ÍNDICE
PRINCIPAIS FATOS
Ao longo do mês de setembro foram divulgados importantes dados que mostram um ritmo mais acelerado da economia brasileira atual. O principal deles é o do produto interno bruto do segundo trimestre, que avançou 1,4%, acelerando em relação ao 1% dos três primeiros meses do ano. Esse desempenho foi influenciado pelo consumo das famílias (1,3%) e do governo (1,3%) aquecidos, o que contribuiu também para o resultado favorável das atividades de indústria (1,8%), serviços (1%) e comércio (4%).
Um fator que tem propiciado a elevação da demanda é o mercado de trabalho, num quadro similar ao do pleno emprego. O IBGE divulgou a taxa de desemprego do trimestre entre maio e julho, de 6,8%, o mais baixo para o período desde a série histórica iniciada em 2012. Com a inflação moderada, tem contribuído para um ganho real da renda. Tanto que a massa de rendimentos, que nada mais é do que a população ocupada multiplicada pelo rendimento médio real, está no maior volume da série, com R$ 322 bilhões no trimestre até julho, alta anual de 9,2%.
E dada a baixa propensão a investir e poupar no país, esses recursos seguem direto para a economia real. Até porque o nível de inadimplência, de contas em atraso, tem se reduzido, favorecendo uma ampliação dos gastos no comércio e serviços.
Tanto que o primeiro, o comércio, registrou forte crescimento em julho, de 4,4% em relação a igual período do ano passado e acumula um aumento de 5,1% no ano. Considerando o setor de veículos e de materiais de construção no cálculo, a alta no mês sobe para 7,2%, impulsionado pela elevação surpreendente de 20% nas vendas de veículos e motos.
Além da renda obtida através do trabalho, os consumidores estão tendo acesso mais fácil ao crédito, servindo como uma outra base de sustentação para o aquecimento da demanda. Segundo informações do Banco Central, as concessões de crédito para as pessoas físicas subiram 7,5% em termos reais em julho no comparativo anual. Quando se avalia o crédito contraído para aquisição de veículos, por exemplo, a variação é ainda mais expressiva, se aproxima dos 30% de aumento e o crédito pessoal não consignado avança 17%.
Os serviços também surfam essa boa onda da economia brasileira. Em julho, segundo o IBGE, houve aumento de 4,3% no contraponto anual e acumula elevação de 1,8%. E pela FecomercioSP, o levantamento mensal do turismo nacional aponta crescimento de 3,8% no mês de julho, mês das férias escolares e alta temporada do lazer. Setores como transporte aéreo subiu 6,4% e os de locação de meios de transporte quase 10%.
Pela indústria, o IBGE registra crescimento anual de 6,1% em julho e acumula aumento de 3,2% no acumulado do ano.
E foi observando essa demanda aquecida que o Banco Central, através do Conselho de Política Monetária, o COPOM, decidiu por aumentar a taxa básica de juros, a SELIC, em 0,25 ponto percentuais, indo a 10,75% ao ano. Esse movimento vai no sentido contrário da decisão do FED, nos Estados Unidos, que no mesmo dia decidiu por reduzir os juros para a banda entre 4,75% e 5% a.a, primeiro corte em 4 anos.
Por lá, a inflação está na trajetória de aproximação da meta estabelecida. Por aqui, o risco de a economia aquecida pressionar os preços, até porque, o grau de investimentos segue baixo, dificultado o processo de expansão da oferta. O IPCA, índice geral de preços,
embora esteja apresentando variações baixas, inclusive estabilidade em agosto (-0,02%), no acumulado de 12 meses ainda segue alto, em 4,24%, mais próximo do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,50%.
Com a falta de chuva no país, os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis muito baixos o que vai encarecer a conta de energia neste e no próximo ano, com o acionamento das usinas termoelétricas, de operação mais cara. Esse é um ponto que o Banco Central vem monitorando, pois vai alimentar a inflação ao longo de um ano.
Complementando esse cenário de aumento de juros, o risco fiscal ainda permanece no radar.
Apesar do bom desempenho da economia e aumento expressivo na arrecadação, o governo continua fechando as contas no vermelho, derivado de um aumento sequencial nos seus gastos, como
DADOS IMPORTANTES:
1
• A movimentação no comércio eletrônico atingiu 196,1 bilhões de reais em 2023, segundo o mais recente levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, volume muito semelhante ao visto no ano anterior. A relação do ecommerce com o varejo físico ficou em cerca de 7%.
RESUMO AGOSTO/2024
foi até captado pelo PIB.
Ao não fazer o dever de casa, de cortar gastos e equilibrar as contas, o país não permite um ganho de confiança, mantendo o real desvalorizado e as incertezas sobre a inflação e o controle da dívida pública. Todas essas variáveis são fundamentais nas decisões de investimentos. Ou seja, dado o grau de insegurança, o nível de investimento não consegue avançar.
Portanto, a economia brasileira avança forte com o impulso do consumo e do crédito, mas não conseguirá manter esse ritmo por um tempo prolongado sem haver um ajuste, via preços e/ou via juros. É a chamada armadilha do baixo crescimento.
Não há condições de crescer de maneira sustentável com um possível IVA de 28%, juros acima de 10% ao ano e uma inflação no teto da meta. Infelizmente, ao que indica, o país está mais em um voo de galinha.
2
• No 2º trimestre deste ano, 10 milhões de cabeças de bovinos foram abatidas no país, um recorde histórico na captação do IBGE. Esse ciclo de expansão de abates tem um reflexo na mesa do consumidor, com deflação nos preços das carnes de quase 10% em 2023 e acumula, entre janeiro e agosto de 2024, recuo de 2,45%.
