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opinião
Manda outro Mais um ano vai se acabando e eu sinceramente não me recordo das previsões que a ele foram destinadas. De todo modo é possível que o Dr. Celta, com sua mordacidade, tenha vaticinado coisas horrorosas simplesmente porque a soma do tal 2023 dá sete e sete é o numero do azar. Mas o fato é que com previsões concretizadas ou não, foi tudo muito difícil. O fato positivo é que entramos no jogo, mas de portões abertos, no campo adversário. É botinada pra todo lado e para quem esteve longe das quadras... É melhor assim. Tem aqueles que pensam estar avançando sobre uma agenda de prosperidade. Tento refletir com eles, pois acho que merecemos, mas não sinto firmeza. Recorro ao Edmundo, o que sempre faço nessas horas e ele detona qualquer chance disso estar acontecendo. “Veja o movimento do grande capital. Estão à espera do menor sinal para tirarem a grana de circulação”. Disse e eu acreditei. É melhor acreditar sempre porque daí em diante ele derrama um imenso balde de água fria na minha cuca. Aliás, minha cuca está cheia de problemas, com a seca da Amazônia, a
inundação do sul, fogo no pantanal e Maceió afundando devido as minas de sal gema. Não há quem aguente. E não adianta dizer que é assim mesmo. Não..., foi tudo esse ano. Segundo Di França; o aquecimento global tem culpa, mas o nosso processo de produção, a forma como nos relacionamos com a natureza, enfim o ser humano é o grande culpado. Também admito. Mas a essa altura vocês já perceberam que eu não gostei desse ano. Até papo de energia sou capaz de usar pra defenestrar esse vinte e três, pelo motivo absurdo de ter tirado Mineiro do nosso mundo. Manda outro ano, divina providência.
José Luiz de França Penna Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena
expediente Marca Nominativa no INPI Nº 820.451.428
www. g u i a d a v i l a . co m . b r Redação e Publicidade Editora Vila Madalena Rua Faustolo, 60, Água Branca CEP 05041-000 | Telefone 3874-5533 Diretores Ubirajara de Oliveira e Silvana Baia Redação Gerson Azevedo | Telefone: 97548-7629 Publicidade Anita Linetzky e Silvana Baia Telefones: Anita: 97317-6882 e Silvana: 97133-1808 | vendas@guiadavila.com.br Impressão Duograf Gráfica e Editora Ltda Foto da capa Gerson Azevedo
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ENTREVISTA
Memória do Beco
Foto: Gerson Azevedo
COMUNIDADE
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Com quase 80 anos de vivência no Beco do Batman, João do Beco, como é conhecido, tem histórias da transformação deste ponto turístico icônico da Vila Madalena visitado por milhares de pessoas. João do Beco, o João Batista da Silva, veio bebê para a casa na esquina da Gonçalo Afonso onde vive desde então. “Minha família morava na rua Aspicuelta quando meu pai comprou esta casa e vivo aqui desde sempre. Aqui era uma rua tranquila e o rio Verde corria aberto e quando cho-
via muito, tudo ficava alagado”. De pacata a região se transformou em um ponto turístico que recebe muita gente, de todos os cantos do mundo. Junto com os turistas, vieram bares, galerias, vendedores ambulantes que se espalham pela extensão do beco. “O barulho e a bagunça de
ENTREVISTA
alguns visitantes incomoda a gente que mora aqui.” Ele lembra que “o grafite começou com o Eduardo Kobra, [muralista famoso mundialmente].” Outros gafiteiros fazem parte da história do início do grafite no Beco, Ruy Amaral, Binho e a lista é enorme. O grafite é efêmero, essa é a regra. A parede de ontem, hoje tem uma nova arte. Os estilos são variados, coloridos e abstratos, outros figurativos. Nêgo Vila, grafiteiro, rapper e skatista e morador da Vila, foi morto em novembro de 2020, por um policial que estava de folga em um bar. Como protesto pela morte do colega, os grafiteiros pintaram todo o Beco do Batman de preto. Aos poucos as cores voltaram, mas um mural lembra o artista. João também teve seu momento de protesto. Em abril de 2017, por conta da barulheira de pessoas que vinham ao Beco na madrugada fazer bagunça na porta de sua casa, ele pintou de cinza os grafites de seu muro. A ação virou notícia e a subprefeitura de Pinheiros fechou o Beco para os carros. “Nós não conseguíamos
Grafite para cego ver
