R$ 11,00 - Ano 24 - nº 1.228
27 de julho a 2 de agosto de 2016
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POR QUE NEWARK?
Aeroporto de Nova Jersey é portão de entrada para Nova York e outros destinos nos Estados Unidos, e de lá para o mundo, voando com a United Airlines. Conheça a revolução de US$ 2 bilhões do EWR > Páginas 04 a 11
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CONFIANÇA Por dentro da consolidadora que nasceu no Centro-Oeste e prepara novos voos
> Páginas 19 e 20
02
27 de julho a 2 de agosto 2016 JORNAL PANROTAS
Check-IN MILLENNIALS 9%
NA HOTELARIA
QUANDO OS MILLENNIALS FAZEM RESERVAS 31%
Os millennials bebem de várias fontes na hora de pesquisar e geralmente reservam com três meses de antecedência, diz recente pesquisa do Sabre sobre os consumidores entre 18 e 25 anos. Em 2020 eles serão 50% da força de trabalho mundial. Mas não os iguale: dentro dessa faixa de idade, há subgrupos e mesmo quem está fora dela quer inovações e facilidades valorizadas pelos millennials. A principal fonte de pesquisa do grupo são amigos, família e colegas de trabalho, correspondendo a 83% das fontes de busca que incluem opinião em sites da internet (81%), avaliações de sites de agências on-line (76%), buscas na web (72%), site de hotéis (58%), recepção de hotel (52%), revistas (38%) e, uma surpresa, em último lugar, as mídias sociais (36%).
1-3 meses 3 semanas - 1 mês Menos de 1 semana
29%
FONTES DE INFORMAÇÃO EM QUE OS MILLENNIALS CONFIAM
90%
80%
OUTROS DADOS DA PESQUISA 30% dos millennials buscam agências de viagens 50% fazem reservas em canais diretos 55% usam um smartphone para fazer compras de viagens (mas o desktop em casa ainda ganha, com mais de 80%) 62% viajaram a negócios em 2015 Desses que viajaram a negócios, 63% puderam escolher o hotel em que ficariam (e 62% o tipo de quarto) 91% viajaram a lazer, com pelo menos uma noite de hospedagem fora de casa Eles querem um serviço ligado à experiência: em 2017, somente nos EUA, o potencial de gastos anuais dos millennials será de US$ 200 bilhões
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Amigos, família e colegas de trabalho
Avaliação de sites
Sites de reservas on-line
Sites de busca
Site do próprio hotel
Serviços de Revistas de viagem informação do hotel
Mídias sociais
Fonte: Sabre
E d i t o r i a l > Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br
Adesão de última hora Não há uma viagem que façamos ao Exterior em que em diversas conversas, do táxi ao evento, do restaurante ao hotel, o tema Olimpíada não apareça. “Vai estar tudo pronto?”, “Que legal que vocês terão o evento”, “Na TV tudo será maravilhoso”, “Queria tanto ir ao Rio para os Jogos”, “A cidade está preparada?”, “Preciso de visto para ir à Olimpíada?” são alguns dos comentários em conversas sobre o Brasil nesse momento. Em seguida, falam da troca de presidente (sem saber muitos detalhes), alguns tocam no assunto “corrupção”, poucos, se não são da indústria de Viagens e Turismo, sabem que estamos em crise ou mesmo no inverno.
Mas a Olimpíada é assunto quase unânime. Termos chegado ao fundo do poço, e isso sabemos bem, com certeza atrapalhou em nosso engajamento em relação à Olimpíada. A crise econômica e política, a ressaca moral, o desemprego e a falta de saúde, educação, segurança... enfim, todo esse cenário contrasta em nossa mente com os bilhões de reais gastos na Olimpíada e a maioria dos brasileiros esquece, e não lhes tiramos a razão, da exposição e dos benefícios que o evento trará ao Rio de Janeiro e ao País. Porém, novamente, como na Copa do Mundo, o trabalho pré-Olimpíada que deveria ter sido feito pelo Turismo,
não foi feito. E o foco mundial em segurança poderá acabar desviando as atenções: em vez de exibirem as belezas cariocas, pode ser que a maioria das reportagens fale do combate ao terrorismo e do medo dos atletas em relação ao zika vírus. Ainda assim, achamos que é uma oportunidade única e que poderá trazer benefícios. A infraestrutura do Rio melhorou, deixando legados para os moradores e turistas, e agora o desafio, além de fazer uma boa Olimpíada, é lotar os hotéis pós-evento. O restante da população não terá outra saída a não ser aderir ao evento, já que a Globo e demais TVs abraçarão a Rio 2016 e exibirão horas e horas de disputas esportivas
e eventos relacionados aos jogos. Será uma adesão de última hora, ajudada ainda pelas partidas de futebol fora do Rio, e a Olimpíada é mesmo um evento de TV. Em que o close no choro ou no esforço dos atletas provoca aquele nó na garganta que, com o Cristo Redentor ao fundo, pode nos render bons frutos. Vale destacar a quantidade de países que montaram suas “casas” no Rio para se promover, incluindo o Brasil, o que vai trazer ao País uma atenção especial ao assunto “viagens”. Que seja para o Rio e para nossos demais destinos, de 2017 em diante. E que a Olimpíada nos erga um pouco mais acima do fundo do poço, onde não aguentamos mais ficar.
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PANROTAS — Versão digital das publicações da editora
03 Expediente PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta DIRETOR EXECUTIVO José Guilherme Condomí Alcorta
27 de julho a 2 de agosto 2016 JORNAL PANROTAS
S E U AQ T S E D
DO PORTAL
DIRETORA INTERNACIONAL Marianna C. Alcorta
>
DIRETORA DE MARKETING Heloísa Prass DIRETOR DE TI Ricardo Jun Iti Tsugawa
PANROTAS
14 a 20/7
1 Hotéis do Rio e Salvador rompem com Decolar.com – em 20/7
2 Azul pinta avião com Meninas
REDAÇÃO Editor-chefe: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) Editor: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Editor Rio de Janeiro: Diego Verticchio (diego@ panrotas.com.br) Reportagens: Brunna Castro, Felippe Constancio, Henrique Santiago, Karina Cedeño, Rafael Faustino, Renato Machado, Roberta Queiroz, Rodrigo Vieira e Fernanda Cordeiro (estagiária) Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Assistente: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Katia Alessandra, Pedro Moreno e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) EXECUTIVO SÊNIOR DE RP Antonio Jorge Filho (jorge@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) New Cast Publicidade Ltda SRTVS - QD 701 - BL. k - Sala 624 Ed. Embassy Tower - Cep: 70340-908 | Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Season Turismo e Marketing e Esportes Ltda R. Gal. Severiano, 40/613 - Botafogo | Cep: 22290-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2529-2415 / 8873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner O Jornal PANROTAS é vendido somente por assinatura. Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Lis Gráfica e Editora Ltda. (Guarulhos/SP)
PARCEIRAS ESTRATÉGICAS
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LACTE 11 LATIN AMERICAN CORPORATE TRAVEL & Events E XPERIENCE
ASSOCIAÇÕES
Superpoderosas; confira – em 15/7
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6 Pokémon Go pode revolucionar
11 Accor, Latam Travel e CVC
indústria de viagens – em 14/7
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14 Veja novas medidas para embarque em voos nacionais – em 15/7
15 Conheça as rotas com maior carência de voos diretos – em 14/7
04 Aeropor tos
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>> Artur Luiz Andrade — Nova Jersey (EUA)
Por que Newark em Nova York?
