Pajubá- Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro

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Aquenda e deixe de ekê que boyceta vai falar: Pajubá Língua sagrada do encontro das Ruas sua função chave-mágica Resistência aquilombada na diáspora Que contra o silenciamento insurge. Palavra criada nos gestos inaugurais de Xicas, Tibiras, Dandaras, Closes e João Travessia de gêneros e mares, dos amores: cruzar a fronteira. Teu som evoca o arco-íris de sete-cores-Orixá tingindo com a nossa voz plural o cinza e branco da Pátria-pau que chega no atraque descendo o coió, Mas estremece ao ouvir o diálogo das bonecas a fala das bruxas as escrituras transviadas que não se calam e piscam em luz sua pulsão máxima de Vida. (Ralph Duccini)



Apresentação Apresentação


PAJUBÁ: UM POUCO DE BRASIL Thiago Tavares Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Prefeitura do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro apresentam o 1º Pajubá - Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro. Enquanto o Brasil vive a maior crise sanitária e econômica de sua história, nós mergulhamos na cultura LGBTI+ e na produção audiovisual brasileira. Não como escape, mas como resistência política e cultural. No país que mais mata LGBTI+ no mundo, idealizamos o festival o Pajubá - Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro, trazendo como proposta um diálogo entre a linguagem audiovisual com a cultura LGBTQI+ fluminense e brasileira, funcionando como um espaço de difusão, reflexão, consciência e celebração da diversidade sexual e da cultura audiovisual no contexto da produção cultural fluminense. O festival conta com exibições de curtas de forma online no site do evento, 02 masterclasses online de caráter formativo, 01 seminário online com reflexões sobre os temas curatoriais propostos pelo festival. No YouTube, são 04 lives com os realizadores dos filmes selecionados e 01 cerimônia de encerramento e premiação online. O festival também contempla a democratização do acesso (todas as atividades serão gratuitas) e a diversidade de público, com 01 sessão especial online com os vencedores com recursos de acessibilidade. A programação dos 35 filmes programados a partir das 4 mostras (Brasil Documentário, Brasil Ficção, Mostra Fluminense e Mostra Atraque: Trajetórias Trans/Travesti no Curta Documentário Brasileiro, leva em contas as narrativas LGBTI+ suas lutas políticas, tragédias,

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mas também alegrias, celebrações, pesquisas e experimentações estéticas e de linguagem. Portanto, o Pajubá - Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro, afirma a cultura LGBTQI+ através da linguagem audiovisual. À toda equipe do projeto e a todes os 272 realizadores que nos enviaram seus filmes, nosso muito obrigado pelo profissionalismo e talento. Os curtas, encontros e textos que veremos aqui nos fazem pensar sobre a cultura LGBTI+ e sobre o Brasil. O Brasil que conseguimos ser e o Brasil que queremos que seja. Queremos que o festival, (assim como a linguagem pajubá representa para a nossa comunidade) seja um espaço de liberdade, solidariedade e afeto, um lugar onde o público possa se sentir acolhido, representado e instigado. Que possa pensar e viver a sua cultura. Viva o Pajubá! Viva a cultura LGBTI+! Seguimos juntes!

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Pajubeyrices e resistência João G. Junior Eu não era mais que um erê, uma criança vyada que ainda nem se sabia vyada, quando tive contato pela primeira vez com o pajubá. Na época, a casa da minha vizinha era um ilè de candomblé que vivia cheio de byxas e travestis e, com muita curiosidade, eu ouvia do meu quintal as conversas repletas de termos como odara, ocó, mona, edí e mapôa, entre outros. Eu não entendia nada, mas cultivava certa expectativa em compreender aquele código, que só fui entender depois que abandonei o armário e comecei a sair e fazer amizade com outras byxas e sapatonas da minha idade, quando descobri a vida entre “os entendidos e as entendidas” nos bares, boatchys e nas Paradas do Orgulho LGTI+. Rapidamente percebi que aquelas palavras, aquela forma de falar e de se portar, criavam estratégias de união, colaboravam para uma coesão identitária de grupo e comunidade. Entre dezenas de pessoas, uma mona facilmente reconhecia a outra no primeiro uó falado mais alto, na primeira gargalhada sobre uma neca matim, no primeiro grito denunciando a elza. Mas o nome pajubá em si e a sua origem só fui conhecer mais tarde. Hoje, byxa ainda xovem porém encaminhando-se para a cacurice, estudo as vivências LGBTI+ no Brasil. Investigando sobre o pajubá para uma pesquisa acadêmica, identifiquei que o início dos seus usos linguísticos ou o seu surgimento ocorreu com as travestis e as adés que frequentavam os terreiros e roças de candomblé entre as décadas de 1960 e 1970, durante a Ditadura Hétero-CivilMilitar instaurada no Brasil em 1964. Aquelas manas macumbêras estavam em contato direto com a utilização ritualística do iorubá e do nagô falados nesses espaços, a chamada “língua de santo”, e se apropriaram daquelas palavras de origem africana para desenvolverem um vocabulário próprio, uma forma de se comunicarem sem serem compreendidas pelo “mundo externo” (diga-se: pessoas cisgênero, heterossexuais e brancas, já que é uma língua de origem negra), um código capaz de enfrentar a

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violência e a opressão que naquele período não vinha somente da polícia e dos militares, mas de toda a sociedade (como ainda hoje). Com o tempo, esse vocabulário recebeu o nome de pajubá e foi sendo incorporado por outras pessoas LGBTI+ para além das travestis, pessoas trans e byxas efeminadas. Atualmente o pajubá pode ser compreendido de diversas formas. Alguns dizem que é um dialeto de grupo, outros que se trata de um jargão ou gíria, e há quem defenda a tese de que esta é uma variação linguística do português brasileiro (como eu), mas o que importa é que o pajubá chegou ao espaço urbano sendo empregado como forma de proteção e de resistência por parte das/os suas/seus falantes. Ele ultrapassou as suas primeiras usuárias e disseminou-se entre todas as pessoas LGBTI+ brasileiras, apresentando até mesmo variações regionais. Hoje o pajubá é resultado de uma cultura dissidente e constituinte da mesma. É uma potência subversiva que se apresenta não somente por meio de palavras, mas em performances gestuais e posturas corporais que materializam os seus sentidos em instâncias formadoras de subjetividades e inauguram sociabilidades e relações outras para além da cys-heterossexualidade. É um mecanismo de guerrilha, uma antropofagya que estrutura e propõe novos significados para termos do iorubá, do português e de outras línguas como o inglês e o francês, acionando mecanismos anticoloniais, pós-coloniais, descoloniais, antirracistas e anti-lgbtifóbicos, convertendo-se em uma criação de liberdade, um poder de enfrentamento do cystema hétero e branco. O pajubá, mais que uma variação linguística, é uma poética cotidiana de estranhamento, uma experiência queer que forma e transforma o que está dado, o que oprime, em emergência da vida e arte por meio da gongação, do ejó, do atraque, da zombaria e da lacração. Dessa forma, como grupo socialmente excluído que sofre diversas subalternizações, as pessoas LGBTI+ criaram uma linguagem e uma cultura própria – cultura essa que hoje está na música, na literatura, no teatro e nas produções audiovisuais. Assim, entre antigas e novas pajubeyrices, a resistência continua presente nesta linguagem e através dela, sendo uma característica pujante e colaborando com o desenvolvimento de existências que se fazem revolucionárias e desafiadoras simplesmente por existirem. No momento atual de agravamento e avanço das direitas e do ultraconservadorismo, é preciso mais do que nunca pajubeyrar e resgatar a potência política do pajubá, através de produções artísticas ou em vivências cotidianas. É preciso recuperar essa língua de enfrentamento e disputa, suas origens históricas e suas potências, e enxergar nela as diversas possibilidades de criação, reinvenção e revolução que apresenta.

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Poeta, professor, historiador e militante LGBTI+ João G. Junior nasceu em Queimados, no Rio de Janeiro, em 1993. É licenciado em História (IM-UFRRJ), mestre em História Social (PPGH/UFF), e mestrando em Sociologia (PPGSA/ IFCS-UFRJ). Atualmente está concluindo uma pesquisa sobre o pajubá no curso de Especialização em Estudos Linguísticos e Literários (IFRJ-Nilópolis). Como pesquisador, é membro de laboratórios de pesquisa e tem diversos artigos publicados em revistas acadêmicas. É militante da causa LGBTI+ e membro do Conselho Estadual LGBTI+ do RJ. Como poeta publicou os livros O que ri por último (Patuá, 2020) e O tédio dos dias variados (Urutau, 2020), entre outros trabalhos.

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AÇÕES AÇÕES FORMATIVAS FORMATIVAS


MASTERCLASS

COM FIDELYS FRAGA ESTRUTURA, PERSONAGEM E CONFLITO Uma análise do roteiro do filme Sócrates Como se dá a relação entre a construção de um personagem e o lugar de fala do roteirista? Roteiros com protagonista ou temática LGBTQI+ são sempre atravessados por conflitos sociais e preconceito? Quais as fronteiras entre temática LGBTQI+ e filmes panfletários? Como trabalhar isso na escrita do roteiro? O que são personagens bi e tridimensionais? Qual a relação entre estrutura e protagonista? Existe “filme de personagem” e “filme de trama”? Como se dá a verossimilhança na construção da personagem e o intercâmbio entre diegese e realidade? A masterclass com o roteirista e dramaturgo Fidelys Fraga investiga as bases da narrativa do filme Sócrates e analisa o arco de seu protagonista. A partir da decupagem dos atos e sequências do roteiro, vamos levantar reflexões sobre narrativas hegemônicas e estruturas clássicas e discutiremos como se apresenta a trajetória do herói vivenciada por Sócrates, um protagonista homossexual.

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MASTERCLASS

com RALPH DUCCINI COLETIVOS COMO FORMA DE PRODUÇÃO Ralph Duccini é ume artiste inquiete. Periférique, cresceu na baixada fluminense e escreve desde os 13 anos de idade, impelido pelos questionamentos que sua vivência traz. É Poeta, slammer, diretore teatral, ator, ilustradore, tatuadore e romancista. Tem dois livros publicados: Dissonância Subjetiva ou o Ser e a Fumaça (Scortecci) e Nas Margens do Azul (Metamorfose). É membro organizador do Slam da Rampa (Paracambi - RJ) e também membro do corpo editorial da Revista Toró. No Teatro é co-fundador do Uivo Coletivo (Paracambi - RJ) e gestore da Casa Uivo, sede cultural e centro cultural independente vinculado ao Uivo Coletivo. Coletivos como forma de produção tem como objetivo se aprofundar nas possibilidades de produção independentes em forma de estado cooperativo. Se estabelecendo como maneira de resistir como produtor cultural LGBTQI+, a masterclass observará as formas de organização coletiva e os frutos dessas articulação através dos casos do Uivo Coletivo Teatro e Terrorismo Poético e da Coletiva Transpoetas.

Leituras de apoio: DESPENTES, Virgínia. Teoria King Kong. São Paulo: N-1 Edições, 2016.

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Apresentação

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Criação Transversal: a partir da experiência coletiva de TransPoetas, se falará a respeito de um movimento transcentrado nacional,voltado para a criação poética em todas as áreas, envolvendo não só a literatura. Também funcionando como espaço seguro de afeto, troca, debate, criação e divulgação de artistas trans. A união como resistência e potência criativa.

KRENAK, Ailton. Idéias Para Adiar o Fim do Mundo. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2019. MOMBAÇA, Jota. Pode um cu mestiço falar? <https://jotamombaca. com/texts-textos/pode-um-cu-mestico-falar/> ______________. Notas Estratégicas Quanto ao Uso Político do Conceito de Lugar de Fala. <https://jotamombaca.com/texts-textos/ notas-estrategicas/> PRECIADO, Paul. Manifiesto contrasexual. São Paulo: N-1 Edições, 2015 _________________. Testo Yonqui. Madrid: Espasa, 2008. _________________. Um apartamento em Urano: Crônicas da travessia. Petrópolis: Editora Zahar, 2020.

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A desierarquização das relações no processo de produção: Através da história do surgimento do coletivo e suas estratégias de criação e produção, serão comentados a partir de exemplos de desierarquização presente nos processos criativos do Uivo Coletivo: D’Arc (2019/2020) e Alcatéia - Mostra de Artes de Paracambi (2020 - online).


sEMINÁRIOs


SEMINÁRIO: De X-Pocs à Leona, Assassina Vingativa: uma semiosfera queer e pop audiovisual Doutorando e Mestre em Ciências da Comunicação, com ênfase em Processos Midiáticos, na linha de pesquisa de Linguagens e Práticas Jornalísticas pela Unisinos, com bolsa da CAPES. Graduado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, também pela Unisinos, com bolsa integral. Membro do LIC, Laboratório de Investigação do Ciberacontecimento, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos, desde 2012, atuando em pesquisas que articulam temas do jornalismo, como as teorias do acontecimento, dos processos em redes e mídias digitais, dos estudos queer e dos estudos de semiótica.

SEMINÁRIO: Políticas Públicas Audiovisuais e Medidas para a Diversidade nas Telas Doutoranda em Artes, Cultura e Linguagens pelo PPGACL da Universidade Federal de Juiz de Fora, mestre em Comunicação e bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense, é coordenadora da linha “Sexualidades, Dissidências e Novas Mídias” do ENTELAS (UFJF) e integrante do grupo “Cinema, Televisão e Literatura: Interseções” (PUC-RIO). Pesquisa áreas como audiovisual brasileiro contemporâneo, gêneros, sexualidades e teoria queer.

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SEMINÁRIO: Nós falamos de nós: autorrepresentação LGBTQIA+ no cinema independente brasileiro Um viado periférico gerado pelas políticas públicas e ações afirmativas que ocupa espaços do centro sem ser herdeiro. Doutorando em Antropologia Cultural pelo PPGSA/UFRJ, Graduando em Cinema e Audiovisual na UFF. Mestre em Sociologia e Antropologia pelo PPGSA/UFRJ. Licenciado e Bacharel em Ciências Sociais pela UFF (com bolsa sanduíche pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em Portugal). Cineasta pelo Observatorio Escuela de Cine Documental na Argentina e Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Fotógrafo pela Sociedade Fluminense de Fotografia (SFF) e Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Dirigiu e roteirizou os curtas 16m² (2014), Uma Terra de Todos (2016), O Rui Resiste! (2016), Submergir (2017) e É a minha voz que você tem que ouvir (2018).

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Jocimar Dias Jr. é diretor, roteirista e pesquisador de cinema. Bacharel em cinema (UFF), Mestre em comunicação (PPGCOM-UFF), e atualmente Doutorando (PPGCine-UFF), desenvolvendo pesquisa sobre releituras queer das chanchadas cariocas, sob orientação do Prof. Dr. João Luiz Vieira. Em 2014, dirigiu ENSAIO SOBRE MINHA MÃE, curta-metragem exibido em 24 festivais nacionais e internacionais, e premiado em 6 deles - 26º Kinoforum (SP), 7º Kino-Olho (SP), 9º CineMúsica (RJ), 5º Festival Universitário de Alagoas (AL), II MOV (PE) e 13º MIFEC (Porto, Portugal). Entre 2013 e 2014, trabalhou como assistente de direção na Rede Globo de Televisão, nos programas AMOR À VIDA, TAPAS E BEIJOS, TÁ NO AR E MALHAÇÃO SONHOS. Foi assistente de direção e roteirista da série documentário DIÁRIOS SOBRE O CORPO, vencedora no PRODAV (2016) e exibida nas TVs públicas de todo o Brasil em 2017. É um dos membros-fundadores da Ritornelo Audiovisual e um dos editores da Revista Moventes.


