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R$ 11,00 - Ano 24 - nº 1.224 29 de junho a 5 de julho de 2016
FUTURO INCERTO Após a demissão de Henrique Alves, o presidente interino Michel Temer estuda a situação do Ministério do Turismo. Enquanto a indústria se posiciona sobre um possível substituto, o governo se cala e cogita até não ter mais a pasta. E agora? > Páginas 28 e 29
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29 de junho a 5 de julho de 2016 JORNAL PANROTAS
Check-IN
Épocas do ano preferidas para viagens:
anos
10% 6%
1º - Natal e réveillon 2º - Férias de janeiro 3º - Férias de julho
mais d e 60 an os
35 a 44
30% - São Paulo 13% - Rio de Janeiro 7% - Minas Gerais 5% - Bahia
54% 46%
55 a 64
16% anos
28% anos
40%
18 e 24
Página 10 Abroad Corporate discute o dia a dia do gestor de viagens
Onde moram: Por gênero:
anos
Páginas 04 a 07 Interesse do brasileiro pelos Estados Unidos é evidente mesmo na crise
Por faixa etária:
25 a 34
LEIA NESTA EDIÇÃO
QUAL É O PERFIL DO TURISTA BRASILEIRO?
DESTINOS MAIS PROCURADOS:
Página 11 PANROTAS Next se prepara para desembarcar em Goiânia
Internacionais:
1º - São Paulo 2º - Salvador 3º - Fortaleza 4º - Recife Nacionais: 5º - João Pessoa
1º - Nova York 2º - Miami 3º - Orlando 4º - Lisboa 5º - Los Angeles
E d i t o r i a l > Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br Páginas 16 a 18 Festival das Cataratas aprende com erros e planeja crescimento
Páginas 24 e 25 O Rio que você precisa conhecer também é acessível
Com ou sem ministério? Eis a questão. Mais importante que a pasta é a conscientização por parte do governo e do Congresso (e por que não do Judiciário também?) de que a indústria de Viagens e Turismo é... uma indústria. Um setor que gera empregos e renda, impostos e desenvolvimento, seja levando o brasileiro para conhecer o País, visitar parentes e amigos, conhecer culturas em outras nações, fazendo intercâmbio, negócios, participando de eventos, exportando e importando bens, se divertindo ou trabalhando. E uma indústria precisa, além de ser taxada pelo governo, de uma política que incentive seu crescimento. De uma estratégia. De bases, leis, fundamentos e processos que ajudem o empresariado. Se é para ter um ministério, que tenha força política, verba e um
quadro capacitado. Ter uma pasta que sirva de moeda de troca política não interessa a ninguém, nem à indústria, nem ao governo (e em nenhum outro ministério), nem ao Brasil que queremos. Ter o Turismo atrelado a um ministério maior (já que impactamos e nos conectamos a mais de 50 setores da economia) pode, sim, dar certo, desde que, de novo, não sejamos o apêndice, o cala a boca, o adereço para não passarmos vergonha internacionalmente ao dizermos que não damos bola ao Turismo. Na semana passada, durante o IPW em Nova Orleans, representantes de todo o mundo perguntavam aos participantes brasileiros sobre dois assuntos: a economia cambaleante e se a Olimpíada iria ser realizada, durante da enxurrada de más notícias divulgadas nos Estados Unidos - do zika à poluição, da corrupção
à onça morta na cerimônia da tocha, da falência do Estado do Rio à demora em algumas obras. Somos apenas isso? É essa a imagem que ficou depois de uma Copa do Mundo? E notem que as perguntas nos foram feitas não apenas por americanos, mas sim por profissionais de todo o planeta que estiveram em Nova Orleans. Ter ou não ter Ministério do Turismo? Depende. Se vamos continuar de pires nas mãos e chorando por não nos entenderem ou se vamos, de fato, dar um salto político e ser ouvidos sobre regras, mandos e desmandos, que impactam nosso negócio e, por consequência, o desenvolvimento do País. Enquanto isso, os Estados Unidos comemoram 77 milhões de turistas e US$ 255 bilhões em gastos. Por falar na política americana... Bom, isso é tema para outro momento.
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PANROTAS — Versão digital das publicações da editora
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29 de junho a 5 de julho de 2016 JORNAL PANROTAS
Expediente PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta DIRETOR EXECUTIVO José Guilherme Condomí Alcorta DIRETORA INTERNACIONAL Marianna C. Alcorta DIRETORA DE MARKETING Heloísa Prass
S
E U Q A DEST >
DIRETOR DE TI Ricardo Jun Iti Tsugawa
DO PORTAL
PANROTAS
16/6 a 22/6
1 Ryanair: “Evitamos o Brasil por causa da corrupção” – em 21/6
2 Após saída de Alves, MTur pode ser
REDAÇÃO Editor-chefe: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) Editor: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Editor Rio de Janeiro: Diego Verticchio (diego@ panrotas.com.br)
extinto por Temer – em 20/6
3 Melhores dias e horários para publicar no Facebook – em 21/6
Coordenador: Danilo Alves Reportagens: Henrique Santiago, Rodrigo Vieira, Karina Cedeño, Rafael Faustino, Renato Machado, Fernanda Cordeiro (estagiária) e Roberta Queiroz (estagiária) Fotógrafos: Emerson de Souza e Marluce Balbino MARKETING Assistente: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Kátia Alessandra, Pedro Moreno e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) EXECUTIVO SÊNIOR DE RP Antonio Jorge Filho (jorge@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) New Cast Publicidade Ltda SRTVS - QD 701 - BL. k - Sala 624 Ed. Embassy Tower - Cep: 70340-908 | Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Season Turismo e Marketing e Esportes Ltda R. Gal. Severiano, 40/613 - Botafogo | Cep: 22290-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2529-2415 / 8873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner O Jornal PANROTAS é vendido somente por assinatura. Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Lis Gráfica e Editora Ltda. (Guarulhos/SP)
PARCEIRAS ESTRATÉGICAS
MEDIA PARTNER
LACTE 11 LATIN AMERICAN CORPORATE TRAVEL & Events E XPERIENCE
ASSOCIAÇÕES
4 Sete festas de rua do mundo para conhecer e participar – em 17/6
5 Saiba como são escolhidos os
números dos voos – em 21/6
6 Promoções “imperdíveis” podem ser golpe; leia artigo – em 22/6
7 “Parque do sexo” perde atração e adia inauguração – em 16/6
8 Dez passeios gratuitos para aproveitar o verão em NY – em 17/6
9 Legoland Florida Resort apresenta CEO mirim; conheça – em 20/6
10 Citado em delação, Henrique Alves deixa o MTur – em 16/6
11 Latam é a empresa mais atrativa no Brasil; veja ranking – em 21/6
12 Academia de Eventos exige fim do Ministério do Turismo – em 21/6
13 Flytour Viagens indica possível feirão com MMTGapnet – em 17/6
14 Líderes chamam de retrocesso possível extinção do MTur – em 21/6
15 Universal revela detalhes de novo parque; conheça – em 22/6
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Destinos
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> Artur Luiz Andrade e Diego Verticchio, Nova Orleans (Estados Unidos)
Brasil (e o dólar)
ainda fortes
A CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA TEM SIDO DEVASTADORA PARA A INDÚSTRIA DE VIAGENS E TURISMO, E UM DOS INDICADORES MAIS EVIDENTES É O CORTE DE OFERTA AÉREA doméstica (mais de 10% em seis meses) e internacional (empresas como a Koren Air e Singapore Airlines estão deixando o País, por exemplo). Para os Estados Unidos, companhias como Azul, Tam, Gol, American e Delta têm cortado voos, especialmente de cidades fora de São Paulo, como Campinas, Curitiba e Brasília. Na verdade, é um ajuste à demanda e à desaceleração das viagens dos brasileiros. A boa notícia, porém, é que, mesmo com a crise a todo vapor, a ida de viajantes de nosso País para os Estados Unidos caiu apenas 2% no ano passado, em relação a 2014, totalizando 2,2 milhões. E os gastos, que chegaram a US$ 13,6 bilhões, na realidade foram 1% mais altos que no período anterior. O que isso significa? Que as empresas estão certas em cortar capacidade, já que não há crescimento, mas que os brasileiros não deixaram de viajar para os destinos americanos, aproveitando não apenas as promoções aéreas, mas tam-
bém garantindo esse direito (e prazer) conquistado nos últimos anos. Basta lembrar que há dez anos o Brasil não era Top 10 para os Estados Unidos e hoje é sétimo em visitação (ou quinto, sem Canadá e México) e quinto em gastos (ou terceiro sem os vizinhos americanos). Logo depois dos atentados de 11 de setembro, o número de brasileiros nos Estados Unidos era de pouco mais de 300 mil. O crescimento de lá para cá, graças a melhoras em nossa economia e ao trabalho da indústria (lá e cá), foi impressionante. No ano passado, a queda se deu de agosto a dezembro, ficando os sete primeiros meses de 2015 acima de 2014. Mas como sabemos a crise foi ficando mais grave e o consumidor mais desconfiado no final do ano passado. A expectativa para 2016 é de uma queda entre 5% e 10%, o que nos deixa ainda acima dos dois milhões de turistas, com a recuperação dependendo de nossa trajetória política.
PRESENÇA GARANTIDA
O recado visto na última edição do IPW, feira para promover e vender os destinos americanos para compradores inter-
nacionais, como operadores e consolidadores, foi bastante claro: as relações mais duradouras e que rendem frutos são as que se mantêm na saúde e na doença. "Estamos no Brasil há décadas e não vamos sair. Porque sabemos que crises vão e vêm e sempre saímos mais fortes delas", disse o presidente do Greater Miami CVB, Bill Talbert. "O Brasil é nosso maior mercado. Passou o Canadá há dois anos e será para sempre assim. Temos voos para mais de dez cidades brasileiras, estamos perto do mercado, somos um destino de férias para todos os nichos", continuou. A vice-presidente de Vendas e Marketing da Disney Destinations, Lynn Clark, também é categórica: "o Brasil continua sendo nosso maior mercado em toda a América Latina. Sabemos que há uma crise, mas os brasileiros continuam vindo a nossos parques e resorts em Orlando". Segundo ela, não houve necessidade de fazer promoções especiais por conta da crise brasileira. "Temos uma variedade de hotéis, do econômico ao luxo, os ingressos custam menos se você compra por mais dias, e o brasileiro já sabe que temos novidades a cada temporada, das princesas de Frozen, no Epcot, aos personagens de Guerra nas Estrelas, no Hollywood Studios", comenta. Números de outros destinos, como
Nova York e Kissimmee (veja box), confirmam que o brasileiro ainda é um turista cobiçado, que está gastando um pouco menos (especialmente em shoppings e hotéis superiores, talvez buscando mais experiências e hospedagem e transporte alternativos), mas que continua fiel às cidades e atrações de que mais gosta. Las Vegas, The Palm Beaches, Tampa, entre outros, também prometem continuar apostando no Brasil. "Os brasileiros estão entre nossos maiores mercados e assim vai continuar. Estamos comprometidos com o Brasil", garante o presidente do Tampa Bay CVB, Santiago Corrada, que realizou, no IPW, em parceira com St. Petersburg/Clearwater, outro destino que investe em promoção no País, um evento apenas para o trade brasileiro. "Quem faz isso se não acredita no Brasil?", perguntou Corrada.
