Edição 19
JUlho/21
ECONOMIA BRASILEIRA .......................................................................2 DADOS IMPORTANTES ............................................................................3 DADOS MACRO AMÉRICA LATINA ............................................................3 ÍNDICES DE CONFIANÇA ..........................................................................4
INDÚSTRIA DO TURISMO ....................................................................5 VIAGENS DE LUXO COM A ILTM ........................................................7
PRINCIPAIS FATOS A economia brasileira continua no seu processo de recuperação após um período de restrições mais severas, entre fevereiro e abril. No entanto, o fator inflação tem se tornado um foco das atenções e um grande obstáculo no consumo das famílias e nos investimentos das empresas. O IPCA, índice oficial do país, registrou alta de 8,35% entre julho do ano passado e junho deste ano, muito acima dos 3,75% estipulados como meta pelo Banco Central brasileiro para o ano de 2021. A pressão dos preços vem de várias frentes. A variação do grupo de alimentos e bebidas, com peso de 21% no índice geral, é de 12,6% nos últimos 12 meses. As commodities agrícolas, como milho e soja, dispararam e afetam toda uma cadeia, da agricultura até o comércio. Além disso, o preço das carnes também disparou, pois o aumento do preço da arroba do boi saltou mais de 60% em um ano e tem forçado brasileiros a um menor consumo dessa proteína, inclusive alternando para o ovo. Outro fator que tem pesado são as tarifas da energia elétrica e do gás. Esse último teve aumento de preços de 24% em um ano. E a energia elétrica sofreu mais um reajuste de 50% na tarifa devido aos níveis baixos dos reservatórios das hidrelétricas. Para atender o consumo de energia, será necessário produzir através das usinas termelétricas que possuem um custo mais elevado de produção e, evidentemente, esse aumento é repassado aos consumidores e empresas. Ainda em relação à inflação, a disparada do petróleo no mercado internacional pressiona os preços dos combustíveis. Tanto que, em média, já subiram 42% para a gasolina e 41% para o óleo diesel, em 12 meses. Esse tema (inflação) tem sido motivo de preocupação não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos. Lá, o aumento dos preços em um ano foi de 5,4%, maior nível em quase 13 anos. Desta forma, entende-se que o Federal Reserve, o Banco Central americano, tenha que aumentar os juros. Caso isso aconteça, haverá mais um desafio para o Brasil, de ter que tomar uma medida ainda mais contracionista que vem sendo feita com a taxa básica de juros da economia, a SELIC. Até agora, foram aumentos de 0,75 ponto nas últimas reuniões do Conselho de Política Monetária, do Banco Central, elevando a taxa para os atuais 4,25% ao ano. Mas esse cenário de inflação doméstica acelerando e possível aumento nos juros americanos pode exigir um aumento maior da SELIC. Outro ingrediente para esse desafio é a taxa de câmbio. O dólar que chegou a casa dos R$ 4,90 voltou novamente para acima dos R$ 5. Alguns fatores para haver a valorização do dólar são as indicações de aumento de juros nos Estados Unidos e um cenário de aumento de riscos com as novas variantes do coronavírus, sobretudo a delta. Tanto que além do dólar, o ouro também se valorizou. No cenário doméstico, os conflitos políticos colaboram para potencializar a desvalorização do real. E dólar mais alto é mais um problema para o Banco Central controlar a inflação diante do avanço dos preços das commodities. Enquanto há essa encruzilhada para a decisão do Banco Central logo no início de agosto, os setores da economia real vão mostrando números cada vez mais favoráveis. Começando pelo comércio que, em maio, cresceu 26% na comparação anual. A comparação com 2020 não é adequada, pois nesse período do ano passado a economia vivia o seu fundo do poço, no auge da pandemia, ou
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seja, a base de comparação está fragilizada. Mesmo assim, comparando com igual período de 2019, antes da pandemia, o comércio cresce 6%. A indústria e os serviços registraram forte aumento em relação a 2020, mas por conta da base fraca de comparação. Em relação ao mesmo mês de 2019, o primeiro setor ainda está 3,1% abaixo e o segundo -0,7%. Pode parecer, à primeira vista, um resultado negativo, mas são setores que estavam numa situação ainda mais difícil, principalmente o de serviços, que acumulava no início do ano queda de 8,4%, nos últimos 12 meses, e chega a maio com variação de -2,2%. Especificamente o Turismo, segundo levantamento da FecomercioSP, o faturamento de maio deste ano está 31,2% abaixo do nível pré-pandemia, com destaque para as quedas do transporte aéreo (50,5%) e do grupo de alojamento e alimentação (33,5%). O Turismo está encontrando muitas dificuldades para se recuperar e depende, em grande parte, da vacinação. De forma geral, a tendência para a economia real é de recuperação gradativa ao longo do segundo semestre. Ainda há muitos desafios e incertezas pairando sobre a economia mundial e nacional, o que limita fazer previsões mais assertivas. Mas, certamente, a vacinação avançando cada vez mais rápido no Brasil, dará condições de colocar o país numa situação mais confortável para enfrentar esses problemas. DADOS IMPORTANTES: n As vendas do comércio no mês do dia das mães, maio, cresceram 6% em relação ao mesmo
mês de 2019. Há um desempenho assimétrico, com setores como materiais de construção, eletrodomésticos sendo destaque e, por outro lado, o setor de vestuário ainda não conseguindo se recuperar da pandemia. n A
inflação em junho foi de 0,53%, abaixo dos 0,83% do mês anterior. Dois terços do aumento do mês vieram de três grupos: alimentação (0,43%), transportes (0,41%) e habitação (1,10%).
