PRINCIPAIS FATOS
Os números recentes da economia brasileira têm vindo positivos e acima das expectativas. O último mais importante que foi divulgado pelo IBGE foi o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, crescimento de 1,9% na comparação com o período imediatamente anterior. Esse resultado foi puxado essencialmente pelo agronegócio que obteve alta de 21,6%.
Ao mesmo tempo, por outro lado, os investimentos retraíram 3,4% ante outro recuo de 1,3%, no último trimestre do ano passado. É um ponto forte de atenção, essa variável é fundamental para o crescimento econômico sólido e de longo prazo. No entanto, a primeira parte do ano foi marcada por muitas incertezas sobre o que viria a ser o novo governo. Assim, é natural imaginar o receio do investidor. Agora, meses depois, já há um grau mais elevado de clareza sobre os rumos da economia, o que deve ajudar o retorno dos grandes aportes de recursos privados no país. Outro aspecto positivo e que ajuda a economia brasileira é que o Banco Central americano manteve os juros no intervalo de 5% a 5,25%, encerrando um ciclo de expansão. Ou seja, o aperto monetário não será menos agressivo do que se pensava e o mercado reagiu bem, lá fora e aqui dentro. Tanto que o real tem seguido numa tendência de valorização, seguindo várias moedas pelo mundo, e voltando a patamares próximos a 4,80 reais por cada dólar.
E dólar mais barato, embora prejudique o lado exportador, sobretudo de commodities, mas contribui – e muito – com o processo de controle da inflação. Em maio, por exemplo, o
índice oficial de preços no Brasil subiu 0,23% e acumula 3,94% em 12 meses, segundo dados do IBGE. Por uma questão estatística, a inflação deve baixar mais um pouco em junho e voltar a subir no segundo semestre devido a base de comparação do ano passado, quando houve a redução do imposto sobre combustíveis e que trouxe três meses de deflação, no 3º trimestre.
Com os preços menos pressionados e a trajetória futura da inflação convergindo para a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, abre caminho para que o Banco Central inicie no curto prazo o ciclo de queda na taxa de juros, hoje em 13,75% ao ano. As atenções estão sendo direcionadas para a reunião do Conselho de Política Monetária do mês de agosto.
A expansão monetária, ou redução de juros, é muito esperado pela economia real que sofre com o custo financeiro elevado. A indústria registrou retração de 2,7% em abril e acumula queda de 1% no quadrimestre.
O comércio varejista ampliou o seu volume em 0,5% no quarto mês do ano, mas ainda acumula alta de 3,1% no ano. O desempenho negativo ou de crescimento baixo tem sido puxado por aqueles setores que dependem do crédito como móveis (-7,7%) e eletrodomésticos (1,8%). Por outro lado, os setores básicos, supermercados e farmácias, seguem em expansão, de 3,1% e 3%, respectivamente.
Pelo lado dos serviços, o setor se descola da média da economia, até pelo fato de ter sido o que mais sofreu durante a pandemia, ou seja, é o que se fala: o primeiro a entrar na crise e o último a sair. Em abril, o volume de serviços cresceu 2,7%.
Quando se analisa os segmentos no detalhe,
chama a atenção a alta de 2,9% dos serviços prestados às famílias, -leia-se turismo.
De fato, o Turismo tem sido um grande destaque na economia brasileira. De acordo com o levantamento mensal da FecomercioSP, o faturamento da atividade em todo o Brasil foi de R$ 17,6 bilhões no mês de abril, alta anual de 9,8% e acumula ganho de 15,6% no ano. Vale a ressalva que não se trata de lucro, pois é só o faturamento e não o resultado financeiro.
É notório que os custos operacionais têm
DADOS IMPORTANTES:
pressionado as margens dos empresários, mas não anula o fato do setor de turismo, de lazer e de negócios, estar voltando com força total em 2023.
Embora haja muitos desafios no percurso, o que é natural no histórico da economia brasileira, o cenário de médio e longo prazo é promissor. A redução de juros será um grande estimulador da atividade no país e, com a inflação mais amena, criará espaço para ampliação de investimentos e consumo das famílias.
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Além da safra de grãos recorde para este ano, os abates de bovinos e frangos também chegaram ao maior nível no primeiro trimestre deste ano. A maior oferta desses produtos tem gerado efeito imediato na redução de preços aos consumidores.
RESUMO MAIO/2023
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o e-commerce no Brasil faturou, em 2022, R$ 187 bilhões. A região sudeste participa com 72% desse total.
A inadimplência ainda está elevada no país, segundo aponta o dado da Confederação Nacional do Comércio. Em maio, eram 29,1% de famílias que possuíam contas em atraso, mesmo patamar de abril e acima dos 28,7% do mesmo período de 2022.
ÍNDICES DE CONFIANÇA:
O Índice de Confiança do Consumir (ICC) retraiu 2,3% em maio e volta aos 122,2 pontos. Essa é a terceira queda consecutiva, porém, o atual patamar é o mais elevado para o mês desde 2013. Na comparação com abril de 2022, houve aumento de 15,4%. Há um cenário mais favorável em relação ao emprego e a renda na capital paulista, o que permite o pagamento de dívidas em atraso e um pouco mais de sobra no orçamento.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) apontou 107,7 pontos em maio, queda de 1,5% no contraponto mensal e de -8,3% na comparação anual. Desde o final do ano passado que o índice vem numa trajetória descendente. E está muito mais ligado a situação do país do que em relação ao próprio negócio. A economia ainda está crescendo lentamente e os juros elevados têm trazido muita preocupação para o comércio, com a capacidade limitada do consumidor de contrair crédito.
Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.
VIAGENS E TURISMO
Começando o segundo semestre com otimismo. Já não há mais o frenesi do pós-pandemia, com um boom de viagens que pegou fornecedores ainda se reestruturando, mas as viagens no Brasil continuam em alta. Porém, com planejamento (até por conta dos altos custo, ainda vigente), com mais oferta e dentro de uma normalidade que vem com novos hábitos, novas exigências e mais flexibilidade, especialmente nas viagens de lazer.
O segundo semestre começa com mais voos internacionais, como:
Belo Horizonte-Curaçao;
Belo Horizonte-Fort Lauderdale;
Belo Horizonte-Orlando; Recife-Orlando – todos da Azul.
E ainda:
São Paulo-Cairo, com a Egypt Air São Paulo-Los Angeles, com a Latam (em parceria com a Delta Air Lines)
Além dos voos que retornaram ou estrearam no primeiro semestre, como São PauloWashington, com a United Airlines, e São Paulo-Paris, com a Azul.
A Latam, empresa com mais voos internacionais a partir do Brasil, anunciou para os próximos meses, mais ligações inéditas, além da São Paulo-Los Angeles:
Foz do Iguaçu-Lima;
Belo Horizonte-Santiago do Chile;
Santiago-Melbourne;
Lima-Aruba;
Medellin-Miami;
e Lima-Atlanta.
Paralelamente a Azul anuncia foco total em duas frentes: equiparar os voos do Brasil para a Europa com a quantidade Brasil-Estados Unidos; e aumentar os voos em parceria com a JetBlue e a United a partir de Orlando e Fort Lauderdale, e dessa forma chegar a mais destinos americanos. Ainda para a Europa, essa mesma parceria existe com a Tap Air Portugal, que tem seus voos à venda no site da Azul.
A Azul, que já é a companhia aérea nacional com mais destinos em sua malha dentro do Brasil, quer ter uma malha aérea internacional mais robusta.
Mesmo assim, a oferta internacional de voos no Brasil ainda não chegou aos índices de 2019, o que explica em parte a alta de tarifas. Os indicadores de demanda e oferta internacionais das empresas brasileiras não superaram, em maio, os índices de maio de 2019, variando negativamente em 12,1% e 9,5%, respectivamente.
O número de passageiros transportados para o Exterior pelas companhias aéreas brasileiras foi de 1,6 milhão, o que representa 86,1% da movimentação em maio de 2019.
VISTOS
No mercado, é grande a expectativa para o início do visto on-line pago e obrigatório para a Europa (a Grã-Bretanha deve ser o primeiro a adotar a nova prática); e para a diminuição das filas e da espera no consulado americano – um visto novo ainda leva um ano para ser agendado. Os consulados americanos no Brasil passaram a abrir aos sábados e
contrataram mais profissionais para solucionar esse gargalo.
UMA NOVA CVC
Maior operadora de viagens do Brasil, a CVC Corp está com nova estrutura, mas com velhos conhecidos. A empresa passa por uma reestruturação de executivos e societária, e está trazendo de volta profissionais experientes que já trabalharam e conhecem a operadora, como o CEO Fábio Godinho, o diretor de Franquias, Emerson Belan, o diretor de TI, Paulo Palaia, e diversos outros gerentes e coordenadores.
Podemos esperar uma CVC mais agressiva, ativa e próxima dos parceiros no segundo semestre.
UMA NOVA AZUL VIAGENS
Ao mesmo tempo, a concorrente Azul Viagens, que tem 50 lojas no País (contra 1,2 mil da CVC), já anunciou planos de dobrar esse número até o final do ano, chegando a 103 lojas físicas.
MAIS OPERADORAS
Foram premiadas no IPW 2023 as operadoras brasileiras Agaxtur, Abreutur, CVC Corp, Diver-
sa e Orinter. Foram as empresas que mais venderam Estados Unidos no ano passado e que estão com projetos de divulgação do destino para o segundo semestre. A Orinter, por exemplo, terá o Conexão Estados Unidos em agosto, no Rio de Janeiro. Já a Diversa realiza um famtour para os EUA com um roteiro premiado em setembro. Ambos os eventos contam com apoio da Brand USA.
E o Visit USA 2023 será dia 7 de agosto em São Paulo e dia 9 em Campinas. O evento é organizado pelo US Commercial Service no Brasil.
EVENTOS NO SEGUNDO SEMESTRE
PANROTAS Next Goiânia – 1º de agosto
PANROTAS Next Ribeirão Preto – 3 de agosto
Avirrp – Ribeirão Preto – 4 e 5 de agosto
Visit USA São Paulo – 7 de agosto
PANROTAS Next Porto Alegre – 8 de agosto
Visit USA Campinas – 9 de agosto
PANROTAS Next Curitiba – 10 de agosto
Abav Expo 2023 – Rio de Janeiro – 27 a 29 de setembro
BTM – Fortaleza – 19 e 20 de outubro
100X Brasil – São Paulo – Outubro
Festuris – Gramado – 9 a 12 de novembro
Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br