo mundo e é um artista valorizado. Alguns desses murais estão na
Vila Madalena e Pinheiros. Atualmente, a parede da Igreja do Calvário na Henrique Schaumann ostenta o mural Coexistência (2021), onde crianças de cinco religiões, usando máscaras é uma homenagem à quem se vacinou e aos profissionais de saúde.
Para executar o mural Fraternidade, Kobra e equipe tiveram a colaboração dos padres responsáveis pela Igreja do Calvário, e convidaram o chef Henrique Fogaça e o Pastor Rica que mantêm o projeto Cracolândia – da pedra para a rocha e trabalha há anos com a população vulnerável da Cracolândia, no centro de São Paulo, para um almoço para 120 pessoas em vulnerabilidade social, na inauguração do mural.
Fraternidade remete à fome. São duas mãos unidas por um prato de comida. A mão que faz a entrega, tem o estilo artístico e característico do Kobra, com muitas cores. A mão que recebe tem um mapa mundi, e representa, na visão do artista, o problema da fome no planeta. “Se o mundo fosse diferente eu não falaria da fome. Basta andar pelas cidades brasileiras e do mundo, onde se vê famílias morando nas ruas, em situação de fome e de desemprego, o resultado final é a desigualdade social”, diz Kobra.
Ao ser convidado por Kobra para participar dessa ação, o chef de cozinha Henrique Fogaça, dono dos restaurantes Sal Gastronomia e Cão Véio e conhecido do público por ser um dos jurados do reality Masterchef, diz que “aceitei na hora e sempre que posso participo dessas ações. Fiquei feliz, é um trabalho muito importante dentro da cidade de São Paulo. Nesta Páscoa, servimos um almoço para 120 pessoas e é um momento de alegria para quem recebe e também para nós. Que a data inspire mais pessoas”, disse o chef ao site Conexão Planeta. Além de cozinhar, Fogaça conseguiu
todos os alimentos que serviu no almoço de Páscoa. No cardápio teve polenta e ragu de linguiça, moqueca de banana da terra e peixe branco com farofa com pimenta dedo de moça e brigadeiro com calda de chocolate, de sobremesa.
O padre Norberto Brocado, responsável pela Igreja do Calvário, além do apoio ao Kobra também cedeu o salão paroquial para o almoço. Disse que participou com alegria dessa ação, “com ousadia e esperança. Creio que a arte do Kobra gera mais solidariedade e fraternidade entre as pessoas. E que o painel seja para Pinheiros e cidade um sinal de que é possível ter um novo jeito de nos doarmos e sermos fraternos”.
Outro participante, o pastor Rico, do projeto Cracolândia, levou as 120 pessoas para o almoço e contou com a colaboração dos voluntários do projeto que ajudaram na organização e serviram os moradores em situação de vulnerabilidade.
A ação de Páscoa uniu pessoas e mostrou ser possível exercer a solidariedade com os mais frágeis. (GA)
Calçado para ser usado em casa, as pantufas dão conforto aos nossos pés. Uma empresa familiar da Vila Madalena é especializada neste produto.
A MyPantoo tem uma história interessante. Luiz Henrique Mattar conta que em 1986, ele e a irmã Mariana eram crianças, e a mãe, Pat precisava ficar em casa cuidando deles. A criatividade e a habilidade de Pat com a máquina de costura a levaram a criar pantufas para os filhos não sujarem os pés dentro de casa. “Fez sucesso entre amigos e conhecidos que queriam pantufas iguais”. O tempo passou e as pantufas ficaram no passado até que os irmãos retomaram a ideia. As-
sim surgiu a MyPantoo, em 2018.
Com as pantufas com novidades em variação de cores e tecidos além de modelos. “Pensei, se naquele tempo fazia sucesso... Foi uma forma de recuperar a ideia de minha mãe”, lembra. Luiz Henrique, é designer gráfico e deu ao calçado mais modernidade e melhorias. “Assim, em 2018, criamos a MyPantoo. Trouxemos a nossa mãe para participar da empresa com sua criatividade e dedicação. E ela estar conosco é muito importante,”
faz questão de dizer, o filho e fundador da marca em parceria com a irmã. No início, as vendas eram feitas exclusivamente pelas redes sociais.