Políticas Públicas Audiovisuais e Medidas para a Diversidade nas Telas Juliana Bravo Como pensar a interseccionalidade entre políticas públicas audiovisuais no Brasil e a diversidade de gêneros e sexualidades nas telas? Considerar esses dois eixos como zonas distantes parece, e muito, ser uma visão simplista do funcionamento do setor, bem como das consequentes invisibilidades e apagamentos de sujeitos e corpos dissidentes nas produções brasileiras. Mas onde quero chegar com tal questionamento? É possível mapear diretrizes, normas, medidas públicas que garantam a diversidade nos conteúdos produzidos por empresas independentes no país? Antes, talvez, de chegarmos numa conclusão mais assertiva, precisamos nos ater à história recente do audiovisual nacional. Em 2001, com o surgimento da Agência Nacional de Cinema – ANCINE, foi proposta uma nova organização e diversas estratégias de fortalecimento para a cadeia audiovisual no país. A agência, através de sua autonomia administrativa e financeira, ampliou os caminhos para novas dinâmicas de mercado e de sustentabilidade da indústria ao fomentar a produção, garantir infraestrutura e expansão do parque exibidor. Dentre os seus objetivos, talvez um dos mais importantes, seja a estabilidade e auto-sustentabilidade da própria atividade. Ao longo de sua primeira década de existência, a ANCINE foi identificando fragilidades e traçando um diagnóstico aprofundado do real contexto da produção audiovisual no país. Através de uma série de instrumentos regulatórios, a mesma publicou uma relação de estratégias para o fortalecimento do audiovisual. Aprovado em 2012 pelo Conselho Superior de Cinema, o Plano de Diretrizes e Metas (PDM) foi criado com o intuito de direcionar uma proposta de desenvolvimento do setor estipulando desafios e objetivos a serem cumpridos até o ano de 2020. Um dos pontos centrais do PDM foi o fortalecimento de uma economia audiovisual, a fim de que esta fosse “competitiva, inovadora, baseada na produção e circulação

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de obras brasileiras comprometidas com a diversidade cultural e com a ampliação do acesso da população às obras audiovisuais”. Dessa forma, a busca por um audiovisual brasileiro que celebre as diferenças de gêneros e sexualidades, parte do pressuposto de expor narrativas transgressoras, em termos de histórias, visibilidade de certos personagens e que contemple um número maior de publico. Refletir sobre a relação entre políticas públicas de incentivo e a representatividade/visibilidade de gêneros e sexualidades no audiovisual brasileiro surge do interesse de repensar o próprio audiovisual em um período de crescimento da produção independente nacional como também um sistema de afetos. Sendo assim, devem-se considerar quais fatores influenciam os protagonismos e apagamentos de sujeitos e corpos dissidentes, aqui compreendidos como LGBTIA+, nos conteúdos produzidos e comercializados pelas produtoras audiovisuais independentes brasileiras. É urgente e pungente debater sobre a ausência de fomento ou perspectivas de direitos, igualdade e diversidade por parte das entidades audiovisuais, representada aqui em sua importância pela ANCINE. Portanto, uma questão central contemporânea é considerar as efetivas políticas públicas criadas recentemente para o setor e seus impactos sobre a (in)visibilidade de sujeitos dissidentes no audiovisual brasileiro. A ANCINE, em certos momentos, buscou se aproximar da palavra “diversidade” em seu sentido mais amplo, sendo muito poucas vezes em um contexto de gêneros e sexualidades. Se analisarmos as apresentações disponibilizadas no site da agência, grande parte das mesmas estava relacionando a diversidade à variedade de formatos audiovisuais ou às formas de financiamento. Em uma nota técnica publicada em 2010, elaborada pela Superintendência Executiva da época, representada pela figura da Drª. Rosana Alcântara, o Estado estava definido como a figura no qual deveria prover o acesso da população aos conteúdos audiovisuais nacionais, assegurando sua pluralidade, diversidade, regulação e fiscalização. O documento pode dar a entender que a ANCINE, a piori, se isentava de implementar medidas a favor de um audiovisual mais democrático e de direito, quando transfere essa responsabilidade ao Estado brasileiro na definição apresentada. No entanto, já em 2012, novamente em uma apresentação da Drª Rosana Alcântara, a mesma ressalta a importância da democracia ao afirmar que “o direito à livre expressão não apenas é uma liberdade de falar, mas, principalmente, um direito a se fazer ver e ouvir” (ALC NTARA, 2012).

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Ao longo dos anos, a agência foi se reestruturando e, em maio de 2017, o Planejamento Estratégico da ANCINE específico para o quadriênio 2017-2020 foi alterado, tendo os itens referentes aos princípios, visão e valores revisados – e incorporando ações de transparência e a busca pela diversidade regional, ética e de gêneros. Esse mapa estratégico apresentou alguns dos novos objetivos da agência divididos em 4 focos de atuação: gestão do conhecimento, regulação/fiscalização, desenvolvimento e circulação/acesso. No que tangia ao desenvolvimento, uma das novas intenções consistia em “promover a diversidade de gênero e raça na produção das obras audiovisuais brasileiras”, exemplificadas por meio das seguintes iniciativas: criação de mecanismo para coleta de informação sobre cor/raça dos profissionais do setor audiovisual; análise periódica da participação das mulheres e negros no setor audiovisual brasileiro; grupo de trabalho com a participação de agentes do setor para estimular diversidade de gênero e raça no audiovisual; banco de dados de profissionais do audiovisual com interesse e disponibilidade para integrar comissões de seleção. Os efeitos dessas estratégias podem ser visualizados no ano seguinte, quando os editais lançados pela ANCINE, em parceria com a SAV/MINC, pela primeira vez instituíam cotas para pessoas negras, mulheres, trans e travestis. A partir de amplo debate e pressão das instituições, associações e profissionais do setor, as cotas foram incorporadas no edital “Concurso Produção para Cinema 2018”. O procedimento era baseado em documento auto-declaratório, ou seja, um dos anexos do edital consistia em formulário a ser preenchido pelo(a) profissional no qual ele(a) afirmava se identificar como pessoa negra, mulher cisgênero, transexual e/ou travesti. Portanto, torna-se evidente que mecanismos criados pela própria ANCINE revelam uma tardia incorporação da diversidade sexual e de gêneros nas pautas prioritárias da agência, bem como do próprio setor. Logo, deve-se questionar: a quem interessa uma diversidade limitada quando o próprio audiovisual brasileiro ainda reflete uma hegemonia heteronormativa compulsória no interior de instituições audiovisuais federais e, consequente, em suas telas e narrativas?

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Bibliografia BUTLER, Judith. Problemas de Gênero. Feminismo e subversão da identidade. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. CESNIK, Fábio.; JUCÁ, Roberto; SALINAS, Rodrigo; TOSCANO, Gilberto. Financiación de Producciones em Brazil . In: SOLOT, Steve. (org.) Mecanismos actuales de financiación de cotenidos audiovisuales em latinoamérica 3 edición expandida y actualizada. Rio de Janeiro: LATC, 2017. (2º edição bilíngue). GATTI, André. O mercado cinematográfico brasileiro: uma situação global? In: MELEIRO, Alessandra (org.). Cinema no mundo: indústria, política e mercado: América Latina. São Paulo: Escrituras Editora, 2007, p. 99-142. IKEDA, Marcelo. As Políticas Públicas Cinematográficas no Início dos Anos 2000: O Papel da Ancine no “Tripé Institucional” Previsto pela MP 2.228-1/01. In: VIII ENECULT. Bahia: FACOM, 2012. Webgrafia Apresentação da Agenda Regulatória ANCINE 2010-2011. Disponível em: https:// www.ancine.gov.br/media/Nota_tecnica.pdf. Acesso em: 03 de janeiro de 2020. Apresentação de Rosana Alcântara na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Disponível em: https://www.ancine.gov.br/sites/default/files/apresentacoes/ APRESENTA%C3%87%C3%83O%20DE%20ROSANA%20ALC%C3%82NTARA%20NA%20 COMISS%C3%83O%20DE%20EDUCA%C3%87%C3%83O.pdf . Acesso em: 03 de janeiro de 2020. Conselho Superior de Cinema. Disponível em: https://www.ancine.gov.br/pt-br/ conselho-superior-do-cinema. Acesso em: 03 de janeiro de 2020. Mapa Estratégico Portal. Disponível em: https://www.ancine.gov.br/sites/default/ files/MapaEstrategicoPortal.pdf . Acesso em: 03 de janeiro de 2020. Relatório de Gestão Ancine | 09. Disponível em: https://www.ancine.gov.br/sites/ default/files/processos-de-contas-anuais/Relatorio_de_Gestao2009_ANCINE.pdf . Acesso em: 03 de janeiro de 2020.

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De X-Pocs à Leona, Assassina Vingativa: uma semiosfera queer e pop audiovisual Christian Gonzatti Meu nome é Nati Natini Natili Lohana Savic de Albuquerque Pampic de La Tustuane de Bolda, mais conhecida como Danusa Deise Medly Leona Meiry Cibele de Bolda de Gasparri. A mulher jamais falada. A menina jamais igualada. Conhecidíssima como a noite de Paris. Poderosíssima como a espada de um samurai. Eu sou apertada como uma bacia. Eu sou enxuta como uma melancia. Tenho dois filhosinho, um zolhudinho, outro barrigudinho. Casei com o dono da Parmalat. Virei mamífera. Só mamo. Pertenço à família imperial brasileira Orleans Bragança. Penetração difícil.

A apresentação acima, da hoje travesti Leona, é famosa para muitas pessoas LGBTQs que frequentam grupos de fãs de música pop e vivenciaram a sua infância e adolescência no final da década de 2010. Foi nesse período em que a conversação em rede começou a ganhar tons mais performáticos (RECUERO, 2014), levando a publicação de diferentes linguagens mediáticas que viriam a construir um cenário digital marcado pela visibilidade de youtubers. O primeiro vídeo de “Leona, A Assassina Vingativa”, gravado em 2008 e publicado no YouTube em 2009, desenvolveu alta espalhabilidade entre, principalmente, o público (des)viado que crescia nas antigas comunidades do Orkut. A publicação conta a história de uma vilã, Leona, que quer se livrar de sua inimiga, “Aleijada Hipócrita”, e fugir para Paris por ter sido incriminada pelo assassinato de seu amante. Na época lida ainda como um menino e com 13 anos, a travesti era uma criança viada que se mostrava totalmente poderosa diante da câmera que capturava um vídeo sem muita resolução. Embalada pela música tema de Paola Bracho, da novela mexicana A Usurpadora, exibida muitas vezes pelo SBT, a travesti negra tornou-se um sucesso de nicho. Foram lançados mais episódios da “novela” que inauguraram uma série de linguagens que foram incorporadas memeticamente na expressão em rede de muitas bichas: “você quer me acabar comigo?”, “chama um táxi que eu tô indo pra Paris agora” e “pode cortar” são algumas, além de gifs e imagens.

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Leona cresceu através de quadros mediáticos e espalháveis do YouTube, sendo enaltecida como diva por alguns, tendo suas performances reduzidas ao humor, por outros, e, ainda, em alguns contextos, sendo tomada como lugar de incômodo pelas rupturas geradas no que se refere às ordens de gênero e de sexualidade. Os X-Men são um grupo de personagens fictícios que nasceram com um gene especial que faz com que elas desenvolvam habilidades especiais, sendo marcadas como mutantes. Em decorrência dessa diferença, passam a sofrer preconceitos e a viverem na clandestinidade em suas histórias. O grupo foi criado para ser uma metáfora em relação ao racismo, mas também se tornou um signo de identificação para muitas pessoas LGBTQs. Nessa conjuntura, conteúdos são produzidos por fãs brasileiros hibridizando as personagens das HQs da estadunidense Marvel com transviadices latino-americanas. É o caso da websérie X-Pocs, publicada no YouTube. Expressões do pajubá/bajubá, a linguagem desenvolvida pelas travestis, e toda uma vivência camp passam a compor as identidades das personagens. Poc, um termo que surge com teor pejorativo para designar bichas afeminadas e pobres, é ressignificado – assim como queer – e passa a qualificar uma série de inventividades e vivências que buscam nas boiolices e na cultura pop novas configurações comunicantes, políticas e cidadãs. Não só nas “mutantes do cu do mundo”, mas uma série de signos audiovisuais que são compartilhados no Youtube. Manifesto aqui possibilidades de olhar para o que vêm sendo corporificado audiovisualmente por fãs (JENKINS, 2015) e outros atores sociais através da noção de semiosfera e dos estudos queer. Lotman (1996) entende a semiosfera como o espaço de convergência e metabolização de todas as semioses, ou seja, dos processos que produzem sentido na realidade. É na semiosfera, um mundo, portanto, sígnico, que os objetos são transformados em signo e ganha interpretações por atrizes atores sociais, criando, assim, mais signos, constituindo, dessa forma, um universo semiosférico. Ao movimento dos signos na semiosfera, dá-se o nome de semiose, que é vista, então, como os sentidos em torno de determinado signo, construídos através da ação de outros signos (HENN, 2014). Nas plataformas digitais, em contextos como o do YouTube, as semioses se materializam e constituem semiosferas que podem apontar para disputas de sentidos, mas também para potências queer.

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Vejo na teoria queer um ponto de convergência entre os estudos feministas e gays e lésbicos. Mas não só isso. Em relação ao feminismo, ajudou a interrogar as categorias homem e mulher, demonstrando que há uma pluralidade gigantesca de formas de habitar o mundo a partir de um sexo/gênero que se articula a outros marcadores sociais. Para os estudos gays e lésbicos, veio a contribuição de olhar para a forma como LGBT’s são tornados abjetos a partir da criação de binarismos como a homossexualidade/heterossexualidade. A partir de um encontro entre Estudos Culturais e pós-estruturalismo francês, a vertente teórica queer começa a emergir entre o final dos anos 80 e início dos anos 90 a partir de autoras e autores como Eve Kosofsky Sedgwick, Michael Warner, Teresa de Lauretis, Judith Butler e Paul B. Preciado. Não retomo, aqui, uma historização do conceito em campo teórico brasileiro e internacional, como faz muito bem Marconi (2015), mas busco traços do queer que revelam a sua potencialidade para olhar as diferenças e a forma como elas são construídas. O queer, nas palavras de Sam Bourcier (2015), “[...] é a teoria dos viados, a teoria do cu [...]”, que pode ressignificar linguagens a partir da citacionalidade de Derrida – Butler (1999) entende esse processo como potente para subverter as normas e criar uma perturbação queer – que fala do sexo sem tomar o vocabulário médico, que olha para o “senhor” diz: [...] eu não desejo mais o teu desejo. O que você me oferece é pouco. Isso mesmo, eu sou bicha, eu sou sapatão, eu sou traveco. E o que você fará comigo? Eu estou aqui e não vou mais viver uma vida miserável e precária. Quero uma vida onde eu possa dar pinta, transar com quem eu tenha vontade, ser dona/dono do meu corpo, escarrar no casamento como instituição apropriada e única para viver o amor e o afeto, vomitar todo o lixo que você me fez engolir calada/o. (BENTO, 2016, p. 23). As próprias normas criam o caminho para a subversão. Para Butler (1999, p. 111) “[...] as possibilidades de rematerialização [...] marcam um domínio no qual a força da lei regulatória pode se voltar contra ela mesma”. Uma ação que emerge devido ao fato de que “Os desvios, a depender das circunstâncias em que acontecem, a depender de sua extensão ou intensidade, costumam implicar em danos simbólicos e físicos, morais e sociais.” (LOURO, 2016, p. 15). O potencial político do queer, se volta, portanto, a conquista do “[...] respeito aos corpos cuja liberdade depende, em última

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instância, de serem livres do discurso que os constitui”, apontamento de Marcia Tiburi (2016, p. 10). Tendo em vista que todo o signo é consequentemente linguagem (HENN, 2014), uma performatividade queer vira “[...] do avesso a linguagem hegemônica apropriando-se de sua força performativa” (PRECIADO, 2014, p. 28). Signos como os citados aqui – Leona, a Assassina Vingativa e X-Pocs – produzem ruído na matriz heteronormativa das plataformas digitais e da cultura pop, constituindo potente força queer para tornar a semiosfera audiosivual que se atualiza e dinamiza no YouTube um espaço de semiodiversidade. Referências BENTO, Berenice. Queer o quê? Ativismos e estudos transviados. Cult, São Paulo: Editora Bregantini, nº 6, ano 19, janeiro 2016. BOURCIER, Sam. Entrevista. Cult, São Paulo: Editora Bregantini, nº 205, ano 18, set. 2015. Entrevista a Pedro Paulo Gomes Guerra. BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In.: LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte, Autêntica, 1999. BUTLER, Judith. Regulações de Gênero. Cadernos Pagu (42), janeiro-junho de 2014. DAWKINS, Richard. O gene egoísta. Editora Companhia das Letras, 2017. HENN, Ronaldo. El ciberacontecimiento, produción y semiosis. Barcelona: Editorial UOC, 2014. JENKINS, H.; FORD, S.; GREEN, J. Cultura da Conexão. Criando valor e significado por meio da mídia propagável. São Paulo: Aleph, 2014. JENKINS, Henri. Invasores do texto: fãs e cultura participativa; tradução Érico Assis. Nova Iguaçu, RJ: Marsupial Editora, 2015. LOTMAN, Yuri. La semiosfera: semiótica de la cultura y del texto. Madri: Catedra, 1996. LOURO, Guacira Lopes. Uma sequência de atos. Cult, São Paulo: Editora Bregantini, nº 6, ano 19, janeiro 2016. MARCONI, Dieison. Documentário queer no sul do brasil (2000 a 2014): narrativas contrassexuais e contradisciplinares nas representações das personagens LGBT. Dissertação de mestrado: UFSM, 2015. PRECIADO, Paul B. Manifesto Contrassexual. São Paulo: n-1 edições, 2014. RECUERO, Raquel. A conversação em rede. Comunicação mediada pelo computador e redes sociais na internet. 2ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2014. TIBURI, Marcia. Judith Butler: feminismo como provocação. Cult, São Paulo: Editora Bregantini, nº 6, ano 19, janeiro 2016.