Com quase 500 voos por dia, Newark tem ligações para todo os Estados Unidos e ainda Europa, Ásia e América Latina
DOS TRÊS PRINCIPAIS AEROPORTOS DE NOVA YORK — LA GUARDIA, JFK E NEWARK — os dois primeiros ficam no Estado de Nova York e o segundo no vizinho Nova Jersey. Newark (EWR) é um dos principais hubs da United Airlines nos Estados Unidos, o que significa que é onde a empresa concentra boa parte de sua frota para conectar passageiros para destinos dentro e fora do país. Newark originalmente era um dos maiores centros de distribuição de voos da Continental Airlines, e após a fusão que criou a nova United, passou a ser o aeroporto internacional preferencial da empresa em Nova York (a UA não opera mais no JFK). Apesar de estar em Nova Jersey, qua-
se todos se referem ao Liberty International Airport como destino “Nova York”. Isso devido à proximidade com a cidade de Nova York e para efeitos comerciais, pois é o grande destino de negócios e lazer dos Estados Unidos. Outros hubs da United no país são Chicago O´Hare (é nessa cidade que está a sede mundial da companhia), Denver, no Colorado, Houston (também antigo hub da Continental), Los Angeles, São Francisco, Washington e Guam. O aeroporto de Narita, no Japão, também é considerado um importante hub, pois a United foi uma das primeiras empresas americanas a apostar na expansão para a Ásia. Do Brasil, a United tem voos diários > Continua na pág. 06
Novos restaurantes incluem chefs renomados, tablets para fazer pedidos e gastronomia variada, além de design diferenciado
06
< Continuação da pág. 04
para Newark/Nova York, Washington, Houston e Chicago. Mas por que Newark e não o mais famoso aeroporto, JFK, onde estão as principais concorrentes da United? A conveniência (da facilidade de acessos a Manhattan ao desenho do aeroporto) é um dos motivos que primeiro vêm à mente, mas o aeroporto está passando por melhorias e inovações que andam junto com a transformação da própria United, liderada por seu novo presidente, Oscar Muñoz. Segundo declarações do executivo, já tido como um dos grandes líderes da indústria, a United está cada vez mais focada na experiência do cliente e todos os lançamentos, como a classe executiva Polaris, ou os lounges United Club, vão seguir essa prioridade. O Aeroporto de Newark vem investindo exatamente nisso: fazer com que o passageiro se sinta tentado a chegar com antecedência e aproveitar desde lojas aos novos restaurantes, que em nada lembram as redes de fast food ou as opções "sem graça" dos aeroportos pelo mundo. A ideia é dar uma cara mais dinâmica, tecnológica (os pedidos são feitos por um tablet) e saudável às opções, sem descuidar da segurança (a parte designada às inspeções da TSA também terá reforma total este ano), da praticidade e das facilidades para o viajante que tem pressa ou... milhas (há lojas no aeroporto em que se pode pagar usando as milhas acumuladas no Mi-
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leage Plus, o programa de fidelidade da United). “A United opera o maior e mais abrangente hub na região da cidade de Nova York no Newark Liberty International Airport”, diz a diretora da United Airlines no Brasil, Lucimar Reis. Segundo ela, a United e sua subsidiária United Express oferecem mais voos e assentos a partir de Nova York para mais cidades no mundo que qualquer outra companhia. “São cerca de 500 partidas diárias para mais de 150 destinos”, conta.
EXPERIÊNCIA
A diretora da United Airlines lembra que a empresa investiu mais de US$ 2 bilhões no aeroporto, junto com seus parceiros aeroportuários, e o resultado final está quase pronto, com muitos restaurantes já abertos, a área de segurança da TSA em processo de reforma e o modelo dos United Club definidos para começarem as obras de remodelação. “Newark está a apenas 25 quilômetros da área sul de Manhattan e o aeroporto oferece as melhores opções de transporte para diversos pontos da cidade, incluindo o Air Train, trem que deixa os passageiros na estação de Penn Station, em Manhattan, em menos de 30 minutos”, adiciona Lucimar Reis. Um dos destaques de Newark é o novo desenho dos lounges de embarque da United, aqueles espaços que ficam em volta dos portões de embarque. Novas poltronas, centrais de tomadas, tablets
Lucimar Reis, diretora da United Airlines no Brasil
para pedir comida nos restaurantes mais próximos (em breve, o pedido poderá ser feito para qualquer restaurante do aeroporto, com delivery providenciado até o portão), design mais amigável e conforto extra para grupos e famílias estão entre os destaques. O aeroporto já conta com algumas salas de espera no novo modelo, especialmente no terminal internacional (C), e com módulos de amamentação para as mães com seus bebês, garantindo privacidade e conforto. Área para crianças que viajam desacompanhadas também está disponível. A equipe de Atendimento ao Cliente (Customer Service) da United também
é um grande diferencial no aeroporto, recebendo desde os passageiros Global Service (que são convidados para esse status máximo na companhia e que têm área especial de check-in e atendimento, além de outros mimos, como transfer até a aeronave pela pista, no caso de conexões) até pedidos especiais para quem necessita de atenção extra. Eles também controlam como está o fluxo do atendimento nos portões e estão a postos para resolver qualquer demanda do cliente, que não fica esperando sem solução. Os funcionários da United, incluindo os cerca de 700 do Customer Service, contam com iphone 6 plus para atender melhor os passageiros e buscarem soluções rápidas a demandas e problemas emergenciais. Quem não está voando de Business First (que em breve se transformará em Polaris), de primeira classe ou não é associado ao United Club, pode usar o lounge pagando, em milhas ou dólares, por um passe para usar as salas vips, que contam com duchas, escritórios ou espaços para trabalhar, refeições leves durante todo o dia, wi-fi exclusivo, bar, entre outros serviços.p --- O Jornal PANROTAS viajou a convite da United Airlines, com proteção GTA > Continua na pág. 08
Espaço privativo para as mães amamentarem ou trocarem seus bebês no aeroporto
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10 MOTIVOS
PARA ESCOLHER NEWARK À esquerda, vista da Central de Operações que a United mantém no Aeroporto de Newark e aqui abaixo, como serão os novos espaços de espera em volta dos portões de embarque
3
1
A quantidade de voos que chegam e as conexões da United Airlines no aeroporto. De lá voa-se para a Ásia, América Latina, Europa, Canadá e Caribe em voos diretos, em cerca de 80 voos por dia, além de mais de 300 domésticos, usando também a United Express, que, inclusive, tem modelos Embraer na sua frota.
2
A facilidade de chegar a Manhattan: são apenas 25 quilômetros, que podem ser feitos de ônibus, trem (descendo na Penn Station, no coração de Manhattan) ou por rodovia, via Lincoln Tunnel, que liga New Jersey a Midtown Manhattan. Para pegar o trem, pode-se comprar o bilhete no próprio aeroporto, em máquinas self-service, ir até a Penn Station de Nova Jersey e de lá para a Penn Station nova-iorquina. A passagem de ônibus ou trem custa em média US$ 16, entre Nova York e Nova Jersey.
Os novos restaurantes, mercados e lojas, gerenciados pela OTG no Terminal C, o principal internacional de Newark (também há voos saindo do B). Trata-se do maior projeto da empresa baseada em Nova York em aeroportos dos Estados Unidos. Além da diversidade de opções gastronômicas (do bistrô francês aos frutos do mar, da comida saudável à steakhouse, dos lanches rápidos americanos à culinária asiática), com qualidade e preços de Nova York (e não de aeroporto), o sistema implantado é dos mais inteligentes. Todas as mesas possuem tablets onde os clientes fazem os pedidos, navegam na internet ou sabem mais sobre o aeroporto e seus voos. O pagamento também é no tablet e algumas lojas e mercados oferecem a facilidade de pagar com milhas. A OTG está transformando o conceito de bem estar nos aeroportos e incentivando os turistas a fazerem verdadeiras refeições completas em um de seus restaurantes, chegando mais cedo em Newark e evitando contratempos e surpresas. A disposição dos restaurantes também inova: muitos ficam no meio dos corredores, integrados ao terminal. Ou seja, nem escondidos em andares ocultos, nem no meio da passagem. O design é caprichado, há monitores de
BANCODEDADOS
EXPERIÊNCIA OTG/UNITED EM NEWARK (EWR)
ll Restaurantes ou espaços
gastronômicos: 55 ll Chefs envolvidos: 22, incluindo nomes locais e de renome internacional, como Alain Ducasse, Mario Carbone, Marc Forgione, Amanda Cohen e Jacques Torres ll Investimento: US$ 120 milhões ll Ipads instalados: 5,5 mil (com menus, rastreamento de voos e outras informações disponíveis) ll Facilidades de pagamentos: com milhas ou diretamente nos ipads ll Tomadas ou entradas USB: 10 mil
p
TV por todos os lados e o passageiro terá a garantia de bons momentos ao esperar seu voo. A OTG opera mais de 200 restaurantes e lojas de varejo em 11 aeroportos, e fechou acordo com a United também para transformar os espaços do Aeroporto de Houston, no Texas. > Continua na pág. 10
< Continuação da pág. 08
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Newark é mais compacto e funcional que o JFK, por exemplo, garante a United Airlines. Na hora do check-in a United separou um andar para os passageiros Premier e uma sala especial para os clientes Global Service (foto). Há também áreas para check-in de grupos, para quem precisa de assistência especial, como cadeiras de roda, e diversas máquinas self-service, que contam com funcionários para auxiliar os viajantes em caso de dúvida.
