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R$ 11,00 - Ano 23 - nº 1.205 17 a 23 de fevereiro de 2016
Zika e o Turismo Será que um mosquito pode fazer de 2016 um ano ainda pior que 2015? Especialistas e representantes da indústria analisam as ameaças para o País > Páginas 12 a 17
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17 a 23 de fevereiro de 2016 JORNAL PANROTAS
Check-IN INTENÇÃO DE HOSPEDAGEM AO REDOR DO MUNDO
LEIA NESTA EDIÇÃO Páginas 04 e 05
Carnaval do Rio: um milhão de turistas Páginas 06 e 07
Forma Turismo entra no mercado de intercâmbio Página 08
Celebrity Infinity passa por revitalização
Página 09
Acompanhamos o voo do São Paulo para a Libertadores
Estados Unidos 1º Las Vegas 2º Nova York 3º Orlando 4º Miami 5º São Francisco 6º Los angeles 7º Chicago 8º Whashintong DC 9º Boston 10º San Diego
América Latina 1º Cancun 2º Punta Cana 3º Nassau 4º Puerto Vallarta 5º Cabo San Lucas 6º Rio de Janeiro 7º Oranjestad 8º Bogotá 9º Cidade do México 10º Cidade do Panamá
Europa 1º Paris 2º Londres 3º Amsterdã 4º Barcelona 5º Istambul 6º Roma 7º Madri 8º Berlim 9º Dublim 10º Benidorm
*Fonte: Sojern – estudo realizado entre outubro de 2014 e julho de 2015
Oriente médio 1º Meca 2º Dubai 3º Jidá 4º Medina 5º Doha 6º Dhahran 7º Marrakech 8º Riade 9º Cairo 10º Kuwait
Ásia 1º Cingapura 2º Bancoc 3º Tóquio 4º Phuket 5º Kuala Lampur 6º Osaka 7º Sidney 8º Seul 9º Hong Kong 10º Jakarta
E d i t o r i a l > Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br
Entre bodes e macacos Páginas 18 e 19
GJP muda diretoria e estrutura
Anuário de Viagens Corporativas 2016: Junto com esta edição circula a publicação com os principais players do segmento de viagens corporativas. Errata: Diferente do divulgado no Check-in da edição 1.202, a Fui Viagens não encerrou suas atividades, apenas fechou o escritório de São Paulo. A empresa continua atendendo no Rio de Janeiro.
2015 não foi bom, dizem alguns, pois era o ano da cabra (no horóscopo chinês), bicho que anda por terrenos áridos e difíceis, cheios de obstáculos. Um tanto fedido também. Mas isso é detalhe. Para outros, 2015 foi ótimo. Outros países, diga-se. Há justificativas mais plausíveis para nossa “má sorte” (enquanto os Estados Unidos crescem e a China cresce menos, nós recuamos), como o desgoverno lá na capital, a falta de uma política econômica sustentável, e até o despreparo de alguns setores para enfrentar tempos turbulentos. Entre trancos e barrancos, foi um ano para ser guardado entre os mais desafiadores. E eis que chega o macaco. Sim, já entramos no ano do macaco. E que estripulias ele nos promete nos próximos meses? Vai
bagunçar tudo o que já estava fora dos trilhos ou, como uma versão menos angustiada do ser humano, conseguirá ter um novo olhar sobre nosso caos? Não pode, seja no ano da cabra ou no do macaco, é vencer o porco, ou melhor, o espírito de porco. Aquele que pensa: já que meu negócio vai mal, que o dos outros também degringole. Tipo: “não vendo carnaval, então esse povo que está se divertindo é tudo alienado”, ou “não vendo pacotes para o Exterior, que se lasque esse novo velho imposto”, ou ainda “não sou uma empresa regularizada, não sou associado a nada, mas vamos descer o pau nesse povo que só quer sair em foto”. Tem ainda os haters que amam odiar, talvez por não serem nem um nem outro, amados ou odia-
dos. E a indiferença em temos de cabras e macacos pode significar... dinossauros. Extinção pura e simples. No ano do zika (ou da Olimpíada, você escolhe), em tempos de crise (ou mudanças para melhor), de desemprego (ou empreendedorismo), de amadores (ou de quem ama o que faz)... em época de incertezas e insegurança, só há uma coisa a fazer: construir juntos, e nisso o Turismo pode dar exemplos. Ainda não o faz. Mas o clichê “potencial turístico” está ainda vivo entre nós. Vamos modificá-lo (geneticamente?) e criar uma nova geração? Ou vamos continuar em galhos separados de um mesmo solo, olhando apenas para o concorrente e não para o todo? Você decide.
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Expediente PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta DIRETOR EXECUTIVO José Guilherme Condomí Alcorta DIRETORA INTERNACIONAL Marianna C. Alcorta DIRETORA DE MARKETING Heloísa Prass
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DIRETOR DE TI Ricardo Jun Iti Tsugawa
ES U Q ESTA
DO PORTAL
PANROTAS
04 a 10/02
1 Jensen critica “maldito IRRF” e REDAÇÃO Editor-chefe: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) Editor: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Editor Rio de Janeiro: Diego Verticchio (diego@ panrotas.com.br) Coordenadores: Danilo Alves e Paula Daidone Reportagens: Henrique Santiago, Rodrigo Vieira, Hugo Okada, Karina Cedeño, Rafael Faustino, Fernanda Cordeiro (estagiária) e Roberta Queiroz (estagiária) Fotógrafos: Emerson de Souza e Marluce Balbino MARKETING Assistente: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Kátia Alessandra, Pedro Moreno, Rodrigo Mota e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) EXECUTIVO SÊNIOR DE RP Antonio Jorge Filho (jorge@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) New Cast Publicidade Ltda SRTVS - QD 701 - BL. k - Sala 624 Ed. Embassy Tower - Cep: 70340-908 | Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Season Turismo e Marketing e Esportes Ltda R. Gal. Severiano, 40/613 - Botafogo | Cep: 22290-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2529-2415 / 8873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner O Jornal PANROTAS é vendido somente por assinatura. Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Lis Gráfica e Editora Ltda. (Guarulhos/SP)
PARCEIRAS ESTRATÉGICAS
MEDIA PARTNER
LACTE 11 LATIN AMERICAN CORPORATE TRAVEL & Events E XPERIENCE
ASSOCIAÇÕES
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silêncio das entidades – em 04/02
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“Turismo vencerá” – em 05/02
8
como competir” – em 04/02
9
têm vagas - em 04/02
10
2 IRRF: ministro promete notícias hoje. 3 Sindetur-SP pede IRRF zero: “não há 4 CVC, Azul Viagens e Blue Tree 5 2 milhões deixam São Paulo no feriado;
rodízio é suspenso – em 05/02 Comida de avião: diferença entre 1ª classe e econômica – em 05/02 Assinatura do IRRF não sai e caso continua indefinido – em 05/02 Hoteldo absorve IRRF e cresce 153% em janeiro – em 04/02 7 fenômenos naturais que valem a pena ver de perto – em 05/02 Crise faz Delta anunciar fim do voo Brasília-Orlando - em 04/02
11 Copa explica tarifas distintas em 12 13 14 15
OTAs e consolidadoras – em 04/02 Tempestade danifica o navio Anthem of the Seas – em 08/02 CVC promove Kaiser e contrata exHertz para Produtos – em 05/02 Agentes poderão vender todos os seguros da April – em 04/02 Gol suspende operações para Caracas, na Venezuela – em 10/02
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Carnaval 2016
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>> Artur Luiz Andrade
Um milhão de foliões O CARNAVAL CARIOCA RECEBEU ESTE ANO, DE SEXTA A QUARTA-FEIRA, 1,02 MILHÃO DE TURISTAS, QUE GERAram uma receita de R$ 3 bilhões para o destino e lotaram os hotéis da cidade, especialmente Ipanema (92%), Copacabana (88%) e a Barra da Tijuca (75%). A média de ocupação da hotelaria ficou em 83,79%. A ocupação prévia dos hostels foi de 95%, mas a expectativa é que no balanço final alcance 97%. Apear da precariedade das instalações e das obras que acontecem na região, o Porto do Rio (Píer Mauá) recebeu 130 mil passageiros, contra 70 mil em 2015. Somente no domingo de carnaval, 11 navios atracaram simultaneamente. “A recepção aos turistas foi o que deixou a desejar [nesse carnaval]. Acomodaram os turistas em um galpão sujo, com muita poeira, goteiras e equipamento de obra espalhado. Deixou muito a desejar em um ano que tivemos recorde de embarcações chegando para o carnaval”, apontou a presidente da Associação Brasi-
leira das Agências de Viagens do Rio de Janeiro (Abav-RJ), Cristina Fritsch. Para ela, a falta de planejamento anterior ao carnaval foi a principal razão dos problemas causados – além do espaço inadequado, turistas relataram falta de informações e de orientação por parte dos funcionários. “Todos sabiam quantos navios iam chegar, mas os esforços de organização só aconteceram quando eles já estavam atracando”, afirmou. Já a Prefeitura jura que houve “planejamento minucioso”.
