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Fórum PANROTAS 2017 Edição especial
JORNAL PANROTAS
Ano 25 - NO 1.260 15 a 21 de março de 2017
15 Anos de Tendências do Turismo
Tendências do Turismo
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As maiores empresas de Turismo no Brasil
10 tendências no consumo de viagens
As novidades do ano da retomada
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ÍNDICE Página 26
Com stopover completo, Tap confia na retomada das frequências perdidas durante a crise Página 38
Best Western colhe frutos de investimento em tecnologia e em novas marcas
Página 50
R1 Soluções Audiovisuais mostra um novo patamar de eventos corporativos
Páginas 56 a 58
Bandeira de cartões Elo tem no Turismo sua estratégia de internacionalização
Página 60
Sabre promete uma nova plataforma para o próximo semestre
Páginas 72 a 91
Especial Fórum 15 anos: Como o evento acompanhou o crescimento do Turismo no Brasil
Páginas 30 a 36
Gol, Delta e Air FranceKLM mostram por que a aliança entre elas é uma das principais do mundo
Páginas 40 a 49
Cetur/CNC trabalha com demandas pertinentes do Turismo em Brasília
Páginas 52 a 54
CVC derruba mitos e mostra a operadora que o agente não conhece
Página 59
Com nichos cada vez mais trabalhados, México tenta se aproximar do consumidor
Páginas 70 e 71
Esferatur aposta no Mobile para Orinter conquistar de vez o agente de viagens Páginas 112 a 114
A movimentação da semana do Turismo no Surface
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04 Editorial
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> Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br
Acreditamos, defendemos Em 14 edições do Fórum PANROTAS — Tendências do Turismo debatemos com a indústria, especialistas, empresários, autoridades e com inspiradores de fora de nosso setor, no Brasil e no mundo, o que viria a cada novo ano, ciclo, década. De 2003 a 2017 pudemos notar o que mudou ou se transformou e o que vem sendo demandado (talvez não da melhor forma) há tempos e não muda de jeito algum. Em 14 edições e mais de quatro décadas de trabalho da PANROTAS junto e por essa indústria, podemos dizer no que acreditamos e que causas defendemos. Algumas são novas, outras insistentes. A maioria, eterna. A VALORIZAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS DO TURISMO resultados dessa indústria são enormes – temos um mercado doméstico de causar inveja ao planeta e uma classe de viajantes internacionais cada vez mais abertos a novidades. Tudo isso graças ao empenho, à resiliência e ao trabalho de todos os empresários e colaboradores que vestem uma só
1 Os
camisa – a do Turismo brasileiro. O mínimo que as autoridades precisam fazer é ouvir, respeitar, valorizar e incentivar esses empresários. OS INVESTIMENTOS PÚBLICOS NO SETOR
2 Não basta ter um ministério exclusivo, uma secretaria ou um órgão que leva Turismo no nome. Para obter resultados, é necessário investimento e gestão. ÉTICA E HONESTIDADE
3 Assim como a Educação, a Saúde, a Segurança e outros setores sofreram e sofrem com a corrupção, que desvia verbas fundamentais para o desenvolvimento do País, o Turismo também quer governos que usem com transparência, inteligência e total integridade o dinheiro dos cidadãos. Ética e honestidade, nem é preciso dizer, também devem pautar toda e qualquer empresa e seus profissionais (afinal, eles a representam e têm uma reputação a ser construída). > Continua na pág. 06
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ESTÍMULO AO EMPREGO
4 Nossa indústria acolhe do jovem aprendiz ao aposentado já experiente. Da comunidade que recebe o turista ao pós-graduado e especialista. Estimular que os jovens se interessem em trabalhar nessa indústria inclui planos de carreira mais claros, salários melhores, regras trabalhistas mais flexíveis, integração do Turismo com diversos setores da economia, como o comércio, e o investimento contínuo, com recursos públicos e privados, na qualificação e capacitação, além de uma aproximação real com a academia. EMPRESAS MAIS FORTES
5 Um Turismo forte depende de empresas fortes e vice-versa. Isso passa pela desregulamentação de setores, por uma intervenção menor do Estado, que precisa incentivar, e não gerir o Turismo pelo empresário, por leis de incentivo a quem quer investir e gerar empregos, por atração de investidores estrangeiros, por uma taxação mais justa e lógica em todos os elos, em especial a aviação, a distribuição de viagens e a hotelaria, e pelo incentivo ao empreendedorismo. GESTÃO INTELIGENTE
6 Empresários e governantes precisam entender melhor seus negócios e as políticas para o setor, para que novos entrantes saibam onde investir, empresas possam crescer e o setor seja cada vez mais profissional. INDÚSTRIA SUSTENTÁVEL
7 Na defesa do meio ambiente e dos animais, na preservação de nossas riquezas naturais, mas também na sustentabilidade econômica das empresas, na sustentabilidade social de comunidades, empregados e empresas que dependem dessa indústria. MAIS DIVERSIDADE E IGUALDADE Que a indústria de Viagens e Turismo dê oportunidades iguais a todos
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os que querem abraçar sua causa, não importando a raça, o gênero, a sexualidade, a opinião política, a religião, a região onde mora, o jeito de se vestir e de se expressar. Defendemos um Turismo que será mais forte na diversidade e que estimule mais inclusão e ascensão social, mais mulheres em cargos de liderança, mais office boys que virem grandes empresários, como temos tantos exemplos em empresas do Turismo – simplesmente porque lhes foram dadas oportunidades, sem julgamentos e preconceitos. TURISMO MAIS RESPONSÁVEL
9 Feito por pessoas que não se calam e não se calarão diante da exploração sexual de crianças e adolescentes, da violência contra a mulher, da homofobia, do preconceito racial, da xenofobia, da corrupção, da pirataria e de outras práticas que não condizem com o mundo de hoje. UM PAÍS MELHOR PARA NÓS esse Brasil será também melhor para o visitante. Um País mais seguro, com gestão responsável, sem corrupção, com educação, cultura e saúde para todos, dirigido com seriedade. E isso depende de nós. Vamos continuar cobrando e fiscalizando. Nós temos a voz para mudar o País.
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quer nos visitar. Nossa política externa tem de ir além disso. Precisamos de mais turistas no País, afinal somos o número um em competitividade quando o tema são atrativos naturais. Organizamos a Copa e os Jogos Olímpicos. Deixem os turistas virem. MAIS TRANSPARÊNCIA
13 E PROFISSIONALISMO
Tanto na esfera pública quanto na privada, a transparência servirá para atrair investidores, outros setores, profissionais, parcerias diversas que ainda veem nosso setor como pouco organizado e transparente. Precisamos de um Turismo mais profissional. Quantos somos e quanto geramos? Quanto cada empresa gera de riquezas? É hora de sair desse armário. UM MUNDO SEM FRONTEIRAS
14 As viagens estimulam o aprendizado, a tolerância, a troca de experiências e conhecimento, os relacionamentos e o entendimento de como o mundo age, pensa e funciona. Nenhum país pode se isolar ao que está acontecendo no mundo. Nenhum país deve proibir ou dificultar o acesso de viajantes a negócios, lazer ou com outros interesses específicos e pacíficos. UM TURISMO
TURISMO COM PODER Chega de vermos leis serem aprovadas por parlamentares sem o menor conhecimento sobre nossa indústria. Leis que tirem nossa competitividade, que oneram quem investe no País. Chega de vermos julgamentos que não diferenciam a responsabilidade exata de cada player da indústria. Chega de não sermos ouvidos e não sermos representados na política e na gestão de municípios, Estados e do Brasil.
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FIM DOS VISTOS somos competitivos e fazemos questão de, alegando reciprocidade, dificultar a vinda de quem
12 Não
15 MAIS UNIDO E SOLIDÁRIO Temos de falar em união além das questões da quantidade de eventos ou entidades... Se empresários, entidades, políticos... se as pessoas do Turismo não estiverem juntas, unidas pela causa do Turismo, nunca deixaremos de ser um setor menos atrativo, menos representativo, menos respeitado, menos prestigiado. O Turismo precisa de uma só voz, que mostre toda a sua dimensão, por meio de dados, resultados e estatísticas, e que faça a interlocução com autoridades dentro e fora do País. O Turismo precisa de todos nós unidos. Afinal #SomosTodosTurismo
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08 Mercado
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>> Artur Luiz Andrade
10 tendências para 2017
Daphne KasrielAlexander, consultora de Tendências do Consumidor da Euromonitor
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O DOCUMENTO PREPARADO PELA EUROMONITOR INTERNATIONAL SOBRE AS TENDÊNCIAS NO TURISMO PARA 2017 É CENTRADO NO CONSUMIDOR, cada vez mais exigente em relação a produtos, serviços e marcas. Segundo a autora, Daphne Kasriel-Alexander, consultora de Tendências do Consumidor da Euromonitor, o cliente de 2017 é difícil de ser definido, porque, além da identidade ser algo de múltiplas dimensões e em constante movimento, os compradores querem uma ajuda para se definirem e estabelecerem suas necessi-
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dades. Segurança, rapidez, conveniência, autenticidade e personalização são demandas que continuam depois da compra e que seguem para além do material. A autora também destaca a voz cada vez mais ativa dos jovens consumidores, que hoje vai muito além da pressão sobre os pais para comprarem algo. Muitas vezes são os consultores para os pais. Na outra ponta do consumo, com os maduros, também há uma mudança de narrativa em suas vidas, cada vez mais ligada a suas habilidades e objetivos.
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1 – MUDANÇA DE NARRATIVA NO ENVELHECIMENTO Um quarto da população mundial tem mais de 50 anos, um recorde na história do planeta. Ser mais velho tem uma nova dimensão em termos de estilo de vida e está mais demandante quanto às necessidades de consumo, o que criou, segundo Daphne, a economia da longevidade. A idade os inspira e os deixa ansiosos e são consumidores receptivos a produtos ligados à saúde e beleza, bem como moda e desen-
volvimentos tecnológicos. Eles agem em geral como se fossem mais jovens do que a idade real, em um fenômeno conhecido como midorexia. Essa geração trabalha e vive mais e prioriza o bem-estar, ao mesmo tempo em que lida com os dilemas e comportamentos das pessoas mais velhas. Estimativas da AARP, grupo lobista americano em defesa dos cidadãos maduros, o mercado da longevidade somente nos
Consumidor acima dos 50 anos não pode ser ignorado, de acordo com a Euromonitor
Estados Unidos gira em torno de US$ 7,6 trilhões. Criar inovações e produtos para a geração mais velha é uma das oportunidades em todas as indústrias, incluindo a de Viagens e Turismo. Um livro que a consultora recomenda sobre a nova forma de envelhecer e encarar a velhice é Disrupt Aging: A Bold New Path to Living Your Best Life at Every Age, de Jo Ann Jenkings . > Continua na pág. 12
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Os mais novos estão deixando de ser apenas influenciadores para se tornarem verdadeiros consumidores
2 – CONSUMIDORES EM TREINAMENTO Na outra ponta do ciclo da vida estão os jovens, que começam a consumir cada vez mais cedo atualmente. A realidade das famílias (o que inclui mais tempo on-line, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e busca de serviços que tragam conveniência) faz com que os mais novos deixem de ser apenas influenciadores mas passem a se comportar como verdadeiros consumidores em treinamento. Os filhos cada vez mais agem como consultores (já que estão mais tempo on-line e mais bem informados sobre tendências e
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produtos do que os pais). A relação está mais bilateral. As marcas e redes estão sendo convidadas a também dar esse poder (de comprar ou decidir a compra) aos mais jovens e não apenas estimulá-los a influenciar seus pais. Pesquisa da própria Euromonitor feita em 2015 mostra que na América Latina 82% das pessoas disseram que crianças entre três e 11 anos têm input considerável ou controle completo das decisões de compras da família. Na Europa, esse índice é de 77% e, nos Estados Unidos, 67%. Vale lembrar que as ques-
tões éticas da publicidade direcionada às crianças não apenas continuam a existir como estão bem maiores. O setor de alimentação é um dos principais alvos, devido ao crescimento da obesidade e do sobrepeso infantil em todo o mundo. Uma das alternativas de sucesso no mundo de relacionar marcas aos jovens consumidores são os parques Kidzania, que têm uma unidade na capital paulista. Lá, crianças desempenham funções de adulto, com patrocínio de marcas de renome. Mesmo em casos como esse, no en-
tanto, encontram críticas e resistência. “As crianças devem agir como adultos e se relacionar com marcas desde cedo?” Outro debate em relação aos nossos jovens e crianças diz respeito a suas habilidades: navegam como ninguém pelo mundo on-line, mas lhes falta boa comunicação e alfabetização funcional. Isso os torna muito imaturos para serem cidadãos digitais. O mundo on-line, no entanto, está cada vez apostando no treinamento e no poder de decisão desses jovens consumidores.
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3 – OS EXTRAORDINÁRIOS Na era em que os produtos de massa perderam muito do seu brilho, a internet permite a personalização, indo até os níveis mais exóticos. Os “consumidores extraordinários” buscam essas necessidades específicas, pois estão fora das médias em termos de segurança, altura, peso, habilidades físicas, gostos musicais e tolerância alimentar. Eles estão ganhando cada vez mais voz e buscando mais opções de compra. Quando não são atendidos, se fazem
ouvir em áreas como viagens, hotéis, design de móveis, moda e atendimento médico. A Euromonitor prevê que a população obesa irá representar, este ano, 42,7% dos maiores de 15 anos na América do Norte e 19% na Europa Ocidental. Tamanhos especiais para corpos especiais (de roupa, móveis, camas de hotel, assentos de avião) são cada vez mais uma demanda urgente. As limitações dos “consumidores extraordinários”, porém, não se res-
tringem a peso, podendo ser religiosas, geográficas, financeiras e em relação à segurança das compras on-line. E de altura. Consumidores muito altos ou gordos sofrem nas aeronaves dos dias de hoje. E nas camas de hotel. Blogs como o talltraveller.com saem em defesa dos extraordinários quando empresas querem que eles paguem mais por mais espaço ou mesmo paguem por dois consumidores. A Hawaiian Airlines chegou a ganhar uma batalha judicial
para poder cobrar mais de acordo com o peso do passageiro, mas a gritaria na internet fez a empresa desistir da ideia. Um exemplo de aeronave construída pensando nessas necessidades especiais é, segundo o estudo, o CS100 da Bombardier, já usado por empresas como a Swiss desde o ano passado. Os bancos ajustáveis nas aeronaves são uma tendência, seja para famílias, como os sofás da Airbus, ou para pessoas mais altas ou largas. > Continua na pág. 14
Empresas que não dão atenção aos “consumidores extraordinários” viram alvo de antipatia do consumidor
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Consumidor moderno urge por agilidade no processo de compra
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4 – COMPRAS MAIS RÁPIDAS Os consumidores estão impacientes em 2017. Eles querem serviços para ontem e um diálogo em tempo real com suas marcas preferidas. Entregas em uma hora e identificação de necessidades (ou do consumidor) via novas tecnologia são implantações necessárias. A gigante Amazon já está testando a entrega de produtos via drones em até 30 minutos. Em Viagens e Turismo, a reserva em tempo real e a desburocratização de proces-
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sos (a confirmação e os respectivos documentos precisam ser imediatos), além da transparência de tarifa, são cada vez mais essenciais. Também os meios de comunicação têm investido em notícias curtas, vídeos com menos de um minuto contando “tudo o que os leitores querem saber” e newsletters que podem ser lidas em pouco tempo. O envio de mensagens e alertas, mesmo na porta de lojas ou nos aeroportos, via
tecnologia de beacons, também é tendência, pois acelera o processo de compra ou de check-in, por exemplo. O consumo de alimentos também está mais rápido e prático, e quitandas ou delicatessens têm investido na qualidade da comida para viagem, pronta para ser consumida, e em espaços para quem quer comer ali mesmo. Tudo em nome da rapidez, da praticidade, da economia de tempo. > Continua na pág.16
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5 – AUTENTICIDADE: CAIA NA REAL A autenticidade foi identificada como a principal palavra que ajudou nas vendas do Ebay em 2016. Foi a palavra que mais atraiu vendas segundo um levantamento da Universidade de Birmingham. A ênfase no que é real aparece em inúmeros contextos, da relação comercial à amorosa. “Não se pareça comigo, se pareça com você” foi o slogan de um dos anúncios mais badalados do ano passado, produzido para a Amazon Fashion. A valorização da autenticidade, do auto-empoderamento e do que é único e tem personalidade está mais forte que nunca. Viagens personalizadas, hospedagens diferenciadas e experiências únicas devem ser oferecidas a esse consumidor. E não o restaurante onde todos vão, o hotel onde todos estão. Em uma entrevista sobre um ensaio para a British Vogue, a atriz Emily Blunt (A Garota do Trem) disse que levou três horas para parecer “real” nas fotos publicadas. A era das selfies e do Instagram traz insegurança sobre aparência, exageros e o que mostrar que não seja verdadeiro e real o suficiente. Muitas empresas incorporam as imagens dos consumidores nas redes sociais para mostrar de forma
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A era das selfies e das redes sociais traz insegurança sobre aparência, exageros e o que mostrar que não seja verdadeiro e real o suficiente
mais “real” a mensagem que querem passar, como qual a identidade da marca. A beleza na imperfeição é uma das marcas dessa nova era. E com os amadores tendo acesso à tecnologia (barata) e às plataformas para mostrarem o que é real, as marcas muitas vezes são confrontadas com essa realidade distante do mundo dos anúncios e das modelos. Os Guidebooks lançados pelo Airbnb mostram os donos das propriedades compartilhando dicas e informações sobre suas vizinhanças, para dar o tom de autenticidade ao
produto (hospedagem alternativa). Viver como um local nunca esteve tão em demanda. No trabalho, empresários querem criar uma cultura da autenticidade, para não obrigar seus colaboradores a deixar sua personalidade na porta da empresa. Pelo contrário, querem usar as diferenças a favor da companhia. Segundo o estudo da Euromonitor, diversas operadoras de viagens, companhias marítimas e resorts estão promovendo as férias desconectadas (unplugged) para ajudar os viajantes a se afastarem do mundo digital “sintético”.
As empresas de viagens de aventura também têm investido no “contato com o mundo real”. Cruzeiros não tradicionais pelo Alasca, pacotes detox, imersão em Myanmar e programas sociais nos destinos são algumas das tendências. Um exemplo são as atividades da Carnival Cruise com passageiros de seus cruzeiros, que são convidados para assistirem a seminários de auto-ajuda e de causas sociais e até participar de ações em terra, como produzir filtros de água na República Dominicana. > Continua na pág. 18
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6 – IDENTIDADE EM MOVIMENTO A tensão entre global e local, parte das tendências de consumo por algum tempo, ganhou destaque com a crise de migração na Europa, que questiona a identidade nacional. Além disso, os indivíduos têm demonstrado um entendimento mais elástico do que é etnicidade e escolher identidades pode levar a acusações de apropriação cultural. Apesar dessa fluidez na identidade, as desigualdades sistêmicas e os preconceitos continuam. A identidade de gênero
lidera o debate; a diversidade não é apenas teórica. As marcas, com isso, precisam repensar quem é seu público consumidor realmente, dentro de um país e em cada país diferente, e como esses públicos se interagem. A reputação digital e a aspiração (por alguns consumidores) em ser global favorecem as marcas universais, pois são vistas como uma oportunidade para o comprador ser um cidadão do mundo. A internacionalização de marcas e empresas, por-
tanto, ainda é tendência. O Airbnb é mais uma vez citado no estudo, por ter enviado, no ano passado, um e-mail a seus membros, informando que eles precisam se declarar livres de preconceitos para continuar recebendo hóspedes ou alugando com a empresa. O mundo exige um compromisso de que todos sejam tratados da mesma forma, independentemente de raça, religião, país de origem, etnia, necessidades especiais, sexo, gênero, orientação sexual ou idade. O Divulgação
Airbnb foi citado pela Euromonitor pela postura da empresa a respeito da diversidade na relação entre anfitriões e hóspedes
Airbnb gosta de usar a palavra comunidade ao falar de seu negócio. Já o site Traity.com atrai quem não tem reputação financeira (por ser imigrante ou trabalhar informalmente) e cria uma nova reputação on-line, baseada em perfis no Ebay, Facebook e Airbnb, por exemplo. Uma nova forma de designar o grau de confiança e dar acesso a serviços que, de outra forma, esse consumidor não teria. Tentar classificar identidades e generalizar a partir dessa classificação é um grande erro para qualquer empresa atualmente. Hotéis, empresas aéreas, atrações devem estar atentos ao atendimento livre de preconceitos e rótulos. Esse pode ter sido um dos erros da eleição americana de 2016: a falta de conhecimento dos eleitores mais a fundo. Empatia é a palavra de ordem e entre os consumidores jovens o “nós” está vindo antes do “eu”. Mas não esqueça de celebrar as diferenças individuais. “Reconheça características discretas e importantes em seus clientes, mais que o ano em que nasceram”, aconselha a jornalista Farhad Manjoo no livro Corporate America Chases the Mythical Millennial. > Continua na pág. 20
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7 – PERSONALIZE A indústria precisa aceitar que um produto pode ser customizado ou personalizado, pelo menos em parte. O luxo da experiência e mesmo os produtos de massa que podem ser personalizados são exemplos disso. Com tanta tecnologia, consumidores querem que as marcas atendam ou antecipem suas necessidades. As marcas, por seu lado, buscam oportunidades para reforçar a ligação com o cliente, por meio de emoções que podem ser obtidas ao tornar as coisas mais pessoais.