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UMA ACUSTEMOLOGIA DO ATRAQUE: A DIMENSÃO SÔNICA DA DISSIDÊNCIA SEXUAL E DE GÊNERO NO FILME BIXA TRAVESTY Márcio Nogueira Paixão

BIXA TRAVESTY Bixa Travesty. Esse título do documentário dirigido por Cláudia Priscilla e Kiko Goifman já é um início convidativo para alguma imersão desconstrutiva aportada nas questões de gênero e sexualidades dissidentes. A protagonista do filme, Linn da Quebrada, também assina o roteiro desse filme que propõe a sistematização das complexas e ricas camadas de raça, gênero e classe que envolvem a artista e as suas respectivas vivências na vida pública e privada enquanto uma bixa travesty preta nascida e criada em zonas periféricas do estado de São Paulo. Linn da Quebrada é cantora, e será pelo sentido das vozes, ruídos e músicas que proponho a elaboração deste trabalho, ou seja, não só as imagens que são apresentadas no filme serão importantes para pensarmos sobre gênero e sexualidade, mas toda a dimensão sônica, ou mapeamento sonoro que é proposto pelo documentário. Será uma incursão pela vastidão sonora dos corpos dissidentes em relação ao mundo social, tendo aqui a ideia de som enquanto um “produto e produtor de cultura” (HIKIJI, 2006:62), um “sistema cultural” (FELD, 2018) que possibilitará a criação de um cenário crítico e reflexivo como parte do desenvolvimento de interpretação dos processos sociais que o transitar/transtornar da Linn da Quebrada propõe. ÁGUA PARA OUVIR Em Bixa Travesty (2019) a água aparece diversas vezes, sempre numa relação privada, íntima. A primeira vez que Linn da Quebrada apresenta o contato com a água para o espectador, é

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na companhia de sua mãe, logo após a sequência em que elas estão na cozinha comentando sobre passagens de suas respectivas trajetórias de vida enquanto mulheres cisgêneras e transgêneras negras no Brasil. Linn e sua mãe estão se lavando, uma esfregando o corpo da outra embaixo da água, a sonoridade da sequência é construída a partir do encontro dos ruídos da água saindo do chuveiro, da água caindo no chão do banheiro e dos corpos de mãe e filha em movimento afetivo no desenvolvimento do cotidiano. Em um dado momento Linn anuncia que vai lavar as suas calcinhas logo após ter esfregado as costas e nádegas de sua mãe, depois comenta com sua mãe que aprendeu a limpar o seu pênis com uma outra mulher que era próxima delas, a mãe diz que recorda e que continua fazendo isso com as outras crianças, o que corrobora para a elaboração de um ambiente sonoro de proximidade, tradição, confiança e reconhecimento recíproco pelos corpos e para os corpos. Em uma outra sequência do filme Linn aparece com a sua amiga Jup dentro de uma banheira com espuma, logo após elas terem refletido criticamente sobre como a solidão das pessoas dissidentes, no caso delas transgêneras negras, é uma consequência da maneira estigmatizada e subalternizada que a sociedade as trata. Elas estão dentro de uma banheira usando óculos de sol coloridos, Jup segura uma taça roxa de vinho enquanto a Linn esfrega as suas pernas. Além do ruído produzido pela fricção da esponja na pele das pernas da Jup, e da água em contato com a movimentação dos braços da Linn, existe um som de bolhas de sabão que não é diegético, o que edifica uma ficcionalização dentro do documentário, o que dialoga com esse transitar de corpos pelos gêneros e sexos das personagens, pois o que está sendo proposto é uma fluidez produzida pelo encontro entre distintas linguagens cinematográficas. Portanto, a totalidade do campo sonoro aqui condiciona uma cumplicidade relaxante, um apoio a partir do reconhecimento da dor dessa solidão vivenciada por ambas, e também segurança mútua. A partir de imagens de arquivo, Linn assiste a momentos importantes de sua trajetória, e que na maioria das vezes foi registrada por uma de suas amigas, Com essa mesma amiga, Linn assiste ao dia que elas tomaram banho juntas e registraram o momento como uma performance artística, na sequência posterior em seguida elas estão em um grupo maior de amigas e amigos, o som da água agora passa do chão do banheiro para um terraço de um dia ensolarado, e a água

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agora não sai mais do chuveiro, mas sim de uma mangueira. Escuta-se o corpo de Linn deslizando pelo chão inundado enquanto todas emitem gargalhadas elaborando uma sonorização de espontaneidade, escorrência e felicidade. Por fim, vemos um close do pênis da Linn sendo manuseado por ela mesma enquanto a água escorre em seu corpo e cai no chão de maneira mais intensa, depois é um close do ânus dela. Para Preciado, “os trabalhadores do ânus são os novos proletários de uma possível revolução contrassexual” (PRECIADO, 2017:32) pois “o ânus é o centro herógeno universal situado além dos limites anatômicos impostos pela diferença sexual” (PRECIADO, 2017:32), também “é uma zona primordial de passividade, um centro produtor de excitação e de prazer que não figura na lista como pontos prescritos como orgásticos” (PRECIADO, 2017:32), e por fim ele “constitui um espaço de trabalho tecnológico; é uma fábrica de reelaboração do corpo contrassexual pós-humano”. (PRECIADO, 2017:32). Assim, a sonoridade composta da água escorrendo pelo ânus e caindo ao chão assume um comprometimento político de cuidado com essa zona tão significante e necessária para uma proclamação discordante, pois quando a água estala no chão, é sinal que ela concluiu o seu percurso. Por fim, em um último momento em que Linn da Quebrada se relaciona com a água na dimensão sonora do privado, ela está em sua casa tomando banho sozinha. Enquanto se lava, ela canta mais uma de suas canções, Sereia A. “Serei a do asfalto Rainha do luar Entrega o seu corpo Somente a quem possa carregar Serei-a no asfalto Rainha do luar Entrega o seu corpo Somente a quem possa carregar E, onde (h)á-mar, transbordar Em água salgada lavar E me levar Livre, me love, me luta Mas não se esqueça Levante a cabeça Aconteça o que aconteça Continue a navegar Mas não se esqueça Levante a cabeça Aconteça o que aconteça O que aconteça: Aconteça! Continue a navegar Continue a travecar “ (LINN DA QUEBRADA, 2017)

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A água acompanha os desejos, o ruido dos pingos no chão e da mão lavando o seu corpo carregam a força necessária para o navegar travecar de Linn pelo mundo. A sonoridade em Bixa Travesty argumenta para o espectador a necessidade e urgência de uma reelaboração, ressignificação dos sentidos de corpo-gênero e sexualidade. São caminhos abertos através de uma acustemologia dissidente, que pelo atraque mantém um compromisso com a orientação de mundos na contemporaneidade de maneira crítica e reflexiva.

Bibliografia FELD, Steven. 2018. “Uma acustemologia da floresta tropical”. Ilha – Revista de Antropologia, Florianópolis (UFSC), V.20. N.1, pp. 229-252. HIKIJI, Rose Satiko. 2006. “Das possibilidades de uma audição da vida social”. In HIKIJI, R.S.G. A música e o risco. São Paulo, Edusp/Fapesp. pp. 47-70 PRECIADO, Paul B. Manifesto contrassexual. São Paulo: N-1 edições. 2017

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Júri Júri


Presidente do Grupo Diversidade Niterói, Coordenador Geral de Parada do Orgulho LGBTI de Niterói, membro-fundador do Conselho Municipal LGBTI+ de Niterói, vice presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBTI+ do Estado do Rio de Janeiro, diretor de promoção à igualdade racial e combate ao racismo da ABGLT, graduando em Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense. Conselheiro Municipal de Políticas Culturais de Niterói por 6 anos (2014-2020).

Galba Gogóia é travesti, pernambucana, cineasta e atriz. Jéssika foi seu primeiro filme como diretora e esteve em mais de 20 festivais, dentre eles o Festival do Rio e a Mostra Tiradentes. Em 2020, foi jurada do Festival do Rio. Atua no mercado como produtora, roteirista e diretora. Assina a coordenação de produção de filmes como Gilberto Gil - Antologia, de Lula Buarque de Hollanda e Favela é Moda, de Emílio Domingos. Em publicidade, já dirigiu uma campanha de vídeo para Quem disse, Berenice? e foi consultora de roteiro para Uber

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Carioca de nascimento e duque caxiense de coração. Formado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pelo Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), desde 2016. Especializado em Jornalismo Cultural pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) desde 2020. E mestrando em Relações Étnico Raciais, pesquisando Cinema e Raça, desde 2019 pelo Centro Federal de Tecnologia Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Desde 2014 atua na Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) como Assistente de Comunicação e Projetos com foco em Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens e também desempenha a função de Analista em Treinamento e Desenvolvimento de Ações Afirmativas pelo Instituto Identidades do Brasil (ID_BR).

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Mostra Mostra BRASIL FICÇÃO BRASIL FICÇÃO


Atravessando linguagens e afetos Iasmin Coni e Maria Lucas Afetar-se e buscar pesquisas no corpo, na arte da criação do si, do cinema. Curadoras mulheres, uma cis e outra trans, buscam nessa mostra ocupar territórios, como lésbica e-ou como travesti, mas também expandir o olhar ao máximo para as outras letras da sigla da diversidade. Pensar em um queer latino americano, é propor um cinema menos QUEER e mais CUIR, menos RuPaul e mais Hija de Perra. Talvez seja sobre afogarmos em nosso imaginário coletivo TLGBQIA+ e (re)criar nossos mitos, nossas heroínas, nossas possibilidades de vida e de (re)existência. Tomar posse da arte (elitista) do cinema com nossas corpas e devir artista, está mais ligado a construir novas possibilidades de (re) nomeações, sem necessariamente ser fluente em inglês e dobrar a língua pra dar conta da palavra Queer: é sobre valorizar outras tantas que, assim como nos países de língua inglesa, aqui causam espanto e aversão, como a auto declaração de ser Viado, Sapatao ou Travesti. O Eixo 01 da mostra de filmes de ficção, intitulado Queer dos Trópicos, busca então trazer variadas pesquisas ligadas às diversas vivências e performatividades de orientações sexuais e identidades de gênero, pesquisando-se também, nos filmes aqui trazidos, múltiplas possíveis construções do que pode ser a linguagem cinematográfica. O segundo eixo, intitulado Afetos, trata das relações afetivas, ou “curtas do afeto”, e são filmes cujas narrativas trazem um olhar sensível e honesto sobre a forma de se relacionar dessas pessoas. A humanização de personagens e relações LGBTQI+ no audiovisual é algo relativamente novo. Se observarmos na história, a narrativa

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do personagem depravado que morre no final é sempre presente, afinal ser membro da comunidade não era algo bem visto pela sociedade. Felizmente muita coisa mudou desde então, mas ainda é de extrema importância valorizar e destacar obras que tragam histórias ficcionais LGBTQI+ múltiplas, ricas em experiências de pessoas reais, que exalam suas subjetividades através da tela. Quantas relações afetivas LGBTQI+ existem nas dificuldades, na pluralidade dos corpos, da cor, da idade, da classe social? Os filmes que trouxemos neste eixo nos mostram que é possível viver e existir. São narrativas que entrecortam questões de sexualidade e gênero, corpos e desejos, música e libertação, numa constante troca entre sujeitos que deixam-se sentir e também provocam, pois assim vivemos e existimos apesar de e através de tudo, deixando para trás um legado de luta, resistência e amor.

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REFORMA Dirigido por Fábio Leal

Ficção | PE | 2018 | 15 min

Sinopse Saindo com um rapaz diferente a cada dia, Francisco revela à amiga Flávia que está insatisfeito com seu corpo gordo. Ela o ouve, mas tem dificuldade para entender a dimensão do problema do amigo.

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Sobre a direção Fábio Leal é diretor, roteirista, ator e preparador de elenco. Desde 2013 é curador do Janela Internacional de Cinema do Recife. Entre 2013 e 2016 foi Coordenador de Comunicação da Vitrine Filmes. Dirigiu os curtas-metragens “O Porteiro do Dia” (2016), lançado comercialmente em 10 países em DVD e VOD, e “Reforma” (2018), que estreou no 51º Festival de Brasília, levando os prêmios de Melhor Ator e Melhor Roteiro e mais 12 prêmios em outros festivais. Atualmente escreve o roteiro dos longas-metragens O Vale dos Homossexuais e Cosplay.

Sobre a produção Dora Amorim (1990) nasceu no Recife. Tem formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco e trabalhou na Revista Continente e Jornal do Commercio. É sócia da Ponte Produtoras, desde 2015, ao lado de Julia Machado e Thaís Vidal, e trabalha como produtora audiovisual desde 2010. Assinou recentemente a produção e produção executiva dos longa-metragens “Rio Doce”, de Fellipe Fernandes, e “Deus tem AIDS”, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre. Na Ponte produziu e lançou os longas “A seita”, de André Antonio, “Camocim”, de Quentin Delaroche e “Bloqueio”, de Victoria Alvares e Quentin Delaroche. Atualmente, é coordenadora de produção do Janela Internacional de Cinema do Recife, um dos mais prestigiados do País. Também colabora com Emilie Lesclaux e Kleber Mendonça Filho na Cinemascópio Produções. Trabalhou como produtora executiva do filme “Aquarius” (Cannes, 2016), dirigido por Kleber Mendonça Filho e “Bacurau” (Cannes 2019 - Prêmio do Júri), dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles.

Ficha técnica Direção e roteiro: Fábio Leal Produção executiva: Dora Amorim e Thaís Vidal Fotografia: Maíra Iabrudi Arte: André Antonio Montagem: Quentin Delaroche Assistência de direção: Fellipe Fernandes Som direto: Lucas Caminha e Rafael Travassos Desenho de som e mixagem: Nicolau Domingues Direção de produção: Henrique Lapa Colorista: Brunno Schiavon Supervisor de finalização: Alexandre Cristófaro Design gráfico: Pedro Giongo Elenco: Fábio Leal, Mariah Teixeira, Paulo César Freire, Everton Frederic Hermany, Lucas Muniz

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Perifericu

Dirigido por Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira Ficção | SP | 2019 | 20 min

Sinopse Denise e Luz cresceram entre canções de rap, louvores de igreja e passos de vogue. Da ponte para cá, é preciso aprender que o primeiro princípio para poder acessar a cidade é estar viva.

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Sobre a direção Rosa Caldeira, formado em Ciências Sociais, trabalha como gaffer no cinema, multiartista, trans, militante e realizador, sempre juntando ideias para atuar com cultura LGBT e periferia. Busca junto aos seus um re-olhar sobre a imagem de experiências faveladas em primeira pessoa. Acredita que o nois por nois é revolucionário. Stheffany Fernanda, metida em fazer filme, DJ por acaso, estudando a América Latina e fazendo historia nas horas vagas. Em 2017 se formou em Técnica de Produção de Áudio e Vídeo, onde descobriu seu grande amor, o audiovisual e o processo de cura pela arte. No mesmo ano ingressou na UNILA, onde faz, sempre com um sorriso no rosto, peripécias pela Tríplice Fronteira. Vita pereira, multiartista, travesti e produtora cultura. Formada em Pedagogia e Teatro. Possui diversos trabalhos no Cinema, Artes visuais, teatro, educação, moda, entre outros.Vive atualmente nas encruzilhadas do interior de São Paulo e capital. Nay Mendl é cineasta periférico, transmasculino, cria da periferia de São Paulo e graduando em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana. É diretor, diretor de fotografia e montador, com seus estudos voltados para as representações de corpos dissidentes e periféricos no cinema contemporâneo e busca com seu trabalho descolonizar narrativas, em seu corre pelo pelo cinema periférico lgbt latino-americano.

