Guia da Vila - Edição 314

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Um cavalo no telhado

Quando tínhamos necessidade de contar uma situação impossível dizíamos; ‘mais fácil um boi voar’. Logo éramos entendidos. Se era para descrever uma situação insólita, alguém muito confuso dizíamos; ‘tem macacos no sótão’. São inúmeros exemplos de uso de animais para explicar muitas circunstâncias. Para um amigo falso é inevitável ‘um amigo da onça’.

Alguém sugeriu, que mesmo sendo uma contravenção, eu deveria reforçar a minha argumentação da presença dos animais no nosso imaginário, com o jogo do bicho. Não achei necessário porque o desastre do Rio Grande do Sul e toda façanha para salvar vidas revelou uma solidariedade humana imensa, mas também aos animais. Eram voluntários de todos os cantos salvando gente, gatos, cachorros, cavalos e tudo mais.

Mas, as imagens revelaram um amor aos bichos que ainda não tínhamos consciência. Quando entrei mais firmemente na cultura oriental, indaguei ao mestre sobre

esse amor e ele disse que as relações humanas estavam muito sofisticadas, complexas e cansativas. Com os animais, os mecanismos de defesa mais simples, trazem conforto e paz.

Hoje, embora todas as interpretações sejam respeitáveis, eu como ecologista acho que a humanidade esteja se reintegrando a cadeia de vida planetária e se distanciando do homem de plástico, cantado em prosa e verso na revolução industrial.

Só faltava ficar na história para explicar enchentes catastróficas... um cavalo no telhado.

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José Luiz de França penna Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena

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C o MU nid A de

Morar na Vila

A experiência de 28 anos de Vila Madalena na área imobiliária qualifica o empresário

Silvério Soares, da AG1, em um especialista na região. Aqui, ele revela características dos moradores e as vantagens de se morar em um dos bairos mais icônicos da cidade.

“A AG1 começou em 1986 em Perdizes e viemos em 1996 para a Vila Madalena. Atuamos em todos os segmentos, mas com ênfase em imóveis residenciais”, explica.

Para Silvério, a Vila Madalena mudou nestes anos. “Para o bem e para o mal”, alerta. Uma delas é a “a saída da Vila Madalena dos grandes blocos de carnaval que tiveram início no fatídico ano de 2014. Por isso, a Vila declinou e até cheguei a pensar em sair daqui. Agora o carnaval na Vila voltou a ser familiar. De ruim, o trânsito pede melhorar”.

Foto: Gerson Azevedo
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A volta de moradores que saíram do bairro é benéfico, afirma Silvério. “É um público com grande potencial e trazem uma nova atmosfera. Isso se reflete tanto no movimento das ruas, dos bares, dos restaurantes, das lojas e agitam a vida cultural. Muitos, são jovens na faixa de 25 anos, os chamados ‘farialimers’”.

Para Silvério, a Vila Madalena é muito diferente de outros bairros da cidade. “Não temos restaurantes de alta gastronomia, mas, por outro lado, os bares daqui atraem gente de toda a cidade que aqui vêm se divertir e movimentam o bairro. Além disso, atrativos icônicos como o Beco do Batman, e uma vida cultural dinâmica são características marcantes que fazem da Vila um bairro único e até recebeu destaque em publicações internacionais.”

Outra característica que Silvério valoriza é a chegada de estrangeiros que aqui escolheram morar. “Tem gente de todos os países. Em geral, são jovens profissionais na casa dos 25 a 30 anos. Vieram para trabalhar e escolheram viver em um bairro que se iguala à Palermo, em Buenos Aires, o Trastevere, em Roma ou o SoHo em Nova York. São pessoas que abrem mão de carro próprio e se deslocar caminhando ou se deslocam de bikes ou usam carros de aplicativos”, informa.

A pandemia do covid-19 mexeu no mercado imobiliário no primeiro momento e se retraiu, segundo o empresário e dono da AG1. Depois da retração, por conta do home office, cresceu a procura por casas, apartamentos maiores com três

quartos, com áreas abertas e condomínios com coworking. Silvério conta que em geral, o perfil dos novos moradores da Vila Madalena “é de solteiros ou casais com um filho no máximo”.

A Vila tem o sexto m² mais caro da cidade. “Em média, 17 mil o m². Mas isso depende do contexto do imóvel, é claro. O m² mais caro em São Paulo é na Vila Nova Conceição. Mas lembro que a localização é um fator muito importante para qualquer imóvel”. A região da Vila Madalena ocupa uma área de 2,5 km².

Outro ponto pró Vila Madalena, segundo Silvério, “é a sua localização privilegiada e benefícios agregados. Acesso fácil aos principais corredores como Paulista, Faria Lima, Marginal Pinheiros, próximo de dois grandes parques – Ibirapuera e Villa Lobos, quatro estações do metrô e trem da CPTM além das linhas de ônibus que servem o bairro”.