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O “feito sob medida” e o “feito para você” já atingiram níveis absurdos no mercado, a ponto de terem virado piada no lançamento de uma água sob medida, que prometia a liberdade que faltava na água corporativa “sem alma”. Exageros à parte, a personalização é importante e exigida por quem não quer se sentir mais um na multidão. A Adidas, por exemplo, permite que os clientes, em seu app, peçam tênis de corrida com fotos de seu Instagram. Já a Reebok
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Pacotes customizados estão deixando de ser uma tendência apenas do luxo. Os turistas querem viajar de acordo com seu perfil e não como todo mundo
deverá lançar um tênis baseado na opinião de 11 milhões de seguidores da guru fitness australiana Emily Skye. E o Hyper Adapt 1.0 da Nike é um tênis com auto-amarração, que vem com sensores digitais para se adaptar a cada usuário. Com tanta informação de seu cliente, a questão é o que fazer com ela. Uma relação digital precisa ser criada e incentivada e uma forma de fazer isso é enviar cupons fiscais e documentos por e-mail ou mesmo redes sociais. Uma tendência, ou mais
do que isso, uma grande oportunidade, são os serviços de assinatura: de produtos de beleza (que são repostos de tempos em tempos) à comida. Mas esses fornecedores precisam se posicionar não como empresas de entrega e sim como curadores. Eles selecionam os lançamentos que têm a ver com o cliente, seja por causa do valor, ou da sustentabilidade, tudo baseado no conhecimento dos gostos e necessidades do consumidor. > Continua na pág. 22
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8 – PÓS-VENDA Em 2017, segundo o estudo da Euromonitor, os compradores estarão prestando mais atenção à experiência pós-compra, seja para reclamações, avaliações ou a continuidade da relação com a marca. O pós-venda vai determinar se o consumidor recomendará a empresa para os amigos e se voltará a comprar. Durabilidade é uma meta do consumidor global, em todos os sentidos. E o pacote de conveniência tem de contemplar o pósvenda, como a garantia
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dos produtos eletrônicos ou o acesso fácil a canais de atendimento. Já existem apps como o Fast Customer e o Lucy Phone, que ficam em espera para o consumidor e o conecta quando há uma pessoa real na linha, o que mostra a importância em ser ouvido e atendido da melhor forma. Há empresas que cobram mais por seus produtos ou assinaturas, como a Amazon Prime a Apple Care, para que essa ajuda ao cliente esteja embutida e saia da melhor forma.
Um recente anúncio da American Airlines, destacado pelo estudo, mostra a empresa colocando parte do ônus da boa experiência no cliente. Ser cortês com o outro passageiro, levar fones contra ruído (e assim não ouvir a criança chorando ao lado), entre outros exemplos, fizeram parte das peças publicitárias. Ouvir e estimular que o consumidor fale no pós-venda, seja on-line ou em pesquisas, são ações que ajudam as empresas a criar estratégias.
Reclamações, avaliações ou a continuidade da relação com a marca. O pós-compra é uma tendência no mercado em geral, mas para agentes de viagens vem sendo essencial há tempos. É importantíssimo saber como foi a experiência do passageiro pós-viagem
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9 – PRIVACIDADE E SEGURANÇA No auge das discussões sobre imigração e diversidade, o New York Times publicou Our Immigrants, Our Strength (Nossos imigrantes, nossa força), assinado por três prefeitos do Estado de Nova York (Bill de Blaiso, Anne Hidalgo e Sadiq Khan), em que se reforça a tese de que políticas que abraçam a diversidade e a inclusão podem tornar as cidades lugares mais seguros. Os consumidores de hoje estão em busca de segurança e bem-estar e muitos estão inclinados a se trancar em casa e em seus dispositivos móveis. E experimentam um misto de desconfiança e esperança que a tecnologia, especialmente a inteligência artificial, possa mantê-los afastados do perigo em um mundo tão incerto. Tudo o que mostrar que o consumidor está no controle tem apelo nesse sentido, do seguro a uma casa tecnológica, da comida orgânica ao upgrade nas viagens. E alertas via celular, quando ligados a questões de segurança e privacidade, são muito bem-vindos. Por exemplo, em relação a uma epidemia ou ataque terrorista.
10 – BEM-ESTAR COMO SÍMBOLO DE STATUS Além do desejo de ter um corpo em forma, algo universal, o viver de forma saudável virou um símbolo de status. De aulas butique de fitness a roupas athleisure, viagens de bem-estar e comidas com propriedades específicas, há consumidores que não economizam para se sentirem bem, seja física ou espiritualmente. E o termo athleisure inclui todo o mundo de lazer, mas apenas 50% de atlético, pois é menos focado em performance e mais em uma vida saudável. Já existem empresas que se auto-denominam de viagens de bem-estar (wellness travel) e a viagem como forma de restaurar corpo e mente e desconectar está cada vez mais no radar de alguns consumidores. Pacotes de bem-estar muitas vezes são o principal motivo da viagem e não mais apenas um mimo opcional.p
Prefeito de Nova York, Bill de Blasio reforça a importância da diversidade, algo que os consumidores buscam em 2017
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INFORMAÇÕES www.euromonitor.com
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26 Aviação
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>> Pedro Sibahi
Stopover e retomada de frequências APÓS UM ANO ECONOMICAMENTE DESFAVORÁVEL NO BRASIL, a Tap Portugal trabalha para repor sua frequência de voos em 2017. Segundo o diretor geral da companhia para o País, Mario Carvalho, um dos objetivos prioritários este ano é retomar o volume de frequências de antes da crise. “Fizemos alguma redução no ano passado, mas continuamos acreditando que as coisas vão melhorar.” Em março de 2016, a Tap reduziu de 77 para 66 suas frequências envolvendo aeroportos brasileiros. Ainda como parte da estratégia para o período vindouro, a Tap anunciou a inclusão de todos os destinos domésticos em seu programa de stopover ao adicionar Faro, Açores e Madeira na lista. Com isso, os passageiros que tiverem estas localizações como seus destinos finais poderão incluir escalas curtas em Lisboa e Porto, o que proporciona a possibilidade de conhecer mais lugares sem custo extra. O programa stopover em Portugal foi lançado pela Tap em 2016 e busca incentivar os passageiros de longo curso, em trânsito em
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Mario Carvalho, diretor geral da Tap Portugal
Lisboa ou Porto, a desfrutarem de até três dias em outras cidades portuguesas. Aproximadamente 40 mil passageiros reservaram voos através do stopover até o final de janeiro de 2017. Operando cerca de 2,5 mil voos semanais, a companhia dispõe de uma frota de 63 Airbus e mais 17 na frota regional Tap Express. No Brasil, atende dez cidades, na Europa são 53 destinos, e, na África, são 15, mas a Tap ainda voa a Caracas, Miami, Newark, Boston, Nova York e Toronto. Buscando expandir as operações, em dezembro do ano passado a Tap encomendou 53 Airbus, que deverão ser entregues a
partir de 2018, além de um A321, que anteriormente pertencia à Iberia, e deverá reforçar a frota da aérea portuguesa para a alta de verão do hemisfério norte, a partir de junho. Em fevereiro, Tap e Portugal United realizaram em São Paulo um workshop com o objetivo de promover sinergia entre os mercados brasileiro e português. Na ocasião, estiveram presentes os representantes das empresas que fazem parte da organização - oito companhias divididas entre hotelaria, receptivo e agência de promoção regional -, além da presença do Turismo de Portugal. De acordo com o diretor da empresa de receptivo Ci-
tur, Luis Moura, Portugal segue apostando forte no mercado brasileiro. No ano passado, o Brasil representou o quinto maior mercado para o destino europeu em relação ao número de turistas. A parceria entre Tap e Portugal United realiza eventos no País desde 2005, segundo Moura. “No ano passado, promovemos oito eventos em diversas cidades do mundo e, desde a nossa presença no Brasil, já passamos por todas as principais capitais do País”, afirma. O diretor geral da Tap no Brasil avalia que “sempre teve uma boa interação com o trade e isso continua sem maiores modificações”.p
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>> Pedro Sibahi
Não à comoditização DESDE QUE A INTERNET SE TORNOU UMA FERRAMENTA DE RELAÇÃO ENTRE INDÚSTRIA E
consumidor final, o Turismo passou por uma verdadeira revolução. Surgiram sites de vendas on-line, plataformas de hotéis, companhias aéreas e até mesmo operadoras passaram a oferecer seus serviços diretamente para o elo final da cadeia, o viajante. Porém, o agente de viagens jamais perdeu sua importância, apenas mudou um pouco de atribuições. Segundo o CEO do Grupo Trend, Luis Paulo Luppa, para que haja valor agregado, tem uma característica da viagem, que é não ser commodity. “Para viajar, as pessoas sempre precisaram de agentes. Nos Estados Unidos a internet tem 20 anos e os agentes de viagens só crescem. As pessoas procuram o agente para ir à Tailândia, para fazer as férias da família. Essa classe de profissional é a principal mola do Turismo.” Com nove empresas no grupo e foco no B2B, Luppa defende que existem dois tipos de produtos: aquele que pode ter valor agregado e outro que só tem uma função prática. “Tudo que só comunica valor, a internet cumpre o papel. No mercado de livros houve uma revolução no mundo porque muita gente deixou de ir à livraria. O vendedor mostra capa do livro, três comentários e pronto”, exemplifica. “O outro canal de vendas é a distribuição qualificada, que é o atacadista. O atacadista atende o varejista. Traçando um paralelo, nós atendemos as agências de viagens. Pegamos a hotelaria e distribuímos para o varejo, de forma on-line e com consultoria. Distribuidor qualificado é aquele que explica o produto, pensa no cliente.” Para o empresário, a indústria do Turismo, em especial a hotelaria, pode
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Luis Paulo Luppa na nova sede da Trend, na Barra Funda, em São Paulo. Empresa investiu R$ 6,8 milhões no novo espaço, onde ocupa oito andares
até perder valor agregado ao entrar na competição direta pelos clientes. “Quando o hotel quer visibilidade, pensa na internet. Porém, quando entra na rede, assume o compromisso de vender pelo preço, que ele tem de baixar, e mesmo assim terá competição. Além disso, esse hoteleiro cria uma relação descartável.” Luppa reconhece que toda empresa precisa de exposição, mas acredita que a hotelaria deve investir em sua estrutura. Pensando no futuro, o empresário e autor de livros sobre empreendedorismo afirma que o mercado brasileiro tem muito a crescer e que muitas empresas multinacionais de grande porte têm interesse em se fixar no País. “No Brasil a distribuição de viagens é tão embrionária e o Turismo está engatinhando tanto, que nós estamos no básico da era corporativa, a segmentação de canais”, afirma. “Por isso que o mundo inteiro quer vir e se instalar no Brasil. Os mercados do mundo estão saturados e só há condições de crescimento efetivo na China ou aqui”, complementa. Uma tendência que Luis Paulo Lup-
pa enxerga no mercado internacional, em especial o norte-americano, é o aluguel de casas por temporada. Isso explica a manobra do Grupo Trend em adquirir a Vacation Homes Collection (VHC), na Flórida. “Isso é uma tendência. Muita gente fica em casa ao invés de hotel. O Airbnb é o maior polo de oferta de hospedagem”, justificou.
ESTE ANO
O Grupo Trend ainda deve anunciar duas novidades para 2017, mas Luppa prefere não dar detalhes agora, ainda que tenha dado pistas. “Sem sombra de dúvidas os aplicativos são tendência irreversível. Ninguém quer fazer ligações se é possível alterar a passagem em três cliques, ou dar upgrade no quarto”, indicou o CEO, prevendo esse lançamento para o próximo dia 30 e garantindo que a ferramenta será inédita no Brasil. A outra é no setor de cruzeiros. “Ano passado decidimos ter uma solução tecnológica no marítimo, que devemos lançar no segundo semestre e vai ajudar os agentes.”p
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>> Artur Luiz Andrade
Mais que uma
aliança
OS DIRETORES DA GOL, ROGÉRIO GUERRA, NA EMPRESA DESDE O FINAL DE 2016, DELTA AIR LINES, LUCIANO MACAGNO E LUIZ TEIXEIRA, E AIR FRANce-KLM, Jean-Marc Puchol e Adriana Cavalcanti, não estão juntos nesta foto apenas por serem parceiros na indústria de aviação do Brasil. Suas empresas são protagonistas de um dos cases mundiais de trabalho estratégico em conjunto e eles são a personificação (ou uma delas) de como essas
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Rogério Guerra, da Gol, Luciano Macagno, da Delta, Jean-Marc Puchol e Adriana Cavalcanti, da Air France-KLM, e Luiz Teixeira, também da Delta. Juntos formam uma das alianças mais bem sucedidas da aviação no Brasil
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empresas aprenderam a trabalhar lado a lado e, nas palavras de Macagno, “em benefício de todas”. “Mais do que acordos financeiros, o objetivo é termos empresas fortes”, afirma em entrevista ao Jornal PANROTAS. Air France e Delta Air Lines são parceiras desde a época da criação da Skyteam (em 1999/2000). Logo depois veio a história joint-venture do Atlântico Norte, em operação até hoje, e que ganhou a participação da KLM, que viria a se fundir com a companhia francesa. “Todo esse histórico, todos esses conceitos e aprendizados foram trazidos para o Brasil, onde encontramos na Gol a parceira ideal. Não precisamos ter uma joint-venture aqui, a
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nossa expertise de mais de 15 anos e a união das quatro empresas se encarregam de fazer o processo mais rápido”, continua o diretor da Delta para o Brasil. Hoje, por causa desse projeto, único no mundo, segundo eles, a Gol está na prateleira de grandes negociações mundiais e Air France, KLM e Delta estão mais próximas do mercado e do consumidor brasileiro. Algo que, para os diretores ainda precisa ser mais enfatizado. “Queremos que o passageiro e o profissional pensem em Gol e imediatamente também pensem em Air France, KLM e Delta. Queremos uma notoriedade mais imediata e estamos trabalhando para isso”, diz o diretor da Air France-KLM,
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Jean-Marc Puchol. Um dos exemplos é o Fórum PANROTAS, onde as quatro marcas aparecem juntas, ou o Connect Meeting, evento que criaram para o segmento corporativo, além de outras ações durante o ano, tanto para a indústria quanto para o público final. O diretor da Gol, Rogério Guerra, afirma que as quatro empresas vão utilizar cada vez mais seus canais comerciais para gerar demanda para qualquer uma delas. Um grande cliente da Gol é visto como um grande cliente das demais e vice-versa. “E para que melhoremos cada vez mais, precisamos que nossos distribuidores na indústria abram o jogo com a gente. Falem, perguntem,
Gol, Air France-KLM e Delta querem ser vistas como uma só pelo trade e pelo passageiro no Brasil
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sugiram... Queremos saber o que vocês e seus clientes precisam”, acrescenta Macagno. Aqui vale destacar que tanto Delta quanto Air France-KLM têm participação acionária minoritária na Gol. Macagno ressalta que esse não é o objetivo principal da parceria, mas esse investimento facilita em questões de gestão, trocas de informações e tecnologia, presença de executivos no board da Gol, entre outros fatores. “Queremos sim ser a melhor opção para todos os segmentos de clientes”, diz Jean-Marc Pouchol. A Air France-KLM comemorou no mês passado três anos da parceria com a Gol. Em dezembro, a Delta já havia atingido a marca de cinco anos de sinergias com a empresa brasileira. Para Guerra, da Gol, a meta é entregar o maior valor possível ao cliente. “Vai muito além do code-share. As empresas se completam, não há conflito de interesses. E sim integração”.
O QUE VEM POR AÍ Hoje 20% dos passageiros da Air France-KLM (no Brasil) fazem conexão com a Gol. Há três anos esse índice era de 7%. Na Delta, mais de 35% dos viajantes chegando ao País ou saindo para os Estados Unidos. Como intensificar essa parceria? A Delta, por exemplo, promete fazer mais ações nos Estados Unidos para trazer americanos ao Brasil. A
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questão da exigência do visto ainda é um obstáculo, mas a empresa americana vai promover mais o Brasil lá fora. Comercialmente as empresas ainda vão juntas aos clientes, mas no futuro pode acontecer uma simplificação nessas visitas. Os chamados joint-contracts são cada vez mais comuns e o objetivo é agregar valor e não atrapalhar a vida do cliente. “Mas mesmo os três executivos das companhias indo juntos a uma empresa traz simplificação. Tudo é resolvido na hora, de uma só vez”, explica o diretor da Delta. E para facilitar ainda mais a vida dos clientes, as companhias já operam juntas no mesmo terminal do Rio Galeão, e em breve a Air France-KLM se mudará para o terminal 2 em Guarulhos, onde já estão Delta e Gol. “Também diminuímos nosso tempo mínimo para conexão em Guarulhos, entre um voo
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internacional e outro doméstico. Esse tempo foi de uma hora e quarenta e cinco minutos para uma hora e vinte e cinco minutos”, comenta o diretor da Af-KLM. Em termos de produtos, a Gol espera que até o fim de 2018 todas as aeronaves de sua frota já tenham o wi-fi instalado (hoje são 13), assim como os bancos de couro. “A Gol tem investido no consumidor, em marca e produtos, para entregar uma experiência única no mercado, para os passageiros das quatro aéreas”, explica Guerra. Outro passo da Gol se dará esta semana, com o lançamento do Voebiz, o programa de fidelidade para pequenas e médias empresas, que oferece tarifas diferenciadas, acúmulo de milhas (independente do Smiles, que continua premiando o passageiro) e prestigia todos os canais de vendas (a escolha é do cliente).p
Parceria entre as aéreas vai além do code-share. Segundo os envolvidos, não há conflitos de interesses, só integração
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R E TO M A D A
Parceiras, Air France-KLM, Delta e Gol já sentem recuperação nesse início de 2017 e o comprovam com aumento de oferta
JÁ HÁ SEIS MESES A AIR FRANCE-KLM E A DELTA AIR LINES VÊM SENTIN-
do uma recuperação na movimentação de passageiros e na tarifa média, que chegou a níveis bem baixos no auge da crise econômica brasileira. E a retomada do fluxo de passageiros faz com que as empresas olhem para frente pensando onde podem retomar também a oferta. “Não olhamos mais o que cortar e sim onde podemos acrescentar”, aponta o diretor da Del-
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ta no Brasil, Luciano Macagno. O crescimento, tanto na Air FranceKLM quanto na Delta, é de dois dígitos. A brasileira Gol também sente essa retomada e prepara novidades para o ano. A KLM, vendo essa movimentação, já decidiu que o voo Rio-Amsterdã voltará a ser diário (sete frequências semanais) a partir de 5 de novembro, com vendas já disponíveis via GDS. A nova frequência da KLM será operada às quartas-feiras de Amsterdã
para Rio de Janeiro e no mesmo dia retorna da capital fluminense para a capital holandesa. A companhia continua com um voo diário entre Amsterdã e São Paulo, onde a Air France terá dois voos diários para Paris na alta temporada (verão europeu). Dependendo do aproveitamento, essa oferta poderá ser esticada no final do ano. Já a americana Delta Air Lines planeja um aumento de oferta com cautela. O A330 já foi anunciado para as rotas de Atlanta para o
Rio de Janeiro e São Paulo e em setembro Nova York-São Paulo também estará com o A330, representando um aumento de 10% na capacidade. A brasileira Gol também sente a retomada e o diretor comercial, Rogério Guerra, acredita em aumento de oferta para o segundo semestre. “O ano começou melhor e estamos vendendo um pouco mais que em 2016, com 20 aeronaves a menos”, diz. Segundo ele, também não há previsão de redução de frota.p
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>> Renato Machado
Estilo e tecnologia ENTRAR EM NOVOS MERCADOS E ATRAIR NOVOS PERFIS DE CLIENTES. UMA ESTRATÉGIA DESEJADA POR QUALQUER EMPRESA EM EXPANSÃO,
porém algo que poucas conseguem colocar em prática. Há pouco mais de seis anos, a Best Western iniciou um processo que resultaria na criação de novas marcas, com diferentes propostas. Em 2016, essa trajetória culminou no nascimento da Sure Stay. Atenta à realidade de mercado, a Best Western criou sua plataforma white label com intuito de atingir um público que não costuma se hospedar em sua rede. Essa abordagem de marca branca permite à rede hoteleira aproveitar sua estrutura já existente para criar um novo fluxo de receita, sem que isso comprometa a posição estabelecida da empresa em seus mercados atuais. Com o Sure Stay nasce a oportunidade de dialogar com proprietários e hóspedes insatisfeitos com os serviços da concorrência. “Estaremos presentes em diversos mercados de nicho que não tínhamos acesso com nossa marca”, explicou a CMO da Best Western Hotels & Resorts, Dorothy Dowling. “Teremos muito mais oportunidades para os proprietários e eles terão certeza de contar com suporte ao serviço e ao produto em si.” Um dos grandes atrativos de uma white label como esta é a possibilidade de ter acesso à estrutura comercial e expertise de operação que uma grande rede como a Best Western possui. Operando como um subsidiário independente da marca, os proprietários ganham robustez no mercado ao ter a seu dispor os canais de distribuição da Best Western. “O comprador, ao fazer uma reserva em premium economy ou
Fachada do hotel Vib, nova marca da Best Western, em Antália, na Turquia
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Dorothy Dowling , CMO da Best Western Hotels & Resorts
em lower midscale, quer ter certeza de que seu consumidor terá uma boa experiência”, complementa Dorothy Dowling. Foram 100 hotéis adicionados ao catálogo Sure Stay nos primeiros meses desde o lançamento, em sua maioria propriedades que se enquadram nas categorias Sure Stay e Sure Stay Plus – a terceira marca é a Sure Stay Signature Collection. Como parte de um processo global, a estratégia de diversificar o produto ofertado não saltou simplesmente da criação das marcas BW (Best Western, Best Western Plus e Best Western Premier) para o surgimento do Sure Stay como white label. No caminho, duas novas propostas também entraram no plano: Vib e Glo são marcas-irmãs com propostas similares, mas com enfoque em públicos diferentes. Ambos hotéis construídos do zero; um é butique para mercados primários, outro é funcional e tecnológico para mercados secundários. Com a expectativa de ter cada vez mais adesões ao redor do mundo, o COO da Best Western Hotels & Resorts, Ron Pohl, garante que o feedback é positivo. “A atualização da marca está funcionando, o que significa que a imagem renovada da Best Western se relaciona aos nossos novos produtos e também a todos os investimentos que nossos proprietários têm feito em seus hotéis.” Reformas estas impulsionadas por um outro detalhe: o baixo custo, em relação à média do mercado, para se tornar um membro Best Western. A rede, em geral, cobra 5% das receitas do proprietário. A diferença se evidencia em segmentos como o upper-midscale e o upscale, que têm rivais, segundo a própria Best Western, taxando valores superiores aos 10%.p
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Política
Demandas pertinentes EM 2017, GRANDE PARTE DO TRADE REFORÇA A LISTA COM ALGUMAS demandas necessárias para que o Turismo possa se tornar uma alternativa econômica em tempo de crise. Uma entidade de voz cada vez mais ativa em relação às demandas do setor é a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e seu Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur). O presidente do Conselho, Alexandre Sampaio, também líder da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), acredita que o diálogo constante com o poder público é uma prática essencial para o desenvolvimento de propostas e políticas públicas que melhorem o dia a dia das empresas. O Cetur/CNC reúne 27 entidades associativas nacionais que representam diferentes segmentos da cadeia produtiva do Turismo, além de representações em todos os Estados junto às federações do comércio (Fecomercio) na busca por fortalecer as frentes para o crescimento sustentável da indústria. Na opinião de Sampaio, o trade precisa reafirmar as reformas e bandeiras necessárias para destravar o segmento. “O cenário po-
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lítico de 2017 é propício à implementação das reformas pretendidas pelo setor do Turismo. A apreciação da reforma trabalhista pelo Congresso Nacional, aliada à apresentação de um anteprojeto de atualização da Lei Geral do Turismo à Casa Civil e a sanção do projeto de lei que regra o problema das gorjetas trazem segurança jurídica aos hotéis, restaurantes, bares e similares. Alcançadas, essas conquistas minimizariam o custo dos produtos e serviços ofertados à sociedade brasileira”, destacou o presidente do Cetur/CNC.