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Ficha técnica Maloka Filmes Apresenta Elenco principal: Ingrid Martins e Vita Pereira Direção: Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira Ass.Direção Giovanne Faccio Continuísta: Luane Maciel Roteiro: Winnie Carolina, Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira Produção Executiva: Nayana Ferreira e Wellington Amorim Dir Fotografia: Nay Mendl, Rosa Caldeira e Wellington Amorim Produção: Nayana Ferreira, Lucas Neves, Lara Fratucci, Mariana Revoredo e Stheffany Fernanda Dir Arte: Bruna Lima Co-Dir de Arte: Bea Gerolim Ass Arte: Luane Maciel e Tawane Silva Beauty: Magô Tonhon e Rafa da Cruz Figurino: Nayla Tebas e Victor Maximiliano Direção Som: Evelyn Santos Microfonista: Juliana Santana Estágio Som: Augusto Malaman Chefe Elétrica: Stephanie Modesto Assistente Elétrica: Georgia Niara Color Grading: Elirone Rosa e Cláudia Rossatti Montagem: Samya Carvalho e Rosa Caldeira Ass Montagem: Kelly Carvalho Desenho de Som e Mixagem: Alandson Silva Ass de desenho de som: Carô Petersen Still: Bernardo Enoch Elenco principal: Ingrid Martins e Vita Pereira Elenco por ordem de aparição: Audre Verneck - Ela mesma Isma de Almeida - Ela mesma Natt Maat - Ela mesma Manauara Clandestina- Ela mesma Eros Prado- Boy da balada 1 Fernando Alves- Boy da balada 2 Thaline Mendes - Patricia da balada Mc ID - Mlk da bike 1 Guilherme Barbosa - Mlk da bike 2 Ayron Nogueira - Dente Neon Cunha - Maristela Maria Teresa Cruz - Locução televisão Momô de Oliveira - Terezinha Miriam Lima - Rose Sodré Sorriso - Marreteiro 1 Lorran Lopes - Marreteiro 2 Mana Black - Ela mesma Jade Quebra - Ela mesma Dany Lakabel - Ele mesmo

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Abjetas 288 Dirigido por Júlia da Costa e Renata Mourão Ficção | SE | 2020 | 20min

Sinopse Em um futuro distópico, Joana e Valenza fazem uma jornada à deriva por uma cidade nordestina. Através da música eletrônica e trilha ruidosa, as personagens nas andanças pelas ruas, performam o que sentem enquanto vivem nessa sociedade tentando entendê-la. Abjetas 288 trata sobre territorialidades, identidades e meritocracia, tudo com um tom irônico e se utilizando de elementos alegóricos que dialogam com a história popular de Aracaju.

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Sobre a direção Renata Mourão, 26 anos nascida em São Paulo, e vivendo em Aracaju (SE) desde a infância, graduanda em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Sergipe. Realizou assistência de produção no documentário “O Muro é o Meio” (2014) de Eudaldo Monção; Co-dirigiu e co-roteirizou os curta-metragens “Ruínas” (2014) e “Mini Cosmos” (2015), ambos disponíveis em plataformas online. Em 2018 foi assistente de produção em “À Deriva” de Clara Bueno. Atualmente está realizando a distribuição de seu próprio trabalho de conclusão de curso com o curta-metragem ficcional distópico “Abjetas 288” em parceria com Júlia da Costa, onde ambas co-dirigiram, roteirizaram e montaram em meio a este ano caótico que foi 2020. Júlia da Costa Pereira, 27 anos, nascida em Curitiba (PR), atualmente reside em Aracaju (SE), realizando sua graduação na Universidade Federal de Sergipe. Em 2018 fez mobilidade acadêmica na Universidade Federal Fluminense, onde estudou dois períodos e teve a oportunidade de fazer parte da equipe do filme “Prisma” (Rio de Janeiro, 2018) dirigido por DeBeija, sendo assistente de produção de objetos e co editora do curta-metragem que foi feito a partir do edital Elipse. Em Aracaju co escreveu e co dirigiu o curta-metragem ‘Era pra ser o nosso road movie’ (Aracaju, 2019) em parceria com Carolina Timoteo, Clecia Borges e Luxas Menezes, que ganhou o terceiro lugar na Semana paulistana de curta-metragens do Centro Cultural Vergueiro (CCSP); dirigiu e realizou o videoclipe ‘Bile’ de Clara de Noronha (Aracaju, 2018); dirigiu e fez a direção de arte do videoclipe ‘Conto do Vigário’ (Aracaju, 2016) em parceria com Bruna Noveli e Cend Luara; como cenógrafa e produtora de objetos, atuou no curta-metragem “Amparo” (Aracaju, 2019), dirigido por Lilian Sarah e Dominique Mangueira. Atualmente está trabalhando na distribuição do curta-metragem Abjetas 288, projeto que escreveu, dirigiu e montou em parceria com Renata Mourão. Em 2020 foi contemplada pelo edital da lei Aldir Blanc com o projeto A Barbie Careca e está trabalhando na sua pré-produção.

Sobre a produção Nascido no semiárido baiano e radicado em Sergipe, Neto Astério se desdobra como realizador e pesquisador audiovisual nas áreas de direção, produção, roteiro e montagem. Desde 2015 têm feito curtas-metragens que tensionam discussões sobre corpo, território, identidade e memória.

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Ficha técnica Direção: Júlia da Costa e Renata Mourão Assistência de direção: Lilian Sara Direção de Fotografia: Bruna Noveli Assistência de Fotografia: Cend Laura, Clécia Borges e Caio Augusto Direção de Arte: Carolina Timoteo Figurino: Mariana Veloso, Isabella Kassan, Deborah Gonçalves e Izadora Sobral Cenografia: Juno e Layla Bomfim Produção de Arte: Amanda Fletcher e Isabella Kassan Produção de Objetos: Deborah Gonçalves, Juno e Layla Bomfim Artes Gráficas: Layla Bomfim, João Marques e Mariana Veloso Cabelo: Gustavo Miranda, Juliana Santana e Isabella Kassan Maquiagem: Pretafromake, Isabella Kassan e Derek Profile Direção de Som: Clara Cavalcante Bueno Assistência de som: Kleverton Souza e Silverman Trilha Sonora: Janaína Disfalq, Danilo Grilo, Deniel Diniz, Thiago Samadhi e Adam Lucas Viana Mixagem e desenho de som: Adam Lucas Viana Direção de Produção: Neto Astério Assistência de produção: Larissa Lima Produção Executiva: Filipe Cruz Produção de Set: Theresa Menezes, Lucas Menezes e Kaippe Reis Continuísta: Carolen Meneses Montagem Júlia da Costa e Renata Mourão Preparação de Elenco: Diane Veloso, Marcia Baltazar e Jonathan Rezende Elenco: Débora Arruda interpreta Joana Dandara Fernandes interpreta Valenza Jeane Menezes interpreta Véia do Shopping Ada Viana interpreta Véia do Shopping Maria Tereza Xavier interpreta Bettina Daniel Quintiliano interpreta Homem sem nome Gustavo Miranda interpreta Policial Tinho Torquato interpreta Camelô Fortes Silva interpreta Motorista de Lotação Pedro Felipe, Carolina Santos, Fortes Silva e Igor Galvão interpretam Figurantes

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Os Últimos Românticos do Mundo Dirigido por Henrique Arruda Ficção | PE | 2020 | 22min50s

Sinopse 2050. O mundo como conhecemos está prestes a ser extinto por uma nuvem rosa. Distante do caos urbano, Pedro e Miguel só buscam a eternidade

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Sobre a direção Diretor, Roteirista, e Diretor de arte, Henrique Arruda é natural de Recife (PE), e acumula em sua trajetória a realização de 4 curtas-metragens autorais. Sua obra mais recente, Os Últimos Românticos do Mundo (2020), viabilizada pelo 11º FUNCULTURA Audiovisual, teve estreia nacional durante a 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), e première internacional no 17º IndieLisboa (POR), em agosto. Juntas, suas obras somam mais de 30 prêmios, e participações em mais de 100 janelas ao redor do mundo, incluindo importantes vitrines, como: 17º IndieLisboa (Portugal); 5º Festival Internacional Cine Por Los Derechos Humanos Bogotá (Bogotá, Colombia); 29º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo - Curta Kinoforum (São Paulo, SP); 22º e 23º Festival de Cinema de Tiradentes (Tiradentes / MG); 24º e 28º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade; 19º Goiânia Mostra Curtas (Goiânia / Goiás); 1ª Mostra SESC de Cinema; 9º Curta Brasília (Brasília, DF); 15º SHORTS MÉXICO - Festival Internacional de Cortometrajes de México (Ciudad de México, MÉXICO); 39º Uppsala Short Film Festival - (Uppsala, SUÉCIA); e 8º FRAPA 2020 - Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre (Porto Alegre, RS).

Sobre a produção Realizadora, Produtora e diretora da Tarrafa Produtora, situada em Recife, PE, e atuando nas áreas de Audiovisual, Música e Literatura, colaborando em projetos de artistas locais diversos. No Audiovisual, trabalha na administração de projetos, produção e produção executiva, tradução e legendagem, além da distribuição de curtas metragens.

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Ficha técnica Filmes de Marte, Portela Produções, Tarrafa Produções; Governo do Estado de Pernambuco, Fundação do Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco (FUNDARPE) e Secretaria de Cultura, via 11º FUNCULTURA / AUDIOVISUAL Roteiro e Direção: Henrique Arruda Produção Executiva: Anna Andrade e Adriano Portela Direção de Produção: Anna Andrade Assistente de Produção: Thays Melo Platô: Jairo Dornelas Assistente de Platô: Thyerry Medeiros Assistente de Direção e Continuista: Diego Lima Direção de Fotografia: Breno César 1º Assistente de Câmera: Junior Siqueira 2º Assistente de Câmera: Sylara Silvério Chefe de Maquinária e Elétrica: Marco Broa Assistente de Elétrica e Maquinária: Alex Sandro Still: Bárbara Hostin Direção de Arte: Carlota Pereira Produção de Arte: Germana Glasner Cenografia: André Calado Cenotécnico e contra regra: Diogo Vitor Assistente de cenografia e cenotécnica: Cleidson Oliveira Ilustrações: Laura Pascoal e Marcílio Nóbrega Som Direto: Catharine Pimentel Microfonista: Phelipe Joannes (Cabeça) Mixagem de Som: Felipe (Mago) Andrade Figurino: Maria Esther Albuquerque Assistente de Figurino: Camilina Maquiagem: Condessa Cabalista Logística de Arte / Figurino: Palas Camila Montagem e Finalização: Sylara Silvério Logger / Assistente de Montagem: Erlânia Nascimento Equipe Portela Produções: Antônio Valença e Elle Moon Cattering: Daniel Bastos Motorista: Maurício Medeiros Tradução (ESP): Diego Breno Tradução (ENG) e Consultoria Criativa: Matheus Arruda Trilha Sonora: Creative Commons, agradecimentos especiais a Alessandro ABOBO pela faixa “Nightdrive Overdrive (Road To The Pool Party)” Casting: Maria Laura Catão APOIO: Mistika, ABOBO, Coletivo Sexto Andar, Chapola Filmes, Nahsom Filmes, Natália Galdino Espaço Beleza, Nove Filmes e Cobogó Espaço de Artes. Elenco: Mateus Maia, Carlos Eduardo Ferraz, Gilberto Brito, Sóstenes Fonseca, Sharlene Esse, Raquel Simpson, Odilex Lins, Suelanny Carvalho e Andreia Valois.

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Papinha de Goiaba Dirigido por Tiago Fonseca

Ficção | RJ | 2019 | 15min

Sinopse Um conto de fadas sobre a homofobia na infância.

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Sobre a direção e produção Produtor, Diretor e Roteirista do curta Seco. Produtor, Diretor e Roteirista do curta Tarântula - selecionado para o festival Curta Cinema 2019. Produtor, Diretor e Roteirista do curta Papinha de Goiaba.

Ficha técnica Roteiro e Direção: Tiago Fonseca Ass. de Direção: Isabela Lins Direção de Fotografia: Lucas Melo Ass. de Fotografia: Valtecir C. Heckert Direção de Arte: Matheus Seabra e Uli Dile Figurino: Matheus Seabra, Tiago Fonseca e Uli Dile Maquiagem (Natanael): Matehsu Seabra e Uli Dile Maquiagem Drag: Barbara Donatello e Thalytta Illidio. Som Direto: Daniel Fernandes Montagem e Edição de Som: Tiago Fonseca Mixagem: Alexandre Jardim. Colorista: Lucas Melo. Tradução: John Nova Direção de Produção: Rayanne Khalil Produção de Set: Vinicius Romadel Produção Executiva: Tiago Fonseca Elenco: Pedro Marquez, Carlos Cubério e Tiago Fonseca.

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Aonde Vão Os Pés Dirigido por Débora Zanatta Ficção | PR | 2020 | 14min08s

Sinopse Ela percorre os caminhos da adolescência com coragem para viver seus desejos. E no encontro com o inesperado se coloca a correr, confiante em seus próprios pés.

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Sobre a direção Débora Zanatta é mestranda em Cinema e Artes do Vídeo e Bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Estadual do Paraná (FAPUNESPAR). Atua profissionalmente como roteirista, diretora e produtora cultural. Em parceria com Estevan de la Fuente, dirigiu os curtas-metragens Lovedoll (2015); Ocorridos do dia 13 (2016) e Primavera de Fernanda (2018) que recebeu 15 prêmios 5 menções honrosas em 61 seleções em festivais nacionais e internacionais. Aonde vão os pés (2020) é sua primeira direção solo. Desde 2015 é Produtora Executiva do FIDÉ Brasil - Festival do Documentário Estudantil. Em parceria com Camila Macedo, é curadora e cineclubista do Cineclube Solax.

Sobre a produção Gil Baroni é diretor, produtor, roteirista, sócio da produtora Beija Flor Filmes. Sua filmografia apresenta filmes premiados que tratam de questões de direitos humanos, especialmente o universo LGBTQI+.Seu filme mais recente, o longametragem “Alice Júnior”, teve estreia internacional na 70. Berlinale Generation 14plus, e foi vencedor de dezessete prêmios e quatro menções honrosas em festivais no Brasil, EUA, Noruega, Espanha, Itália e Canadá.

Ficha técnica Direção e Roteiro: Débora Zanatta Produtores Associados: Andréa Tomeleri, Fábio S. Thibes e Gil Baroni Assistência de Direção: Camila Macedo e Estevan de la Fuente Direção de Fotografia: Elenize Dezgeniski Direção de Produção: Indianara Zanatta Montagem: Camila Macedo, Natacha Oleinik e Tami Taketani Direção de Arte: Gabriella Olivo Direção de Som e Finalização de Som: Carmen Agulham Maquiagem: Melissa Merlin Finalização de Cor: Lucas Kosinski Elenco: Thalita Maia, Eliane Campelli, Giovanna Negrelli, Rosana Stavis, Marcel Malê Szymanski e Zeca Cenovicz

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Ela que mora no andar de cima

Dirigido por Amarildo Martins Ficção | PR | 2020 | 14min

Sinopse Luzia vira “cobaia” dos doces e quitutes da vizinha confeiteira, Carmem. A amizade evolui para uma paixão platônica, que traz um novo sabor para os dias amargos de Luzia.

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Sobre a direção Amarildo Martins é formado em Produção Cênica, com especialização em Cinema. Dirigiu os curta-metragens “Quarto 411”, “Roupa de Sair” e “Vou tentar te contar como é lá em casa...” e a minissérie “Um Lugar Para Chamar de CEU”. Na equipe de produção executiva, participou de mais de 20 produções, entre elas a série de TV “Contracapa” e o longa-metragem “La Chancha”, coprodução Argentina-Brasil.

Sobre a produção Amarildo Martins é formado em Produção Cênica, com especialização em Cinema. Dirigiu os curta-metragens “Quarto 411”, “Roupa de Sair” e “Vou tentar te contar como é lá em casa...” e a minissérie “Um Lugar Para Chamar de CEU”. Na equipe de produção executiva, participou de mais de 20 produções, entre elas a série de TV “Contracapa” e o longa-metragem “La Chancha”, coprodução Argentina-Brasil.