DÓLAR FORTE
A questão da crise econômica brasileira, porém, não é o único problema para a indústria de Viagens e Turismo nos Estados Unidos. Desde 2015, os números globais acenderam uma luz de alerta para entidades como a US Travel Association e a Brand USA, que organizam o IPW: o dólar valorizado mundialmente está afetando outros mercados em
05 suas viagens para os Estados Unidos. Os números preliminares divulgados no IPW mostram que o maior emissor de visitantes, o Canadá, caiu 10% em 2015 no envio de turistas. Isso significa praticamente um Brasil. Foram 20,7 milhões em 2015, de um total de 77,5 milhões de visitantes estrangeiros (também segundo projeções do Departamento de Comércio). Enquanto os mexicanos cresceram 18% e chegaram a 18,4 milhões de turistas, os canadenses encolheram. Em dezembro, Brasil e Canadá caíram 15% no envio de turistas. Olhando por um ângulo, os resultados são bons: 3,3% de aumento de turistas estrangeiros, incluindo 9,9% de longa distância, com o Reino Unido e a China registrando 18% de incremento. Mas por outro, a Brand USA reviu seus planos de crescimento. Se em 2014 o Turismo receptivo internacional precisaria crescer 4,2% por ano de 2016 até 2021 para atingir a meta de 100 milhões de visitantes estrangeiros estipulada pelo presidente Barack Obama, agora esse índice terá de ser de 4,8% ao ano. Também os gastos podem trazer preocupação: foram cerca de US$ 216,9 bilhões em receita para o país, uma queda de 2% em relação a 2014. Ainda deixa a balança turística bem positiva (os americanos gastaram US$ 156 bilhões no Exterior), mas no Top 10 cinco mercados caíram seus gastos nos Estados Unidos em 2015: Canadá (16%), Japão (6%), Reino Unido (7%), Alemanha (8%) e França (3%). A China, com US$ 26,9 bilhões em gastos e a queda dos canadenses é a maior fonte de receita para o Turismo americano. Destaque ainda para o crescimento de 13% da Coreia do Sul em gastos e a estabilidade do Brasil (1% de aumento). Ainda na América Latina, a Colômbia caiu 3,1%, chegando a 853 mil turistas, fruto da valorização do dólar, e a Argentina cresceu 15,6%, totalizando 791 mil visitantes. A Venezuela, com 590 mil turistas, caiu 4%.
O JEITO É LIQUIDAR?
Com o alerta ligado e sem tempo a perder, muitos podem pensar que o caminho é a liquidação, as promoções, atrair turistas pelo preço. Não é o que pensa o presidente da Brand USA, Chris Thompson. "Não vamos fazer uma liquidação dos Estados Unidos. Estamos apostando em agregar valor", disse ele aos jornalistas
presentes ao IPW 2016. Agregar valor significa mostrar ao visitante como vale a pena viajar pelos Estados Unidos, pelo conteúdo existente, a diversidade, as experiências e as combinações possíveis. A Brand USA iniciará uma nova campanha internacional sugerindo 53 pares de destinos para os estrangeiros. Ou seja, em vez de ir aos Estados Unidos e visitar uma cidade, agregar valor e combinar dois destinos que se casam ou complementam. Ele citu como exemplo Hamptons e Nova York, São Francisco e Yosemite e Chicago e Grand Haven. Para compensar a queda dos canadenses, a Brand USA também aumentará o número de países onde faz promoção diretamente ao consumidor final: agregará Itália e Holanda, chegando a 16 mercados. Brasil, Colômbia e Chile são os mercados que
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O vice-governador da Louisiana, Billy Numgesser, o presidente do CVB de Nova Orleans, Stephen Perry, o presidente da US Travel, Roger Dow, e o presidente da Brand USA, Chris Thompson > Continua na pág. 06
06
< Continuação da pág. 05
--- O Jornal PANROTAS viajou a convite da US Travel Association, voando Delta e United Airlines, com proteção GTA e Intermac
Divulgação
representam a América do Sul, sendo que o órgão tem ações com o trade de 36 países (Argentina, Chile e Brasil são os representantes sul-americanos nesse caso). Esses 36 mercados representam, segundo a Brand USA, 90% dos emissores de turistas para o país. A previsão é de que o Brasil caia um pouco nos próximos dois anos, mas não há planos de desistir de um mercado tão grande. Em agosto será lançado no País, com direito a sessão para convidados do trade e outras abertas ao público em geral, o filme National Parks Adventure, em Imax 3-D, celebrando os 100 anos dos parques nacionais americanos. A narração é de Robert Redford e quem viu garante que o desejo de conhecer os Estados Unidos aumenta imediatamente. Mais especificamente 81% dos espectadores se disseram mais inclinados a visitar os Estados Unidos. De acordo com a Brand USA, isso também ocorre depois dos megafams para profissionais (haverá um megafam global este ano) e dos treinamentos que são feitos com operadores e agentes de viagens. p
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Foram feitas mais de 100 mil reuniões de negócios no IPW 2016
BANCODEDADOS Turistas estrangeiros nos Estados Unidos (dados preliminares):
Chris Thompson, presidente da Brand USA
ll Total: 77,5 milhões (+3,3%) ll Longa distância: 38,4 milhões (+9,9%) ll Gastos: US$ 216,9 bilhões (-2%) p
TOP 10
número de visitantes 1 - Canadá: 20,7 milhões. Queda de 10% em 2015 e 2% em 2014, especialmente devido à desvalorização do dólar canadense frente ao americano. O Canadá representa 26,7% de todos os visitantes internacionais nos Estados Unidos. 2 - México: 18,41 milhões. Um crescimento de 8% que está ameaçado pela candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Ele vai erguer um muro na fronteira ou não? É o sexto ano de crescimento dos mexicanos, que representam 23,8% do total de chegadas internacionais. 3 - Reino Unido: 4,9 milhões. Aumento de 18%, batendo o recorde que existia desde 2000. 4 - Japão: 3,76 milhões. Incremento de 4%, mas ainda bem abaixo dos 5,4 milhões de dez anos atrás. 5 - China: 2,6 milhões. Com 18% de taxa de
BANCODEDADOS Gastos dos brasileiros em miami:
ll Hospedagem: US$ 266,8 milhões ll Alimentação: US$ 383,2 milhões ll Transporte: US$ 124,5 milhões ll Entretenimento: US$ 183,3 milhões ll Compras: US$ 410,5 milhões ll Total: US$ 1,37 bilhão Fonte: Greater Miami CVB (2015)
p
crescimento, deixou o Brasil para trás e agora ocupa a quinta posição. 6 - Alemanha: 2,27 milhões. Os alemães cresceram mais de 10% e graças à queda de 2% do Brasil agora ocupam a sexta posição. 7 - Brasil: 2,22 milhões. Queda de 2% depois de mais de dez anos de crescimento, o que significou a perda de duas posições no ranking. 8 - Coreia do Sul: 1,76 milhão. Incremento de 21%, o maior no Top 10 e suficiente para passar a França. 9 - França: 1,75 milhão. Perdeu por pouco para os coreanos, mas cresceu 6%. 10 - Austrália: 1,45 milhão. Recorde de australianos nos Estados Unidos, com aumento de 11%.
gastos nos Estados Unidos 1 - China: US$ 26,9 bilhões ou US$ 74 milhões por dia (+12%) 2 - Canadá: US$ 22,1 bilhões (-16%) 3 - México: US$ 18,9 bilhões (+1%) 4 - Japão: US$ 16,6 bilhões (-6%) 5 - Brasil: US$ 13,6 bilhões (+1%). O Turismo representa 49% das exportações dos Estados Unidos para o Brasil 6 - Reino Unido: US$ 12,6 bilhões (-7%). Os ingleses já foram terceiro nesse ranking, em 2008 7 - Índia: US$ 10,6 bilhões (+8%) 8 - Coreia do Sul: US$ 8,8 bilhões (+13%) 9 - Alemanha: US$ 6,8 bilhões (-8%), o menor gasto no país em cinco anos 10 - França: US$ 5,7 bilhões (-3%)
B R A ZILI A N O V ER V IE W DESDE A DÉCADA DE 1980, A PANROTAS, PRESIDIDA POR GUILLERMO ALCORTA, PRODUZ E DISTRIBUI NOS ESTADOS UNIDOS, COMEÇANDO
pelo IPW (que então se chamava Pow Wow), a publicação Brazilian Overview. O objetivo é reunir em um só local o máximo de estatísticas e dicas para quem quer fazer negócios com o Brasil. Dar uma dimensão do nosso tamanho e importância regional e globalmente (nosso PIB é o maior da América Latina e temos 205 milhões de habitantes), e também levar informações técnicas, como
José Guilherme Alcorta, Simone Araújo, Diego Verticchio, Helene Chalvire e Artur Luiz Andrade, todos da PANROTAS
número de voos do Brasil para o Exterior, lista dos principais players e ainda um overview dos produtos PANROTAS. A edição 2016/2017 foi distribuída no IPW de Nova Orleans e, como sempre, muito bem recebida (e disputada) por todos. Quem tiver interesse em uma cópia pode mandar um e-mail para valderez@panrotas.com.br.p
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OS NÚMEROS DO BRASIL NO ANO PASSADO, 747,5 MIL BRASILEIROS VISITARAM MIAMI, NA FLÓRIDA, UM AUMENTO DE 2% SOBRE 2014 (O TOTAL NOS ESTADOS UNI-
dos foi de 2,2 milhões, queda de 2%). Esses brasileiros que estiveram em Miami gastaram US$ 1,37 bilhão, uma queda de 15% sobre o ano anterior (no País, houve aumento de 1%, chegando a US$ 13,6 bilhões). O Brasil é o maior mercado para Miami, tendo ultrapassado o Canadá há dois anos. Em 2015, os canadenses no destino somaram 696 mil. Colômbia (554 mil), Argentina (432 mil), Alemanha (382 mil) e Inglaterra (325 mil) vêm em seguida. Os números são bons, mas o presidente do CVB de Miami, Bill Talbert, quer mais, afinal, há mais de 1,5 milhão de brasileiros que chegam aos Estados Unidos e não passam por Miami. Segundo dados do CVB, o gasto médio por dia desses brasileiros foi de US$ 273,23 por pessoa (queda de 3,6%) e houve uma diminuição de 13,5% no número de noites no destino: 7,75 em 2014 e 6,7 em 2015. Ainda de acordo com as estatísticas de Miami, 84% dos turistas ficou em hotel, sendo que Miami Beach, que tem a hotelaria mais cara, caiu 12,7%. O CVB não tem dados sobre a hospedagem na Airbnb, mas Talbert revela que é uma alternativa que tem crescido, assim como o Uber, que está legalizado no destino desde maio.