O calçado é feito com material sintético, e é todo costurado e pode ser lavado na máquina de lavar. “Temos quatro modelos e todos podem ser usados em qualquer estação do ano”, avisa Luiz Henrique. Usam tecido de malha 100% sintético, algodão, alpaca ou corino. O solado é antiderrapante e o enchimento é de espuma D-28 e D-40 como camada de isolamento término. “As pantufas da MyPantoo são flexíveis, leves e muito confortáveis. Você nem sente que está usando um calçado”. O empresário conta que em suas viagens aéreas, calça as pantufas “e muita gente me pergunta sobre elas”, diz satisfeito. A numeração é dupla e vão do 20-21, para crianças de 1 ano, até o 46-47”, informa.
A pandemia turbinou as vendas da MyPantoo. Luiz Henrique lembra que “os brasileiros estão adquirindo o hábito de deixar os sapatos na entrada da casa. Assim não levamos cerca de 400 mil bactérias para dentro de casa, segundo pesquisadores”, informa. “Com elas deixamos a nossa casa mais limpa”.
As vendas na MyPantoo são feitas diretamente no showroom ou através das redes sociais. “Para os pedidos de até 10 km de nossa sede, conseguimos enviar no mesmo dia e estar na Vila Madalena ajuda a nossa logística”. O showroom abre de segunda a sexta, das 10 às 17h. Com a chegada do inverno e datas como o Dia das Mães, taí uma opção de presente que vai agradar a quem recebe e os pés ficarão quentinhos. (GA)
MyPantoo
Rua Purpurina, 287, Vila Madalena
Telefones 3814-1754 e 95598-2528 (Whats)
www.mypantoo.com
@mypantoo
O pedido chega à sua mesa e aí como comer?
Saiba que comer a pizza com as mãos é normal.
Na Itália isso é comum e agora por aqui, uma nova
pizzaria até incentiva essa prática deliciosa!
O importante é a pizza ser bem feita, da massa à cobertura. A Il Bosco Pizzeria, inaugurada em fevereiro, tem esse propósito: “uma pizza com a melhor qualidade”, afirma a empresária Joelma Souza, a dona e sócia do marido, Alexandre Troiano Scabin. Ela conta que por quatro meses, eles se dedicaram na montagem da casa. “Fizemos tudo, da compra do material de construção, ao mobiliário, as plantas que decoram o ambiente da Il Bosco. Tudo foi feito com muito amor.”
Eles têm 15 anos de experiência comercial. São donos da Stuzzi Gelato e Café, concorrido endereço da Vila
Madalena, com gelatos de qualidade, e que está a poucos metros da Il Bosco na mesma rua Harmonia. É claro que os gelatos da Stuzzi estão no cardápio da Il Bosco Pizzeria.
Joelma define a pizza da Il Bosco: “é uma pizza contemporânea, massa fina, crocante e firme, e o cliente pode saborear a fatia sem uso de talheres, com as mãos, como os italianos fazem. Mas quem quiser pode utilizar os talheres, sem problemas. Todas levam molho de tomate italiano e as coberturas que o cliente desejar”, diz. A massa da pizza fica 48 horas fermentando antes de ir ao forno. Lembra a empresária que só usa pro-
dutos made in Italy: a farinha especial, o azeite extra fino, o molho de tomate e outros ingredientes que vão na pizza.
Para compor o cardápio, com doze opções, os donos da Il Bosco contaram com a assessoria do chef pizzaiolo Leonardo Stefanini, italiano que aqui no Brasil comanda uma escola para pizzaiolos e presta assessoria e que “no momento, está na Itália, participando de um campeonato”, informa Joelma que também se aprofundou na arte de fazer a melhor pizza para sua clientela.