Ficha técnica Roteiro Alana Rodrigues Direção Amarildo Martins Produção executiva Sandra Costa e Guto Pasko Direção de produção Arnon Nogueira Direção de fotografia Renato Ogata Som direto Lucas Maffini Direção de arte Rô Melink Figurino Gui Almeida Maquiagem Felipe Prochmann e Pedro Laurentino Luiz Montagem Lucas Cesario Pereira Coloristas Daniel Dode e Gustavo Zuchowski Desenho de som Kiko Ferraz e Chrístian Vaisz Mixagem Ricardo Costa Música original Bruno Mad Elenco: Marcélia Cartaxo e Raquel Rizzo

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Meninos Rimam Dirigido por Lucas Nunes Ficção | SP | 2019 | 20min

Sinopse Arthur e Alexandre são amigos de infância. Enquanto um se sente pressionado a dar o primeiro beijo, o outro quer se tornar um grande rapper e gravar seu primeiro clipe. Ao se ajudarem, eles iniciam novas descobertas.

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Sobre a direção Lucas Nunes nasceu e foi criado em São Paulo, SP. Mudou-se para São Carlos em 2017 devido sua formação em audiovisual. Concluiu os estudos na Imagem e Som/UFSCar (2016-2019), onde co-roteirizou o curta-metragem com temática LGBT Casa 2028 (2020), co-dirigiu o curta Segundos (2018) e assumiu o roteiro e direção de Meninos Rimam (2020). Sua experiência e paixão por atuação, ajudou-o a participar de alguns projetos e filmes feitos dentro do curso, além de ingressá-lo na área de preparação de elenco, assumindo essa função nos curtas-metragens Urubu-rei (2019), Casa 208 e no próprio Meninos Rimam.

Sobre a produção Priscila Porto nasceu em São Sebastião do Paraíso - MG e mudou-se para São Carlos em 2016 para ingressar no curso de Bacharelado em Imagem e Som na UFSCar. Atuou como assistente de som em Voël (Sofia Mussolin, 2016) Eu Preciso Te Ver No Fundo dos Meus Olhos (Letícia Gomes, 2018) e como assistente de produção em Segundos (Beatriz Souza e Lucas Nunes, 2018). Também atuou como assistente de som e produção em Rapaz em Amarelo (Lucas Hossoe, 2017). Foi diretora de som em Segundos (Beatriz Souza e Lucas Nunes, 2018) e produtora e diretora de som no curta-metragem Meninos Rimam (Lucas Nunes, 2019).

Ficha técnica Roteiro e Direção: Lucas Nunes 1º Assistente de Direção: Danilo Denardi Produção: Priscila Porto Produção de Set: Priscila Porto e Mayane Nascimento Direção de Fotografia: Ana Caroline de Oliveira e Malu Tinôco Montagem: Ana Caroline de Oliveira e Murilo Morais Direção de Arte/Desenho de Produção/Figurino: Felipe Kuniyoshi e Rafael Bürger Direção de Som ou Desenho de Som, Edição de Som: Priscila Porto e Rafaela Bustamante Trilha Sonora Original: Victor Loturco e Stevan Arte/Id Visual: Malu Tinôco e Gabriel Olsen Mixagem: Sandro Dalla Costa Músicas cedidas por: Stevan Elenco: Marcos Vinicius Maciel e Gabriel Almeida

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Não Me Chame Assim Dirigido por Diego Migliorini Ficção | SP | 2019 | 16min

Sinopse Daniela recebe a notícia de que sua tão aguardada cirurgia de redesignação de gênero foi antecipada, e não consegue pensar em outra coisa. Seu amante, Roberto, tenta dissuadi-la da operação, revelando uma controversa relação que desperta angústias e crises.

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Sobre a direção Formado em Relações Internacionais pela PUC-SP em 2013, entrou para o audiovisual como assistente de direção e criação de Marcelo Galvão, na produtora Gatacine, em São Paulo. Em 2015 conseguiu uma bolsa de estudos para estudar Cinema na FAAP-SP. No mercado, participou de longasmetragens (“A Despedida”, de Marcelo Galvão e “Meio-Irmão”, de Eliane Coster), séries (“3%”, Netflix, “Confissões Médicas”, do canal Discovery e “Mãe Possível”, da Globosat) além de videoclipes e filmes publicitários, principalmente na função de 1º Assistente de Direção, roteirista e Continuísta. Dirigiu os curtas universitários “Delivery” (2017) e “Não Me Chame Assim” (2019), ambos com temática LGBTQ+ e roteiros de sua autoria, realizados através de campanhas de financiamento coletivo.

Sobre a produção A Baixaria Filmes LTDA surgiu como um coletivo de amigos estudantes de cinema da FAAP-SP. Produziu os filmes “Femme” e “Flechas”, de Joana Leonzini, “A Espera”, de Fernanda Dias, “i.T.”, de Tristian Pae, “Delivery” e “Não Me Chame Assim”, de Diego Migliorini.

Ficha técnica Direção e Roteiro: Diego Migliorini Fotografia: Martina Quezado e Pedro Barros Direção de Arte e Figurino: Joana Leonzini Montagem: Fernanda Dias Som: Talissa Gracio Produção: Júlia Bispo Cenografia: Gabriela Rachman Elenco: Leona Jhovs, Marcos Suchara, Kiara Felippe e Valéria Marchi

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Cuscuz Peitinho Dirigido por Rodrigo Sena e Julio Castro Ficção | RN | 2018 | 15min

Sinopse Karol, 27 anos, sempre esteve aos cuidados da tia conservadora. Em sua ausência ele permite se descobrir com a ajuda de um novo amigo.

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Ficha técnica Direção, Roteiro, Dir.de Fotografia e Montagem:Rodrigo Sena e Julio Castro Argumento: Rodrigo sena Preparação de Elenco e Produção Executiva: Arlindo Bezerra Mídias: Nathalia Santana Direção de Arte e Produção: Gustavo Guedes Som Direto: Gustavo Guedes, Fabinho, Jota Marciano Desenho de Som e Mixagem: Jota Marciano Finalização: Rodrigo Fernandes Designer Gráfico: Caio Vitoriano Trailer: Rafael Araújo Música: Luisa e os Alquimistas - Brechó, Conde do Brega - Se Minha Vida é Errada, Igapó de almas - Até Sonhar Tradução: Julian Cola - Inglês, Beatriz Brooks - Espanhol Elenco: Sandro Souza, Hyago Pinheiro, Rodrigo Silbat, Pedro Queiroga, Ênio Cavalcante,Carla Mariane.

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Mostra BRASIL Mostra BRASIL DOCUMENTário DOCUMENTário


ENTRE AS VIVÊNCIAS E PERTENCIMENTOS Laís Lima e Rafael Ribeiro O campo de visão: a vida. O material para a construção da montagem: a vida. O cenário: a vida (cidades, povoados e vilarejos). Os atores: a vida (todas as pessoas e coisas animadas e inanimadas). DZIGA VERTOV

Não é possível falar de si sem considerar os espaços que ocupamos em sociedade. A subjetividade dos corpos LGBTI+ são diretamente afetadas pelas relações sociais, econômicas e culturais. Pensando nisso, a Mostra Brasil Documentário traz uma seleção de filmes que contemplam um olhar que tencionam as singularidades dos sujeitos com o seu lugar no mundo. São relatos de vivências como forma de resistência em uma sociedade que cobra da população LGBTI+ constantes ponderações acerca de suas existências e uma contínua busca por espaços de pertencimento. Pensar os sujeitos é refletir sobre os espaços. Neste primeiro eixo curatorial que nomeamos como “Espaços de pertencimento” procuramos reunir filmes que ativem o sentimento de fazer parte de algum lugar. Aqui, o cinema documentário opera como forma de registro das relações entre sujeito x espaço, instigando em nós uma reflexão acerca do que é visível e invisível na comunidade LGBTI+ com base em suas experiências de ocupação, resistência, trânsitos e celebrações que perpassam locais de afeto e enfrentamento. São obras que ressaltam relações íntimas e coletivas, são histórias distantes que confluem na busca de um pertencimento sociocultural. O segundo eixo curatorial que batizamos como “Minha vivência é resistência” é formado por filmes que trazem narrativas que exploram as vivências de sujeitos que, através do audiovisual, produzem retratos de resistência pelo interior de suas existências. Entendemos a importância dos documentários em primeira pessoa como dispositivo para se aprofundar relevantes temas sociais de forma pessoalizada. Através dessas subjetividades, o conjunto de

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filmes que apresentamos aqui busca atravessar realidades, revelando os olhares que formam o mosaico de experiências presentes no cotidiano do brasileiro com recorte da diversidade sexual, sejam elas do norte ou nordeste, do sul ou do sudeste. Compõem essa mostra filmes que trazem um mosaico de experiências que enriquecem vivências através de narrativas e estéticas que conectam a linguagem audiovisual com questões que tocam o cotidiano do LGBTI+ brasileiro. Vivências invisibilizadas e muitas vezes fora do alcance até mesmo para pessoas que fazem parte de nossa comunidade, vista a diversidade de olhares que nos une. Aqui, esses olhares se encontram e constroem relações de intervenção, resultados das lutas pessoais de atores sociais que lutam por uma realidade mais igualitária.

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BHOREAL Dirigido por Bernardo de Assis Documentário | RJ | 2020 | 12 min

Sinopse Em meio a uma pandemia onde muitos se encontram vulneráveis, a Drag Queen Gérvasia Bhoreal – vivida pelo professor Lorenzzo Di Padilla – percorre as ruas de São Paulo entregando marmitas, cobertores e abraços.

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Sobre a direção e produção Bernardo de Assis é graduado em Interpretação pelo Instituto CAL de Arte e Cultura e em Direção Teatral pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. No teatro, participou de mais de 10 espetáculos, dentre eles: “1ª Feira Paulista de Opinião” com direção de Cecília Boal; “Escuroclaro” com direção de Diogo Liberano e Vinicius Arneiro; “Sinfonia Sonho” com direção de Diogo Liberano e “BIRD”, com direção de Livs Ataíde. No audiovisual atuou nas séries: “Transviar” (TVE) de Elen Linth; “NÓS” (Canal Brasil) de Anne Pinheiro Guimarães; “Todxs Nós” (HBO) de Vera Egito e Daniel Ribeiro e “Noturnos” (Canal Brasil), de Caetano Gotardo e Marco Dutra. Atualmente faz parte do elenco da novela “Salve-se Quem Puder” de Daniel Ortiz.

Ficha técnica Direção: Bernardo de Assis Roteiro: Bernardo de Assis Produção: Bernardo de Assis Trilha Sonora: Condnash Direção de Fotografia: Bernardo de Assis Câmera: Bernardo de Assis Direção de Arte: Bernardo de Assis Som Direto: Bernardo de Assis Montagem e finalização: Bernardo de Assis Elenco: Lorenzzo Di Padilla (in drag Gervásia Bhoreal)

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à beira do planeta mainha soprou a gente Dirigido por Bruna Barros e Bruna Castro Documentário | BA | 2020 | 13min

Sinopse Através de imagens de arquivo pessoal e reflexões sobre as ambivalências que às vezes se imprimem em relações cheias de amor, “à beira do planeta mainha soprou a gente” apresenta recortes de afeto entre duas sapatonas e suas mães.

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Sobre a direção e produção Bruna Castro é realizadora audiovisual, montadora e diretora de espetáculos performáticos. Graduanda em Bacharelado Interdisciplinar em Artes com concentração em Cinema e Audiovisual, na UFBA. Em 2018 co-dirigiu o curtametragem “Pra Jorrar”, resultado de experimentações em vídeo-performance com Camila Florentino. Em 2020 lançou o curta documental “à beira do planeta mainha soprou a gente”, filme autobiográfico que co-dirigiu com Bruna Barros. Foi integrante do grupo de pesquisa em cinema baiano, vi-Vendo Imagens (2018-2019) e do grupo de pesquisa Poéticas e Narrativas Audiovisuais Contemporâneas (2017-2018), tendo como principal objeto de pesquisa a colaboratividade e afetividade dentro de coletivos audiovisuais baianos. Integra o grupo de experimentos performáticos “Granadás“ e através dele dirigiu os espetáculos “O Grito das Passaranhas” (2016) e “Correnteza” (2019). Natural de Araguaína - Tocantins. Reside em Salvador - Bahia. Bruna Barros é multiartista e tradutora. Duas das várias mãos que fizeram “Amor de Ori” (2017). Produtora do curta-metragem “Pra Jorrar” (2018), co-dirigido por Bruna Castro e Camila Florentino. Duas das quatro mãos que bordaram “à beira do planeta mainha soprou a gente” (2020). Pesquisa e faz Tradução Afrodiaspórica no grupo de pesquisa Traduzindo no Atlântico Negro (UFBA). Mexe com as imagens, com as palavras e com o que mais aparecer.

Ficha técnica Direção: Bruna Barros e Bruna Castro Roteiro: Bruna Barros e Bruna Castro Produção: Bruna Barros e Bruna Castro Fotografia: Bruna Barros e Bruna Castro Som: Bruna Barros e Bruna Castro Montagem: Bruna Barros e Bruna Castro Imagens adicionais: Juh Almeida Música: “Sun Rays Like Stilts”, Tommy Guerrero. Licenciada para o filme por A Train Entertainment. Elenco: Bruna Barros e Bruna Castro

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sangro

Dirigido por Tiago Minamisawa, Bruno H Castro, Guto BR Documentário | SP | 2019 | 7 min

Sinopse Inspirado em uma história real, “Sangro” é a confissão intima de uma pessoa que vive com HIV. Turbilhão de sentimentos. As primeiras sensações. Um filme em animação que busca desmistificar questões que sobrevivem até hoje no imaginário social em relação ao vírus.

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Sobre a direção e produção Tiago Minamisawa Produziu e roteirizou o curta-metragem “”Guida””, de Rosana Urbes, ganhador do prêmio Jean-Luc Xiberras no “”Festival Internacional de Animação de Annecy”” e de 5 prêmios no “”Festival Internacional de Animação Anima Mundi””. Produziu também o curta-metragem “”Um Lugar Comum””, vencedor do grande prêmio do juri no “”Festival internacional de Animação do Uruguai””. Bruno H Castro Roteirizou e produziu o curta-metragem em animação “Guida”, de Rosana Urbes, ganhador de mais de 80 prêmios em festivais no mundo todo; também foi roteirista do documentário “O único com o nome EU” e do longa-metragem de ficção “Depois que você foi”. Guto BR Realizou em 2013 seu primeiro curta-metragem de estudante “”Fuga Animada””, e desde então trabalha como storyboarder e diretor de arte para diversas séries de televisão e longas-metragens, incluindo “”Viajantes do Bosque Encantado”” o novo filme de Alê Abreu, diretor indicado ao Oscar por “”O Menino e o Mundo””.

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Ficha técnica Direção, Roteiro e Produção Executiva: Tiago Minamisawa, Bruno H Castro Co-direção e Animação: Guto BR Argumento e Coordenação de produção: Tiago Minamisawa Inspirado na história real de Caio Deroci Voz: Caioh Deroci Direção de narração: Caio Guerra, Tiago Minamisawa Preparação de voz: Caio Guerra, Tiago Minamisawa, Gustavo Morais Composição, Direção e produção musical: Ruben Feffer e Gustavo Kurlat Piano e instrumentos virtuais: Ruben Feffer Assistente de produção Musical: Rodrigo Custódio Gravação e Mixagem: Carlos Paes e André Tadeu Assistente de gravação: Alison Nazário Edição de diálogos, Sound Design e Foley: Fernando Recchia, Juliana Lopes e Caio Gox Direção Executiva: Flavia Prats Feffer Produção Executiva: Erika Marques Produção: Juliana Calazans Assistente de produção: Beatriz Leoni Pós produção de áudio: Ultrassom Music Ideas Edição: Tiago Minamisawa, Guto Br Animações Stop Motion: Guto Br Direção de Fotografia: Fernando Fernandes Finalização: Bruno Magosso Colorização: Binho Tashiro Imagens do quadro “O Jardim das Delícias Terrenas” de Hieronymus Bosch The Garden of Earthly Delights Reprodução da imagem livre de direitos autorais pelo selo Creative Commons Public Domain Mark 1.0 Assistência de pesquisa: Amanda Parra Traduções Francês: Karina Legrand Traduções Espanhol: Encina Diaz Traduções Inglês: Katia M. Pimentel

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cinema

contemporâneo Dirigido por Felipe André Silva Documentário | PE | 2019 | 5min

Sinopse Eu era bem novo quando fui estuprado pela primeira vez. pensava em contar essa história um dia, a história dessa foto. faltava coragem. se o filme pudesse falar por mim eu conseguiria.