NOVA YORK
No ano passado a cidade de Nova York recebeu 58,3 milhões de turistas, sendo 12,3 milhões estrangeiros e a meta para 2016 é chegar aos 59,7 milhões, sendo 12,7 milhões de fora do país. Do Brasil, foram 926 mil visitantes, praticamente um empate em relação a 2014 (921 mil) e a previsão para 2016 é receber 948 mil brasileiros. Ou seja, a NYC & Company mantém sua aposta no Brasil e no apelo que a cidade tem em seus diversos bairros. O mercado brasileiro só perde para o Reino Unido, que enviou 1,2 milhão de visitantes para Nova York. A China está em terceiro lugar, com 852 mil e a França em quarto, com 716 mil.
OUTROS
Cerca de 150 mil brasileiros se hospedaram em Kissimmee, cidade vizinha a Orlando, no
ano passado, e no primeiro trimestre de 2016 já foram quase 40 mil. Ou seja, 2016, seguindo essa tendência, deve empatar com 2015. Segundo a vice-presidente da Pegasus Transportation, Claudia Menezes, os grupos de adolescentes e viajantes em geral estão chegando para as férias de junho e julho e a cidade vê muitos brasileiros, mostrando que o apelo dos parques e da diversidade do destino continua forte. As recentes tragédias na cidade, tanto de acordo com ela, quanto com os parques temáticos, não tiveram impacto nas vendas ou gerou cancelamentos, provando que foram vistos como fatos tristes mas isolados, não estando diretamente ligados com o destino. O vice-presidente da Trend Travel USA, Jay Santos, disse ao Jornal PANROTAS, que Orlando é o destino número um da empresa nos Estados Unidos, seguido de Nova York e Miami, e que a empresa tem registrado aumento de dois dígitos no envio de turistas para essas cidades, mesmo com a crise. p
BIll Talbert, presidente do Greater Miami CVB
Fred Dixon, presidente da NYC & Company
08 Política
29 de junho a 5 de julho de 2016 JORNAL PANROTAS
> Maria Izabel Reigada, Brasília
Capital estrangeiro APROVADA NO ÚLTIMO DIA 21 NO PLENÁRIO DA CÂMARA, A MEDIDA PROVISÓRIA 714/16 TRATA DO AUMENTO DE PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL ESTRANGEIRO NAS COMPANHIAS AÉREAS brasileiras, entre outras questões. O destaque noticiado foi a ampliação, na última hora, do percentual de participação de capital internacional: dos 20% permitidos hoje para 49%, segundo o texto original da MP, mas que, com a emenda do deputado Baleia Rossi (PMDB-SP), aprovada no próprio dia 21, foi ampliado para até 100%. Apesar do controle das companhias brasileiras poder ser exercido por capital estrangeiro em sua totalidade, a emenda determina que a empresa continue a ter sede e administração no Brasil, constituída pelas leis brasileiras. Outra emenda incluída na MP determina ainda que as companhias aéreas reservem 20% de seus voos para aeroportos regionais, dentro dos voos regulares autorizados pela Anac. O texto aprovado pela Câmara, que ainda deverá ser apreciado pelo Senado, protege os aeronautas brasileiros em voos internacionais operados por empresas que
usem o direito de tráfego no Brasil. Os contratos de trabalho devem ser firmados no Brasil com tripulação brasileira.
TAXA DE CONEXÃO
Entre os itens retirados da MP estava o que
determinava a cobrança de tarifa de conexão diretamente do passageiro, bastante criticado pelos deputados, que ressaltaram que a realização de conexões, na maioria das vezes, não é desejo do passageiro. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas lamentou a retirada da emenda, defendendo que não se tratava da criação de nova despesa para os passageiros, uma vez que a tarifa é cobrada desde 2012 de todos os passageiros – com ou sem conexão. “O valor arrecadado não fica com as companhias, sendo repassado aos aeroportos, gerando por isso bitributação”, esclarece a Abear, que defende que a cobrança da tarifa seja especificada no bilhete, a exemplo do que ocorre com a tarifa de embarque.
ATAERO
Pelo texto aprovado, o Adicional de Tarifa Aeroportuária (Ataero) será extinto a partir de 1º de janeiro de 2017. O tributo é destinado ao Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) e representa 35,9% sobre as tarifas pagas pelos passageiros (embarque) e pelas empresas aéreas (pouso, permanência de aeronave, armazenagem e conexão). A partir de 2017, o valor do Ataero deve ser incorporado às tarifas.
INFRAERO
A MP também propõe o perdão da dívida da Infraero com a União em relação a repasses pendentes no período entre 1º de dezembro de 2013 e 31 de dezembro de 2016. No texto original do relator da MP, Zé Geraldo (PT-PA), o passivo é estimado em R$ 1,8 bilhão. Sobre a atuação da Infraero, a MP ainda prevê a criação de subsidiárias ou participação em sociedades públicas ou privadas, podendo ocorrer por meio de ato administrativo ou contratação direta.
FNAC
A MP traz ainda emenda do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) que proíbe o contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) ou a sua transferência para a União, devendo os valores serem aplicados na aviação civil. Outra emenda de Otávio Leite permite ainda que os recursos do Fnac sejam utilizados na formação de pilotos e outros profissionais da aviação civil.
10 Viage n s c o rp o rat iva s
29 de junho a 5 de julho de 2016 JORNAL PANROTAS
> Henrique Santiago
O novo assusta? O UNIVERSO CORPORATIVO PODE SER COMO O NOSSO DIA A DIA. O PRIMEIRO ABROAD CORPORATE DO ANO EM SÃO PAULO, REALIZADO PELA ACADEMIA DE Viagens no último dia 21, mostrou que hábitos da nossa rotina de viagens podem ser facilmente incorporados ao viajante de negócios. Por trás dessa ideia, aparentemente incomum, a diretora da Academia e presidente da Associação Latino-Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), Patricia Thomas, reforça que cada vez mais estamos ligados à tecnologia. Para um público de cerca de 100 profissionais, entre gestores, clientes e agentes de viagens, ela salientou que novas soluções podem facilitar a vida do viajante. Vender passagem aérea e hotel ficou para atrás. O cliente, de acordo com ela e sua sócia na empresa e também presidente do conselho da Alagev, Viviânne Martins, quer experiência, e não mais entrar e descer do avião, fazer check-in e check-out do seu quarto. E, para isso, é preciso que os consultores ajam e pensem adiante. Um dos facilitadores apontados por elas é o Uber, aplicativo de corridas privadas que está em efervescência no mercado brasileiro. Mesmo assim o novo pode ser um complicador no ambiente corporativo, como quando um agente de viagens rejeitou qualquer possibilidade de aderir ao serviço. “Certa vez eu entrei em um táxi e estava atrasada para chegar em Congonhas. O motorista não tinha Waze, garantiu que sabia o caminho, reclamou quando pedi para ligar o ar [condicionado], não tinha troco e não aceitava cartão de crédito. Isso não aconteceria no Uber, por exemplo”, justificou Patricia sobre sua preferência.
Grupos discutiram a inclusão de open booking e managed booking
ATRAVESSAR BARREIRAS Em outras palavras, as executivas trouxeram à tona a disrupção, ou seja, a quebra de paradigmas e a apresentação do novo nas empresas. O tradicional precisa se reinventar, ou seja, abrir a mente e não dizer “não” para o que pode te beneficiar. Outros exemplos mais do que reais que podem estar no dia a dia do viajante está no Airbnb. “É possível alugar casa com quartos e fazer eventos que proporcionam uma agradável experiência”, destacou Patricia. “Isso lá fora, especialmente nos Estados Unidos, é realidade. Mas aqui no Brasil ainda não”, lamentou. Em acomodação e hospedagem não faltam opções. O Homeaway, empresa de aluguel de casas de longa estada - comprada por quase US$ 4 bilhões pela Expedia -, mostra como o mercado tem se movimentado diante do novo. O viajante corporativo que passa de dois
a três meses fora poderia se hospedar na residência e ter uma experiência mais agradável. Mas a ideia de compartilhamento novamente não foi muito bem abraçada por uma parcela dos presentes, que desconsideraram “fatiar” um quarto para mais de duas ou três pessoas. Mas nem tudo precisa ter custo ou um alto custo, necessariamente. A ideia de bleasure, expressão que combina negócio (business) e lazer (leasure), poderia ser mais difundida no Brasil, defende Viviânne Martins. “Se um executivo vai para a China, por que não fazer um city tour um dia antes? O custo pode ser menor, por exemplo, quando você compra o bilhete para o dia anterior”, argumentou, destacando que há uma geração compelida em conhecer novas culturas à parte das reuniões.
RESERVAR OU...
Um assunto que ainda incomoda gestores de viagens é o embate entre
open booking e managed booking. Com o primeiro modelo, o viajante tem total independência para reservar sua viagem, enquanto o segundo precisa ter o filtro da empresa. Em uma roda de discussão sobre o tipo de postura, o conservadorismo de metade dos participantes preocupou tanto Patricia quanto Viviânne. Elas defendem maior liberdade para os viajantes, enquanto os não simpatizantes apontaram questões como ética profissional e até o “jeitinho” brasileiro para burlar a política da empresa. As executivas destacam que o cliente corporativo busca primeiro a internet e concretiza sua compra com agências de viagens. “O open booking não é tiro no pé. É preciso treinar os viajantes a comprarem. Vocês, gestores, têm muito mais funções estratégicas para fazer além do operacional”, finalizou Viviânne.
