04/01/2018 ANF - Agência de Notícias das Favelas

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Afrogra teiras protagonizam a arte urbana feminista Por: Caroline Almeida - 4 de janeiro de 2018

Créditos: Divulgação

Talvez, muitos esqueçam, mas grafite também é “coisa de mulher negra”. Assim nasceu o projeto Afrografiteiras, que promove e expressa o feminismo preto. A iniciativa é da Rede Nami, coletivo feminista que tem a arte de rua como mote para a promoção dos direitos das mulheres. O Afrografiteiras nasceu em 2015 pelas mãos da artista Panmela Castro, como um programa de formação em arte urbana voltado para mulheres negras, trazendo à tona a exclusão e violência enfrentadas diariamente por elas. As oficinas são gratuitas, com material incluso, e têm duração de 6 meses. As aulas de grafite são intercaladas com discussões sobre temas que envolvem feminismo, racismo e a força da negritude. O programa, que contou com o financiamento da Fundação Ford, capacitou 30 meninas do Rio de Janeiro no primeiro ano. Até 2017, foram 380 participantes.

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Da primeira leva de formação das Afrografiteiras, Myllena Assumpção foi uma das escolhidas para se tornar professora-oficineira do programa. Ela destaca a importância da capacitação de mulheres pretas no grafite como ato político, oferecendo visibilidade a quem não é vista nem ouvida. “Através da militância dessas mulheres, teremos avanços e conquistas possibilitadas pela observação da arte na rua e da voz dada a pessoas que talvez não fossem vistas em mobilizações. O grafite é a voz”, arremata. O programa já colhe diversos frutos fora do país, através de intercâmbios e oficinas no exterior. Em 2015, Maiara Viana grafitou em um mural no bairro do Bronx, na cidade de Nova York, em uma parceria entre o Afrografiteiras e a Central Única das Favelas (Cufa). No mesmo ano, a artista Tainá Rocha foi ao México para participar do intercâmbio “La iniciativa de protección y respuesta de género” (“A iniciativa de proteção e resposta de emergência à violência de gênero”), realizado graças ao suporte da organização norte-americana Vital Voices, que busca criar lideranças feministas. O Afrografiteiras também já expôs seus trabalhos na Galeria Scenarium e Cedim, ambas localizadas no Rio de Janeiro, além de ter criado vários murais espalhados pela cidade, sempre disseminando para propagar empoderamento e aprendizado.

Inscrições ainda no primeiro semestre Para este ano, o Afrografiteiras inscrições em breve para dois projetos. Um deles é o #GrafitandoPorDireitos, que tem como foco os Direitos Humanos, Sexuais e Reprodutivos através das artes urbanas. Serão oficinas com duração de um mês e meio (um total de seis oficinas – uma por semana), com previsão de início em março. A iniciativa é uma parceria do projeto a ONG Criola e tem financiamento do Global Fund For Women. Em abril, começam também as oficinas regulares, que acontecem toda semana e continuam com financiamento da Ford Foundation. As aulas vão até dezembro. Interessados em participar devem acompanhar a Rede Nami nas redes sociais.

Caroline Almeida http://www.anf.org.br

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