Brazilian Overview Monthly Report - PT - OUT 2021

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Edição 22

Outubro/21

PRINCIPAIS FATOS ..............................................................................2 DADOS IMPORTANTES ............................................................................3 DADOS MACRO AMÉRICA LATINA ............................................................3 ÍNDICES DE CONFIANÇA ..........................................................................4 O BRASIL ESTÁ DE VOLTA ......................................................................5 DESTINOS NACIONAIS ...........................................................................5

DESTINOS INTERNACIONAIS ...............................................................5


PRINCIPAIS FATOS Notícias pelo mundo têm trazido turbulência para a economia. No mês passado foi o problema financeiro da segundo maior empresa imobiliária chinesa, a Evergrande, que, inclusive, derrubou a cotação do minério de ferro, na expectativa de uma demanda muito menor no mercado da construção civil. Há riscos de novos calotes de outras empresas do ramo, porém o Banco Central daquele país já se pronunciou dizendo que o problema é “controlável”. Logo depois, acentuam-se os problemas de energia, do carvão na China e do gás natural na Europa, subindo 300% em um ano. É sabido que há demora nas exportações chinesas de insumos, desde fertilizantes a chip semicondutores para a indústria automobilística. A China já ordenou a elevação da produção de carvão para não ter que limitar a capacidade produtiva chinesa, o que poderia potencializar os problemas de entrega de produtos para o mundo. Esses riscos que a economia mundial vem enfrentando não são nada favoráveis para países como o Brasil, emergente, e que sofre com a volatilidade de sua moeda, o real. A cotação gira em torno de R$ 5,50 por dólar, não contribuindo para a redução da inflação no mercado doméstico. Embora o Banco Central do Brasil tenha subido a taxa básica de juros em um ponto percentual, de 5,25% para os 6,25% ao ano, e devendo aumentar para 7,25% na reunião no final deste mês de outubro, o câmbio não tem se valorizado. Há tanto as notícias externas, mas também as incertezas sobre a economia e política em 2022 que pressionam a moeda brasileira para a sua desvalorização. Outra notícia de fora que dificulta o trabalho do Banco Central do Brasil é da tendência de subida de juros pelo FED, nos Estados Unidos, que convive com uma inflação de 5,4%, alta para o padrão americano. Esse movimento influencia na saída de capital de países emergentes na busca de mais segurança. Enquanto isso, a inflação no Brasil sobe 10,25% nos últimos 12 meses, o que não se via desde o final de 2015 e início de 2016 quando o IPCA, índice oficial, 10,71%. São três grupos que puxam os preços no país: alimentação e bebidas que sobem 5,84% no ano, habitação, com elevação de 9,93% e transportes, crescendo 13,46%. O conjunto desses grupos pesa 2/3 do índice geral. Os combustíveis estão subindo, não sendo exclusividade do Brasil, por conta da escalada do preço do petróleo no mercado internacional, que tem sido negociação, o barril Brent, acima dos 80 dólares, o que também impacta fortemente no seu derivado, gás de botijão, que registra alta no ano de 28,6%. O país poderia contar com o etanol como substituto da gasolina nos carros flex. No entanto, com a quebra de safra da cana de açúcar em cerca de 30%, além dos produtores terem aproveitado para destinar a produção para o açúcar por conta do preço mais convidativo no mercado internacional, fez com que o preço médio desse combustível subisse 46% neste ano, tornando a sua escolha menos atrativa. O problema mais específico do país é o da energia, pela estiagem que reduziu os reservatórios das usinas hidrelétricas, que correspondem a pouco mais de 60% da geração de energia no Brasil. Para o consumidor final, a alta média chega nos preços chega a 18% no ano. O período de chuva começa agora e vai até março, mas as previsões não são nada otimistas. No entanto, a expectativa para a economia brasileira em 2022 tem se reduzido para um patamar

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próximo a 1%, o que exigirá uma demanda menor de energia. De qualquer forma, os custos altos da cadeia (combustíveis e energia) já impactam os negócios, reduzindo as margens dos empresários. E até mesmo os custos financeiros mais altos dado o aumento da taxa de juros, a SELIC. E os dados de agosto dos setores da economia indicam um esfriamento da economia. A indústria registrou leve queda de 0,7% na comparação anual e o comércio com retração de 4,1%. Já o setor de serviços registrou alta anual de 16,6% e supera em 4,9% o desempenho de agosto de 2019, pré-pandemia. Porém, há resultados assimétricos, com setores de transportes e tecnologia se recuperando mais rápido, enquanto serviços prestados às famílias como os meios de hospedagem, bares e restaurantes estão com a atividade abaixo do visto em 2019. Tanto que no levantamento mensal do faturamento do turismo nacional, elaborado mensalmente pelo Conselho de Turismo da FecomercioSP, em agosto, houve alta de 33,3% na comparação anual, mas ainda se encontra 20,6% abaixo do mesmo período de 2019. Portanto, embora haja desempenhos divergentes ao longo dos últimos meses, no geral a economia entra no período de mais atenção por conta da inflação acima dos 10%, e os custos da cadeia produtiva e falta de insumos que geram incertezas para os empresários sobre o comportamento da economia para 2022. E falta de previsibilidade é o que mantem a cautela de empresários para tomar decisões de investimentos, o que seria crucial para haver uma retomada mais forte. E este desafio não se limita ao Brasil, o mundo tem enfrentado certos dilemas para encontrar o caminho de volta de uma vida “normal”. DADOS IMPORTANTES: n Prévia