SERVIÇO O Abroad Corporate ainda irá para o Rio de Janeiro (5/7), Recife (4/8), Bogotá (11/8), Buenos Aires (2/9), Campinas (SP) (15/9), Brasília (4/10) e, novamente, desembarcará em São Paulo (11/10).
Patricia Thomas e Viviânne Martins, da Academia de Viagens
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Eventos
A vez de Goiânia DEPOIS DE SALVADOR, O PANROTAS NEXT, NOVA GERAÇÃO DE EVENTOS DA PANROTAS EDITORA, está pronto para desembarcar em Goiânia. O encontro já está marcado: 5 de julho, no Vivence Suítes Hotel (rua Nove, setor Oeste – Praça do Sol). Os profissionais da região já podem se cadastrar para participar. Para isso, basta acessar o link www.panrotas.com.br/next e informar o CPF. Um e-mail será enviado na sequência com a confirmação de participação. A programação conta com três nomes de peso. São eles: Eduardo Kina, CEO da Alatur JTB, Erik Sadao, diretor de Planejamento e Atendimento da Teresa Perez Tours, e Lucas Foster, fundador da Project Hub. Em pauta, as mudanças de comportamento de compra no segmento de luxo, as tendências e os desafios do setor de viagens corporativas, a melhor forma de aplicar conceitos transformadores e como valorizar a criatividade em escala global. Os trabalhos do PANROTAS Next Goiânia começam às 8h30 com o credenciamento e, a partir das 9h, inicia-se o encontro, com a abertura oficial e o primeiro painel. A previsão de encerramento é às 12h40. O PANROTAS Next Goiânia é realizado pela PANROTAS Editora e a Imaginadora, e conta com o patrocínio da Iberostar Hotels & Resorts e do Turismo da Noruega, além do apoio do Grupo Confiança, da Abav-GO, da Visual Turismo e do Vivence Suítes Hotel.
12 Hotelaria
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>> Diego Verticchio
Hotel design
POR CONTA DOS JOGOS OLÍMPICOS E INCENTIVOS DADOS AOS NOVOS HOTÉIS, A BARRA DA TIjuca está vivendo um boom hoteleiro - e o resultado, claro, é uma aglomeração de novos empreendimentos no bairro. A Blue Tree Hotels & Resorts aproveitou o momento favorável para fincar sua bandeira na cidade, mas escolheu uma localização diferente: Recreio dos Bandeirantes, bairro vizinho à Barra da Tijuca. Aberto em março deste ano, o Blue Tree Premium Design Rio de Janeiro fica no canto direito da praia, próximo à Praia da Macumba, principal endereço do surfe carioca. As ondas que quebram em frente ao hotel inspiraram a construção da unidade, que ostenta uma fachada ondulada. A ousadia foi premiada com o título de “Melhor Concepção Arquitetônica”, prêmio dado pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi). Se por fora a fachada chama atenção, dentro não é diferente. Por estar em frente à praia, o hotel recebe muita luz natural e, por este motivo, o presidente da construtora Calper - empresa parceira da Blue Tree na construção do empreendimento - Ricardo Ranuro, que também assina o design do hotel, deu preferência a grandes janelas. O resultado é a diminuição dos gastos e respeito ao meio ambiente. “Quero marcar a hotelaria carioca, unindo o
lifestyle carioca ao nosso estilo oriental de servir com a alma, atenção e qualidade, marca registrada de nossa rede”, afirmou a presidente do Grupo Blue Tree, Chieko Aoki. O lobby é amplo e muito claro, com piso e paredes brancas. A entrada principal fica logo em frente, mas, seguindo em direção aos elevadores, há uma escada que leva ao centro de convenções de 700 metros quadrados e capacidade para 520 pessoas. Próximo fica um pequeno bar, onde são servidos café expresso e chá, entre outras opções durante o dia e à noite bar, com um cardápio invejável de drinques. Anexo está o restaurante, aberto para as três refeições – o café está incluso na diária. O Jornal PANROTAS visitou o hotel no final de semana do Dia dos Namorados, 11 e 12 de junho, e a unidade estava lotada de casais apaixonados. Para receber melhor seus convidados, o hotel preparou uma ceia especial, que contou com música ao vivo. No dia seguinte, o mesmo restaurante abriu as portas para o café da manhã, que é servido das 7h às 10h30. O bufê é bem completo, mas o atendimento não foi tão bom quanto em outros hotéis da rede. Ainda que todos os funcionários tenham sido muito simpáticos e pres-
Área externa chama a atenção pelo visual
tativos, detalhes como demora na reposição dos alimentos ou na limpeza das mesas chamaram atenção. Nada que atrapalhasse, porém, o final de semana dos casais apaixonados. A área de lazer do hotel se concentra na cobertura, onde estão uma piscina de borda infinita, com bar panorâmico, solarium, spa, sauna e fitness center – este último com auxílio de um profissional durante todo o dia para ajudar na “malhação”. A piscina é a grande aliada do hotel. Como se trata de um empreendimento relativamente baixo, em comparação com os grandes hotéis da zona sul carioca, a vista desta piscina se torna um convi-
te ao relaxamento, que pode ser feito em uma das espreguiçadeiras espalhadas pelo hotel. O bar tem acesso à piscina e também serve refeições. Toda esta área, assim como o hotel, é acessível para portadores de deficiência. O hotel oferece 279 apartamentos e suítes. Aqueles de números ímpares são de frente para o mar e todos com varanda. Não pense duas vezes: a visão da janela dá uma recarga de energia e vale a diferença de preço. As suítes, localizadas no último andar, têm uma varanda maior, com uma pequena mesa e duas espreguiçadeiras. Dá para tomar sol, fazer suas refeições > Continua na pág. 14
< Continuação da pág. 12
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O QUE VEM POR AÍ JORNAL PANROTAS — Quais são os planos da Blue Tree para a cidade e Estado do Rio de Janeiro. CHIEKO AOKI — Quero marcar a hotelaria carioca, unindo o lifestyle carioca ao nosso estilo oriental de servir com a alma, atenção e qualidade, marca registrada de nossa rede. Sobre a expansão na região, além da abertura do Blue Tree Premium Design no Recreio, já temos mais dois hotéis em fase de projeto e construção no Estado do Rio de Janeiro. O Blue Tree Towers Penedo, no sul do Estado, e o Blue Tree Premium Nexus Macaé, com previsão de abertura para 2018. Em breve teremos mais novidades. O Rio caminha para ser um hub estratégico para a Blue Tree.
Chieko Aoki, presidente do Grupo Blue Tree
A piscina é um dos destaques do empreendimento
e até trabalhar, já que o hotel conta com wi-fi incluso e de boa velocidade. No período em que estivemos no hotel o que mais chamou a atenção foi o atendimento. Todos os funcionários sorridentes, simpáticos e prestativos. Ainda na reserva, solicitados um quarto para duas pessoas e um bebê. Do outro lado da linha, a atendente pediu para não nos preocupar que eles iriam providenciar. Para quem tem filhos pequenos, detalhes como este fazem toda diferença. Outro detalhe importante é a localização. Afastada do “burburinho” da Barra da Tijuca, o hotel se torna um oásis para quem se hospeda a lazer. Naquela parte do Rio, o calçadão é vazio e, mesmo no verão, não tem aquela aglomeração de pessoas como em Ipanema, Le-
blon ou Copacabana. Para a presidente do Grupo Blue Tree, essa característica faz toda diferença. “O Rio de Janeiro é uma cidade com limitação construtiva na zona Sul, onde se concentra o grande polo hoteleiro. Graças aos grandes eventos esportivos e ao incentivo de desenvolvimento de novos hotéis na zona Oeste, encontramos a oportunidade e o projeto certo para desembarcarmos na Cidade Maravilhosa com um hotel marcante. No Blue Tree Premium Design Rio de Janeiro, os hóspedes terão a oportunidade de conhecer um Rio de Janeiro ainda pouco explorado, em um endereço tranquilo na praia do Recreio, uma das mais limpas da cidade e favorita pelos esportistas para a prática de atividades”, afirmou.p
JP — Quais são as principais características do Blue Tree Premium Design Rio de Janeiro e o que diferencia este hotel dos demais da rede? CHIEKO — No Blue Tree Premium Design Rio de Janeiro os hóspedes terão a oportunidade de conhecer um Rio de Janeiro ainda pouco explorado, em um endereço tranquilo na praia do Recreio, uma das mais limpas da cidade e favorita pelos esportistas para a prática de atividades. Um oásis de privacidade e exclusividade. O projeto arquitetônico é um caso à parte. É único, com fachadas onduladas que imitam o movimento do mar, além de vidros por toda a parte, que promovem a interação dos hóspedes com as belezas naturais da região. Temos recebido várias visitas de turmas de faculdades de arquitetura, além do hotel já ter sido premiado. JP — A Barra da Tijuca vive hoje em dia a maior expansão hoteleira da cidade. Em dois anos, o número de quartos multiplicou. A Prefeitura e o Rio CVB têm trabalhado para manter os hotéis da Barra sempre aquecidos. A Blue Tree se preocupa com este número excessivo de quartos? Qual estratégia da empresa para evitar que o hotel sofra com essa sazonalidade? CHIEKO — Sabemos que o lançamento de um hotel é um projeto de longo
prazo. Todos os estudos desenvolvidos há mais de dois anos não previam (nem em sonhos) a situação de crise política e econômica dos dias de hoje. Assim, quero lembrar que o Brasil sempre viveu ciclos. A cidade de São Paulo, por exemplo, passou por uma situação semelhante no início da década passada. Hoje, é o destino mais estável frente à crise. Tenho certeza de que o trabalho conjunto das iniciativas público e privada trará novas oportunidades ao destino. Da parte da Blue Tree, estamos trabalhando a todo vapor. JP — Alguns hotéis da Barra estão operando com tarifa diferenciada nos finais de semana para fazer com que cariocas e flumineses possam se hospedar no hotel. A empresa pensa em fazer algo? Pretende "combater" a ociosidade do final de semana com preços diferenciados para os moradores da região? CHIEKO — Cada rede adota uma estratégia de negócio. Nós também temos as nossas e estamos usando a criatividade, a força da marca, além de nossas ferramentas de vendas e marketing para alcançarmos os resultados esperados. JP — Depois do Rio, quais são as próximas inaugurações da rede? Qual é o plano de expansão da rede para os próximos anos? CHIEKO — Somente este ano já anunciamos nossos projetos para Penedo, São Caetano do Sul, além do recente anúncio da parceria com a Incortel, para a administração de 15 hotéis da marca Best Western no Brasil até 2020. A crise também significa oportunidade e prefiro tocar na banda ao invés de vê-la passar. Nossa expansão segue em ritmo acelerado e já temos mais novidades para contar em breve. Por enquanto, prefiro manter em segredo. Nossa próxima abertura será o Blue Tree Premium Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, com um empreendimento impecável, que se posicionará como o melhor da cidade.p
Chegou a neve na Argentina
INFORME PUBLICITÁRIO
O inverno começou. E como perceberam os brasileiros nas últimas semanas, esse será bem rigoroso. Imagina então na Argentina? É a ocasião perfeita para aproveitar os destinos de neve, esqui e tudo que o frio pode proporcionar de bom no Turismo de nossos vizinhos nessa época do ano. Resorts e cidades já estão preparados, e trouxeram várias novidades para os turistas neste ano, seja qual for sua experiência com os esportes de neve.