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Sobre a direção e produção Felipe André Silva (Recife, 1991), é cineasta, poeta e curador.

Ficha técnica Direção: Felipe André Silva Montagem: Pedro Queiroz Som: Caio Domingues Elenco: Gustavo Patriota

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Essa Festa é a Minha Vida Dirigido por Ulisses Arthur

Documentário | AL | 2020 | 18min

Sinopse Acompanhando uma madrugada junto à Piteco, personalidade do Recôncavo da Bahia, este filme registra por um outro ângulo a famosa e esperada Festa da Nossa Senhora D’Ajuda, em Cachoeira. A intimidade da conversa, o esmero da maquiagem, os ajustes no figurino… Piteco é aquela que se guarda o ano inteiro para entregarse e abrilhantar os embalos D’Ajuda.

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Sobre a direção Ulisses Arthur é formado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e atua nas áreas de roteiro, direção e coordena projetos de formação artística, social e política através do cinema. Assina roteiro, direção e montagem de seus cinco curtas-metragens. Sua primeira ficção “As Melhores Noites de Veroni” (2017), teve sua estreia no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro passando por festivais como Janela Internacional de Cinema do Recife, Goiânia Mostra Curtas, FestCurtasBh e Curta Kinoforum. Seu documentário “CorpoStyleDanceMachine” foi exibido em festivais como Pirenópolis Doc, Fórum. doc.bh e Curta Brasília. Ganhou o prêmio Mostra Horizontes da Mostra do Filme Livre com distribuição para 66 cineclubes de todo o Brasil. Atualmente dedica-se a distribuição do seu terceiro curta-metragem “Ilhas de Calor” (2019) que estreou no 29º Cine Ceará e ganhou o Troféu Samburá de Melhor Curta-Metragem e melhor direção para Ulisses Arthur no 27º Festival de Cinema de Vitória. Dirigiu o curta-metragem “Encanto Desencanto Encanto” (2020) comissionado pelo Instituto Moreira Salles através do Programa IMS Convida. Seu trabalho mais recente, o documentário “Essa Festa é a Minha Vida” teve sua estreia no 9º CachoeiraDoc. Ulisses Arthur é sócio-fundador da empresa Céu Vermelho Fogo Filmes e atualmente desenvolve “Não Estamos Sonhando”, seu primeiro longa-metragem, projeto que foi selecionado para o 9º BrLab e ganhou os prêmios Incubadora Paradiso 2020 e Desenvolvimento Vitrine Filmes.

Ficha técnica Direção, Fotografia e Montagem: Ulisses Arthur Correção de cor e finalização: Pedro Krull Desenho de som: Emmanuel Miranda Produção: Ulisses Arthur, Pedro Krull e Alê Moretti Elenco: Piteco Freitas, Dila Freitas e Fabiano dos Santos

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Megg - A Margem que Migra para o Centro Dirigido por Larissa Nepomuceno, Eduardo Sanches Documentário | PR | 2018 | 15min

Sinopse Megg Rayara derrubou barreiras para chegar onde chegou. Para ela, seu diploma é um marco importante de uma luta não só pessoal mas, sim, coletiva. Pela primeira vez no Brasil, uma travesti negra conquista o título de Doutora. É a margem que migra para o centro, levando toda sua história consigo.

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Sobre a direção Larissa Nepomuceno é roteirista e diretora cinematográfica, formada em Cinema pelo Centro Europeu, formada em Artes Visuais e bolsista no programa de mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Seu primeiro curta-metragem, o documentário “Megg - A Margem que Migra para o Centro” (2018), recebeu 7 prêmios e 2 menções honrosas em mais de 70 participações em festivais ao redor do mundo. Seu segundo curta-metragem, o documentário “Seremos Ouvidas” (2020), fez sua estreia mundial na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, e já recebeu 4 prêmios e 3 menções honrosas em 40 seleções em festivais até o momento.

Sobre a produção Gustavo Rocha é formado em Cinema pelo Centro Europeu, e fez a produção do curta-metragem “Megg - A Margem que Migra para o Centro”.

Ficha técnica Roteiro: Larissa Nepomuceno Direção: Larissa Nepomuceno Moreira e Eduardo Sanches Produção: Gustavo Rocha Assistência de produção: Sofia Calliari Direção de arte: Lucas Veiga Som: Lucas Teixeira e Carmen Agulham Assistência de som: Ricardo Luiz Direção de fotografia: Eduardo Sanches Assistência de fotografia: Rodrigo Franco Edição: Larissa Nepomuceno Moreira Colorização: Eduardo Sanches e Fabio S. Thibes Produção Executiva: Gil Baroni Elenco: Megg Rayara Gomes de Oliveira

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Hoje eu não fico no vestiário Dirigido por Nicole Lopes

Documentário | PR | 2019 | 12min

Sinopse Não é novidade que o esporte move paixões, especialmente quando se trata de futebol no Brasil. Mas, nem todas as formas de amor são permitidas dentro e fora de campo. Diante deste cenário, o time poliesportivo curitibano, Capivara Esporte Clube, relata as suas experiências no combate a homofobia e na inclusão de homens e mulheres homossexuais no esporte tradicional.

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Sobre a direção Formada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Nicole Lopes atuou como diretora de fotografia no programa cultural, “Se Essa Rua Fosse Minha” e reportagens de televisão “Ancestralidade Brasileira” e “Direitos indígenas à margem”, esse último recebeu menção honrosa no programa GloboLab - Profissão Repórter em 2018. Em 2019 dirigiu e roteirizou o documentário “Hoje eu não fico no vestiário”, que foi selecionado para os festivais: Lift-Off Global Network – First Time Filmmaker Sessions 2020, 8º Festival de Cinema “Curta Pinhais” – Festcine, 3º Festival de Cinema de Rua de Remígio, 3º Transforma – Festival de Cinema de Diversidade de Santa Catarina, 9º Mostra Ecofalante de Cinema, Festivou 2020 – Originou, 14º For Rainbow – Festival of Cinema and Culture of Sexual and Gender Diversity e 3º Mostra Clandestina – Mulheres no Fim do Mundo. Ela também atuou como diretora de arte em 4 curta-metragem e 2 publicidade.

Sobre a produção Guilherme Busato iniciou seu aprendizado na área de edição em 2010, de maneira autodidata através da internet, 9 anos depois iniciou formalmente sua jornada no cinema através do curso anual de Filmmaker da Hollywood Film Academy, no qual é formado. De lá estagiou como bolsista cultural no museu de arte da Universidade Federal do Paraná, no ano de 2020, como editor e coordenador de acessibilidade na produção de conteúdo. Em meio a isso tudo trabalhou como videógrafo na criação de diversos videoclipes e projetos artísticos independentes, nas funções de produtor, editor, roteirista e diretor.

Ficha técnica Direção: Nicole Lopes Produção: Guilherme Busato Direção de fotografia: Carlos Matrix, Sabrina Gües Assistente de câmera: Marilson Guilherme kienteka Som direto: Bruno Bertelli e Jorge Pedraza Assistente de som: Hernando Pedraza Desenho de som: Guilherme Busato Montagem: Guilherme Busato e Nicole Lopes Abertura: Karan Bijur Nair Colo granding e finalização: Sabrina Gües

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Estação Aquarius Dirigido por Fernando Brandão, Flávia Correia, Jairis Meldrado, Levy Paz, Rayane Góes e Ticiane Simões Documentário | AL | 2019 | 13m48s

Sinopse Estamos sob influência da Era de Aquário, era de uma estação que ainda não chegou, mas que nos move a trilhar uma busca por um futuro mais igualitário em defesa da liberdade. Continuaremos resistindo e existindo, lutando contra o autoritarismo. Seguiremos em trânsito, transformando, transgredindo.

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Sobre a direção Fernando Brandão - “Estação Aquarius” (2019) Flávia Correia - “Estação Aquarius” (2019),”O Cortejo” (2020) e “Ainda Te Amo Demais” (2020) Jairis Meldrado - “Estação Aquarius” (2019) Levy Paz - “Estação Aquarius” (2019) Rayane Góes - “Estação Aquarius” (2019) Ticiane Simões - “Estação Aquarius” (2019)

Sobre a produção Produção coletiva.

Ficha técnica Roteiro: Eduarda Samara, Esdras Filipe Almeida, Fernando Brandão, Flávia Correia, Jairis Meldrado, Levy Paz, Rayane Góes, Ticiane Simões, Vitória de Alencar Câmera: Flávia Correia Imagens adicionais: Fernando Brandão Drone: Mayra Costa Produção: Coletiva Som direto: Fernando Brandão, Janderson Felipe, Rayane Góes Desenho de som: Coletivo Montagem: Renata Baracho Colorização e finalização: Paulo Silver Storyboard: Levy Paz Still e design gráfico: Flávia Correia Trilha sonora: Vulgo Br Introdução - Abrindo Caminhos Pendurado Borboletas se Equilibram no Espaço Borboletas se Equilibram no Espaço, Part. Carlos Peixoto Rádio Vírusss #023_ Teto Preto (live) Depoimentos:Elza Evangelista, Flormands, Ísis Florescer, Paula Ramos Performance: Allexandrëa Constantino, Joelma Ferreira Slam: Flormands, Ísis Florescer Ocupa Drag: Coletivo Umbral, Elza Evangelista, Leviathan, Perigou, Penelope Hadid, Taix Mana

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O que Pode um Corpo? Dirigido por Victor Di Marco e Márcio Picoli Documentário | RS | 2020 | 14m45s

Sinopse Um bebê nasce, mas não chora. Um corpo grita e não é ouvido. As tintas que escorrem em um futuro prometido, não chegam em uma pessoa com deficiência. Victor faz de si a própria tela em um universo de pintores ausentes.

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Sobre a direção Formados em Produção Audiovisual, Victor Di Marco e Márcio Picoli são diretores e roteiristas. O último trabalho da dupla, o curta “O que Pode um Corpo?” (2020) estreou no 31º Curtas Kinoforum e segue fazendo carreira nos principais festivais de cinema do Brasil. O filme acumulou mais de 20 prêmios e juntos ganharam prêmios de melhor direção em festivais como MixBrasil, CINEPE e Festival Santa Cruz de Cinema. Atualmente trabalham no desenvolvimento de seu primeiro longa-metragem, Nós a Sós, que participou recentemente do laboratório de roteiro Curitiba_LAB, dentro da 9ª edição do Festival Olhar de Cinema.

Sobre a produção Laura Moglia é estudante de Produção Audiovisual e proprietária da empresa Proa & Popa Produções. Sua inserção no mercado audiovisual começa em 2018, atuando como assistente de produção para o X Festival Internacional de Cinema da Fronteira e no ano seguinte continua atuando como colaboradora do festival. Em agosto de 2019, exerce a função de representante brasileira do longa-metragem internacional “Dos Fridas”, de Ishtar Yasin, selecionado para a mostra competitiva estrangeira do 47º Festival de Cinema de Gramado. No mesmo ano, enquanto realiza estágio no Instituto Estadual de Cinema (Iecine), produz o curta-metragem “O que Pode um Corpo?”, dirigido por Victor di Marco e Márcio Picoli, o filme percorre por festivais em todo o Brasil no ano de 2020, entre eles o 31º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo (Curta Kinoforum), 48º Festival de Cinema de Gramado, entre muitos outros.

Ficha técnica Direção roteiro: Victor Di Marco e Márcio Picoli Produção Executiva: Laura Moglia e Márcio Picoli Produção: Laura Moglia, Márcio Picoli, Aline Gutierres e Victor Di Marco Assistente de direção: Aline Gutierres Direção de Fotografia: Bruno Polidoro Assistente de Fotografia: Caio Rodrigues Assistente de Câmera: Guilherme Zollim Direção de Arte: Valéria Verba Som Direto: Vinícius Cassol Diálogos, Edição e Mixagem de Som: Guilherme Cássio Ambiências, Foley e Sound FX: Jonts Ferreira Finalização e Colorimetria: Juliano Moreira Trilha Sonora: Casemiro Azevedo e Vitório O. Azevedo Montagem: Márcio Picoli e Victor Di Marco Depoimento e Performance: Victor Di Marco Preparação de Elenco: Lorena Longaray Produção de Set: Paula Inácio Making Of: Kevin Ferreira Conceito Visual: Leo Lage Design Gráfico: Laura Moglia Elenco: Victor Di Marco

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Dominique Dirigido por Tatiana Issa e Guto Barra Documentário | RJ | 2019 | 19m

Sinopse Em uma ilha na foz do rio Amazonas, conhecemos Dominique, cuja mãe criou sozinha três filhas transexuais. No caminho para visitar a mãe, Dominique relembra os tempos de prostituição e brutalidade policial que sobreviveu devido ao amor incondicional de sua mãe.

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Sobre a direção Tatiana Issa é diretora e produtora com mais de 40 prêmios internacionais para o longa-metragem ‘Dzi Croquettes’. Tatiana é co-fundadora da Producing Partners e ART DOCS Films e criadora, produtora executiva e diretora de uma série televisiva de grande sucesso, como ‘Destino Com Sabor’ da Food Network, série de documentários da HBO ‘Fora do Armário’ e ‘Pedro Pelo Mundo ‘da GNT. Desde 2011, ela criou mais de 18 séries de TV, incluindo ‘Geografia da Arte’, ‘Nelson 70’ e ‘Dançando na Broadway’.

Sobre a produção A PRODUCING PARTNERS é uma produtora responsável por numerosas séries de sucesso na televisão brasileira como HBO, Food Network, GNT e muitas outras. Especializada em séries de viagens, música e entretenimento com algumas das estrelas mais famosas do Brasil, a empresa foi fundada pelos diretores Guto Barra e Tatiana Issa, que produziram e dirigiram inúmeros documentários e séries de televisão, acumulando uma longa lista de prêmios e elogios.

Ficha técnica Direção: Tatiana Issa e Guto Barra Direção de fotografia: Gustavo Nasr Roteiro e montagem: Giovanan Giovanini Elenco: Dominique e Dona Deca

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MOSTRA MOSTRA FLUMINENSE FLUMINENSE


PARA OLHAR OS LUGARES Márcio Paixão e Thiago Tavares Durante o processo de curadoria desta mostra, fomos seguindo o fluxo do(s) rio(s) e nos deixamos guiar pela seguinte questão: O que há relativo ao estado do Rio de Janeiro na produção de nossos/ nossas realizadorxs LGBTI+? O conjunto das produções realizadas no estado revela-se como filmes de urgência, de guerrilha, que se “atracam” na imediata necessidade de filmar, apesar da falta de políticas culturais sistêmicas e abrangentes que deem subsídios a essas iniciativas e de anos de uma crise econômica e social no estado, que limitam e ceifam as possibilidades de sonho e transformação social. As existências lgbti+ elaboram seus trajetos de vida construídos em territórios, desta forma, os espaços (urbanos e rurais, periféricos e dos centros, espaços institucionais e políticos) atuam na possibilidade de validação e também de exclusão dessas vivências, produzindo assim um conflituoso quadro social necessário para a compreensão do estar no mundo sendo uma pessoa lgbti+. As instituições sociais também podem ser entendidas como espaços, e mesmo alocados em edificações concretas (universidades, escolas, igrejas, residências...), são responsáveis por resguardar e assegurar as normas que regulam e propagam as regras de gênero e sexualidade da vida em sociedade. A partir dessa questão, selecionamos os filmes que dialogam entre si a partir de uma forte noção de territorialidade atrelada às instituições sociais e culturais (família, educação, religião e trabalho). Os filmes aqui contidos expressam o encontro de seus realizadores com os seus lugares. A seleção revela uma pujante diversidade de visões e temáticas, promovendo de maneira interseccional as questões de gênero, raça e classe com as questões territoriais . A relação lugar x filme está presente desde os seus enquadramentos, buscando relacionar seus personagens com o

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espaço em que habitam, funcionando assim como “terreno” dos filmes e de suas narrativas. A posição tomada por esses curtas não nos deixar esquecer que esses personagens não estão suspensos no ar, mas presentes, em constante conexão com os lugares que atravessam suas existências, sejam na em sua dimensão criativa ou como manifestação e materialização de seus desejos sexuais ou afetivos. A dimensão sônica (ruído, música e som) proposta pelos percursos dos personagens dos curtas-metragens desta mostra, também possibilita a criação de um cenário crítico e reflexivo como parte do desenvolvimento de interpretação desses processos sociais que os corpos e agências lgbti+ estão propondo. A vocalização de uma mulher preta lésbica artista ecoando num vagão de trem, ou em um microfone para amplificar e proclamar a sua existência, o ruído das águas de uma cachoeira engendrado compondo a performance do corpo transgênero/travesti, o som dos carros, ônibus e pedestres incutindo o sentimento afetivo de um relacionamento homossexual, as simultâneas vozes em uma sala de aula da periferia refletindo sobre questões de gênero no esporte, são alguns exemplos contidos nesses filmes, e por isso fazem parte dessa seleção. Portanto, o que propõe essa mostra é justamente um mapeamento dos filmes realizados por pessoas lgbti+ fluminenses que complexificam a maneira como o espaço/território interfere no seu estar no mundo.