Silvério destaca na sua experiência na AG1, “que a maioria dos negócios são fechados sem necessidade de financiamento bancário. São imóveis residenciais destinados à moradia dos compradores. A locação, como investimento não atrai como já atraiu”.

A dedicação pelo bairro, o levou a organizar um grupo de empresários que sempre trocam ideias para melhorar a vida de quem vive por aqui. (GA)

AG1 Imobiliária

Telefone 97199-2820 www.ag1imobiliária.com.br

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A sua melhor versão

Com tratamentos de beleza facial e beleza corporal, além dos tratamentos mais avançados, a Octans

Estética alia a alta tecnologia às expectativas do cliente.

A Octans Estética surgiu em 2013 e tem como sócios Gislene Sonnewend e Rodrigo Fonseca. Eles escolheram a Vila Madalena “pelo público-alvo e a proposta da clínica”, informa Priscilla Klein, a gerente.

A tecnologia que a Octans oferece, “é um diferencial. Nossa estrutura e nossos tratamentos vão de encontro com a expectativa do cliente. No primeiro atendimento, as profissionais da clínica realizam uma anamnese com a cliente para saber das expectativas e prestam todas as informações necessárias sobre o tratamento desejado”. Isabel Fernandes e Margareth Rigone são as responsáveis técnicas da clínica.

A Octans atende tanto o público feminino como o masculino. Os tratamentos só podem ser feitos para pessoas com 18 anos ou mais. “São atendimentos individualizados em salas climatizadas e seguem todos os protocolos de segurança e de acordo com o planejamento personalizado para cada cliente”, afirma Priscilla.

Uma ampla oferta de tratamentos na Octans Estética está à disposição dos clientes. Na beleza facial, a clínica faz limpeza de pele, peelings, microagulhamento, rejuvenescimento facial sem uso de cirurgia. Na beleza corporal, a criofrequência, criolipólise, power shape além de massagens estéticas. Nos tra-

Aplicação do Ultraform MPT
estética 18 bem-estar
Fotos: Divulgação

tamentos avançados, a Octans aplica toxina botulínica, preenchedores, bioestimuladores, depilação a laser e utiliza o Ultraformer III e o Ultraformer MPT, “equipamentos de última geração voltados ao rejuvenescimento da pele e que apresenta resultados visíveis e duradouros em poucas sessões. Eles agem profundamente nas camadas da pele, e estimula a produção de colágeno e elastina e melhora a aparência de linhas de expressão, flacidez e rugas”, explica.

A gerente da Octans lembra que cada cliente tem um planejamento específico. “Cada sessão, de acordo com o tratamento, leva cerca de uma hora e o resultado, dependendo da técnica, aparece de 30 a 90 dias e tem duração de oito a doze meses. Para alguns tratamentos, as sessões são semanais, para outras mensais e até semestrais”, informa.

Para que o efeito dure mais, Priscilla informa que depende de “como cada

cliente se cuida no seu dia a dia, incluindo alimentação balanceada, a hidratação e o uso de protetor solar, principalmente nos dias ensolarados.”

O preço dos serviços e tratamentos da Octans Clínica, “cabe no bolso para todos os níveis sociais”, informa a gerente. A marca também promove regularmente campanhas com pacotes de tratamentos.

Priscilla lembra que a Octans terá, em breve mais novidades. “Vamos expandir nossa marca e isso vai resultar em uma maior oferta de atendimentos e vantagens para os nossos clientes. Aguarde”, avisa.

Agende uma avaliação o quanto antes. Você merece! (GA)

Octans Estética

Rua Harmonia, 781, Vila Madalena Telefone 2594-4111 e 94736-6432 (Whats) @octans_estetica

estética 19
Aplicação LAvien Octans Estética

A moda inspirada na paixão

A criatividade do estilista Rafael Carneiro se revela nas peças da etiqueta Splash que agora conta com uma elegante boutique na Vila Madalena.

“A moda precisa ser democrática e para todas as mulheres”, assim define o conceito das peças que cria, fabrica e vende na nova loja da marca na Vila Madalena e em outros endereços como no Shopping Catarina na Rodovia Castello Branco e no Barra Shopping no Rio de Janeiro. A Splash também têm franquias distribuídas pelo Brasil e os planos de levar a marca para outras cidades como Ribeirão Preto e Porto Alegre, acontecerá em breve.

“Fiz arquitetura mas minha vocação sempre foi a moda, onde sou autodidata”, diz o criativo catarinense de Brusque radicado em São Paulo há quinze anos. Explica que suas criações ficaram conhecidas “pelo custo benefício, pelo preço justo e qualidade dos vestidos, saias e outras peças com a marca Splash”.

Vir para a Vila Madalena estava nos planos de expansão da Splash. “A Vila Madalena é um hot spot de no-

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Fotos: Divulgação

vos designers da moda. Nosso DNA é o mesmo do bairro. Destaco a alfaiataria de nossas peças que diferencia quem veste. Sempre penso em quem vai usar a roupa”, diz Rafael que cuida do criativo da marca em sociedade com Thiago Faria, o CEO da Splash.