LEI GERAL DO TURISMO No final de 2016, o Cetur/ CNC, em parceria com 27 entidades do setor, entregou uma proposta para atualização da Lei nº 11.771/08, conhecida como Lei Geral do Turismo (LGT) ao Ministério do Turismo (MTur) e às comissões de Turismo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Já em 2017, um anteprojeto de reforma da LGT foi encaminhado à Casa Civil pelo MTur, após inclusão
Alexandre Sampaio, presidente do Cetur/CNC e da FBHA
de demandas do trade. O texto contempla diversas modificações que envolvem temas como: cobrança antecipada da reserva ou pacote de diárias; no show e devolução da reserva; duração da diária; regulação das agências on-line (OTAs); execução de música nos quartos de hotéis; obrigatoriedade da declaração de pertences de alto valor pelo hóspede; possibilidade de execução da nota de hospedagem como título executivo extrajudicial e hospedagem de criança ou adolescente. “Hoje, a Lei Geral do Turismo é um microssistema que se comunica com as demais legislações, como o Código de Defesa
do Consumidor. Contudo, muitas vezes há conflitos entre normas que geram extrema insegurança jurídica. É necessário que tenhamos regras claras e transparentes quanto a questões que vivemos no dia a dia”, afirma Sampaio.
TRABALHO CONJUNTO As entidades patronais garantem estar trabalhando unidas para ajudar o empresário a resistir à crise. Além da proposta de alteração da Lei Geral do Turismo, o segmento identifica a necessidade de se unir contra elementos geradores de in> Continua na pág. 42
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segurança jurídica, buscar soluções para gargalos históricos do setor e promover as pautas que podem gerar investimentos, emprego e renda. A necessidade de avanço na legislação trabalhista com a adoção de formas alternativas de contratação, como o trabalho intercalado e intermitente - propostas que buscam viabilizar o trabalho legal em atividades sazonais -, assim como a prevalência da negociação coletiva de trabalho sobre a lei formal (negociado sobre o legislado), serão objetos de atuação na Comissão Especial da Reforma Trabalhista, instalada no âmbito da Câmara dos Deputados para tratar do PL 6787/2016. Atualmente, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o menor período para contratação temporária é 14 dias, mas existem feiras e eventos com duração de duas horas, por exemplo, e uma contratação para o profissional atuar especificamente no evento fica impossibilitada ou é ilegal. “O Turismo funciona baseado na sazonalidade, o que torna inviável a manutenção das leis trabalhistas vigentes, que não permitem contratações sazonais, periódicas e em outras modalidades, necessárias ao atendimento do público”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Resorts (ABR), Luigi Rotunno. Outra flexibilização relacionada ao dia a dia das
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Edmar Bull, presidente da Abav Nacional, e Luigi Rotunno, presidente da ABR
empresas e vista como necessária é a obrigatoriedade de folga aos domingos a cada três semanas trabalhadas. A CNC e a FBHA acompanham a tramitação do PL 2369/2015, do deputado Domingos Neto (PSD/CE), que propõe, para as atividades cuja natureza ou conveniência pública exijam exercício aos domingos, que a organização de escala de revezamento ocorra de modo que, em um período máximo de sete semanas de trabalho, cada empregado usufrua pelo menos um domingo de folga. O projeto aguarda parecer do relator (Deputado Ademir Camilo, do PTN/MG) na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados. “Em um parque aquático, por exemplo, existem períodos de funcionamento sazonal, já que alguns fecham no inverno. Mas, se meu público em um fim de semana pode chegar a seis mil pessoas, preciso ter funcionários para atender a essa demanda. Mesmo que durante a semana esse funcionário não trabalhe na segunda, terça ou quarta-feira, ele terá que tirar folga no domingo. Nossa legislação é muito restritiva”, argumenta o presidente do Sindepat, Alain Baldacci.
dutiva do Turismo se uniram pela isenção de vistos para países estratégicos e inclusão do setor na agenda econômica do governo. Coordenadas pelo Cetur/CNC, as entidades assinaram uma carta aberta, em 6 de fevereiro, apoiando a iniciativa do Ministério do Turismo (MTur) que prevê a concessão de vistos, por dois anos, para turistas de Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália. Segundo dados da pasta, a liberação pode injetar mais de R$ 1,4 bilhão na economia nacional. Para o Cetur, a proposta é um importante gerador de divisas, com impacto extremamente positivo em tempos de crise. “A medida facilitará os investimentos e os negócios no País, com maior arrecadação tributária e resultados de crescimento para o Turismo nacional”, aponta o presidente da Abav Nacional, Edmar Bull.
SEM BUROCRACIA
O setor também acompanha o projeto de criação de Áreas Especiais de Interesse Turístico (AEIT), que estabelece uma legislação específica em áreas com vocação para o turismo – áreas de orla, patrimônio histórico-cultural material ou imaterial reconhecido ou unidades de conservação ambiental –, com a criação de incentivos fiscais e licenciamento ambiental para a instalação de novos negócios. A criação das áreas é um Cerca de 30 entidades e associações em- antigo pleito do setor que pode facilitar a presariais que representam a cadeia pro> Continua na pág. 44
DISPENSA DE VISTOS
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Marx Beltrão, ministro do Turismo
atração de investimentos públicos e privados. “As AEIT vão mudar a dinâmica do Turismo brasileiro”, acredita o presidente do Sindepat, Alain Baldacci. Outra proposta que conta com o apoio do Turismo e pode ajudar a atrair investimentos para o País é a liberação dos jogos, em pauta no Congresso Nacional e apensado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. O setor se preocupa que a amplitude das propostas que abarcam jogos como bingos, jogo do bicho, caça-níqueis e apostas eletrônicas pode atrapalhar a regulamentação dos cassinos, vistos como uma atividade capaz de impulsionar o Turismo e a economia, e que deve contar com investimentos estrangeiros. “Os cassinos vão incrementar o fluxo de turistas pelo Brasil, tornando-se mais um atrativo, aliado às nossas ricas belezas naturais”, aposta Luigi Rotunno, favorável à liberação dos cassinos.
GORJETA
A regulamentação da gorjeta é uma reivindicação antiga dos empresários do setor de Turismo e o presidente Michel Temer pode sancionar ou vetar o projeto de lei (PLS 57/2010) já aprovado pela Câmara dos Deputados, que estipula regras para o repasse da taxa de serviço. A gorjeta era considerada parte do faturamento da empresa, que dessa forma precisava arcar com impostos sobre o valor arrecadado, mesmo que fosse repassado integralmente aos funcionários. Se aprovada, a nova regra vai desonerar o setor de bares e restaurantes (até o fechamento desta edição, nenhuma decisão foi oficializada pelo presidente Michel Temer). “Os débitos trabalhistas relativos às diferenças da integração da gorjeta nas férias, 13º salário e FGTS representam o maior passivo trabalhista oriundo das relações de trabalho entre os hotéis, restaurantes, bares e similares e seus empregados – uma questão que agora está definitivamente solucionada”, comemora o presidente do Cetur/CNC e da FBHA, Alexandre Sampaio, que trabalhou junto à Câmara dos De-
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putados para aprovar as medidas. Com as novas regras, a gorjeta não constitui receita própria dos empregadores, e se destina aos empregados, e será distribuída segundo critérios de custeio e rateio definidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Além disso, fruto de consenso entre trabalhadores e empregadores, a lei estipulará a retenção de um percentual do valor da gorjeta para que as empresas arquem com os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas: até 20% para quem se enquadra no simples e até 33% para quem não está neste regime.
HOSPEDAGEM COMPARTILHADA A chamada economia compartilhada na hospedagem se refere a empresas que disponibilizam em plataformas virtuais (sites e aplicativos) o aluguel de quartos e imóveis para pernoite ou temporada em propriedades particulares. Entre as plataformas as mais conhecidas são Wimdu, Homeaway e Airbnb. Para a hotelaria existem pontos que pesam ao se permitir o funcionamento do novo negócio, sem tributação ou regras e que geram clara desvantagem para os hotéis, e parâmetros de concorrência desleal (veja artigo na página 46). Em 21 de fevereiro, o presidente do Cetur/CNC e da FBHA, Alexandre Sampaio, se reuniu com representantes da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Associação Brasileira de Resorts (ABR) e do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb). O grupo definiu ações conjuntas que serão tomadas em busca de solução para a insegurança jurídica provocada pelo assunto. Uma das ações será o encaminhamento de documento ao ministro do Turismo, Marx Beltrão, e ao presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, solicitando um posicionamento formal dos órgãos quanto a não realização de parcerias ou acordos de cooperação com empresas em situação informal. As entidades também pretendem levar o assunto ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), à Secretaria da Receita Federal e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para mostrar que atividades como a do Airbnb, da forma como vêm sendo exercidas no País, trazem prejuízos também aos cofres do governo, por ser uma atividade comercial não tributada. Os representantes da hotelaria também pretendem realizar audiências com os prefeitos de cinco municípios considerados estratégicos - Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre - e, na sequência, encaminhar a pauta junto à Federação Nacional de Prefeitos e à Associação Nacional dos Prefeitos e Vice-Prefeitos (ANPV).p
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There’s no free lunch: por que as diárias via Airbnb são mais baratas?
O Carnaval 2017 marcou, em diversos municípios brasileiros com forte turismo receptivo, um crescimento significativo no volume de aluguéis de quartos em casas familiares ou em imóveis privados – negociações realizadas por meio de aplicativos de hospedagem, como Airbnb ou similares. A nova modalidade é resultado da chamada economia disruptiva, uma realidade nas relações econômicas à qual estão sujeitas cidades pequenas ou grandes. Ouro Preto (MG) e Rio de Janeiro foram cidades impactadas pelas ferramentas digitais no carnaval deste ano, independentemente do tamanho de cada uma. O crescimento das novas modalidades de hospedagem está alicerçado em dois pontos principais: na ideia de auferir lucro com o aluguel de cômodos vagos na própria residência ou de ampliar em nível mundial a oferta de imóveis que antes ficavam restritos à locação por intermédio de imobiliárias locais; e na busca por experiências de viagem diferentes, de integração à cultura dos destinos escolhidos. Como resultado, as plataformas digitais de hospedagem
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posicionaram-se como as únicas capazes de proporcionar experiências como as de moradores locais – um argumento que nada mais é do que estratégia de marketing para se firmar no segmento. Afinal, a rigor, esta demanda pode ser atendida pelos hotéis, de forma completa e enriquecedora, mas a análise e a desconstrução deste apelo de marketing são assuntos para outro artigo. Fiquemos, por agora, com o argumento financeiro – este, sim, bastante real. As diárias dos imóveis nas plataformas digitais são, em média, 30% mais baratas do que as dos hotéis. A plataforma oferece hospedagem mais em conta porque esse modelo de negócio está completamente isento de tributação, ainda que operado por uma empresa (a dona da plataforma tecnológica), que tem lucro com o negócio e ainda que claramente configure rendimento para os usuários. Este mesmo negócio de hospedagem, quando dentro dos modelos tradicionais, está sujeito a uma pesada carga tributária que, no Brasil, pode chegar a 40% do faturamento bruto, uma das mais altas do mundo. Somam-se
Alexandre Sampaio
é presidente do Conselho Empresarial de Turismo (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA)
a isso os pesados encargos trabalhistas com os quais os estabelecimentos arcam ao manter funcionários trabalhando legalmente e outros custos de operação, como a oferta de serviços (um diferencial que as plataformas não oferecem, mas é muito utilizado e demandado pelos hóspedes e, obviamente, encarece os custos operacionais de hotéis, pousadas, resorts e similares). Enfim, não é difícil imaginar por que o custo da operação hoteleira é maior. Ao analisar este contexto, fica claro que resta às entidades que representam a classe empresarial, com o apoio de seus associados e de todo o segmento, exigir das autori-
dades federais que promovam isonomia de condições entre todos os players do setor de hospedagem, o que deve ser traduzido pela regulação das novas tecnologias. Não se pretende, no Brasil, acabar com o Airbnb, mas sim regulamentá-lo, a exemplo do que já foi feito em grandes metrópoles mundo afora, como Nova York, Berlim e Paris – ícones do turismo mundial –, que, por meio de limitações de tempo de uso, restrição a bairros passíveis de locação, quantificação de unidades anunciadas e tributação específica, encontraram formas de convivência pacífica e condições igualitárias para todas as formas de
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comercialização de hospedagem a turistas. No Brasil, além da tributação, fator que aumentará consideravelmente a arrecadação dos governos, as especificidades do mercado também devem ser analisadas quando pensamos nesta modalidade de locação como “negócio”. É preciso haver um cadastro dos imóveis ofertados; vistoria, pelo Corpo de Bombeiros, dos espaços disponíveis para a locação; deliberação dos condomínios a respeito do aumento da rotatividade dos “moradores temporários”, bem como a respeito da segurança dos demais moradores; rateio de contas de consumo comuns, como água,
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nos locais sem medidores individuais; e regras específicas comuns aos condôminos, como descarte de lixo, lei do silêncio, etc. Não nos iludamos também a respeito do mote “convívio com o anfitrião”, anunciado pelas plataformas, pois trata-se, novamente, de apelo de marketing: boa parte dos imóveis ofertados está desocupada e destina-se a locações por temporada. Portanto, nada mais justo do que o pagamento, pelos proprietários, do Dimob, a declaração de informações sobre renda imobiliária, da Receita Federal do Brasil, pois a omissão das transações realizadas no âmbito das pla-
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taformas configura-se sonegação fiscal, um crime que, elevado a instâncias mais altas, assemelha-se muito ao que temos assistido diariamente nos noticiários, no âmbito da Lava Jato. Também é preciso instituir uma lei federal que regulamente os aluguéis temporários, pois este vácuo legal prejudica a concorrência no setor imobiliário tanto quanto no hoteleiro. As transações comerciais realizadas por meio da internet devem ser objeto de acompanhamento por parte das autoridades fazendárias e pelo Banco Central, pois, além de evitar a sonegação, impede a transferência de recursos ao
Exterior sem a devida documentação, principalmente se o proprietário do imóvel é estrangeiro não residente no País. O Marco Regulatório da Internet e as ações da Secretaria de Serviços do Ministério da Indústria e Comércio, no tocante aos sites estrangeiros em nosso comércio exterior, podem dar subsídios sobre como acompanhar essas negociações. A igualdade de condições para atuação no mercado de hospedagem promoverá não somente uma equalização tributária, como ainda um necessário equilíbrio de mercado para que possamos todos crescer e ajudar a desenvolver a economia do País.
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48 Política
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>> Rodrigo Vieira
Trabalho e
retomada
Eraldo Alves da Cruz, secretário executivo do Cetur/CNC
ERALDO ALVES DA CRUZ É UM DOS MAIORES REFORÇOS DO EMPRESARIADO TURÍSTICO EM TERMOS POLÍTICOS NO PAÍS. O SECRETÁRIO EXECUTIvo do Cetur/CNC está entre as lideranças mais ativas do setor em Brasília e age como uma das principais pontes entre o trade e a política brasileira. Ex-presidente da ABIH Nacional, Alves da Cruz falou com exclusividade ao Jornal PANROTAS a respeito do cenário que o Turismo e seus principais players enfrentarão em 2017. O secretário executivo também revelou alguns dos planos da CNC para com o setor este ano, como promover reuniões entre as 27 entidades empresariais que fazem parte do conselho e as 27 Fecomercios estaduais por meio de seus Conselhos e/ou Câmaras Empresariais de Turismo, após iniciativa registrada em 2016.
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JORNAL PANROTAS — Comente a agenda da CNC em relação ao Turismo este ano. Eraldo Alves da Cruz— É continuar apoiando e incentivando o desenvolvimento do Turismo brasileiro por meio das associações empresariais, federações e sindicatos filiados ao Sistema CNC. JP — A CNC tem projetos novos em 2017 no que diz respeito ao Turismo ou deve reforçar as principais pautas de 2016, que foram discutidas no Seminário Jurídico do Turismo?
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Cruz — Reforçar as principais pautas tratadas em 2016 faz parte do nosso planejamento para 2017, mas temos novos projetos que serão voltados à discussão e elaboração de estudos sobre a economia colaborativa, o esporte como agregador do Turismo e o turismo de fronteira. Este último abrange muitos Estados brasileiros e podemos contar com parceria das Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio) de cada uma das unidades federativas envolvidas.
JP — Por falar nessas pautas, como trabalho intermitente, direitos autorais, conceito de insalubridade, entre outras discutidas no seminário, como isso pode caminhar neste ano? Cruz — A CNC conta com a Assessoria Parlamentar (Apel), dotada de um corpo técnico de excelência. O presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), o empresário Alexandre Sampaio, circula com desenvoltura no Congresso Nacional e, com apoio constante da Apel, sem dúvida pode ajudar o trade a ver todos os projetos de lei elencados como prioritários avançarem. O vice-presidente da CNC e deputado federal Laércio Oliveira tem acompanhado e apoiado todos esses projetos e se mantém atento, tanto na Câmara como no Senado. JP — O que a entidade prevê para 2017 a respeito da relação economia/Turismo? O setor pode esperar retomada este ano? Cruz — Os números da economia brasileira já ao final de 2016 começaram a mudar e as projeções para
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2017 podem não ser as ideais, mas demonstram um sinal de retomada. O Turismo brasileiro voltou a crescer, não nos moldes de uma China, mas vem crescendo. A relação econômica do Turismo no âmbito da CNC é vista como prioridade de nossas ações. Costumamos afirmar que Comércio e Turismo viajam juntos e, por essa razão, a CNC apoia as ações de nossas entidades filiadas quer sejam no âmbito associativo ou no sindical. As entidades têm muitas demandas, e nós trabalhamos para que elas sejam convergentes. Os números indicam que temos um cenário favorável para obtermos mais do que uma retomada, e até mesmo crescimento. Se todas as reformas esperadas forem aprovadas e implementadas, voltaremos a crescer. Uma alternativa que pode dar retorno econômico ao País é a liberação dos vistos para grandes mercados emissores e de baixo risco migratório, como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, além da modernização da legislação e do aprimoramento da Lei Geral do Turismo. Com a junção de esforços entre iniciativa privada e desburocratização, o Turismo pode crescer de forma sustentável e ser resposta para este período de crise econômica e política. Se houver investimento para uma efetiva comercialização e promoção do Brasil, a atividade pode gerar um novo patamar de desenvolvimento econômico e social.
JP — E em relação à política? O cenário atual é melhor para o Turismo? Cruz — Em relação à política, a CNC acompanha os avanços e sempre se
posiciona quando se refere diretamente aos seus representados; vem demonstrando que a democracia deve prevalecer em todos os níveis e sempre procura apoiar os novos integrantes do quadro oficial que representa o Turismo no País, de forma que eles possam formular as políticas públicas. Nossa área econômica tem demonstrado que o Turismo é uma atividade importante para o Brasil e que pode ser solução para muitos problemas sociais e empregatícios.
JP — A CNC pretende dar prosseguimento a reuniões como a que ocorreu no ano passado com diversas entidades do Turismo? Quais os objetivos dessas próximas reuniões e que entidades podem ser chamadas? Cruz — Um dos principais objetivos do Cetur/CNC é promover reuniões com as 27 entidades empresariais que fazem parte do nosso conselho e as 27 Fecomercios estaduais por meio de seus Conselhos e/ou Câmaras Empresariais de Turismo. Estes são membros efetivos do Cetur. Além deles, temos mais 100 conselheiros consultivos dentre os quais gestores públicos, empresários, acadêmicos, pesquisadores e especialistas. O objetivo das reuniões é criar massa crítica para promover a formulação de políticas públicas para os setores de Turismo e hospitalidade. Funcionamos como órgão de assessoramento à presidência da CNC.p
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50 Eventos
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A era da
modernidade O AUDIOVISUAL DE UM EVENTO DEIXOU HÁ MUITO TEMPO DER SER o velho combo de datashow com tela de projeção sustentada por um tripé. Nos últimos dez anos, a transformação das soluções, chegada de novos equipamentos e as necessidades dos clientes corporativos por um evento de alto impacto e baixo custo fizeram os fornecedores desse segmento saírem da caixa e buscarem inovações. Há dez anos no mercado de tecnologia para eventos corporativos e com 35 postos de atendimento, como os dos hotéis Almenat, Blue Tree Premium Faria Lima, The Capital, Dona Carolina, Intercity Nações Unidas, Mabu Hotéis & Resorts, Transamérica São Paulo, Tivoli São Paulo, Sheraton WTC São Paulo, Pullman Ibirapuera e Royal Palm Plaza, a R1 Soluções Audiovisuais avançou no segmento e se coloca como uma das principais empresas provedoras de audiovisual para eventos corporativos de todos os portes no País. “O audiovisual transcendeu a tecnologia e hoje está totalmente integrado com as pessoas e o meio
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Raffaele Cecere, sócio diretor da R1, destaca o salto que os eventos apresentam em tecnologia na última década
ambiente. É impossível não evoluir e apresentar soluções mais inteligentes, renováveis, com menor custo e alta performance para nossos clientes”, afirma o sócio-diretor da R1, Raffaele Cecere. Essas inovações podem ser percebidas em equipamentos que transmitem sons mais limpos e que também estão menores e mais potentes, diminuindo as poluições visual e sonora do ambiente, por exemplo. Também percebe-se a tecnologia nos recursos de iluminação por meio da
solução led, que não superaquece os ambientes, não demandando, assim, uma maior potência dos condicionadores de ar, o que poderia gerar mais custo de energia, e na durabilidade dos equipamentos. A velocidade da internet também vem auxiliando a integração dos equipamentos, possibilitando que produtos como videowalls e displays sejam multimídia e interativos a um simples toque. “Todos os sentidos devem ser estimulados quando se pensa nas soluções audiovisuais
de um evento. Isso faz com que o participante entenda que ele é também um elemento indispensável para o sucesso da ação”, completa Cecere. Com a chegada da Tes Cenografia, adquirida há cerca de um ano pelo grupo, a R1 passou a incluir no seu portfólio soluções para ambientação de eventos, o que amplia o conceito “audiovisual” da empresa. “Para a R1, a evolução dos eventos é permanente. Cada dia buscamos fazer diferente e melhor para nossos clientes”, conclui.p
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52 Operadoras
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>> Karina Cedeño
A CVC que o agente
não conhece
Valter Patriani e Luiz Eduardo Falco
SE VOCÊ, AGENTE DE VIAGENS, AINDA ACREDITA QUE A CVC NÃO TEM PRODUTO PARA A CLASSE A, SÓ VENDE PACOTE FECHADO E NO INTERnacional só é forte em América do Sul, talvez não conheça o atual patamar da maior empresa da indústria de Turismo no Brasil. A gigante do ABC Paulista vem derrubando mito por mito a seu respeito com dados sólidos de mercado, tal como vem acompanhando as evoluções do setor. Confira alguns desses mitos relacionados à operadora:
“A CVC vive de fretamentos no doméstico” Mito. Hoje no nacional os pacotes fechados representam menos de 30% das vendas da CVC, já que a maior parcela
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(cerca de 70%) corresponde aos produtos customizados: o cliente compra o aéreo, a diária do hotel e monta a viagem de acordo com sua preferência, escolhendo a data de partida e chegada, os passeios que deseja fazer e outros produtos. “Essa crença de que a CVC só vende pacote fechado ocorre não só por parte dos
agentes de viagens, como também do público. É importante perceber que a CVC não é engessada. Vendemos fretamentos, mas a maior parte dos pacotes hoje é feita sob medida, venda por venda”, defende o VP de Produtos, Vendas e Marketing da CVC, Valter Patriani.
