Brazilian Overview Monthly Report - PT - ABR 2021

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Edição 16

Abril/21

ECONOMIA BRASILEIRA .......................................................................2 DADOS IMPORTANTES ............................................................................3 DADOS MACRO AMÉRICA LATINA ............................................................3 ÍNDICES DE CONFIANÇA ..........................................................................4

INDÚSTRIA DO TURISMO ....................................................................5 VIAGENS DE LUXO COM A ILTM ........................................................7


PRINCIPAIS FATOS O Brasil segue enfrentando a pandemia do coronavírus, com suas principais regiões mantendo restrições de funcionamento de setores não essenciais e de circulação, diante do quadro desafiador de atendimento do sistema de saúde. Ao mesmo tempo, pelo lado da economia, as famílias encaram um grande problema no seu dia a dia, a inflação. De acordo com o IBGE, o índice oficial, o IPCA, sobe 6,10% no acumulado de 12 meses calculado até o mês de março. Essa variação está acima estabelecido pelo Banco Central como meta para este ano, de 3,75%. Ainda sobre os preços, os grupos de alimentos e transportes, os que mais pesam no orçamento das famílias, sobem 14% e 8,6%, respectivamente, em um ano. Diante desse cenário, visando frear o avanço dos preços, o Banco Central decidiu subir a taxa básica de juros, a SELIC, de 2% para 2,75% ao ano, a primeira alta em seis anos. Porém, há uma discussão interessante de que muitos analisam o momento como inadequado para o aumento dos juros, por conta da economia sem reação à crise, podendo dificultar a sua retomada e ainda fica mais caro para o governo financiar a sua dívida. Mas por outro lado, há a interpretação de que o aumento de juros ajudará a conter a inflação, não pela redução do estímulo à demanda, mas para frear a desvalorização do real. De fato, os juros não devem surtir efeitos na inflação no curto prazo porque o problema está na oferta, no aumento dos custos. Lembrando que o dólar no início do ano passado estava cotado perto dos 4 reais e agora está na casa do 5,70 por dólar. Ou seja, os produtos importados ficaram mais caros, tanto aqueles que chegam direto ao consumidor, quanto os insumos de produção como é o caso da maioria dos defensivos agrícolas para a produção no campo, das peças para a indústria automobilística e de eletroeletrônicos, entre outros. Soma-se a isso o avanço nos preços das commodities, os produtos cotados em dólar, que pressionam os custos produtivos. O dólar mais caro também proporcionou uma vantagem para as exportações. Os frigoríficos, por exemplo, estão alocando parte da sua produção ao mercado internacional e com isso a oferta interna é reduzida, elevando o preço ao consumidor. Em algumas regiões, o estoque de gado para corte está muito baixo, o que possibilita projetar um cenário ainda desafiador pela frente. A situação da demanda, por parte do consumidor, está muito delicada, com a diminuição do poder de compra e o medo de perder o emprego em meio à segunda – ou terceira, que alguns dizem – onda do coronavírus. Tanto que o comércio varejista segue, pelo segundo mês seguido, no campo negativo. Em fevereiro, as vendas caíram 1,9% após queda de 3,1% no primeiro mês do ano, sempre comparando com igual período do ano anterior. Enquanto os supermercados apresentam recuo de 4,6%, os setores ligados à construção civil e reformas estão evitando um quadro pior para o comércio. Eletrodomésticos, móveis e materiais de construção conseguiram superar as vendas de fevereiro de 2020. São áreas que estão aquecidas e o IBGE confirma com o dado de alta anual de 14,5% no custo da construção civil. A indústria, por sua vez, registrou leve alta de 0,4% em fevereiro quando comparado com o mesmo período de 2020. Da mesma forma que o comércio, também há uma assimetria nos resultados setoriais de indústria. O grupo de bens de capital, como máquinas e equipamentos, cresce 16,1%, enquanto a produção de bens duráveis cai 8,4%. Parte da indústria está tentando recompor o equilíbrio entre oferta e demanda, mas a falta de produtos e o encarecimento dos insumos estão