MANGUEIRA
Já o sambódromo recebeu 120 mil pessoas por dia no domingo e na segunda, quando desfilaram as 12 escolas de samba do Grupo Especial, com vitória da Mangueira, seguida de Unidos da Tijuca e Portela. A escola campeã homenageou a cantora Maria Bethânia, mas desfilaram pela avenida imagens de Minas Gerais, Goiás e da Rio 2016, destacada pela União da Ilha do Governador. O evento esportivo, aliás, foi tema de diversos camarotes, incluindo o do prefeiMaria Bethânia foi pé quente e ajudou a Mangueira a ganhar o campeonato do Grupo Especial do Rio de Janeiro
A presidente Cristina Fritsch com parte do time da Abav-RJ na Marquês de Sapucaí
O Turismo de Curaçao recebeu convidados e o trade em seu camarote na Marquês de Sapucaí. Aqui, Janaína Araújo e Giselle Makinde, representantes do destino, e Muryad de Bruin e o diretor Hugo Clarinda, que vieram diretamente da ilha para o evento
O secretário de Turismo da cidade do Rio de Janeiro, Antonio Pedro Figueira de Mello
Giselle Makinde e Janaína Araújo, do Turismo de Curaçao, recebem Luciana e Rodrigo Vaz, da CVC
Vinicius e Tom, mascotes da Olimpíada e da Paralimpíada, abriram os desfiles do Grupo Especial no Rio
Michael Nagy, diretor do Rio CVB, e Fernando Horta, do Centro de Eventos Sulamerica
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TUDO VENDIDO to Eduardo Paes, e estava na boca dos foliões. A Abav-RJ mais uma vez coordenou toda a logística de transporte privado no Sambódromo, além do setor 9, dedicado aos turistas. Muitos, que estavam em cruzeiros, saíram depois de assistir a uma ou duas escolas de samba, o que acontece todos os anos. Tudo funcionou muito bem e houve até um susto em relação a ingressos vendidos na internet. No final, tudo deu certo e os clientes foram acomodados pela Riotur e pela empresa responsável pela venda.
PELAS RUAS
O maior bloco de rua do carnaval carioca foi o Bola Preta, com um milhão de foliões no centro do Rio, mas outros também tiveram um grande número de seguidores, como o Bloco da Preta, com a cantora Preta Gil (300 mil), o Bloco da Favorita e o Empolga às 9, o primeiro dedicado ao funk, com 200 mil, e o Sargento Pimenta, que homenageia os Beatles, com 180 mil, mesmo número do Simpatia é Quase Amor. O bloco Bangalafumenga teve 100 mil participantes. Segundo a Riotur, há uma tendência de blocos menores e regionais, com os grandes chegando à estabilidade. “Nossa operação de carnaval é uma verdadeira olimpíada: são mais de 30 dias de muito trabalho, contando com o período pré-carnavalesco, diversos shows e bailes populares acontecendo em toda a cidade e ainda o palco maior, que é o Sambódromo. Este ano ainda somamos mais um evento e realizamos quatro dias de bailinho infantil na Praça Mauá. Uma verdadeira operação de guerra é coordenada pela Secretaria de Turismo, com apoio de mais de dez órgãos públicos municipais e estaduais”, disse o secretário de Turismo da cidade. “Ainda há muito o que aperfeiçoar, mas me sinto realizado e de alma lavada por entregarmos um carnaval superior ao que recebemos (no início da gestão do prefeito Eduardo Paes). A cidade recebe mais visitantes e oferece um produto cultural e turístico mais completo com a consolidação do carnaval de rua e com a conclusão do projeto original da Sapucaí, feito por Niemeyer, com as arquibancadas espelhadas”, concluiu o secretário. p
A PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS DO RIO DE JANEIRO (ABAV-RJ), CRISTINA FRITSch, considerou “bastante positivo” o resultado do carnaval carioca para o setor. Segundo ela, foi a primeira vez desde as obras realizadas na Marquês da Sapucaí, em 2012, que as agências conseguiram vender todos os ingressos disponibilizados para o desfile das escolas de samba. Foram dez mil entradas vendidas para os eventos de domingo, segunda-feira e para os desfiles das campeãs, crescendo pouco mais de 10% sobre os cerca de nove
mil comercializados no ano passado. “Sem dúvida nenhuma o carnaval deste ano superou o do ano passado. O dólar alto em relação ao real favoreceu os turistas do Exterior, e os brasileiros acabaram fazendo a opção de viajar pelo País em vez de ir para fora”, explicou Cristina. Ingressos a preços “mais econômicos” para os desfiles também contribuíram para a lotação máxima da Sapucaí no carnaval, apontou a presidente da Abav-RJ. Foram 120 mil pessoas na Sapucaí em cada dia de desfile, sendo 76,5 mil na plateia, segundo a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. (colaborou Rafael Faustino)
A presidente da Abav-RJ, Cristina Fritsch, e Vera Jopper, da Turismo Clássico
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Operadoras
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>> Rodrigo Vieira
Graduação em nicho
Maurício Libere, diretor financeiro, Maurício Calazans, diretor comercial, Sydney Costa, diretor administrativo, e Fábio Depret e Renato Costa, diretores da Forma Turismo
CRISE ECONÔMICA E POLÍTICA, 33% DE TAXA PARA VIAGENS AO EXTERIOR, PERDA DE PODER aquisitivo do consumidor brasileiro, números tímidos. Há agências e empresas no Turismo nacional que estão “matando um leão por dia” para se manter em pé e esperar passar mais um ano que tem tudo para ser difícil. Retomada, quem sabe?, somente em 2017. Do alto de seus 19 anos, a Forma Turismo, especializada em viagens de formatura, definitivamente não se encontra nessa situação. O ano de 2016 está longe de preocupar a empresa, já que mais da metade de seus passageiros que embarcarão até o fim de dezembro já adquiriram seus pacotes em 2015. Para 2016, portanto, o foco tornou-se vender 2017 - a meta é atingir 70% das vendas do próximo ano. A estratégia é atrair os futuros formandos e mostrar que não há alguém mais especializado neste nicho do que a Forma. Vestir amarelo e voar para Porto Seguro para celebrar o encerramento do ensino médio virou, principalmente para os jovens paulistas, uma marca, um estilo de vida, como explica um dos diretores da Forma, Fabio Depret. “Nossa marca se transformou em referência, um símbolo da geração, e isso nos dá certa imunidade à crise. Já não dependemos
mais das escolas para convencer os estudantes a viajarem com a Forma. Eles pedem para os pais, que vêm atrás de nós. Quer o colégio queira, quer não”, afirma Depret. “Não queremos soar arrogantes, pois tudo isso é fruto de muita dedicação e de um trabalho sério. Acontece que a Forma não criou apenas um nicho novo, mas um modus operandi totalmente inovador no mercado de Turismo. As agências trabalham da maneira que nós queremos; em troca, nós operamos um produto inigualável e com um alto volume de vendas antecipadas, o que é algo raríssimo no Turismo em tempos como esse.” De fato, vender antecipadamente é algo com que muitos players devem estar sonhando diante de um quadro tão negativo. Também diretor na empresa, Renato Costa considera a Forma um ponto fora da curva no setor. No ano passado, a empresa embarcou quase 50 mil passageiros e o faturamento cresceu aproximadamente 12%, em comparação a 2014. “Diria que estamos mais no ramo do entretenimento do que no de Turismo. Nossa preocupação é ter mentalidade jovem para seduzir os alunos, além de mostrar aos pais que nossa segurança é impecável e nossa tecnologia dá a eles todo o conforto de saber que seus filhos estão viajando bem e com saúde”, avalia Costa. “Se você não tiver um segmento
bem definido hoje no mundo do Turismo, você está fadado ao fracasso. Nós só fazemos viagens de formatura desde que somos uma empresa. Temos expertise nisso. Ou é isso ou é carregar a bandeira das grandes empresas. Só assim para sobreviver no setor.”
