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Fora do Nicho - A Repressão das Pulsões Básicas
8.3.14
TRANSFORMAÇÃO DA OPRESSÃO EM LIBERDADE ATRAVÉS DO GRAFFITI
VEM CONHECER!
Por favor guardem suas flores para uma outra ocasião. Deixo uma sugestão: ao invés de distribuir flores neste Dia Internacional da Mulher vamos divulgar informação, conhecer efetivamente os números da violência, informar sobre os direitos da mulher, incentivar o uso da Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180. O que deveria ficar claro de uma vez por todas é que a violência contra a mulher não é de foro privado e que não cabe somente a ela a responsabilidade pelo seu enfrentamento. A responsabilidade é do Estado e de toda a sociedade. A violência doméstica machuca, humilha e mata. Todos os dias. Neste dia tão importante para a resistência, é com muito orgulho que trago o texto de uma companheira trazida pela rede, que me ensina e me inspira diariamente. Um texto para falar do poder transformador e curativo da arte e de como é possível construir o feminino. Um texto para dar visibilidade a projetos empoderadores que transformam a opressão em liberdade e para mostrar que com apoio, mulheres podem se reerguer e se perceber como sujeito de direitos.
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Valentina, filha de Fefê Alves, inspira a campanha Brasil 2014 Rumo ao Fim da Violência. Representa o sonho de um futuro livre das opressões de gênero. Um futuro melhor para se viver.
Alma de aventureira num corpo sedentário. 34 anos. Mãe da Bia e do Otto. Graduanda no curso de Direito, prometeu não se deixar contaminar pela ala conservadora e fazer diferente. Tenta administrar o feminino - fazendo mãe e mulher coexistirem pacificamente. Sagitariana com ascendente em sagitário - a porra louca do zodíaco. Fã da Frida Khalo e das cores da vida.Descobriu que café dá barato, depois que se tornou mãe. Uma pessoa comum com seus dias de lua e suas noites de sol.
Por: Fefê Alves É muito provável que você talvez nunca conheça a Mel. Uma grafiteira, casada e mãe de três adolescentes, religiosa e feminista. A Mel que hoje pinta muros de centros de atendimento à mulher e ao idoso e centros culturais sob encomenda, é a mesma que um dia, na infância, sonhava ser uma grande artista. É a mesma que hoje dá aula de pintura em comunidades pobres do Rio e a mesma que precisou abandonar o sonho ainda que momentaneamente - para ajudar no sustento familiar. É a mesma que passou necessidade e em muitos momentos só teve o "xibé", mistura de farinha com açúcar, para se alimentar.
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A Mel se emocionou ao me contar isso, enquanto relembrava o passado sofrido e fazia rapidamente seu croqui para uma seleção da ONU Mulheres que se tornará uma exposição itinerante. No desenho, a face de uma senhora bastante marcada pelos sofrimentos da vida. Ao lado dela, os sacos de farinha, de açúcar e um tacho de xibé. Ao fundo uma casinha de palha. O desenho concorreu na categoria " A Mulher e a Pobreza". Eram 12 painéis que fazem referência ao Protocolo de Ações de Pequim, assinalado há 19 anos e que versam sobre a mulher nas mais diversas condições (pobreza, violência, conflito armado, por exemplo) e também em algumas situações importantes como a mulher e a violência, a mídia, o meio ambiente, a saúde, e etc. Tudo isso será discutido novamente em nível global, ano que vem, na Pequim+20. O croqui da Mel foi um dos escolhidos.
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Mel e seu painel "A Mulher e a Pobreza"
E eu fico aqui pensando emocionada como muitas e muitas mulheres que também passaram pelo que ela passou, verão seu trabalho. E talvez se reconheçam, como ela se reconheceu ao me descrever a personagem de seu desenho. Eu também reconheci minha avó, minha bisavó, minha mãe e muitas outras mulheres que já conheci em minhas andanças. Eu e Mel trabalhamos em uma ONG feminista, a Rede Nami. Uma rede formada originalmente por mulheres grafiteiras que queriam divulgar a Lei Maria da Penha. Panmela Castro, conhecida no meio do grafitti como Anarkia Boladona, é fundadora e também a artista mais conhecida da Rede. Já pintou em mais de 20 países, já saiu na Newsweek ao lado da Dilma Roussef, como uma das 150 mulheres mais importantes do momento (só foram elas de brasileiras na lista), já recebeu prêmio da mão da Hillary Clinton e de sua ONG Vital Voices que reconhece o trabalho de mulheres pelo mundo.
Panmela Castro
A história de Mel e de Panmela têm muito em comum. As duas venceram muitos desafios para desenvolverem suas artes e se profissionalizarem como artistas e grafiteiras. E não apenas isso, as duas já sofreram violências marcantes também e carregam consigo uma enorme empatia por todas as outras meninas e mulheres. De certa forma, a minha história também têm muito em comum com as delas. No Brasil, uma mulher é agredida a cada cinco minutos e a cada noventa minutos, uma mulher é assassinada. Em mais de 70% dos casos, o marido, o namorado, o companheiro ou o ex- são os responsáveis. Em 2012, foram registrados mais estupros do que homicídios, e graças a um panorama tão cruel assim, nosso país ocupa o sétimo lugar em violência contra a mulher. Talvez, você nunca conheça a Mel ou a Panmela pessoalmente, talvez nunca veja de perto os incríveis graffitis delas. A Rede Nami está nas redes sociais, então, espero que talvez você venha a conhecer nosso trabalho e nossos projetos, como o Graffiti Pelo Fim da Violência Doméstica que leva a discussão sobre a violência doméstica e o graffiti a estudantes do ensino médio em escolas públicas do Rio. Ou talvez, o Torcida Graffiti que misturará graffiti, combate à violência doméstica e torcida brasileira pelas ruas de comunidades de cinco cidades-sede da Copa. Eu ficaria muito feliz com isso, porque trabalhamos duro para ampliar o alcance das informações sobre os direitos da mulher, as ferramentas disponíveis como a Lei Maria da Penha, o Ligue 180 e também estatísticas, informações e reflexões sobre a situação do tema no nosso país e no mundo.
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Mas, para além disso, eu gostaria que a história da Mel fosse inspiradora para você, como foi para mim. Aliás, as histórias de todas essas mulheres que conheci por trabalhar com a militância feminista são incríveis, inspiradoras e empoderadoras. E eu adoraria que você conhecesse cada uma delas. E pensando bem, eu adoraria conhecer a sua história também. Porque se tem uma coisa que o feminismo me deu foi isso, a empatia...a enorme empatia com a história de cada mulher, de cada sonhadora, de cada vencedora. Que é o que somos todas nós, todos os dias. Um abraço. E um muito obrigada à Dani, por esse convite e principalmente, por me inspirar em sua maternagem e em sua militância por um mundo mais justo e melhor para todxs! Fefê Alves Gestora de Comunicação da Rede Nami Feminista, mãe, comunista e retirante
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Marcadores: dia das mulheres, luta feminista, Mulheres que lutam
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