Brazilian Overview Monthly Report - PT - FEV 2023

PRINCIPAIS FATOS

O ano de 2023 começou e os cenários internacional e doméstico seguem com incertezas em relação ao ritmo do crescimento econômico e inflação. No campo externo, os Estados Unidos subiram novamente a taxa básica de juros para 4,50% ao ano. Contudo, o avanço foi menor do que os anteriores, trazendo uma expectativa mais favorável de que o aperto do FED (Federal Reserve) será menos agressivo, até pelo arrefecimento da inflação que, em 2022, fechou em 6,5%.

Do outro lado do mundo, a China dá sinais de reaquecimento da economia e as expectativas para o PIB deste ano vêm subindo para algo em torno de 6%. Essa era uma das principais preocupações, pois o país tem forte influência na dinâmica global e nos preços das commodities. Com os Estados Unidos e China dando sinais de que o cenário previsto mais negativo não deve se efetivar, diminui gradativamente as incertezas, mas ainda distante de um quadro otimista. No aspecto doméstico, o Brasil tem grandes desafios pela frente. A inflação fechou em 5,79% em 2022, bem abaixo dos 10,06% do ano anterior. No entanto, a perspectiva é que ela continue nesse patamar – ainda elevado –para o ano de 2023. Os combustíveis devem ficar mais caros a partir de março, dada a volta do imposto federal. As condições climáticas desfavoráveis contribuem na redução de oferta de um grande números de alimentos e, por consequência, seguem com pressão no bolso do consumidor.

Os preços médios ficando mais um ano acima do teto estabelecido pelo Conselho Monetário

Nacional, mantem a cautela do Banco Central sobre a taxa básica de juros, a SELIC, permanecendo no atual patamar de 13,75% ao ano. No ano passado, a expectativa era que o novo ciclo de queda da taxa se daria até o final do 1º semestre. Contudo, dadas as incertezas econômicas e políticas, a tendência é que fique nesse nível ao longo de todo o ano, dificultando a retomada do crescimento econômico. Mesmo com a taxa de juros elevada e a inflação mais baixa de que m 2021, não tem surtido grandes efeitos sobre a taxa de câmbio. A moeda brasileira segue cotada acima dos 5 reais por dólar. O que tem contribuído para a desvalorização do real é a falta de clareza sobre a política de gastos do governo. Há uma ideia de repensar o teto de gastos, mas sem ainda estabelecer uma âncora fiscal, ou seja, de onde virão os recursos para cobrir um possível aumento de gastos em um novo teto.

O quadro de inflação resiliente, taxa de juros elevada, câmbio desvalorizado e incertezas no campo político, reduzem as expectativas para a economia neste ano. Os dados setoriais já mostram que há um esgotamento do fôlego dos consumidores. O comércio, por exemplo, registrou leve queda de 0,6% no ano passado, segundo o IBGE. Entretanto, vale a ressalva que o desempenho foi assimétrico, com resultado relativamente melhor daqueles setores de bens essenciais e mais baratos e que não precisam de crédito, daqueles que estão diretamente ligados ao crédito, como eletrodomésticos, vendas de veículos e etc. Ou seja, o comércio sofre diretamente com a taxa de juros tão elevada.

A indústria seguiu na mesma tendência e apontou recuo suave de 0,7%. O crédito e custos elevados, com os insumos e transporte internacional, dificultam o quadro do setor industrial.

O setor de serviços, por outro lado, cresceu 8,3%. O destaque fica com aqueles segmentos ligados ao turismo. De acordo com levantamento da FecomercioSP, o faturamento nacional do turismo foi de R$ 208 bilhões em 2022, crescimento de 28%, puxado pelo transporte aéreo (66,2%), seguido de alojamento e alimentação (23,3%). E, certamente, esse será o segmento de destaque em 2023, com empresas e consumidores ampliando os gastos com viagens.