REGIONALIZADA
Com um mercado já consolidado no Estado de São Paulo, a Forma busca passageiros em outras regiões do País, como já vem fazendo há alguns anos. Entretanto, desta vez será diferente. A operadora mudou sua maneira de capacitar os agentes de viagens. Em vez de um workshop anual para todo o Brasil, como de costume, serão três eventos regionais: um para o Sudeste, um para o Sul e um outro para as demais regiões. Outra mudança é a antecipação desses workshops. Os novos produtos e operações de 2017 serão apresentados já no primeiro semestre de 2016, com treinamento em seus respectivos anos. Cada região tem a sua maneira de vender o produto, de acordo Depret, por isso a opção pela divisão em três eventos. "Além disso, aumentamos nossa capilaridade, já que no Sudeste nosso produto está bem consolidado. A antecipação da data ocorre porque mais da metade das nossas vendas é feita no ano anterior ao embarque",
BANCODEDADOS FORMA TURISMO
ll 19 anos de crescimento contínuo ll 17 lojas exclusivas ll Mais de 100 agências pelo Brasil
trabalham com a operadora ll 120 voos fretados da Gol para Porto Seguro em 2015 ll 100% da ocupação do Club Med Rio das Pedras em datas específicas ll 12% a mais no faturamento de 2015 em comparação a 2014 ll 50 mil passageiros embarcados em 2015 ll 60% dos embarques de 2016 já vendidos em 2015
p
explica Depret. Uma das principais novidades é o material midiático da empresa, que, segundo Renato Costa, é uma das coisas que mais atraem o jovem estudante. Para que as agências não exibam um conteúdo defasado, o material ficará em nuvem. "Vínhamos trabalhando com DVD, mas como o volume de agências é grande e pulverizado, demorava muito tempo para atualizarmos o conteúdo. Com esse modelo teremos certeza de que nossas mais novas campanhas estarão sendo transmitidas aos formandos", afirmou o diretor.p
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FORMA NA BRIGA PELO INTERCÂMBIO POR FALAR EM NICHO, O GRUPO FORMA ACABA DE LANÇAR UM NOVO BRAÇO, focado no cobiçado mercado de intercâmbio. A Studee pretende aproveitar não só o know how da Forma com estudantes, mas também seus clientes e até espaços físicos. Flávio Baccari, diretor da operadora multimarcas Forma Family, ocupará a mesma cadeira na Studee. Ele tem mais de 20 anos de experiência no segmento e conta que a ideia é tirar proveito das duas principais faixas etárias dos formandos. “Esses clientes têm dois grandes momentos com a Forma: o fim do ensino fundamental, por volta dos 14 anos, e o fim do ensino médio, com cerca de 18. Como são fases de mudanças em suas vidas, nos quais estão ingressando nos estudos ou no mercado de trabalho, vimos a oportunidade de atrair esse cliente que já está em casa, cujos pais têm grande confiança na empresa”, explica Baccari. Cliente literalmente em casa. Inicialmente os produtos da Studee serão vendidos em espaços exclusivos nas Lojas Forma do ABC Paulista, do Tatuapé e de Moema, em São Paulo. Depois de ganhar mais experiência, a empresa passará a operar para as agências de viagens multimarcas e expandirá para outros cantos do País. “Nenhuma das empresas do Grupo Forma vende de maneira massificada, e o intercâmbio é um segmento que exige serviço pessoal. Por isso esperaremos um pouco antes de vender via agentes de viagens. Até lá vamos capacitá-los e assegurar que estão atendendo no nível que o intercambista merece”, garante Baccari.
ONE STOP
Assistência em aeroporto, seguro viagem, vistos, aconselhamento, passagens aéreas e serviços turísticos. Tudo isso poderá ser encontrado com um atendente na Studee. Além, é claro, de matrículas em escolas de idiomas e em atividades esportivas e culturais. “Esse é o one stop shop, um conceito de encontrar tudo para o seu intercâmbio em um único local, inclusive a visita dos pais, em que podemos agregar a Forma Family.” Estados Unidos, Canadá,
Austrália, Reino Unido, Malta, Irlanda, Espanha, Argentina, Equador e até Cuba — há vários países na prateleira da Studee. Entre as principais apostas estão a combinação de estudos e lazer na Flórida, em parceria com a Disney. Já na parte esportiva, a parceria da Forma com o Club Med pode ser outro trunfo. "A unidade de Sandpiper, na Flórida, tem estrutura para estudantes de ensino médio e especialização em uma atividade esportiva. Caso se destaque, o jovem pode até tentar universidade por meio do esporte." p
Flávio Baccari, diretor da Studee, marca lançada para vender intercâmbio, e da Forma Family
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Cruzeiros marítimos
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>> Karina Cedeño — Santos (SP)
Revitalização a bordo
Agentes de viagens no novo Rooftop Terrace do navio Celebrity Infinity
DIZER QUE OS NEGÓCIOS DA CELEBRITY CRUISES TÊM CRESCIDO TORNA-SE EVIDENTE DIANTE DA alta de 35% nas vendas registradas pela armadora no período entre 2013 e 2015. E os bons resultados podem ser atribuídos, em grande parte, a uma palavra cada vez mais presente no cotidiano da companhia: revitalização. A começar pelo conceito da marca, que ganhou novo enfoque e passou de tradicional a luxo moderno. “A Celebrity costumava ter um conceito conservador, que foi renovado, principalmente após o lançamento da classe Solstice”, conta o gerente de Vendas da Royal Caribbean (detentora da marca Celebrity Cruises), Alex Calabria, lembrando que a revitalização também se estende à relação entre tripulantes e hóspedes, hoje muito mais personalizada, já que a companhia disponibiliza um tripulante para cada dois passageiros durante a viagem. A inovação também ganhou impulso
a partir do momento em que a Royal Caribbean passou a dar maior autonomia à marca Celebrity Cruises, principalmente durante as visitas a agências de viagens. “A Celebrity vivia à sombra da Royal, e assim que a gerente de Contas da Celebrity, Lilian Vicente, assumiu o cargo, passou a cuidar especificamente da marca, dando maior destaque a ela”, comentou. Uma dessas iniciativas foi promovida no último dia 4, quando a armadora levou 45 agentes de viagens para conhecer a revitalização feita no navio Celebrity Infinity, que passou pelo Brasil como parte do itinerário que leva a destinos como Buenos Aires, Ilhabela (SP), Búzios (RJ), Rio de Janeiro, Punta del Este e Montevidéu (ambas no Uruguai) nesta temporada.