4
Newark passou por uma transformação de US$ 2 bilhões, que ainda não acabou. Até o final do ano toda a área da TSA, que faz a inspeção dos passageiros no raio-X será ampliada e ficará mais amigável. Ainda há novos restaurantes para serem abertos, assim como a reconfiguração dos United Clubs e das salas de espera para embarque.
5
Esqueça aquelas poltronas tradicionais e a falta de tomadas ou de conforto. O novo espaço de espera para o embarque da United Airlines, em volta do portão de acesso à aeronave, está com novo design, móveis funcionais e que convidam à interação ou à convivência (como mesas) e com tecnologia que permite fazer pedidos em tablets em bares ou restaurantes. As áreas de espera também contarão com bares móveis. Monitores de TV e de informações de voos estão espalhados pelos restaurantes e lounges. Olhando a foto ao lado, pode-se pensar que é um restaurante ou sala vip, mas não: é a nova sala de espera da United em Nework.
6
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Dos janelões da área central e de diversos pontos de cada terminal, incluindo alguns restaurantes, pode-se ver o skyline mais famoso do mundo, o de Manhattan. Além da atração, a luz natural dá uma sensação mais agradável aos viajantes, que passarão algumas horas sentados no avião, com restrições de locomoção.
7
A infraestrutura de um hub torna qualquer aeroporto mais especial. Por ser um centro de distribuição de voos, Newark conta com mais estrutura, mais funcionários e com esquemas que aeroportos menores ou secundários não terão. A United Airlines e as autoridades aeroportuárias locais investem tanto em segurança quanto no conforto na hora de conexões, esperas ou para quem precisa de serviços especiais, sejam crianças desacompanhadas, portadores de deficiência, altos executivos, estrangeiros ou mães com bebês em idade de amamentação.
8
O novo momento da United Airlines, com foco na experiência do cliente e com a liderança do presidente Oscar Muñoz (foto). É grande a expectativa em relação à classe Polaris, que substituirá a Business First. Um dos lounges de Newark será reformulado já seguindo as novas diretrizes da Polaris (abaixo a poltrona da nova classe).
9
Aneta Malkowski e Theresa Murphy, duas supervisoras de Atendimento do Cliente da United Airlines no Aeroporto de Newark
10
A expertise da United Airlines no atendimento ao passageiro de classe executiva (Business First) e ao executivo em geral. O nível Global Service, por exemplo, somente para convidados com alto índice de viagens na companhia, tem tratamento diferenciado e em Newark ganha espaços e passagem exclusivos na segurança da TSA. Além de ter prioridade de embarque e a atenção dos funcionários do Customer Service.
BANCODEDADOS
SERVIÇO
NEWARK LIBERTY INTERNATIONAL AIRPORT
ll Inauguração: 1928 ll Distância de Manhattan: 25 quilômetros ll Voos da United em Newark: quase 500 por
dia, incluindo United Express ll Voos internacionais: cerca de 80 para mais de 70 destinos ll Voos para a Europa: 31 diários para 29 cidades ll Ásia: 4 diários para 4 cidades ll América Latina e Caribe: 29 diários para 32 destinos ll Canadá: 14 diários para 6 cidades ll Voos domésticos da United: 310 diários, para destinos como Chicago, Miami, Los Angeles e Houston ll Passageiros embarcados: 12,9 milhões por ano e 35 mil em média por dia ll United Clubs: terminais A2, C1 e C3 ll Portões de embarque: 76 ll Transporte entre terminais: trem ou ônibus ll Transporte para Manhattan: trem até a Penn Station em Nova Jersey e depois para a Penn Station de Manhattan; também há as opções de ônibus, Uber e similares, táxis, transporte privativo ou compartilhado (Super Shuttle). A United
oferece serviço de ônibus para Allentown, na Pensilvânia. ll Outras facilidades da United no aeroporto: Centro de Manutenção para checks regulares e emergenciais (cerca de 75 aeronaves pernoitam em Newark), Centro de Operações 24 horas. O aeroporto fecha em média um dia por ano, devido a nevascas, mas consegue operar até com 20 polegadas de neve na pista. ll Parcerias da United em Nova York/Newark: New Jersey Performing Arts Center, Liberty Science Center, Actors Fund, Newark Museum, Carnegie Hall, Broadway Cares/Equity Fights Aids, Jazz at Lincoln Center, New York City Marathon, United Airlines NYC Half Marathon, New York Giants, Team USA na Olimpíada Rio 2016 e Tribeca Film Festival.
A United Airlines voa do Rio de Janeiro para Houston, com o Boeing 777, e de São Paulo para Houston, Chicago, Nova York (EWR) e Washington DC, com o 767. A companhia é membro da Star Alliance, que conta com novo lounge vip no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos. No Brasil, tem codeshare e parceria com as empresas Azul Linhas Aéreas e Avianca Site: www.united.com/ual/pt/br/
DICA:
Baixe o aplicativo da United Airlines para fazer alterações nos voos, acompanhar o status dos mesmos e receber notificações, entre outras informações
12 Eventos
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>> Henrique Santiago, Cuiabá
Cuiabá
participativa
Os palestrantes German Carmona, da Air France-KLM, Lucas Foster, da Project Hub e Erik Sadao, da Teresa Perez, com José Guilherme Alcorta e Artur Andrade, da PANROTAS
UMA QUEIXA RECORRENTE DO TRADE FORA DO EIXO RIO-SÃO PAULO É SOBRE A FALTA DE eventos inspiracionais e capacitações. Até as visitas de fornecedores, algo que se poderia dizer “fora de moda”, devido à tecnologia que conecta em tempo real, são cobradas em mercados onde não estão
as sedes das principais empresas provedoras de produtos e serviços turísticos. Mas desde 2015, o PANROTAS Next preenche essa lacuna de maneira oportuna em dezenas de cidades brasileiras. Não para vender produtos ou distribuir folhetos, algo que os eventos das próprias empresas já fazem muito
German Carmona mostrou como a KLM é inovadora no uso de redes sociais
bem, mas para levar a parte prática das tendências da indústria aos agentes de viagens e demais players , com foco em tecnologia e atendimento ao cliente. Depois de passar por Goiânia, o encontro chegou a Cuiabá, exatamente no hotel Transamérica Executive, na quinta-feira (14) para proporcionar a cerca de 100 participativos profissionais uma experiência única de atualização sobre o mercado e prospecção para o futuro da indústria de viagens. Em uma manhã agitada, o diretor de Planejamento e Atendimento da Teresa Perez Tours e responsável por trazer inovação aos agentes de viagens, Erik Sadao, abriu o ciclo de apresentações para falar de um tema pertinente: como utilizar a internet a seu favor. A tecnologia, segundo ele, não atinge apenas a maneira de trabalhar, como também tem alterado o comportamento do consumidor. À frente de uma operadora referência em luxo, ele garante que esse novo cenário é realidade em seu
segmento e nos demais. A era do compartilhamento, como o próprio definiu, deve ser encarada como benéfica. “Compartilhar informações com os clientes em relação a companhias aéreas, hotéis, logística é obrigação”, apontou, firme. O questionamento sobre quem tem se preparado para lidar com as agências de viagens on-line (OTAs) pareceu retórico. Ele relembrou que, anos atrás, a profissão do agente era vista como em extinção e hoje, contrariando as más expectativas, se mostra mais relevante do que nunca. Para tornar a profissão cada vez mais atual, o diretor assinala que o uso da internet é essencial. Como exemplo, citou o Instagram, que pode servir como ferramenta de divulgação e promoção de uma empresa sem qualquer gasto. “Nós temos alternativas que ninguém usava há uma década. E criar resistência é a pior coisa que se pode fazer. Vamos ser vistos como dinossauros”, aconselhou. Ele mencionou o uso do Uber como
13
um aliado na Teresa Perez. A empresa colocou à disposição de seus passageiros o serviço de compartilhamento como alternativa aos carros particulares, com guia à disposição para chamar o Uber e fazer toda a logística. “Isso (a contratação de um carro exclusivo) encarece bastante o passeio”, pontuou. Um dos possíveis motivadores para Sadao apoiar a internet se deu em uma experiência pessoal. Em uma viagem a São Pedro de Atacama (Chile), ele se impressionou ao saber que um guia utilizava um aplicativo, Star Walk, para mostrar a localização das estrelas via mobile. “Ele não tem medo de perder o emprego. O app ia ajudar a continuar seu trabalho e deixar as pessoas mais apaixonadas por astronomia. Você não vai deixar de contratar um guia por causa de um celular”, finalizou.