n O mercado imobiliário e a indústria da construção estão aquecidos. O custo médio do metro
quadrado no Brasil subiu 11,1% em um ano, já descontada a inflação. O aumento das commodities de minério de ferro, aço, alumínio, cobre, faz os preços a empresas e consumidores dispararem.
Dados Macro América Latina
Argentina
Brasil
Chile
Colômbia
México
Peru
Taxa de desemprego
10,20%
14,70%
10,00%
15,60%
4,50%
12,00%
Taxa básica de juros
38,00%
4,25%
0,50%
1,75%
4,00%
0,25%
Inflação (LTM - out *)
48,80%
8,35%
3,80%
3,63%
5,88%
3,51%
*LTM - Últimos Doze Meses Até Fev Legenda: Verde, Vermelho e Preto Os dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.
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ÍNDICES DE CONFIANÇA: O Índice de Confiança do Consumir registrou a segunda alta consecutiva. Em junho, o índice atingiu os 107,3 pontos, alta de 1,3% em relação a maio e 6,8% acima do patamar de junho de 2020. Esses últimos resultados positivos vêm com a redução das restrições das atividades e de circulação na cidade de São Paulo. Portanto, a tendência é de aumento da confiança nos próximos meses, sobretudo com a vacinação já chegando à faixa dos 30 anos para a primeira dose. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) voltou a subir após duas fortes quedas acumuladas de 15%. Em junho, a confiança do empresário chegou aos 90,6 pontos, 8,1% acima do visto no mês anterior. Da mesma forma como ocorreu com os consumidores, a reabertura da economia, após um período de praticamente três meses de restrições mais severas, trouxe um alívio para os comerciantes retomarem as vendas.
Confident Index and Comerce Businessman Índice deConsumer Confiança do Consumidor (ICC)(ICC) e Empresário Comercial (ICEC) (ICEC)
150 140 130 120 110 100 90 80
ICC
mai/21
fev/21
nov/20
ago/20
mai/20
fev/20
nov/19
ago/19
mai/19
fev/19
nov/18
ago/18
mai/18
fev/18
nov/17
ago/17
mai/17
fev/17
nov/16
ago/16
mai/16
60
fev/16
70
ICEC
Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.
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VIAGENS E TURISMO A retomada das viagens está cada vez mais evidente no Brasil, à medida em que os índices de casos, internações e mortes por covid-19 despencam. Com a vacinação já adiantada (41% com a primeira dose e 16% 100% imunizados), os planos de viagens retornam e as reservas futuras e as de curto prazo também aumentam. Pesquisa realizada pelo TRVL LAB e Elo, que será lançada em agosto, mostra que os planos de viagens domésticas para o segundo semestre do ano atingem todos os tipos de viajantes, com as viagens internacionais programadas para 2022, especialmente na segunda metade do ano. Obviamente quando as fronteiras reabrem é imediato o aumento de viagens e buscas pelos brasileiros. Foi o que ocorreu com a Suíça, França e Canadá, já reabertos para visitantes do Brasil, e com destinos já consolidados na pandemia, como Dubai, Cancún, Cidade do México e Punta Cana (campeões de busca no Kayak), além de Maldivas, Egito e outros mais distantes, porém abertos a brasileiros. Continua o papel do trade internacional para pressionar seus governos para, além de reabrirem as fronteiras, aceitarem também a vacina Sinovac/CoronaVac, já aprovada pela Organização Mundial da Saúde, mas ainda não por países como França e Canadá. No doméstico, as aéreas já estão com a oferta entre 70% e 80% do pré-pandemia e chegarão ao final do ano com 100%, sendo uma malha aérea remodelada e mais focada no lazer. JULHO AQUECIDO As vendas de viagens a lazer no Brasil na primeira quinzena de julho foram as melhores desde o começo da pandemia. As tarifas de hotéis e empresas aéreas, para as viagens no Brasil, já estão em patamares pré-pandemia. Entre as operadoras de Turismo, 22% delas, segundo pesquisa da Braztoa, já atingiram ou ultrapassaram os patamares de venda pré-pandemia. No internacional, os entraves ainda são:
1 – as fronteiras fechadas; 2 – o câmbio alto, pois o dólar a R$ 5 – cinco reais, freia os planos de viagem para a maioria da população, deixando apenas as classes A e AA mais ansiosas pela reabertura das fronteiras;
3 – a vacinação lenta (16% da população 100% vacinada ainda é muito pouco, mas não estão levando em conta nesses dados os brasileiros vacinados no Exterior);
4 – a falta de um certificado internacional de vacinação no Brasil, o que facilitaria a checagem da vacina tomada pelas autoridades no Exterior;
5 – a falta de reconhecimento da vacina chinesa da Sinovac (aqui chamada de CoronaVac) em alguns países, apesar de ela já ter sido aceita pela Organização Mundial da Saúde (WHO).