NOVO TERRAÇO
Dentre as novidades apresentadas, a que ganhou maior destaque foi o Rooftop Terrace, que está localizado
O gerente de Vendas da Royal Caribbean, Alex Calabria, e a gerente de Contas da Celebrity Cruises, Lilian Vicente
Vista geral do Celebrity Infinity
no deque 12 do navio e oferece aos hóspedes um ambiente multifuncional, servindo como área de lazer durante o dia e cinema ao ar livre à noite. Repleto de sofás e obras de arte, o local ainda oferece diversas opções gastronômicas, que variam de acordo com o destino e a ocasião da viagem. Outras mudanças também foram feitas nas suítes Penthouse e Royal Suite, cujos banheiros, carpetes, cortinas e roupas de cama foram completamente trocados, além da instalação de um estúdio fotográfico profissional no navio, que agora também conta com escritórios de vendas de cruzeiros e nova decoração no cassino e no solarium. O restaurante de especialidades S.S. United States transformou-se na churrascaria Tuscan Grille, já presente nos navios da classe Solstice, com a introdução de um menu que traz massas frescas e carta de vinhos com foco nas
regiões vinícolas da Itália. Todas as mudanças fazem parte de um investimento milionário da Celebrity Cruises na modernização dos navios da classe Millenium, que inclui também o navio Celebrity Summit, com o objetivo de torná-los semelhantes aos navios da classe Solstice no que se refere ao padrão. Lembrando que também está previsto o lançamento da classe de navios The Edge, que contará com duas embarcações de luxo, sendo uma delas em 2018 e a outra em 2020. “Estes navios darão um enfoque especial à questão da sustentabilidade em seus ambientes”, revelou o gerente de Vendas da Royal Caribbean, certo de que este ano trará tantos desafios quanto o anterior, mas confiante de que o crescimento continuará constante, ainda que não atinja índices muito elevados. p
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Aviação
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>> Paula Daidone — Trujillo (Peru)
Do gramado ao céu NA MANHÃ DE 2 DE FEVEREIRO, O JORNAL PANROTAS EMBARCOU EM UM AVIÃO DA COPA AIRLINES rumo a Trujillo, cidade a 560 quilômetros de Lima, no norte do Peru. Não só o destino era diferente, como os passageiros que compunham o voo: a delegação do São Paulo Futebol Clube. Além dos atletas, diretoria, conselheiros do clube e 12 fanáticos torcedores utilizaram um Boeing 737800 estilizado com o brasão e as cores do time para o confronto válido pela fase preliminar da Copa Bridgestone Libertadores 2016, principal competição do continente e que possibilita ao campeão disputar o mundial de clubes. O adversário era o Universidad Cesar Vallejo e o jogo terminou empatado em um a um, levando a decisão para a capital paulista (e que o São Paulo ganhou por um a zero, eliminando o time peruano e garantindo vaga na fase de grupos). Voltando à operação, importante ressaltar que foi a primeira do gênero realizada pela Copa e aconteceu por meio de uma necessidade sinalizada pela equipe esportiva, que estava encontrando dificuldade em conseguir um voo comercial que a levasse até o destino em um tempo razoável — na oferta convencional, o time enfrentaria 16 horas de voo de São Paulo a Trujillo. Nem é preciso dizer que, do outro lado, foi uma forma que a aérea enxergou de estar em exposição para um número maior de consumidores. “É um jogo internacional e que é transmitido mundialmente. Isso nos dá uma exposição incalculável”, explicou o gerente regional de Marketing para América do Sul da Copa Airlines, Emerson Sanglard. Segun-
Aeronave que partiu de Guarulhos rumo a Trujillo carregava as cores e o escudo do São Paulo Futebol Clube
do o diretor, a operação, para existir, mobilizou mais de 100 funcionários da empresa. “Para realizar um voo a uma cidade onde não operamos, temos de observar diversas questões técnicas e de logística. Há uma análise prévia do aeroporto para saber se ele tem capacidade para receber aeronave de grande porte, depois temos de despender um dos aviões das frequências regulares e, ainda, solicitar autorização para voar.” A aeronave que realizou o transporte da equipe partiu da Cidade do Panamá, hub da aérea, com destino a São Paulo vazia e, logo após desembarcar os passageiros em Trujillo, voltou também
Emerson Sanglard, da Copa Airlines, entre os diretores do São Paulo, Vinícius Pinotti e Carlos Augusto de Barros e Silva
vazia para o Panamá, para atender aos voos da malha regular. Tudo isso, claro, tem um gasto operacional alto, que, segundo o diretor, foi de cerca de US$ 250 mil. O valor, porém, não pode ser comparado ao retorno que a ação trará à companhia. “Além do fretamento, os jogadores entraram em campo com a marca da Copa no peito, foram vistos por milhares de pessoas pela TV”, contou Sanglard, animado. Durante quatro jogos, a camisa oficial da equipe recebeu a impressão da logomarca da Copa. “O fã de futebol é o consumidor mais engajado e fiel. As ações nas redes sociais repercutiram rapidamente. A página do São Paulo no Facebook possui mais de seis milhões de fãs, ou seja, foram mais de seis milhões de consumidores impactados diretamente”. Além das ações em mídias sociais, a Copa disponibilizou um vídeo institucional do clube em sua programação a bordo e conta com peças publicitárias na revista entregue gratuitamente aos passageiros. A empresa também tem três Boeing 737-800, igual ao usado no fretamento, estilizados com as cores do time e que ficam disponíveis para atender as rotas comerciais da companhia. Cada aeronave recebe um adesivo especial e que é trocado a cada três meses. O gasto para a confecção e aplicação do material está orçado em US$ 25 mil por aeronave. Mas Emerson Sanglard reforça que o retorno atingido compensa os esforços. "Podemos falar da Copa Airlines antes e depois do São
Paulo. Tivemos uma aceitação muito grande por parte do público e não me refiro apenas ao torcedor são-paulino. O São Paulo é um time bem internacionalizado, há uma identificação em diversos países”, finalizou.
VISÃO TRICOLOR
A parceria também é vista com bons olhos pela diretoria do São Paulo. O presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, afirma que essa é uma aliança institucional importante e que une interesses dos dois lados. "Estamos cada vez mais entrosados e isso gera muita confiança, o que traz bons frutos para ambos, principalmente no âmbito comercial”. Com esse panorama positivo, a intenção de prorrogar o contrato — que termina em abril de 2016 — está cada vez mais forte. “Essa ação pode ser considerada um case. É algo único no País e que traz um reforço de marca muito grande para as duas empresas”, explicou o diretor de Marketing do São Paulo, Vinicius Pinotti, revelando que também há interesse por parte do time em realizar outros fretamentos durante a Libertadores. “Isso resolve muito o nosso problema de logística, além de ser um voo que garante mais privacidade aos atletas, o que se traduz em descanso e melhoria em campo. Esses são fatores primordiais para nós”, finalizou o diretor de Marketing do São Paulo.p --- O Jornal PANROTAS viajou a convite da Copa Airlines
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Mercado
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Henrique Santiago
Primeiros sintomas
DENGUE E TURISMO SÃO PALAVRAS QUE NÃO COMBINAM. QUANDO SOMAMOS A ELAS chikungunya e o ainda desconhecido zika vírus, temos um cenário de temor e insegurança, que envolve a saúde pública nacional e de outros países nas Américas, e também a realização de eventos, como a Olimpíada, e o fluxo de turistas dentro da região e para ela. O zika vírus infelizmente está no trending topics mundial e o Brasil é um dos centros das atenções, por seu tamanho, pelo número de casos e pela forma falha como lidamos com o combate do mosquito e com o tratamento das doenças por ele transmitidas.