VIRALIZOU
Mais de 11 milhões de curtidas no Facebook, 2,1 milhões de seguidores no Twitter e quase 465 mil no Instagram. Esses são os números da KLM na internet. O diretor de Marketing e Comunicação da Air France-KLM no Brasil, German Carmona, relembra que o case da aérea na internet surgiu de uma crise. O vulcão Eyjafjallajökull, situado na Islândia, entrou em erupção em 2010, causando centenas de cancelamentos de voos pela Europa. À época, a empresa utilizou seu perfil no Orkut para comunicar e também tranquilizar os clientes sobre o ocorrido. Desde então, tem se tornado referência na indústria ao lidar com seu cliente. Semanalmente, a KLM gera um impacto de 100 mil interações, respondendo dez mil perguntas em 13 idiomas — inclusive em português —, com mais de 200 profissionais envolvidos. Segundo Carmona, a língua portuguesa era uma obrigação, uma vez que nós brasileiros dominamos o uso das redes sociais. “Para atender o cliente, temos de ser transparente e criar um diálogo de como atender e deixar claro como isso vai ser”, explicou. Isso vale também para agências de viagens de todos os portes. Mas toda essa prestatividade > Continua na pág. 16
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Erik Sadao, da Teresa Perez, sente que o comportamento do viajante em geral mudou
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< Continuação da pág. 13
criou um problema para a empresa aérea. O diretor explica: “um atendimento de primeira linha pede resposta de uma hora. Uma mensagem vai ser dada em até uma hora e nós nos comprometemos a resolver o problema em 24 horas. Eles querem uma resposta mais imediata”. Rapidez é essencial na internet, afinal, que usuário não perdeu a paciência com a espera interminável de uma solução? Carmona não tem a resposta no momento, mas estuda a possibilidade de colocar, no primeiro caso, “robôs” para responder automaticamente ou até mesmo aumentar o time de colaboradores para atender ao aumento de demanda. Utilizar o seu cliente como “vitrine” para inovação é o forte da KLM. Em um caso de dois anos, Carmona explica que uma boa parcela das 100
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mil interações era sobre perda de objetos. Pensando nisso, a transportadora desenvolveu um jeito diferente do seu serviço de achados e perdidos: colocou um cachorro assistente da raça beagle no seu hub, no Aeroporto de Schiphol, para devolver os pertences aos seus passageiros. Isso, claro, virou um vídeo que hoje tem mais de 22 milhões de acessos. Outro case interessante inclui até mesmo o Portal PANROTAS. Em sua mais nova investida, a KLM irá servir chope a bordo, usando um trolley adaptado para tal. A notícia, publicada em primeira-mão, trouxe um alto impacto no Facebook da editora, com 2,8 mil curtidas e 780 compartilhamentos. A nota passou das 40 mil leituras no portal. “As redes sociais têm o poder de criar buzz e espalhar a notícia de forma rápida e in-
teressante para que chegue em todo mundo”, avaliou. German Carmona conclui que o sucesso no on-line se atribui a três itens: serviço, desenvolvimento de marca e e-commerce. E não pense que para alcançar o topo é preciso investir milhões e milhões de reais. “As redes sociais fazem parte do dia a dia. Nós acordamos e abrimos o Facebook ou Instagram. Se nós começarmos essa interação e desenvolver esse canal com os clientes, vamos estar perto deles, oferecer serviço e aprender com eles”, finalizou. p --- O PANROTAS Next Cuiabá foi realizado pela PANROTAS Editora e a Imaginadora, e conta com o patrocínio do Inprotur (Argentina), Grupo Confiança, Hard Rock Hotel e Iberostar Hotels & Resorts, além do apoio do Transamérica Executive Cuiabá e da Visual Turismo.
COMO SER AGENTE HOJE EM DIA UM DOS MOMENTOS MAIS AGUARDADOS COLOCOU OS DOIS PRIMEIROS PALESTRANTES — ERIK SADAO E GERMAN Carmona — frente a frente com o diretor da rede Transamérica, Heber Garrido, e o proprietário da La Sierra, agência de viagens local, Júnior Rocha. O embate da hotelaria do Rio de Janeiro com as agências de viagens on-line (OTA), no caso a Decolar.com, está longe de acabar. E o diretor da rede hoteleira só colocou mais tempero nessa discussão. “A nossa regra é multicanal. Que bom que existem o agente de viagens e as OTAs”, opinou. “Quem define o inventário e a política comercial somos nós. O caso aqui não é brigar, é de somar”. Eu acredito que essa discussão pode se tornar rasa”, completou, se “desculpando” pela sinceridade aos colegas de profissão. O assunto levantou até um novo questionamento: seriam os blogueiros os novos agentes de viagens? Esses profissionais ávidos por internet viajam o mundo e mostram fotos, vídeos e sugestões do que fazer e não fazer em qualquer destino, segundo Garrido. “As pessoas acompanham tudo da Lala [Rudge]. Eles veem uma foto de sapato, querem vestir o mesmo que ela e se hospedar no mesmo hotel”, disse. Embora o agente de viagens tenha estudado para isso, Sadao “cutucou” o conformismo exacerbado da profissão. Segundo ele, é possível aprender com os blogueiros, mas o trade foi ultrapassado por eles por não ter, por exemplo, conhecimentos de fotografia e escrita para
Artur Andrade, editor-chefe da PANROTAS, mediou o debate com German Carmona, da Air France-KLM, Erik Sadao, da Teresa Perez, Heber Garrido, do Transamérica, e Júnior Rocha, da La Sierra
proporcionar algo verdadeiramente diferente. “Nossa área abriu espaço para uma nova categoria que tomou a nossa frente em divulgar destinos, países e hotelaria. Mas quem tem o cliente e o conhecimento de verdade são vocês”, apontou. Essa capacidade única de lidar com o cliente pode ser feita por outros meios. O Whatsapp, ferramenta utilizada para envio de mensagens, áudios e documentos, tem tudo para ser um forte aliado do agente de viagens. Basta saber a forma de usá-lo corretamente. O essencial, segundo todos da mesa, é ser transparente e colocar regras. “Temos de transmitir segurança e mostrar que estamos disponíveis para ele”, destacou Rocha. Na Teresa Perez, apresentou Sadao,
é imposto um limite nessa relação tecnologia-pessoas. Há profissionais próprios para resolver eventuais emergências de clientes, mas uma regra é colocada em prática: não é preciso olhar o celular toda hora. “Hoje há muita gente que usa o Whatsapp para solicitar serviços. Isso pode ser um pós-venda para nós”, garantiu. Para Heber Garrido, a hotelaria tem de estar atenta 24 horas por dia, mas a comunicação tem de ser feita de forma que não interfira na privacidade do hóspede. Mas ele preferiu finalizar com uma declaração que retoma o início do debate: as OTAs. “Eu gostaria de oferecer um preço mais baixo que a Booking. Mas temos um contrato de paridade, se não pagamos uma multa de 100 mil euros”.
