PRINCIPAIS FATOS
A economia brasileira segue na sua trajetória de expansão. Segundo indicador do Banco Central, o IBC-Br, que funciona como uma espécie de prévia do PIB, registrou crescimento de 2,84% no primeiro bimestre deste ano. Só em fevereiro, a alta foi de 3,32%, superando – e muito – às expectativas do mercado. O ritmo poderia ser ainda mais elevado não fosse a taxa de juros elevada, atualmente em 13,75% ao ano. A tendência é que o Conselho de Política Monetária, do Banco Central, inicie o ciclo de redução da taxa SELIC no final deste ano. Havia até uma esperança de que pudesse haver uma sinalização de queda para o meio deste ano, porém, as chances são cada vez menores.
Isso porque o último dado de inflação divulgado, o de abril, veio acima do esperado e com alta de preços pulverizada. No mês, a variação foi de 0,61% ante 0,71% do mês de março. O acumulado em 12 meses está em 4,18%. Parece um percentual baixo, entretanto, por uma questão estatística de base de comparação, deve descer para a casa dos 3% até o mês de junho e voltar a subir até o final do ano, encerrando próximo a 6,5%, novamente ultrapassando o limite máximo da meta de inflação, definido pelo Conselho Monetário Nacional.
Todos os 9 grupos de consumo pesquisados pelo IBGE apontaram elevação no mês de abril. A maior pressão veio de saúde e cuidados pessoas com aumento de 1,49%, influenciado pelos tradicionais reajustes dos medicamentos, entre os meses de março e abril. E o principal gasto da família é com alimentação e esse grupo avançou 0,71% no mês.
A Petrobrás, recentemente, anunciou que não seguirá mais a política de paridade de preço internacional para os seus combustíveis. Em adição a essa medida, reajustou para baixo os preços de gasolina, gás de cozinha e óleo diesel. Certamente ajudará a conter a inflação. No entanto, não ficou clara a nova política de preços e fatores que serão levados em consideração. O efeito imediato é bom para o bolso do consumidor, mas gera incertezas de longo prazo sobre as finanças da empresa, principalmente pelo país ainda depender, em parte, da importação de combustíveis. Ou seja, como ficaria a situação dos preços caso houvesse uma aceleração do dólar e do petróleo?
Enquanto a inflação não cede mais rápido e os juros não caem, a economia real, pelo menos, vai mostrando dados positivos. O setor de serviços, por exemplo, registrou, em março, alta de 6,3% na comparação com o mesmo período de 2022, acumulando, no ano, aumento de 5,8%. Dos cinco grupos analisados pelo IBGE, quatro apontaram elevação no mês.
Especificamente o turismo, de acordo com o levantamento mensal da FecomercioSP, houve crescimento de 14,6% em março no contraponto anual. E o faturamento de R$ 18,5 bilhões, é o maior para o mês desde 2015. Vale destacar outro indicador da Entidade, o Índice Mensal de Atividades do Turismo, o IMAT, em parceria com a SPTuris, que mostrou que na cidade de São Paulo, em específico, o turismo teve, em março, o seu melhor desempenho da série iniciada em 2020. Pelo lado da indústria, houve crescimento em março de 0,9% na comparação anual. E no comércio, as vendas subiram 3,2% no terceiro
mês do ano e acumula alta de 2,4% no primeiro trimestre.
No contexto mais global, a desvalorização do dólar perante as moedas mundiais tem trazido benefício para o Brasil. O real baixou da casa dos 5 reais por dólar e oscila próximo a 4,90 reais. Aliado a isso, as commodities, na média, tem buscado preços mais baixos do que há um ano. Se por um lado a combinação de real valorizado e commodities em queda ajuda na inflação, por outro, tira um ganho importante da economia brasileira, umas das principais exportadoras de commodities do mundo.