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As Canções de amor de uma bixa velha Dirigido por André Sandino Costa Documentário | RJ | 2020 | 22min

Sinopse Uma conversa sobre o tempo: O envelhecer do homem negro gay retratado por Márcio Januário a partir do seu espetáculo homônimo As canções de amor de uma bixa Velha.

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Sobre a direção André Sandino Costa Cineclubista e cineasta, atua como curador e programador de festivais de cinema como o Visões Periféricas e dá aulas em oficinas de formação audiovisual com Cinemaneiro e Cinema em Movimento. Como cineclubista co-fundou e coordenou o mítico cineclube Beco do Rato, cineclube que na segunda metade dos anos 2000 marcou uma geração no bairro da Lapa, Rio de Janeiro. Também é cofundador dos cineclubes Cinema & Rock na Baixa do Sapateiro , Complexo da Maré e Unidos na Gambiarra, cineclube realizado no ano de 2017 no extinto Tempo Glauber em Botafogo. Como diretor em cinema realizou nove filmes de curta metragem e um longa ainda em fase de finalização.

Ficha técnica Roteiro,Direção e Montagem:André Sandino Costa Fotografia e Câmera : Paulo César Som direto: André Sandino Costa e Diego Armando de Oliveira Designer: Ana Moura Elenco: Márcio Januário e Vitor Trope

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Para todes

Dirigido por Samara Garcia, Victor Hugo e equipe Documentário | RJ | 2020 | 13 min

Sinopse Futebol é para todes? Os alunes da Escola Municipal Adalgisa Nery, localizada no bairro de Santa Cruz, Rio de Janeiro, embarcam numa aventura para mostrar ao mundo que é necessário romper com muros visíveis e invisíveis. Estes, acabam impossibilitando na maior parte das vezes pessoas com necessidades especiais, LGBT’S, mulheres e entre outros grupos de participarem de partidas de futebol. No linguajar deles, mesmo que a partida seja à brinca ou a vera, há uma intensa disputa para saber o vencedor.

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Sobre a direção A diretora Samara Garcia e Victor Hugo puderam rodar pela primeira vez um filme a partir do projeto #CinEscola

Sobre a produção A aluna Priscila Ebbo pode rodar pela primeira vez um filme a partir do projeto #CinEscola

Ficha técnica Direção: Samara Garica, Victor Hugo Soares e equipe; Assistente de Direção: Tayssa Buçard,Samara Garcia; Pesquisa: Victor Hugo Soares, Henry Guilherme, Elmo Oliveira, Ana Vitória, Breno Afonso, Samara Garcia, Igor Rickson, Tayssa Buçard, Priscila Ebbo; Produção: Ana Vitória, Tayssa Buçard, Priscila Ebbo; Roteiro: Victor Hugo, Tayssa Buçard, Breno Afonso, Ana Vitória; Fotografia: Ana Vitória Ferder; Som: Henry Guilherme; Montagem: Gabriela Dyminski; Direção de Fotografia: Henrique Patuá e Cecilia Vaz; Elenco: Tayssa Buçard, Samara Garcia, Breno Afonso, Victor Hugo, Priscila Ebbo, Ana Vitória, Daniele Menezes, Annie Gabriele, David Lucas, Elmo Oliveira, Ana Carolina, Ana Clara Nunes, Keilane, Luiz Henrique, Dian Lucas, Jonathan, Tarsila, Laiza, Igor Rickson, Marlon,Guilherme, Beatriz, Karine, Henry Guilherme , Kauã Batista;

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Educação Travesty Direção colaborativa/coletiva Ficção | RJ | 2018 | 9min

Sinopse PABLLO VITTAR É NOMEADA MINISTRA DA EDUCAÇÃO DO GOVERNO LULA.

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Sobre a direção Direção colaborativa/coletiva.

Sobre a produção Anarca Filmes, produção colaborativa/coletiva.

Ficha técnica Direção: colaborativa/coletiva. Produção: Anarca Filmes, produção colaborativa/coletiva. Elenco: BIANCA KALUTOR

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MC Jess Dirigido por Carla Villa-Lobos Ficção | RJ | 2018 | 20 min

Sinopse Jéssica encontra na arte uma forma de se expressar e superar suas inseguranças.

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Sobre a direção Nascida e criada no subúrbio do Rio de Janeiro, Carla Villa-Lobos é formada em Comunicação Social - Rádio e TV pela UFRJ e tem sete anos de experiência como assistente de direção em séries de tv, longas e curtas-metragens. Como diretora realizou dois curtas que abordam diferentes aspectos das sexualidades das mulheres, “Mercadoria” e “MC Jess”, tendo participado também do roteiro e da montagem. Atualmente se arrisca nas artes visuais e estuda novas formas para alargar sua pesquisa, dedicando-se à criação de novos imaginários e visibilidades, à reapropriação ou reafirmação de símbolos designados às mulheres lésbicas.

Sobre a produção Produtora dos curtas-metragens Nova Redenção (2019), MC Jess (2018) e Mercadoria (2017), exibidos em mais de 100 festivais e mostras nacionais e internacionais. Tem experiência em séries, longas e videoclipes. Em seus trabalhos lida com temáticas relacionadas à promoção dos direitos humanos e da diversidade. É uma das produtoras do longa documentário Sementes (2020), sobre a insurgência de mulheres negras na política após a execução de Marielle Franco. Também é uma das organizadoras do Fluxo Cineclube, que organiza sessões de curtas-metragens independentes em escolas da rede pública de ensino no Rio de Janeiro e Baixada Fluminense.

Ficha técnica Direção, roteiro e montagem: Carla Villa-Lobos Produção Executiva: Julia Araújo Produção: Julia Araújo, Guinevere Gaspari e Manuella Braz Direção de Fotografia: Andressa Guerra Direção de Arte: Fernanda Martins Figurino: Bella Cardoso Som direto: Mariana Graciotti e Pedro Moraes Correção de Cor: Juliana Muniz Edição de Som: Raquel Lázaro Elenco: Carol Dall Farra, Vitória Régia da Silva, Fernanda Dias, Anna Vieira, Altair Rodrigues, Christian Santos, Vinicius Alves e Gustavo Luz Entrevistadas: MC Martina, Geise Gênesis, Brenda Lima e Carol Dall Farra

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A Neta de Cibele

Dirigido por Nicole Terra Carvalho Documentário | RJ | 2020 | 11min26s

Sinopse Cibele de Souza Pimentel e Nicole Alice Carvalho de Souza. Avó e neta. Nicole decidiu sair de casa para descobrir mais de si. Cibele a esperava voltar de braços abertos. Hoje, em meio à pandemia de Covid-19, ambas contam como o respeito, a cumplicidade, o carinho e o amor não só salvaram relação das duas mas também a vida de uma mulher idosa e de uma mulher trans.

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Sobre a direção e produção Criação. Se eu pudesse escolher algum poder para refletir meus 22 anos de vida, escolheria esse. Passei a vida criando: novas histórias, novos mundos, personas e até identidades. Algumas, demonstrei nos palcos e câmeras; outras, em papéis e telas. Crio não somente para mostrar novos pontos de vista e realidades, mas também para montar o mosaico que é minha própria vida.

Ficha técnica Nicole Terra Carvalho e Fernando Fhiaroni Ghiaroni Elenco: Nicole Terra Carvalho e Cibele Pimentel

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L.G.BAIXADA.T Dirigido por Artur Fortes

Documentário | RJ | 2019 | 20 min

Sinopse Lorrane é uma jovem bissexual, moradora da Baixada Fluminense. Acompanhando um dia na vida de Lorrane, intercalando com depoimentos de pessoas LGBTs que também residem na Baixada, chegamos ao seguinte debate: o que há de diferente no cotidiano de uma pessoa LGBT em comparação com o de qualquer outra pessoa? ​ L.G.Baixada.T. se propõe a responder essa pergunta.

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Sobre a direção Artur Fortes, cineasta belforroxense. Dirigiu cinco filmes “LGBAIXADAT”, “Buraco”, “Ameno” e “novo sábado ou natureza morta, projeção sobre tela”. Trabalha na produtora Baixada Cine e com ela foi instrutor do curso cinema de pedreiro, nome esse dado pelo grupo por conta do tipo de cinema que fazem.

Sobre a produção Beatriz Rodrigues é produtora responsável pelo desenvolvimento e execução de projetos no BaixadaCine. Cria de Belford Roxo e Bacharelanda em Produção Cultural pelo IFRJ Nilópolis.

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Copacabana Madureira Dirigido por Leonardo Martinelli Documentário | RJ | 2020 | 18 min

Sinopse Eleições presidenciais. Notícias falsas. Prazeres e dores pelos bairros da cidade. Brasil, século XXI.

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Sobre a direção Leonardo Martinelli é diretor, roteirista e produtor. Fez os filmes Vidas Cinzas (2017), Lembra (2018) e Copacabana Madureira (2019). É mestrando em Comunicação Social, graduado em Cinema/Audiovisual e técnico em Roteiro para Mídias Digitais. Seus curtas foram exibidos em mais de duzentos festivais de cinema e museus em todo o mundo, tendo ganho mais de quarenta prêmios em diversos continentes. Em 2018, foi premiado no Festival do Rio, um dos mais importantes eventos de cinema da América Latina. Em 2020, através de uma votação entre diversos críticos, Leonardo Martinelli foi selecionado como um dos Top 10 Novos Cineastas Brasileiros pelo portal Papo de Cinema.

Ficha técnica Direção e Roteiro: Leonardo Martinelli Produção: Francisco Vasconcelos, Leonardo Martinelli, Nicolas Bezerra, Rafael Lopes Cesar Montagem: Pedro de Aquino Direção de Fotografia: Sofia Leão, Leonardo Martinelli Som Direto: Caio Vasconcelos, Mariana Isis Edição de Som: Caio Vasconcelos Mixagem de Som: Roberto Crivano

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Adeus Estrada de Tijolos Amarelos Dirigido por Hiran Matheus Ficção | RJ | 2018 | 19min

Sinopse Ícaro chega em outra cidade para tentar a vide como operador de telemarketing e quando sai à noite se encanta por outro rapaz. Inspirado em uma canção de Elton John e filmado com um smartphone.

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Sobre a direção Graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense (2017) e atualmente mestrando do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual, PPGCine, também pela UFF. Durante a graduação, Hiran Matheus se dedicou a realização de curtas-metragens, tendo diversas exibições com seus filmes pelo Brasil e em países como Israel, Colômbia, China, Equador, México, Reino Unido e Estados Unidos e Rússia, no tradicional festival universitário GERASIMOV. Sua atuação como curtametragista em maior parte se deu através de câmeras de celular, que é tema de suas pesquisas, práticas, didáticas e interesses.

Ficha técnica Direção e Roteiro: Hiran Matheus 1o Assistente de Direção: Amina Nogueira 2o Assistente de Direção: Júlia Couto Continuidade: Victor Rodrigues Direção de Produção: Sérgio Magraner e Paula Larcerda Produção Executiva: André Marinho, Hiran Matheus e Sérgio Magraner Produção Associada: Francisco Araújo, Gizelle Santos e Hugo Moura Assistentes de Produção: Pablo Mastrangelo e Renato Schuenk Platô: Gabriel Milagres e Victor Diório Direção de Fotografia: André Marinho 1o Assistente de Câmera: Charbel Selwan 2o Assistente de Câmera: Lucas Badini Gaffer: Mariana de Melo Assistente de Elétrica: Rafael Beppu Direção de Arte: Júlia Cupolillo e Sérgio Magraner Assistentes de Arte: Clara Gervásio e Duda Gambogi Maquiagem: Caroline Buranelli e Duda Gambogi Som Direto: Roger Troncoso Montagem: Pedro de Alencar Elenco: Danilo Araújo e Hugo Moura

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Escritas ao entorno da carne Dirigido por Sumé Aguiar

Ficção | BA | 2020 | 19min53s

Sinopse Filme que compartilha escritas sobre os diferentes posicionamentos das corporalidades em meio a cidade e mata. Formas e questionamentos acerca da criação de memórias e desdobramentos da subjetividade. Procura por outros meios de estímulos.

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Sobre a direção Graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense (2017) e atualmente mestrando do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual, PPGCine, também pela UFF. Durante a graduação, Hiran Matheus se dedicou a realização de curtas-metragens, tendo diversas exibições com seus filmes pelo Brasil e em países como Israel, Colômbia, China, Equador, México, Reino Unido e Estados Unidos e Rússia, no tradicional festival universitário GERASIMOV. Sua atuação como curtametragista em maior parte se deu através de câmeras de celular, que é tema de suas pesquisas, práticas, didáticas e interesses.

Ficha técnica Direção, roteiro e montagem: Sumé Aguiar Assistência de roteiro e montagem: Anis Yaguar Câmera: Anis Yaguar, Loren Minzu, Tuca Mello e Sumé Aguiar. Elenco: Anis Yaguar, Bruno Magliari, Giulia Maria Reis, Lucax Matede, Loren Minzu, Tuca Mello e Sumé Aguiar

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Dias

Dirigido por Sumé Aguiar Ficção | RJ | 2020 | 7min

Sinopse Isolado em casa, um homem tem como único contato com o mundo externo mensagens que recebe pelas mídias sociais. Os dias passam e as janelas, portas e paredes, que antes eram a sua proteção, se transformaram num labirinto de emoções represadas. Os anseios, medos, o humor e a rebeldia ecoam na repetição dos dias e nas cores das incertezas.

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Sobre a direção e produção Paulo César é jornalista e fotógrafo do curta experimental CoroAção (2019) De Luanah Arah e Juciara Awo e do documentário “As Cancões de Amor de Uma Bixa Velha, de André Sandino Costa (2020). “Dias” é a sua primeira experiência como diretor.