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dormir e o protesto deu certo. Fecharam o trânsito para os carros. Mas a tranquilidade não voltou como era antes”, lamenta João. Hoje, ele só autoriza um novo grafite se estiver de acordo. Em agosto, o artista plástico Subto instalou na parede da casa do morador, o primeiro grafite inclusivo para pessoas cegas. Através de painéis feitos em 3D com relevo, pessoas cegas puderam “ver” a obra que ficou por 45 dias exposto e agora está no Rio de Janeiro. Aliás, o Beco do Batman pede mais inclusão. Deficientes visuais, cadeirantes ou pessoas com dificuldade de locomoção sofrem para circular por sua extensão. Alô, autoridades! Nesta casa, João do Beco, viveu casado com Sebastiana Silva, conhecida como Vó Ana Goulart (morta em 2021) e aqui criaram três filhos. Hoje, dois grafites ocupam a fachada da casa do morador. Um é uma homenagem a ele e outro, é para lembrar a cadela Princesa, xodó do João. Para aproveitar a leva de turistas que diariamente “invadem” as vielas do Beco do Batman, João, enfermeiro e instrumentista cirúrgico aposentado e seu filho, vendem água de coco, cerveja, água mineral. “Tem muitos ‘guias’ que trazem turistas de todo mundo, mas consomem muito pouco. Muitos me apresentam como ‘o morador mais antigo do Beco’ e isso é verdade, mas não sei até quando ficarei por aqui”, comenta com saudades dos tempos mais tranquilos da Vila. (GA)
SAÚDE
Técnica da auriculoterapia
Para restaurar as forças e o equilíbrio Quando o corpo apresenta sinais de desgaste e desequilíbrio pode ser a hora de ter a ajuda de um profissional experiente como o terapeuta Leo Ferreira que domina várias terapias. Criador do Espaço Despertar Terapia Integrada, Leo Ferreira iniciou a ligação com o oriente através da prática do kung-fu, na adolescência. “Tempos depois, viajei até a China para aprender mandarim e adquirir mais experiência na arte marcial”. Em 2019, Leo se dedicou a aprender as técnicas da milenar medicina chinesa e japonesa. “Me senti tão bem que deixei a carreira de publicitário para me dedicar exclusivamente às terapias orientais”, afirma. Com os estudos, o terapeuta apren-
deu e aplica as várias técnicas que seguem em contínuo aprimoramento como a acupuntura japonesa, de agulhamento sutil e indolor. “São técnicas milenares e o estudo nunca para. Sempre estou me aperfeiçoando e fazendo novos cursos. Vários países daquela parte do mundo têm técnicas próprias e eu sempre estou em busca de mais conhecimento para aplicar em meus pacientes e promover o bem estar”, explica Leo. Como o nome diz, o Despertar Terapia Integradas, engloba além da
Fotos: Divulgação
bem-estar
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SAÚDE
técnica da acupuntura, “que pode ser aplicada para casos de insônia e redução de dores articulares”, cita Léo. Os florais de Bach, desenvolvidos pelo Dr. Edward Bach, “visa apoiar o equilíbrio de padrões emocionais por meio da combinação de essências para tratar quadros emocionais como ansiedade e estresse”. A auriculoterapia, ramo da acupuntura, “é uma prática que trabalha os acupontos no pavilhão auricular e restabelecer o bem estar físico e o equilíbrio entre o corpo e a mente. Pode ser feita com agulhas ou sementes”. Outras técnicas como a moxaterapia “é integrativa e tão antiga quanto à inserção de agulhas da acupuntura e atua na suplementação de Qi (energia) e nos fluxos de Qi e Xue (sangue), auxiliando o tratamento de inflamações tendinomusculares e tensão nervosa”, explica Leo. Já a quiropraxia e a liberação miofascial “se aplicam no alinhamento postural, boa movimentação da fáscia e alívio das tensões e dores
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Leo Ferreira, terapeuta musculares entre outras”. Leo lembra que por conta da pandemia, “as pessoas passaram a ficar muito mais tempo sentadas diante do computador e essa postura e falta de atividade causam dores lombares. Recomendo pausas com uma leve caminhada de tempos em tempos.” O terapeuta tem uma ligação com a Vila Madalena desde a adolescência. Leo lembra que “Morei muitos anos no BNH onde tenho muitos amigos e faço o atendimento de meus pacientes no Centro Comunitário da Vila Madalena, na Rua Jericó e em domicílio na região da Vila Madalena, Perdizes e Pompeia, Pinheiros e bairros da zona Oeste”. Agende sua consulta e reencontre seu equilíbrio. (GA)
Técnica da moxaterapia
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DECORAÇÃO
ltens de decoração para sua casa Novidade na Vila Madalena, a loja Maria Laranjeira, oferece uma grande variedade de itens que vão deixar a sua casa mais bonita, por preços camaradas. A nova loja de decoração ocupa uma das esquinas das ruas Wisard e Harmonia e traz para o bairro, uma diversidade de itens como enfeites natalinos e uma variedade de louças como pratos, xícaras, copos e outros itens importados e nacionais para ocasiões especiais ou para eventos marcantes como o Natal e Ano Novo. Quem está à frente da Maria Laranjeira é a empresária e advogada Alexandra Pontes Tavares de Almeida. O sonho de ter sua própria loja de itens de decoração levou Alexandra a deixar uma sólida carreira na advocacia corporativa. “Sempre gostei de fazer objetos decorativos e as guirlandas