Do salão, pode-se avistar o forno elétrico Fornoflex, que Joelma afirma “ser o primeiro do tipo em uma pizzaria da cidade”. Entre outras vantagens, ela destaca que, “o forno tem uma base giratória e assim o pizzaiolo não precisa movimentar a pizza. E a pizza fica pronta em dois ou três minutos. Isso é vantajoso para o cliente que está na mesa, para aqueles que gostam de vir buscar sua pizza e para o delivery”, informa.
Do cardápío, Joelma destaca a burrata é uma deliciosa opção de entrada, além do crostini. Entre as doze sugestões de pizzas, em tamanho padrão com 6 pedaços.
Joelma sugere três opções: a margherita originale, a Il Bosco (molho de tomate, muçarela de búfala, presunto Parma, grano padano e raspas de limão siciliano) e a de funghi (além do molho de tomate, champignons, alho poro, pistache triturado).
Para acompanhar, que tal um bom vinho?
A pizzeria tem uma carta com tintos, brancos e roses. “Temos italianos, brasileiros, argentinos e chilenos e vamos acrescentando outros rótulos regularmente”, avisa Joelma. Para finalizar, a sugestão é o sundae Il Bosco (três bolas de gelato da Stuzzi, calda de morango, farofa, framboesa, mirtilo e chantilly).
No piso superior, há um salão que pode abrigar famílias e amigos. A Il Bosco abre diariamente das 18 às 23h. (GA)
Il Bosco Pizzeria
Rua Harmonia, 1.276, Vila Madalena Telefone 99103-0188 (Whats)
@ilboscopizzeria
97317-6882
Aulas de piano e teclado
Erudito e popular, também em domicílio. Tels. 3816-1275 / WhatsApp
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OBS: NÃO FAÇO MANUTENÇÃO
Paulo Caruso sacava do bolso rapidamente sua caneta em seguida puxava um guardanapo e com um traço veloz o rosto de alguém no bar já estava traçado. Assim seguia aqueles anos noventa noites adentro no balcão do Bar Piratininga. Entre uma caricatura e outra, o barman Passarinho seguia servindo uma sequência de copos de uísque ao seu sorridente cliente habitué. Dessa amizade surgiu o convite para que o Passarinho fosse seu padrinho de casamento. O dono do bar, este que vos escreve, emprestou seu Fordinho 1929 para a cerimônia do casório com a simpática amada Júlia. Daí nascia uma amizade que sempre acompanharia nossas estórias em festas de rua do bar, piano na calçada para comemorar a primavera, ora a chegada do outono onde as folhas das árvores da rua caiam sobre o piano como se o céu batesse palmas em silêncio para um pequeno bando de boêmios alegres.
Nas comemorações do aniversário de São Paulo tendo o Paulo sempre como nosso anfitrião, saíamos todos os anos numa caravana de carros antigos percorrendo com uma banda de jazz tocando num carro aberto, de bar em bar pela cidade que nos recebia
com muita festa. Atrás dessa carreata alegre, e bem antes da lei seca, nos seguia um dos carros antigos lotados de cerveja patrocinada pela Brahma, antes de ser Ambev. Pedro e Paulo, bem depois dos dois apóstolos, iam à frente daquele insano e lento cortejo musical, saudando a todos pelo trajeto com nossos chapéus de paletas. Muitas vezes, vinha do Rio seu irmão gêmeo Chico Caruso, aí a alegria nossa e do Paulo literalmente duplicava. Depois fui morar na casa que ele morou muitos anos, e lá também continuamos a fazer festas memoráveis com o Paulo no piano noites inteiras. Juntos fomos pais com a diferença de um dia, eu do Pedrinho e ele do Lucas. E dá-lhe festa de aniversário comemorando juntos na mesma casa em que moramos, onde os anos felizes foram sempre nos levando no enredo da música e da poesia.
Era 4 de Março de 2023 no Pira Bar, a música parou por um instante, as caricaturas ali presentes não seriam mais traçadas, o silêncio imperava. Todos imóveis como um desenho a ser feito, queriam apenas ouvir o som de um piano distante que acabava de chegar entre as estrelas, que sorriam em brilho, enquanto abriam alas para uma nova festa começar.