“No inter, a CVC só
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é forte em América “A CVC não tem produto para a do Sul” classe A” Mito. A cada ano a operadora embarca mais de 100 mil turistas para a Europa e só por meio de circuitos são mais de 30 mil anualmente. “Os circuitos Europa da CVC estão este ano com uma demanda de 100%, e muito do sucesso se deve ao fato de que são feitos especialmente para brasileiros, com guias que falam português. Além disso, destinos exóticos como Japão, Tailândia, Dubai, Maldivas e Egito cresceram 30% em 2016 ante 2015”, conta Patriani. Já houve dias, inclusive, em que os destinos exóticos venderam mais do que Estados Unidos, e entre os planos da CVC para este ano está o de tornar Dubai em um hub de vendas para a operadora, com o objetivo de facilitar a conexão dos passageiros a outros países do Oriente Médio/ Ásia. Sem contar que, durante a última Convenção de Vendas da CVC, em Foz do Iguaçu (PR), foram lançados mais 15 destinos exclusivos para brasileiros na Ásia e na África, além de uma linha nova de circuitos para Havaí e Califórnia, nos Estados Unidos. Demandas que vão muito além do nosso continente.
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Mito. No ano passado a operadora vendeu mais de oito mil bilhetes de classe executiva, e do faturamento de R$ 5,2 bilhões em vendas registrado em 2016, 35% correspondem ao internacional. “Essa crença de que não há produtos para a classe A parte principalmente de um pequeno grupo de agentes multimarcas concentrado no Estado de São Paulo. Isso porque a CVC começou sua história no ABC, com o rodoviário, enquanto nos outros Estados brasileiros já começou grande, com outros produtos. Por isso em São Paulo ainda há essa visão de que a operadora é forte apenas em excursão de ônibus”, conta Patriani.
E AS TENDÊNCIAS PARA 2017? No internacional, a aposta da operadora para este ano será forte na programação de circuitos pelo mundo. “Além dos já conhecidos circuitos pela Europa, estamos lançando programações de viagens com este formato também na América do Norte, América do Sul, Ásia e África. Para acelerar as vendas desses produtos, que somente em 2016 cresceram mais de 20%, a operadora combina prestação de serviços (guias que falam português na viagem) com qualidade de hospedagem e transporte (ônibus agora com wi-fi gratuito) e a preço bastante competitivo”, relata o presidente do Grupo CVC, Luiz Eduardo Falco. Já no doméstico, o Nordeste continua em alta na operadora, com reforço de lançamentos de produtos nos arredores das grandes capitais, tais como Jericoacoara (CE), cujo aeroporto regional será inaugurado em breve; além de São Miguel do Gostoso, Galinhos, Pipa (todos no RN) e tantos outros vilarejos ou praias ainda pouco conhecidas.p
O GRUPO CVC EM
N Ú MER OS ● O Grupo CVC, composto pe-
las empresas CVC, Rextur Advance e Submarino Viagens, vendeu R$ 8,8 bilhões em produtos e serviços de Turismo no ano passado.
● A
operadora CVC fechou 2016 com R$ 5,5 bilhões, sendo que R$ 4,4 bilhões vieram de lojas exclusivas (ou seja, franquias que só vendem produtos CVC) e R$ 919 milhões das chamadas agências de viagens multimarca (ou independentes, que vendem várias operadoras)
● A cada ano 80 agentes con-
vertem suas agências multimarcas para lojas exclusivas da CVC.
● A CVC já opera hoje mais de mil destinos e vende para mais de 15 mil clientes por dia. ● Em 29 de dezembro do ano passado, a CVC adquiriu a Experimento Intercâmbio por R$ 41 milhões. A meta é chegar a 70 lojas com a marca Experimento em três anos.
● As vendas de produtos e ser-
viços agregados complementares às viagens, como ingressos para parques e locações, cresceram mais de 10% em 2016, no comparado com 2015.p > Continua na pág. 54
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REPAGINADA Fotos: Roberto Tamer/CVC
Santo André, onde fica a matriz da CVC, foi a primeira cidade a receber novo modelo de loja da empresa. Gradualmente as mais de mil lojas terão nova identidade visual
HÁ MAIS DE DUAS DÉCADAS INSTALANDO LOJAS EM SHOPPINGS e galerias comerciais, a CVC começou a dar uma nova identidade visual a suas lojas. A proposta é adotar o novo padrão nas mais de mil lojas CVC espalhadas pelo Brasil de maneira gradativa. A primeira delas fica em Santo André, onde está localizada a matriz da empresa. Clientes CVC que forem ao Grand Plaza Shopping na cidade do ABC Paulista encontrarão um ambiente mais moderno e acolhe-
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dor, desenhado para dar mais dinâmica ao varejo, que demanda rapidez na atualização das ofertas com custo reduzido de manutenção. “O novo projeto é resultado de uma ampla pesquisa de marketing, conduzida pela operadora junto a clientes, gerentes de lojas, agentes de viagens e franqueados, que pontuaram as principais necessidades do ponto de venda, com sugestões de melhorias ao formato anterior”, aponta o vice-presidente de Produtos, Vendas e Mar-
keting da CVC, Valter Patriani. “Criamos o Espaço Família, com mesa de atendimento que acomoda confortavelmente até seis pessoas, integrada ao Espaço Kids, com atividades para as crianças, e incrementamos a Área de Espera, que ganhou display com materiais informativos sobre cada destino turístico, para o cliente já entrar no clima da viagem”, conclui. Os antigos painéis de acrílico das vitrines, que acomodavam as ofertas, foram substituídos pelos totens de led, mais
chamativos, econômicos e que dão à fachada da loja mais harmonia com as cores amarela e azul da marca, com destaque para os destinos de viagens que estão com preços promocionais. A CVC é a 15ª maior rede de franquia do Brasil em número de lojas (segundo a Associação Brasileira de Franchising – ABF), com 1.095 unidades abertas no País, e inaugura, em média, uma nova loja a cada três dias, sendo que as próximas aberturas de lojas já deverão contemplar o novo layout. p
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A
g rti
o
Inteligência Artificial
Imagine um cenário em que você receberá uma oferta de transporte (avião, ônibus ou carro alugado), da melhor hospedagem (hotel, hostel ou Airbnb), do transfer (táxi, Uber ou Cabify), recomendação de restaurantes e outros serviços diretamente em seu smartphone, tudo isso para as datas de uma viagem que você está planejando fazer, mas para a qual você não chegou a solicitar nenhuma reserva. Ou ainda um sistema de reservas em que seu cliente simplesmente fala para o smartphone o que deseja e em quais datas, e o sistema responde com as melhores opções de serviços, após pesquisar on-line todos os fornecedores e cruzar a política de viagens da empresa com o perfil de preferências e comportamento do passageiro. Não, isso não é ficção científica, esses são apenas exemplos do que já estamos desenvolvendo. A Inteligência Artificial já fará parte
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de nossos produtos em 2017/2018. O Reserve lançou o primeiro self-booking corporativo do Brasil em 2004, a primeira plataforma mobile em 2009 e o primeiro sistema de gestão de despesas em 2012. Nosso Reserve Lab já projeta e desenvolve soluções baseadas em aprendizado de máquina, visando ao lançamento, ainda em 2017, do primeiro sistema de gestão corporativa suportado por inteligência artificial. Produtos como Reserve Expense & Travel, Reserve Full Trip Planner e Reserve KdVc contarão com algoritmos de IA para antecipar a demanda do seu cliente, no momento em que ele deseja e na forma que ele aceita, tudo em compliance com as regras de negócio e com as políticas de despesas e viagens da empresa pagante. Como se vê, o futuro chegou. Você e sua agência podem e devem fazer parte disso.
Luis Vabo
é presidente do sistema Reserve, da Solid Corporate Travel e da Solid Consultoria e Tecnologia
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56 Meios de pagamento
Divulgação/Elo
Mais
Eduardo Chedid, presidente da Elo
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>> Artur Luiz Andrade
internacional CRIADA EM 2011 PELOS BANCOS BRADESCO, CAIXA E BANCO DO Brasil, a bandeira Elo chegou, no final de 2016, a 113 milhões de cartões, 700 mil dos quais internacionais. Novo no mercado, o cartão foca agora em duas frentes: a internacionalização e a aceitação. No Brasil, eram 4,3 milhões de maquininhas (de diversas marcas) aceitando a bandeira no final do ano passado; no Exterior a aceitação é em 39 milhões de estabelecimentos, 1,8 milhão de caixas eletrônicos e 185 países, em uma parceria com Discover e Diners. O cartão registrou 1,8 bilhão de compras, totalizando R$ 118 bilhões em 2016, representando 11% de market share. O presidente da Elo, Eduardo Chedid, diz que a chegada do cartão internacional deu novo fôlego ao cartão de crédito, já que 80% das 113 milhões de unidades são de débito. E o segmento de alta renda, que viaja e precisa do cartão mais robusto e repleto de benefícios, é prioridade. Para esse público, há as categorias Nanquim (equivalente ao black de outras bandei-
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ras) e Grafite (similar ao platinum). E são três os principais benefícios (ou diferenciais) que Chedid destaca nos cartões de crédito internacionais da Elo (Nanquim e Grafite).
TRINCA DE SERVIÇOS O primeiro é a pontuação turbinada nos programas de fidelidade dos bancos. O Nanquim, por exemplo, oferece 2,2 pontos a cada dólar gasto (enquanto o black dá dois por um); e o Grafite 1,7 por dólar (contra 1,5 dos concorrentes). No caso do cartão equivalente ao gold, a pontuação é de 1,2 para cada dólar (contra um por um). O segundo serviço é, de acordo com ele, inédito entre as ofertas dos cartões: wi-fi grátis em mais de 50 milhões de hotspots no mundo. Um aplicativo mostra a localização dos hotspots e o usuário Elo entra com acesso à maior velocidade (até onde há wi-fi gratuito, caso de alguns aeroportos que cobram apenas por uma internet mais potente). E o terceiro benefício é o acesso a mais de 500 sa-
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las vips Diners, sem a necessidade de um fee mensal. O portador paga apenas uma taxa de até US$ 27 por uso ao chegar na sala. “Quem tem Elo Grafite não precisa pertencer a algum clube, ele paga apenas a taxa local”, explica o presidente da empresa. Há ainda o Seguro Viagem. Ao comprar a passagem aérea com os cartões Elo Nanquim ou Elo Grafite, o usuário pode emitir o bilhete de seguro e garantir uma série de coberturas, como cancelamento de viagem, atraso e perda de bagagem, despesas médicas, hospitalares e odontológicas, entre outras. Essa cobertura é válida não apenas para o titular do cartão, mas para todos os viajantes cujas passagens foram compradas
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com um Elo Nanquim ou um Elo Grafite. E com o Seguro Proteção de Compra, os usuários do Elo Nanquim são protegidos contra roubo ou furto de bens adquiridos com o cartão. É possível reembolsar o valor do produto ou encaminhar para o conserto no Brasil e no Exterior.
TURISMO
Com esses benefícios, a Elo mostra que está focada no segmento de Turismo. O crescimento do cartão internacional é uma meta constante e também a companhia começa a olhar para o viajante corporativo. “Já temos um leque de produtos para o viajante a negócios e agora com a entrada no internacional vamos intensificar essa divulgação”, explica Chedid, que promete para breve o cartão virtual da Elo para esse perfil. Ainda na indústria de Viagens e Turismo, a Elo lançou o Projeto Destinos, que faz parcerias com destinos brasileiros e ajuda as cidades a bem receber os visitantes. O projeto inclui distribuição de material utilitário, uniformes, sinalização turística e treinamento para o comércio. Jericoacoara (CE), Pipa (RN), Maraú (BA) e Pirenópolis (GO) foram os quatro destinos já contemplados. No carnaval do Rio este
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Elo foi uma das grandes patrocinadoras do Carnaval do Rio de 2017
ano, a Elo foi uma das grandes patrocinadoras da festa no sambódromo. No internacional, o cartão fez campanhas em Orlando, que dava vale compras para qualquer loja dos Estados Unidos, e colocou peças em português espalhadas pela cidade preferida dos brasileiros nos Estados Unidos. Estados Unidos e Argentina, aliás, são os destinos onde os clientes Elo mais gastam em suas viagens. Por isso, a empresa de cartões está fazendo um trabalho junto às companhias aéreas estrangeiras no País, para que mais empresas aceitem a bandeira. “Essa é uma de nossas prioridades”, finaliza Chedid.p
BANCODEDADOS CARTÕES ELO NO BRASIL
ll 113 milhões de cartões emitidos ll 2,8 milhões de estabelecimentos
comerciais e 4,3 milhões de maquininhas aceitam a bandeira ll R$ 118 bilhões em movimentação (total de 1,8 bilhão de transações) ll 11% de market share
ACEITAÇÃO INTERNACIONAL
ll 185 países ll 39 milhões de estabelecimentos
comerciais ll 1,8 milhão de caixas eletrônicos
Fonte: Elo
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>> Janize Colaço
Trade, consumidor e nichos
A RECUPERAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL — OU SINAL DELA — CHEGA ACOMPANHADA DE
perspectivas positivas para os diferentes segmentos do Turismo, e não somente no doméstico. Tido como um dos principais destinos internacionais para nosso mercado, o México espera um crescimento de 7,8% nas chegadas de brasileiros em 2017 ante o ano passado, além de prospectar números ainda maiores para os próximos anos. Com um forte investimento e uma estratégia institucional voltada aos mais plurais destinos mexicanos, o Conselho de Promoção Turística do México (CPTM) terá o consumidor final como um dos principais alvos. “Participaremos de eventos focados no setor, mas
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também nos que nos auxiliarão a mostrar as belezas do México ao consumidor final”, explicou a diretora do CPTM para o Brasil, Diana Pomar. O intuito, Diana destaca, é estimular o crescimento nos gastos e nas estadas de brasileiros – o que não elimina a importância de manter ativa a parceria com operadoras e OTAs no Brasil. “Manteremos os investimos em programas cooperativos, como o Caravana México, que deverá capacitar mais de 700 agentes em diferentes cidades brasileiras”, ressalta. Com participação nas principais feiras turísticas do País neste ano, o CPTM pretende divulgar nichos como Mice, Romance (casamentos e lua de mel), LGBT e Luxo. Somente no primeiro semestre,
Diana Pomar, diretora da CPTM no Brasil, destaca a expectativa de crescimento de brasileiros no México
é esperado o aumento de 9% de brasileiros em relação ao mesmo período do ano passado. Vale lembrar que o México é a grande aposta da rede de luxo Small Luxury Hotels of The World para 2017. Uma demonstração dessa evolução mexicana como destino de alto padrão são os oito hotéis que recentemente entraram ao portfólio SLH: Stara Hamburgo e Stara San Angel, na Cidade do México; Chablé Spa & Resort, em Yucatan; Mar Adentro, em Los Cabos; e Mezzanine Hotel, El Pez Boutique Hotel, La Zebra Beach Hotel & Restaurant e Mi Amor Boutique Hotel & Spa, em Tulum.p
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60 Te c n o l o g i a
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>> Karina Cedeño
Reforço inteligente O TERCEIRO TRIMESTRE DESTE ANO TRARÁ UMA GRANDE NOVIDAde em termos de tecnologia para o Turismo, principalmente aos agentes de viagens. Será nesta época que o Sabre lançará a plataforma Red Workspace, interface desenvolvida para facilitar a pesquisa e a reserva, que segundo a empresa, aumentará a eficiência dos profissionais do setor. Isso porque será a primeira ferramenta a aproveitar APIs e dados em cache, analisando tendências e colocando aplicativos terceirizados para impulsionar o desempenho dos agentes. A perspectiva baseada em informações oferecerá recursos para a tomada de decisões e valorizará a experiência do cliente. “Na prática, se o viajante quer datas flexíveis, o agente terá uma visão abrangente das tendências históricas da tarifa, sazonalidade e preferências dele, podendo criar uma experiência de viagem mais personalizada”, explica o vice-presidente da Sabre Travel Network para América Latina e o Caribe, Ricardo Carreón. Segundo ele, a capacidade de fazer reservas, gerenciar mudanças e ficar informado de possíveis interferências na viagem são fatores que têm impulsionado algumas
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Luiz Ambar, VP da empresa para o Brasil, e Ricardo Carreón, VP do Sabre para América Latina e Caribe
das principais expectativas dos viajantes com os agentes de viagens, e por isso o Sabre também fez grandes investimentos em mobile, com a plataforma Traveler Experience, que traz soluções voltadas para o viajante final, enquanto garante o alcance de metas dos programas de viagens corporativas. “Fazem parte dessa solução o Get There, plataforma de reservas para o viajante utilizada em mais de 100 países, que traz a política de viagem configurada e fluxo de aprovação; além do Trip Case, que leva para a palma da mão do viajante todas as informações de voos, portões de embarque, notificações, cancelamento e alterações; o Sabre Virtual
Payments, que evita fraudes e gera um número de cartão virtual único para cada evento da viagem, dentro dos padrões PCI; e o Safe Point, que acompanha o viajante e notifica a agência caso haja um evento inesperado durante a viagem; e as integrações que temos com diversas ferramentas de Expense Report”, explica Carreón. Com a nova sede do Sabre em Montevidéu, o mercado latino-americano sairá ganhando, de acordo com ele. “Milhares de empresas que operam no Brasil, na América Latina e no Caribe irão se beneficiar das operações dessa nova sede regional, que contará com mais de 170 profissionais dedicados e cuja sinergia
com os escritórios do Sabre em São Paulo, Cidade do México, Bogotá, Buenos Aires, Lima e Santiago trará um dinamismo importante para a atuação na região.” Para o trade brasileiro as perspectivas também são boas, na opinião do vice-presidente do Sabre Travel Network Brasil, Luiz Ambar. “Apesar de estimarmos um baixo crescimento para a economia em 2017, estamos mantendo as expectativas de crescimento para nossos negócios no País. Continuamos focados em atender com excelência nossos clientes e oferecer o que há de mais inovador em soluções para viagens, auxiliando-os a serem cada vez mais bem-sucedidos”, conclui Ambar.p
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>> Rafael Faustino
Mais do que hotéis APESAR DO NOME OFICIAL, A ACCOR HOTELS NÃO SE CONSIDERA mais uma empresa estritamente hoteleira. Seu marketplace atende viajantes, agentes de viagens e até hotéis independentes e, recentemente, diversas aquisições nas áreas de aluguel de residências e serviços auxiliares, tornaram a estratégia da companhia ainda mais ampla para obtenção de receitas, marcando presença em diversos momentos do processo de viajar. “Queremos ser cada vez mais um operador disruptivo do setor, um travel companion do Turismo, que tem serviços e soluções para diversas etapas da viagem. Estamos investindo em tecnologia e diversificação com esse objetivo”, revela o CEO da Accor Hotels na América do Sul, Patrick Mendes. O John Paul, serviço global de concierge de alto padrão que a Accor garante ser líder do segmento, é um bom exemplo. Com ele, viajantes ganham auxílio em praticamente qualquer tarefa durante uma viagem. “Se precisar de um carro, indicação de passeios, até mesmo uma babá, tudo isso pode ser possibilitado rapidamente”, lembra Patrick.
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“E você pode unir tudo isso a uma estada em uma casa de luxo com toda privacidade”, completa, citando o Onefinestay, um dos serviços de aluguel de residências adquiridos pela Accor recentemente – outros são o Oasis Collection, que tem unidades no Brasil, Square Break, Banyan Tree e Travel Keys.
TECNOLOGIA
Ferramentas tecnológicas são peça fundamental nessa nova máquina de receitas da Accor. O site da companhia, que responde por 70% das vendas feitas on-line, agora oferece não só os hotéis tradicionais, mas também outros independentes – que teoricamente seriam vistos apenas como concorrentes. Por meio da Fastbooking, outra empresa adquirida no ano passado, a Accor empresta sua expertise digital e o grande alcance de seu portal aos parceiros – que já são 42 na América do Sul. Alguns exemplos brasileiros são os dois Grande Hotel, do Senac, e o Ca’d’oro, em São Paulo. Sem contar a parceria com o Maksoud Plaza, que foi o primeiro independente a figurar no espaço digital, em uma parceria diferenciada. “Temos não só um site de re-
Patrick Mendes, CEO da Accor Hotels na América do Sul
servas, mas um verdadeiro marketplace. A ideia é que quando o cliente entre no Accorhotels.com, encontre um cardápio de produtos”, destaca o CEO. A contrapartida para a Accor é uma comissão e ainda a expansão de seu programa de fidelidade, Le Club, cujos pontos podem ser acumulados nos hotéis parceiros, mas gastos apenas nos hotéis da Accor. Essa, inclusive, é outra arma da companhia para o futuro: são 3,3 milhões de
clientes fidelizados só na América do Sul, responsáveis por 40% das diárias. O programa está sendo aprimorado de modo que os pontos possibilitem aos clientes não somente hospedar-se nos hotéis, mas concorrer também a experiências como assistir a uma partida de futebol com um ídolo ou cozinhar ao lado de um chef renomado. Sem falar na chance de trocar os pontos por milhas aéreas na Air France ou veículos na Europcar.p
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62 Cartões de assistência
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>> Brunna Castro
Encarar os desafios ENTRE A EXPECTATIVA DE RETOMADA ECONÔMICA NO PAÍS E A CERteza de que o ano exigirá um trabalho duro, os planos da GTA para 2017 terão como foco o treinamento. Com a entrada de novos players no mercado de seguro, como bancos que antes não trabalhavam com assistência de viagem e entraram em tal segmento, é preciso focar em capacitação dos parceiros de longa data, os agentes de viagens. “Esse profissional não pode perder a oportunidade de oferecer o seguro no ato da compra do pacote ou da passagem aérea”, afirma o presidente da GTA, Celso Guelfi. Com tal desafio em mente, a companhia trabalhará com a meta de capacitar
nove mil agentes de viagens neste ano. Em 2016, o total de profissionais treinados pela empresa foi de oito mil. Para o presidente da GTA, o mercado de assistências tem passado por mudanças, inclusive a respeito do nível de planos existentes. “Para os Estados Unidos, sempre foi vendido um seguro de US$ 10 mil, embora para a Europa se venda no mínimo um de 30 mil euros”, compara Guelfi. “Estamos conscientizando as agências de viagens de que é preciso um plano mais robusto, uma vez que a medicina na Europa é mais barata do que a americana. Não faz sentido sair do Brasil com um plano de menor cobertura, portanto estamos trabalhando muito para melhorar a efi-
cácia das agências em torno de planos de assistência”, completa o empresário. Outro ponto importante com o qual a empresa tem trabalhado é referente aos planos de saúde do consumidor brasileiro. “Como esses planos passaram a ser mais regionais e não territoriais, o passageiro pode ficar desprovido de assistência médica durante uma viagem doméstica, isso sem contar outras coberturas que esse tipo de plano tradicional não dá”, explica Guelfi.