do PIB de agosto, o IBC-Br, caiu 0,15% ante julho, acumulando alta no ano de 6,4% e 3,99%, quando acumulados os últimos 12 meses.

n Em

agosto, foram abertas 372 mil vagas formais em todo o país, segundo o CAGED, do Ministério da Economia. Todos os grandes setores tiveram expansão, mas o destaque vai para o setor de serviços com quase metade da geração de empregos formais no mês, 181 mil.

n Aos

poucos vai se reduzindo a taxa de desempregados no Brasil. No trimestre encerrado em julho, a taxa de desocupados foi de 13,7%, abaixo dos 14,7% do trimestre imediatamente anterior e praticamente igual ao visto no mesmo período de 2020, 13,8%.

n O

país atinge o recorde de famílias endividadas com 74%, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O destaque vai para a dívida no cartão de crédito, modalidade que as famílias encontram para se defenderem da inflação.

Dados Macro América Latina

Argentina

Brasil

Chile

Colômbia

México

Peru

Unemployment rate

9,60%

13,70%

8,50%

12,30%

4,10%

9,50%

Basic interest rate

38,00%

6,25%

1,50%

2,00%

4,75%

1,50%

Inflation (LTM - sept*)

51,40%

10,25%

5,30%

4,51%

6,00%

5,38%

*LTM - Últimos Doze Meses Até Fev Legenda: Verde, Vermelho e Preto Os dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.

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ÍNDICES DE CONFIANÇA: O Índice de Confiança do Consumir continua se expandindo com alta em setembro de 2,4% em relação a agosto e cresce 5,8% quando comparado com igual período de 2020. O atual patamar de 114,7 pontos é o maior desde fevereiro, quando a segunda onda da pandemia atingiu o país e a cidade de São Paulo. Com a reabertura da economia, a vacinação atingindo níveis elevados e redução do perigo de retornar as antigas restrições, contribuem para o consumidor ficar mais confiança. Contudo, a inflação batendo na porta limita o aumento da confiança para patamares pré pandemia. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou alta mensal de 5,4% em setembro e atinge os 113,5 pontos, maior patamar desde abril de 2020. Na comparação anual, o avanço foi ainda mais significativo, de 32,2%, mas lembrando a influência da base fraca de comparação. Mesmo com vendas abaixo das expectativas, este é o momento que o comércio consegue ter previsibilidade para tomar decisões, pois não há riscos de novos fechamentos. Já é um alívio relativo e acaba sendo refletido no resultado do ICEC.

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC)

Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.

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VIAGENS E TURISMO O BRASIL ESTÁ DE VOLTA Com os principais países visitados por brasileiros em suas viagens de férias reabertos (os Estados Unidos estão previstos para reabrir em 8 de novembro), os viajantes do Brasil já planejam suas escapadas internacionais para os próximos meses. Mas não se enganem: há sim uma demanda reprimida imediata que irá lotar os voos disponíveis (e a quantidade é bem menor que em 2019), mas esse viajante está se programando mesmo para 2022, o que vai gerar uma alta demanda durante todo o próximo ano. O verão 2021/22 será mesmo das viagens domésticas, com praias, resorts e cruzeiros lotados. Levantamento divulgado em outubro pelo Portal PANROTAS sobre a busca por viagens na internet em relação ao pré-pandemia, uma parceria da plataforma Semrush com a PANROTAS, mostra os principais destinos procurados na web pelos brasileiros.

DESTINOS NACIONAIS (setembro 2021) 1 – Fortaleza 2 – Porto Seguro (Bahia) 3 – Maragogi (Alagoas) 4 – Rio de Janeiro 5 – Porto de Galinhas (Pernambuco) Ou seja, o brasileiro quer sol e praia. Quer relaxar e se divertir em destinos com opções à beira-mar, com predominância do Nordeste do Brasil. Arraial do Cabo (praia no litoral do Rio de Janeiro), Gramado (Serra Gaúcha), Jericoacoara (praia no Ceará), Fernando de Noronha (arquipélago paradisíaco em Pernambuco) e Ubatuba (praia em São Paulo) completam o Top 10. Na comparação com outubro de 2019, apenas Fortaleza, Arraial do Cabo e Jericoacoara ainda estão com números absolutos de buscas um pouco menores (cerca de 20%). Os demais têm crescimentos expressivos, como 82% para Maragogi.