3
• De acordo com a Confederação Nacional do Comércio, a CNC, a inadimplência das famílias caiu de 30% para 28,8% entre os meses de agosto de 2023 e 2024.
- Últimos doze meses
ÍNDICES DE CONFIANÇA:
O Índice de Confiança do Consumir (ICC) está tecnicamente estável desde junho, permanecendo na casa dos 127 pontos, com 127,3 pontos em agosto, ligeiramente abaixo dos 127,8 pontos do mês anterior. No comparativo anual, queda de 2,8%. Mesmo com a melhora da economia, do mercado de trabalho aquecido e inflação mais baixa, há uma falta de perspectiva da economia no futuro próximo, para 2025. Ou seja, vive-se o dia a dia melhor, mas sem um norte do que está por vir.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) apresentou aumento de 1,6% em agosto e vai aos 108,5 pontos, pouco acima do visto no mesmo período do ano passado, de 107,8 pontos. Da mesma forma que os consumidores, os empresários não conseguem ter um ganho de confiança substancial mesmo com o cenário atual favorável. Com tantas incertezas da economia brasileira, há uma desconfiança para o próximo ano.
Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC)
Consumer Confident Index (ICC) and Comerce Businessman (ICEC)
Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.
VIAGENS E TURISMO
Essa é a hora de vender a temporada de verão , a mais movimentada do Turismo brasileiro, especialmente dezembro, janeiro e o carnaval. Cruzeiros pela costa brasileira, resorts e praias do Nordeste, o Natal Luz de Gramado, Rio de Janeiro e Florianópolis se destacam no Brasil.
Nas viagens internacionais, o final de ano é da Flórida, do frio na Europa e locais mais festivos para o final de ano;
Mas algumas tendências chegaram para criar exceções na rotina de férias dos brasileiros. Operadores apontam que o consumidor brasileiro está mais conservador na hora de comprar, receoso com uma possível crise econômica. Apertou o cinto e por isso quer mais valor em sua viagem. O que empresas e destinos entregam para ele?
Nesse contexto o all inclusive do Caribe, sem a necessidade de visto americano, e com vários voos diretos da Gol ou com conexão, via Copa, é a estrela. Cancún (mesmo com o México exigindo visto do brasileiro), República Dominicana e Aruba são destaques, mas o brasileiro está bem aberto a outras possibilidades.
Na Europa, a Itália continua à frente, mas os preços requerem um planejamento mais cuidadoso. Portugal entra como segunda opção.
Já o público de luxo vai preferir se aventurar na Ásia, com o Japão e a Coreia do Sul ainda fortes na wish list dos viajantes brasileiros. No mais, parques de Orlando, resorts para a família e cruzeiros temáticos continuam sendo imbatíveis. E lembre-se, o brasileiro adora:
• Festa (quanto mais shows no réveillon melhor)
• Serviço (ainda mais agora, com os preços nas alturas)
• Voos diretos
• Hospedagem em hotel
• Viagens em família
• Viagens com amigos (e aqui a diversidade é a palavra de ordem)
• Cruzeiros de todos os tipos
• Compras (sempre)
PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES:
• Câmbio ainda alto (US$ 1 = +R$ 5,50)
• Alta dos preços
• Economia
• Guerras pelo mundo, especialmente Europa e Israel
• Vistos ou autorizações eletrônicas para a Europa, México e EUA (este reduziu bastante o tempo de espera para o visto)
• Legislação: nova Lei Geral do Turismo foi um avanço em algumas áreas, mas desagradou agências de viagens, hotelaria e outros players com o veto de vários artigos importantes
VIAGENS INTERNACIONAIS
A demanda do setor aéreo brasileiro segue em expansão em 2024. Agora em agosto, cresceu 2,7% no mercado doméstico e 11,7% no mercado internacional, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já a oferta de assentos também aumentou 4,6% para voos domésticos e 14,6% no internacional.
Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e revelam ainda que, na comparação com os níveis pré-pandemia, a demanda doméstica já cresce 9,3%, enquanto a internacional registra alta modesta de 3,5%. Em agosto de 2024, foram transportados mais de 10,1 milhões de passageiros, sendo 8 milhões em voos domésticos e 2,1 milhões em voos internacionais (um recorde histórico para o mês de agosto.
VIAGENS
CORPORATIVAS
As viagens corporativas continuam em tendência de alta neste ano. Em agosto, segundo dados da Abracorp, que reúne 25 das maiores TMCs do País, somaram um faturamento de R$ 1,183 bilhão, um aumento de 15% em relação ao mesmo mês de 2019, com R$ 1,027 bilhão, antes da pandemia da Covid-19.
Entre janeiro e agosto deste ano, o faturamento somou R$ 9,1 bilhões.
Mesmo com esses bons números em faturamento, ainda não houve recuperação em número de transações. Conforme a Abracorp, o total em agosto foi de 1.699.271, em comparação a 1.798.388 no mesmo mês de 2023 e de 1.802.162 em agosto de 2019.
BOMBA PARA OS FORNECEDORES
A CVC Operadora voltou com seu programa de Parceiros Preferenciais. No Brasil e no Exterior. Começando com Hotelaria e expandindo para outros produtos. Os primeiros produtos que aparecem na tela dos vendedores CVC são os dos fornecedores preferenciais e os lojistas CVC ainda têm uma comissão dinâmica, para mais ou para menos, com essas marcas. Ou seja, é a máquina da operadora colocando força na venda desses produtos, que aparecem em destaque na tela. Depois vêm os fornecedores recomendados e por último os demais. A meta é concentrar 80% das vendas nesses fornecedores.
Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br