MAIS ROBUSTOS Identificando as mudanças no mercado, portanto, a GTA optou por oferecer planos mais robustos. Para os
Estados Unidos, a cobertura será maior em um produto com lançamento marcado para este mês. “Além disso, estamos buscando coberturas de cancelamentos de viagens que cubram mais itens, a serem incluídos diretamente nos planos”, explica Guelfi. Segundo ele, a empresa passou de três motivos básicos de cobertura em caso de cancelamento para 27, todos já embutidos nos produtos. Novos itens incluem perda de emprego, casamento desfeito, férias canceladas, repetência escolar, questões jurídicas que impeçam a viagem, entre outros. Tais mudanças nos produtos oferecidos pela GTA aparecem como uma resposta à percepção de que “a cultura do brasileiro em relação ao seguro viagem está mudando”, uma vez que um plano mais robusto não tem um custo tão mais elevado.
PORTFÓLIO ENXUTO
Celso Guelfi, presidente da GTA
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Aumentando a cobertura dos planos, a tendência é diminuir a quantidade de produtos disponíveis no portfólio da GTA. “Estamos com 22 planos, já reduzimos uma boa parte deles e vamos reduzir ainda mais até o final do ano”, afirma Guelfi. A ideia, portanto, é trabalhar com planos bem direcionados.p 09/03/2017 21:35:53
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Eventos
Consciente e rentável UMA TÉCNICA INÉDITA DE IMPRESSÃO QUE UTILIZA QUALQUER TIPO DE TECIDO PARA CENOGRAFIA, A PARTIR DO USO DA TECNOLOGIA DE
tecido tencionado impresso, está revolucionando os projetos cenográficos dos eventos corporativos. Alta definição de impressão, liberdade de tamanhos e formas, facilidade e rapidez em montagem e desmontagem são algumas das características que vêm encantando os clientes da Tes Cenografia. Em um cenário que ainda utiliza os pesados box truss (estruturas metálicas modulares), a empresa vem se destacando por apresentar soluções mais leves, seguras e de alta tecnologia, com uma gama diversificada de produtos: • Tecido adesivo – para envelopamento de paredes sem agredir o local; • Carpete de forração impresso – com fácil aplicação; • Banners, flâmulas e balcões; • Totens, backdrops e painéis; • Capa de cadeira e toalha de mesa. “Com este tipo de material podemos trabalhar com projetos de todos os tamanhos, dos menores até os mais com-
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Tes Cenografia é uma empresa da R1 Soluções Audiovisuais
plexos, e geramos menos custos com equipe e transporte”, explica o sócio-diretor da Tes Cenografia, Raffaele Cecere. A impressão desses produtos (por sublimação) é feita de modo que não agride a natureza, além de o material ser to-
talmente reaproveitado, após o evento, pelo Grupo Primavera, responsável por transformá-lo em bonecas de pano. “Não dá mais para pensarmos em cenografia de eventos com soluções pesadas, antiecológicas e caras”, conclui Cecere.p
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A
g rti
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7 insights inteligentes para a distribuição hoteleira em 2017
As inúmeras incertezas vivenciadas pelo mercado hoteleiro durante o ano de 2016, revelam uma grande oportunidade de aprimorar as estratégias de vendas e distribuição neste setor. Notamos que uma das respostas instantâneas dos hoteleiros frente ao cenário pessimista foi adicionar novos canais de distribuição em seu mix para aumentar a receita. Porém, quando se pensa em distribuição hoteleira de maneira abrangente e estratégica, entende-se que o aumento do volume de vendas deve ser acompanhado de uma profunda análise e compreensão de sua rentabilidade e origem desta venda. É essencial compreender que, em um mix de distribuição saudável e equalizado, cada canal de vendas tem uma rentabilidade distinta e variável, e ao entender as especificidades de cada canal, o hoteleiro tem a oportunidade de incrementar seus resultados de maneira sustentável ao mesmo tempo em que otimiza suas parcerias e garante a saúde financeira de seu negócio. Destacamos 7 questões es-
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tratégicas que o Business Intelligence ajuda responder e que justificam o título de “tendência”: • Como eu devo mesclar os segmentos de viajantes para ter um tíquete médio mais alto todos os dias da semana? • Quais tipos de promoções podem alcançar novos clientes com potencial de recompra (e que antes reservariam em um concorrente) e quais irão somente abaixar minha diária média? • Será que os mark-ups ou comissões de determinados canais realmente se sobrepõem aos custos de transações de outros parceiros? • Será que o canal que mais vende meu hotel não é só o que disponibilizo o maior número de apartamentos? • De que maneiras é possível vencer a concorrência, sem apelar para a disputa de tarifas? • Com qual antecedência meu hotel deve disponibilizar as vendas para cada segmento, com o objetivo de obter a diária média mais alta possível? • Afinal, qual o mix de distribuição ideal para o meu hotel, considerando as va-
Luís Ferrinho
CEO – Omnibees – Marketing & Distribuição Hoteleira luis.ferrinho@omnibees.com
riações de demanda e os parceiros que comercializam o meu destino aos diversos segmentos? Sobretudo em um mercado que atua com produtos tão perecíveis, como são as acomodações hoteleiras, os gestores se deparam diariamente com o desafio de apresentar respostas rápidas a essas perguntas. Diante disso, analisar dados de diversas fontes e de maneira isolada pode representar uma desvantagem frente à necessidade de agilidade do mercado. Sendo assim, um conjunto de soluções adequadas para reunir os dados necessários, transformá-los em informações de fácil e rápida interpretação, e por outro lado, uma
solução que permita um dinamismo nos ajustes necessários, pode proporcionar alguns passos à frente da concorrência e entregar resultados positivos ao final do mês. Em resumo, criar estratégias com base em KPI’s isolados, sem informações de mercado e sem a capacidade de tomar rápidas decisões trará resultados frágeis, o que irá mascarar possíveis problemas na estratégia de distribuição e vendas do hotel, ocasionando graves consequências de médio e longo prazos. Vender mais, vendendo melhor é possível ao se utilizar a Inteligência de Mercado para se pensar na Estratégia de Distribuição dos hotéis.
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>> Leonardo Ramos
Rio Galeão 2.0 NOS PRIMEIROS DOIS ANOS DE UM TOTAL DE 25 DE CONCESSÃO, A empresa Rio Galeão já colocou em prática o investimento de R$ 2 bilhões no Aeroporto Internacional Tom Jobim, tendo como meta final de obra um “aeroporto para o futuro”, como classifica o presidente da concessionária, Luiz Rocha. O aporte financeiro destinado às reformas representa cerca de 40% do total de R$ 5,2 bilhões previstos pela empresa para todo o período, que termina só em 2039. E as melhorias, que levaram o aeroporto a ter o maior crescimento no nível de satisfação em 2016 no território nacional, chegando à sexta colocação em pesquisa do Ministério do Transporte, já satisfazem os administradores do projeto. Os resultados podem ser vistos por quem embarca no complexo Rio Galeão, assim como por quem chega à capital fluminense pelo modernizado aeroporto. Segundo o presidente do Rio Galeão, a primeira etapa concluída foi solucionar as reclamações constantes no aeroporto referentes a segurança, limpeza de banheiros, tomadas elétricas para carregar celular, ar condicionado, estacionamento e internet. “Hoje não se fala mais
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Construído do zero, novo píer sul tem mais de 100 mil metros quadrados e 26 pontes de embarques
nisso”, garante Luiz Rocha. Um novo conceito de sala vip também foi lançado, com seis mil metros quadrados destinados aos locais reservados, já com quatro novos espaços em um andar separado no embarque internacional do novo Píer Sul: American Airlines Admirals Club, Gol, Star Alliance e Plaza Premium. Um hotel de trânsito e um spa também foram construídos no aeroporto, visando a atender públicos de maior porte financeiro. O investimento em tecnologias de ponta também foi impactante para a melhora no serviço: o processo de embarque de passageiros teve seu tempo reduzido em média 50% com a renovação do aeroporto, consi-
derando o período entre a chegada no Rio Galeão e a entrada no avião. Fechando com chave de ouro está o aplicativo Riogaleão, tornando o aeroporto o primeiro da América Latina a fornecer navegação indoor. Com mais de três mil beacons (dispositivos de geolocalização por proximidade) espalhados em todo o complexo, o app permite ao passageiro planejar passo a passo seu tempo de permanência no aeroporto, com a possibilidade de calcular o tempo de caminhada entre o ponto em que se encontra e o portão de embarque, além de poder navegar pelas diversas áreas e ofertas de serviço do Rio Galeão.p
BANCO DEDADOS NOVO RIO GALEÃO
ll 58 novas pontes de embarque ll 14 novos elevadores ll 15 novas escadas rolantes ll 1 km de esteiras rolantes adicionais ll 6 novos pórticos de raio-X NOVO PÍER SUL
ll 100 mil m² de área ll 26 novas pontes de
embarque e desembarque internacional ll 2,7 mil vagas no novo estacionamento ll R$ 12 milhões no novo ar condicionado
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>> Leonardo Ramos — Foz do Iguaçu (PR)
Enfim, Foz A AVIANCA BRASIL FINALMENTE CHEGOU A FOZ DO IGUAÇU (PR). Anunciado no final do ano passado como novo destino da companhia, sendo o 24o no território nacional, a cidade recebeu o voo inaugural no último dia 6, oriundo de São Paulo, sob o número 6184. A estreia contou com a presença do presidente da companhia, Frederico Pedreira, e de seu vice-presidente, Tarcísio Gargioni, que discursou celebrando a nova rota, garantindo que a Avianca Brasil presta o “melhor serviço de bordo do País”. O novo trajeto da aérea parte todos os dias do Aeroporto Internacional de Guarulhos, às 12h20, com previsão de chegada no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu/ Cataratas às 14h20. O voo de volta sai às 14h43 da cidade paranaense, com chegadas na capital paulista previstas para as 16h30. Realizado por um A320, o voo tem capacidade para 162 passageiros. Após cerimônia de batismo já tradicional no mundo da aviação, com direito a jato d’água e brinde entre os principais executivos da Avianca Brasil e representantes do destino, Pedreira e outros executivos da companhia aérea anunciaram mais dois voos diários a Foz do Iguaçu. A partir de
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8 de maio, a capital paulista ganhará mais um voo saindo de Guarulhos todas as manhãs, e o Rio de Janeiro não ficou de fora dessa, também com voos diários vespertinos saindo do Rio Galeão rumo ao destino de tríplice fronteira. Essas duas rotas também serão realizadas com A320. Com os novos trajetos, a Avianca Brasil terá três voos diários para Foz do Iguaçu, com 486 assentos disponíveis todos os dias para o destino. “Quando pensamos em iniciar os voos para Foz, decidimos esperar até que conseguíssemos fechar os três voos de uma vez, para anunciá-los de forma simultânea como uma grande operação para o novo destino da companhia”, comemorou Gargioni.
Brindam a chegada do voo inaugural para Foz do Iguaçu o superintendente de Comunicação da Itaipu Binacional, Gilmar Piolla, o vicepresidente da Avianca Brasil, Tarcísio Gargioni, o presidente da aérea, Frederico Pedreira, e o superintendente da Infraero - Aeroporto de Foz do Iguaçu, Joacir Araújo
150 MIL PAXs POR ANO
Os números previstos pela companhia são altos: a perspectiva é de que o novo trajeto alcance uma taxa de ocupação média de 84%. Com cerca de 1,1 mil voos e aproximadamente 180 mil assentos para o destino por ano, a taxa representaria cerca de 150 mil passageiros sendo transportados anualmente pela companhia para Foz do Iguaçu.
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PASSAGEIRO INTERNACIONAL Segundo o VP da empresa, um dos públicos-alvo do novo destino são turistas internacionais da Star Alliance, lembrando que a Avianca Brasil é membro desde 2015 da aliança mundial. Para Gargioni, por ser a representante do grupo no Brasil, é responsabilidade da companhia oferecer trajetos para o segundo destino mais visado por estrangeiros no País (atrás apenas do Rio de Janeiro, segundo a Embratur). Assim, os horários dos voos foram escolhidos de forma estratégica para permitirem conexões com as 28 aéreas parceiras da Star Alliance, ligando a cidade a cerca de 1,3 mil destinos no mundo todo. “Temos uma demanda reprimida de viajantes Star Alliance que desejam ir às Cataratas do Iguaçu, e que antes não tinham nenhuma companhia parceira que os levassem ao destino; agora buscaremos suprir
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O A320 da Avianca Brasil em seu batismo de boas-vindas em Foz do Iguaçu
essa demanda com os novos voos”, complementou Gargioni.
MICE
Outra motivação que levou a Avianca Brasil à Foz do Iguaçu foi o viajante corporativo. Segundo Gargioni, além do óbvio viés de lazer, aventura e ecoturismo, a cidade paranaense tem uma vasta estrutura para receber eventos, tanto nacionais como internacionais, e é cada vez mais recorda-
da pelo trade e pelo viajante ligado ao Mice. “Porém, Foz carece de assentos e voos que transportem visitantes voltados ao segmento, e é isso que as novas pontes aéreas anunciadas pela Avianca Brasil pretendem suprir, ligando dois dos maiores mercados nacionais (São Paulo e Rio de Janeiro) a Foz do Iguaçu”, finalizou o vice-presidente da companhia.p
--- O Jornal PANROTAS viajou a convite da Avianca Brasil
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68 Pa rques t emát ico s
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>> Bruna Murback
Diversão e inovação Diretor comercial do Beto Carrero, Roberto Vertemati aposta em ampliar o escopo de atuação do parque para eventos
DO SONHO DE INFÂNCIA DE SÉRGIO MURAD, UM MENINO POBRE DO interior de São Paulo que tinha o Zorro como seu super-herói, nasceu o maior parque temático da América Latina, o Beto Carrero World, que em 2017 comemora 25 anos de existência. Para enfrentar um ano ainda complicado no País, a estratégia do parque localizado em Penha (SC) é diversificar seu público, e a área de eventos será chave para alcançar esse objetivo. “Esse será um ano desafiador, visto que o País se recupera lentamente do período de recessão econômica”, avalia o diretor comercial do Beto Carrero
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World, Roberto Vertemati. “Portanto, 2017 ainda não será um ano de grande crescimento, mas temos perspectivas de que as coisas melhorem a partir do segundo semestre, com muita inovação e foco em novos segmentos, como o de eventos que envolvem desde a comunidade local até grandes reuniões corporativas.” Um deles foi o Moto Carrero, de 10 a 12 de março, realizado no kartódromo do parque, com foco em motovelocidade. Ainda em relação aos motores, o parque sediará uma Etapa Brasileira de Kart em julho. Outro evento de grande porte será o Villa Mix, o maior festival
de música sertaneja, que volta ao parque, ainda sem atrações definidas. Em outubro, novembro e dezembro, será a vez do School Party, destinado a adolescentes, com dois dias de parque e duas festas ao final do dia. A área temática Ilha dos Piratas será modificada para esse evento, e o sistema será all inclusive. Desde 2013, o Beto Carrero tem parceria com os estúdios Universal e Dreamworks para trazer personagens e áreas temáticas ao parque brasileiro. No começo do ano, o CEO do parque, Rogério Siqueira, prometeu duas novidades para 2017: um show de personagens de
um filme e outra performance associada a um dos estúdios. “Ainda não podemos falar, mas nunca imaginaríamos que faríamos algo assim.” Essa é uma das maiores expectativas do trade em relação ao Beto Carrero World, já que a presença de shows e personagens de animações como Shrek, Madagascar, Kung Fu Panda, Velozes e Furiosos, entre outros, foram responsáveis pela alavancagem no número de visitantes nos últimos anos. “Estamos dando continuidade, integrando os conhecimentos dos estúdios com os conhecimentos e informações do Beto Carrero”, concluiu Siqueira.p
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69 Loc a do ras d e veí cu l o s
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>> Leonardo Ramos
FACILIDADE, AGILIDADE E CONFORTO. É COM TECNOLOGIA QUE A LO-
caliza, maior locadora de automóveis da América Latina, pretende entregar esses atributos a seus clientes. A empresa acaba de lançar seu aplicativo, o Localiza Fast, parte do programa de R$ 10 milhões destinados a inovações em produtos. A nova ferramenta dá ao cliente a possibilidade de alugar, retirar e fazer a devolução de um automóvel sem a necessidade de passar por balcões de atendimento, e assim evitando filas para retirar a chave. Será tudo mobile e on-line: o
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cliente faz a reserva do carro no Localiza Fast e ao chegar na agência em que marcou a retirada, é informado via app em que vaga o seu veículo está estacionado. Ao chegar, o automóvel estará conectado ao aparelho celular, e o carro abrirá após ser acionado no software, com chave, pronto para dar partida. Embora o projeto ainda esteja em fase de implementação, ativo apenas nos aeroportos de Congonhas (SP) e Confins (MG), o diretor de Marketing da companhia, Herbert Viana, garante que, ainda em abril, o novo aplicativo estará disponível em todos os aeroportos do País
Juan Cogo/Localiza
Locadora do futuro
Aplicativo da Localiza
que possuem agências Localiza. “O Localiza Fast vai aumentar a mobilidade do cliente, dando continuidade a um dos grandes desafios da empresa, que é tornar a experiência do consumidor cada vez mais digital”, comentou Viana, garantindo que a tecnologia é inédita no País. Ainda segundo o diretor de Marketing, uma nova plataforma completamente direcionada ao trade turístico também está sendo desenvolvida pela empresa, com o objetivo de facilitar e agilizar o negócio de locação de automóveis por meio de agências de viagens, que poderão se comunicar através de um canal direto com a empresa.p
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70 Mercado
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>> Renato Machado
No time do agente
Carlos Vazquez, VP da Esferatur, já no novo escritório da companhia em São Paulo
“O GRANDE NEGÓCIO DAQUI PARA A FRENTE SERÁ DAR AO AGENTE a possibilidade dele surpreender o cliente.” Para o vice-presidente da Esferatur, Carlos Vazquez, esta é a direção para onde aponta o mercado de viagens no País e, segundo ele, vão se destacar aqueles que unirem quatro características: “bom, barato, eficiente e inovador”. Parece fácil? “O que estamos trabalhando ago-
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ra é para disponibilizar cada vez mais conteúdo ao agente de viagens”, conta. Este movimento da Esferatur irá se concretizar no segundo semestre deste ano, com o lançamento de seus serviços na plataforma mobile. Ciente de que nem toda empresa que contrata uma agência utiliza atualmente a plataforma em questão, Vazquez acredita que um processo de adaptação será ne-
cessário. Mais que isso, a tendência mobile mostrará ao mercado quais companhias investem em novidades e, por isso, serão as favoritas a ter a preferência do público. “As empresas que os agentes atendem usam mobile? Isso a gente não sabe, mas se não tiver o produto, ele não vai estar competitivo”, aposta, acrescentando que o diferencial de um agente hoje é a prestação de
serviços. “Aí entra o aplicativo, ou as pessoas que estão trabalhando aqui e que podem ajudar numa negociação de grupos.” “Vamos fidelizá-lo com conteúdo para ele ficar mais competitivo. O agente terá a opção de poder trabalhar 100% conosco ou não. E isso é para toda parte de hotelaria e de locadoras.” Vazquez explica que a atuação não virá diretamente da Esferatur. “Estamos desenvolvendo
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a ferramenta para trabalhar por meio da Orinter. O foco da Esferatur é única e exclusivamente o aéreo”, completa, com referência à operadora de lazer do grupo. Uma das líderes do mercado nacional, as inspirações da Esferatur vêm, segundo o vice-presidente, de players globais. “Não olhamos para o concorrente. A empresa inteira, todos os sócios, já focaram na necessidade de ter um diferencial. O que estamos fazendo é escutando muito as tendências lá de fora.” Estar a par do que a indústria discute e pratica globalmente é um dos objetivos da Esferatur. O motivo? Se manter forte e competitivo, independentemente do mercado em que seus clientes atuarem. “O objetivo é que o cliente local, o brasileiro, não se sinta inibido
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quando for apresentar sua agência lá fora”, explica o VP, que garante oferecer serviços mais substanciais que os dos concorrentes estrangeiros. “Aqui temos uma necessidade muito maior de ferramentas, pois damos um conteúdo mais completo. Tanto que essas companhias que vêm de fora para tentar vender tecnologia no Brasil enfrentam muitas dificuldades.”
