Brazilian Overview Monthly Report - PT - OUT 2022

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Edição 31

OUTUBRO/22

ECONOMIA BRASILEIRA .......................................................................2 DADOS IMPORTANTES ............................................................................3 DADOS MACRO AMÉRICA LATINA ............................................................3 ÍNDICES DE CONFIANÇA ..........................................................................4

INDÚSTRIA DO TURISMO ....................................................................5


PRINCIPAIS FATOS Enquanto a maioria dos países ainda vê, no atual momento, a inflação chegando ao topo, no Brasil o cenário parece relativamente mais adiantado, colocando o país na dianteira no combate ao aumento de preços ocasionados principalmente pela pandemia e a guerra da Ucrânia. No caso dos preços internos, houve deflação nos últimos três meses. No resultado mais recente, o de setembro, houve queda de 0,29% e o IPCA, do IBGE, acumula alta de 7,17% em 12 meses, bem abaixo dos 11,89% vistos no mês de junho. No início das retrações, ficou mais concentrado na queda no preço dos combustíveis. Agora, o recuo tem se espalhado para mais grupos do indicador, como foi o caso de alimentação e bebidas, de -0,51% nesta última coleta. Esse grupo é que mais pesa no indicador e no orçamento das famílias. Em outras partes do mundo, como a inflação americana, por exemplo, atinge 8,2% em 12 meses até setembro e ficou acima da expectativa do mercado. Na América do Sul, os preços na Argentina sobem, em média, 78,50% e no Chile, 13,70%. Todos esses ainda próximos dos maiores níveis vistos recentemente. Um dos principais diferenciais do Brasil foi a postura do Banco Central na antecipação do ciclo de restrição monetária iniciada em março do ano passado e que, segundo indicações da ata da reunião do Conselho de Política Monetária, do BC, deve se manter no patamar atual de 13,75% ao ano. Os pares da região começaram a se movimentar de forma mais firme a partir do último trimestre do ano passado e que ainda seguem na trajetória ascendente. O atraso também ocorre nos Estados Unidos, com juros que ainda estão na trajetória ascendente, no atual intervalo de 3% a 3,25%, e com o objetivo estimado de uma taxa entre 4,5% e 5% ao ano, patamar difícil de imaginar para uma economia como a americana. Embora o cenário da inflação seja mais favorável no Brasil, é importante agregar um novo elemento que pode prejudicar a continuidade deste ciclo de arrefecimento: o preço do petróleo no mercado internacional. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP, decidiu, no início de outubro, um corte de produção de 2 milhões de barris por dia. O barril tipo Brent, referência para a gasolina brasileira, voltou a superar os 90 dólares, o que fará pressão sobre possíveis reajustes nos combustíveis. Outro ponto de atenção e que pode atrapalhar na questão da inflação brasileira é a instabilidade do câmbio, principalmente por conta das incertezas do rumo da economia americana. A inflação no país superou a expectativa de mercado o que gera apreensão do Banco Central dar um freio mais forte na economia. Havendo claros indícios de que a curva deve seguir ascendente, há uma busca forte e natural pela moeda americana e, por consequência, pressiona as moedas mundo à fora, como é o caso do real, que hoje oscila perto R$ 5,30 por cada dólar, antes mais perto dos 5 reais. Infelizmente, com o aumento dos juros no Brasil para conter a inflação já tem surtido um efeito negativo sobre setores do comércio que são sensíveis ao crédito. De acordo com dados do IBGE, em agosto, por exemplo, as vendas no varejo caíram 0,7%, com destaque para o grupo de móveis e decoração (-8,5%), materiais de construção (-8,2%) e veículos (-4,1%). É fato, no entanto, que houve um forte estímulo ao consumo em 2021 com a SELIC, taxa básica de juros, a 2% ao ano, levando a uma base de comparação mais elevada. Porém, mesmo comparando com períodos anteriores à pandemia, a maior parte desses segmentos estão com ritmo de vendas abaixo.

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Por outro lado, segmentos de consumo básico como supermercado e farmácias apontam crescimento respectivo de 1,4% e 6,6%. O ritmo de vendas também tem sido prejudicado pelo recorde de famílias com contas em atraso. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a taxa de famílias inadimplentes chegou, em setembro, a 30%, maior nível da série, iniciada em 2010, limitando a capacidade de consumo. Por mais que haja injeções importantes de recursos neste final de ano, como auxílio Brasil e o 13º salários, a maior parte deve ser destinada à pagamentos de dívidas atrasadas. Pelo lado dos serviços, o quadro é mais favorável, com crescimento de 8,4% no mês de agosto, conforme aponta o IBGE. O destaque tem sido as atividades ligadas ao turismo, como o transporte aéreo (40%) e os serviços de alojamento e alimentação (33,6%). De acordo com o levantamento da FecomercioSP, o faturamento do setor nesse mês foi de R$ 17,6 bilhões, superando o prépandemia e sendo o maior valor para o mês desde 2015. Evidentemente, parte desse ganho está na inflação do setor, em média de 24%, mas não diminui em nenhum aspecto o fato da demanda aquecida dos consumidores e empresas por viagens pelo país. Ainda há muitas incertezas sobre o tamanho da recessão global para o próximo ano e seus impactos na economia brasileira. Enquanto não acontece de fato, o Brasil tem reduzido a inflação e, ao mesmo tempo, aberto entre 200 e 300 mil postos de trabalhos formais por mês, o que traz uma importante recomposição de renda para aumentar o potencial de pagamento de contas e atraso e de consumo nos próximos meses. Infelizmente, os juros estão altos e devem seguir assim pelo 1º semestre de 2023, sendo um importante limitador da recuperação da economia brasileira. DADOS IMPORTANTES: Apesar da prévia do PIB ter registrado queda de 1,13% em agosto, no acumulado do ano a economia brasileira aponta expansão de 2,76% e de 2,08%, em 12 meses.