SOMENTE AS GRÁVIDAS? A Organização Mundial da Saúde (OMS) relaciona o zika com a microcefalia e por enquanto o alerta maior é em relação a mulheres grávidas ou que desejem engravi-
dar em curto prazo. Como se não fosse o bastante, ainda há uma possível ligação do mosquito com a síndrome de Guillain-Barré, responsável por causar fraqueza e paralisia dos músculos do corpo. Por ser ainda desconhecido, o vírus tem diagnóstico demorado e o tratamento inexiste. Alguns dizem que os sintomas são fracos, outros contabilizam as primeiras mortes (três no Brasil). O medo afeta em cheio nosso Turismo. Os primeiros a se mexerem foram os norte-americanos. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos alertou as grávidas a não viajarem para o Brasil e, com isso, as companhias aéreas começaram a oferecer o reembolso ou a reagendar suas passagens aos países afetados pelo zika vírus. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) vai mais longe e acha que a isenção de taxas para remarcações e cancelamentos deveria ser estendida para todos os passageiros temerosos com a questão do zika vírus.
Até o momento, porém, a preocupação com a possível queda em visitantes não afeta o Nordeste brasileiro, a região mais castigada pelo zika vírus. É o que garantem os políticos. O secretário de Turismo do Rio Grande do Norte, Ruy Gaspar, argumenta que a doença está enraizada nos bairros periféricos, portanto, distante dos principais pontos turísticos. “Nas praias de Pipa e São Miguel do Gostoso, por exemplo, é mais difícil ter a presença do aedes [aegypti]”, disse ele.
PR EO CUPA Ç Ã O REDOBRADA Ainda que o número de brasileiros contaminados pelo vírus ainda seja um mistério, o Ministério da Saúde aponta que o Nordeste registra os maiores casos de microcefalia. Os números mais recentes do órgão apontavam, na semana passada, quase quatro mil notificações de suspeitas da doença em todo o Brasil, sendo mais de três mil somente na região.
A secretária de Turismo de Alagoas, Jeanine Pires, bem como Delma Andrade, responsável pela pasta do Maranhão, reconhecem que o pânico do zika pode ser similar ou pior que o da dengue há 15 anos. Especialistas comparam esse temor ao aparecimento do HIV na década de 1980, especialmente devido ao desconhecimento em relação ao vírus. Pânico e desconhecimento que devem levar a uma retração, entre leve e moderada, no fluxo de turistas, segundo alguns empresários. Para combater isso, a cadeia turística deve se unir o quanto antes para trazer as respostas necessárias para enfrentar esse mal. “Os consumidores têm buscado informações para então decidir se devem ou não cancelar suas viagens. No caso de mulheres grávidas ou que desejam engravidar, realmente existem cancelamentos ou adiamentos de viagens em todo o mundo”, afirmou Jeanine O crescimento da presença do mos> Continua na pág. 14
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quito em solo nacional não preocupou os viajantes. Dias antes do início do carnaval, o secretário de Turismo da Bahia, Nelson Pelegrino, afirmou que os camarotes em Salvador estavam “praticamente esgotados” e a ocupação hoteleira alcançou números surpreendentes até mesmo para o período, de 98%. No Rio de Janeiro, outro Estado onde o aedes voa livremente, mas por enquanto com foco na dengue, a hotelaria também esteve lotada no carnaval, com grande fluxo de estrangeiros. Com um olho na curtição e outro na prevenção, os turistas puderam, entre um intervalo e outro, utilizar a tecnologia para dar um basta à doença. O aplicativo Xô Aedes foi lançado em dezembro passado, para apontar, por meio de fotos, os locais com possíveis focos de zika, dengue ou chikungunya. O GPS facilita a localização e o envio dos arquivos e o acompanhamento do registro de sua ocorrência na internet. Esta facilidade permite aos funcionários da prefeitura atuarem no combate ao mosquito. A ferramenta, aliás, pode ser baixada em Android e IOS e utilizada em todo o Brasil. O secretário de Turismo da Paraíba, Laplace Guedes, afirma que o app, desenvolvido por uma empresa paraibana, tem sido utilizado pela população local. Mas tão importante quanto a divulgação on-line é a presença dos
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PAÍSES AFETADOS PELO ZIKA VÍRUS
Casos com transmissão local:
Sim
Não
Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS), Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doença (ECDC), Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e Ministério da Saúde. Última atualização: 10/02/2016
agentes das prefeituras e os conhecidos panfletos informativos. “Nós queremos sensibilizar a população sobre a doença”. Evitar e erradicar os focos onde o mosquito deposita sua larva é fundamental nesse sentido.
ZIKA OLÍMPICA
Passados os dias de folia, o Brasil tem no calendário o principal evento de esportes do mundo. Os tão aguardados Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, que acontecerão de 5 a 21 de agosto, devem movimentar bilhões de reais na economia brasileira, mas o zika vírus colocou uma enorme in-
terrogação a menos de seis meses do início da festividade. Na semana do carnaval, houve uma polêmica envolvendo alguns comitês olímpicos, como o americano, mas a organização acredita que não haverá cancelamento de atletas por causa do zika, até porque no inverno espera-se que sua atuação já esteja diminuída ou controlada. Preocupado com o cancelamento de viagens de visitantes estrangeiros, o Ministério do Turismo corre contra o tempo para mobilizar a cadeia turística brasileira para evitar a proliferação do mosquito. Além disso, a entidade participa com outras pastas de reu-
niões para discutir o que pode (e deve) ser feito. “É preciso estimular a adoção dos cuidados [de prevenção do zika vírus] para que, ao chegar ao Brasil, o turista tenha a segurança que irá encontrar ambientes livres e protegidos contra o mosquito, seja nos meios de hospedagem ou pontos turísticos, bares, restaurantes ou aeroportos”, declarou o ministro Henrique Alves. Ele reforça a posição da OMS e da Organização Mundial de Turismo (OMT) de que não deve haver restrições de viagens para o Brasil ou qualquer outro país afetado pelo surto do zika. Mas, a poucos meses do início do Rio 2016, o comitê olímpico do Quênia ameaça boicotar o evento. Já os Estados Unidos, inicialmente apontados como os primeiros a motivarem os seus atletas a não participarem da Olimpíada, vieram a público desmentir o que consideram “notícias 100% imprecisas”. O comitê garante que jamais irá aconselhar os profissionais a desistirem da competição. Mesmo distante geograficamente do Rio de Janeiro, o secretário de Turismo do Ceará, Arialdo Pinho, teme pelo pior. Segundo ele, a atenção sobre o vírus pode se sobressair diante das competições em busca de medalhas. “Como é uma novidade até para o mundo, [o zika] vai afetar. É preocupante agora na Olimpíada. É uma coisa muito nova que está se espalhando no mundo inteiro”, lamentou. Além da Cidade Maravilhosa, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Manaus serão sede das disputas de futebol masculina e feminina durante a Olimpíada.
TURBULÊNCIA NO AR “Senhoras e senhores, informamos que as autoridades de saúde estão em constante ação de combate ao
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mosquito que transmite zika, dengue e chikungunya. Como medida de prevenção, recomenda-se o uso de repelentes e, se possível, roupas leves que protejam a maior parte do corpo, inclusive em período noturno, especialmente para as grávidas.” Esta foi a mensagem introduzida pela Gol em todos os seus voos desde o dia 2 de fevereiro. A empresa pode ampliar ou reduzir o tempo de transmissão do alerta, só dependendo da resposta das entidades Abear, Secretaria de Aviação Civil (SAC) e Ministério da Saúde.