PATAGÔNIA SUL
O destino mais ao sul na Argentina é o primeiro a abrir as atividades de esqui na temporada. Com uma pista homologada pela Federação Internacional de Esqui, a capital da Terra do Fogo promove o Cerro Castor, ao pé da Cordilheira dos Andes. O local tem nada menos que 32 quilômetros de pistas divididos em 30 circuitos de diferentes níveis de dificuldade, para prática de esqui, snowboard, snowmobile e outros esportes de neve. Um pouco mais ao norte, a província de Santa Cruz é perfeita para os mais aventureiros – experientes ou principiantes. Glaciares como o Perito Moreno, são ideais para praticar trekking, e o Calafate Mountain Park traz um amplo espaço para andar de snowmobile e brincar de tubing, divertido tobogã na neve feito em boias. Ambos os locais estão na região do lago Argentino, no sul da província.
NORTE DA PATAGÔNIA
É lógico que diversão na neve também não falta em Bariloche, um dos destinos mais visados pelos brasileiros. A cidade investiu cerca de US$ 17 milhões em melhorias para essa temporada de inverno e espera levar cerca de 30 mil brasileiros para lá durante a estação. O Cerro Catedral, que fica dentro do Parque Nacional Nahuel Huapi, é o grande trunfo da cidade para os esquiadores.Ali realizam-se com-
Além de esquiar, convém visitar o Farol do Fim do Mundo, conhecido ponto de Ushuaia no extremo sul da Argentina
petições internacionais de esqui e snowboard, e há uma grande infraestrutura para acolher o turista. Da província de Rio Negro, onde está Bariloche, pode-se pegar o histórico trem La Trochita, que une essa região com a de Chubut, e percorrer belas paisagens em uma ferrovia de 400 quilômetros de extensão para chegar a Esquel. Nessa cidade está outro resort de renome internacional, La Hoya, onde há atividades para todas as idades. Completa essa região a província de Neuquén, onde há três grandes centros de esportes na neve: Caviahue, Chapelco e Bayo tornam o destino bastante interessante para as famílias, desfrutando de uma infraestrutura completa e variadas opções para se aventurar, divertir ou relaxar.
MENDOZA
Continuando a subida pelo mapa, chega-se a Mendoza. Sempre muito procurada por causa de suas belas e produtivas vinícolas, a província quer au-
mentar o número de três milhões que recebe todos os anos, sendo brasileiros cerca de 90 mil. Para isso, há ali também ótimos lugares para aproveitar a neve. O centro de esqui Las Leñas tem características geográficas únicas, o detentor da maior descida entre as montanhas da Argentina: nada menos que sete mil metros de altura. Outro destaque é Penitentes, habilitado para a prática de esqui alpino e nórdico, e por isso também muito procurado por competidores do esporte. Também com snowboard freestyle, esse centro é ainda rota de quem quer escalar o Aconcágua, pico mais alto das Américas. E, seja em Penitentes ou Las Leñas, a grande vantagem é poder curtir a neve e, depois, saborear um bom vinho nas vinícolas ou no quarto do hotel. É hora de esquiar, e a Argentina está logo ali!
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Eventos
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> Henrique Santiago, Foz do Iguaçu (PR)
Altos e
baixos Mesa diretora durante a abertura do evento
CHEGAR À 11ª EDIÇÃO DE UM EVENTO DE TURISMO É SINAL DE RESPEITO. AINDA MAIS QUANDO empresas e empresários reduzem
Mira e Paulo Angeli, da De Angeli Feiras e Eventos
custos ao máximo para voltar a pensar em crescer. O Festival das Cataratas veio maior neste ano em relação a público. Segundo números não
oficiais, cerca de sete mil visitantes (+16%) foram ao encontro, o mais representativo de Foz do Iguaçu (PR). Mesmo assim, a feira tropeçou em obstáculos típicos: o atraso de uma hora e meia para a abertura do evento na quarta-feira (15) e, posteriormente, o coquetel de boas-vindas, levou embora boa parte do público presente no Rafain Palace Hotel. No primeiro dia de feira, profissionais reclamaram do alto som que saía dos alto-falantes e, em especial, do carnaval improvisado em um dos estandes, com direito a samba e passista ao vivo. “Eu não consegui concluir uma simples reunião com uma agente de viagens. São 19h e eu já estou indo embora porque não tem mais ninguém interessado”, criticou um expositor que preferiu não se identificar, em relação ao horário de funcionamento, das 14h às 20h. No segundo dia, por exemplo, a programação foi encerrada às 18h. Ao longo de dois dias, quatro pa-
vilhões que totalizam uma área de seis mil metros quadrados receberam 207 dos mais variados expositores e 47 caravanas de agentes de viagens de Brasil, Argentina e Paraguai. De acordo com o diretor-presidente da De Angeli Feiras e Eventos, Paulo Angeli, a Fit Cataratas é passível de erros e cabe a ele consertá-los. “A feira é alegre, não é sisuda, mas é focada em negócios. Temos de criar um ambiente propício para os expositores. Se eu receber mais reivindicações [de um fornecedor prejudicado], podemos definir um novo horário. Se falarem que é até as 19h, vamos estudar a possibilidade”, opinou Angeli. Com a garantia de ser democrático, o Festival das Cataratas tem nas marcas que compram seus estandes o chamado “termômetro” para a aprovação. E, segundo Angeli, o resultado positivo foi unanimidade. “A feira é bastante dinâmica, não é fechada. Nós não podemos achar
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Paulo Angeli, organizador do Festival das Cataratas
que temos o melhor conhecimento em evento. A Fit não é imutável e trancada. Nós buscamos e aceitamos indicações”, analisou ele.
CRESCER E CONVENCER Entre erros e acertos, o festival angariou a aprovação dos presentes ao trazer palestras pertinentes sobre o papel da mulher na indústria de viagens e uma área voltada para o Turismo termal e spa. Na avaliação dele, outra ação de destaque foi o salão de vinhos argentinos, que lotou corredores de visitantes interessados em degustar a bebida do país vizinho. Enquanto uns diminuem, outros crescem. Esta é a máxima do organizador da feira para resumir o crescimento do Festival das Cataratas. Para o próximo ano não há suspense: o mesmo hotel irá abrigar a feira, de 21 a 23 de junho, e uma quinta área de 1,5 mil metros qua-
drados será acrescentada à planta. “Nós já ‘arrancamos’ 2017 com 80% dos espaços vendidos. Tem expositor em estande conjunto que quer maior presença”, afirmou. “A cidade de Foz, definitivamente, incorporou o evento para si. E esse crescimento é o que há de mais positivo”, finalizou Angeli. p
Os corredores estiveram cheios durante todo o evento
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PALAVRA DE ESPECIALISTA CERCA DE 101 MIL PASSAGEIROS. ESTE FOI O NÚMERO DE TURISTAS EMBARCADOS PARA FOZ DO IGUAÇU PELA CVC EM 2015. TRATA-SE UM DOS DESTINOS MAIS PROCURADOS DO BRASILEIro, de acordo com o diretor de Produtos Nacionais da operadora, Claiton Armelin. Ele aponta que as vendas para as férias de julho para a região têm sido concretizadas mais em cima da hora. “Foz tem uma procura por sua beleza natural e atrai casais com filhos. É um destino no qual o passageiro se adapta tanto no verão quanto no inverno. E nós temos saídas diárias garantidas para todo o ano”, enfatizou.