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Ainda na linha do Produto Interno Bruto, o FMI aumentou a previsão de crescimento do Brasil de 1,7% para 2,8%.

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Em agosto, houve criação de 279 mil vagas formais no Brasil, com destaque para os serviços (141,1 mil) e a indústria (52,7 mil). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia.

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A indústria cresceu 2,8% em agosto., segundo dados do IBGE. A grande parte da indústria de transformação registrou aumento anual, com destaque para os produtos derivados do petróleo (+5%) e de alimentos (+3,2%) n

Dados Macro América Latina

Argentina

Brasil

Chile

Colombia

México

Peru

Taxa de desemprego

6,90%

8,90%

7,90%

10,60%

3,30%

7,30%

Taxa básica de juros

75,00%

13,75%

11,25%

10,00%

9,25%

7,00%

Inflação (LTM - Jun )

78,50%

7,17%

13,70%

11,44%

8,70%

8,79%

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*

LTM - Últimos doze meses

até Junho Legenda: Verde, Vermelho e Preto Os dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.

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ÍNDICES DE CONFIANÇA: O Índice de Confiança do Consumir (ICC) subiu 4,4% em setembro ao passar dos 06,8 pontos em agosto para os atuais 111,5 pontos. Na comparação com igual período de 2021, houve queda de 2,8%. De qualquer forma, o índice se situa na área de otimismo e a crescida nos últimos meses pode estar ligada a deflação, sobretudo nos combustíveis, aliviando gradativamente o orçamento das famílias. E, ao mesmo tempo, há uma geração positiva de emprego, o que reflete na maior segurança dos consumidores. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou 118,3 pontos, muito próximo do visto no mês anterior, de 118,7 pontos. No contraponto anual, houve crescimento de 4,2%. Desde maio deste ano que o ICEC oscila no intervalo de 117 e 120 pontos, o que demonstra um otimismo cauteloso dos empresários, de que as vendas ainda estão aquém do esperado para esta época do ano, principalmente pelo aumento expressivo dos juros, impactando diretamente o crédito.

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC)

Consumer Confident Index (ICC) and Comerce Businessman (ICEC) 150 140 130 120 110 100 90 80

ICC

Aug-22

May-22

Feb-22

Nov-21

Aug-21

May-21

Feb-21

Nov-20

Aug-20

May-20

Feb-20

Nov-19

Aug-19

May-19

Feb-19

Nov-18

Aug-18

May-18

Feb-18

Nov-17

Aug-17

May-17

Feb-17

Nov-16

Aug-16

May-16

60

Feb-16

70

ICEC

Nota: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.

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VIAGENS E TURISMO Vêm chegando os meses mais movimentados do Turismo brasileiro. A alta temporada das férias de verão se aproxima, e com ela as malhas aéreas doméstica e internacional vão se avolumando. O presente é de alívio por uma retomada mais rápida do que o esperado e o futuro é de boas perspectivas. No âmbito internacional, uma das melhores notícia de outubro foi a retomada do voo da Latam entre São Paulo e Joanesburgo, na África do Sul, ainda que esteja programado apenas para julho de 2023. A mesma Latam praticamente dobrou a oferta de operações entre destinos brasileiros e chilenos. A operação passará de 240 voos mensais em janeiro de 2022 para 504 voos em dezembro de 2022. Também no último mês do ano, outra reestreia acontece em solo brasileiro. No período, a Air Europa retoma o voo entre Salvador e seu hub em Madri com duas operações semanais, que se tornarão três em maio de 2023. A retomada é plena. De acordo com o órgão de promoção do Turismo do Brasil no Exterior, Embratur, a malha aérea internacioonal no País atingiu 94,74% da capacidade de 2019 ainda em setembro de 2022. No último mês, o número de desembarques internacionais no Brasil chegou a 4.247, o que configura um acréscimo de 6,09% em relação a agosto, o maior registrado até então (4.003). Se comparado ao mês de setembro de 2021, o aumento foi de 123,65% nas conectividades internacionais. De acordo com a Gerência de Inteligência Competitiva e Mercadológica do Turismo da Embratur, de janeiro a setembro de 2022, 84 novos voos entraram em operação e outras 107 frequências foram adicionadas à relação. Ainda conforme dados da Embratur, até junho de 2023, há previsão de 106 novos voos para o Brasil, além de outras 101 frequências adicionais. No âmbito doméstico, as expectativas são de superar o período pré-pandemia. A demanda reprimida deve se soltar de vez no verão 2022/23. O Rio Grande do Norte terá 592 voos a mais em relação a 2021. O Rio de Janeiro terá 40% mais voos só da Gol, inclusive voos internacionais. Ainda antes de outubro começar, a Brazota divulgava os números das operadoras brasileiras referentes ao segundo trimestre de 2022. Os índices da associação mostraram que 81,2% das operadoras ultrapassaram a marca dos 100% dos valores faturados no mesmo período de 2021 (indicativo que cresceu 15% em relação aos três primeiros meses do ano), sendo que metade dessas empresas já chegou aos 200% de crescimento. Já 9,4% chegaram à margem entre 50% e 100% de 2022 e outros 9,4% ainda trabalham para chegar aos 50%. Grandes expectativas também pairam no início da temporada regular de cruzeiros. Com 184 roteiros confirmados e 780 mil leitos disponíveis em quase um semestre de navegação, o setor espera injeção de R$ 1,4 bilhão para o País. Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br.

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