DICA DE ESPECIALISTA O MÉDICO INFECTOLOGISTA DO HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS, MARCELO LITVOC, ALERTA QUE O ZIKA PODE SE alastrar com facilidade e rapidez pelo Brasil e mundo. Segundo ele, a transmissão da doença é feita pela picada do mosquito, transfusão de sangue e até pelo contato sexual. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou sobre a presença do vírus na urina e saliva. As temperaturas brasileiras “favorecem” a presença do aedes aegypti. São nas épocas de chuva de verão, segundo ele, em que se registram os maiores focos de água parada. A microcefalia está profundamente ligada ao zika, embora a medicina ainda não comprove. Litvoc aponta que as chances de má-formação do crânio são maiores nos três primeiros meses de gestação. No último trimestre, porém, o risco é menor. O uso do preservativo no ato sexual evita o contágio. O aborto em casos de microcefalia ainda é discutido. Considerado tema polêmico, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprova a prática. “Eu recomendo que os casais que pretendem ter filhos adiem os planos”, salientou o médico.p
Mas o que as companhias aéreas menos querem neste momento é esperar. A iniciativa de cancelamento ou reagendamento de passagens já é adotada pela própria Gol e pela Latam. Inicialmente, a redução na malha para destinos afetados é apenas conversa de bastidor. Ainda sem oferecer este benefício ao seu cliente, a Azul tem notado um número baixo de interrupção de viagem por causa do zika. “Nós estamos avaliando as movimentações do mercado em relação à epidemia de zika vírus para tomar providências quando en-
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tender que há necessidade”, destacou o diretor de Planejamento e Alianças da companhia aérea, Marcelo Bento. Mesmo sem sentir os efeitos do aedes aegypti nos voos, a alemã Condor trabalha ciente de que uma hora os males da epidemia vão atingir as viagens para o Brasil. A companhia voa para três cidades do Nordeste (Fortaleza, Salvador e Recife) e Rio de Janeiro. De acordo com o diretor da Aviareps, Marcelo Kaiser, que atua como representante da transportadora alemã no País, a expansão do aedes para o mundo pode cancelar os planos da
Condor de implantar uma quarta nova rota para os nordestinos, em Natal. “Se a Alemanha recomendar aos seus cidadãos a não viajarem para cá, essa demanda vai diminuir”, enfatizou. Com mais incertezas do que certezas, o zika vírus contamina rapidamente pessoas de todo o mundo. Sem vacina para frear o crescimento da doença, o turismo carrega em sua balança mais um problema neste início de ano. Ao setor resta torcer para que os turistas sigam as orientações médicas e, prevenidos, venham ao Brasil.p > Continua na pág. 16
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MOMENTO DECISIVO
Nelson Pelegrino, da Bahia, Delma Andrade, do Maranhão, e Laplace Guedes, da Paraíba
O ZIKA VÍRUS PODE ATRAPALHAR A NOVA ONDA DE CRESCIMENTO ESPARADA PELO NORDESTE. O potencial eterno da região, que sonha em se vender como Caribe brasileiro, está a poucos passos de desabrochar. Isso se o mosquito e a crise econômica deixarem. De acordo com estudos do Ministério do Turismo, a intenção de viajar dentro do Brasil alcançou 86,4% em dezembro passado. E o Nordeste, não é novidade, aparece como o destino favorito dos turistas. Um total de 36,9% dos brasileiros pretende viajar para a região até junho deste ano. Atento a esse alto fluxo constante de viagens, a Latam Airlines, presente com hubs em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília, causou efervescência na indústria ao anunciar e, posteriormente, adiar por razões de infraestrutura (ou da crise), o investimento de US$ 4 bilhões em um quarto centro de conexões no
Brasil, exatamente no Nordeste. As cidades de Fortaleza, Natal e Recife disputam acirradamente a preferência do grupo, com as duas primeiras despontando como favoritas. Com polêmicas de influências e favorecimento de políticos sendo colocadas em jogo, o hub deve gerar um crescimento de até R$ 2 bilhões à economia do Estado vencedor e até 42 mil postos de emprego em toda a região. Em duas décadas, o fluxo de passageiros será de quatro mil passageiros por hora-pico. Enquanto a resposta definitiva permanece uma incógnita, o secretário de Turismo do Rio Grande do Norte, Ruy Gaspar, segue confiante de que o aeroporto de Natal, com sua infraestrutura e capacidade de expansão, sairá vencedor. E ele até mesmo recorre à Segunda Guerra Mundial para reforçar sua resposta. “Os Estados Unidos escolheram Natal para criar uma base aérea naquele período”, relembrou ele. “Temos um termi-
nal 100% privado, que tem a capacidade de transportar até 70 milhões de passageiros. As obras do acesso sul estão a todo vapor e devem terminar até junho. Tecnicamente, não se pode ganhar da gente”, completou. Já para o Ceará, a proximidade com a Europa é fator preponderante para vencer. A cessão de um terreno por parte da Força Aérea Brasileira (FAB) para a expansão do aeroporto e a inclusão do terminal no pacote de concessões do governo federal foi comemorada pelos cearenses, em especial por Arialdo Pinho, secretário de Turismo. “Quando você determina um Estado como o Ceará, que tem muitas possibilidades para crescer, como um destino internacional, significa que muitos negócios virão também”, declarou ele, complementando que a localização privilegiada com hotéis vai criar novos negócios para a região. Mesmo com cenário adverso, que re-
CASOS DE MICROCEFALIA NO BRASIL Rio Grande do Norte 133 casos em investigação 60 confirmados 15 descartados Pernambuco 1.125 casos em investigação 138 confirmados 110 descartados
Bahia 471 casos em investigação 35 confirmados 27 descartados
UF com casos notificados UF sem casos notificados
Mato Grosso 110 casos em investigação Nenhum confirmado 37 descartados
* Os números apontam casos de microcefalia e alteração no sistema nervoso central de recém-nascidos Fonte: Ministério da Saúde Dados atualizados em 27 de janeiro de 2016
Rio de Janeiro 122 casos em investigação Nenhum confirmado Nenhum descartado São Paulo 18 casos em investigação Nenhum confirmado Nenhum descartados Brasil Em investigação – 3.448 Confirmados – 270 Descartados – 462 Total de casos notificados de 2015 a 2016 – 4.180
flete em prejuízo líquido de alguns bilhões de reais e corte de 10% na demanda nacional, a Latam mantém confiança com sua empreitada no Nordeste. “Nós asseguramos que vamos continuar avaliando todas as condições para a definição da capital que será a sede do hub. Esta decisão poderá ocorrer ainda no primeiro semestre de 2016”, afirmou a companhia, em nota ao Jornal PANROTAS. O secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras, não retornou aos nossos pedidos de entrevista.
TUDO FICA AZUL
Sem esperar movimentações da concorrência, a Azul Linhas Aéreas se antecipou e tornou Recife uma espécie de hub, com a criação de 12 novos voos partindo da capital de Pernambuco. Embora não considere propriamente um centro de conexões e transfira essa importância a Campinas (SP) e Belo Horizonte, a transportadora cresceu sua presença na região e se tornou a primeira empresa a conectar todas as capitais nordestinas. Enquanto os planos de voar para Nova York e Orlando estão engavetados por tempo indeterminado, o diretor de Planejamento e Alianças da Azul, Marcelo Bento, frisa a importância de levar diferentes opções de voos à população brasileira. “Nós temos foco em desenvolver a aviação regional, colaborando para que mais cidades sejam servidas e mais pessoas tenham acesso ao transporte aéreo no País”, destacou. O aporte financeiro das companhias aéreas, sobretudo após a redução da alíquota do ICMS sobre o querosene de aviação, trouxe uma nova perspectiva à região. Segundo a secretária de Turismo de Alagoas, Jeanine Pires, também coordenadora informal da CTI-Nordeste, órgão que passa por problemas com o Ministério Público, os nove Estados vivem uma retomada após anos à deriva.