Claiton Armelin, da CVC
Danielle Meirelles, da FRT Operadora
Com duas unidades próprias na cidade paranaense, sendo a segunda inaugurada recentemente no Shopping Catuaí Palladium, a CVC tem registrado crescimento de dois dígitos até o presente momento. Armelin destaca o aumento de 10% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2015. “A rede hoteleira melhorou, deu um grande upgrade nos últimos anos. E a proximidade com São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, faz com que nossos clientes tirem ‘miniférias’ de quinta a domingo com a família”, destacou o executivo As Cataratas do Iguaçu, claro, despontam como a atração imperdível. O diretor da CVC afirma que passeios de macuco safari (um bote que transporta os visitantes pelas águas de uma das sete maravilhas do mundo) é o diferencial. Mas não pense que é só isso. Os passeios pelo tradicional Parque das Aves e Usina de Itaipu colocam o visitante em contato com a cidade. E quem nasceu em Foz do Iguaçu definitivamente conhece com propriedade o destino. A FRT operadora, que nasceu do Grupo Frontur, comemora 15 anos de atuação no mercado com mais de 50% da fatia de vendas no Oeste do Paraná, assegura a diretora Danielle Meirelles. Os clientes da região não procuram apenas viajar pelos arredores do Paraná. Segundo ela, a “essência do interior” faz com que eles busquem mais. “Os clientes querem atendimento, suporte e orientação”, disse, completando que Orlando é a viagem mais procurada pelos viajantes, seguido pelo leste europeu e também o Caribe. Com presença consolidada no Paraná, a FRT ainda tem unidades no Rio Grande do Sul e Florianópolis, além de atendimento em Natal, Bauru (SP) e, recentemente, Goiás, Brasília e Tocantins. O próximo passo é se fazer presente em Belo Horizonte já no segundo semestre. Mas tudo isso sem esquecer de Foz do Iguaçu. Ao se referir à cidade onde fez seu empreendimento crescer, Danielle diz que há muito o que fazer. Pelo menos cinco dias de atividades preenchem bem a agenda do visitante. “Existem opções aqui do ecoturismo ao luxo. É uma cidade de interior com um caráter cosmopolita”, encerrou. p
O QUE FOI BOM ll
Wi-fi gratuito e com acesso livre aos visitantes ll Pavilhões limpos, especialmente os banheiros ll Diversificação de temas e produtos
O QUE FOI RUIM ll Horário da feira ll Música alta e atrações não
condizentes com o evento ll Espaço pequeno para número de visitantes ll Bilhetes carimbados de agentes interrompiam reuniões
--- O Jornal PANROTAS viajou a convite da Fit Cataratas
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Pa rques te mát ico s
CEO mirim UMA NOTÍCIA QUE DEU O QUE FALAR NA ÚLTIMA SEMANA FOI A APRESENtação do garoto Tommy Parker, de sete anos, como CEO mirim do Legoland Florida Resort. Mas, afinal, qual a função do jovem executivo? Segundo o parque, divulgar o empreendimento por meio de comerciais de televisão, exibindo o hotel de 152 quartos e todos os atrativos como um expert. Nos vídeos, são destacadas as peculiaridades do empreendimento, como a sala temática de pirata, o elevador balada, o hall preenchido com peças Lego e o restaurante da Família Bricks, tudo isso acompanhado por personagens como o Captain Brickbeard, o boneco guerreiro Good Knight e o World’s Greatest Adventurer. A campanha do “Hotel de Cinco Ziguibilhões de Estrelas” (como o resort é apelidado por Parker) foi produzida pela VML New York, que ajudou a lançar uma série de iniciativas para promover o Legoland Florida Resort. Entre elas estão o jornal The Legoland Times, jornal criado especialmente para as crianças e distribuído dentro e fora do hotel; a Legoland Dollar, moeda listada em dezenas de casas de câmbio de viagens pelo mundo, com taxa um-para-um dólares americanos e com validade em todo o perímetro do resort; e ainda participação na ação viral #RunningManChallenge, uma versão similar de outro fenômeno que ocupou a internet meses atrás, o Harlem Shake. A performance da equipe de Parker, aliás, parece ter agradado os internautas, responsáveis por assistir o vídeo mais de 453 mil vezes, registrar mais de dez mil curtidas e compartilhar em mais de 5,8 mil perfis no Facebook.p
Tommy Parker é o comandante do Legoland Florida Resort
20 Política
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>> Diego Verticchio
Façam suas apostas
Alexandre Sampaio e Eraldo Cruz com o deputado Herculano Passos e o professor e presidente do Instituto Jogo Legal, Magno José
POR ANO, UMA MÉDIA DE 200 MIL BRASILEIROS VIAJAM PARA DESTINOS INTERNACIONAIS COM UM PROPÓSITO: JOGATINA. ARGENTINA, URUGUAI E ESTADOS UNIDOS (LAS VEGAS) são os destinos mais buscados, mas há brasileiros em cassinos por todo o mundo. Enquanto esses brasileiros viajam para movimentar a economia de outros países, por aqui, milhares de pessoas desafiam as leis e a Justiça e fazem apostas ilegais (jogo do bicho, bingo, máquinas de caça-níquel e jogos on-line). Segundo o Instituto Jogo Legal, as apostas ilegais movimentam anualmente R$ 19,9 bilhões. “É um dinheiro que poderia vir para a economia do Brasil, mas não. A ilegalidade faz com que este montante não vá para os cofres públicos”, garante o professor e presidente do Instituto Jogo Legal, Magno José, defensor da causa há mais de duas décadas. O acadêmico tem colaborado com o PLS186/2014, que está correndo no Senado Federal. Se aprovado na votação da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos, o PLS segue, então, para a Câmara dos Deputados.
O presidente da Comissão do Turismo da Câmara Federal, Herculano Passos, e o presidente do Instituto Jogo Legal, Magno José, estiveram no Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro, para defender a causa. Segundo Magno José, as apostas legais (loterias Caixa, loterias Estaduais e jockeys) movimentam R$ 14,2 bilhões, contra os R$ 19,9 bilhões dos ilegais. Para ele, não há dúvidas que regulamentando a atividade novos empregos irão surgir, além de economia da cidade, do Estado e do País crescer. Já o deputado Herculano Passos (PSD-SP) vê com bons olhos o caminho que o PLS tem tomado. “O fato de terem criado a Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos demonstra a importância que o assunto está tomando. É questão de tempo para termos os jogos regularizados e, em um momento de crise e recorde de desempregados, esta regulamentação chega em uma excelente hora, acredita o parlamentar. Entre os 156 países que compõem a Organização Mundial do Turismo (OMT), 71,16% têm o jogo legalizado. Entre os 28,84% que não apro-
vam os jogos, 75% são islâmicos. Entre os países que formam o G20, apenas três não permitem jogos: Brasil, Arábia Saudita e Indonésia. “O Brasil tem uma das legislações mais antigas e inadequadas na área de jogos e loteria do mundo”, afirmou o professor Magno José, recorrendo à história para comprovar seu pensamento. “Os jogos foram proibidos no Brasil em 1946. Na época, 71 cassinos foram fechados, deixando 53,2 mil pessoas desempregadas. Hoje, com essa quantidade de cassinos, o número de empregos seria muito maior”, conclui.
O QUE O PLS PEDE Com um estudo em mãos, onde garante que o Brasil tem potencial para arrecadar até R$ 17 bilhões em tributos com este setor (sem contar com outorgas e taxas), o PLS 186/2014, de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI) prevê a legalização dos cassinos (complexo integrado de lazer e on-line), bingos (presencial, on-line e videobingo), jogos eletrônicos (videojogos – slots machines) e jogo do bicho. > Continua na pág. 22
22
< Continuação da pág. 20
Se aprovado da forma como está, o Poder Executivo poderá credenciar até 35 cassinos em complexos integrados de lazer, observando o limite de no mínimo um e no máximo três estabelecimentos por Estado, conforme critérios populacionais e econômicos. Consta ainda algumas normas, como: o mesmo grupo econômico não poderá ser credenciado a explorar mais de três cassinos em complexos integrados de lazer; os cassinos deverão funcionar junto a "complexos integrados" de lazer, construídos especificamente para esse fim, contendo acomodações hoteleiras de alto padrão; locais para a realização de reuniões e eventos culturais ou artísticos de grande porte; restaurantes, bares e centros de compras. Já os bingos terão de ter capacidade mínima para 250 pessoas e no máximo 500 máquinas por bingo.
Segundo o Projeto de Lei, poderá ser construído um bingo a cada 150 mil habitantes. "Com uma população de cerca de 200 milhões, o Brasil teria no máximo 1,2 mil bingos e 600 mil máquinas. O Rio de Janeiro, com 6,32 milhões de habitantes, teria 42 bingos", afirma o professor. “A proposta em questão fala da regulamentação do jogo, mas é muito mais do que isso. Junto com os cassinos virão grandes complexos de entretenimento, algo parecido com o que se tem em Las Vegas ou Macau. São shows, restaurantes e uma série de atrações que podem levantar uma cidade, trazer mais turistas e, claro, gerar empregos”, concluiu o professor, afirmando ter ido a Las Vegas mais de dez vezes e menos da metade ter se arriscado no cassino. “Não sou aquele cara ‘doente’ por cassino, mas enxergo nesta atividade uma
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grande oportunidade para enfrentarmos a crise”, conclui.
LAVAGEM DE DINHEIRO Duas das principais preocupações em relação à legalização dos jogos, levantadas pelo Ministério Público e entidades que são contra a aprovação desta atividade, são as possíveis lavagens de dinheiro e vícios que este tipo de atividade gera. O professor rebateu aos dois questionamentos. “Na Europa e América Latina os apostadores que são identificados como compulsivos, aqueles que jogam diariamente e apostam muito dinheiro, são proibidos de entrar nos cassinos, além de terem de fazer tratamentos psicológicos que duram, em média, dois anos. Há alguns destinos nos Estados Unidos que têm esta prática,
CASSINOS PELO MUNDO
mas Las Vegas não faz parte desta lista. Em relação à lavagem de dinheiro também não faz sentido, já que nos cassinos todas as atividades são ‘chipadas’, ou seja, controladas tecnologicamente. Nos países em que os jogos são legalizados, há uma fiscalização muito grande e aqui no Brasil também não deve ser diferente”, concluiu. p
ÁSIA 270 Macau - 43
AMÉRICA DO NORTE 2.458
EUROPA 2.624
EUA - 1.988 Canada - 157
França - 461 Reino Unido - 417 Alemanha - 321 Holanda - 119 Espanha - 91
AMÉRICAS CENTRAL E SUL 535 Argentina - 160 Colômbia - 86 Peru - 61 Uruguai - 35 Paraguai - 6 Chile - 28
OCEANIA 602 Austrália - 524
CARIBE - 161
ÁFRICA - 198
TOTAL DE CASSINOS NO MUNDO - 6.848
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Rubens Schwartzmann é presidente do Conselho de Administração da Abracorp
Ações objetivas para fortalecer a marca Abracorp Ao assumir a presidência do Conselho de Administração da Abracorp, no final de abril, projetamos uma série de ações destinadas a fortalecer a entidade enquanto marca e aprimorar seu funcionamento. Entre as prioridades, a atualização do planejamento estratégico, elaborado há seis anos, quando da criação da Abracorp. Trata-se de releitura do documento adotado até o presente à luz das mudanças ocorridas na economia do País, nas tecnologias de gestão e na dinâmica de funcionamento do mercado corporativo. Fortalecida a marca Abracorp, a identidade de cada associada também se valoriza aos olhos do mercado – dentro e fora do País. Temos estreitado o relacionamento com veículos do trade e da grande imprensa, objetivando a publicação de matérias com peso institucional.