Em resumo, no quadro doméstico, está claro que a atividade econômica segue em expansão, porém com o freio de mão puxado, que é a taxa
DADOS IMPORTANTES:
de juros elevada. O mercado de trabalho aquecido e o ganho de renda com a inflação mais moderada, permite o avanço do consumo nos setores de comércio e serviços. Para se ter uma ideia, a taxa de desemprego no primeiro trimestre deste ano foi de 8,8%, bem abaixo dos 11,1% do mesmo período do ano passado. Além disso, houve um ganho de renda real, já descontada a inflação, de pouco mais de 7%, de acordo com o IBGE. Portanto, em meio a diversos desafios internos e externos, o Brasil vai obtendo resultados positivos, na atividade produtiva e nas condições econômicas dos consumidores. Se a taxa de juros baixar, o país estará preparado para um novo e importante ciclo de crescimento, com mais geração de emprego e renda.
Contribuindo com o arrefecimento da inflação, o agronegócio tem mostrado dados importantes de aumento da oferta. A safra de grãos deve superar a barreira de 300 milhões de toneladas pela primeira vez na história. Além disso, os abates de bovinos, suínos e frangos cresceram no 1º trimestre deste ano.
Atualmente, a taxa de desemprego no país está em 8,8%, o que representa 9,4 milhões de pessoas em busca de uma oportunidade, 2,5 milhões a menos do que há um ano.
ÍNDICES DE CONFIANÇA:
O Índice de Confiança do Consumir (ICC) está num patamar 20% acima do visto há um ano. Em abril, o indicador chegou aos 125,1 pontos, mantendo o otimismo dos paulistanos. A combinação de mercado de trabalho aquecido e inflação mais moderada é a base para haver esse crescimento anual.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou, em abril, 109,4 pontos, praticamente o mesmo patamar de março e queda de 4,7% na comparação com o mesmo mês de 2022. Embora a confiança do consumidor tenha se expandido, não necessariamente o ganho de renda tem sido destinado ao comércio. Até porque ainda há um nível elevado de famílias com contas e atraso, além da taxa de juros elevada que incomoda os empresários e dificulta parte das vendas.
Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.
VIAGENS E TURISMO
No primeiro trimestre de 2023, o Brasil foi o mercado número 3 em visitantes internacionais para os Estados Unidos. O Reino Unido foi o mercado número 1, com 756.543 visitantes; seguido da Coreia do Sul, com 364.337 e do Brasil, com 340.475.
VOOS DO BRASIL PARA OS EUA - MAIO/23
WEEKLY FLIGHTS TO/FROM BRAZIL FLIGHTS FROM BRAZIL TO THE US - MAY 2023 ONLY DIRECT FLIGHTS
A Secretaria Nacional de Viagens e Turismo prevê 1,46 milhão de turistas brasileiros neste ano e 2 milhões somente em 2025, alcançando os números de 2019.
Mais uma vez, existem alguns desafios para a recuperação total em ritmo mais rápido: longa espera por novos vistos ou renovação de antigos, número de voos entre Brasil e EUA ainda abaixo dos níveis de 2019 e câmbio (US$ 1 ainda R$ 5).
VOOS
SEASONAL/NEW FLIGHTS TO THE US
• American Airlines will fly from Rio de Janeiro to New York in October/23.
O número de voos diretos entre Brasil e Estados Unidos, em maio, chegou a 661/mês (veja ao lado). Se contarmos as opções com conexões, como pelo Panamá ou México, seria um valor maior.
Além disso, há alguns voos novos ou sazonais começando em breve:
• Azul will fly from Belo Horizonte to Fort Lauderdale (jun/23) and Orlando (Sep/23). And from Recife to Orlando (jun/23).
• Delta will fly from Rio de Janeiro to Atlanta (Dec/23) and New York (Dec/23).
• Azul voará de Belo Horizonte para Fort Lauderdale (junho) e Orlando (setembro).
• LATAM will fly from São Paulo to Los Angeles (Aug/23).
• Latam voará de São Paulo para Los Angeles (1º de agosto).
• American Airlines voará do Rio de Janeiro para Nova York em outubro.
• Delta voará do Rio de Janeiro para Atlanta e Nova York (dezembro).
Confira esses e outros números e análises, e as listas completas de operadoras de turismo e representantes de destinos em nossa edição anual do Brazilian Overview. Clique aqui para ler a publicação.
Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br