PLANEJAMENTO
Investir em novidades ou melhorias requer estabilidade interna e externa e, diante de cenários conturbados como o brasileiro, lidar com planejamentos inconstantes é uma realidade. “A gente se acostumou”, brinca Carlos Vazquez. “Somos muito vulneráveis ao mercado financeiro. Hoje, a Esferatur, por
mais que faça uma projeção anual, prefere trabalhar mensalmente. Se me perguntam como vai ser o faturamento do mês de abril, eu digo que será bom, mas o quão bom eu não sei”, ilustra. De casa nova em São Paulo, a Esferatur quer mostrar ao mercado que está em constante movimento e quer, principalmente, “trabalhar em prol das suas equipes”. “Resolvemos mudar de casa para podermos proporcionar aos funcionários um espaço melhor. O escritório de São Paulo nada mais é que o coração das companhias aéreas, onde são feitas todas as negociações. Tentamos fazer um espaço onde pudéssemos dar um melhor conforto para convidar os agentes de viagens e as companhias aéreas para participar desse processo”, conclui.p
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>
Henrique Santiago
o palco do
turismo O QUE ERA O TURISMO BRASILEIRO EM 2003? FOI O ANO DA CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TURISMO, ÉPOCA DE CRISE NO MUNDO (APENAS dois anos após os ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos) e de revisão de verdades e hábitos na indústria de Viagens e Turismo do Brasil. Foi também o ano da criação do Fórum PANROTAS – Tendências do Turismo, que é fruto direto dessas mudanças e da ansiedade pela qual passava nosso trade. Em um setor com zero representatividade política em Brasília, com entidades cuidando de seus interesses sem olhar o todo e com deficiências em infraestrutura e formação de profissionais, valeria a pena investir em um evento para promover o debate e apresentar respostas para o futuro? A resposta de José Guillermo Alcorta, presidente e fundador da PANROTAS Editora, é um sonoro “sim”. No início deste século, o Brasil tinha uma carência em discutir e refletir setor, e a PANROTAS a vontade de supri-la. Sempre próxima aos profissionais como ferramenta de trabalho, na cobertura de eventos e na divulgação de notícias do setor, a PANROTAS viu que era o momento de utilizar o caráter inovador de quem produziu guias, manuais de bolso, jornais semanais e um portal on-line, e toda sua rede de relacionamento na indústria, que lhe conferia credibilidade, neutralidade e know-how, para produzir um evento que reunisse “todas” as ideias criativas e tendências para o mercado. Em resumo, a internet dava os seus primeiros passos por aqui e sequer preocupava o trade mais distraído, as
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O presidente da PANROTAS Editora, Guillermo Alcorta, abre a primeira edição do evento
companhias aéreas cortavam comissões e apresentaram a DU, o 11 de setembro ainda assombrava turistas em todo mundo, sobretudo os brasileiros em viagem aos Estados Unidos. Cenário pouco favorável, não?! De lá para cá, o País teve nove ministros do Turismo em pouco mais de uma década (incluindo dois mandatos de Henrique Alves e o atual, Marx Beltrão), a Copa do Mundo da Fifa e a Olimpíada, o crescimento de novos canais de vendas e de empresas disruptivas, melhorias em infraestrutura, concessão de aeroportos-chave para a iniciativa privada, empresas que fecharam ou abriram as portas e a internet como base dos negócios e da experiência de viajar. O Fórum PANROTAS vivenciou em 14 anos essas e muitas outras mudanças pelas quais o Brasil e o mundo passaram. Não apenas para apresentar caminhos e tendências, o evento nasceu, em 2003, com o intuito de criar um debate único, com todos os segmentos, e de alto nível. Mas nem mesmo Guillermo Alcorta tinha ideia de como o evento se tornaria essencial para a indústria. Em sua sala, o empresário relembra, entre uma edição e outra, como pioneirismo, inovação e força de vontade deram um novo significado para a história do Turismo brasileiro. “Nós trabalhamos a fim de acompanhar as mudanças, que são muitas, na indústria nos últimos anos. O Turismo não para de aumentar, está cada vez mais forte. Acompanhamos o crescimento do setor e sempre estivemos na liderança, olhando à frente”, afirmou.
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Trata-se de uma troca de experiência e conhecimento, em um universo diversificado, de uma riqueza ímpar, com um ambiente inspirador para a discussão de novas tendências que acaba beneficiando todo o setor.
“
Carla e Ingrid Davidovich, diretoras da New Age
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< Continuação da pág. 73
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Antes
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Depois O antes e depois de Cássio Oliveira, ex-Rextur e hoje na Ancoradouro
Entre uma visita e outra ao passado, Alcorta recorda como o evento construiu uma reputação imediata. Desde os primeiros passos até os dias de hoje, são 14 edições, com média de público de 1,2 mil cada, em quatro locais diferentes (veja onde na lista de curiosidades, página 91). Uma imagem marcante foi quando os painelistas do primeiro fórum desceram as escadas rolantes do Grand Hyatt, juntos, para dar início ao evento. Impressionou ver tantos poderosos reunidos para debater e expor suas ideias sem chapa branca, discursos ou tapinhas nas costas. “Em 14 anos, sempre fizemos um fórum sério. Nós colocamos pessoas frente a frente e o que eles dizem ajuda a esclarecer as dúvidas presentes ali. Com tantos nomes de prestígio e uma organização ímpar, fizemos do fórum o evento de debates mais importante do Turismo do Brasil. Quem vai, sai satisfeito”, complementou o presidente da PANROTAS.
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Depois Eduardo Sanovicz, à época na Embratur, hoje preside a Abear
FIGURAS CARIMBADAS
Quem estava lá no início de tudo era Cássio Oliveira. Ainda diretor da Rextur, o hoje vice-presidente do Grupo Ancoradouro, assistiu às 14 edições de perto. Assim como sua trajetória profissional, ele também acompanhou as mudanças nos campos da aviação e consolidação. “Há 14 anos, havia a dúvida se o modelo low-cost daria certo. A Gol tinha acabado de nascer e tinha 15% de mercado. Hoje ela é líder [no doméstico]. A Tam, por exemplo, enfocava muito em número e hoje é o relacionamento, é mais profissional. Então, o mercado amadureceu muito de lá para cá”, opinou. A Gol, aliás, é patrocinadora do evento desde a primeira edição e atualmente faz questão de aparecer ao lado das parceiras Air France-KLM e Delta Air Lines, outro exemplo de como a aérea evoluiu de lá para cá. Os questionamentos, sem dúvida, eram muitos, principalmente com a criação do Ministério do Turismo em 2003, no governo do presidente Lula. Pela primeira vez na história, o segmento teria peso na esfera do governo federal. Ali era a oportunidade de o trade unir e elencar todas as reivindicações para fazer a roda girar. Foi no Grand Hyatt, em São Paulo, que o primeiro ministro da pasta, Walfrido dos Mares Guia, se apresentou ao trade. Conversas políticas à parte, o plano dele era o de colocar o Brasil no mapa dos países mais visitados por estrangeiros. Quem estava lá era o ex-presidente da Embratur, hoje na Abear, Eduardo Sanovicz. Em sua primeira aparição como mandatário do órgão, o Fórum PANROTAS é marcante para ele por um motivo em especial. Com a cabeça raspada, Sanovicz passava por um tratamento de quimioterapia para curar um câncer. A batalha pessoal de superação não o impediu de deixar o profissional de lado.
As discussões e inovações de tecnologia sempre surgiram no Fórum PANROTAS. Não só eu como muitos aproveitamos essa experiência e inovação apresentadas.
“
Carlos Vazquez, vice-presidente da Esferatur
”
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Ele dividiu o palco com Mares Guia e o novo secretário nacional de Políticas Públicas, Milton Zuanazzi. O presidente da Embratur assumiu ali um novo posicionamento: o de promoção e marketing turístico do País. Até então, a entidade cuidava de uma série de ações, como regulamentação, certificação e classificação de empreendimentos e até festas locais. Segundo ele, o instituto desenvolveu, a partir de então, um trabalho mais centrado ao levar as belezas e os diferenciais brasileiros para o Exterior. Ao considerar seu campo de atuação, ele crê que a aviação mudou e muito nessa década, e para melhor. “A forma de comprar
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e consumir mudou completamente. O grande marco da aviação é o regime de liberdade tarifária, que fez com que em 15 anos triplicasse o número de passageiros e abaixou a tarifa média de R$ 630 para R$ 315 nos últimos dez anos”, opinou. Nome de confiança de Sanovicz, Jeanine Pires foi convidada a por ele para compor a diretoria da Embratur. Naquele ano, ela foi apresentada como diretora de Turismo de Negócios e Eventos. Segundo ela, explicar ao trade o enfoque exclusivo em promoção no Exterior levou de “dois a três anos”, mas foi significativamente positivo para o instituto. “Essa mudança veio acompanhada de dois pontos importantes: a criação do Ministério do Turismo, que levou as políticas públicas em questão e elevou o Turismo no âmbito da política; e a profissionalização dos dirigentes e das lideranças. Eles eram pessoas que vinham da indústria e somavam experiência na área. Foi extremamente salutar”, ponderou Jeanine.
ESPECIALISTAS DA CASA
Autoridade do setor, Guilherme Paulus é geralmente classificado como o “cara” do Turismo. Um dos fundadores da CVC, grupo que tirou das dívidas com fretamentos e hoje opera um negócio de R$ 9 bilhões, está à frente da GJP Hotels & Resorts e preside o Conselho
Administrativo da operadora. Ambos os segmentos – operadoras e hotelaria – amadureceram muito desde 2003, em sua concepção. Ao voltar no passado, ele lembra que o primeiro Fórum PANROTAS foi um “choque” para a indústria, porque os donos de empresas se perguntavam o que aconteceria dali para frente (e diante de uma plateia repleta de outras lideranças). Paulus enxerga um mercado prolífero, mesmo em tempos de crise contínua. As operadoras, em especial nos últimos anos, encolheram equipe ou encerraram atividades, mas seguem fortes diante das adversidades,
O desafio imposto a todos nós que atuamos em um mercado em contínuo processo de mutação é estar sempre à frente, e isso requer atenção às tendências e cabeça aberta para a troca de experiências.
“
Edmar Bull, presidente da Abav Nacional
”
Guilherme Paulus participa de debate na primeira edição do fórum
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como o caso da própria CVC. A aproximação com o mercado internacional, como a compra da Alatur pela japonesa JTB, é vista por Paulus como um fator de confiança no Brasil. A hotelaria, ainda de acordo com ele, chegou a patamares jamais imaginados com o surgimento dos hotéis três estrelas, como o Ibis, da Accor Hotels, e as redes brasileiras, a exemplo do Bourbon e da própria GJP. Mas a quem o empresário realmente direciona as grandes mudanças é ao agente de viagens. “Antigamente, o cliente procurava muito as agências. Ele sempre foi o grande distribuidor. Entre os anos 1960 e 1990, era tudo manual e com telefone fixo. Aí veio a nova geração, com a internet e os computadores. Os telefones comandam a vida das pessoas. Mas o que digo é o seguinte: quando o cliente quer viajar, ele quer o olho no olho, o calor humano”, sugeriu. O olhar, de fato, é essencial para os negócios. Para o presidente da Flytour Viagens, Michael Barkoczy, o Fórum PANROTAS tem auxiliado a cadeia produtiva a ver melhor os desafios. O “alerta” da inovação é ligado quando se reúne diretores e presidentes
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Michael Barkoczy, da Flytour Viagens, participante ativo do fórum (na época estava na CVC)
“
Discutir o futuro e as tendências não só nos ajuda a entender mais sobre o que nos cerca, mas também nos possibilita desenvolver melhor nossas estratégias e ações. Gisele Abrahão, fundadora e diretora executiva da Global Vision Access (GVA)
”
de empresas do Brasil e do mundo, afinal, o empresariado vive em busca de soluções diariamente. Para fazer o negócio vingar, operadoras como a Flytour Viagens precisam investir em saídas para o seu maior cliente: o agente de viagens. “Hoje, ele é um consultor porque o tempo fez com que ele se transformasse para ‘concorrer’ com as OTAs”, analisou. Nós [operadores] também éramos muito manuais. Temos de investir em ferramentas. Todos nós temos olhado para frente. Quem não pensa mais no ‘hoje’ está fadado a não existir amanhã”, concluiu. Outro nome da indústria que conhece e bem o seu maior parceiro é Valter Patriani, amigo de décadas de Paulus e seu homem de vendas e estratégias co-
merciais. Em 2003, o então diretor de Vendas da CVC deu praticamente uma aula de como vender. Antes das OTAs, a concorrência entre si era o único fator preocupante para os agentes, mas o empresário sentia uma certa apatia pairando sobre a profissão, a qual ele classificou como “desestímulo”. > Continua na pág.78
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Jeanine Pires, ex-Embratur e hoje Pires e Associados
Ele não volta atrás em suas considerações, muito pelo contrário, hoje ele acredita que o agente está mais “estável” e soube driblar a internet. Patriani acredita, inclusive, que o meio virtual ajudou ao trazer para o vendedor um novo grupo de clientes mais informados e, de certa forma, exigentes. “Naquela época se tinha uma interrogação muito grande com a internet. Ninguém conseguia enxergar o tamanho ou a consequência daquilo. É um setor de varejo e ninguém foi mais ‘chacoalhado’ do que o agente. Hoje, esse problema é uma interrogação pequena. O agente sabe onde está e sabe que encontrou
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Luiz Ambar, do Sabre
Como participante desde a primeira edição e painelista, eu vejo uma evolução muito grande desde o primeiro ano.
“
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José Roberto Trinca, diretor de Vendas São Paulo e Sul do Brasil da American Airlines o seu espaço. A profissão está mantida e será durante muitos anos. O monstro de 14 anos atrás hoje é um cordeirinho”, brincou, aos risos.
VISÃO POLÍTICA
Ela deu as caras no Fórum PANROTAS como diretora da nova Embratur, em 2003, sob a gestão de Sanovicz. Em suas participações posteriores, teve a oportunidade de entrevistar o ex-ministro Vinicius Lages. O apelo pessoal vai ao encontro do profissional para Jeanine Pires. Cadeira cativa no evento, a executiva, hoje à frente da empresa de Marketing Pires e Associados, assinala que as transformações e renovações passam diretamente pelo olhar analítico do Fórum. Com experiências tanto nas esferas públicas quanto privadas, considera que a indústria como um todo tem se movimentado para desenvolver, embora uns andem mais rápido do que os outros. Para ela, o Turismo sempre esteve em constante mu-
tação, mas a agilidade dos últimos anos chega a impressionar. “As mudanças no setor público talvez sejam vistas de forma mais lenta em níveis municipais, federais e estaduais. Sai e entra muito secretário e ministro e isso impede avanços significativos. As leis e as formas de administração não acompanham o setor privado. Quando vou a feiras, congressos e eventos internacionais, percebo que nós [Brasil] poderíamos
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79 estar muito à frente. O setor público é burocratizado e engessado”, lamentou, em tom de crítica. “O Fórum PANROTAS é um bom momento que executivos e empresários encontram para parar, ver, refletir e organizar as ideias. É um momento de reflexão.” Esta frase poderia ser aplicada a qualquer profissional do trade, mas o vice-presidente do Sabre para o Brasil, Luiz Ambar, tem conhecimento de causa. Uma das figuras que mais estiveram no encontro, ele assinala que o mercado de sistema de distribuição global, ou
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A indústria depende de fóruns como esse para evoluir de maneira sustentável e se preparar para as inevitáveis mudanças que o futuro nos trará. Em sua nova edição, tenho certeza de que o Fórum PANROTAS continuará contribuindo para esse fim.
“
”
Marcos Paes de Barros, diretor sênior de Vendas da Universal Orlando para a América Latina simplesmente GDS, cresceu e aprendeu com as mudanças ágeis e certeiras do mercado. O fator de maior preocupação que envolve tecnologia e companhias aéreas, a fraude, ainda amedronta as empresas, mas Ambar garante uma melhora significativa nesse item. Além de práticas para diminuir ao máximo os golpes on-line, os GDSs têm trabalhado diariamente para promover mais tecnologia e inteligência aos seus clientes. “Existe um desejo maior de serviços, mais abrangência de atendimento por parte de todos – das companhias aéreas, dos hotéis, dos viajantes finais”, atestou.
“As tecnologias têm sido mais bem sucedidas, tem mais coisas sendo oferecidas, como marcação de assentos, serviços agregados, ancillaries. O que mudou e muito é a forma de executar e disponibilizar essas soluções para o viajante final. Ele, aliás, quer utilizar suas > Continua na pág.80
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Luiz da Gama Mór, da Tap, no Fórum PANROTAS há 15 anos
necessidades de viagens ou ter a capacidade de pesquisar e decidir por conta própria. Essas informações definitivamente não existiam anos atrás”, completou o executivo. Mudanças, aliás, têm sido constantes no trabalho de Luiz da Gama Mór. Presente em todas as edições do Fórum PANROTAS, o vice-presidente executivo da Tap viveu recentemente um maior envolvimento com o Brasil. O ciclo envolve o fundador da Jet Blue e da Azul, David Neeleman, responsável pela privatização da aérea portuguesa em 2015 com a compra de 61% de capital. Após a mudança no controle acionário, o exe-
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Discutir tendências e perspectivas com um grupo de profissionais tão qualificados no Fórum PANROTAS é essencial em um momento no qual precisamos trabalhar em prol da sustentabilidade econômica das nossas empresas.
“
”
Magda Nassar, presidente da Braztoa
cutivo esteve ainda mais perto do País ao ver a nova Tap, em um processo de reestruturação e modernização, se aproximar da Azul com acordos comerciais, a exemplo de codeshare, e o envio de 19 aeronaves da brasileira à portuguesa. Sua trajetória profissional, aliás, está alinhada com a do fórum. São 15 anos de Tap em um momento no qual o evento chega à 15ª edição este ano. Para ele, inclusive, essa relação guarda um momento inesquecível à parte das inúmeras conversas sobre o andamento da
aviação global: o flashmob promovido pela Tap no lançamento da campanha “De braços abertos”, em 2011. Ao pensar sobre o futuro, o experiente executivo declara que, além de variações tecnológicas, questões econômicas e geopolíticas terão relevância em um breve futuro. “O Fórum PANROTAS é importante para chamar a atenção dos líderes sobre essas mudanças, abrir as discussões e também trazer os exemplos de fora. O Brasil sempre acha que é diferente, que não há tendências globais. O fórum ajuda a provar o contrário e abrir a mente dos empresários”.p
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EM POUCOS ANOS MAS COMO O BRASIL IRÁ SE PREPARAR PARA OS PRÓXIMOS ANOS? O EMPRESARIADO TEM CERTEZA DE QUE A CRIATIVIDADE SERÁ A aliada número um de todas as empresas. Não é necessário reinventar a roda, mas reciclar a forma de trabalhar e entregar um produto diferenciado ao cliente se faz mais do que necessário. Com uma bagagem de mais de quatro décadas, Guilherme Paulus tem ideias de sobra relacionadas ao futuro promissor. Quem vende viagens deve deixar o manual na década de 1980 e esquecer o arroz com feijão. As operadoras acostumadas a vender pacotes fechados terão de descobrir novos destinos. Com mais de oito milhões de quilômetros de Brasil, opções não vão faltar, como apontou o presidente da GJP. “Foz do Iguaçu (PR) é um exemplo de destino que cresceu com as Cataratas do Iguaçu e Usina Hidrelétrica de Itaipu. Agora, pensa, o que era Gra> Continua na pág.82
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Valter Patriani, da CVC, ensinava a vender viagens lá em 2003
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mado (RS) e Canela (RS) há 20 anos? E Porto Seguro? E Fortaleza? A CVC ajudou a construir esse histórico”, recordou. “Não tem muita gente hoje criando passeios e tours. Estão muito dependentes do Google. Temos de usar essa facilidade para pesquisar. Temos de ir a campo, levar o Turismo à casa das pessoas e divulgá-lo”, concretizou seu pensamento, sugerindo circuitos rodoviários e tours de esporte. A grandeza territorial do Brasil é, para Jeanine Pires, proporcional ao tamanho da indústria turística. Para ela, de nada adianta desenvolver soluções sem antes capacitar pessoas e, principalmente, “preparar” o morador de cada região. Imagine, então, habitantes de destinos favoritos do brasileiro e estrangeiro, como Rio de Janeiro, Bonito (MS) e Jericoacoara (CE), apenas para citar alguns. A infraestrutura é fundamental para o fomento da atividade, mas a habilidade em receber vai ditar como uma cidade responde à demanda de turistas. De acordo com Jeanine, os polos turísticos estarão mais preocupados na qualidade e não na quantidade de visitantes. “A relação entre o cliente final e o morador do local pode trazer uma grande transformação para luga-
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É extremamente importante a reunião de profissionais para pensar o mercado do Turismo de forma integrada. O futuro é isso: soluções de Turismo cada vez mais completas, excelência em produtos e serviços com empresas e profissionais altamente capacitados.
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Ricardo Amaral, diretor executivo da R11 Travel
res que querem mais ou menos visitantes. Cada vez mais, as grandes cidades criarão mecanismos de utilização de espaços mais adequados. O debate não será o número de turistas, mas o tipo de turista que se quer”, opinou a profissional. Antes de criar respostas para o futuro, a indústria se sente um tanto apreensiva com o presente. Os dias melhores que o trade aguardava com o impeachment de Dilma Rousseff não vieram e, para o vicepresidente da CVC, Valter Patriani, a crise política é mais agravante do que a econômica. Segundo ele, as turbulências do governo de Michel Temer seguem preocupando o consumidor. O planejamento é desfeito e a incerteza de ter o emprego mantido no fim do ano deixa a decisão de viajar em cima da hora. Mesmo diante desse desassos-
”
sego, ele vê empresas e empresários mais preparados. Sobre a competição entre agentes e OTAs, Patriani vê que as vendas on-line “forçaram” operadores e agentes de viagens a modificar a forma de trabalho. A adaptação com um novo cenário deu lugar à consultoria. E, agora, a especialização estará, nas palavras de Patriani, atrelada a um novo ingrediente. Nos próximos anos, sugere, o consultor ainda vai e deve existir, mas o lado “economista” deve ser apresentado ao cliente. “A importância do agente de viagens vai aumentar. Ele vai ser procurado, mas não precisa ser tão especialista em viagem, mas em economia. As famílias vão precisar de alguém que saiba responder à pergunta: ‘tenho R$ 4 mil para tirar férias. Você consegue um lugar com esse orçamento? Eu preciso de alguém que
coloque o sonho no bolso”, previu Patriani. Ainda de acordo com ele, as empresas devem abrir as portas ao brasileiro cada vez mais ávido por viagens. A ausência da língua inglesa não deve ser vista como uma barreira, segundo ele. “O futuro das operadoras será viagem com assistência. O cliente se diverte e a operadora cuida. O alemão não aprende português quando vai à Bahia. Por que temos de aprender alemão para ir à Alemanha? Temos potencialmente 50 milhões de brasileiros que podem viajar. Eles não precisam aprender inglês. Nós vamos resolver o problema deles.” Em um cenário de fusões, aquisições e concorrência acirrada, não surpreende o trade questionar e, de certa forma, temer o futuro. Entre tantas incertezas, é certo que o Fórum PANROTAS estará ligado para clarear os caminhos da indústria nos anos que virão.p
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EDIÇÕES ANTERIORES
2003 Na estreia do Fórum PANROTAS, um dos temas de maior debate reuniu líderes da indústria para falar dos impactos da guerra pós 11 de setembro no Turismo global. Foi lá que a Embratur apresentou sua nova atuação em promoção para o Exterior, sob o comando
de Eduardo Sanovicz. O primeiro ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, compareceu à edição e tinha planos ambiciosos para o setor. Os rumos da distribuição também foram abordados, com destaque para uma taxa de emissão paga pelo viajante sugerida pela Tap.