Em meio a essa imersão tecnológica, o idealizador do Project Hub, Lucas Foster, finalizou o dia de atividades sob a seguinte visão: adapte-se ou morra. Sem querer causar pânico, claro, ele apresentou uma dezena de aplicativos que podem ser utilizados pelos agentes de viagens para estreitar o relacionamento com o consumidor. A próxima parada do PANROTAS Next é em Ribeirão Preto (SP), em conjunto com o primeiro dia Avirrp, em 5 de agosto. Prepare-se para se atualizar e aprender o que há de mais atual na indústria. p
INFORMAÇÕES www.panrotas.com.br/next > Continua na pág. 18
Flashes
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PA N R OTA S N e x t Cuiabá
< Continuação da pág. 16
1 Sérgio Soares e Silvana Segura, da Shop Turismo, com José Guilherme Alcorta e Artur Andrade, da PANROTAS 2 Mara Rubia, Evandro Campos, Thais Favalessa e Juliene Oliveira, da West Central Operadora 3 Silmeria Amorim e Júnior Rocha, da La Sierra 4 O palestrante Lucas Foster, da Project Hub 5 Lois Machado e Silvana Almeida, da Centro Oeste Viagens 6 Confiança e West Central, a operadora da consolidadora, marcaram presença no Next 7 Helvécio Garofalo, da Confiança, com Gabriel Marchese, do Thermas do Rio Quente 8 O quinteto do Transamérica — Heber Garrido, Vania Dezordi, Laressa Souza, Thomas Humpert e Angela Leandro 9 Joari Proença, da Abav-MT, Vanice Marques, da ABIH-MT, Luiz Carlos Nigro, secretário de Turismo de Mato Grosso, e José Guilherme Alcorta, da PANROTAS 10 Rose Barros, da Confiança, Danielle Dantas e Patricia Nunes, da Quallytravel 11 Alessandra Navega, do Iberostar Hotels & Resorts, Paula Ferraz, da Latam Travel, e Glaucia Barbosa, do Hard Rock Hotels 12 Erik Sadao, da Teresa Perez, e Juliana Aranega, da Imaginadora 13 André Gonçalves, da Flytour Gapnet, e Mario Andreoli, da GTA 14 Mário Dias, da Trend Operadora, e Alessandra Navega, da Iberostar Hotels & Resorts
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19 Hotelaria
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>> Henrique Santiago
Casa do
agronegócio
Ângela Leandro e Laressa Souza, do Transamérica, compareceram ao Next Cuiabá
EXECUTIVO QUASE POR COMPLETO COM UM POUCO DE LAZER AOS FINS DE SEMANA. ESSE
A fachada do hotel corporativo da rede Divulgação/Transamérica
é o perfil do Transamérica Executive Cuiabá, aberto há menos de dois anos. Empreendimento com cheiro de novo localizado próximo ao centro político-administrativo da cidade, o hotel tem nos empresários de agronegócio o seu principal cliente de segunda a sexta-feira. As famílias que querem conhecer a Chapada dos Guimarães e Nobres, ambos destinos turísticos a cerca de uma hora de carro, estão presentes aos sábados e domingos. O baixo índice de ocupação — atualmente entre 40% e 50% — não preocupa a gerente geral do hotel, Laressa Souza. Segundo ela, os 136 quartos do espaço têm, aos poucos, sido preenchidos. “O agronegócio aqui é muito forte. Geralmente, quem se hospeda são os empresários da cultura bovina. O [profissional do] leilão de gado também se destaca”, apontou, completando que o perfil estritamente corporativo tem uma média de 1,5 a dois dias de estada. Além da centena de acomodações, Laressa tem presenciado as três salas de eventos — uma delas, inclusive, recebeu o PANROTAS Next —, a academia e o restaurante Dom Sebastião bastante movimentados. Para preencher os quartos, o Transamérica Cuiabá tem números no mínimo curiosos. “É 50% a 50%”, resumiu a gerente de Marketing do Transamérica Hospitality Group, Ângela Leandro,
sobre as vendas diretas e por demais distribuidores. O site tem crescido assustadoramente nas palavras de Ângela, mas essa “migração natural” bate de frente com o call center. As vendas por telefone são efetuadas em massa na unidade cuiabana, enquanto a compra pelo próprio smartphone também se destaca. “Ainda vai haver essa mudança, mas tem muita gente aqui que usa o off-line. Eles se perguntam: onde encontro o hotel? Na internet mesmo, claro. Hoje em dia não se usa mais as páginas amarelas para pesquisar”, disse ela. “O cliente ainda quer ligar no hotel e falar com o atendente para sentir aquela segurança”, completou Laressa.
SITE NOVO
Para fazer o canal próprio alavancar, a rede deve lançar em agosto uma nova versão do seu site. Hoje existem três endereços — Transamérica Comandatuba, Transamérica São Paulo e o Transamérica Hospitality Group, mas a ideia é unificar as páginas. Com 23 hotéis entre próprios e administrados à disposição, o cliente atualmente precisa de um login com senha diferente para fazer uma compra em qualquer portal da rede. “Ele não vai diferenciar qual é qual. Ele quer saber é do padrão de qualidade do Transamérica. O portal vai ser feito na medida certa. O cliente precisa de facilidade e agilidade para comprar”, cravou Ângela. Embora Cuiabá tenha uma alta re-
São 136 quartos, três salas de eventos e uma academia
presentatividade, a rede como um todo tem uma fatia de vendas diretas de 10%. Com o novo site, a meta é fechar 2017 com o dobro. A distribuição por agências de viagens on-line (OTAs) é de 45%. “Eles são uma vitrine para a hotelaria e vale muito a parceria”, destacou Laressa, colocando panos frios no embate entre a
Decolar.com e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, a ABIH-RJ. Seja pela internet ou por telefone, a gerente geral afirma que o hotel tem um diferencial que ninguém pode desbancar. “É o atendimento. O jeito cuiabano é acolhedor e atende às principais necessidades do nosso hóspede”, finalizou. p
20 Consolidadoras
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Henrique Santiago — Cuiabá
Do Mato Grosso para novos voos
Equipe Confiança — Marcelo Garófalo, Mirian Parrado, Léa Souza, José Eduardo Spurio, Rogério Ribeiro, Helvécio Garófalo, Lucicléia Ruvieri, José Olympio Neto e Eduardo Munhoz
DIZEM QUE CONFIANÇA NÃO SE COMPRA, SE CONQUISTA. E OS INVESTIMENTOS DA CONSOLIDADORA CONFIANÇA, COM SEDE em Cuiabá e liderada por Helvécio Garófalo, conquistaram o País. Não é de hoje, porém, que a empresa possui uma enorme fatia de vendas no Centro-Oeste e cresce em todo o Brasil. A companhia, que completa 45 anos, funcionava como agência de viagens no momento de sua compra por Garófalo, em 1982. No auge dos seus 20 e poucos anos, o mineiro de Uberaba vivia entre Porto Alegre e Cuiabá, onde visitava seu pai constantemente. À época, ele soube da venda de uma empresa cuiabana em declínio, pois o seu proprietário havia falecido e sua viúva, dona Osmana, havia herdado uma série de dívidas. O jovem empresário, que começou vendendo título de capitalização do Silvio Santos, viu ali uma oportunidade, ainda que arriscada. “Eu assumi uma dívida ali mesmo”, recordou. Após recuperar o caixa, a agência de viagens se via em uma posição confortável, mas seu comandante sabia das dificuldades em vender no Centro-Oeste. “Só viajava [na-