de Natal que estão à venda na Maria Laranjeira foram feitas por mim”. O gosto de Alexandra pelo artesanato e pela decoração foi herdado da avó de Alexandra, dona Maria Flores. O artesanato brasileiro é um dos escolhidos por Alexandra para vender em sua loja. Cestarias produzidas no interior paulista e em outros centros brasileiros. Entre as peças estão os jogos americanos, guardanapos e toalhas confeccionados em teares mineiros, cadernos feitos à mão, velas e cerâmicas autorais. A dedicação à arte brasileira se reflete também na música ambiente
Fotos: Divulgação
casa e escritório
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DECORAÇÃO
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100% brasileira. E para o clima ficar mais agradável, um aromatizador lança essências de laranjeira no ar. “Um bolo de laranja e um café estão esperando pelos clientes que visitarem a nossa loja”, convida Alexandra que está sempre presente. Para quem procura boas opções de objetos para esta época de Natal, na Maria Laranjeira, a clientela encontrará uma variedade de sugestões, que buscam de fugir do convencional com produtos bastante inusitados, que vão alegrar a sua casa e também servirão como presentes para pessoas queridas. O lindo ambiente da Maria Laranjeira foi criado pelo diretor de arte e cenógrafo Billy Castilho. Duas belas laranjeiras lúdicas confeccionadas em resina decoram a parte central da loja e o resultado é um espaço muito aconchegante e acolhedor, “quero mostrar aos clientes que é possível ter uma loja bonita com preço acessível, este é o maior diferencial”, diz Alexandra. Neste clima de Natal, Alexandra se preocupou em criar um espaço para as crianA fachada é um convite para conhecer a loja
Alexandra em sua loja Maria Laranjeira
ças onde elas podem escrever e mandar uma singela cartinha para o Papai Noel. A empresária pretende em breve promover eventos para elas como sessões de contações de história ao pé das laranjeiras da loja e oferecer brinquedos educativos. Para facilitar a escolha dos presentes de Natal, com muita originalidade, a loja Maria Laranjeira montou kits com porta guardanapos embalados em mini cestinhas de palha de milho ou de feira e caixas coloridas e divertidas com caneca e colher, para um delicioso bolo de caneca. Segundo Alexandra, a Vila Madalena tem para ela uma importância muito grande e afetiva. “Sempre morei aqui na Vila Madalena e fiz questão de que a loja que sempre sonhei fosse no bairro que tenho tanta ligação”. (GA) Maria Laranjeira Itens de Decoração Rua Wisard, 100, Vila Madalena Telefone 93953-8416 (Whats) www.marialaranjeira.com.br @marialaranjeira_decor
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CRÔNICA
20 anos sem Piriri Por Pedro Costa Sou fã do Piriri. Sempre me lembro desta figura que cantou e encantou a Vila Madalena dos anos setenta aos noventa e incomodou muita gente também enquanto viveu. Chamava-a de Vila Woodstock, pelo menos assim imaginava e vivia como aqui fosse. Ele próprio se intitulava o nosso Jimmy Hendrix tupiniquim. E assim vivia como tal, pedindo a todos “um dólar ou um real” para um grande show que aqui haveria e nunca houve, mas que poderia acontecer, profetizava nosso ídolo difícil de engolir, o tal Piriri. Lembro sempre dele, quando vejo por aí, pretendentes a famosos, não só a artistas, mas principalmente. Esta palavrinha estúpida da moda, “guerreiro”, que militariza e credencia todo aquele aspirante ao sucesso fácil, deturpa o significado da palavra, ofende a história de quem realmente foi e transforma o pretendente a famoso num babaca lutador de vitrine, que nunca lutou em nenhuma batalha ou coisa que valha. Fazem de tudo e pagam qualquer preço, jabás e anéis para escalarem o topo da fama, chegar ao estrelato, sair na telinha dos “big bodes”, domingão, panelão, caldeirão, estadão, canecão e o escam-
bau, na ilha de bundas e caras e afins, até serem reconhecidos pelo grande público como “guerreiros” etecetera e tal. Depois ficam em crise quando são parados na rua ou reconhecidos, querem o anonimato, dizem ter saudade da liberdade que desfrutavam, querem paz e o direito de não ser molestados, fotografados, interrogados, por bobagens, por meros afagos de fãs, assédios e tal. Encheram tanto o saco para serem famosos, agora não querem papo? “Vá usar vidro fumê”, diria Piriri. Assim são muitos. Estes tipinhos comuns auto proclamados “guerreiros”, estão em todas as áreas, não só na música. Piriri se fosse vivo mandava todo esse tipo de gente carreirista metida andar.
Parafraseava Chico, dizendo que este show seria tão “imenso que o próprio tempo iria parar pra ouvir”. É isso aí. Agora o céu que aguente. Cada dia dormia num lugar e achava isso um barato. Nas noites de verão, depois de muito rock no Sujinho, ia dormir o pouco que restava da noite, no cemitério São Paulo sob algum túmulo que julgava interessante e digno para um pop star. Dizia olhando para o céu, “nada mais justo, um astro ficar perto de suas estrelas”. Dito e feito! pedrocosta.pira@uol.com.br