6 – a situação econômica, que deixou algumas famílias com orçamentos menores de viagens.
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A favor das viagens para o Exterior:
1 – a saudade de explorar novos e antigos destinos, especialmente na Europa e Estados Unidos; 2 – o longo período dentro de casa; 3 – o brasileiro adora e quer viajar, dizem todas as pesquisas; 4 – o brasileiro aceita todos os protocolos de saúde e segurança nas viagens e estão inclinados a divulgar dados de saúde para isso;
5 – as classes mais altas têm negócios e propriedades no Exterior; 6 – o sonho da viagem ao Exterior – da Disney à Itália – continua sendo um dos mais fortes entre os brasileiros;
7 – a oferta das empresas aéreas deve aumentar com a reabertura das fronteiras e os preços devem diminuir para compensar o câmbio desfavorável. A Latam voltou a voar para Paris e Bogotá este mês. DO QUE O BRASILEIRO PRECISA Para voltarem a viajar ao Exterior, além das fronteiras reabertas, os brasileiros precisam de informação sobre procedimentos de entrada, protocolos nos destinos e assistência no planejamento da viagem. Os destinos precisam continuar investindo em educação, treinamento e capacitação de agentes de viagens e operadores, mostrando que a retomada é uma ótima oportunidade para todos. Ter confiança em viajar e não ter problemas com cancelamentos e remarcações é fundamental. Assim como a confiança em uma experiência ainda melhor, mesmo diferente, do que no pré-pandemia. Luxo, viagens LGBTQIA+, esportes ao ar livre (do ciclismo aos esportes náuticos), viajantes mais velhos, viagens multigeracionais, contato com a natureza, descoberta de destinos secundários, bleisure (negócios + lazer), trabalho remoto em destinos prontos para os nômades digitais, e viagens multipropósito são algumas das tendências do viajante no pós-pandemia. CANAIS A venda direta (nos sites ou canais dos fornecedores) cresceu bastante na pandemia, mas os canais indiretos começam a retomar sua força, especialmente com as operadoras que apostam em nichos e na relação com as agências, e também nas agências de viagens que apostam em nichos e na consultoria em toda a jornada do cliente. São os dois canais que saem fortalecidos da pandemia: venda direta e agências ou consultores de viagens. Outros players, como as OTAs, ainda brigam para resgatar a imagem arranhada pelo atendimento durante a pandemia. PESQUISAS Dados da FecomercioSP e do IGBE mostram crescimento do Turismo no Brasil em maio, o que deve continuar em junho e julho. Mas o setor precisa ainda crescer mais de 50% para atingir níveis pré-pandemia.
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A confiança do comerciante brasileiro cresceu pela segunda vez consecutiva em julho, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador seguiu ascendendo em um ritmo forte, com avanço de 11,7% em relação ao mês anterior, chegou a 107,8 pontos e voltou para a zona de satisfação, o que não acontecia desde março deste ano. Em comparação com julho de 2020, o crescimento foi ainda maior: 55,6%. Se nenhum grande desvio ocorrer no Brasil e no mundo, teremos o melhor final de ano e verão para as viagens domésticas, esperando que o internacional pegue parte dessa euforia com a reabertura das fronteiras.
VIAGENS DE LUXO COM A AMÉRICA LATINA EM OUTUBRO Com as notícias de diminuição da taxa “R” de transmissão no Brasil, além do sucesso do programa de vacinação, os olhos do mercado mundial de viagens de luxo começam a se virar para a ILTM Latin America, que será realizada de 26 a 29 de outubro, em São Paulo. E o mundo inteiro realmente estará lá, pois 90% dos expositores pertencem às melhores marcas internacionais de viagens, atraídas pela riqueza cultural da América Latina e a lista dos agentes de viagens mais confiáveis que vão liderar a retomada e o boom potencial de viagens para o Exterior em 2022, especialmente do Brasil. A ILTM Latin America 2021 continua o tema da ILTM de Viagem Consciente, garantindo que os agentes de viagens de luxo possam explorar e trazer mais valor ainda aos aspectos práticos para ajudar seus clientes a tomar suas decisões de viagens no mundo pós-pandemia. O evento dará as boas-vindas tanto aos novos quanto aos consolidados consultores de viagens, assim como a jornalistas de todo o continente, para reconectar e construir novos negócios e oportunidades. SAIBA MAIS www.iltm.com/latin-america Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br.
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