A West Central Operadora fica a poucas quadras da consolidadora e é liderada por Eduardo Munhoz (de verde)
quela época] quem era muito rico mesmo ou quem era do governo”, disse ele ao receber o Jornal PANROTAS em seu escritório na capital mato-grossense. Com a chegada da American Airlines ao Brasil em 1990 veio a mudança de negócio e a nomeação — como West Central, hoje operadora do grupo — de agente geral de vendas (GSA) da companhia aérea norte-americana no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A forte presença no Centro-Oeste “impedia” a empresa de expandir suas operações em demais regiões do País, uma
vez que, como lembrou Garófalo, as consolidadoras fortes em determinada cidade ou Estado reprovavam a chegada de outras em seu território. “Já que é assim, então ninguém entra aqui”, ponderou, aos risos. Essa proteção de mercado em todo o País só terminou para valer nos anos 2000, já com a tecnologia facilitando vendas e emissões. Embora tivesse um mercado pequeno — comparado com Rextur e Flytour, por exemplo —, a Confiança se consolidou e marcou presença “onde ninguém queria estar”, relembrou. E, com isso, veio o res-
peito do mercado e a abertura de bases em mercados secundários, como Porto Velho e Goiânia. Sendo referência na região, a consolidadora passou a vender — e muito — uma das principais companhias aéreas do Brasil, a Tam, do então comandante Rolim. Em um dos episódios marcantes, disse Garófalo em seu escritório repleto de troféus da aérea, ele venceu como primeiro colocado no Top Tam logo após a morte do comandante, em 2001, e dividiu a quantia de R$ 1 milhão com o segundo e terceiro colocados — ele levou metade do dinheiro, enquanto os demais dividiram
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O gerente de Controles, José Olympio Neto, com as gerentes financeiras Léa Souza e Lucicléia Ruvieri
Os gerentes de Bases Rogério Ribeiro e Vanildo Batalha
Mirian Parrado, gerente geral da empresa, com Marcelo Garófalo, diretor comercial e Marketing
os R$ 500 mil restantes. “Eu já ganhei sete ou oito prêmios Top Tam”, afirmou, orgulhoso. De lá para cá, muita coisa mudou no mercado e a Confiança seguiu essa movimentação, estabelecendo-se como uma das maiores consolidadoras do Brasil (fora de São Paulo). Nas palavras de Garófalo, eles devem estar entre os dez mais no doméstico em nível nacional, e com uma fatia de internacional cada vez mais representativa. Atualmente, são 21 bases — entre a matriz, unidades e home-offices no Brasil — com a 22a prestes a ser implantada em São Paulo: resta decidir o modelo a ser trabalhado na capital paulista. Mas esse mar azul sofre agitações com o cenário da crise. Enquanto Mato Grosso e Porto Alegre (onde a Confiança também experimenta novo modelo) colocam as vendas lá em cima, existem cidades que deixam a desejar. Segundo o presidente, o próprio Centro-Oeste, onde a empresa nasceu, sofre com a crise, especialmente Goiânia e Brasília, enquanto o Rio de Janeiro também sente o incômodo. Tanto que na capital fluminense ele unificou as operações da Confiança com a Volare. Quando o assunto é internacional, os cariocas ainda estão por cima, enquanto Belo Horizonte e Ribeirão Preto (SP) despontam em seguida. “Eu não sou otimista, mas não sou tão pessimista. Já vi momentos mais turbulentos do que esse”, afirmou, sistemático. Mesmo assim, os números agradam o manda-chuva da empresa. Em sua sala, ele tem uma enorme tela que exibe as vendas atualizadas de minuto a minuto. Somente em junho, a Confiança emitiu mais de 72 mil bilhetes, enquanto a média anual está na ordem dos 60 mil tíquetes. E ele comprovou os números. Uma boa parte desse crescimento se deve a um novo negócio que Garófalo está envolvido. Ele guarda os detalhes com total sigilo, mas destaca que sua expansão pelo Sul e Sudeste (Porto Alegre e São Paulo) deve ser anunciada em detalhes ao mercado breve. O aumento nessas regiões, inclusive, já ultrapassa dois dígitos em poucos meses.
BANCODEDADOS CONFIANÇA:
ll Número de bases – 22 ll Matriz – Cuiabá ll Unidades – Belo Horizonte, Brasília,
Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, Macapá, Manaus, Recife, Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro, Palmas, Porto Alegre (aberta antes do novo negócio ser fechado este ano), Porto Velho, São Luís e Uberlândia (MG); ll Home offices – Maringá (PR), Rio Branco, Teresina e Vitória ll Implantação – São Paulo e Porto Alegre, em modelos sendo definidos ll Colaboradores da matriz Confiança – 53 ll Colaboradores pelo Brasil – 185
Helvécio Garófalo acumula três décadas de Turismo
WEST CENTRAL OPERADORA:
ll Número de filiais – 11 ll Matriz – Cuiabá ll Bases – Belo Horizonte, Brasília,
Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Palmas, Porto Velho, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro e São Luís ll Colaboradores da matriz West Central Operadora – 21 ll Colaboradores pelo Brasil – 51
Cleison Lima, diretor de TI da Confiança
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Mas uma coisa é certa: a Confiança irá lançar em agosto um aplicativo mobile para venda de seus serviços. A chance de vender produtos além do aéreo — como aluguel de carros, seguro viagem, entre outros — é triplicado. Tudo sem sido desenvolvido em conjunto com a Wooba, mesma empresa que colocou o portal da consolidadora e operadora em prática. Com tantos investimentos e cifras à vista, Garófalo não descarta mais aquisições ou até mesmo fusões, uma tendência de mercado. Com o discurso de somar para ganhar, ele não se diz fechado a nada. Mas tudo indica que sua confiança em crescer será de forma independente. p
O gerente de Atendimento da empresa, Fernando Santos, e seu time
22 Eventos
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>> Artur Luiz Andrade e Brunna Castro
Como o luxo enfrenta a crise
Abertura da ILTM Americas 2015
A RIVIERA MAYA, NO MÉXICO, VAI RECEBER A QUINTA EDIÇÃO DA FEIRA DE VIAGENS de Luxo ILTM Americas 2016. O evento acontecerá entre os dias 26 e 29 de setembro novamente Hotel Fairmont Mayakoba e vai promover o encontro entre fornecedores e agentes de viagens do mundo todo. Dentre os novos participantes do ILTM Americas 2016, organizado pela Reed Travel Exhibitions, estão o Cristalino Lodge, do Mato Grosso, Hotel B Lima, do Peru, a Journey Mexico, Nine World Iceland, o Carmelo Resort & Spa, do Uruguai, e Alila Hotels, de Bali. Em entrevista ao Jornal PANROTAS, media partner da feira, o gerente da ILTM Americas e da Travelweek by ILTM, Simon Mayle, deu alguns detalhes sobre o evento deste ano e analisou pontos como a crise brasileira, seu impacto no segmento de Viagens de Luxo e como a indústria deve se relacionar com as redes sociais e a tecnologia móvel.