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“Os aumentos de serviços refletem em uma conectividade maior e mais eficaz na região, que tem grande carência de oferta de voos e de boas conexões. Além disso, avançamos também na conectividade com as outras regiões do País, o que é bastante favorável diante do atual cenário cambial”, explicou. A Condor segue na contramão dos investimentos recentes das brasileiras. Uma das poucas estrangeiras a voar para o Nordeste, a alemã mantém no Brasil três voos (para Fortaleza, Recife e Salvador), que partem lotados de Frankfurt há cinco anos. Com operações saudáveis, o diretor da Aviareps, Marcelo Kaiser, explica que as vendas atualmente correspondem a 77% do público europeu e 23% do brasileiro. Em tempos de crise político-econômica, o executivo diz que o nordestino passou a esperar mais para comprar os bilhetes aéreos, enquanto os estrangeiros se programam com grande antecedência. “O cenário ideal de vendas seria 30% de Brasil”, pontuou. Se por um lado o dólar dificulta a ida da população brasileira ao Exterior, o enfraquecimento do real barateia ainda mais o preço em euro. Mas o Nordeste, como é tão difundido na indústria, ainda é um destino caro. “O inbound está barato para o europeu. Mas não é mais econômico do que ir para o Caribe, por exemplo. O Brasil sempre foi e será mais caro do que outros destinos de praia”, analisou Kaiser. Algo que os portugueses vêm alertando há alguns anos, e as autoridades e empresários fingindo que entendem. Com números de ocupação de assentos que ultrapassam a casa de 94%, o diretor revelou que, caso o País apresente algum sinal de melhora, será mais fácil para a Condor acrescentar uma segunda saída semanal para Fortaleza e até inaugurar um quarto novo destino na região, em Natal.
INDEPENDÊNCIA OU...? A facilidade encontrada na abertura entre companhias aéreas e Estados, no entanto, não é presenciada na política da região. Desde o pedido do Ministério Público de Pernambuco de encerramento das atividades da CTI Nordeste, em razão de práticas irregulares encontradas na gestão anterior à de Jeanine Pires, o setor vive um enorme impasse. Sem saber como será o futuro da entidade em 2016, a "presidente" Jeanine preferiu não comentar o caso e só irá se pronunciar após uma definição. Mas para a secretária de Turismo do Maranhão, Delma Andrade, o mau momento político do Nordeste se reflete em Brasília, mais exatamente no gabinete do ministro do Turismo e a troca de cadeiras. “O ‘efeito cascata’ de mudanças con-
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Jeanine Pires, de Alagoas, e Arialdo Pinho, do Ceará
tínuas no ministério do Turismo gera uma ruptura na continuidade de uma gestão já iniciada. Isso enfraquece a indústria e repercute em suas esferas estaduais”, avaliou. Uma vez em voga no início da década de 1990, os secretários que compõem a cúpula da CTI-NE avaliam que a região, como manda o clichê, ressurgiu das cinzas como uma fênix para mostrar sua força. Até aparecer o poder executivo. “Estamos apenas com uma primeira decisão, que pode ser revertida. O mais lúcido a se fazer é corrigir o equívoco da sentença. Este é um episódio que deverá ser vencido nos próximos meses”, argumentou o secretário de Turismo da Paraíba, Laplace Guedes. À frente do Ceará, Arialdo Pinho é mais enfático. A promoção conjunta com ou sem a entidade por trás dificilmente irá alcançar a aprovação mútua. “Nós, Pernambuco e Bahia, temos uma proporção bem maior em número de turistas do que os demais. Então, não dá para usar o investimento que esses Estados pensam com o investimento que o Piauí, por exemplo, pretende fazer.”
MELHORIAS NECESSÁRIAS No primeiro semestre de 2015, o Ministério do Turismo, bem como outras pastas, sofreu um corte brusco. Se a verba de R$ 1,8 bilhão destinada para Henrique Alves trabalhar no ano já era baixa, a readequação para R$ 476 milhões tornou a promoção turística praticamente inviável. O baixo orçamento não foge à realidade do Nordeste. Por isso a CTI-NE, como aponta Delma Andrade, é ainda mais relevante nos dias atuais. “O Maranhão herdou uma verba muito baixa em comparação com outros Estados. Nós precisamos unir a região, porque sozinhos a gente nunca consegue fazer a promoção”, acredita ela. Mesmo com o bolso meio cheio e meio
vazio, Delma somou forças para unir as secretarias de Turismo e Cultura em apenas uma a partir de março. A junção traz maior alívio aos cofres e o trabalho em harmonia para explorar roteiros culturais na capital São Luís em parceria com o poder público e o Sebrae, acredita ela. “A fusão é benéfica, pois temos uma riqueza cultural que ainda não foi potencializada. Neste caso, temos de fazer pequenas adaptações em atendimento ao turista e na criação de material informativo. A cultura é necessária para o turismo, ambos são como irmãos gêmeos”, destacou. Concebida como um verdadeiro paraíso, a Rota das Emoções ficou esquecida no tempo até ser reiniciada no fim de janeiro deste ano pelos destinos envolvidos: Ceará, Piauí e Maranhão. A sinalização turística e qualificação dos profissionais foi o primeiro passo, o essencial, aliás, para dar sequência à popularização no Brasil e, posteriormente, internacionalizar o produto. “Não adianta querermos fazer uma divulgação nacional, tentando fazer com que fique conhecido no mundo inteiro, temos de trabalhar por segmento. Se for um produto de aventura, então tem de ser destinado a esse público para começar a ficar conhecido. A popularização e os outros segmentos acontecem naturalmente”, opinou Pinho. Ao procurar o secretário de Turismo do Piauí, Flavio Nogueira Jr., a reportagem do Jornal PANROTAS foi desligada da conversa após o político saber do conteúdo. O trabalho do mandatário não atrai a satisfação dos cidadãos piauienses. E como aponta a imprensa local, ele assumiu o posto deixado por seu pai e está envolvido em situações incômodas, como a contratação sem licitação de uma empresa de produção artística para o carnaval e as obras intermináveis do centro de convenções. À parte os constrangimentos, o Nordeste carrega em si poucos eventos
de capacitação e promoção turística. É possível contar nos dedos de uma mão o número de feiras que atraem grande público: o Festival de Turismo de João Pessoa e a Bolsa de Turismo do Nordeste (BNTM), esta última realizada pela (finada?) CTI-NE, para compradores de fora do País. O secretário de Turismo da Bahia, Nelson Pelegrino, acredita que o modelo panfletário está ultrapassado. Para a edição de 2017 da BNTM, que acontecerá em sua terra, aposta em um novo modelo a ser realizado dentro de um resort para capacitar os agentes de viagens. “Diferente de uma feira, vamos apostar mais em rodadas de negócios para os profissionais. Temos que consolidar a BNTM para depois discutir novos caminhos”, explicou. Com o caixa reduzido e o futuro indefinido da CTI-NE, Jeanine Pires aposta em investimentos mais modestos para Alagoas, como ações de marketing digital e relacionamento com grandes players da cadeia turística. Além disso, a secretária aguarda a conclusão das obras de duplicação da AL-101 Norte, rodovia que conecta Maceió a praias como Maragogi e São Miguel dos Milagres. Por outro lado, a Bahia se promove Brasil afora como um destino além do sol e mar. Mas o dever de casa ainda precisa ser entregue, mesmo com o atraso de dois anos. Previsto para ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014, o Aeroporto de Salvador foi eleito pelos votantes da pesquisa de satisfação da Secretaria de Aviação Civil como o segundo pior do Brasil, atrás apenas de Cuiabá. Mas Pelegrino garante que este panorama será revertido em breve. “Em abril vamos iniciar um novo processo de rodada de concessão. Vamos instalar um novo terminal, uma segunda pista e triplicar a capacidade de passageiros”, prometeu o secretário.p
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SurFACE
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Mudança estratégica
Alberto Grau Neto deixou a diretoria de Operações da GJP Hotels & Resorts, retornando a Portugal (ele tem residência no Algarve), onde estuda dois projetos ligados à hotelaria da região. Segundo Grau, ele se comprometeu com Paulus a sair apenas depois da abertura do Prodigy Santos Dumont (aberto no final de 2015) e do hotel de Confins, recém-inaugurado. “Foi em comum acordo com o Guilherme Paulus. Anunciei minha vontade de voltar à Europa e considero que cumpri meu ciclo na rede, chegando a 16 hotéis e consolidando novas marcas”, disse Grau ao Jornal PANROTAS, prometendo em breve anunciar seu novo desafio profissional e seus contatos europeus.