2004 O principal debate colocou juntos no mesmo palco os presidentes das quatro maiores companhias aéreas do Brasil: Tam, Varig, Vasp e Gol. Os chamados “corujões”, voos lançados entre a noite e a madrugada por essa última transportadora, trouxeram divergências entre os executivos. Foi lá também que o trade solicitou a criação da Secretaria de Turismo para
a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, que prometeu na ocasião avaliar a demanda. A diretora do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, foi o nome de fora da indústria de Turismo. Ela apresentou toda sua bagagem em vendas e seu faro empreendedor para transformar sua marca em uma das principais redes de varejo do Brasil. > Continua na pág.84
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2005 Mares Guia veio ao palco do Fórum PANROTAS com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e assinaram uma portaria interministerial de redução de Cofins e Pis/Pasep. À época, ele declarou que recursos não eram um problema para a pasta, que investiu R$ 314,8 milhões ao todo. Fundador da Jet Blue Airways, David Neeleman desembarcou no Brasil para falar dos investimentos da low-cost norte-americana e cravou que o Embraer 190 era o “melhor avião do mundo”. Mal sabíamos que já estava sondando o mercado para a abertura de uma empresa própria
no País. Em seguida, o presidente da Tap, Fernando Pinto, revelou o objetivo de transformar a aérea em uma empresa “jovem, agressiva e moderna” a fim de concorrer com as de baixo custo. O debate entre as operadoras deixou os nervos à flor da pele. O presidente da Braztoa, José Zuquim, chamou de “incestuosa” a parceria entre a CVC e Tam e os bloqueios aéreos. Em resposta, o presidente da empresa, Guilherme Paulus, declarou que todos poderiam ser grandes, mas ele “escolheu outro nicho de mercado”, disse, se referindo a Zuquim.
2006 Há 11 anos, os agentes de viagens ainda não temiam as chamadas agências de viagens on-line, ou simplesmente OTAs. Executivos da Travelocity e Expedia disseram que o trade deveria se preocupar com a chegada das vendas on-line, pois o consumidor já demonstrava interesse nesse tipo de compra. Em mais uma participação, Mares Guia trouxe números de importância para o setor. Em março daquele ano, segundo pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econô-
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micas, a Fipe, dos 176 mil empregos gerados no Brasil, 26,2 mil deles estavam ligados ao Turismo. O presidente do Grupo Iberostar, Miguel Fluxá, desembarcou no Brasil para elogiar a relação de parceria com o destino, mas também criticou a burocracia, sobretudo pelo que chamou de “complicação fiscal”. Outros impedidores também incluíram: infraestrutura, segurança e violência. À época, a empresa espanhola não tinha intenções de trazer cruzeiros para cá.
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2007 Depois de quatro edições seguidas, o ministro Mares Guia se despediu da pasta durante o Fórum PANROTAS. Homenageado pela indústria durante o evento, ele deu lugar a Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo. A relação entre Brasil e Estados Unidos ressurgia, aos poucos, após os atentados de 11 de setembro. Uma série de números apresentada pelo presidente da Travel Industry Association of America (TIA) - hoje US Travel Association, Roger Dow, mostrou a chegada de 518 mil brasileiros ao país em 2006. O
embaixador norte-americano, Clifford Sobel, sugeriu o aumento de validade do visto de cinco para dez anos. Há dez anos, já se desenhava a diminuição da vinda de cruzeiros ao Brasil, mas em tamanhos menores. Em debate, a indústria marítima criticou a burocracia, altas taxas e a infraestrutura dos portos. À época presidente da Clia Abremar Brasil, Eduardo Nascimento, disse que o setor pagou US$ 110 milhões em imposto e US$ 20 milhões em comissão aos agentes de viagens.
2008 Em seu primeiro formato de dois dias, o Fórum PANROTAS abriu com apresentação da ministra Marta Suplicy. Com a possibilidade de o Brasil receber a Copa do Mundo da Fifa de 2014, ela apostou que o País poderia dar um “salto” na chegada de visitantes estrangeiros. O vice-presidente sênior de Vendas e Marketing para a Indústria de Turismo da Disney Destinations, Ed Fouché, destacou que os Estados Unidos eram um destino aberto para receber estrangeiros. Juntamente com o Departamento de
Imigração do país, a Disney buscava trabalhar em regras menos severas para obtenção de visto, cujo tempo de espera chegava a 69 dias. Para discutir a geração Y, o vice-presidente para os Mercados de Locação de Veículos e Hotéis do Sabre Travel Network, Stephen Fitzgerald, disse que os agentes de viagens teriam de se adequar à realidade desse público. A personalização, por meio de pesquisas às preferências nas redes sociais, seria o ideal para compreender o mundo dos jovens. > Continua na pág.86
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2009 A presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, veio a público pela primeira vez defender os seguintes pontos: mais companhias aéreas domésticas; mais concorrência entre elas; mudança de gestão aeroportuária, maior participação de capital estrangeiro e liberação de tarifas internacionais. Em época de crise na aviação comercial, as seis maiores companhias aéreas do Brasil: Gol, Tam, Ocean Air, Trip, Azul e Webjet, analisaram que a queda nos pre-
ços ao passageiro iria acontecer a partir dali. As vendas on-line ainda engatinhavam no Brasil. Em painel, o diretor de Tecnologia do Sabre, Luiz Vieira, salientou que o volume de vendas era baixo e, por isso, as agências de viagens respondiam 100% pelos riscos em casos de calote e inadimplência. Para o presidente do Buscapé, Romero Rodrigues, o nosso mercado ainda “engatinhava” em reservas virtuais, mas apresentava potencial de US$ 10 bilhões.
2010 Novamente, a presidente da Anac, Solange Vieira, foi sabatinada pelas principais companhias aéreas (Gol, Tam, Ocean Air, Azul, Trip e Webjet) sobre temas como Copa do Mundo de 2014, Rio 2016, remuneração de agentes de viagens, infraestrutura de aeroportos, entre outros. Em embate polêmico, o Procon culpou e responsabilizou os agentes de viagens no caso de roubos aos seus clientes em determinado destino. Na
ocasião, Carlos Silva, do órgão de defesa do consumidor, defendeu a ideia de que o profissional tem de avisar ao passageiro se é perigoso ou não andar em lugares pouco seguros. Um recorde sem igual. Foi assim que o vice-presidente da US Travel Association, Bruce Bommarito, frisou ao apresentar a estimativa de os Estados Unidos receberem um milhão de brasileiros e gastos de US$ 5,1 bilhões em 2010.
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2011 Cada vez mais em evidência, a classe C virou tema de estudo do Data Popular. De acordo com o diretor do instituto, Renato Meirelles, o poder de consumo dessa fatia da população passou de 18% para 34% em 2010. Esse público representou 48% do total de pessoas que viajaram ao Exterior de avião no mesmo período. Entre off-line e on-line, as empresas deviam investir em ambos os modelos. Os painelistas de canais de distribuição chegaram à tal conclusão. Para reforçar investimen-
tos em consultoria e tecnologia, o diretor de Vendas da Google Brasil, Andreas Huettner, garantiu que 60% das reservas seriam feitas on-line em 2012. Groupon, Peixe Urbano e Viajar Barato. Esses três nomes formam a tríade das empresas de vendas coletivas. Ao se referir a produtos turísticos, especificamente, a concordância foi unânime: a concorrência com agências e operadoras não existe, pois o objetivo é vender o que essas companhias não conseguem vender.
2012 O World Travel & Tourism Council (WTTC) encontrou o otimismo após a derrocada da economia norte-americana e, posteriormente da Europa e de outros continentes. De acordo com o diretor executivo do órgão, David Scowsill, a América Latina despontaria nos próximos dez anos, com crescimento de 4,5% no setor. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, teve participação fria e despreparada, segundo o público, em painel com líderes da pasta de países latinos Enrique Meyer (Argentina),
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Pablo Longueira (Chile) e Gloria Guevara (México). Ele disse em sua apresentação, por exemplo, que o Brasil arrecada US$ 6,7 milhões com o turismo internacional. O correto era bilhões. A consolidação de companhias aéreas encerrou a edição daquele ano. A concretização da fusão de Avianca Brasil com Taca, o andamento da relação entre Lan e Tam foi discutida entre os presidentes das transportadoras, José Efromovich e Marco Antonio Bologna, respectivamente.
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2013 Questão ainda “espinhosa”, a relação da cadeia turística com as agências de viagens on-line (OTA) ganhava um tom de discussão maior. A Gol e CVC dividiram o mesmo discurso: a presença multicanal era enxergada ali, inclusive o segmento apresentava maior crescimento na companhia aérea, de acordo com o diretor comercial da Gol, Eduardo Bernardes. As fabricantes Airbus e Boeing apostaram em um futuro em curto prazo com aviões maiores, mais confortáveis e me-
nos poluentes. Até mesmo modelos elétricos viraram realidade na fala. Por sua vez, a Virgin Galactic prometeu viagens à estratosfera, sob o custo de US$ 200 mil. O Procon mais uma vez entrou em voga, dividindo espaço com Abav, Abremar, Braztoa, entre outros. O órgão de proteção ao consumidor de São Paulo apontou que foram registradas mais de seis mil queixas relacionadas ao Turismo. Foi proposta, ainda, a reativação da Câmara Técnica de Consumo de Turismo dentro da entidade.
2014 No ano da Copa, o Grupo de Lideranças Empresariais do Turismo, composto por cerca de 15 presidentes de associações e empresas, entregou a líderes do setor e da política em geral, entre eles o ministro Vinicius Lages, um documento de reivindicações. Eles pediam ampliação da malha aérea, promoção doméstica e internacional, facilitação de obtenção de vistos para estrangeiros e contratação de trabalho de curta duração. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) veio expli-
car a funcionalidade do New Distribution Capability, o NDC. A funcionalidade, de acordo com o órgão, padroniza os produtos e serviços comercializados pelas companhias aéreas, ainda mais os ancillaries, serviços complementares como bagagens e refeições extras. Ao debater a situação dos aeroportos e as concessões, o ministro da Aviação Civil, Wellington Franco, disse que o monopólio da Infraero era um “mal terrível” em razão da má qualidade oferecida aos passageiros, nas palavras dele. > Continua na pág.90
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2015 O painel de presidentes de transportadoras, que reuniu Antonoaldo Neves (Azul), José Efromovich (Avianca Brasil) e Paulo Kakinoff (Gol), trouxe, entre os desafios para as empresas em um ano de crise, a especulação sobre a compra da Tap. Azul e Avianca demonstraram interesse. O ministro Vinicius Lages declarou a falta de identidade do Brasil. Ele citou, por exemplo, a riqueza na exportação de alimentos e o fato de não ser uma potência gastronômica. Ainda segundo ele, o País
deveria investir mais em natureza, com ênfase nos parques nacionais. Ferramenta essencial para destinos, a promoção da internet foi abordada pela Austrália em seu case, à época com 6,4 milhões de curtidas no Facebook e 1,2 milhão de seguidores no Instagram. O segredo do sucesso, para a diretora de Mercados Ocidentais e Desenvolvimento de Distribuição Global, Katherine Droga, é trabalhar com temas pontuais em busca de engajamento. As hashtags também ajudam.
2016 O ministro Henrique Alves foi questionado sobre melhorias por presidentes de associações como Abav, Clia Abremar e Braztoa, além da CVC. Temas “eternos”, como a infraestrutura portuária, a aprovação da queda do IRRF de 25% para 6% e a legalização dos jogos de azar estiveram em pauta. Em pesquisa exclusiva, o Data Popular mais uma vez mostrou o poder de consumo do brasileiro. Um dado curioso
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mostra o seguinte: 71% dos entrevistados jamais utilizaram uma agência de viagens e apenas 18% usam esse meio como fonte principal de informação. Com a inovação em xeque, a disrupção foi abordada pela Accor e os investimentos em startups de compartilhamento de estada. Startups tiveram lugar para apresentar seus produtos para a indústria em apresentações de cinco minutos.
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CUR I O SID A D ES » O Fórum PANROTAS já aconteceu em quatro locais diferentes, todos em São Paulo: Grand Hyatt, Unique, Fecomercio e Golden Hall do WTC; » A primeira edição do Fórum contou com aproximadamente 950 participantes. Em 2016, o público chegou a mais de 1,4 mil pessoas; » Com exceção de 2014, quando ocorreu em 1º e 2 de abril, todas as demais edições do evento foram em março; » Em 15 edições, o Fórum PANROTAS recebeu o patrocínio de 78 empresas. CVC, Gol e Tap são as companhias que apoiam o evento desde o início; » De 2003 a 2007, as edições do encontro duravam apenas um dia. Desde 2008, com público maior e mais palestrantes, passou a acontecer em dois dias; » Nem só de figuras do trade vive o Fórum PANROTAS. O ex-jogador de futebol Pelé, o treinador Felipão, a atriz Ingrid Guimarães, a empresária Luiza Trajano e o artista Kobra são apenas alguns dos nomes que já marcaram presença; » Fundado em 2003 e apresentado na primeira edição do fórum, o Ministério do Turismo teve nove ministros ao longo de sua história. Apenas Alessandro Teixeira, que as-
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sumiu interinamente entre 22 de abril e 12 de maio, não compareceu ao evento; » Em 2004, as quatro maiores companhias aéreas do Brasil eram Tam, Gol, Varig e Vasp. Os presidentes Marco Bologna, Constantino de Oliveira Jr., Luiz Martins e Wagner Canhedo, das respectivas transportadoras, participaram de um painel sobre o andamento do setor; » O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, revelou um plano para o Brasil receber nove milhões de turistas internacionais até 2006. No ano passado, o País registrou a chegada de 6,6 milhões de estrangeiros; » Na edição de 2009, Guillermo Alcorta anunciou, em primeira-mão, a realização de fóruns regionais pelo Brasil. As cidades de Recife e Belém foram contempladas; » Desde 2011, as publicações distribuídas no Fórum PANROTAS passaram a ser no formato revista. Entre 2003 e 2010, as matérias eram publicadas em encartes no Jornal PANROTAS; » O uso do Twitter permitiu que a #FórumPanrotas entrasse nos assuntos mais comentados da rede social na edição de 2012.p
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>> Artur Luiz Andrade
As
maiores
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QUEM SÃO OS MAIORES VENDEDORES DE PRODUTOS E SERVIÇOS TURÍSTICOS NO BRASIL? SABEMOS QUEM É O MAIOR, O GRUPO CVC, única empresa distribuidora de viagens com ações na bolsa. Sabemos quem são os maiores em produção internacional, graças ao acesso que tivemos ao topo dos rankings dos relatórios Smash/Boss, produzidos a partir da venda via BSP/Iata. Mas o Smash/Boss não inclui parte da Latam, e nem a produção internacional de Gol, Azul, British Airways e Iberia. Segundo especialistas consultados pela PANROTAS essa produção off-Smash seria 30% do mercado. Com isso em mente, o valor de bilhetes aéreos internacionais vendidos no ano passado, ano de crise, em que as tarifas médias atingiram patamares bem baixos até agosto (havendo recuperação a partir daí) chegou a US$ 3,9 bilhões (US$ 900 milhões dos quais fora do BSP). O número de bilhetes foi menor que em 2015, a tarifa média também, mas o câmbio ajudou para que a receita ficasse estável com o ano anterior, quando o valor foi de US$ 4,5 bilhões. Este ano, pegamos o ranking internacional do Boss/ Smash e pedimos a cada uma das 34 empresas que lideram a lista que nos enviassem os dados de faturamento de 2016, com a participação do doméstico e do internacional. A resposta ao pedido foi excelente. Apenas sete empresas se recusaram ou não responderam aos pedidos (algumas que nem estão no ranking Boss/ Smash), mostrando que a indústria está mudando e a transparência faz parte da profissionalização do setor. A ideia é ampliar o ranking a cada ano, com mais empresas, mais detalhes e mais dados que possam ser conferidos. A Air Tkt promete dados auditados de seus associados para breve; a Abracorp anunciou que irá melhorar a compilação dos números de seus associados; e outras empresas aos poucos vão vendo o quão importante é para o mercado saber quem é quem. Outro parâmetro são os Top 10 de empresas aéreas e demais fornecedores, mas geralmente apela-se para o ranking em ordem alfabética (e não por venda). Há ainda um temor de divulgar números, rankings e estatísticas. Isso tem de mudar. Claro que o tíquete médio, a fidelidade, o market share e a lucratividade são dados muito importantes, mas que poucos divulgam. Por ora, vejam a seguir o que temos e, cá entre nós, não é pouco. Agradecemos a todos os que colaboraram conosco e com um Turismo mais profissional e transparente. > Continua na pág. 94t
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BOSS/SMASH (Somente produção aérea internacional via BSP. Não inclui Gol, Iberia, British Airways, Azul e parte da Latam, o que representaria, segundo estimativas, 30% do mercado)
2016
AGÊNCIAS DE VIAGENS CORPORATIVAS (VENDAS AÉREAS INTERNACIONAIS)
1
Flytour Amex
US$ 104 milhões
6
Maringá
US$ 36 milhões
2
CWT
US$ 96 milhões
7
Kontik
US$ 33 milhões
3
Alatur JTB
US$ 87 milhões
8
Copastur
US$ 20 milhões
4
Tour House
US$ 41 milhões
9
Tunibra
US$ 12 milhões
5
BCD Travel
US$ 40 milhões
10
Avipam
US$ 12 milhões
(Somente produção aérea internacional. Não inclui Gol, Iberia, British, Azul e parte da Latam, o que representaria, segundo estimativas, 30% do mercado)
OPERADORAS (VENDAS AÉREAS INTERNACIONAIS)
1
CVC
US$ 162 milhões
6
Agaxtur
US$ 8,5 milhões
2
MMTGapnet
US$ 12 milhões
7
Trend Operadora
US$ 7 milhões
3
Abreu
US$ 10 milhões
8
Teresa Perez
US$ 6 milhões
4
Flytour Viagens
US$ 9,5 milhões
9
Kangaroo
US$ 6 milhões
5
Orinter
US$ 9 milhões
10
Queensberry
US$ 5 milhões
(Somente produção aérea internacional. Não inclui Gol, Iberia, British, Azul e parte da Latam, o que representaria, segundo estimativas, 30% do mercado)
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CONSOLIDADORAS (VENDAS AÉREAS INTERNACIONAIS)
1
Rextur Advance
US$ 353 milhões
6
Skyteam
US$ 70 milhões
2
Esferatur
US$ 255 milhões
7
High Light
US$ 68 milhões
3
Flytour Gapnet
US$ 210 milhões
8
Confiança
US$ 64 milhões
4
Ancoradouro
US$ 79 milhões
9
PVT
US$ 40 milhões
5
Sakuratur
US$ 77 milhões
10
BRT
US$ 32 milhões
(Somente produção aérea internacional. Não inclui Gol, Iberia, British, Azul e parte da Latam, o que representaria, segundo estimativas, 30% do mercado)
OTAS (VENDAS AÉREAS INTERNACIONAIS)
1
Decolar.com
US$ 284 milhões
2
Viajanet
US$ 77 milhões
3
Submarino
US$ 35 milhões
4
Expedia (via Tour House)
US$ 31 milhões
(Somente produção aérea internacional. Não inclui Gol, Iberia, British, Azul e parte da Latam, o que representaria, segundo estimativas, 30% do mercado) > Continua na pág. 96
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PRODUÇÃO TOTAL Pedimos a essas empresas listadas no ranking Smash/ Boss a que tivemos acesso (obtivemos o Top 10 de cada categoria) que nos enviassem o faturamento total de 2016. A grande maioria enviou, algumas poucas se recusaram por política interna e outras fizemos estimativas baseados em informações de mercado. Confira a seguir:
1 R$ 8,8 bilhões em vendas R$ 5,5 bilhões da operadora CVC, 70% doméstico
R$ 2,9 bilhões
da consolidadora Rextur Advance, 50% doméstico
R$ 400 milhões
da Submarino Viagens Única das empresas da lista que tem dados públicos, com ações na bolsa, a CVC deve crescer ainda mais este ano via aquisições, como a que fez no apagar das luzes de 2016, ao comprar a Experimento. É alta a expectativa para uma grande aquisição na área de viagens corporativas e também de uma operadora de nicho. A empresa também deve anunciar sua internacionalização este ano, começando pela América Latina. O grande desafio será fazer com que seu on-line volte a crescer em 2017.
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2 R$ 5,1 bilhões em vendas R$ 2,5 bilhões da Flytour Amex e Flytour Eventos, 55% doméstico R$ 2 bilhões da consolidadora Flytour Gapnet, 47% doméstico R$ 300 milhões da operadora Flytour Viagens, 55% doméstico R$ 300 milhões da operadora MMTGapnet, 20% doméstico O grande destaque do grupo, formado da fusão de Flytour e Gapnet, é a TMC, a maior do País, incluindo sua área de eventos. A consolidadora, pelos números apresentados, ainda é a segunda do País, mesmo perdendo no internacional (dados do Smash) para a Esferatur. As duas operadoras, com R$ 300 milhões em vendas cada uma, mostram complementaridade e uma fusão entre elas criaria a segunda maior empresa do setor (à frente da Latam Travel, que não divulga resultados, mas que é tida com uma das três maiores).
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R$ 3,5 bilhões em vendas
3
O grupo não divulga dados individuais, mas já informou ao mercado que fatura R$ 7 bilhões na América Latina. Levando-se em conta que, no geral, o Brasil é 50% da região, estimamos as vendas da Decolar.com no Brasil em R$ 3,5 bilhões, em uma conta conservadora. O mercado continua aguardando a abertura de capital da empresa no País, quando os números finalmente serão revelados.
4
5
R$ 1,86 bilhão
R$ 1,8 bilhão
em vendas, sendo
em vendas, 70% doméstico, com
R$ 1,7 bilhão
da consolidadora Esferatur
R$ 190 milhões
R$ 159 milhões
da operadora Orinter São duas das empresas com crescimento mais veloz e consistente do mercado. O grupo chegou a receber uma oferta de compra de um outro grande player. Proposta recusada, decisão de voo solo.
na consolidadora TC World Diversificação tem sido a marca do Grupo Trend, desde a entrada de Luis Paulo Luppa na sociedade. Antes focada em hotelaria nacional corporativa, hoje 30% do movimento da Trend já vem do internacional. A empresa investiu em uma OTA para agências (Shop Hotel), no Lazer, uma consolidadora e em tecnologia e promete uma grande novidade para o dia 30 deste mês. Também tem investimentos fora do País, com a compra de uma empresa de aluguel de casas em Orlando, a VHC.