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dificultando a retomada do setor industrial. O setor de serviços, o mais importante da economia com quase 70% de participação do PIB, registrou queda, a décima primeira consecutiva, de 2%. Alguns setores ligados à informação e comunicação conseguem ainda respirar em meio à crise, mas o setor de Turismo segue no negativo e, em janeiro, retraiu 30,2%, acumulando no período da pandemia um prejuízo de R$ 60 bilhões (aprox. US$ 10,5 bi), segundo cálculos da FecomercioSP. Para amenizar os impactos da pandemia e ajudar os mais vulneráveis, o auxílio emergencial, que foi importante para a retomada da economia nos segundo semestre do ano passado e que teve seu término em dezembro, voltará pelo período de quatro meses e com parcelas médias menores, de R$ 250 (aprox. US$ 44). O impacto na economia será menor nesse novo ciclo, mas ajuda a não desestruturar economias locais pelo interior do Brasil. Por outro lado, o desgaste político com a votação do orçamento e o risco que os investidores temem de o governo estourar o teto de gastos, é mais um complicador neste momento, até mesmo para o trabalho do Banco Central de buscar a valorização da moeda nacional, ao mesmo tempo em que os riscos pressionam o dólar para cima. Enfim, ainda há muitos desafios pela frente, sendo complexo fazer previsões para o médio e longo prazos. O que se espera neste momento é a aceleração da vacinação em massa, como um dos fatores principais para a retomada da economia de forma mais segura e sustentável. DADOS IMPORTANTES: As informações de emprego, divulgados pelo Ministério da Economia, são positivas. Em fevereiro, foram criadas pouco mais de 400 mil vagas formais, e acumula no bimestre um saldo de 660 mil empregos formais, com destaque para os Serviços (254 mil), e Indústria (185 mil)

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Dados do IBGE mostram que 88,1% dos estudantes, acima de 10 anos, possuem acesso à internet, sendo que quase a totalidade foi por meio dos celulares.

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O comércio eletrônico registra crescimento de 21% em fevereiro, com destaque para as farmácias (86%), produtos Pets (79%) e comidas e bebidas (53%). O Turismo, por outro lado, teve queda de 23,25%. Os dados são da empresa Conversion. n

O endividamento das famílias brasileiras subiu de 66,7% para 67,3% entre fevereiro e março. O ponto positivo é que a inadimplência, quando não se consegue pagar a dívida até a data do vencimento, ficou estável em 24,4%, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio.

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Dados Macro América Latina

Argentina

Brasil

Chile

Colômbia

México

Peru

Taxa de desemprego

11,00%

14,20%

10,30%

15,90%

4,40%

14,50%

Taxa básica de juros

38,00%

2,75%

0,50%

1,75%

4,00%

0,25%

Inflação (LTM - out *)

40,70%

6,10%

2,88%

1,51%

4,67%

2,94%

*LTM - Últimos Doze Meses Até Fev Legenda: Verde, Vermelho e Preto Os dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.

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ÍNDICES DE CONFIANÇA: O Índice de Confiança do Consumir apontou queda, em março, de 2,9% e chega aos 112,9 pontos. É natural que haja uma redução da confiança num ambiente da capital paulista que passou pela fase mais rígida de restrições. Além do medo em relação a ocupação do sistema de saúde para a covid, o receio de fechamento de lojas, de perder o emprego, do impacto da inflação no orçamento, são fatores que diminuem a confiança do consumidor. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) voltou a crescer após duas quedas consecutivas, mas indicador ainda está na área de pessimismo com 98,5 pontos, 1,4% acima do visto em fevereiro. Em comparação a março de 2020, a queda na confiança é de 21,3%. As restrições de atividades atingiram os setores não essenciais, que permanecem com portas fechadas. O pessimismo do empresário está relacionado a queda nas vendas, dificuldade de pagar os custos de operação do dia a dia, de obter crédito no mercado e a falta de previsibilidade de quando haverá uma reabertura dos negócios.

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC)

Nota: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.

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TURISMO – ABRIL 2021 Os destinos brasileiros continuam com muitas restrições, apesar de um início de flexibilização na segunda metade de abril, e enquanto elas durarem os consumidores vão continuar adiando suas viagens para a segunda metade do ano. Em abril, as companhias aéreas nacionais operaram menos de 200 voos por dia cada uma. Como comparação, em dezembro de 2020 eram cerca de 650 diários. É a maior aproximação dos índices de abril do ano passado, quando a malha essencial de cada empresa significava 50 voos por dia. Em março de 2021, a associação de empresas aéreas (Abear) havia previsto uma oferta de 40% do pré-pandemia, mas esse índice caiu para menos de 30%. No internacional, as fronteiras continuam fechadas, com França, Portugal, Argentina e Chile estendendo as restrições para voos do Brasil. Acompanhe abaixo, setorialmente, como está a expectativa para o restante do ano.

Fonte: ABEAR.

OPERADORAS: continuam vivendo uma situação crítica, com destinos fechados. As remarcações ainda ocupam boa parte do tempo das empresas, que preveem retomada no segundo semestre, especialmente entre os vacinados e buscando nichos de viagens. A Copa do Mundo de 2022, no Catar, e as viagens temáticas (como os festivais e cruzeiros LGBT, ou os festivais de música em 2022) têm movimentado a prateleira das operadoras, que também aguardam a volta dos cruzeiros e a abertura das fronteiras na Europa e Estados Unidos. Algumas operadoras continuam enfrentando mais dificuldades e a mais recente a entrar com pedido de recuperação judicial foi a Viagens Master.