Outra ação recai sobre os números que referenciam o mercado de viagens corporativas. Apurados de forma censitária, valores e percentuais que a entidade divulga já contam com elevada representatividade – englobam um terço do PIB do mercado em que atuamos. Vamos adotar meios para aprimorar e certificar a metodologia. Isso passa pela contratação de empresa de consultoria e auditoria para desenvolver um sistema de fornecimento de dados gerenciais e de vendas. É um projeto de BI (Business Intelligence) destinado a fomentar ainda mais a credibilidade da Abracorp. Haverá inovações no instrumental de coleta; inclusão de novas variáveis e recortes de análise, visando favorecer a identificação de tendências. Repensamos, também, o modelo de partnership
Abracorp. Vamos lançar um programa destinado a incentivar os fornecedores parceiros a trabalharem alinhados com as agências, valorizando a parceria, adotando as melhores práticas de mercado. Será criado um conjunto de métricas compiladas em um scorecard e, ao final do período, serão eleitos os fornecedores Top Abracorp, que terão alguns benefícios e recompensas como prêmio pela vitória. Entendemos que cada segmento específico (transporte aéreo regular, meios de hospedagem, serviços de locação, seguro viagens, entre outros) poderá dispor de base consistente para análises preditivas. E com isso, podem identificar e antever tendências de mercado e parâmetros de desempenho concorrencial. Por fim, completamos a sinopse lembrando que
a Abracorp mantém ativos os comitês de Produtos e Novos Negócios; de Tecnologia e Inovação; de Desenvolvimento Humano; Mice e Finanças. Para torná-los mais eficientes e dotá-los de maior envergadura institucional, está em curso a elaboração de um regimento, com regras claras de funcionamento e competência. Também decidimos pela formação de Grupos de Trabalho (Task Force) para analisar e buscar soluções de casos pontuais. Os Grupos de Trabalho terão como fonte o que denominamos ‘Voz do Associado’ – espaço para conversar sobre problemas e oportunidades. Vamos incrementar a participação dos fornecedores das TMCs Abracorp, incluindo o envolvimento de clientes para fortalecer o caráter intercomplementar do trinômio: Conhecimento-Competência-Networking.
Rio acessível
O Maracanã
Estado do Rio de Janeiro possui mais de dois milhões de pessoas com algum tipo de necessidade especial, o que representa cerca de 15% da população fluminense, segundo dados estatísticos divulgados pelo Sebrae-RJ e apresentados pelo Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB). Esta fatia da população consegue levar uma vida normal, se deslocando, viajando e consumindo os atrativos turísticos do Rio de Janeiro. Muitas agências de viagens e companhias aéreas possuem pacotes exclusivamente destinados a pessoas com algum tipo de necessidade especial e que precisam de atenção com relação à acessibilidade. Entretanto, ainda há muito a melhorar nas cidades brasileiras a fim de torná-las aces-
síveis, com liberdade de locomoção. O problema está presente nas calçadas e ruas, no transporte público, no acesso a prédios e estabelecimentos comerciais e muios outros espaços. Com o movimento de atletas e turistas no Rio de Janeiro, em virtude dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, hotéis e outros meios de hospedagem estão se preparando para receber os portadores de necessidades especiais. Os empreendimentos turísticos também. São aguardados em agosto 4.350 atletas paralímpicos, oriundos de 176 países. A Secretaria municipal de Turismo do Rio de Janeiro concluiu um planejamento de acessibilidade para pontos turísticos da cidade e agora o coloca em prática. Responsável pelo planejamento, a empresa
Nova praça Mauá
Caminhe Arquitetura e Acessibilidade elaborou projetos para obras que irão adaptar o acesso ao Corcovado, Jardim Botânico, Vista Chinesa, Mesa do Imperador, Cinelândia, praia de Copacabana e dois pontos da praia da Barra, além de rotas entre a Candelária e a Praça XV e o Pão de Açúcar e o shopping Rio Sul. O plano prevê o nivelamento de vias e calçadas, bem como a instalação de rampas e piso podotátil, dos tipos de alerta e direcional, facilitando, assim, o acesso de cadeirantes e deficien-
tes visuais a importantes atrações da cidade. Vagas de estacionamento e pontos de ônibus próximos a essas atrações também serão adequados às normas de acessibilidade. A iniciativa foi viabilizada a partir de um convênio firmado entre a Secretaria municipal de Turismo e o Ministério do Turismo que cobre a realização da análise e projeção, além da impressão de um guia de acessibilidade. O investimento total no projeto foi de R$ 352.325,74.
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HOTEL DAS
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Paralimpíadas
Lobby do Windsor Oceânico
Quartos com amplo espaço
A cidade do Rio dispõe hoje de uma oferta hoteleira acima dos 60 mil quartos, dos quais boa parte foi construída nos últimos anos já visando os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Para atender às exigências do Comitê Organizador, uma série de práticas teve de ser adotada como, por exemplo, um hotel acessível. O resultado é que os principais empreendimentos da cidade hoje oferecem infraestrutura completa para receber cidadãos com qualquer tipo de deficiência. A rede carioca Windsor, com hotéis em operação no Rio e em Brasília, é um dos grupos a levantar a bandeira da inclusão e não à toa foi escolhida para ser a sede oficial do Comitê Paralímpico. Em setembro, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, além dos principais dirigentes da entidade, vão ficar no novo Windsor Oceânico, construído na praia da Barra e que, junto do Windsor Barra, formam o maior complexo de eventos do Brasil dentro de um hotel, com mais de 20 mil metros quadrados de área. Construído no início deste ano, o hotel, que já “nasceu” com a chancela da Preferred Hotel Group, foi todo planejado para ser acessível. Segundo o gerente da unidade, Luciano Leal, o hotel conta com 440 quartos - todos acessíveis - dos quais 26 são dedicados aos portadores de necessidades especiais. “Este é um cuidado que todos na rede Windsor têm, por isso adaptamos nossos hotéis a todos os tipos de clientes”, garantiu. Os 26 quartos estão espalhados por todos os andares. A área comum também está preparada, com recepção rebaixada, piso tátil, sinalização em braile, elevadores com sinais sonoros, além de funcionários que dominam a língua dos sinais. A piscina, localizada na cobertura, é acessada através de rampas ladeadas por um amplo corrimão. “Além disso, nossa área de convenção também foi toda preparada. Temos escadas rolantes, elevadores e rampas, os pisos são conectáveis e não priorizamos degraus. Nossa ideia é fazer do Windsor Oceânico referência para qualquer tipo de hóspede”, afirmou Leal.
Eventos
Capital das Américas para congressos e convenções das Américas. Com 82 eventos organizados, a capital portenha se posicionou pelo sétimo ano consecutivo no primeiro lugar entre as cidades americanas. Desta vez, porém, dividiu o lugar mais alto com Lima, no Peru, e foi seguida por Vancouver (Canadá) e São Paulo, com 78 congressos cada. Na sequência aparecem Montreal (Canadá), com 76 eventos, Santiago (Chile), 68, e, por fim, Rio de Janeiro, com 65 encontros. Ainda que a quantidade de congressos e convenções realizados na capital argentina tenha caído desde 2014, a cidade conseguiu preservar sua liderança nas Américas. O presidente de Modernização, Inovação e Tecnologia e presidente da Ente de Turismo de Buenos Aires, Andy Freire, comentou a vitória. “Há de se levar em conta que a cidade contará, a partir de 2017, com um novo centro de convenções e exposições que ampliará a infraestrutura local e fará de Buenos Aires a mais atrativa para realização de eventos.” O local terá capacidade para cinco mil
Divulgação-Flickr-ICCA
DE ACORDO COM O RANKING DE 2015 DA ICCA, BUENOS AIRES FOI A CIDADE MAIS ESCOLHIDA PARA RECEBER CONGRESSOS
Argentina tem sua importância para realização do encontro, segundo Quereda
pessoas e foi projetado de acordo com os padrões da arquitetura sustentável. Terá uma sala plenária e diversas auxiliares, além de oficinas, espaços para reuniões, restaurante, estacionamento para 900 veículos e um foyer de 1,6 mil metros quadrados. O espaço estará localizado em um prédio na Avenida Figueroa Alcorta, ao lado da faculdade de Direito. O centro subterrâneo estará destinado à organização de convenções, eventos, exposições. A in-
tenção é transformar a “urbe” Buenos Aires em uma nova sede para encontros internacionais do tipo. O edifício foi pensado a fim de evitar a ruptura do cordão verde estruturado pelas avenidas Libertador e Alcorta. Junto com o Parque Thays y la Plaza de las Naciones Unides, sua cobertura formará um grande parque. A área verde terá uma superfície de 19 mil metros quadrados e estará integrada por uma fauna autóctone que ajudará a incrementar a biodiversidade
da zona. Haverá um sistema de iluminação que promete trazer luz natural aos espaços interiores do centro. O projeto surgiu de um concurso promovido entre a Sociedade Central de Arquitetos e o Ministério do Desenvolvimento Urbano. Para eleger o ganhador, levou-se em conta que o mesmo não irá gerar em um impacto negativo na paisagem em razão do volume compacto de 100 metros de comprimento por 70 metros de largura e 14 metros de altura.p
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> Henrique Santiago
Momento delicado
Henrique Alves, duas vezes ex-ministro do Turismo
ESTA MATÉRIA COMEÇA COM UMA PERGUNTA: O QUE VAI ACONTECER COM O MINISTÉRIO TURISMO? A RESPOSTA, AO MEnos até o fechamento desta edição, parece incerta. Isso porque Henrique Eduardo Alves parecia ser o nome certo para ocupar o cargo máximo da pasta. Ganhou apoio e a força do trade ao dialogar em Brasília e acertar o Imposto de Renda Retido na Fonte, o IRRF, em 6% após meses de discussão e de vendas com a taxa em 33%. Com o cenário político em ebulição, principalmente com o possível impeachment de Dilma Rousseff, o peemedebista, fortemente ligado ao então vice Michel Temer, rompeu com o governo no fim de março. Com o afastamento da presidente, voltou como ministro em maio. Bastou, porém, pouco mais de um mês para seu nome começar a circular na Operação Lava Jato na suspeita de receber R$ 1,55 milhão da empresa Transpetro, entre 2008 e 2014. Pela segunda vez, o potiguar pediu demissão do órgão. Sua saída trouxe comoção por parte da ala política. Outra instituição tão incerta quanto o MTur é a Embratur, que vive
uma verdadeira novela mexicana em sua presidência. José Antônio Parente está como substituto e aguarda apenas a nomeação de Vinicius Lummertz, profissional mais do que conhecido, para deixar o posto. Enquanto segue à frente do principal órgão de promoção do Brasil no Exterior, Parente dá a sua opinião sobre o ministério. “Ele [Aves] tem um preparo, uma experiência e uma participação parlamentar que resolveria o principal gargalo do Turismo hoje: o financiamento. É uma grande perda. Acredito que hoje não há ninguém à sua altura com articulação política para substituí-lo”, assinalou. O fato é que, com a cadeira livre, iniciaram-se as especulações sobre o novo ministro. Implementado em 2003 pelo ex-presidente Lula, a pasta teve oito representantes diferentes. Apenas Alves foi e voltou. Seu antecessor, Vinícius Lages, passou a ser o nome mais falado em Brasília. Em exclusiva ao Jornal PANROTAS, o ex-ministro, hoje na diretoria do Sebrae, não escondeu a vontade de voltar. “É tentador”, disse, sorrindo. “Eu estou aberto em um futuro de médio prazo [a partir de 2018] para contri-
buir. Se eu estivesse em outras condições hoje, seria mais fácil meu reposicionamento [no ministério]”, avaliou Lages.