Ficha técnica Direção: Paulo César Roteiro: Paulo César e Luan Capelatto Fotografia: Paulo César Montagem e Edição de Som: Luan Capelatto Assistente de Edição de Som: Diego de Oliveira Correção de Cor: Luan Capelatto Design: Paula Schuabb Trilha: “Dias” de Vinícius Leal Elenco: Márcio Januário

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MOSTRA OSTRA M ATRAQUE: TRAQUE: A TRAJETÓRIAS AJETÓRIAS TR TRANS/TRAVESTI TRANS/TRAVESTI NO CURTA CURTA DOCUMENTÁRIO DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO BRASILEIRO


CORPOS EM REGISTRO, CORPOS EM RISTE Márcio Paixão e Thiago Tavares O objetivo da mostra é apresentar as trajetórias das pessoas transgêneros e travestis representadas / autorrepresentadas no curta documentário brasileiro a partir da segunda década dos anos 2000 e a guinada para a libertação de seus corpos e manifestação de suas existências em filme. Esse recorte de tempo está alinhado diretamente tanto com os sentidos e ações produzidos pelo acesso às novas tecnologias, que digitalizaram os modelos de produção audiovisual (proporcionando uma amplitude de novas vozes) quanto ao desenvolvimento de algumas políticas públicas e ações afirmativas para o setor que atuaram para fazer surgir na produção brasileira, existências e resistências de outros corpos, proporcionando assim algum movimento (ainda incipiente e atualmente sofrendo retrocessos) orientado pela equidade de gênero, raça e classe na produção, distribuição e exibição de filmes pelo país. O que se revelou foi um gama importante de curtas-metragens que se valeram do documentário para iluminar essas vivências insurgentes, registrando as reflexões e as lutas por emancipação de sua corporalidade perante uma sociedade heteronormativa e transfóbica. O cinema documentário se revela como um dispositivo de(re)invenção criativa e sensível do real. Da mesma maneira que os filmes aqui apresentados documentam os processos criativos, estéticos e sociais de reinvenção desses corpos e sua relação com seus mundos. Sendo assim, a MOSTRA ATRAQUE: TRAJETÓRIAS TRANS/TRAVESTI NO CURTA DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO apresenta um mosaico de histórias de vida, e revelam as múltiplas e complexas possibilidades de existir da pessoa trans/travesti, deslocam perspectivas a partir

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da ideia não-fixa sobre corpos e gêneros e suas (des) construções, se posicionam de maneira ativa enquanto personagens, com participação ativa na elaboração narrativa dos próprios filmes, estabelecendo um jogo de cena entre o documentarista e o documentado, manifestam a transexualidade masculina (ainda pouco representada) enquanto declaração de viver e dar a ver, expressam a intersecção entre raça, gênero e etnicidade a partir de suas dores e afetos, e nos apresentam a relevância da autorrepresentação enquanto emergência e da construção de uma cinematografia dessa categoria social e política de sujeita/ sujeite/sujeito que se postulam na vida e se enunciam pelo cinema e sua potencial arca de atraques dissidentes.

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TAILOR Dirigido por Calí dos Anjos

Documentário | RJ | 2017 | 9min47s

Sinopse Tailor é um cartunista transgênero que compartilha em sua página na internet experiências de outras pessoas trans e seus desafios dentro da sociedade. Um documentário animado sobre pessoas trans, feito por pessoas trans.

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Sobre a direção Calí dos Anjos é montador com habilidades em motion design e direção. Trabalha principalmente na indústria cinematográfica e audiovisual. Escreveu e dirigiu Tailor, selecionado em mais de 140 festivais em 2017, entre eles: Anima Mundi, Uppsala International, Curta Cinema, Dok Leipzig, Queer Lisboa (“Prêmio do Público”), Festival de Gramado (“Prêmio Melhor Diretor”) e o Festival de Cinema de Tampere. Montou o filme Gare Aux Coquins dirigido por Jean Costa, produzido pela G.R.E.C. com o apoio do CNC, selecionado no Festival Du court métrage de Clermont-Ferrand e no Premiers Plans. Montou também a série Drag-Se, veiculada no Canal Brasil, e também o piloto da série Drag-Se Summer House (“Prêmio Melhor Piloto de Entretenimento” no Festival Internacional de Audiovisual do Rio de Janeiro). Tem formação em Cinema e Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJBrasil) e em Cinema pela New-York Film Academy.

Ficha técnica Direção; Calí dos Anjos Fotografia: Bia Marques Roteiro: Calí dos Anjos, Debora Guimarães Direção de Arte: Raissa Laban Animação: Raissa Laban Ilustração: Alexis Auler, Andrea Garcia, Bruno Biolchini, Caio Santos, Calí dos Anjos, Camila Fernandes, Claudia Bolshaw / N.A.D.A Puc-Rio, Felipe Pinheiro Araujo, Isabella Guaríglia, Jonathan Menezes, Lara Pogrebinschi, Marina Ávila, Marina Barrocas, Matheus Amorim, Mei Klein, Melissa Matos, Nicole Schlegel, Raissa Laban, Sarah Karine, Stephany Trindade Produtora Associada: Suma Filmes Montagem: Vinicius Nascimento

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MAJUR

Dirigido por Íris (Rafael Irineu) Documentário | MT | 2018 | 19min37s

Sinopse Majur é porta-voz e responsável pela Chefia de Comunicação em uma comunidade no interior de Mato Grosso.

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Sobre a direção Íris tem formação em Comunicação Social pela Universidade Federal de Mato Grosso. Tem dois curta-metragens autorais que testemunham o Rio Vermelho, na cidade de Rondonópolis-MT. Em 2019 recebeu o Prêmio RAD da Rede Argentina de Documentaristas pelo curta-metragem “Majur”, também recebeu a indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Na fotografia, participou de nove exposições coletivas e foi bolsista por dois anos no Cineclube Coxiponés. Fez a direção de fotografia de cinco curta-metragens e do longa documental “Missivas” gravado no Brasil e no Chile. Com passagens por laboratórios ICUMAM Lab, MT Lab.

Ficha técnica Direção, Fotografia e Montagem: Íris (Rafael Irineu)

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LUA

Dirigido por Rosa Miranda Documentário | RJ | 2017 | 6min14s

Sinopse Realizado em novembro de 2017, durante o Festival 72 horas, de forma totalmente independente, com a ajuda de alguns apoiadores locais, o documentário onírico Lua, narra sobre as vivências de infância e o momento de sua transição de gênero de Lua Guerreiro, trans, não binária que se expressa pelo que é considerado feminino A proposta é trazer para a tela um olhar humanizado de corpos transgêneros que por muitas vezes são representados pela violência e maus tratos. Lua apresenta uma realidade diferente do que se é retratada.

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Sobre a direção Primeira mulher negra formada em licenciatura em Cinema e Audiovisual no Mundo. Mestranda em Cinema no PPGCINE Programa de Pós Graduação em Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense e Representante discente do colegiado do Programa. Suplente da setorial de Audiovisual no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Niterói. Foi candidata a vereadora da cidade de Niterói em 2020, militante do coletivo Quilombo Virtual das Artes e Cultura de Niterói. Militante do MNU NITERÓI. Associada da Associação de Profissionais do Audiovisual Negros APAN. Curadora de mostras e festivais de cinema, roteirista, produtora e cineasta.

Ficha técnica Produção executiva - Allan de Souza e Rosa Miranda Diretor de Produção - Allan de Souza Direção Geral - Rosa Miranda Assistente de arte: Núbia Borges Figurino - Bernardo Resende e Núbia Borges Assistente de figurino - Allan de Souza e Rosa Miranda Maquiagem - Pãocomegg Diretor de Equipe de Produção - Allan de Souza Assistente de Produção - Bernardo Resende, Camila Lopes, Carolen Meneses, Gustrava, Lua Guerreiro, Nubia Borges, Pãocomegg, Thaís Sales e Vit Santos. Continuísta - Bernardo Resende e Pãocomegg Platô - Camila Lopes Edição - Rosa Miranda e Carolen Meneses Colorista - Rosa Miranda Edição de áudio - Bernardo Resende e Gustrava Trilha sonora - Thaís Sales e Bernardo Resende Designer de Som - Bernardo Resende Mixagem de Som - Bernardo Resende e Gustrava Músicas - Lua -Thaix Sales e Bernardo Resende Um corpo no mundo - Luedji Luna fonograma cedido gentilmente pela ybmusic, Texto do livro de Angela Davis “Mulher, Raça e Classe” Legendagem Nincow Luciano Tradução em espanhol Diana Margarita Torres Jiménez Tradução em inglês Thaix Salles e Isabela Albino Preparação de elenco - Pãocomegg e Camila Lopes Roteiro - Coletivo Kbça D’ Nêga Captação de som - Gustrava, Allan de Souza, Camila Lopes, Núbia Borges Direção de fotografia - Carolen Meneses Iluminação - Carolen Meneses Operadora de câmera - Carolen Meneses Still - Núbia Borges Eletricista de set - Allan de Souza Direção de Arte - Bernardo Resende Elenco: Lua Guerreiro

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INGRID Dirigido por Maick Hannder

Documentário | MG | 2016 | 6min47s

Sinopse Uma mulher e seu corpo.

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Sobre a direção Maick Hannder é sócio-fundador da produtora Ponta de Anzol Filmes. Dirigiu os curta-metragens INGRID (2016) e LOOPING (2019), que foram exibidos em mais de 60 festivais nacionais e internacionais, ganhando vários prêmios. Atualmente, está em pré-produção de seu terceiro curta-metragem “MÃE DO OURO”, contemplado na edição 2019 do edital BH nas Telas. Perto da MeiaNoite, seu primeiro projeto de longa-metragem, foi ganhador de três prêmios na edição 2020 do BrLab, entre eles o Prêmio Desenvolvimento da Vitrine Filmes. É associado da APAN.

Ficha técnica Diretor: Maick Hannder Lima Porto Roteiro: Maick Hannder Lima Porto Produtor: Jacson Dias Junior Produção Executiva: Jacson Dias Diretor de Fotografia: Maick Hannder Lima Porto Direção de Arte: Mirian Rodrigues Trilha Sonora: Cliver Honorato Narração: Ingrid Leão Edição: Maick Hannder Lima Porto Edição de Som: Marcelo Reis Agente Comercial: Jacson Dias Junior

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O Diário de Márcia

Dirigido por Bertrand Lira Documentário | 2011 | 20min

Sinopse Relato pessoal e intimista de Márcia, transexual paraibana, sobre o dilema de viver o universo feminino num corpo de homem, enquanto espera retirar o último vestígio do sexo que atormenta sua existência.

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Sobre a direção Realizador, dirigiu diversos documentários de curta, média e longa-metragem em super-8, 16mm e vídeo (“Bom dia Maria de Nazaré”, “O senhor do engenho”, “Homens”, “O rebeliado” e “O diário de Márcia”, O seu amor de volta (mesmo que ele não queira”, entre outros), premiados em festivais no Brasil e no exterior, entre eles o JVC Grand Prize do 26º Tokyo Vídeo Festival e o Excellence Award do JVC Tokyo Vídeo festival de 2004. Autor dos livros “Luz e Sombra: significações imaginárias na fotografia do cinema expressionista alemão (2013)” e “Cinema Noir: a sombra como experiência estética e narrativa” (2015).

Ficha técnica Direção e Roteiro: Bertrand Lira Montagem: Pedro Marques

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CURADORIA CURADORIA


Iasmin coni

Baiana, roteirista e atriz, graduada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Atualmente mora em São Paulo, onde trabalha como videomaker e roteirista freelancer. Foi curadora do concurso de curtas do ROTA 2019, e em 2020 concorreu ao prêmio de melhor protagonista feminina pelo mesmo festival. Tem formação livre em Roteiro pela AIC, onde escreveu seu segundo longa “Ana Maria”, o qual participou do FRAPA 2019, ganhando o prêmio de Melhor Pitching na categoria de longa metragem. Em 2020 integrou o grupo de curadores da 1ª Mostra Audiovisual Artepop.

Laís Lima é cineasta, pesquisadora e curadora. Mestre em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), especialista em cidadania e ambientes culturais pela universidade federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e graduada em Cinema e Audiovisual pela mesma instituição.

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Márcio PAÍXÃO Um viado periférico gerado pelas políticas públicas e ações afirmativas que ocupa espaços do centro sem ser herdeiro. Doutorando em Antropologia Cultural pelo PPGSA/UFRJ, Graduando em Cinema e Audiovisual na UFF. Mestre em Sociologia e Antropologia pelo PPGSA/ UFRJ. Licenciado e Bacharel em Ciências Sociais pela UFF (com bolsa sanduíche pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em Portugal). Cineasta pelo Observatorio Escuela de Cine Documental na Argentina e Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Fotógrafo pela Sociedade Fluminense de Fotografia (SFF) e Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Dirigiu e roteirizou os curtas 16m² (2014), Uma Terra de Todos (2016), O Rui Resiste! (2016), Submergir (2017) e É a minha voz que você tem que ouvir (2018).

Maria Lucas é uma multiartista carioca. Possui trabalhos como atriz, performer, escritora e na arte drag. Mestra em artes pela UFRJ e bacharela em teatro pela PUC do Rio de Janeiro, também já estudou Cinema (Bogotá) e História da Arte (Madrid), além de cursar Artes Visuais na EAV Parque Lage. Atualmente também tem se aventurado no campo da curadoria e crítica artística.

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RAFAEL RIBEIRO Mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense, com especialidade em Mídia, Cultura e Produção de Sentido. Seu trabalho e pesquisa exploram questões de diversidade sexual e cultura pop. É cineasta independente, atuando como diretor e roteirista nos curtas-metragens Emergir (2013), A Filha do Homem (2014), Invasão Drag (2018) e Vinde Como Estais (2019). Foi curador no Sarau DJs da UFRB em 2012, da Mostra Audiovisual ARTEPOP em 2020 e do V ROTA - Festival de Roteiro Audiovisual em 2021. Como roteirista, possui dois prêmios ROTA nas categorias Melhor Roteiro de Documentário pelo Juri Popular (2019) e Melhor Curta com Tema Social (2019) pelo filme Vinde Como Estais. Participou do 1º Sesc Argumenta (2018) e foi finalista do concurso LATINX 2020 Categoria Brasil com o projeto Tudo Que Eu Sou.

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THIAGO TAVARES Thiago é pesquisador, produtor, parecerista, professor e curador no campo do audiovisual e das artes visuais. Mestre em Cultura e Territorialidades pela UFF, com pós graduação em Produção Cultural e graduação em Cinema. Nascido e criado em São Gonçalo, região periférica do RJ, atua como produtor cultural, com participação em equipes de produção de eventos culturais nacionais e internacionais. Como produtor executivo e produtor de criação na empresa Cinetrupe Produções, realizou filmes e projetos contemplados em editais como o Territórios Culturais da SEC-RJ e premiados, com passagens por mais de 40 festivais de cinema, como o Festival do Rio (Premiére Brasil/ Novos Rumos) e em canais de TV como o Canal Futura, Prime Box Brasil e TV Sertão. Foi curador e produtor da exposição “Limiares” realizada no Paço Imperial no RJ em 2017. Tem experiência ministrando cursos de Introdução ao Audiovisual no SESC-São Gonçalo, Produção Cultural no Programa Favela Criativa e como tutor no curso de graduação em Produção Cultural da UFF. Foi pesquisador na Cátedra Unesco de Políticas Culturais e Gestão. Foi analista de projetos culturais no FAC-DF Ocupação 2019. Foi analista de projetos culturais no FAC-DF Ocupação 2019. É parecerista credenciado de projetos culturais do Ministério do Turismo na área do audiovisual e de formação na área cultural.

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ficha técnica

ficha técnica REALIZAÇÃO Cinetrupe Produções Um Silva Cultura e Conteúdo

MASTERCLASSES Fidelys Fraga Ralph Duccini

IDEALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Rafael Ribeiro Thiago Tavares

IDENTIDADE VISUAL E DESIGN Karvan Almeida

PRODUÇÃO EXECUTIVA Diego Tavares Thiago Tavares DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Thiago Tavares

MÍDIAS SOCIAIS Julia Ribeiro SITE Juliana Della Costa (Criação Cultura)

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO Rafael Ribeiro

ASSESSORIA DE IMPRENSA Adriano Meirelles Leandro Gomes Luiz Henrique Pereira Menna Barreto

COORDENAÇÃO DE AÇÕES FORMATIVAS Rafael Ribeiro

TROFÉUS Pedro Iuá

COORDENAÇÃO DE CURADORIA Laís Lima

MOTION DESIGN Karvan Almeida

COORDENAÇÃO EDITORIAL CATÁLOGO Rafael Ribeiro Thiago Tavares

PRODUÇÃO CATÁLOGO Letícia Leão

COORDENAÇÃO DE EXIBIÇÃO ONLINE Aline Lima PRODUÇÃO Naomi Savage CURADORIA Iasmin Coni Laís Lima Márcio Paixão Maria Lucas Rafael Ribeiro Thiago Tavares TRIAGEM Ícaro Donadel JURADOS Felipe Carvalho Galba Gogóia Jean Pierry Oliveira PALESTRANTES Christian Gonzatti Juliana Bravo Márcio Paixão MEDIAÇÃO Jocimar Dias Jr.

PRODUÇÃO DE TEXTO Christian Gonzatti Márcio Paixão João G. Junior Juliana Bravo Ralph Duccini DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA E CÂMERA Beto Waite CENOGRAFIA Natália Pirulita Bittencourt EDIÇÃO DE VÍDEO Otávio Schocair SOM DIRETO Priscila Alves MESTRES DE CERIMÔNIA Maybe Love Palloma Maremoto MÚSICA Matheus Hoffman SERVIÇO DE ACESSIBILIDADE All Dubbing Group



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