A cenário da boutique da Rua Harmonia tem a elegância das peças que Rafael cria e ele fez questão de colocar seu talento e criatividade no espaço da loja.

“A Splash é para quem valoriza a alta moda, o design excepcional, gosta de moda e novidades e que buscam peças que combinam perfeitamente o luxo com a funcionalidade, a beleza e a praticidade”. Rafael informa que “semanalmente fazemos o lançamento de novas peças e coleções específicas como a New In, e me inspiro na sensualidade das mulheres e na praticidade do vestir. A coleção

Splash SS 25 é inspirada nas ruas da mineira Tiradentes. As peças da Splash transforma quem veste e temos peças até o número 46 que veste muito bem.”

Os detalhes das peças da Splash, “tem uma alfaiataria enriquecidas com detalhes que realçam a personalidade, mas também a feminilidade através de cortes meticulosamente desenhados para esculpir o corpo e definir a silhueta feminina. Ideais para qualquer ocasião, as peças transitam com elegância do amanhecer ao anoitecer.”

Jaquetas, macacões, vestidos longos, saias, bodys, com recortes ousados e sofisticados e uso de cores contemporâneas nas peças da Splash atraíram a atenção de mulheres elegantes como as apresentadoras Patrícia Poeta e Daniella Albuquerque, a cantora Anitta e a atriz Giovanna Antonelli entre outras famosas.

Além das roupas, a Splash também tem uma linha de acessórios e peças de decoração da linha Home que foram criadas pelo sócio e CEO da marca Thiago Faria.

A moda da Splash está nas lojas físicas mas também pode ser adquirida pelas redes sociais, diretamente no site e Instagram para qualquer parte do Brasil. (GA)

Splash Boutique

Rua Harmonia, 213, Vila Madalena Telefone 98455-9818 (Whats) splashboutique.com.br instagram.com/splash.boutique

moda 25
Rafael, Barbara Fialho e Thiago

O último apaga a luz

Não se afobe não, que nada é pra já...

As noites nas ruas desertas dos bairros ditos boêmios parecem de pessoas de “antiga civilização”. Ventos uivantes varrem as calçadas vazias rodopiando lixos e papéis do dia que passou. A cidade transmite medo. Foi dado o toque de recolher, decreto daquele desgoverno, diz o outdoor das ruas, com suas caras de Grande Irmão. Inúmeras placas de aluga-se e passa-se o ponto, cheia de teias de aranha, nas fachadas de extintos comércios. Câmeras de segurança gravam alguns zumbis, oriundos dos viadutos que dormem de olhos abertos na porta de antigos lugares falidos, graças à supervalorização irreal dos imóveis, o grande desnível social, a especulação imobiliária e seus aluguéis absurdos. Arrastões de saqueadores por todos os lados, polícias escassas, quando não corruptas, inviabilizaram estas ruas que um dia abrilhantaram as noites de vida e alegria.

Sábios em vão tentarão decifrar... Vestígios de estranha civilização... O que restou das velhas mercearias, antigos bares de único dono e música boa, as pequenas farmácias com o nome do dono e seus amáveis farmacêuticos, verdadeiros doutores da consulta de graça, restaurantes e seus sabores individuais, seus quitutes, o papo furado, mesas cheias de gente sentada e cada um contando o seu dia, já dizia Viní-

cius que nunca viu uma amizade nascer numa leiteria, isto é próprio do bar e de sua magia. Mas agora, tudo isso está submerso na poeira do tempo. Pagodões, Batidões e Sertanejos Urbanos dão o tom nas esquinas. Tornaram-se filiais de imensas redes de drogarias e da gastronomia pasteurizada, Drogasis, MC Donalds, Vienas, Ienas etc. e tal, condomínios fechados saboreiam seus deliverys plastificados, shopping centers e outros locais herméticos iguais é o que sobreviverá. Nunca mais calçadas festivas e alegres, nunca mais os encontros afáveis e papos pro ar, nem a cumplicidade de um balcão. Boêmios com a cara dos amigos agora partem com seus embornais, feito forasteiros para a casa da mãe no interior. A noite brocha e se encerra, guarda a lua no colete negro do céu e fecha sua cortina azul de estrelas cor de prata e encerra seu primeiro ato enquanto o cronista, em sua última crônica, se despede sem salva de palmas, como um Angeli que mata sua Rê Bordosa.

Antes de a rede parar de balançar, a porta de casa se abre, meu filho caçula, que leva meu nome entra junto com o sol da manhã. Acordo do cochilo assustado, agora ele e o Chico cantam pra eu não me afobar, que as cidades, mesmo submersas... Amores serão sempre amáveis, futuros amantes, quiçá se amarão...

crÔNica 30 pedrocosta.pira@uol.com.br

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