QUEM SAIR, APAGUE AS LUZES Mais do que um novo ou velho nome, há uma possibilidade real de o Ministério do Turismo ser extinto pelo interino Temer. Ele já estudava, segundo revelou O Globo, enxugar a pasta e incluí-la em uma outra secretaria, mas sua amizade com Henrique Alves o fez mantê-lo como ministro. A conduta despertou a atenção de entidades do segmento. A pouco mais de um mês para o início da Olimpíada no Rio de Janeiro, há quem ache essa suposta decisão um erro sem precedentes. E não apenas um ou outro, mas 11 liderenças. A Abav Nacional, Braztoa, Clia Abremar Brasil, entre outras, repudiaram e medida em carta enviada ao presidente em exercício. “Extinguir o Ministério do Turismo e fusioná-lo com outra pasta será um paradoxo difícil de compreender. No momento que
chamamos o mundo para nos visitar, encerramos exatamente o ministério que teria a função de anfitrião dos Jogos Olímpicos”, destaca um trecho do documento. Por outro lado, existem os que aplaudem Temer e o provável fechamento da pasta. A Academia Brasileira de Eventos e Turismo, presidida por Sergio Pasqualin, segue o mesmo pensamento. Mais uma vez, o gabinete do peemedebista recebeu uma carta, agora de parabenização. Pasqualin cita que a adesão a uma outra pasta é adotada em países de sucesso no Turismo, a exemplo de França, Alemanha e Canadá. “Louvamos os esforços do passado na busca de uma identidade por intermédio de uma pasta específica para o Turismo, mas o histórico demonstra uma relação custo x benefício para a nação muito aquém do almejado”, lamentou. Este apenas é mais um dos inúmeros capítulos que a indústria tem vivenciado. Resta saber apenas o que o futuro irá trazer para agentes de viagens, operadores, guias, enfim, para toda a cadeia produtiva. Ao que tudo indica, os próximos capítulos reservam fortes emoções para a indústria.p
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QUEM PODE
OU NÃO PODE VIR? Articulações políticas e conversas à parte, a vaga de ministro do Turismo está vaga desde 16 de junho. Confira abaixo quais políticos – e até mesmo empresários da hotelaria e aviação – têm sido especulados.
OS MAIS
OS JÁ
FALADOS
ESQUECIDOS
VINÍCIUS LAGES Homem de confiança de Temer, Lages poderia retornar ao ministério com a incerteza de saber se seguirá ou não na liderança da pasta. Além da possibilidade de fusionar o Turismo com outra secretaria, ainda existe a questão do impeachment de Dilma, que será julgado pelo Senado em 6 de julho.
VINICIUS LUMMERTZ Nome eventualmente sugerido por Lages, em razão de sua “competência política”, o então expresidente da Embratur também tem o apoio da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), do presidente Alexandre Sampaio. A entidade enviou uma carta a Temer solicitando a escolha dele. “É preciso deixar para trás a imagem de "país do futuro" para consolidar uma nova realidade como "país do presente", o que impõe a necessidade de termos à frente de uma pasta tão importante quanto o Ministério do Turismo um nome da envergadura de Vinicius Lummertz”, destacou.
CLAUDIA SENDER Presidente da Latam Airlines Brasil, ela foi uma das articuladoras na fusão da Tam com a Lan do Chile. Claudia está à frente de uma das maiores companhias aéreas do mundo e, isso, claro, mostra como é cobiçada pelo ex-ministro Vinicius Lages. “É talentosa, inteligente e tem uma grande liderança sobre o segmento de mobilidade aérea. Ela tem visão de futuro”, elogiou ele.
GUILHERME PAULUS Um dos fundadores da CVC, diretor executivo da GJP Hotels & Resort e conselheiro da Presidência da República, Paulus chamou a atenção de Vinícius Lages pelo currículo e carisma. Sua inabilidade em carreira política, não entanto, não seria um impasse. Para o ex-ministro, Paulus receberia todo o apoio necessário em Brasília. Ele, por sua vez, respondeu rapidamente ao convite e disse “não” à possibilidade. “É uma honra ser lembrado, mas há conflito de interesses, pois minha rede hoteleira está em franca expansão e presente em todo o Brasil e a própria CVC, apesar de eu não estar mais na parte executiva, ainda está muito ligada a mim. Quem sabe quando eu me aposentar", disse à reportagem.
SurFACE
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Carreira solo
Após atuar no Instituto Nacional de Promoção Turística (Inprotur), órgão da Argentina, Jaime Rios anunciou o seu desligamento da companhia. Ele, anteriormente coordenador do Mercado Brasil, agora vai se empenhar em projetos pessoais na iniciativa privada. Sua nova empreitada ainda terá ligação entre a Argentina e o Brasil. A Jaime Ríos Marketing Turístico é uma empresa especializada em desenvolvimento, promoção e divulgação de destinos turísticos e serviços. Para entrar em contato com ele, envie e-mail para: jr@jaimeriostravel.com.
Homenagem
O agente líder da American Airlines no Aeroporto de Guarulhos, Eduardo Sugiura, foi homenageado com o Chairman´s Award, o prêmio de mais alto reconhecimento da companhia aos seus colaboradores. Com a premiação, o funcionário, que trabalha na empresa há 25 anos, recebeu o convite para conhecer a sede da companhia em Dallas, nos Estados Unidos, e participar de um encontro com o CEO da American Airlines, Doug Parker. Todo ano a empresa aérea homenageia um em cada mil funcionários de acordo com o atendimento aos clientes, dedicação ao trabalho e relacionamento com a equipe.
A mais atrativa
O Linkedin divulgou a lista Top Attractors, que reúne as 25 empresas mais atraentes para profissionais no Brasil. A Latam Airlines, que atualmente conta com mais de 326 mil seguidores no Linkedin, encabeça o ranking, que foi elaborado com base em ações dos mais de 433 milhões de usuários do site. A análise levou em conta o número de visualizações e inscrições por vaga no Linkedin e em outros portais de empregos, o número de visualizações nas páginas das empresas e estatísticas de retenção dos funcionários. Realizada em parceria com a Censuswide Research, a pesquisa coletou dados no período de 18 a 23 de maio deste ano e o banco de dados levou em conta 26 mil companhias com mais de 500 funcionários em todo o mundo. O top 10 conta ainda com GPA, BRF Brasil, Ambev, Brasil Kirin, Totvs, Whirpool, Kroton, JBS e Bunge.
País corrupto
O presidente da Ryanair, Declan Ryan, declarou na última semana ao jornal argentino La Nación que evita expandir suas operações ao Brasil por conta da corrupção no País. "Iniciamos negociações em todos os países da América do Sul, com exceção do Brasil, já que há muita corrupção no local”, ressaltou Ryan. Em sua primeira visita à Argentina, onde a aérea iniciará operações no ano que vem, ele afirmou que o objetivo é triplicar o número de argentinos que viajam de avião. “Mas a Aerolíneas Argentinas não deve se preocupar com a nossa chegada. Estamos longe de ser um grande player como a Lan ou a Avianca. Somos um Holiday Express, não um Sofitel ou um Four Seasons”, afirmou, em tom de comparação, o presidente da low cost irlandesa.
Depois de uma década
Depois de uma década no Instituto Nacional de Promoção Turística (Inprotur) da Argentina, a diretora de Mercados Marcela Cuesta anunciou sua saída do órgão. Em e-mail aos colegas de instituto, ela agradece pelos anos promovendo o Turismo da Argentina e diz que, agora, “uma nova etapa começa”. Ela citou o ex-ministro do Turismo argentino, Enrique Meyer, e lembrou do início no Inprotur, em 2006. “Agradeço a oportunidade de trabalhar na atividade que virou política de Estado na sua gestão, permitindo a muitas pessoas desfrutar do lazer e a muitas outras desenvolver e conseguir novos postos de trabalho”, disse. E também não esqueceu do atual ministro, Gustavo Santos, “pelo tempo que percorremos juntos nesse 2016”.
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Reality show
Ponto a ponto A Universal adiou para 2018 o lançamento do simulador Fast & Furious: Supercharged. Gol e Aerolíneas Argentinas ampliaram o codeshare para 45 destinos. A GJP Hotels & Resorts concluiu a renovação total do Prodigy Grand Hotel & Suítes Berrini (SP).
De saída
O atual presidente e diretor executivo do Sabre, Tom Klein, irá renunciar ao cargo no fim deste ano. A data efetiva é 31 de dezembro, mas ele seguirá na função enquanto o conselho de diretores conduzir a busca para seu sucessor. “É uma honra servir como presidente e diretor executivo e trabalhar com nosso time talentoso ao redor do globo. Nós transformamos o Sabre em uma empresa de software dinâmica e o negócio está posicionado para um contínuo crescimento. Então, meu sucesso terá uma mão forte para jogar”, avaliou Klein. Sem revelar detalhes de sua saída, o executivo destacou que terá mais tempo para estudar novas oportunidades profissionais.
Projetos consagrados e inovadores de hospedagem vão estar lado a lado em um novo reality show que estreia no próximo dia 3 de julho. O ex-CEO da rede de hotéis Accor, Roland de Bonadona, fará parceria com a equipe do Worldpackers, projeto que conecta hostels oferecendo trabalho voluntário em troca de hospedagem para viajantes, na série Vença do Jeito Certo, promovida pela marca de uísque Chivas e que será exibida no canal fechado Fox. O reality se propõe a mostrar as rotinas de diversas áreas de negócios, colocando frente a frente grandes executivos e jovens empreendedores que resolverão, juntos, algum conflito em seu setor. Além de Accor e Worldpackers no ramo de hospedagens, estarão presentes a culinária, com a chef Paola Carosella e o Instituto Chão. A música será representada pelo produtor Rick Bonadio e o serviço de streaming Deezer.