Em relação ao emprego, em 2022, entre admitidos e demitidos, houve um saldo positivo de pouco mais de 2 milhões. Porém, o dado de dezembro

DADOS IMPORTANTES:

foi negativo em 431 mil, mais negativo do que os -293 mil do mesmo período do ano anterior. Será importante acompanhar os primeiros dados do ano para captar o termômetro dos empresários em relação a economia e o apetite em investir em novas contratações. No curto e médio prazo a economia brasileira deve seguir crescendo, mas com os juros altos limitando um avanço mais forte, mais robusto. Enquanto não houver clareza sobre a política fiscal, são minimizadas as chances de uma redução de juros e de uma apreciação do real. Portanto, os desafios são complexos e precisam ser sanados de forma rápida, mas responsável, para que o Brasil saia da armadilha do crescimento e volte a ter um ciclo de expansão forte e sustentável de longo prazo.

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A safra agrícola de grãos deve bater novo recorde em 2023, de 302 milhões de toneladas, lideradas pela soja e milho.

A inadimplência no país atingiu 29,9% das famílias em janeiro, patamar acima dos 27% vistos no mesmo período do ano anterior, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

A taxa média de juros cabrada do consumidor, entre as mais diversas modalidades de crédito, foi de 55,8% em dezembro, pouco mais de 10 pontos percentuais acima do visto no ano anterior.

RESUMO JULHO/2022

Legenda: Verde, Vermelho e PretoOs dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.

ÍNDICES DE CONFIANÇA:

O Índice de Confiança do Consumir (ICC) registrou crescimento de 2,1% em janeiro e sobe 15,7% no contraponto anual, levando o indicador aos 125,4 pontos, maior patamar desde fevereiro de 2020. A inflação mais amena é o principal fator que tem contribuído para o otimismo dos paulistanos. Até mesmo porque gera uma economia no orçamento, o que permite o pagamento das contas em atraso. Gradativamente as condições econômicas das famílias vai melhorando e aumento o otimismo.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) atingiu os 114 pontos em janeiro, queda de 4,4% na comparação com dezembro e -4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora os consumidores estejam mais otimistas, não está se revertendo necessariamente num aumento de vendas. As famílias estão priorizando os setores essenciais e pagando as dívidas atrasadas. Desta forma, os empresários mentem uma certa cautela ao ver um ritmo de vendas aquém do esperado para o momento.

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC)

Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.

O Carnaval é um divisor de águas para o calendário de negócios no Brasil, mas podemos dizer que o ano começou mais cedo em 2023, com o Turismo enchendo hotéis e voos desde janeiro. Empresas como CVC Corp e Orinter bateram recorde de vendas em janeiro (R$ 1,3 bilhão e R$ 100 milhões, respectivamente), e o ano promete ser ainda de retomada das viagens. As viagens internacionais ainda estão abaixo de 2019 no mundo todo (chegando a quase 70% do pré-pandemia) e no Brasil não é diferente. 2022 teve como agravantes meses ainda com ondas fortes de pandemia (especialmente no começo do ano), dólar em alta, inflação, eleições presidenciais, Copa do Mundo de Futebol (vencida pela Argentina) e problemas para tirar visto americano (a espera para um visto novo estava em 500 dias).

A malha aérea de algumas empresas já havia retornado a níveis próximos de 2019, mas a maioria atingirá 100% ou crescerá em relação ao pré-pandemia somente em 2023.

NOVOS VOOS

Nas últimas semanas tivemos o anúncio de vários novos voos internacionais, como o São

Paulo-Los Angeles, da Latam e Delta, o São

Paulo-Joanesburgo, da Latam, o Belo Horizonte-Curaçao, Belo Horizonte-Orlando e Belo Horizonte-Fort Lauderdale, da Azul; e ainda mais frequências de companhias como Delta, American, United (voltará a voar para Washington DC em março), Air Europa, Lufthansa, Air France-KLM, entre outras. Na América do Sul, há grande expectativa em relação à temporada de inverno para Argentina e Chile, que promete ser a melhor dos últimos anos.

2022

No ano passado, o setor aéreo brasileiro registrou 98 milhões de bilhetes vendidos, ainda longe do recorde de 119 milhões em 2017, mas já perto dos níveis de 2019. No internacional foram 15,6 milhões de passagens (já inclusas nesse total de 98 milhões). Esses números dão conta apenas das empresas aéreas nacionais (Azul, Gol e Latam). Estima-se que as empresas internacionais respondam por 70% dos passageiros internacionais, o que daria mais 35 milhões de bilhetes aéreos vendidos.