DESTINOS INTERNACIONAIS Entre os destinos no Exterior, os Estados Unidos reinam absolutos nas buscas dos brasileiros. 1 – Disney, com aumento de mais de 200% sobre outubro de 2019. 2 – Portugal, com 123% de aumento nas buscas na internet pelos brasileiros. 3 – Estados Unidos, também com o mesmo aumento que Portugal. 4 – Alemanha 5 – Cancún 6 – Paris 7 – Roma 8 – Espanha 9 – México 10 – Nova York Todos os destinos internacionais do Top 10 apresentaram crescimento de buscas em setembro de 2021 em relação a outubro de 2019, pré-pandemia. P. 5


Outra pesquisa divulgada pela PANROTAS, essa em parceria com a ILTM, mostra a força dos Estados Unidos para o turista brasileiro. Conduzida pelo TRVL LAB, a pesquisa ouviu 705 viajantes de luxo do Brasil, todos com renda acima de R$ 20 mil, sendo que 36% acima de R$ 50 mil e 16% acima de R$ 100 mil. Os Estados Unidos lideram o ranking, com mais de 15% das citações pelos entrevistados. 1 – Estados Unidos – 15,27% das intenções 2 – Portugal – 7,25% 3 – Paris – 6,49% 4 – França – 4,96% 5 – Nova York – 4,20% 6 – Orlando – 3,82% 7 – Canadá – 3,44% 8 – Cancún – 3,06% 9 – Europa – 3,05% 10 – Dubai – 2,67% 50% dos entrevistados na pesquisa de viagens de luxo estão pesquisando destinos nacionais e internacionais, e 23% apenas destinos internacionais, mostrando que o luxo tem grande força quando o tema são viagens para o Exterior, apesar da redescoberta do Brasil durante a pandemia. As viagens internacionais se espalham por todo o ano de 2022. Entre os destinos nacionais para viajantes de luxo Fernando de Noronha ficou em primeiro lugar. O arquipélago paradisíaco na costa de Pernambuco é o desejo da maioria dos viajantes de luxo ouvidos na pesquisa, com 10,3%. Em seguida vêm Rio de Janeiro, Bahia, Fortaleza, Gramado, Nordeste, Natal, Maceió, Santa Catarina e Salvador. A lição de casa para os representantes internacionais que fazem negócios com a América Latina continua: 1 – Movimento para que os países aceitem todas as vacinas aprovadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) 2 – Padronização de protocolos 3 – Força-tarefa para renovação e concessão de vistos (quando necessário) 4 – Formulários em português e espanhol 5 – Produtos com valor agregado que façam o viajante esquecer o câmbio desfavorável 6 – Investimentos em nichos como luxo, esportes, LGBTQIA+, viagens solo, viagens com cunho social, viagens sustentáveis, viagens em família, relaxamento e diversão 7 – Pequenas cidades, parques naturais, contato com a natureza e bem estar estão crescendo na lista de desejos dos brasileiros quando o assunto é viagem 8 – Informações turísticas em português, representantes no Brasil, malha aérea recuperada e promoção precisam estar atualizados e a postos Saiba mais sobre as pesquisas em www.panrotas.com.br e www.trvl.com.br.

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VIAGENS DE LUXO COM A

A ILTM e a PANROTAS, parceiras há vários anos na promoção do segmento de viagens de luxo, por meio de publicações e eventos, lançaram o primeiro Anuário de Viagens de Luxo – Brasil e América Latina. Dividido em seis seções o anuário, que pode ser acessado aqui, é aberto com dados econômicos dos brasileiros que estão no topo da pirâmide econômica e social. Os dados têm análise da FecomercioSP. Em seguida apresentamos duas pesquisas exclusivas, feitas pelo TRVL LAB, laboratório de inteligência de mercado criado pela PANROTAS e pela MAPIE. A primeira pesquisa foi feita com os viajantes de luxo. A segundo, com fornecedores e distribuidores da indústria de viagens. O quarto capítulo traz as tendências de comportamento em viagem garimpadas pela própria ILTM. Na quinta seção de nosso anuário, analisamos a tendências das host agencies, com os três principais players no Brasil. Para finalizar, nossos parceiros do Ladevi, na Argentina, fazem um overview das viagens de luxo na América Latina. Acesse a versão digital do anuário e consulte as pesquisas na íntegra.

Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br.

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