JORNAL PANROTAS — Como as crises brasileira e venezuelana estão afetando a ILTM Americas e seus fornecedores? SIMON MAYLE — Nós realizamos recentemente a sexta edição do Travelweek São Paulo para o mercado de agentes latino-americanos, que, de acordo com muitos, foi o nosso mais bem-sucedido evento até agora, uma vez que o mercado de alto luxo continua a ser mais resistente do que a maioria. Além disso, os tempos de crise veem os players mais profissionais e trabalhadores da indústria saírem por cima. Vimos isso no evento, com agentes e fornecedores com foco na qualidade em detrimento da quantidade. Como resultado, houve um otimismo definitivo. No caso da Venezuela, bem no topo do mercado consumidor os viajantes continuam a ser alguns dos maiores consumidores de luxo na região. De uma perspectiva de fornecedor regional, eles estão se beneficiando do crescimento dos viajantes domésticos, bem como do interesse internacional, predominantemente da América do Norte, como resultado do dólar forte. Posteriormente, nós esta-
mos vendo um interesse crescente na ILTM Americas, como nosso evento para o mercado de agentes norte-americanos, e estamos entusiasmados por receber o endosso do Cristalino Lodge, Grand Hyatt Rio de Janeiro, Hotel Unique e Belmond Brasil para o evento. JP — Brasil, Venezuela e Argentina ainda tornam o mercado de viagens de luxo atraente para a região? MAYLE — O que torna a região muito atraente como um mercado emissivo não mudou. Quanto maior o tempo médio de permanência, maior é o gasto médio, com os viajantes multigeracionais mergulhando totalmente em um destino e todas as experiências em oferta, desde aventura até gastronomia. Isso torna o mercado muito atraente para fornecedores norte-americanos e europeus. Enquanto isso, fornecedores da América do Sul estão tirando vantagem de negócios deslocados e Ásia-Pacífico e Oriente Médio veem a região como um mercado emergente em crescimento, uma vez que os viajantes procuram novas experiências além dos destinos já tes-
tados e aprovados da América do Norte e da Europa. JP — Por que a ILTM Americas não se transfere para outros destinos na região, preferindo manter sua sede no México? MAYLE — Quando adquirimos a Travelweek São Paulo, nós mudamos a proposição da ILTM Americas para nos concentrarmos na introdução de fornecedores internacionais para os mercados de agentes norte-americanos dos Estados Unidos, Canadá e México — todos mercados de origem internacionalmente muito fortes. Como resultado, vimos mais fornecedores com um interesse específico em alcançar esses mercados emissores internacionais. Quanto ao futuro, não há destino fora de questão. No entanto, todos os participantes amam a hospitalidade mexicana e a energia latina no evento. Em particular, o resort de Mayakoba é o lar de três propriedades de luxo muito diferentes, mas igualmente especiais: Banyan Tree, Fairmont e Rosewood e está prestes a receber a Andaz. Nós assumimos o resort por quatro dias, com mais de 600
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profissionais de viagens de luxo juntos em um belo empreendimento de praia do Caribe. O networking é excepcionalmente especial. JP — Quais são os destinos em que os compradores podem prestar mais atenção na edição deste ano? MAYLE — Pessoalmente, eu estou bastante empolgado com a presença da América do Sul: Argentina, Colômbia e Peru estarão presentes em grande número, assim como Chile e Equador. Também estou muito feliz por receber expositores uruguaios pela primeira vez. Nós só estamos sentindo falta do apoio da Embratur. Outros destinos muito interessantes incluem Cuba e Japão, assim como Portugal. JP — Como hotéis, operadores turísticos e outros fornecedores podem lidar com a economia compartilhada e produtos como Uber e Airbnb, plataformas que, muitas vezes, o viajante de luxo quer usar ou experimentar? MAYLE — Eu acho que isso foi muito bem respondido durante a entrevista com o vice-presidente da Accor no último Fórum PANROTAS. A indústria hoteleira estava atrasada para se dar conta e, antes que eles soubessem, o Airbnb era o único grande concorrente em nível mundial. Tal como acontece com a nossa economia compartilhada global, é uma questão de escolha. Temos acesso a quase qualquer coisa em qualquer lugar, então se trata de uma questão de valor, e não preço, mas valor: "Estou recebendo o melhor valor para o dinheiro que eu estou gastando e ele atende aos meus valores pessoais? Por exemplo, o que um hotel me oferece: excelente serviço de limpeza, serviço de quarto, serviço de portaria, segurança. Se é vendido como um produto premium, vale a pena o investimento? O meu dinheiro e minha reserva estão protegidos? Eu sei que não sou cobrado por danos, por exemplo, em um sofá que não fui eu que estraguei". Em resumo, às vezes um cliente vai escolher Airbnb e às vezes um hotel, mas é responsabilidade do hoteleiro e do operador turístico comunicar as diferenças na proposição de valor. A Accor fez uma
Simon Mayle, da ILTM
boa jogada na aquisição da Onefinestay, que oferece aluguel de casa de luxo com serviços e estou satisfeito por acolhermos a Onefinestay na ILTM Americas. JP — A tecnologia móvel está impactando a indústria de viagens de luxo? MAYLE — Claro. E a indústria tem abraçado isso de todo coração. Eu amo o aplicativo Rosewood Mayakoba Butler — enquanto você passeia pelos sítios maias de Tulum, você pode marcar uma massagem ou fazer planos para o jantar, com a ajuda de seu mordomo. Quanto às mídias sociais, veja o sucesso do beautifuldestinations no Instagram — 6,6 milhões de seguidores (número maior do que a população da cidade do Rio de Janeiro) — muitos influenciados a viajar para algum lugar por uma única imagem! JP — Como abordar os viajantes de luxo durante as viagens? Eles devem começar a viagem com tudo 100% programado ou as ofertas dinâmicas ou algo que o consultor de viagens descobrir após o começo da viagem devem ser oferecidos? MAYLE — Pessoalmente, acho que tem de haver espaço para improvisação e
espontaneidade. Muitas das melhores experiências acontecem dessa forma. Eu gosto de ter os dois ou três primeiros dias planejados até o detalhe final e deixar os últimos três ou quatro ao impulso. Este é o lugar onde o papel do DMC e a entrada de operadores turísticos e sua relação com o agente de reserva/operador é fundamental para ser capaz de responder às mudanças em tempo real. JP — Quais ferramentas de marketing um consultor de viagens deve usar para estar em contato e interagir com seus clientes? MAYLE — Todas. Mas, acima de tudo, uma relação pessoal one-to-one é fundamental para entender um cliente, para conhecer os seus gostos, coisas de que não gosta, aniversários importantes e celebrações familiares — para desempenhar um papel proativo no seu planejamento de viagem. JP — Como estar preparado, enquanto fornecedor, para o viajante de luxo chinês e os da Ásia em geral? MAYLE — Na ILTM, esta é uma questão que tem sido levantada diversas vezes ao longo dos últimos dez anos em nos-
so evento. A resposta não é diferente do que aquela para o aumento dos viajantes de qualquer outro país. Isso é, garantir uma compreensão cultural e manter um bom equilíbrio geográfico dos visitantes internacionais. JP — Como os ataques na Europa e nos Estados Unidos têm impactado as viagens de luxo? Os viajantes estão mudando seu comportamento? MAYLE — Mercados diferentes reagem de maneiras diferentes. Alguns viajantes estão mais habituados a viver com esses riscos como parte de seu cotidiano, enquanto outros estão menos. Da mesma forma que o Zika vírus pode deter alguns viajantes em relação ao Brasil, aqueles mais acostumados ou informados normalmente não mudam seu comportamento. É o nosso papel enquanto indústria informar as pessoas com precisão a respeito de quais são e onde os riscos existem. Mas aqueles com apetite por viajar nunca irão parar de fazê-lo.p
INFORMAÇÕES www.iltm.com/americas 26 a 29 de agosto Riviera Maya, México
Destinos
Las Leñas
e o sol
EM PLENO CORAÇÃO DA CORDILHEIRA DOS ANDES, O VALE DE LAS LEÑAS, NA ARGENTINA, famoso pela temporada de inverno, também pode oferecer atrações únicas durante o verão. Para famílias, casais ou amigos, há múltiplas opções para aproveitar a natureza e os esportes nas mais belas paisagens da província de Mendoza. O destino oferece atrativos como cavalgadas em suas imponentes paisagens, terminando nos poços de águas termais do rio Cobre, onde os visitantes podem tomar um banho de água quente natural. Outra opção é a excursão ao Valle Hermoso, localizado a 25 quilômetros de Las Leñas. Lá é possível pegar uma praia ou participar de atividades que vão de cavalgadas a mergulho. Para os mais aventureiros, a dica é fazer a travessia em veículos off-road até a Lagoa Escondida, localizada entre dois morros que desembocam em uma gruta de gelo, causadas pelas grandes nevascas de inverno. Uma expedição à Tierra de los Volcanes, para transitar pelas ladeiras do vulcão Malacara e conhecer a Lagoa de Llancanelo, também são atrativos imperdíveis no verão de Las Leñas. Vale mencionar que o destino também oferece atividades focadas nas
Cavalgada é um dos principais atrativos de Las Leñas no verão
crianças, que fazem da aventura e do contato com a natureza um passeio seguro e divertido. Algumas das opções são aventura, arqueologia, escalada e trekking. O hotel cinco estrelas Piscis é um
dos principais pontos de encontro para começar a jornada. O estabelecimento conta com 90 habitações duplas e oito suítes júnior. Possui também dois restaurantes, cassino, academia com piscina climatizada,
hidromassagem, sauna salão de beleza, clube infantil, drogaria e outros serviços.p
INFORMAÇÕES www.laslenas.com
SurFACE
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Bahia e Rio X Decolar
Hoteleiros do Rio de Janeiro e de Salvador anunciaram rompimento comercial com a Decolar.com por tempo indeterminado. A medida se dá pela decisão da OTA de aumentar as margens de comissionamento, que chegam a 22%. Na capital fluminense, mais de 90% da oferta de leitos deixa de ser comercializada pelo portal, enquanto na capital baiana fala-se em pelo menos 40 hotéis de médio e grande porte deixando de trabalhar com a Decolar. “O mercado de Salvador está em crise. Não temos como repassar este aumento. Daí nossa decisão de fechar as reservas para a Decolar até que a empresa volte atrás”, destacou o presidente da ABIH-BA, Glicério Lemos. A ABIH-BA analisa estender o boicote a outras agências on-line de intermediação.