R$ 1,66 bilhão em vendas,
6
52% doméstico no aéreo Agora controlada pelos japoneses da JTB, a Alatur JTB promete crescer com aquisições e conquista de novas contas, para chegar aos R$ 5 bilhões de faturamento em 2020. > Continua na pág. 100
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7
R$ 1,2 bilhão em vendas, com cerca de 50% no doméstico Enquanto o aéreo internacional é um pouco maior que o doméstico na TMC, a hotelaria no Brasil é mais que o dobro da internacional, o que equilibra a balança nessa que é uma das maiores agências do mundo.
8
9
R$ 876 milhões em vendas, 65% doméstico
R$ 815 milhões em vendas, 75% doméstico
11
10 R$ 680 milhões, com 65% doméstico O Grupo Confiança, com sede no Centro-Oeste, inicia trabalhos em São Paulo, depois de uma tentativa de sociedade com a Prime.
R$ 650 milhões em vendas, com cerca de 60% internacional
13
12 R$ 620 milhões em vendas, 52% internacional JP 92 a 106.indd 100
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R$ 580 milhões em vendas, com
R$ 321 milhões no aéreo internacional 09/03/2017 22:26:59
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15
R$ 483 milhões, 40%
R$ 437 milhões,
doméstico
52% doméstico
Segundo informações de mercado, a empresa acaba de conquistar a conta da Vale, antes da CWT.
16 R$ 410 milhões em vendas, com R$ 375 milhões na consolidadora High Light, com 75% internacional R$ 35 milhões na operadora AIT > Continua na pág. 102
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R$ 394 milhões, sendo GRUPO PVT R$ 171 milhões na consolidadora R$ 223 milhões com as lojas de câmbio
18
R$ 360 milhões, a grande maioria internacional A consolidadora, com sede em São Paulo, está investindo em mais produtos e em novos mercados, tendo chegado ao Sul e ao Norte do Brasil.
19
R$ 354 milhões, 71% doméstico
R$ 257 milhões em vendas,
20
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70% internacional A operadora da família Leone recebeu aporte financeiro no ano passado, mas este ano partiu para a gestão independente de novo. Projetos em novas frentes e mais lojas em sua rede de franquias são aguardados para este ano.
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21 R$ 251 milhões em vendas, quase que exclusivamente internacionais A Queensberry, que não tem lojas em shoppings, como a Agaxtur e a CVC, por exemplo, é uma representante da operadora tradicional que mantém uma clientela fiel em busca de qualidade e atendimento. As viagens são, na grande maior, para o Exterior.
23 22
R$ 210 milhões
R$ 119 milhões
em vendas, 90% internacional
em vendas, 70% doméstico
O diretor André Khouri tem ainda a CNTec e é sócio da TC World, consolidadora do Grupo Trend.
A Tour House fez, em 2016, toda a emissão aérea da Expedia no Brasil. As vendas acima não incluem esse movimento da OTA.
24
25 R$ 115 milhões em vendas, 90% internacional (dados estimados)
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R$ 95 milhões em vendas, 85% internacional
R$ 80 milhões em vendas Inicialmente especializada em Austrália, a operadora tem crescido em nichos de viagens de experiência e de alto padrão.
> Continua na pág. 104
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CONSIDERAÇÕES 1
O Jornal PANROTAS procurou as 30 empresas dos rankings internacionais Corporativo, Consolidadoras e Operadoras para fornecerem seus faturamentos reais. Não responderam a nossos pedidos as empresas Abreu, BRT, Latam Travel (ex-Tam Viagens), RCA, Teresa Perez, Transpac e Tunibra. Algumas por politíca interna de não divulgar números. O objetivo é que o ranking cresça a cada ano e fique mais completo, trazendo referências para o setor. Se sua empresa vende mais de R$ 80 milhões por ano (ou mesmo se quer divulgar o seu valor de qualquer forma), se você não foi procurado por nossa reportagem, se sua empresa quer colaborar de alguma forma com esse movimento de transparência e profissionalização da indústria, envie seus dados para nossa Redação e no próximo ranking teremos sua empresa na nossa listagem.
3 5
Alguns dados são estimativas baseados em números divulgados anteriormente pelas empresas, conversas com especialistas e análises da PANROTAS.
Como o ranking do Boss/Smash inclui apenas quem tem grande produção internacional própria (ou seja, se uma operadora compra de uma consolidadora esse dado acaba indo para a conta da consolidadora), trata-se de uma amostragem bem específica e focada nas viagens para o Exterior. De qualquer forma, buscamos ouvir alguns players que vendem mais doméstico e incluímos no ranking. A Visual Turismo, que sabemos ser uma grande emissora doméstica, não quis enviar seus dados, por questões de política interna da empresa.
Além das operadoras, também as agências corporativas compram muito de consolidadoras. O ideal seria que houvesse uma identificação dos maiores players dessas empresas, mas caímos em questões estratégicas e confidenciais de cada companhia. Mas é algo que continuamos almejando. Também as empresas aéreas nacionais não divulgam rankings de maiores produtores, o que facilitaria ao mercado saber quem é quem. De qualquer forma as premiações das empresas como Latam, United, American, Delta e Etihad (veja nesta e na página seguinte), entre outras, podem ajudar a saber quem é quem. Geralmente são os “mesmos” premiados, mas nem sempre. Premiações regionais também seriam bem-vindas.
VENCEDORES CLUB LATAM Consolidadora Melhor dos Melhores 1o lugar: Confiança Turismo Confiança Operadora e Agência Estudantil 2o lugar: CNT 3o lugar: High Light 1o lugar: CVC Grande Agência 2o lugar: Trend Operadora o 3 lugar: Kangaroo Tours 1o lugar: Decolando Turismo 2o lugar: L’equipe Agência Corporativa 3o lugar: Personalize Turismo 1o lugar: BCD Travel OTA 2o lugar: Hostway o 1o lugar: Viajanet 3 lugar: Flytour Amex Global 2o lugar: Expedia Business Travel 3o lugar: E-Destinos
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TOP 10 UNITED AIRLINES 1. ALATUR JTB 2. ANCORADOURO 3. BCD TRAVEL 4. CWT 5. ESFERATUR 6. FLYTOUR GAPNET 7. HIGH LIGHT 8. KONTIK 9. MARINGÁ 10. REXTUR ADVANCE TOP 10 AMERICAN AIRLINES 1. ALATUR JTB 2. AVIPAM 3. BCD TRAVEL 4. COPASTUR 5. ESFERATUR 6. FLYTOUR 7. KONTIK 8. MARINGÁ 9. TOUR HOUSE 10. TRAVELAND
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TOP 16 DELTA AIR LINES 1. ALATUR JTB 2. ANCORADOURO 3. BCD TRAVEL 4. CARLSON WAGONLIT TRAVEL (CWT) 5. CONFIANÇA 6. DECOLAR.COM 7. ESFERATUR 8. FLYTOUR BUSINESS TRAVEL 9. FLYTOUR GAPNET 10. HIGH LIGHT 11. KONTIK 12. MARINGÁ 13. REXTUR ADVANCE 14. SUNCOAST 15. TOUR HOUSE 16. TYLLER
TOP 10 ETIHAD 1. SAKURATUR 2. TRANSPAC 3. REXTUR ADVANCE 4. ESFERATUR 5. BBTUR 6. GAPNET 7. FLYTOUR 8. TUNIBRA 9. PRINCESS 10. CWT E HALLELUJAH Regionais: High Light, a Skyteam e Confiança
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BANCODEDADOS
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VENDA DE
PASSAGENS AÉREAS NO BRASIL 2015
Vendas via BSP: US$ 3 bilhões Vendas de IB/BA/JJ/G3/AD: US$ 912 milhões (30% do BSP) Total mercado indireto: US$ 4 bilhões Câmbio médio R$ 3,33
R$ 13,2 bilhões
total de venda indireta internacional
2016 Vendas via BSP: US$ 3 bilhões Vendas de IB/BA/JJ/G3/AD: US$ 900 milhões (ou 30% do BSP) Total mercado indireto: US$ 3,9 bilhões Câmbio médio R$ 3,42 R$ 13,2 bilhões venda indireta internacional R$ 10 bilhões venda indireta doméstica R$ 23,2 bilhões venda indireta de bilhetes aéreos
R$ 34 bilhões
venda total de bilhetes (aéreo nacional e internacional, direto e indireto)
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corporativo
www.pancorp.com.br
Te c n o l o g i a
Agora é oficial
A CONCUR CHEGOU DE VEZ AO BRASIL. UMA DAS PRINCIPAIS FORnecedoras de sistema para gestão de viagens no mundo anunciou, na semana passada, seus planos de crescimento para nosso mercado. Comprada pela SAP em 2014, a Concur atua no País desde então, mas não como uma organização local. Os contratos eram em inglês e em dólares, e não havia atendimento em português. A transformação desses itens é, portanto, a maior mudança com o lançamento da marca em território nacional. O objetivo do estreitamento de relações com o trade nacional é, de fato, ter uma solução local e não apenas torná-la disponível no Brasil. “É importante ter pessoas que falam português. Não só em vendas, mas também em serviços e suporte. Ter contratos na nossa língua e em reais também é essencial. Contudo, o grande diferencial serão os parceiros locais. Meu trabalho será criar essas parcerias, como com o Easy Taxi, 99 Taxi e Sem Parar, por exemplo”, conta a diretora geral da Concur Brasil, Valéria Soska. As principais companhias
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Equipe Concur: Mike Eberhard, presidente, Valéria Soska, diretora Brasil, e Bob Robinson, gerente geral América Latina
aéreas do País (Avianca Brasil, Azul, Gol e Latam) já são parceiras, assim como hotéis de grandes redes, como Hyatt, Sheraton, Hilton e Marriott. O desafio agora é atrair mais parcerias, como hotéis independentes, restaurantes e outros tipos de transporte. Apesar de antes não operar fisicamente, a companhia já possuía mais de 160 clientes utilizando o serviço por aqui e tinha o mercado brasileiro entre os dez principais em volume de transações e usuários. O software já está em português há bastante tempo, mas apenas parcerias globais estavam disponíveis. Por isso, muitos deles não usavam o módulo Travel, apenas o de despesas. “Com
a nossa chegada no Brasil, isso irá mudar, pois teremos cada vez mais associados.” A curiosidade é que, mesmo sem presença e investimento local, a Concur se intitula líder de mercado em Travel e Expense. O presidente Mike Eberhard, acreditava que, para ter sucesso ao investir no Brasil, seria imprescindível ter uma operação local. Não apenas a capacidade e o software, mas operar verdadeiramente como uma solução, com um time para suporte. “No último trimestre, as transações no País cresceram 40% ano a ano e isso sem a nossa presença física. Nossas empresas, que têm operações significativas aqui, estavam sentindo a
necessidade da implementação do sistema”, explica. O escritório da Concur Brasil, por enquanto, está localizado no prédio da SAP Brasil, no complexo Rochaverá, no Brooklin, em São Paulo. Com uma equipe ainda em formação, a empresa conta com cinco pessoas alocadas em um dos laboratórios de desenvolvimento de softwares da SAP, em São Leopoldo (RS), que cuidam de todo o suporte aos usuários. Outras dez, da própria SAP, compõem as equipes de Vendas, Marketing, Business Development e Serviços. “Dependendo do nosso crescimento e demanda, mudaremos para um local próprio no próximo ano”, finaliza Valéria.p
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Destinos
Buenos Aires mais gastronômica NOVOS TOURS GASTRONÔMICOS SURGINDO EM BAIRROS DIFERENTES de Buenos Aires. Criados diante da demanda de passageiros internacionais, a proposta consiste em um pacote de três refeições diversas, em três bairros turísticos, a um valor bastante atraente. Em resposta à demanda do mercado ano passado foi
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lançado o programa Tour Gastronômico, proposta que une três reconhecidos estabelecimentos de Buenos Aires. Representante de um desses restaurantes, María Martha Merellano, do emblemático Puerto Cristal, em Puerto Madero, conta que “ultimamente as refeições se reduziram a cardápios fechados, especialmente no
segmento de Turismo. Com um preço razoável e atrativo, o visitante terá a garantia de que vai comer em estabelecimentos de primeira qualidade”, afirma. A proposta inclui três refeições, em três bairros emblemáticos de Buenos Aires: almoço no Puerto Cristal (Puerto Madero); um menu de pizzas no Alameda (Centro); e uma de-
gustação de cervejas artesanais com tapas no Dupla (Barrancas de Belgrano). Vale destacar que todas as refeições incluem bebidas. Ao chegar no local, o visitante deve apresentar um voucher para resgatar o serviço. O Tour Gastronômico, por pessoa, custa US$ 65. Informações: www.puerto-cristal.com.arp
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Argentina
forte nas feiras
Clique do Salão Paranaense de Turismo 2016. Edição deste ano terá participação da Argentina
A Argentina continua apostando forte no Brasil. Durante março, o Instituto Nacional de Promoção Turística (Inprotur) vem ao País acompanhado de destinos regionais, Aerolíneas Argentinas e fornecedores locais para participar de três grandes feiras do setor. Na esteira do Fórum PANROTAS, a Argentina irá ao Salão Paranaense do Turismo, Encontro Comercial Braztoa Rio de Janeiro e Feira de Negócios da Ugart (veja a programação no quadro a seguir). Em todas as ocasiões, o país e seus parceiros promovem capacitações para o trade local. No evento da Abav-PR serão três apresentações, enquanto, nos demais, haverá uma palestra geral. Os seguintes destinos acompanham a delegação do Inpro-
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tur: Cidade de Buenos Aires, Neuquén, Jujuy, Iturem/Misiones, Córdoba, Mendoza, Terra do Fogo, San Martin de los Andes e Iguazu. A intenção é aproveitar o momento, visto como de retomada econômica e política tanto lá como aqui, para levar mais brasileiros à Argentina, fazendo com que esse fluxo volte a superar um milhão de turistas anualmente, como já visto no começo da década. E, para isso, a intenção é diversificar os destinos dos brasileiros no país, tornando a Argentina menos dependente das sempre muito visitadas Buenos Aires e Mendoza, por exemplo. Por isso, é grande a expectativa de regiões que participarão dos eventos no Brasil ao longo de março. Da mesma forma, o país conta com novas conexões aéreas com o Brasil para diversificar também o perfil de turistas brasileiros – recebendo mais pessoas do Centro-Oeste e Nordeste, além dos já sempre fortes em solo argentino Sul e Sudeste.
CONECTIVIDADE Também estarão com a delegação argentina fornecedores locais, destacando-se a aérea Aerolíneas Argentinas, que vive um bom momento. Com a oferta entre Argentina e Brasil aumentada em 10% na alta temporada, a companhia bateu em fevereiro seu recorde de passageiros transportados
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111 em um único dia, superando os 40 mil. Por falar em conectividade aérea, outra participação confirmada do Inprotur é no evento da Emirates que celebra o voo da companhia entre Rio de Janeiro e Buenos Aires, em 22 de março. Na ocasião, marcada no Consulado Argentino na Cidade Maravilhosa, os destinos serão promovidos junto com a nova rota da aérea dos Emirados Árabes. Por fim, entre os dias 4 e 6 de abril a Argentina tem presença confirmada na WTM Latin America, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo. ■
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INFORME PUBLICITÁRIO
OS EVENTOS EM MARÇO
23º Salão Paranaense de Turismo (Curitiba):
16 a 18 de março
Regiões e empresas participantes: Cidade de Buenos Aires, Neuquén, Jujuy e Iturem e Misiones, além de Aerolíneas Argentinas e outros fornecedores locais. Capacitações promovidas: 17/03: Argentina, às 14h; 18/03: Buenos Aires (16h) e Aerolíneas Argentinas (16h25)
10º Encontro Comercial Braztoa (Rio de Janeiro):
21 de março
Regiões e empresas participantes: Cidade de Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Terra do Fogo, além de Aerolíneas Argentinas e outros fornecedores locais. Capacitação promovida: Argentina (13h45)
32ª Feira de Negócios Turísticos Ugart (Porto Alegre):
24 e 25 de março
Regiões e empresas participantes: Cidade de Buenos Aires, San Martin de los Andes, Iguazu e Misiones, além de Aerolíneas Argentinas e outros fornecedores locais. Capacitação promovida: Argentina (24/3 às 15h) ■
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SurFACE
Curta história
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Promovido
Com menos de dois anos, a Flyways encerrou oficialmente suas operações. O anúncio veio após publicação no Diário Oficial no início do mês. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) revogou a concessão de operador aéreo concedida à empresa. Sua curta trajetória foi acompanhada de momentos turbulentos. Com planos de tornar Rio Galeão e Pampulha (MG) seus frequentes hubs, a Flyways tinha em sua frota apenas dois aviões arrendados, os turboélices ATR 72-200 e ATR 72-500. Os problemas de leasing vieram em junho do ano passado, quando a aérea teve de devolver os jatos aos donos por decisão judicial. Outra polêmica que envolveu a transportadora presidida por Pedro Paulo Pedrosa é o possível envolvimento na Operação Lava Jato. Segundo apontou um juiz federal, havia indícios de que a Flyways “estaria ou teria sido envolvida em pagamentos de propina a funcionários da Eletronuclear”.
O novo gerente Comercial Key Accounts da empresa, Leandro Cassio, com o diretor comercial, Rodrigo Napoli
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A Abreu Online, divisão B2B da Abreu, promoveu Diogo Julião ao cargo de managing director. Com dez anos de casa, o executivo iniciou sua carreira na empresa como gerente de Marketing e Vendas. “É uma honra para mim assumir estas funções e dar continuidade ao legado deixado por Luís Tonicha. Este é um projeto com o qual me identifico e, como tal, agradeço à administração do grupo Abreu o voto de confiança”, comemorou Julião, que fica em Lisboa.
Focado nas maiores
Na semana de estreia do voo São Paulo-Foz do Iguaçu (PR), a Avianca Brasil anunciou a chegada de Leandro Cassio. Ele assume a função de gerente comercial Key Accounts, responsável pela CVC e Flytour Viagens, as duas principais operadoras em demanda para a aérea. Sua equipe ainda será composta por dois executivos de Contas, cada um dedicado a uma operadora, com o objetivo de fornecer atendimento específico e direto, segundo comunicou a aérea. Em seu currículo, Leandro Cassio, que responderá diretamente ao diretor comercial, Rodrigo Napoli, acumula passagens por Trend, CWT e Rio Quente Resorts, onde cuidou da área de Vendas Nacionais. Ele também atuou por oito anos como gerente do Grand Hyatt São Paulo.
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De saída
A DMC Brazil não tem mais Paulo Amorim no quadro de colaboradores. Após quase um ano como diretor de Estratégia e Desenvolvimento Comercial, o executivo anunciou seu desligamento para buscar “novas oportunidades”. Em depoimento, Amorim afirmou que a saída foi de “comum acordo”, pois a DMC passará por uma reestruturação. Ao ser questionado sobre uma eventual volta à Alagev, onde foi gerente geral por quatro anos, ele descartou qualquer possibilidade no momento. Dentro da DMC, o profissional tinha como finalidade cuidar da criação de novos produtos, fazer a abertura de mercados, elaborar estratégias de desenvolvimento comercial, entre outros atributos.p
Alinhamento estratégico
Na última semana, a Latam Airlines anunciou uma reformulação de suas gerências, criando três áreas distintas para cuidar dos canais Corporativo, Consolidador e Turismo. O Corporativo estará a encargo de Fernanda Reis, contando com o auxílio de Erik Rantin, que gerenciará as agências corporativas regionais, e de Daniel Almeida, gerente responsável pelo relacionamento com agências corporativas de governo. Antenor Soares é o novo head de Consolidação, enquanto Vitor Megale irá gerir a relação com operadoras e OTAs. Os três profissionais se reportarão a Fabio Camargo, gerente sênior nacional de Vendas. O diretor comercial da Latam Airlines Brasil, Igor Miranda (foto) , destaca que as mudanças acompanham o alinhamento estratégico de canais na América Latina e o acompanhamento das mudanças econômicas do Brasil. “Isso também possibilitará à companhia fazer investimentos de maneira mais assertiva com base nos indicadores de cada canal, além de criar políticas comerciais mais acertadas e soluções de negócios mais eficientes”, declarou. p
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Substituição no Chile
A CVC reforçou seu time internacional com Maria Victoria Altez, executiva que cuidava de Chile na Imaginadora, para ser prestadora de serviços. Ela estará baseada em Santiago, capital chilena, e dará apoio à equipe de Produtos nas negociações diretas com fornecedores daquele país. A contratação de Maria Victoria para a posição, ao que indica a CVC, será apenas a primeira de destinos que devem ganhar outros representantes sob a mesma função. Com sua saída, a Imaginadora trouxe à equipe Tamara Mantoani (foto abaixo) . Antes de trabalhar pelo Low Cost Travel Group, ela foi coordenadora de Vendas e Marketing do Sea World de 2011 a 2014, também na Imaginadora. Agora todos assuntos sobre Chile na empresa estão sob responsabilidade da nova contratada.
Em busca de novo nome
O diretor da B4T, Alberto Martins, anunciou sua saída da Alagev. Desde novembro como gestor estratégico, ambas as partes chegaram ao consenso de que a Alagev necessita de um profissional 100% dedicado à estratégia da entidade. Em resposta ao Jornal PANROTAS , a presidente da associação de gestores de viagens corporativas, Patricia Thomas, declarou que o momento pede uma reflexão sobre a missão da Alagev, cujos novos projetos devem aparecer no segundo semestre. “Contar com um profissional dedicado será fundamental para implementar todas as mudanças que queremos sugerir.”
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Ponto a ponto ● Errata: Na matéria Segurança na venda on-line, publicada na edição 1.259 do Jornal PANROTAS, Wender Souza foi apontado como sócio-diretor da CNTec. Ele atua como diretor da empresa. ● Cerca de dois meses após deixar a Discover Cruises, Pablo Zabala foi contratado pela Traveltek. Ele ocupará o cargo de gerente geral para América Latina. ● A New Age reforçou seu time com três novas contratações: Tiago Mucsi (executivo de Contas), Mariana Nascimento (assistente de Planejamento) e Fábio Feliciano (consultor de Vendas).
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Fórum PANROTAS 2017 Edição especial
JORNAL PANROTAS
Ano 25 - NO 1.260 15 a 21 de março de 2017
15 Anos de Tendências do Turismo
Tendências do Turismo
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As maiores empresas de Turismo no Brasil
10 tendências no consumo de viagens
As novidades do ano da retomada
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