Christophe Didier, diretor Brasil da Etihad, Mariana Trevizan, gerente de Vendas, Pati Figueiredo e Wagner Chaves, da Sakuratur, Monique Sarah, responsável pelo atendimento da Sakura na Etihad, e Juliana Ribeiro, gerente de Marketing da aérea dos Emirados Árabes Unidos
Campeões de vendas
Alberto Grau Neto
Reformulação
O presidente da rede hoteleira GJP, Guilherme Paulus, aproveitou a saída de Alberto Grau Neto, que ficava baseado em Porto Alegre, para reformular a estrutura da empresa. Transferiu a sede para Santo André, no ABC paulista (onde também está o QG da CVC), nomeou representantes pelo Brasil, contratou um novo diretor de Vendas (que será anunciado em março) e convidou Jan von Bahr, diretor do Sheraton da Bahia, um dos hotéis do grupo, para tocar a área de Operações. Em Porto Alegre, ficaram apenas os departamentos de Reservas, RH e Marketing. Marcelo Moura, hoje assistente de von Bahr, deverá ser o novo gerente de operações do hotel de Salvador. Outro destaque da rede, de acordo com Paulus, é a abertura (já concluída) de 120 apartamentos no Marupiara, em Porto de Galinhas (PE). As próximas inaugurações da rede, depois do Prodigy e do Linx de Confins, em 18 de fevereiro, serão o Prodigy Gramado (RS), em julho, o de Brasília, em outubro, e o hotel de Juiz de Fora, até o final do ano. “Fortaleza, Natal e as grandes capitais onde ainda não estamos estão na nossa mira”, garante von Bahr, que está na GJP desde 2011.
O diretor da Etihad Airways no Brasil, Christophe Didier, a nova gerente de Vendas, Mariana Trevizan, e boa parte da equipe de Vendas, Marketing e suporte da empresa no País, receberam os maiores vendedores de 2015 da aérea dos Emirados Árabes para uma premiação na capital paulista. A Etihad é uma das poucas empresas do mercado a divulgar o ranking de vendas, aumentando a concorrência ano a ano entre as distribuidoras. O Top 10 da Etihad teve 14 empresas, 11 pelas vendas nacionais (houve empate na décima posição) e mais três regionais pelas regiões Sul (Skyteam) e Centro-Oeste (Confiança) e pelo Rio de Janeiro (High Light). As 14 empresas representam mais de 70% das vendas da Etihad no Brasil. Ainda este ano, o grupo de Top Sellers embarcará em uma viagem a Omã.
Maiores vendedores Etihad 1o lugar – Sakuratur 2o lugar – Transpac 3o lugar - Rextur Advance 4o lugar – Esferatur 5o lugar – BBTur
6o lugar – Gapnet 7o lugar – Flytour 8o lugar – Tunibra 9o lugar – Princess 10o lugar – CWT e Hallelujah, empatadas
Isenção de taxa Os membros da ABIH-MG estão comemorando a decisão publicada pela 7a Vara Cível de Belo Horizonte, que determina que o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) não efetue a cobrança de taxa de direitos autorais em relação aos aparelhos de rádio e de televisão presentes nos apartamentos dos hotéis associados à entidade. “Estamos muito felizes com a decisão, que já significa um alívio financeiro para os hotéis. E essa cobrança é totalmente descabida, sem base de cálculo palpável, sem fiscalização quanto à sua destinação”, declarou a presidente da ABIH-MG, Patrícia Coutinho, que também aguarda a decisão de outra ação movida contra o governo de Minas Gerais,
A presidente da ABIH-MG, Patrícia Coutinho
questionando o aumento do ICMS sobre a conta de energia, que foi de 18% para 25% este mês. De acordo com informações do Mercure Lourdes, um dos hotéis da capital mineira que pagavam a taxa de direitos autorais ao Ecad, o valor já girava em torno de R$ 6 mil.
Guilherme Paulus, presidente, e Jan von Bahr, diretor de Operações da GJP Hotels & Resorts
Operação suspensa
A Gol informou que suspendeu temporariamente sua operação em Caracas, na Venezuela, até que a questão da remessa dos recursos da companhia no país seja resolvida. A empresa tem cerca de R$ 400 milhões bloqueados pelo governo do país. Segundo a Iata, o montante devido às empresas aéreas que operam ou operaram na Venezuela chega aos US$ 4 bilhões. "Os clientes impactados estão sendo reacomodados em voos de outras aéreas e recebendo toda a assistência necessária”, garante a Gol em comunicado.
Ponto a ponto O Relatório de Mercado Focus, do Banco Central, manteve a estimativa da cotação do dólar em R$ 4,35 ao final de 2016 Hotelaria brasileira teve queda de 7,6% na ocupação acumulada de 2015 , segundo o Fohb
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Operação retomada
Em outubro passado, o Grupo Unesul, com sede em Porto Alegre, anunciou o encerramento das atividades. Desde então, Denise Sartori, que ocupava o cargo de administradora geral da empresa, Maria de Fatima Tubino (supervisora comercial) e Neide Lima (supervisora de Vendas) iniciaram um processo para retomar o segmento de operação do grupo, intitulado UTL. “O nome foi transferido com autorização da Unesul e, a partir daí, constituímos uma nova empresa, sob o nome de UTL Turismo”, completou ela, que atuou na Unesul por 34 anos. Suas parceiras atuaram por 25 anos na empresa. A nova empresa iniciou atividades no último dia 11, garantindo que oferecerá qualidade no atendimento às agências. As sócias informam que os profissionais podem entrar em contato pelo tel.: (51) 32288111 ou pelos e-mails fatimaoperadora@utlturismo.com. br e denise@utlturismo.com.br. Até o final do mês estará disponível também o site www.utloperadora.com.br.
Único CEO
O executivo Fritz Joussen foi escolhido para o cargo de único CEO do Tui Group na reunião anual de diretores da companhia, realizada no último dia 11, em Hannover, Alemanha. Joussen dividia a gestão da companhia até dezembro de 2014 com Peter Long, que, por sua vez, ocupou o cargo de CEO da Tui Travel PLC, subsidiária criada em 2007, após a fusão entre a First Choice e a divisão de Turismo do Tui. Também durante a reunião, Peter Long foi eleito novo membro do conselho de supervisão da companhia, com Klaus Mangold e Mike Hodgkinson sendo reeleitos chairman e vice-chairman do conselho, respectivamente.
Jogos de azar
O Ministério do Turismo está desenvolvendo um estudo a favor da legalização de jogos de azar, bingos e cassinos. O PLS 186/2014, de autoria do senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, foi aprovado pela Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional em dezembro passado e, atualmente, tramita na Câmara dos Deputados. Atualmente, a principal barreira que o projeto enfrenta vem da bancada evangélica, que pede mais rigor nos itens de exploração de cassinos, bingos, jogos eletrônicos e jogo do bicho. Se o projeto for aprovado, serão credenciadas no máximo dez casas de bingo por município e os cassinos irão funcionar somente em complexos turísticos, hotéis e restaurantes. Para Ciro Nogueira, o Brasil deixa de arrecadar em torno de R$ 15 bilhões anuais com a ausência de regulamentação dessas atividades.
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As sócias da UTL Operadora: Maria de Fatima Tubino, Denise Sartori e Neide Lima
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