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AGÊNCIAS DE VIAGENS: Na sua maioria empresas de pequeno porte, as agências de viagens sofrem com a dificuldade de acesso a crédito e com o grande número de remarcações e cancelamentos. A Abav e demais entidades do setor têm conseguido vitórias com o governo federal, como o adiamento em um ano os prazos para pagamento de reembolsos e o projeto de lei de um programa de ajuda ao Turismo, mas as medidas chegam em ritmo muito lento. Para se ter ideia, a questão do imposto sobre remessas ao Exterior está parada desde o começo do ano, sem perspectivas de aprovação. Há uma proposta para redução para 6%, mas por enquanto o que vigora são os 25%, o que tem levado empresas a buscar alternativas de pagamento no Exterior. Segundo dados da CNC, o Turismo perdeu 35 mil empresas em 2020, incluindo cerca de 1,4 mil agências de viagens. HOTELARIA: Os desafios de 2020 continuam com as novas restrições impostas pelos destinos e a hotelaria só verá recuperação a partir do fim de 2021. Mesmo assim, levantamento feito pela HotelInvest mostra que o número de hotéis em construção caiu apenas 13% em relação ao previsto antes da pandemia. Há R$ 6,1 bilhões de investimentos em novos hotéis, especialmente no interior do País (fora das capitais) e na categoria econômica. Hotéis sofisticados, atrelados a grandes marcas, também estão crescendo, assim como as franquias. O Rio de Janeiro, em 2020, foi o destino com menor queda de ocupação e maior RevPar. Também tem uma expectativa de crescimento bem pequeno de sua oferta hoteleira: apenas 3 hotéis em construção na cidade.

Fonte: HotelInvest e Fohb.

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AEROPORTOS: O governo federal finalizou a sexta rodada de concessões de aeroportos à iniciativa privada e arrecadou R$ 3,3 bilhões, incluindo o Aeroporto de Manaus. Praticamente todos os principais aeroportos do País foram concessionados, com exceção de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), que devem ser leiloados na próxima etapa do projeto de concessões de aeroportos. Tirando Viracopos, em Campinas (SP), e Natal (no Rio Grande do Norte), os projetos de concessão até agora foram bastante exitosos. VIAGENS CORPORATIVAS E EVENTOS: As viagens a trabalho continuam em cerca de 30% do pré-pandemia, com foco nos deslocamentos essenciais. A perspectiva de recuperação foi jogada para 2022. Quanto aos eventos, a perspectiva é também para o próximo ano, já que as aglomerações dependem de uma aceleração no processo de vacinação. LUXO: Com esta edição iniciamos uma parceria aqui no BOM Report, com a ILTM, referência mundial em eventos e conteúdo relacionados às viagens de luxo. Confira o conteúdo da ILTM a seguir:

VIAGENS DE LUXO COM A

A partir deste mês, teremos a valiosa colaboração da ILTM com uma coluna de viagens de luxo no Brazilian Overview Montlhy Report (BOM Report). As viagens de luxo serão um dos motores da retomada do Turismo internacional e os dados da ILTM ajudarão nossos parceiros a se planejarem e entenderem melhor esse mercado. DE OLHO NA APAC Encorajar os viajantes de luxo da Ásia/Pacífico (APAC) a percorrer distâncias maiores será fundamental para um 2021 de sucesso para as viagens de luxo globais, segundo relatório publicado este mês pela ILTM. Viajantes de alta renda da região (ou HNW – High

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Net Worth, em inglês), com patrimônio mínimo de US$ 1 milhão, contribuem com US$ 363 bilhões para o Universo Global de Viagens de Luxo (voos, hospedagens e atividades), como identificado em um amplo relatório publicado pela ILTM em 2020. A região da Ásia/Pacífico é a que cresce mais rapidamente em termos de população e riqueza total, com a China como maior história de sucesso para as viagens internacionais – a China representa 29% da população HNW da região da APAC, mas 50% dos gastos globais com passagens aéreas e hotéis. No entanto, mercados bem estabelecidos, como Japão, Austrália e Coreia do Sul, ao lado de outros que têm crescido velozmente, como Vietnã, Índia e Filipinas, também contribuirão para o retorno das viagens de luxo como esperamos. A ILTM Asia Pacific, um evento virtual para fornecedores de viagens de luxo buscando contato com os agentes de viagens chave desse mercado, irá acontecer de 20 a 22 de julho de 2021. E assim que o mundo da APAC começar a viajar de novo, os indicadores da pesquisa da ILTM mostram que tanto a América do Sul quanto a América do Norte, com sua variedade de atividades culturais e esportivas, assim como experiências gastronômicas que vão de jantares formais à sociedade do café, e, claro, os grandes cenários ao ar livre, estarão no topo de suas listas de destinos de viagens. Para mais informações, visite: www.iltm.com

Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br.

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