27 de julho a 2 de agosto de 2016 JORNAL PANROTAS
De volta
Gustavo Paulus, filho do presidente da GJP Hotels & Resorts, Guilherme Paulus, está de volta ao Brasil para comandar a rede hotelaria do pai, também presidente do Conselho Administrativo da CVC. O executivo, que estava morando nos Estados Unidos, onde ainda mantém negócios, já atuou na CVC e na Webjet no começo de carreira, além de ter fundado a agência de publicidade GP7. No cargo de diretor geral, Gustavo chega para comandar e expandir a GJP. “Fiquei muito feliz que meu filho aceitou retornar ao Brasil. Ele segue cuidando de projetos nos Estados Unidos, mas vem para me ajudar no crescimento da GJP”, afirmou Guilherme Paulus. A chegada de Gustavo Paulus coincide com saída do diretor de Vendas e Expansão, André Lameiro, que ficou poucos meses na empresa. Reginaldo Olivi segue à frente do setor de Novos Negócios, e Jan von Bahr na diretoria de Operações. A reestruturação dos departamentos está prevista no planejamento do novo head, mas ainda não há informações sobre os próximos passos.
Reforma total
O navio Norwegian Dawn (foto) está mais do que preparado para a temporada de verão nas Bermudas. A embarcação ficou cerca de um mês parada para uma reforma completa em seu interior — em todos os ambientes — e também no exterior, fazendo do Dawn um navio completamente novo. A reforma da embarcação faz parte do projeto The Norwegian Edge que tem como finalidade renovar toda a frota da Norwegian Cruise Line (NCL). Ao todo, US$ 400 milhões serão investidos até 2017 no projeto. O presidente e diretor de Operações da Norwegian, Andy Stuart afirma que a reforma não foi uma simples remodelação. "O Norwegian Dawn chegou à sua estrutura de aço em diversos espaços e foi reconstruído para lembrar na aparência e na atmosfera os mais novos navios da Norwegian permitindo aos hóspedes desfrutar de toda a liberdade e flexibilidade que apenas a NCL oferece, juntamente com uma experiência premium de proa a popa. "
Gustavo Paulus, recém-chegado à GJP, com seu pai, Guilherme Paulus
Demanda ainda em queda
A demanda por transporte aéreo doméstico recuou 5,9% em junho na comparação com o mesmo intervalo de 2015. O resultado completa uma sequência de 11 meses de retração, de acordo com os dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Em termos absolutos, o desempenho de junho é o pior para o período desde 2012. A oferta do doméstico teve recuo mais expressivo (6,4%). A alta só foi registrada no aproveitamento, que chegou a 78,1% (+0,44%). A movimentação também seguiu o ritmo de retração e caiu 7%, somando pouco mais de 6,8 milhões de viagens no mês. Quando o assunto é o primeiro semestre, a demanda doméstica teve baixa de 6,6%, enquanto a oferta encolheu 5,9%. Com isso, o fator de aproveitamento perdeu 0,61 ponto percentual, ficando em 79,35% no mês. O fluxo de passageiros diminuiu 8% e totalizou 43,2 milhões de viagens. A companhia que mais contribuiu para o mercado doméstico em junho foi a Gol (36,4%), seguida de Latam (34,9%), Azul (17,1%) e Avianca (11,4%).
Ponto a ponto Hora do carioca viajar
Por conta dos Jogos Olímpicos, as férias escolares no Rio de Janeiro serão em agosto, mês que contará ainda com três feriados municipais além de inúmeros recessos. Segundo a CVC, é uma oportunidade para os cariocas viajarem, já que os pacotes estão 30% mais baratos saindo do Rio de Janeiro nessa época. “Como a cidade receberá muitos turistas internacionais, o preço do aéreo para outros países caiu, fazendo com que os fluminenses voltassem a viajar com mais força para o Exterior. Hoje, no Rio, 50% das nossas vendas são para Brasil, 40% para internacional e 10% cruzeiros. Dentro das viagens pelo Brasil, os circuitos rodoviários para a Serra da Mantiqueira bem como viagens de miniférias estão tendo muitas saídas”, afirmou o diretor regional de Vendas e Expansão para o Estado do Rio de Janeiro da CVC, Adriano Gomes.
A Latam já está vendendo seus voos entre São Paulo e a África do Sul, que serão operados três vezes por semana, a partir de 2 de outubro. As ligações serão feitas com um Boeing 767. O presidente da República interino, Michel Temer, sancionou a lei que incide sobre o imposto de renda retido na fonte sobre remessas ao Exterior. Até 2019 ela será de 6%. As entidades prometem nova negociação para reduzir esse índice. Sérgio Paraíso retornou à gerência de Marketing e Vendas do Grupo Pontes Hotéis, de Pernambuco, que tem seus três equipamentos sob a administração da Accor, desde o ano passado.
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corporativo
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A Lava Jato e as políticas de viagem
Em um contexto de agravamento da crise econômica e de demanda permanente por ética com os mais de dois anos de Operação Lava Jato, a implementação de um código de conduta e de processos internos tem se mostrado cada vez mais como uma obrigatoriedade do que uma opção às empresas. Sob a adequação compulsória impostas pela Lei Anticorrupção e pela recente Lei Federal nº 13.303, que obriga empresas estatais e/ou de economia mista a criarem órgãos de controle, as auditorias internas são tema recorrente de empresas de Turismo e assunto de praticamente todas as reuniões da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), que conta com 32 agências associadas. O nível de aderência às boas práticas de governança corporativa varia com os tipos de empresas e dos valores de cada uma. Dessa forma, a tolerância a benefícios ou vantagens concedidas ou recebidos de clientes/ fornecedores depende da cultura, mas empresas multinacionais ou listadas em bolsas de valores tendem a ter regras de compliance claras. “Normalmente, suas normas levam em consideração políticas e procedimentos inerentes ao setor", explica o sócio da KPMG no Brasil Moacyr Piacenti. "Em empresas familiares ou com menor exigência legal em relação às boas práticas de governança, é raro encontrar um código de ética e compliance formalizado, assim como uma efetiva política de processos e controles internos, e a avaliação do que é lícito, apropriado e ético passa a ter diferentes critérios, dependendo da percepção e dos valores de cada empresa". O setor de Viagens Corporativas é um dos que a auditoria interna tem chances de se deparar com "pontos sensíveis". Ainda segundo
Piacenti, "do ponto de vista operacional, os temas mais sensíveis e que normalmente estão incluídos nesse programa de trabalho são o cumprimento da política de cotações e aprovação para compras de produtos e serviços, aprovações para concessão de descontos, devoluções e comissões sobre vendas, evidência de efetiva execução do serviço contratado, principalmente quando o serviço não é inerente à atividade fim da empresa, aspectos relacionados à tecnologia da informação e outros". Por isso, o executivo frisa que quando o assunto é Viagem Corporativa, uma empresa com boa governança possui processos e controles internos que definem a política de viagens de seus funcionários, diretores e executivos. Leia a reportagem completa no PANROTAS Corporativo, o site da PANROTAS para viajantes a negócios e profissionais de viagens e eventos corporativos: www.pancorp.com.br ou www.panrotas.com.br/corporativo.
Foto: Jf Pimenta