NOTÍCIAS DO COMEÇO DO ANO

• Uma das principais operadoras do País, a Orinter foi comprada pelo grupo norte-americano Mondee, com sede em Austin, no Texas, por US$ 40 milhões.

• O Ministério do Turismo e as entidades de Turismo do Brasil (como Abav, Braztoa e Clia) encaminharam a aprovação da medida provisória que reduz o imposto de renda sobre remessas ao Exterior, que aumenta o custo das viagens, especialmente para os Estados Unidos. A previsão é de sanção presidencial ainda em março.

• A Embratur, órgão de promoção do Turismo brasileiro no Exterior tem novo presidente, o político Marcelo Freixo, que montou uma equipe técnica que inclui nomes como Jaqueline Gil, Bruno Reis, Monica Samia e Mariana Aldrigui. O País volta a promover a Marca Brasil, criada em 2003, como símbolo do Turismo para os visitantes estrangeiros.

• Marcelo Freixo se disse contra voltar a exigir vistos de turistas americanos, já que os Estados Unidos não aplicam a reciprocidade e continuam a obrigar os brasileiros a tirarem visto

para entrar no país. Para Freixo, a isenção para americanos deve continuar.

• O Brasil também tem uma nova ministra do Turismo, Daniela Carneiro. O Ministério do Turismo completa 20 anos – foi criado no primeiro governo Lula, em 2003.

PARTICIPAÇÃO DAS AÉREAS INTERNACIONAIS NO MERCADO BRASILEIRO (EM RPK)

PREPARE-SE PARA OS EVENTOS MAIS IMPORTANTES DO ANO NO BRASIL

FÓRUM PANROTAS 2023

(fórum de líderes do setor de Viagens e Turismo, organizado há 20 anos pela PANROTAS)

Data: 7 a 8 de março de 2023 | Local: São Paulo - SP - Brasil

SINDEPAT SUMMIT

(encontro do setor de parques temáticos e atrações turísticas)

Data: 22 a 23 de março de 2023 | Local: Brasília - DF - Brasil

45ª ABAV TRAVELSP

(feira de Turismo do Estado de São Paulo)

Data: 30 a 31 de março de 2023 | Local: Águas de Lindóia - SP - Brasil

FEIRA UGART

(feira de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul)

Data: 31 de março a 1 de abril de 2023 | Local: Porto Alegre - RS - Brasil

WTM LATIN AMERICA

Data: 3 a 5 de abril de 2023 | Local: São Paulo - SP - Brasil

BNT MERCOSUL

Data: 5 a 6 de maio de 2023 | Local: Balneário Camboriú - SC - Brasil

ILTM LATIN AMERICA

Data: 9 a 12 de maio de 2023 | Local: São Paulo - SP - Brasil

FESTIVAL DAS CATARATAS 2023

Data: 31 de maio a 2 de junho de 2023 | Local: Foz do Iguaçu - PR - Brasil

EXPO TURISMO PARANÁ 2023

Data: 15 a 16 de junho de 2023 | Local: Curitiba - PR - Brasil

25ª AVIRRP (feira de Turismo do interior do Estado de São Paulo)

Data: 4 a 5 de agosto de 2023 | Local: Ribeirão

Preto - SP - Brasil

EQUIPOTEL (feira de Hotelaria)

Data: 19 a 22 de setembro de 2023 | Local: São Paulo - SP - Brasil

LAMEC (Eventos corporativos)

Data: 25 de setembro de 2023 | Local: São Paulo - SP - Brasil

ABAV EXPO 2023

Data: 27 a 29 de setembro de 2023 | Local: Rio de Janeiro - RJ - Brasil

FIT ARGENTINA

(feira de Turismo na Argentina)

Data: 30 de setembro a 3 de outubro de 2023 | Local: Buenos Aires - Argentina

BTM BRAZIL TRAVEL MARKET

Data: 19 a 20 de outubro de 2023 | Local: Fortaleza - CE - Brasil

FESTURIS GRAMADO

Data: 9 a 12 de novembro de 2023 | Local: Gramado - RS - Brasil

Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br